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CENTROS URBANOS.
INFORME DE LEITURA
CARLOS AUGUSTO LOPES
Em seu livro Cidade de Deus, Cidade de Satanás, o autor nos mostra uma
forte teologia bíblica da cidade. Ele diz que na Bíblia, a cidade é um
retrato tanto da habitação de Deus e do seu povo como do poder de Satanás
e seus escravos.
O autor nos diz que as cidades no mundo inteiro estão enfrentando uma
explosão demográfica sem precedentes. Pela primeira vez, na história
documentada do nosso planeta sua população será mais urbana do que rural.
Para formular uma teologia bíblica para os centros urbanos Robert nos
mostra que a Bíblia é um livro urbano. Ele diz que os mundos de Moisés,
de Davi, de Daniel, de Jesus e de Paulo eram mundos urbanos. O autor
argumenta e nos faz mergulhar na urbanidade de Ur dos Caldeus, a cidade
de Abraão, a cidade de Nínive, a cidade de Éfeso e a cidade fantástica de
Roma capital do orgulhoso Império Romano e tantas outras cidades. Como “
Alexandria, Corinto, Babilônia, Persépolis, Atenas, Jerusalém etc.”. logo
percebemos que a Bíblia é um livro urbano todavia não enxergamos isso por
que vimos ela como um livro rural.
O autor diz que Jesus Cristo veio á cidade para morrer por seus sistemas
e por seu povo e Cristo convida a igreja a pensar assim e participar do
que ele fez. O autor também diz que a igreja de Cristo deve entender a
sua vocação urbana e proclamar o Cristo Bíblico para o mundo. Por isso a
igreja deve compreender qual é o seu papel na cidade esse entendimento
cristológico e da missão moldará tudo o que as igrejas serão, farão e
dirão na cidade.
O autor sugere que a igreja deve orar pela paz da cidade, pela saúde
econômica da cidade, pela política da cidade, pela segurança da cidade,
pelo povo da cidade etc. pois isso demonstra a preocupação integral da
igreja pela cidade. Ele salienta que a cidade deve ser um lugar de saúde
e a igreja tem papel fundamental nesse processo de cura e isso tem
contornos sociais e não somente espiritual no chamado quadrante eclesial.
O autor cita D.L. Moody que diz que um pregador urbano verdadeiramente
grande é o pastor que sobe ao púlpito cada domingo com a Bíblia em uma
mão e o jornal na outra. Essa frase significa que é necessário tanto a
percepção bíblica quanto a realidade urbana para que a proclamação na
cidade seja eficaz.
Ele também nos mostra várias passagens bíblicas para formular uma
teologia da cidade na pessoa de Jesus Cristo modelo maior da missão da
Igreja Primitiva e do apóstolo Paulo. O autor faz uma pergunta: Quais os
cristãos que devem ministrar na cidade? Ele responde dizendo que todos
têm a incumbência de abençoar a cidade com o evangelho de Cristo por que
a proclamação é absolutamente essencial para o trabalho da igreja na
cidade e todos os cristãos urbanos são chamados para ser evangelistas.
Por fim o Dr. Robert Linthicum nos diz que a chamada de Deus para você e
para mim, como cristãos na cidade e como parte da igreja é sermos fiéis;
fiéis a nos mesmos, fiéis aos irmãos, fiéis ao corpo de Cristo, fiéis aos
pobres, aos aflitos, aos perdidos de nossa cidade, e assim, fiéis ao bom
Deus. De fato a igreja evangélica deve entender que Deus tem nos chamado
para um contexto urbano emergente. Conforme vimos no livro de Robert
Linthicum a América Latina está experimentando um crescimento explosivo
nas cidades e esse crescimento desemboca numa decadência social e
pobreza.
O mal deve sem duvidar ser freado com oração, pregação, exposição do
evangelho etc. Mais ele não está somente intangível no sentido de batalha
espiritual, ele tem cheiro, cor, formatação que devem ser denunciado pela
igreja como a injustiça social, política, ecológica, econômica etc. A
igreja que vive na cidade não pode viver uma fé intimista e uma
espiritualidade voltada somente para o Céu mais ela deve desenvolver uma
espiritualidade integral no tecido do seu chamado que é a missão em ação
aqui na terra criação de Deus.
O autor poderia também trabalhar em seu livro algo que é importante para
a missão que é justamente o período pós-moderno que as cidades estão
inseridas, uma nova mentalidade que invade o mundo globalizado. O autor
poderia discorrer também como teologia urbana a importância da igreja
conhecer e estudar o mundo tribalista. Assim como na época Neo -
Testamentária que existia as tribos “ dos fariseus, dos publicanos, dos
essênios, os gentios, os gregos, os escribas e tantas outras e cada um
com seus códigos, linguagens, culturas, ideologias e cosmovisão a igreja
deve compreender as múltiplas tribos que existem hoje em dia para
comunicar o evangelho integral.
O autor não tocou no ponto emergente que Invade as nossas cidades como “
fragmentação ideológica, niilismo, pluralismo, relativismo, narcisismo,
consumismo, preconceito, discriminação, hedonismo, violência doméstica,
jogatina etc. Essa nova onda de encarar a vida deve ser refletida numa
teologia bíblica da urbanização, pois as cidades caminham para essa
ideologia excêntrica e a igreja que exerce seu ministério na cidade deve
ter respostas bíblicas para essa nova inquietação hodierna.
Creio que este livro nos leva para uma reflexão e um debate sobre a
postura da igreja diante dos questionamentos que estão inseridos no
tecido da cidade. Pensando assim precisamos urgentemente de uma resposta
bíblica e uma práxis evangélica, pois assim glorificaremos o nosso Deus
como fez Cristo indo de Cidade em Cidade.