Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
CAMPINAS
2018
FERNANDA MACIEL GAVIOLI
ASSINATURA DO ORIENTADOR
______________________________________
CAMPINAS
2018
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL, ARQUITETURA E
URBANISMO
The global and Brazilian growth and development of clean and renewable energies
has demonstrated that it is necessary to study methods of analysis, design and execution of these
projects in order to demonstrate a more plausible situation with the reality of the work and avoid
any kind of pathology. In this context, this research developed a study on the design of
foundations for wind turbine towers. Working also with the consideration of the Soil-Structure
Interaction (ISE) in structural projects of aerogenerator towers bases on superficial foundations
of the type "isolated shoes". A bibliographic review is carried out on the main concepts and
works developed in soil-structure interaction and on the methods of project analysis to be
adopted. A case study is presented in which the objective is to effectively compare the results
when considering the soil-structure interaction, stiffness and deformation of the shoes. In order
to carry out the study, the computational tool Strap 2013 - a program developed by Atir
Engineering Software Development Ltda. was used - which allows the structural analysis by
the finite element method. The results obtained in this work will be compared and later analyzed
evaluating how relevant is an analysis considering the soil-structure interaction, more
specifically the deformability of the shoes, albeit in a simplified way, replacing the hypothesis
of unsupported supports.
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 14
2. JUSTIFICATIVA .............................................................................................................. 16
3. OBJETIVOS...................................................................................................................... 17
3.1. Geral .......................................................................................................................... 17
3.2. Específicos................................................................................................................. 17
4. ESCOPO DO ESTUDO .................................................................................................... 18
5. REVISÃO DE LITERATURA ......................................................................................... 19
5.1. Potencial Eólico Mundial ........................................................................................ 19
5.2. Potencial Eólico Brasileiro ...................................................................................... 20
5.3. Aerogeradores .......................................................................................................... 22
5.4. Tipos de Carregamentos ......................................................................................... 26
5.5. Investigações Geotécnicas e Determinação dos Parâmetros Geotécnicos .......... 28
5.6. Fundações de Aerogeradores .................................................................................. 30
5.6.1. Fundações Diretas .................................................................................................... 30
5.7. Interações Solo-Estrutura (ISE) ............................................................................. 31
5.7.1. Trabalhos desenvolvidos sobre a ISE..................................................................... 33
5.7.2. Trabalhos desenvolvidos sobre fundações de torres eólicas ................................ 42
5.8. DETERMINAÇÃO DO COEFICIENTE DE REAÇÃO VERTICAL ............... 43
5.8.1. Módulo de Reação Vertical ..................................................................................... 44
5.8.2. Módulo de Reação Vertical – Ensaio de Placa ...................................................... 46
5.8.3. Módulo de Reação Vertical - Correlações ............................................................. 47
5.9. Considerações Gerais sobre Elementos Finitos ..................................................... 49
5.10. Modelagem numérica .............................................................................................. 50
5.10.1. Modelo Linear e Elástico ......................................................................................... 51
5.10.2. Modelo não linear e elástico – Hiperbólico ............................................................ 51
5.10.3. Modelo Elastoplástico .............................................................................................. 52
5.10.4. Modelo elástico - perfeitamente plástico (Mohr- Coulomb) ................................ 54
5.10.5. Modelo ElastoPlastico de Lade-Kim ...................................................................... 56
6. MATÉRIAIS E MÉTODOS ............................................................................................. 58
6.1. Dados Disponíveis .................................................................................................... 58
6.1.1. Estudo de Implantação ............................................................................................ 60
6.1.2. Aerogeradores e Carregamentos ............................................................................ 60
6.1.3. Especificações – Fundação Direta em Sapata ....................................................... 64
6.1.4. Os Métodos de Dimensionamento .......................................................................... 64
7. FORMA DE ANÁLISE DOS RESULTADOS ................................................................ 69
7.1. Verificação da Estabilidade Global ........................................................................ 70
7.1.1. Tombamento ............................................................................................................. 70
7.1.2. Escorregamento ....................................................................................................... 72
7.1.3. Tensão na Base ......................................................................................................... 74
7.1.4. Resumo dos Fatores de Segurança ......................................................................... 74
7.1.5. Estimativa dos Recalques ........................................................................................ 75
7.2. Análise da Sapata – MEF ........................................................................................ 79
7.2.1. Discretização da Sapata........................................................................................... 79
7.2.2. Combinações dos carregamentos ........................................................................... 81
7.2.3. Resultados ELS e ELU – PARÂMETROS DE PROJETO ................................. 82
8. ENSAIO DE PLACA ........................................................................................................ 87
9. ENSAIO ARRANCAMENTO DOS CHUMBADORES ................................................. 88
10. PROCESSAMENTOS COM REFINAMENTO PARÂMETROS .............................. 90
11. SINTESE DAS ANÁLISES ......................................................................................... 96
12. CONCLUSÃO .............................................................................................................. 99
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 100
ANEXO A – SONDAGENS REPRESENTATIVAS DO TERRENO .................................. 106
14
1. INTRODUÇÃO
2. JUSTIFICATIVA
3. OBJETIVOS
3.1. Geral
O objetivo deste trabalho é o estudo da interação solo-estrutura aplicado à uma torre eólica,
com base em um estudo de caso, assim como avaliar os efeitos que esta interação causa nos
elementos que compõem a fundação, de forma a garantir a eficácia, vida útil dos
aerogeradores e um modelo mais verossímil e coerente com a realidade.
3.2. Específicos
4. ESCOPO DO ESTUDO
5. REVISÃO DE LITERATURA
A energia eólica pode ser definida como a energia cinética contida nas massas de
ar em movimento, sendo considerada renovável e limpa devida sua matéria prima. Seu
aproveitamento ocorre por meio da conversão de energia cinética de translação em energia
cinética de rotação, através da utilização de turbinas eólicas, denominadas aerogeradores. A
quantidade de energia transferida é diretamente proporcional a densidade do ar, da área coberta
pela rotação das pás (hélices) e da velocidade do vento.
Após a crise internacional do petróleo, em 1970, século XX, as grandes potencias
começaram a desenvolver tecnologias ligadas à geração de energia eólica, tendo como principal
objetivo a diversificação da matriz energética e a diminuição da dependência dos combustíveis
fósseis, podendo-se destacar os EUA e alguns países da Europa.
Segundo o GWEC (2016), foi atingido o recorde de crescimento em geração de
energia eólica no ano de 2016, chegando à marca de 54,6 GW pela primeira vez, conforme
apresentado na Figura 01. A China (34,7%) e o EUA (16,9%) são responsáveis pelo maior
potencial acumulado conforme apresentado na Figura 02.
20
Além de ser uma fonte renovável, competitiva e limpa, a energia eólica se apresenta
como fonte complementar à fonte hidrelétrica, na medida em que os melhores ventos ocorrem
nos períodos de menor regime de chuvas. A geração eólica auxilia na recomposição dos níveis
dos reservatórios, ou seja, possibilita a formação de acúmulo de água para geração futura e
diversifica a matriz energética brasileira, atualmente grande dependente do setor hidrelétrico.
5.3. Aerogeradores
grande porte, devido ao risco de colisão das pás com a torre, em altas velocidades de vento,
conforme apresentado na Figura 7. Nas turbinas upwind, o rotor eólico é montado antes da torre,
ou seja, o vento incide primeiramente sobre o rotor, e, portanto, é necessário controle ativo para
orientação do rotor em relação ao vento. Estas turbinas são as mais utilizadas, principalmente
em sistemas de grande porte.
As turbinas de eixo vertical, teoricamente também podem conter inúmeras pás, mas
não apresenta um bom aproveitamento energético, se comparada às turbinas de eixo horizontal,
o que explica seu pouco uso.
Por sua vez, a turbina de sustentação do tipo Darrieus tem uma boa eficiência, mas
produz grande oscilação de torque e estresse cíclico na torre, o que contribui para a baixa
confiabilidade, conforme apresentado na Figura 8.
oscilam em magnitude e direção. Essas cargas variáveis podem provocar momento fletor, tração
e torção, tanto no mastro, quanto na fundação, conforme apresentado na Figura 10. Desse modo,
a composição de cargas deve considerar, esses fatores. Outras cargas de menor intensidade, que
atuam em um curto período de tempo, são devidas à própria execução e montagem da torre, ou
por conta da manutenção.
Outro conceito que será abordado para o estudo de fundações de torres eólicas,
considerando o efeito da Interação Solo-Estrutura, é o efeito de fadiga. Entende-se por fadiga o
efeito que conduz à ruptura ou a falha gradual de um material, causando diminuição de sua
resistência, devido à repetição de variações de esforços aplicados ao mesmo.
Segundo a NBR6118 (2014), a fadiga é um fenômeno associado a ações dinâmicas
repetidas, caracterizando um processo de modificações progressivas e permanentes na estrutura
interna de um material submetido à oscilação de tensões decorrentes dessas ações. As cargas
médias de fadiga fornecidas são representativas da carga cíclica da turbina eólica (tipicamente
20 anos).
Já em relação aos sistemas estruturais de fundações sob forte ação dinâmica,
GAZETAS (2006) aborda que estas estruturas envolvem amplitudes de deslocamentos muito
pequenas, sendo que as deformações dinâmicas do solo podem ser admitidas quase que elásticas,
sem deformações permanentes e não linearidades desprezíveis.
Por fim, é importante ressaltar que todas as combinações de carregamentos
fornecidos pela GE Power and Water estão apresentadas no item materiais e métodos.
fase de construção e estendendo-se até que seja obtido um estado de equilíbrio: com tensões e
deformações estabilizadas, tanto na estrutura como no maciço de solos (COLARES, 2006).
No passado, é correto afirmar que a consideração da interação solo-estrutura no
processo de dimensionamento, devido à complexidade dos cálculos, era considerada totalmente
inviável. Através do desenvolvimento de novos softwares e avanços tecnológicos, já seria
possível a adoção de critérios que considerassem a interação solo-estrutura, embora a grande
maioria dos engenheiros ainda opte por hipóteses que consideram o solo rígido (SOUZA; REIS,
2008).
Para a elaboração de um projeto de fundações, um Engenheiro Geotécnico
geralmente não considera mudanças de configuração que possam ocorrer na superestrutura
devido à integração da subestrutura com o maciço de solos. Essas mudanças podem resultar em
um estado de tensões não previsto no sistema formado pela subestrutura (fundações e maciço).
O mesmo acontece com o Engenheiro Estrutural, que por ter como principal foco a
superestrutura, dificilmente leva em conta os efeitos que ocorrem no solo devido à absorção de
ações e possíveis modificações na superestrutura, classificadas como não desprezíveis. Porém,
dependendo do nível de deformação do solo e rigidez da estrutura, a interação solo-estrutura
por sua vez, pode modificar de forma acentuada o desempenho da edificação (GUSMÃO,
1990).
O mecanismo de interação solo-estrutura está também associado a uma série de
fatores e/ou variáveis como tipos de carregamentos atuantes, processo construtivo, forma em
planta da edificação, rigidez relativa estrutura-solo, entre outros.
Há vários modelos para considerar a ISE nos projetos estruturais, porém em virtude
da simplicidade, o mais utilizado atualmente nos escritórios de projeto são os que separam o
sistema estrutural do maciço de solo, podendo haver a discretização ou não da estrutura de
fundação.
Há várias décadas, profissionais das áreas de engenharia e geotecnia vêm estudando
formas de aplicação e efeitos devido à consideração do solo como uma estrutura deformável.
De uma forma geral, verifica-se que a interação solo-estrutura é atualmente
estudada segundo metodologias que abordam:
I. Âmbito Internacional
As idéias apresentadas a seguir se concentram em análises de rigidez relativa,
fazendo o uso de processos interativos de cálculo, análises matriciais, verificações de recalques
absolutos e diferenciais ao longo do processo executivo, incluindo a verificação em vários tipos
de fundações com vista a avaliar o comportamento e o desempenho conjunto da edificação e
do solo.
Em 1867, Winkler propôs um modelo admitindo que as cargas aplicadas na
superfície do solo geram deslocamentos somente no ponto de aplicação da mesma, não sendo
considerada a continuidade do meio. Assim, foi sugerido que o maciço de solo fosse substituído
por um sistema de molas com rigidez equivalente e que atuassem de forma independente. Este
é um método simples de se considerar a interação solo-estrutura, denominado como modelo de
Winkler.
Muitos trabalhos utilizam a técnica de Winkler para representação da flexibilidade
do solo por se tratar de uma análise fácil de ser implantada. Geralmente são utilizadas
correlações empíricas e/ou tabeladas na determinação dos coeficientes de mola, conforme
apresentado na figura 11. Porém o modelo não contempla a continuidade do solo, restringindo
a análise a certos tipos de solo (solos não resistentes) e não permitindo o estudo de grupo de
estacas ou interação entre prédios vizinhos.
resulta em deslocamentos horizontais resistidos pelas vigas e até mesmo pelas fundações
superficiais.
Lee & Harrison (1970) trabalharam com soluções baseadas na hipótese de Winkler
e técnicas analíticas. Foram estudadas estruturas assentes em fundações superficiais (radier e
vigas).
Lee & Brown (1972) apresentaram um método para análise de estruturas apoiadas
sob fundações do tipo radier. Neste método foi considerado os efeitos da superestrutura, infra-
estrutura e solo na determinação das cargas e recalques dos apoios. Foram comparados os
resultados de dois modelos, o de Winkler e elástico-linear, no qual considera-se a rigidez entre
solo e fundação. Através da análise bidimensional da estrutura com fundação em radier,
concluíram que os valores do momento fletor máximo atuantes na fundação foram muito
parecidos para ambos os métodos aplicados, sendo que este valor se distancia quando se
aumenta o número de vãos da estrutura em análise.
Poulos (1975a e 1975b) propôs uma metodologia de análise matricial de estruturas
para estimativas de recalques de fundação, considerando a interação solo-estrutura. O estudo
de caso apresentado para um pórtico plano descreve os efeitos da rigidez relativa. Através dos
valores obtidos, foi concluído que em geral quanto maior a rigidez da estrutura os recalques
diferenciais tendem a reduzir, resultando em projetos mais econômicos.
Wood & Larnach (1975) desenvolveram um método de acesso ao comportamento
estrutura e solo, partindo do principio que o solo oferece restrição somente ao deslocamento
vertical. Os autores validaram seu método com exemplos de um pórtico com fundações tipo
sapatas isoladas e radier, modeladas com a utilização do Método dos Elementos Finitos. O solo
é tratado como um meio contínuo elástico e modelado através das formulações de Boussinesq.
Fraser e Wardle (1976) utilizaram o MEF para estudo de fundações diretas do tipo
radiers retangulares com rigidez qualquer e uniformemente carregado. Foram verificados os
esforços nos radiers em vários pontos pertinentes: vértices, centro e pontos médios entre os
vértices, procurando analisar a distribuição dos esforços.
Brown (1977) utiliza um modelo visco-elástico linear para o solo e para a
superestrutura um modelo elástico linear e concluiu que quanto mais rígida for à superestrutura
em relação ao solo, os recalques diferenciais originados são menores e a influência do tempo
diminui à medida que a relação entre a rigidez da superestrutura e do solo aumenta.
Goshy (1978) analisa que a rigidez da estrutura aumenta gradualmente com o
processo de construção e carregamento. Desta forma, para os primeiros incrementos de carga,
a estrutura se comporta como uma viga flexível em um meio elástico e sua rigidez é crescente
36
de acordo com o processo construtivo. A sequência construtiva tem influência nos pavimentos
inferiores e as distorções angulares tendem ao decréscimo à medida que há um aumento gradual
da superestrutura.
Hain e Lee (1978) estudaram dois pórticos espaciais com 3 e 5 vãos assentes em
um radier para verificar os efeitos da ISE. As análises apresentadas foram realizadas em termos
de rigidez relativa superestrutura-solo e de rigidez relativa radier-solo. Observa-se no artigo
que os recalques diferenciais e os momentos fletores nas fundações diminuem gradativamente
com o aumento das rigidezes relativas.
Kobayashi (1983) aborda um estudo híbrido (numérico-experimental) de técnica de
análise de tensões tendo como condições de contorno resultados experimentais em modelagens
numéricas de problemas de engenharia.
Eisenberger e Yankelevsky (1985) apresentaram uma formulação para montar a
matriz de rigidez exata de uma viga sobre base elástica (Winkler) com base na equação
diferencial da linha elástica que representa a deformada da viga.
Yankelevsky e Eisenberger (1986) aplicaram carregamentos axiais e verticais em
um elemento estrutural de viga-coluna apoiada sobre base elástica sendo a matriz de rigidez
exata obtida a partir da solução analítica deste elemento.
Brown e Yu (1986) pesquisaram os efeitos da aplicação progressiva do
carregamento em estruturas planas e tridimensionais submetidas à ISE. A conclusão final
relacionada aos efeitos da interação tais como a redistribuição das cargas nos pilares e dos
recalques, é que a rigidez de um edifício carregado progressivamente pode ser estimada como
sendo a metade da rigidez da edificação completa.
Allan, Rao e Subramanya (1987) verificaram o efeito da perda de capacidade
suporte, devido ao carregamento do solo, considerando uma viga de fundação. Observou-se que
aumento do momento fletor e da força axial na superestrutura depende não só da perda de
suporte, mas também das rigidezes relativas entre superestrutura e estrutura.
Sayegh & Tso (1988) abordaram a análise de superestruturas, com comportamento
linear, apoiadas em sistemas estaca-solo.
Pandey, Kumar & Sharma (1994) apresentaram uma metodologia iterativa para
análise de edifícios altos com fundações em sapatas submetidos à interação solo-estrutura.
Aydogan (1995) desenvolveu uma matriz de rigidez para um elemento de viga
sobre base elástica, considerando a teoria dos pequenos deslocamentos e o modelo elástico-
linear para o comportamento do material.
37
horizontais e momentos nos pilares e vigas da superestrutura. As reações nos pilares estão
diretamente ligadas à rigidez da superestrutura.
Gusmão Filho et all (1999) ressalta a importância de se levar em conta a
redistribuição entre as cargas da edificação devido aos recalques diferenciais e totais, e quão
influenciáveis são estes remanejos para a segurança da estrutura, sendo possível demonstrar
que a redistribuição de esforços acontece nos pilares como também nas vigas, sendo possível
em alguns casos verificar a inversão de momentos.
Reis e Aoki (2000) enfatizou o efeito de grupo entre fundações superficiais e
também a influência da rigidez da estrutura, a serem considerados na ISE. Suas análises foram
realizadas em maciços de solos constituídos por argila mole, sendo utilizado o modelo reológico
de Kelvin. Através de análises paramétricas foi verificada a influência da rigidez da estrutura
no cálculo dos recalques diferenciais. A consideração das etapas do processo construtivo se
mostrou mais importante quando levamos em conta previsões em curto prazo, já que em longo
prazo é valida à consideração do carregamento instantâneo. Foram notáveis os efeitos de
uniformização dos recalques e transferência de cargas entre os elementos estruturais, porém
devido à consideração de edificações vizinhas, o desempenho da edificação foi comandado pelo
efeito de grupo, sendo necessária a consideração de toda a área carregada.
Ferro e Chueiri (2000) propuseram um novo modelo para análise de ISE baseado
no acoplamento do MEC e MEF. Essa modulação foi aplicada para o cálculo dos deslocamentos
e forças de interação na interface solo-estaca de uma estaca vertical e outra inclinada submetida
a carregamentos vertical e horizontal. São utilizadas como fundação estacas (elementos de
barra) isoladas ou em grupo e o solo (solução fundamental de Mindlin), sendo feita a
combinação dos sistemas de equações via compatibilidade de deslocamento e equilíbrio de
forças na interface estaca/solo.
Spinelli e Schnaid (2000) estudaram os fatores que influenciam na interação solo-
estrutura de fundação (superficial) assente em um solo artificialmente cimentado (reforçado).
O modelo de fundação foi apoiado numa placa cimentada sobre uma camada semi-infinita de
areia, no interior de uma câmara de calibração. Os autores concluíram que a capacidade de
carga e os recalques observados estão diretamente ligados a fatores como a densidade da
camada arenosa, da espessura, do grau de cimentação da camada de solo-cimento e em menor
grau da energia de compactação empregada.
Antunes e Iwamoto (2000) desenvolveram um programa computacional em
linguagem Fortran que leva em consideração processos interativos, onde a continuidade do solo
42
Esta simplificação tem como base a Hipótese de Winkler, e não considera a presença
das molas adjacentes, logo, a tendência é que os erros sejam maiores no caso de solos pouco
resistentes.
Onde:
σ(x, y) é a tensão de contato média na base da fundação;
ρ(x, y) é o deslocamento vertical (recalque);
kv é o módulo ou coeficiente de reação vertical.
Medianamente
Areias Fofas Compacta
Compacta
Faixa de Valores 6.000 a 19.000 19.000 a 96.000 96.000 a 320.000
Areia acima N.A 13.000 42.000 160.000
Areia Submersa 8.000 26.000 96.000
Por sua vez, Moraes (1976) propôs uma tabela semelhante, porém mais abrangente,
para que mesmo na falta de ensaios apropriados seja possível à adoção de valores para o módulo
de reação vertical, ainda que de forma aproximada. Os valores encontrados se encontram na
tabela 02 a seguir:
É importante ressaltar que esta não é a forma mais adequada para adoção do
coeficiente de reação vertical, porém norteia a escolha do mesmo, permitindo assim a
consideração da deformabilidade do solo.
Segundo Velloso e Lopes (2004), o módulo de reação vertical definido com ensaios
de placa necessita ser corrigido em função da dimensão e da forma da fundação real, conforme
ilustra a equação para solos arenosos a seguir.
2
𝐵𝑓𝑢𝑛𝑑𝑎çã𝑜 +𝐵𝑝𝑙𝑎𝑐𝑎
𝐾𝑣 𝑓𝑢𝑛𝑑𝑎çã𝑜 = (𝐾𝑣 𝑝𝑙𝑎𝑐𝑎 ). ( ) (4)
2.𝐵𝑓𝑢𝑛𝑑𝑎çã𝑜
Essa correção é necessária uma vez que o módulo de reação vertical não é uma
propriedade do maciço de solos, e sim da rigidez relativa entre a estrutura e o solo. Porém se o
ensaio de placa for executado lentamente, ou seja, até que cessem totalmente os recalques sob
cada estágio de pressão, o módulo de deformabilidade, dito drenado, abrangerá tanto
deformações cisalhantes quanto volumétricas, podendo-se a partir deste valor estimar o recalque
total (excluído a parcela de recalque secular).
gnaisse, basalto e arenito, adotando-se como recalque relativo 33,33 mm/m e sobre este valor,
um fator de segurança de 3 para a determinação da capacidade de carga admissível, conforme
preconizado pela NBR6122/2010. O Módulo de Elasticidade é calculado a partir da tensão
admissível medida.
Apresenta-se a seguir as equações referentes ao Módulo de Elasticidade e seus
limites inferior e superior de probabilidade de ocorrência dos valores de E.
sistema de equações para cada elemento, sendo possível montar um sistema válido para toda a
estrutura. Após a definição das condições de contorno do problema, é possível resolver o
sistema de equações anteriormente determinado, obtendo-se os deslocamentos em pontos
definidos da estrutura em estudo.
Atualmente o MEF é uma das ferramentas mais rápidas e eficientes para a análise
de problemas de domínio finito e de geometria qualquer não simétrica. Neste trabalho, o MEF
é aplicado utilizando método dos deslocamentos aproximando o campo de deslocamentos de
cada elemento finito por funções ponderadas. Estas funções estão relacionadas aos parâmetros
e condições de contorno de cada nó do elemento em estudo.
Proposto por Duncan e Chang (1970), este modelo tem sido bastante utilizado
devido sua simplicidade e fácil obtenção dos parâmetros. Tal modelo considera como
características do comportamento do solo: não-linearidade, influencia da tensão de
52
1
1 − 3 = (11)
1 1
+ . 1
E i ( 1 − 3 ) ult
n
escoamento coincide com o critério de ruptura. Para este modelo, supõe-se que o material
possua comportamento elástico até que a ruptura seja atingida e a partir desse ponto só ocorram
deformações plásticas. Porém essa análise é muito simplória e não é recomendada para análise
de tensões, pois pode haver o superdimensionamento com tensões resultantes muito maiores do
real e/ou resultar em análises com tensões muito menores, subdimensionando o sistema em
estudo.
Para definição do limite elástico, sob estados de tensão multiaxiais, é necessário
definir uma expressão matemática em termos de tensões, também denominada como critério de
escoamento. Ela é definida como uma função escalar F do tipo:
Em que sij são as tensões principais e ni são os cossenos diretores que definem as
tensões principais.
A equação 13 pode ser simplificada se forem adotadas certas considerações em
relação ao material. Caso o material seja isotrópico, o critério de escoamento pode ser expresso
apenas em função das tensões principais:
d = d.Q
P
(17)
F(s’,wp)≤0 (18a)
dλ ≥0 (18b)
F. dλ=0 (18c)
A Equação 18a garante que que as trajetórias de tensão fiquem dentro ou sobre a
superfície de plastificação. A Equação 18b garante a positividade da magnitude da variação
infinitesimal das deformações plásticas e a Equação 18c é a restrição de complementaridade:
se F(s’,wp) < 0, então dλ=0, caracterizando um comportamento elástico. Se dλ > 0, ocorre
J I
F = J 2 .sen + − 2 . cos + .sen( ) − 1 .sen( ) − c.cos( ) (20)
3 3 3 3
Tal que:
1
J 2 = . ( 1 − 2 ) 2 + ( 1 − 3 ) 2 + ( 2 − 3 ) 2
6
(21)
1 3 3 J
= arccos. . 3 3/ 2 (22)
3 2 J2
I
id = i − 1 , i = 1,2,3..... (24)
3
56
I 2 2 J
E = M . pa.. 1 + R. 22 (25)
pa pa
1+ v
R = 6. (26)
1 − 2v
I1 = 1 + 2 + 3 (27)
1
J 2 = . ( 1 − 2 ) 2 + ( 3 − 1 ) 2 + ( 2 − 3 ) 2
6
(28)
6. MATÉRIAIS E MÉTODOS
Paranatam
a
Com base nos mapas geológicos disponíveis, a região da Serra das Vacas está
inserida na formação Garanhuns, ou seja, depósitos colúvio-eluviais compostos por
paragnaisses granadíferos e quartzitos (Qt) cinza-claro na base, e arcóseos localmente
cauliníticos, contendo intercalações de calcissilicáticas e lentes de metamáficas (m), e ainda,
raras lentes de mármore (NQc), conforme mostrado na Figura 14. Também é possível encontrar
a presença de metatexitos e diatexitos, mesossoma constituído por biotitagranada gnaisses,
leucossoma de composição granodiorítica a tonalítica, a duas micas, granulação de média a
grossa (NP2g1cae).
Figura 14 - Carta Geológica do Brasil. O local da obra está indicado pelo círculo vermelho.
Fonte: CPRM 2004 – Carta SC24-X-B-Garanhuns.
diferenciadas para turbinas eólicas como duas situações: Tempo Padrão (SW- Standard
Weather) e Clima Frio Extremo (CWE – Cold Weather Extreme).
De acordo com especificações deste manual, para turbinas SW, sujeita ao tempo
padrão, basta considerar as forças SW extremas e cargas de fadiga, enquanto turbinas CWE,
sujeita ao tempo em condições extremas, devem ser consideradas tanto as forças SW e os casos
CWE de carga extrema e fadiga. Existem, ao todo, quatro tipos de carregamentos quando
levamos em consideração o dimensionamento das fundações em sapatas, conforme
especificado abaixo:
✓ Cargas Extremas
As cargas extremas no manual de especificações são fornecidas com, e sem fatores
de carga parcial. O projetista de fundação é o responsável pela seleção dos fatores de carga
parciais mais apropriados conforme o padrão de projeto para o local de implantação.
✓ Cargas de Fadiga
O manual de especificações dos aerogeradores em estudo inclui os dados de
carregamento de fadiga (operacionais cíclicas) para longos “ciclos de vida” das turbinas eólicas.
Usualmente estas turbinas são projetadas com uma vida útil de aproximadamente 20 anos.
✓ Cargas de Fadiga na Argamassa
A argamassa existente entre a base do Aerogerador e o bloco de fundação deve ser
projetada para suportar a transferência de cargas de fadiga ao longo de toda a vida útil do
projeto.
✓ Carregamentos devido à inclinação da torre do Aerogerador
O manual de especificações dos Aerogeradores (fornecido pela GE Power and
Water) especifica um momento fletor adicional que o projetista de fundações deve considerar
na superfície superior da fundação sendo que este momento é causado por eventual inclinação
resultante da instalação em superfície irregular.
A fundação de uma torre Aerogeradora deve ser projetada de acordo com as normas
de cada país, porém é imprescindível que seja obtida orientação com relação às quais
carregamentos devem ser considerados. Os fatores de segurança são os comumente adotados
em norma (NBR 6122/2010). As tabelas apresentadas (tabelas cinco a treze) a seguir mostram
os carregamentos (com e sem fatores de segurança parciais g conforme exigido por
Tabela 13 –Fadiga
Fx Fy Fz Mx My Mz
CARREGAMENTOS
kN kN kN kN.m kN.m kN.m
CASE I SW 2344 3,04 253,7 54,4 18470 1332
CASE I CWE 2344 3,04 253,7 54,4 18470 1332
CASE II 2269 2 272,9 63,9 20158,8 1323,5
CASE III 2346 2,8 274,3 49,3 20090 1393
N+P
A = .r ² = (29)
adm
Em que:
A = área da sapata;
r = raio da base da sapata;
N = carga de serviço;
P = peso próprio;
σadm = tensão admissível do solo.
Qualquer que seja o tipo de sapata, para o cálculo estrutural pode-se supor, a favor
da segurança, uma tensão uniforme do terreno, independente do peso próprio da sapata.
Portanto, como ação no terreno sob a sapata, considera-se a tensão uniforme, como visto na
equação 28 (MONTOYA et al., 2007).
Quando o subsolo apresenta-se a pequenas profundidades um solo de alta
resistência ou alteração de rocha em sua formação, optaria-se por uma sapata sobre este solo,
com tensão admissível de 350 kPa. Há vários métodos tradicionais de cálculo para definição da
tensão admissível do solo, dos quais pode-se destacar Terzagui, Skempton, Meyerholf e etc. É
muito comum a utilização de métodos empíricos de cálculo da tensão admissível do solo,
conforme apresentado por Alonso (2010), onde a tensão admissível máxima do solo suportada
é calculada pela equação 29:
N spt (30)
adm .103 (kN / m 2 )
50
𝐵−𝑏
ℎ≤ (Sapata flexível) (31)
3
67
𝐵−𝑏
ℎ≥ (Sapata rígida) (32)
3
A tensão na interface da sapata, pelo método rígido, pode ser calculada de duas
formas: carga centrada e carga excêntrica.
Para o caso em que a excentricidade e ≤ R/4, tem-se:
𝑄 𝑒
𝜎𝑎 = 𝐴 [1 ± 4. 𝑅] (33)
𝑄
𝜎𝑎 = 𝑘. 𝐴 (34)
a) Tombamento
𝑀𝑒𝑠𝑡
𝐹𝑆 = 𝑀 ≥ 1,50 (35)
𝑑𝑒𝑠𝑒𝑠𝑡
b) Deslizamento
𝐹
𝐹𝑆 = 𝐹 𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡 ≥ 1,50 (36)
𝑑𝑒𝑠𝑒𝑠𝑡
7.1.1. Tombamento
✓ Volume de Concreto:
5,55.1,0 𝜋. 5,302 𝜋. 16,402
𝑉𝑐 = . (2. 𝜋. 4,50) + . 1,30 + . 1,00 = 318,40𝑚3
2 4 4
11479,6.8,20
𝐹𝑆𝑡𝑜𝑚𝑏 = = 1,77 ≥ 1,50
51630,3 + 658,0.2,30
11707,1.8,20
𝐹𝑆𝑡𝑜𝑚𝑏 = = 1,64 ≥ 1,50
56793,3 + 723,8.2,30
11455,2.8,20
𝐹𝑆𝑡𝑜𝑚𝑏 = = 2,14 ≥ 1,50 ∴ 𝑂𝐾!
42493,2 + 628,6.2,30
72
𝐹𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠
𝐹𝑆𝑡𝑜𝑚𝑏 = ≥ 1,50
𝐹𝑎𝑡𝑢𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠
1229,72.8,20
𝐹𝑆𝑡𝑜𝑚𝑏 = = 1,86 ≥ 1,50
5274,55 + 627,6.2,30
7.1.2. Escorregamento
∑ 𝐹resistentes
FS = ∑ 𝐹atuantes
≥ 1,50
2 2
𝐹resistente = N.tg (3 . 𝜙′) + 3 .c'.A + 𝐸𝑝 (II)
𝑁 = 11707,1kN
𝐻 = 723,8kN
𝑀 = 56793,3 kNm
(85,32). 2,0
𝐸𝑝 = = 85,32𝑘𝑁/𝑚
2,0
De acordo com a norma NBR 6122-2010, para equilibrar a força horizontal que
atua sobre uma fundação em sapata, pode ser considerada a ação do empuxo passivo, reduzido
por um coeficiente de segurança 2,0:
1399,25
𝐸𝑝𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = = 699,62𝑘𝑁
2,0
2 2
𝐹𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑛𝑡𝑒 = 𝑁. 𝑡𝑔 (3 . 𝜙′) + 3 . 𝑐′. 𝐴 + 𝐸𝑝 (40)
2 2
𝐹𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑛𝑡𝑒 = 11707,1. 𝑡𝑔 ( . 24°) + . 0,0.211,24 + 669,20
3 3
𝐹𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑛𝑡𝑒 = 4026,16𝑘𝑁
74
𝐹𝑎𝑡𝑢𝑎𝑛𝑡𝑒 = 723,80𝑘𝑁
∑ 𝐹𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠
𝐹𝑆 = ∑ 𝐹𝑎𝑡𝑢𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠
≥ 1,50 (41)
4026,16
𝐹𝑆 = = 5,56 ≥ 1,5 ∴ 𝑜𝑘!
723,8
Todas as tensões obtidas, de acordo com a Tabela 15, foram inferiores ao valor
máximo estipulado de 350 kPa, desta forma os resultados são satisfatórios para o solo
submetido aos esforços das torres eólicas, de acordo com cada estado de carregamento.
𝑆. 𝑃. 𝐹𝑟
𝑑= (42)
0,87 𝐷𝑟
𝑆𝑃𝑇𝑚é𝑑𝑖𝑜 . (1 + 0,4. 𝐵 )
Com:
d – Recalque Vertical (cm);
S – Coeficiente de Recalque (m3/kgf) – Valor adotado = 22,0 cm3/kg;
76
Onde:
ρ – recalque imediato;
q – intensidade da tensão de contato aplicada;
B – dimensão caracteristica ou menor lado da fundação (16,40 m);
µ - Coeficiente de Poisson do material (utilizado o valor de 0,35);
E – Módulo de deformabilidade do solo (utilizado o valor de 40.000 kN/m2);
Ip – Fator de influência para o recalque (utilizado o valor de 0,85).
Onde:
ρ' – recalque imediato da fundação com embutimento h;
ρ – recalque imediato da fundação apoiada na superfície do terreno;
α – fator de correção proposto por Fox.
O software utilizado para modelagem numérica pelo MEF foi o Strap 2013. A
seguir apresentam-se as modelagens da sapata de projeto com base em cada um dos esforços
atuantes e suas respectivas combinações.
Para o estado limite último (ELU) obteve-se um valor de tensão máxima de 262
kPa, sendo este valor inferior ao mínimo adotado de 350 kPa (tensão máxima de projeto quando
aplicada a solução em sapata).
A grandeza analisada neste item é a tração nos tirantes que estão associados a
sapata, levando-se em consideração a deformabilidade do solo, da estrutura e dos chumbadores.
Totalizando 12 chumbadores por sapata, eles são executados conforme dois critérios descritos
no item 6.1.3.
Para o Estado Limite de Serviço (ELS) o processamento através do MEF, tendo em
vista a força nos chumbadores, encontra-se na Figura 28.
86
A força de tração máxima obtida para este processamento foi de 187 kPa,
evidenciando uma valor muito menor do que 390 kPa, adotado como força de tração de trabalho
dos chumbadores.
Para o Estado Limite de Utilização – ELU o processamento através do MEF, tendo
em vista a força de tração nos chumbadores, encontra-se na Figura 29.
A força de tração máxima obtida para este processamento foi de 474 kPa
aproximadamente, evidenciando uma valor muito menor do que 683 kPa, adotado como força
de tração de máxima suportadas pelos chumbadores.
8. ENSAIO DE PLACA
SV1-14-PCT-CHU-
14,82 46090 8,07 48330
2015-03-19
SV2-05-PCT-CHU-
11,94 57200 6,86 56850
2015-03-30
SV2-07-PCT-CHU-
10,45 65360 6,68 58380
2015-03-02
SV2-09-PCT-CHU-
13,19 51780 7,42 52560
2015-03-26
SV2-10-PCT-CHU-
11,99 56960 6,64 58730
2015-03-25
BASE /MÉDIA 55480 kN/m 54970 kN/m
➢ DEFORMAÇÃO NA BASE
A grandeza analisada neste item é a deformação na base da fundação, levando-se
em consideração: a deformabilidade do solo, da estrutura e dos chumbadores, porém com os
refinamento dos parâmetros apresentados nas tabelas 23 e 25.
A combinação crítica permaceu a mesma, combinação 10, cujo processamento
encontra-se na figura 31.
➢ TENSÃO NO SOLO
A grandeza analisada neste item é a tensão do solo, levando-se em consideração a
deformabilidade do solo, da estrutura e dos chumbadores, porém com os refinamentos
apresentados nas tabelas 23 e 25.
Para o Estado Limite de Serviço – ELS o processamento através do MEF, tendo em
vista a tensão do solo, encontra-se na Figura 32.
A tensão máxima obtida para este processamento foi de 260 kPa aproximadamente,
evidenciando uma valor muito menor do que 350 kPa, adotado como tensão admissível do solo.
A força de tração máxima obtida para este processamento foi de 501 kPa
aproximadamente, evidenciando uma valor muito menor do que 683 kPa, adotado como força
de tração de máxima suportada pelos chumbadores, porém maior do que o valor de 474 kN
obtido no primeiro processamento, já que o coeficiente de deformabilidade do chumbador
diminuiu conforme falado anteriormente.
Verificou-se também, a fundação sem a presença de chumbadores, a fim de
demonstrar qual sua importância estrutural quando se avalia a tensão máxima aplicada ao solo
e também a deformação máxima da fundação.
➢ DEFORMAÇÃO NA BASE
A grandeza analisada neste item é a deformação na base da fundação, levando-se
em consideração a deformabilidade do solo, considerando-se o refinamento de parâmetros.
A combinação crítica é a ELS1-B, combinação 6, cujo processamento para
deformações na base encontra-se na figura 36.
8,7mm (mínimo previsto pelo método semi-empírico). Porém, se comparado aos resultados de
deformação com chumbadores sem o refinamento dos parâmetros (4,48 mm) e após o
refinamento dos parâmetros (5,53 mm), o resultado apresentado na figura 36 é maior
evidenciando que há influência na taxa de deformação do solo quando considerados os
chumbadores no sistema estrutural.
➢ TENSÃO NO SOLO
A grandeza analisada neste item é a tensão do solo, levando-se em consideração a
deformabilidade do solo, considerando-se o refinamento dos parâmetros.
Para o Estado Limite de Serviço – ELS, o processamento através do MEF, tendo
em vista a tensão do solo, encontra-se na Figura 37.
A tensão máxima obtida para este processamento foi de 212 kPa, aproximadamente,
evidenciando uma valor muito menor do que 350 kPa, adotado como tensão admissível do solo,
porém superior a ambas as tensões obtidas para o ELS sem o refinamento de parâmetros (175
kPa) e como refinamento de parâmetros (182 kPa).
Para o Estado Limite de Utilização – ELU, o processamento através do MEF, tendo
em vista a tensão do solo, encontra-se na Figura 38.
96
A tensão máxima obtida para este processamento foi de 562 kPa, aproximadamente,
evidenciando uma valor acima do que 350 kPa, adotado como tensão admissível do solo e
superior a ambas as tensões obtidas para o ELU sem o refinamento de parâmetros (262 kPa) e
como refinamento de parâmetros (259 kPa). Desta forma, para evitar o cisalhamento do solo, a
associação dos chumbadores as sapatas se torna necessária.
Por meio dos resultados obtidos dos diferentes métodos aplicados e diferentes
etapas de processamento, foram analisadas e comparadas as três grandezas: tensão na base,
deslocamento e força de tração nos chumbadores. A primeira a ser analizada será a tensão na
base, sendo que os resultados estão apresentados na tabela 28.
97
Foi adotada inicialmente uma tensão admissível de projeto de 350 kPa. Essa tensão
se deve por elas estarem apoiadas em um Nspt maiores do que 38 golpes, desta forma pelo
odelo prático, resultaria em uma tensão de 760 kPa, porém aplicando o fator de segurança de
2,0 tem-se uma tensão resultante de 380 kPa, muito próxima da tensão adotada de 350 kPa.
Com a aplicação do método rígido, foi obtida como tensão máxima o valor de 259
kPa, conforme apresentado na tabela 26, sendo este valor é inferior a máxima tensão de trabalho
adotada de 350 kPa. Logo para esta metodologia o projeto é satisfatório.
Através da aplicação do MEF e definição dos parâmetros iniciais de projeto, foram
realizados os primeiros processamentos com a utilização do software Strap2013. Foi obtida
uma tensão máxima de 175 kPa para o estado limite de serviço e 262 kPa para o estado limite
último, ambos valores inferiores a máxima tensão de trabalho adotada de 350 kPa. Assim, a
partir da etapa de consolidação e auditoria de projeto a execução das fundações e implantação
das torres eólicas foram aprovadas e iniciadas.
Por último, após a execução dos ensaios de placa e arrancamento dos chumbadores,
foi possível o refinamento dos dados iniciais do solo (Kv) e dos chumbadores (Kchumbador). A
partir de novos processamentos, obteve-se uma tensão máxima do solo de 182 kPa para o ELU,
muito próxima ao valor inicial de 175 kPa. Para o ELS, obteve-se a tensão admissível de 260kPa
muito próxima da tensão obtida no primeiro processamento de 262kPa, o que comprova que os
parâmetros geotécnicos iniciais foram satisfatórios e retratou a realidade do solo próxima a de
projeto.
Comparando-se a tensões obtidas para o ELU e ELS com a tensão inicial de projeto
350kPa, seria possível diminuir as dimensões da sapata tendo em vista que todos os resultados
apresentados na tabela 28 (262 kPa) são cerca de 25% menores do que a tensão admissível de
projeto (350 kPa), e levando em consideração a adoção dos chumbadores. Com a diminuição
da área de fundação da sapata preve-se que resultados mais próximo a tensão máxima de projeto
sejam obtidos.
98
Com base nos resultados obtidos na aplicação dos dois métodos semi-empíricos,
adotando-se o valor médio de Nspt de 38 golpes, para o Método de Shultz e Sherif obteve-se
um recalque de 13 mm aproximadamente. Através da teoria da elasticidade foi possível estimar
o valor do recalque, com base nas caracteristicas do solo e fundação, obtendo-se o valor de 11
mm aproximadamente. Através dos processamentos utilizando o MEF inicial (projeto) e final
(com refinamento de parâmetros), obte-se os valores de 5,53 e 4,48 mm respectivamente.
Pode-se dizer que há diferença considerável entre os valores encontrados pelos
métodos semi-empíricos (13,18 mm) e através do MEF (4,48 mm), divergindo em
aproximadamente 66% entre máximo e mínimo. Tal diferença pode ser justificada pela
consideração da deformabilidade do solo e dos chumbadores para o MEF, o que não acontece
no método rígido, e o valor de Nspt de 38 golpes não ser compatível com a resistência do solo
em campo, já que a maioria das primiças de projeto foram definidas com base nas campanhas
de sondagem para cada uma das bases eólicas.
A terceira grandeza analizada foi tração nos chumbadores, os resultados estão
apresentados na tabela 30.
para os chumbadores (comprimentos em solo e em rocha), foram verificados para cada uma das
bases, analisando-se as sondagens e quanto seria necessário de comprimento total.
Após a execução dos chumbadores e dos ensaios de arrancamento, pôde-se verificar
que o dimensionamento inicial foi satisfatório, pois comparando-se os valores da tabela 28, a
força máxima de tração nos chumbadores está próxima para as situações em ELU e ELS,
demonstrando que o coeficiente Kequivalente dos chumbadores foi adotado de forma adequada.
12. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
Neste anexo foram apresentadas algumas sondagens das respectivas torres eólicas
que foram exsecutadas com fundação em sapata.
107
108
109
110
111
112
113
114
115
116
117
118
119
120