EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ___ VARA DO

TRABALHO DE QUEIMADOS – RJ.

THIAGO NOGUEIRA DE OLIVEIRA, brasileiro, casado, bilheteiro,

portador do RG nº 28.580.136-1, CPF/MF n.º 183.513.257-08, residente e domiciliado
na Rua Davi, n.º 30 – Nova Belém – Japeri – CEP: 26.433-370 - RJ, CTPS nº
76266/179/RJ, filho de SAMUEL DE OLIVEIRA E ANDREIA NOGUEIRA, nascido em
15/05/1996, vem, através das patronas ao final subscritoras, propor

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

em face de STYLO MUSICAL COMERCIO DE INSRUMENTOS MUSICAIS LTDA –

ME (CASA PAZ), empresa privada, inscrita no CNPJ sob n.º 11.800628/0001-98, com
sede na Avenida Irmão Guinle, n.º 50 – Centro – Queimados CEP: 26.323-130- RJ,
em razão dos fatos e fundamentos adiante aduzidos.

E-mail: martins.adv.associados01@gmail.com| Telefones: (21) 99200-7283/ (21) 99665-2078

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 • Das comissões de conciliação prévia

É legitima a interposição da presente demanda, eis que a exigibilidade de

comparecimento perante a comissão de conciliação prévia como pressuposto para
admissibilidade da reclamação trabalhista, ofende direta e literalmente o disposto no
art. 5º, XXXV da CF, conforme entendimento adotado pelo STF nas ADINs 2.139 e
2.160.

• Da Gratuidade de Justiça

Afirma o Reclamante não ter condições financeiras de arcar com custas

processuais e honorários advocatícios sem prejuízo de seu próprio sustento e de sua
família, fazendo jus aos benefícios da Gratuidade de Justiça, e nomeando a patrona
subscritora para a defesa gratuita de seus direitos.

• Do vínculo laboral

O Reclamante foi admitido aos quadros da Reclamada em 02/06/2014,

para exercer a função de Atendente, recebia mensalmente o valor de R$ 990,00, mais
12% de comissão sobre as vendas do mês ocorre que a reclamada somente anotou a
CTPS do reclamante em 02/01/2016,na função de Auxiliar de Serviços CBO
percebendo com último salário o valor de R$ 1.178,41.

Foi demitido, sem justa causa, em 01/03/2019, não recebeu suas

verbas rescisória, conforme TRCT em anexo, somente realizou o saque do FGTS

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conforme extrato analítico em anexo e, em virtude de fatos que melhor discorrerá nos
tópicos em anexo, propõe a presente demanda.

• Do reconhecimento do vínculo empregatício no período anterior a

anotação da CTPS – Pagamento das verbas laborais correspondentes –
Recolhimento do FGTS relativo ao período – Retificação da CTPS.

O reclamante foi admitido para laborar em favor da reclamada no dia

02/06/2014, ocorre que a referida empresa somente assinou sua CTPS em
02/01/2016, ou seja, após 1 ano e 7 meses de prestação habitual de serviços, o
caracteriza por ser conduta arbitrária e contrária a legislação, gerando graves
prejuízos face ao obreiro
Vale ressaltar que no período anterior ao da anotação da CTPS, o
reclamante sempre laborou conforme o artigo 3° da CLT, ou seja, pessoalmente;
habitualmente; mediante salário e sob subordinação.
Desse modo, requer que seja reconhecido o VÍNCULO DE EMPREGO
desde a real data de admissão, qual seja, 02/06/2014, bem como seja a reclamada
condenada ao pagamento das verbas contratuais correspondentes ao período não
formalizado.
Requer também, que seja a reclamada compelida a retificar a CTPS do
reclamante, fazendo constar como admissão o dia 02/06/2014, vez que retrata a
realidade dos fatos.
Por fim, requer que seja a reclamada condenada a recolher os valores
correspondentes ao FGTS para a conta vinculada do reclamante, com relação ao
período laborado sem a CTPS assinada, qual seja, de 02/06/2014 até 02/01/2016.

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 • Da jornada excessiva e da supressão do intervalo – não pagamento
das horas extraordinárias

A jornada de trabalho do Reclamante era de segunda-feira a sábado das

09:00h às 20:00h, com intervalo de 20 minutos para refeição, extrapolando
habitualmente a jornada legal de 8 horas diárias, sem nunca ter recebido pelas horas
extraordinárias, pelo que deverá proceder ao pagamento com acréscimo e a integração
nas verbas rescisórias.
O Reclamante não gozava integralmente do intervalo
intrajornada, usufruindo somente 20 minutos onde, muitas vezes, estava sem
ninguém para poder render, caso chegasse algum cliente teria que parar sua refeição
para atender. O Reclamante nunca foi indenizado pela supressão parcial do intervalo.
Descanso intrajornada, em que o obreiro permanece à disposição da
empresa, não pode ser assim considerado.

Sendo assim, vem respeitosamente requerer o pagamento das horas

extraordinárias, com os respectivos adicionais, referente a todo o período trabalhado,
bem como as integrações e reflexos nas verbas devidas ao Reclamante, ou seja, FGTS,
13º salário, aviso prévio, férias, DSR, multas rescisórias.

• Das Férias

O reclamante prestou serviço para a reclamada de 02/06/2014 à

01/03/2019, durante esse período só tirou um período de férias relativa ao período
aquisitivo de 02/01/2016 à 01/01/2017, que foram gozados no período de 01/12/2017
à 30/12/2017, conforme comprovante em anexo.

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 Desta feita requer a condenação da reclamada, ao pagamento das férias
vencidas, em dobro, referente aos períodos de 2014/2015, 2015/2016 e 2017/2018,
conforme estabelece o Art. 137 da CLT, as férias proporcionais referente ao período de
2018/2019 de forma simples, todas com adicional de 1/3 constitucional, conforme Art.
7, XVII da Constituição Federal, com os reflexos das horas extras, com fulcro na
Súmula 376, II do TST.

• Da multa do art. 467 CLT

Requer desde já a aplicação da multa prevista no art. 467 da CLT, caso o

pagamento das verbas aqui discutidas não seja realizado na primeira audiência.
Outrossim, ainda que exista controvérsia, a sentença que a dirimiar deverá,
obrigatoriamente, incluir a multa do art. 467, posto que a sentença declara a existência
de fato pretérito. Reconhece legalmente uma situação que, de fato, já existia. Produz,
portanto, efeitos ex tunc.

Ainda que este não seja o entendimento de Vossa Excelência, requer,

subsidiariamente, que a multa do art. 467 da CLT seja aplicada, caso as verbas devidas
não sejam efetivamente depositadas em até 10 (dez) dias, a contar do trânsito em
julgado da sentença que as reconhecer.

• Da multa do Art. 477, § 8º, da CLT

Restará provado no decorrer da instrução, que o Reclamante foi

demitida em 01/03/2019, e ante o não pagamento da rescisão. Extrapolado, portanto,

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o prazo previsto no Art. 477, § 8º da Consolidação das Leis Trabalhistas, devida é a
multa prevista, no valor equivalente ao salário do obreiro.

• Dos Honorários Advocatícios de Sucumbência

Requer que seja a reclamada condenada ao pagamento dos honorários

advocatícios de 15%, com fulcro no artigo 791-A da CLT.

• Dos Pedidos

Por todo o exposto, requer seja admitida a presente reclamação

trabalhista, notificando-se o Reclamado para apresentação de defesa e
comparecimento aos demais atos do processo, onde, ao final, espera ver julgados
procedentes os pedidos adiante elencados:

1 – Que seja reconhecido o vínculo de emprego desde a real data de

admissão do reclamante, qual seja, de 02/06/2014, por preenchido os pressupostos
presentes no artigo 3° da CLT, bem como seja a reclamada condenada ao pagamento
das verbas contratuais correspondentes ao período não formalizado e o período
formalizado, quais sejam:

1 – Saldo de salário: R$ 39,28

2 – Aviso Prévio indenizado (13º salário + férias +1/3 sobre aviso): R$

R$ 1.829,80;

3 – 13º salário proporcional de 01/01/2019 à 01/03/2019 (2/12 avos):

R$ 196,40;

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 4 – Férias vencidas:

• 02/06/2014 à 01/06/2015 (12/12 avos) + 1/3 férias: R$ 3.142,43

• 02/06/2015 à 01/06/2016 (12/12 avos) + 1/3 férias: R$ 3.142,43

• 02/06/2017 à 01/06/2018 (12/12avos) + 1/3 férias: R$ 1.571,21

5 - Férias proporcionais (0206/2018 à 01/03/2019) + 1/3: R$ 1.178,41;

6 - Que seja a 1ª reclamada condenada a recolher os valores

correspondentes ao FGTS para a conta vinculada do autor, com relação ao período
laborado sem a CTPS assinada, qual seja, de 02/06/2014 até 02/01/2016: R$
1.425,60

7 - Pagamento das horas extras laboradas durante todo o contrato de

trabalho, bem como, seus reflexos em verbas salariais e rescisórias; R$
25.727,52;

8 - Multa do art. 477 da CLT, já que a rescisão do contrato ocorreu em

01/03/2019, e até a presente data não foi realizado o pagamento correto dos
haveres resilitórios; R$ 1.178,41;

9 = Multa do art. 467 da CLT, caso aplicável;

20 - Pagamento dos honorários de sucumbência, no importe de 10% (dez

por cento) do valor da condenação.

Protesta por todos os tipos de prova em direito admitidas, notadamente

depoimento pessoal do preposto do Reclamado, sob pena de confissão. Dá-se à
presente, para efeitos fiscais e de alçada, o valor estimado de R$ 39.431,49.

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 Nestes Termos

Pede e espera deferimento

Japeri, 24 de setembro de 2019.

Jaqueline Silva Martins

OAB/RJ 188.856

Patricia Silva Martins

OAB/RJ 203.009

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