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Em fins da década de 80, denominada no Brasil de ³década perdida´ em


função do pífio crescimento da economia nacional e de toda América Latina, vivia -se
o auge da euforia neoliberal com o fim da Guerra Fria, tendo a queda do muro de
Berlim como ato simbólico, em 1989. Ressaltando que essa febre neoliberal se inicia
já por volta de 1974, com a crise do petróleo (que leva à falência o ô   ).

Dentro deste cenário, no segundo semestre de 1989 realizava -se em


Washington, capital dos EUA, uma reunião formalmente convocada pelo
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mesmo período Collor fazia sua campanha eleitoral no Bra sil.

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 dessa reunião era analisar o panorama mundial e
propor alternativas. Esse grupo produziu um documento conhecido como ³Consenso
de Washington´, que estabelecia:

1- a ³abertura econômica´, isto é, o fim das b arreiras protecionistas entre


as nações (lembrando que as barreiras dos ianques sempre se mantiveram bem
elevadas para produtos estrangeiros, sua política sempre foi claramente
protecionista).

2- a ³desestatização´, isto é, a privatização das empresas estatais;

3- a ³desregulamentação´, isto é, o fim das regras que limitam o


movimento de capitais a nível internacional e ao interior de cada país,
particularmente o especulativo;

4- a ³flexibilização das relações de trabalho´, isto é, o fim dos direitos


sindicais, trabalhistas e previdenciários, sobretudo nos países da América Latina.

Em suma, o Estado deveria limitar-se a promover os ³mercados


competitivos´ e a garantir a ³lei e a ordem´ e os ³contratos privados´. É a famosa
política do Estado Mínimo.

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 do governo norte americano com o ³consenso de
Washington´ era, de um lado, encontrar mercados para as mercadorias e capitais
excedentes de suas corporações e, de outro, suprir-se de força de trabalho e de
matérias-primas baratas a fim de melhorar sua capacidade de competir no mercado
internacional.

Graças a ³diplomacia da força´ e aos instrumentos estadunidenses como


o FMI, o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento, os países
latino-americanos foram aderindo um a um a essa abertura - o Brasil por volta de
1990.

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-eguindo o receituário do ³Consenso de Washington´ Collor dá início ao


processo de desestatização. Ele preparou as bases para o processo de privatização
do patrimônio público. Entre as 20 medidas provisórias que integraram o  

   (mais conhecido como     ), que editou no dia de sua posse,
estava a de número 155/90. Essa medida foi aprovada em 12 de abril daquele ano,
se transformando na Lei nº 8.031/90, que instituía o      
   (conhecido como P·D).

-ua alegação era a de que as empresas estatais eram ineficientes. Mas a


realidade tem demonstrado que os blocos que compunham o essencial da
participação do Estado na economia brasileira (petróleo, minério, energia,
telecomunicações e aço) eram todas altamente eficientes. Isto de acordo com
análise realizada pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) refere nte ao ano de
1993.

O           de Collor tinha dificuldades


objetivas para avançar. Uma delas era que muitos setores constituíam áreas de
domínio público ao abrigo da Constituição ou das leis. -ua privatização dependia,
pois, de mudanças constitucionais ou legais. Para contornar essa situação, o
governo decidiu que começaria pelas empresas consideradas livres de
impedimentos legais.

Outra dificuldade residia no fato de que tanto o capital estra ngeiro quanto
certos grupos empresariais nacionais, que queriam se apropriar das estatais, não
estavam dispostos a pagar o preço que elas valiam ou não queriam usar recursos
líquidos para esse fim. Para contornar esse ³problema´, Collor estabeleceu que as
estatais poderiam ser trocadas inteiramente pelo que se convencionou chamar de
³moedas podres´. Uma empresa poderia, por exemplo, adquirir no mercado
secundário um lote de títulos públicos por 30% de seu valor de face (que é o valor
nominal estampado no título), e depois com ele adquirir uma estatal usando o valor
de face, ou seja, o seu valor nominal.

Além disso, os critérios utilizados para avaliar essas empresas


empurravam o ³preço de venda´ para níveis insignificantes. As tais ³avaliações´,
normalmente eram realizadas por consultorias estrangeiras e às vezes indiretamente
vinculadas às empresas compradoras.

Combinando o uso de ³moeda podre´ com a subavaliação do patrimônio,


o Estado começou a desfazer-se do patrimônio público a preços insignificantes. E
ainda por cima com financiamento público, com dinheiro do B·DE- (Banco ·acional
do Desenvolvimento).

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A privatização da Usiminas (Usina -iderúrgica de Minas Gerais) foi a que


assumiu caráter mais simbólico da safra do governo C ollor, não apenas pela escolha
de uma empresa de seu porte para incitar, propagar o processo, mas também pela
importante resistência que ocorreria contra sua alienação.

-ua escolha não se deu apenas por integrar o bloco livre de


impedimentos legais, mas ta mbém pela expectativa criada por Collor acerca da
desestatização, que tornou necessário um ato político que representasse uma firme
sinalização junto às elites financeiras interessadas em se apropriar do imenso
patrimônio público.

-abe-se que essa siderúrgica já era conhecida pelas suas vantagens


comparativas e posição estratégica e geográfica favorável em relação às suas
concorrentes. Assim, com custos operacionais de cerca de 40% inferior ao de suas
concorrentes, esta empresa, mesmo sendo uma estatal, o que implica dizer que o
lucro não deve ser seu objetivo principal (pois o Estado tem que responder às
necessidades, interesses coletivos, sob pena de perder legitimidade), apresentava
elevado potencial de lucratividade.
Assim, ironicamente, as razões para começar pela Usiminas, isto é, sua
eficiência tecnológica, lucratividade e grande porte (sexta maior produtora de aços
do mundo), era precisamente o oposto do que se costumava apregoar como razão
para o processo de desestatização: que as estatais seriam ineficientes e dariam
prejuízo.

O leilão de alienação da Usiminas foi realizado a 24 de outubro de 1991,


portanto, um ano e sete meses depois da posse de Collor, o que revela as
dificuldades que teve para levar adiante essa privatização.

Com um patrimônio avaliado à época entre U- 8 bilhões e U- 10


bilhões, foi entregue por apenas U- 1,94 bilhão, integralmente pago com ³moeda
podre´.

Collor alienou ao todo 15 empresas, num valor total de U- 3,5 bilhões.

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Com a queda de Collor, assumiu em seu lugar, a 2 de outubro de 1992 , o


vice-presidente Itamar Franco, que pretendia retomar sua tradição nacionalista.
Empossado o novo governo, Itamar logo foi se afastando de Collor, divergindo de
importantes aspectos da política econômico-financeira adotada pelo novo governo.
Criticou publicamente o processo de privatizações e a aplicação dos fundos
resultantes da venda das companhias estatais, que para ele, deveriam ser usados
na área social e não para pagamento da dívida externa (avaliada em torno de U-
14,5 bilhões).

Contudo, seu governo não passou de um curto período interregno, uma


interrupção momentânea, entre o governo de Collor e o de Fernando Henrique
Cardoso. Lembrando que o governo de FH C, na prática, começou quando foi alçado
ao cargo de ministro da Fazenda em junho de 1993.

A partir desse posto privilegiado, passou a comandar o essencial da ação


do governo, retomando o programa do ³Consenso de Washington´ inaugurado no
Brasil por Collor.
REFERÊ·CIA-

IRIARTE, Gregório. ·eoliberalismo sim ou não?: manual destinado a comunidades,


grupos e organizações populares. -ão Paulo: Paulinas, 1995. (novo tempo).

-OUZA, ·ilson Araújo. Economia Brasileira Contemporânea : de Getúlio a Lula. 2. ed.


-ão Paulo: Atlas, 2008.

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