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Digitador
Daniel Abiatar Machado Cirino
Revisão técnica
Maria Iracilda Gomes Cavalcante Bonifácio
Revisão geral
Reginâmio Bonifácio de Lima
EAC EDITOR
eac.editor@gmail.com
AGRADECIMENTOS
Deus – o Autor da fé
Sônia Prado
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO 07
Elizabete Campos dos Santos
1. Crentes 52
2. Cristo chama os incrédulos 54
3. A chamada de Mateus 55
4. Jesus na sinagoga 57
5. Jesus transformando vidas 59
6. Jesus e o escravo de satanás 60
7. Jesus, o autor da vida 62
8. A maior tristeza de Deus: a incredulidade. 64
9. Jesus e a alma necessitada 67
10. Maravilhas do amor de Jesus 68
11. Um passo certo: o arrependimento 70
12. Precisão de Cristo Jesus 74
13. O apelo íntimo de Jesus ao coração do homem 75
14. A decisão feita com fé 78
15. Buscando a Cristo 79
16. A família de Jesus 82
17. Entrada triunfal de Jesus em Jerusalém 83
18. A “Prova” de amor de Deus 85
19. Cristo, a fonte 86
20. A única esperança – Cristo 87
21. Jesus, a condição aceitável e única 88
22. O poder da Fé 90
23. Jesus ama a humildade 92
24. O amor e a justiça divina 94
25. O valor de uma vida consagrada 96
26. A doutrina certa 98
27. Como crer em Deus 99
28. O plano de Deus para o homem 101
29. Um espírito preparado 102
30. Amor e Fé 104
31. A maior dádiva: o amor 105
32. Um vivo morto 106
33. Uma advertência divina 107
34. O segredo do sucesso 109
35. O poder limitado do homem 110
36. Como semear e como colher 111
37. Duas qualidades de frutos 112
38. O espírito maligno vencido 113
39. A visita da maldade nos corações 114
40. Qual a necessidade? 115
41. A missão de Jesus 116
42. Convite de Deus 117
43. Necessidade de alguém estar em Cristo 118
44. A maior revelação de Deus 119
45. Advertência e condição aos homens 121
46. Cristo é diferente 122
47. Oração 123
48. Usando a armadura adequada 125
49.O perigo da rejeição 126
50. Honrando o natal de Jesus 128
51. Oração 130
52. O que Jesus pode fazer por ti 132
53. Em quem tenho crido 134
54. A necessidade urgente 136
7
corpo, após mais de 60 anos de pastoreio, já não responde com tanta
ênfase aos anseios do coração.
O pastor Daniel é um exímio mestre – um professor sem
igual. Em meus 62 anos de idade já conheci vários pastores sábios,
ótimos pregadores, mas para ensinar explicando com dedicação,
esmiuçando o texto, sempre tendo por base a pureza da Sagrada
Escritura, não vi igual. Sou grata a Deus por ter conhecido o pastor
e sua família.
Os Sermões escolhidos publicados neste livro como
“Sermões de Passagem” dos Pastores Harley Smith e Daniel Prado
são uma bênção de Deus para quem for ler o livro. Muitos cristãos
gostariam de ter oportunidade de um aprendizado com eles e agora
vão ter através deste livro, que para mim é uma bênção.
“Deus escreve certo em linhas certas”, parafraseando um
ditado do meu pai que dizia “Deus escreve certo em linhas tortas”.
Para mim, isso é uma bênção. Para todos que queiram ler o livro é a
certeza da dedicação e amor a Deus em um Ministério que perdura
desde meados da década de 1950. Mais de seis décadas de ministério
eclesiástico.
Neste ano de 2020, em que o pastor Daniel Prado completa
90 anos de vida e 65 anos de casamento com a irmã Sônia Prado,
pela graça do Senhor, foi servido ao nosso Deus abençoar seus
servos com a publicação desta coletânea de Sermões proferidos na
Igreja Batista Central de Porto Alegre, quando da passagem do
pastorado do Reverendo Harley Smith para o Reverendo Daniel
Pedro do Prado.
Não tenho palavras, é só agradecer ao Senhor. Que Deus
abençoe a todos grandemente.
8
PARTE I
AS RELAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO E MISSIONARISMO
NO DISCURSO DE EXPANSÃO PROTESTANTE BATISTA
(1930-1945) 1
1
O presente paper é uma compilação de informações sobre educação e
missionarismo tendo sido originalmente publicado na Revista de História da
Universidade Católica de Pernambuco. Este foi produzido por conta da publicação
dos “Sermões de Passagem”, escritos pelos Pastores Harley Smith e Daniel Prado,
na Igreja Batista Central de Porto Alegre, no findar da década de 1950. A versão
original está disponível na edição História Unicamp, v. 5, n.º 9, jan./jun. de 2018.
Disponível em: <http://www.unicap.br /ojs/index.php/historia/article/view/1034.
9
suas escolas confessionais, afirmavam que possuíam um caráter
laico e, portanto, estavam mais alinhados com o sistema republicano
em que o país estava inserido.
No presente texto, serão analisados os discursos protestantes,
sobretudo batistas, que procuravam mostrar diversas propagandas de
sucesso educacional em seus periódicos. Algumas dessas
propagandas estavam, também, em cartas que eram enviadas aos
financiadores dos colégios protestantes, sobretudo os norte-
americanos. Essas propagandas tinham ao menos duas intenções:
mostrar que o ensino das escolas evangélicas era melhor que o dos
colégios públicos e católicos e, prestar contas aos financiadores
norte-americanos mostrando que valeria a pena todo o investimento
que estes faziam para a manutenção das instituições de ensino
protestantes no Brasil (BATISTA, 2014).
É interessante que, mesmo em casos quando os protestantes
criticavam a Igreja Católica pelo fato de ministrarem instrução cristã
em suas escolas, as documentações analisadas não deixavam dúvida
de que o maior objetivo dos colégios evangélicos era o proselitismo
entre os brasileiros. Ter sucesso significou, sobretudo, fazer
prosélitos. Os discursos exaltavam as instituições que atingiam tais
objetivos. O Brasil só se tornaria grande se a nação aderisse ao
protestantismo, e a educação seguisse o modelo norte-americano
que, na maioria dos casos, era confundido com o modelo evangélico.
Segundo os discursos analisados a seguir, era de colégios
protestantes, com sua pedagogia tida como moderna, seus
professores considerados qualificados e as conversões que ali
ocorriam, que o país estaria precisando naquele contexto (Ibidem).
Não eram raras as vezes em que os missionários protestantes
dirigiam-se aos financiadores, principalmente através de cartas e
fotografias, com objetivos de mostrar o progresso educacional no
Brasil. As escolas protestantes estariam implantando a pedagogia
norte-americana, com base nos ensinamentos bíblicos. Tal sistema
educacional era tido como progressista e libertador, em
contraposição ao católico, visto como atrasado, conservador e
tradicional (LOPES, E.; LOPES, N., 2009). Ester Fraga Vilas-Boas,
ao analisar as propostas educacionais protestantes em Sergipe,
10
mostra que o pensamento de inserção civilizatória cristã,
acompanhou as missões nos diversos locais pelos quais os trabalhos
eram expandidos. Descreve que as escolas deveriam ser semelhantes
às norte-americanas, inclusive nas estruturas físicas. Fazendo uso de
metodologias fundamentadas nos princípios da moral protestante, os
colégios deveriam atrair principalmente os filhos dos evangélicos e
os das elites locais. Bolsas de estudo eram oferecidas a alunos que
se destacassem para ir estudar nos Estados Unidos. A ideia era trazer
valores culturais e religiosos daquele país e implantá-los no Brasil,
uma vez que tais ideais eram tidos como fundamentais para uma
nação que se declarava laica, e possuía perspectivas de crescimento
em todos os sentidos, não deixando de lado o foco principal, que para
a autora, era o de fazer prosélitos entre os brasileiros (VILAS -
BOAS, 2001).
Além disso, segundo os protestantes, tais instituições
defendiam a liberdade de consciência, a livre iniciativa e preparava
pessoas para trabalhar nas indústrias, que se expandiram com certa
rapidez no país a partir de 1930 (CAVANI, 2009). Propagandas em
periódicos também serviam de estratégias de divulgação desse
método evangelístico tido como eficaz. Nesse sentido, em 1935, O
Baptista Pernambucano publicou trechos da fala do Dr. Elton
Johnson na sessão da Convenção Batista Pernambucana daquele
ano. Demonstrava seu contentamento o referido orador:
11
desfrutam 15 dias de pregação do Evangelho, - uma
semana do começo no anno lectivo e outra no ultimo
semestre. Acima de tudo, vivem sob a influencia de
professores consagrados (JOHNSON, 1935, p. 4).
13
Bagby, em 1926, não estaria mais comportando o crescente número
de alunos dado o progresso em que se encontrava a instituição. A
cidade estava crescendo rapidamente e, no mesmo ritmo, estariam
crescendo também os prosélitos batistas. A dificuldade de entender
o significado do verdadeiro cristianismo e de possuir uma escola de
qualidade, por parte da população, que estaria com sede de
aprendizagem bíblica, segundo o missionário batista Harley Smith,
precisava ser superada com a construção de uma grande sede que
comportasse o número de pessoas dispostas a aprender (SMITH, H.,
1932). Sua irmã, Alice Bagby, parecia concordar com o projeto de
um espaço maior. Em 29 de abril de 1932, escreveu uma carta ao Sr.
Georg Rosborough traçando um plano de arrecadação financeira,
que, segundo ela, não ficaria pesado para as igrejas. Cem
congregações doariam $ 5,00 (cinco dólares) por mês durante dois
anos, valor considerado suficiente para que a intenção de construção
de um grande colégio fosse concretizada (SMITH, A., 1932). O
colégio foi construído, e o financiamento norte-americano foi de
grande valia nesse processo.
A referida escola foi “desafiada” em 1935 a ampliar não
apenas a estrutura física, mas também o público-alvo em suas
propostas de inserção cultural e religiosa. O missionário batista L.
M. Bratcher solicitou professores para educar e evangelizar
imigrantes russos no Rio Grande do Sul. Expressava seu desejo:
14
um professor que, através da língua, pudesse atrair essas pessoas
para os círculos evangélicos, parece ter sido uma estratégia usada
para facilitar não apenas a evangelização, mas também a
aproximação de educandos. É interessante que, em 1930, a Igreja
Batista Russa acusou o missionário batista Harley Smith de desvios
de verbas, não aceitando, dessa forma, continuar aliada aos líderes
norte-americanos que estavam à frente dos trabalhos no Rio Grande
do Sul (SILVA, 2016).
Apesar dos problemas internos citados, os agradecimentos
pelo despertar financeiro dos “irmãos do norte” eram constantes. O
missionário Harley Smith afirmava estar lisonjeado com a
disponibilidade dos norte-americanos em contribuírem para o
progresso da educação brasileira. Dizia não conhecer demonstração
maior de amor pelas almas perdidas na parte sul da América. Fazia
um apelo para que os sentimentos caridosos e cristãos dos
financiadores não esmorecessem. Mostrava-se convicto de que tais
“irmãos” receberiam compensações divinas (SMITH, H., 1933).
Graças a tais disponibilidades, os frutos poderiam ser vistos
em diferentes Estados. A cidade de Campos estaria em pleno
progresso educacional. O colégio fluminense possuía em 1934, 209
alunos matriculados, dos quais 146 eram crentes ou de famílias
evangélicas, sobretudo batistas. Dos tais, 25 eram filhos e filhas de
pastores. Havia ainda 12 alunos que, graças aos incentivos recebidos
nos processos de ensino e aprendizagem, teriam, segundo o
missionário, despertados, dons ministeriais e pretendiam seguir a
carreira pastoral (CHRISTIE, 1934).
Apesar de todos os percalços, o Missionário Alonso B.
Christie deixava sempre claro que se tratava de um trabalho
gratificante e que almejava colher grandes frutos quando trabalhava
como pastor e professor das crianças na referida cidade (CHRISTIE,
1938). O Rio Baptist College estaria formando diversas professoras
para atuar não apenas em colégios protestantes, mas também em
escolas públicas e privadas do país. Tais docentes estariam
recebendo formação condizente com as reais necessidades de uma
nação que precisava desenvolver-se em questões econômicas e
sociais. Nas palavras da missionária C. A. Backer, era um belo
15
serviço que os batistas estavam prestando ao Brasil (BAKER,
1938a).
Anos depois, Harley Smith mostrava-se orgulhoso de
trabalhar como incentivador do investimento educacional feito no
Rio Grande do Sul. Relatava com satisfação a presença de 509
alunos regulares, 55 em cursos de verão e mais 200 em cursos
específicos tais como música, inglês e instrução bíblica (esse último
com interesse de mais de cem alunos) (SMITH, H. 1941).
Conversões, profissões de fé e batismos eram constantemente
relatados como frutos dos ensinamentos teológicos. A escola estaria
em franco crescimento e amadurecimento. Recebia elogios pelos
“trabalhos prestados à sociedade rio-grandense”. Virgílio Faria
(1932) teria elogiado os serviços prestados à população brasileira por
parte dos batistas, e a educação era o principal deles. O Colégio era
visto como destaque em diversas áreas. O investimento na educação
física legou à instituição, em 1943, o vice-campeonato estadual de
voleibol (na semana da pátria), perdendo para o Colégio do Rosário.
No mesmo ano, teria ganhado o prêmio de melhor escola particular,
“[...] tendo se sobressaído as aulas noturnas, que deram um cunho de
alto valor para a conquista de tão almejado prêmio simbólico, que já
está se tornando uma tradição para este estabelecimento”
(HENRIQUE, 1944).
Os relatos de satisfação com o colégio, inclusive, estariam
partindo das autoridades governamentais, que teriam passado a
enxergar na educação protestante exemplos metodológicos tidos
como eficientes (SMITH, H., 1941). Segundo Edvilson Cardoso
Rafeta, as autoridades governamentais que elogiavam as escolas
protestantes diziam que o sistema educacional norte-americano era
o que mais se adequava a uma nação republicana por possuírem
ideais baseados no individualismo, no trabalho, na liberdade e na
disciplina possuindo uma “[...] pedagogia moderna, com método
intuitivo e princípios racionais e científicos, acrescentando mais
algumas concepções pedagógicas ao nosso inventário” (RAFETA,
2008, p. 82). Citando o Colégio Piracicabano, inicialmente feminino,
Rafeta mostra como os metodistas traziam uma metodologia
inovadora. As disciplinas eram as mesmas que se ensinavam nos
16
colégios masculinos, tais como física, química, botânica, zoologia e
mineralogia, as quais eram novidades entre as meninas até então.
As discordâncias denominacionais pareciam ficar de lado nos
relatórios sobre os progressos evangelísticos por meio da educação.
A missionária batista C. A. Backer dizia estar feliz com o sucesso do
trabalho desenvolvido com outras igrejas. Em suas considerações, o
importante era a constatação do crescimento dos prosélitos que
estariam realizando-se nas escolas. Líderes presbiterianos e
metodistas estariam auxiliando o trabalho batista e a recíproca era a
mesma. Diziam que as questões teológicas não poderiam ser
entraves na expansão do “Reino de Deus” entre os brasileiros
(BAKER, 1938b).
A estratégia de mostrar a educação como principal
auxiliadora no processo de conversão ficava nítida em algumas
documentações. Os batistas afirmavam que a escola seria um espaço
perfeito para se evangelizar, já que se poderia concentrar um grande
número de pessoas em um só local. A evangelização precisaria ser
acompanhada da educação e a educação precisaria ser acompanhada
da evangelização. Segundo Daniel B. Lancaster (1999), para ter
êxito na obtenção de conversos, a família Bagby afirmava ser
necessário investir no aperfeiçoamento escolar e não apenas na
construção de templos.
Em 1935, a missionária Helena Bagby escrevendo à
professora Alice Gerab, de São Paulo, pediu sua ajuda para
ampliação do trabalho missionário em Porto Alegre. É interessante
que, no decorrer da carta, percebe-se que o chamado é para a
professora lecionar no Colégio. Helena Bagby deixou claro que, na
cidade, havia docentes de qualidade, porém não eram protestantes.
Dizia que para as intenções da escola não era interessante ter alguém
lecionando que não tivesse conhecimento dos ensinamentos
bíblicos. Expressava suas motivações:
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vantagem, e a uma incrédula a nossa proposta, de vir
tão longe, ganhando relativamente pouco seria quase
irrisória. Não creio, porém que tu como filha de Deus,
julgarás, “Como vê o homem, pois o homem vê o que
está adiante dos olhos, porém o Senhor olha para o
coração”. É porque conheço teu enthusiasmo
evangelístico, teu espírito de abnegação, que appelo a
ti em primeiro lugar para encher esta lacuna.
Professoras, há muitas de preparo e capacidade, mas
nós não estamos aqui para ensinar pequenas víboras
como melhor picarem. O cultivo de caracter christão
tem primeiro lugar, a instrução por seu valor
intrínseco tomando posição secundaria, apezar de
procurarmos com toda a diligência aperfeiçoar a
última [...] É por causa dessa necessidade de
evangelismo e o mister de combinar a actividade
educacional com a religiosa, que abri a carta com a
menção da palavra “missionária”, que talvez até te
assustasse (BAGBY, H., 1945, p. 1, 2).
18
A Professora C. A. Backer também procurava demonstrar
sua satisfação no processo de evangelização através das escolas.
Mostrava-se feliz por estar conseguindo usar a bíblia em sala, para
ministrar aulas de teologia e de língua inglesa (BAKER, 1937).
Helen Bagby defendia a ideia de que, sem a escola, o trabalho de
evangelização, no Brasil, dificilmente lograria êxito. Em suas
concepções, não poderia haver metodologia melhor para a formação
do cidadão republicano e do caráter cristão. Aproveitava a Bíblia
para ensinar inglês e falar sobre missões no Brasil e no Mundo com
os seus alunos. Pedia para que as crianças escrevessem frases na
língua norte-americana e discutia com os estudantes questões
cotidianas à luz do cristianismo evangélico (BAGBY, H. 1938). Sua
irmã, Alice Bagby Smith, dizia-se radiante por ter conseguido fazer
prosélitos entre suas alunas. Cinco delas se teriam convertido ao
protestantismo no ano de 1942. Esperava que as famílias de tais
estudantes fossem alcançadas com o testemunho das novas professas
da fé batista (SMITH, 1942, p. 1).
Pelo que se percebe nas cartas supracitadas, a vida espiritual
das crianças era mais importante do que o aprendizado secular. É
interessante que, quando criticavam as escolas católicas, os
missionários protestantes afirmavam que ensinavam nas suas aulas
um ensino totalmente laico. Mesmo assim, há de se notar que, nos
colégios evangélicos, as preocupações deveriam, em primeiro lugar,
ter um caráter de mudança religiosa. A professora Helena Bagby não
deixava dúvidas dos seus objetivos enquanto docente. Em suas
concepções, não fazia sentido uma escola confessional que não
priorizasse o ensino do “verdadeiro evangelho”. Ocupava-se sempre
com tais questões, afirmando que seu mais ilustre serviço, era o de
estar “[...] dirigindo as reuniões de avivamento dentro do colégio
[...]” (BAGBY, H., 1938?, p. 1).
É interessante que, quando passaram a discordar da postura
do Estado em instituir o ensino religioso facultativo nas escolas
públicas a partir de 1931 (SAVIANI, 2008), os dirigentes dos
colégios protestantes argumentavam que isso era inconstitucional e,
mesmo em suas escolas confessionais, tal prática não existia, pois
era tida como inadmissível. Mas, apesar de muitas escolas não
19
possuírem uma disciplina que levasse o nome de ensino religioso, a
Bíblia era usada como texto base quando eram lecionadas aulas de
línguas, por exemplo. Quando eram criticados por tais ações, os
protestantes afirmavam que era necessário o cristianismo evangélico
para que a nação se tornasse grande. Os Estados Unidos e a Inglaterra
seriam bons exemplos de sua afirmação. Tratava-se de uma
estratégia para discordar da postura do então Presidente da
República e, ao mesmo tempo, manter o objetivo de inserção cultural
e religiosa através da educação (RAFETA, 2008).
Desde a chegada dos primeiros protestantes no Brasil, a
educação foi um dos motes do projeto de expansão missionária. O
que se mostrou ao longo do texto foi uma tentativa dos batistas em
confirmar o suposto sucesso mostrado por diversos missionários que
chegaram ao Brasil desde a primeira metade do século XIX. A
intenção de mostrar a educação como principal auxiliadora no
processo de conversão ficava nítida em algumas documentações
(cartas, relatórios, jornais, etc.). Os batistas afirmavam que a escola
seria um espaço perfeito para se evangelizar, uma vez que se poderia
concentrar um grande número de pessoas em um só local. A
evangelização precisaria ser acompanhada da educação e a educação
precisaria ser acompanhada da evangelização (VILAS-BOAS,
2001). Segundo Daniel B. Lancaster, para ter êxito na obtenção de
conversos, missionários batistas afirmavam ser necessário investir
no aperfeiçoamento escolar e não apenas na construção de templos
(LANCASTER, 1999).
Antonio Gouvêa Mendonça corrobora com a ideia defendida
por Daniel B. Lancaster quando afirma que as missões não tinham
apenas a função de conversão, mas também de civilização.
Mendonça destaca que a intenção de se investir em escolas teve dois
objetivos principais. O primeiro, ideológico, com os colégios
centrais, cujas funções se mesclavam com o interesse de atingir os
altos escalões da sociedade. O segundo, representado pelas escolas
paroquiais (como as construídas nas aldeias), era mais instrumental,
pois tinha a função de facilitar o proselitismo, na medida em que o
ensino visava à inserção do indivíduo na nova fé. O protestantismo,
a religião do livro, só poderia lograr êxito em meio a pessoas
20
alfabetizadas, uma vez que havia a necessidade da leitura para o
acompanhamento das liturgias, bem como para o estudo bíblico
(MENDONÇA, 1995).
As escolas protestantes continuaram, ao longo do século XX,
sendo importantes centros de difusão do cristianismo evangélico no
Brasil. Boa parte dessas escolas funcionava com o financiamento de
verbas provenientes dos Estados Unidos. No caso das igrejas batistas
da Convenção Batista Brasileira, os recursos provinham da Junta de
Richmond, organização responsável pelo missionarismo batista no
Brasil desde o final do século XIX. A metodologia, os conteúdos, a
organização e, muitas vezes, até os professores, deveriam ter o
padrão daquilo que se fazia nas escolas protestantes norte-
americanas. O modelo de progresso, de educação e de civilização era
idealizado naquilo que se fazia nos Estados Unidos. A ideia
defendida por Max Weber (2003), quando esse autor afirma que o
progresso econômico esteve atrelado ao desenvolvimento do
protestantismo em alguns países parecia fazer sentido em tais
instituições. É certo que as análises aqui apresentadas se
concentraram, principalmente, em documentos batistas de
missionários envolvidos com a educação no Recife, Rio de Janeiro e
em Porto Alegre. Contudo, outras denominações como metodistas e
presbiterianos não fugiram dessa concepção. A ideia era apregoar o
sistema educacional norte-americano que, em certos aspectos, foi
confundido com o cristianismo protestante. Muitas dessas
instituições ainda funcionam no século XXI. Mesmo não recebendo
mais financiamento dos Estados Unidos, o ideal protestante ainda
permanece presente e, em muitos casos, continua confundindo-se
com o ideal daquilo que os norte-americanos entendem por ser uma
boa educação (ARAÚJO, 2014).
REFERÊNCIAS
21
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24
PARTE 02
TRAJETÓRIAS DE VIDA DE DANIEL PEDRO DO PRADO2
2
Pastor Daniel Pedro do Prado é Pastor Presidente da “Igreja Batista em Jardim
Ypu”, CNPJ 93.859.577/0001-34, situada na Rua Luiz Lederman, n.° 60, Alto
Petrópolis, em Porto Alegre – Rio Grande do Sul; organizada em 23 de abril de
1988. O pastor Daniel e sua esposa Sônia gentilmente nos receberam em sua
residência na Rua Cruz Jobim, n.° 647, bairro Jardim Itu Sabará, Porto Alegre –
RS. Este paper é a compilação de algumas conversas que tivemos entre os meses
de abril a setembro de 2019. Gentileza, alegria e fé são palavras que bem
descrevem o casal que, mesmo machucado pelo tempo e martelados pela vida, dão
lições de alegria, simplicidade e altruísmo. A partir de nossas conversas, que
serviram de base para dois trabalhos científicos do Doutorado em História
resolvemos fazer a “transcriação das entrevistas”. Este trabalho de “trajetórias”
não busca ser biográfico, nem enseja ser conjuntural, mas um aporte para
lembrarmos desse ser humano que largou tudo para se doar ao Sagrado Ministério
– função que exerce ininterruptamente há quase 06 décadas. Aos 89 anos de idade,
ao lado de sua amada esposa, da simplicidade de seu lar, o timbre rouco de sua
voz e o carisma de sua companhia nos reportam a ações de fé, esperança e amor.
25
Roberto, Edegard, Lucy, Daniel, depois de Daniel vem Genny, Job
Moisés, Guaraciava e Wanda – as duas que ainda existem.
A minha infância, num certo sentido, foi sofrida, por sermos
pobres, bem pobres. O pai, no meu tempo, era quatro, cinco filhos.
Meu pai era católico. Minha mãe e eu entramos no
luteranismo e lá tinha muito alemão. Era muito alemão. Tinha até
umas pessoas com uma ideia esquisita; uma ideia de Nazismo – era
tudo “Hi, Hitler! Hi, Hitler!”. Eu fiquei lá até os 7 anos, após isso
meu pai se mudou para Campinas. Em Campinas eu morei no bairro
de Castelo, no Chapadão.
Nós nos mudamos naquela época. Eu falo alemão. Escrevia
em alemão, cantava em alemão aos sete anos. Em Campinas, minha
mãe conheceu o Evangelho de verdade. Minha mãe virou Batista,
que havia uma Igreja Batista lá em Campinas que eu conheço, que é
na Rua Ferreira Penteado, número 233, no bairro Setor Industrial.
Em Campinas eu deixei de ser luterano e a mamãe também. A mãe
se converteu e eu assisti o batismo dela e do meu pai também, na
mesma data, na Igreja Batista de Campinas. Eu já estava com 10 para
11 anos.
O meu pai era enviado para várias regiões de São Paulo, no
seu interior, porque ele controlava a força e luz de todas as agências
da cidade para onde ele era enviado. Então, eu poderia citar de
memória vários lugares que ele esteve cuidando dessa parte elétrica.
Só alta voltagem da iluminação da cidade, por exemplo. E ele já
possuía... bem, quando eu estava aqui para voltar para o Sul, meu
pai já tinha mais de 30 anos de companhia Campineira de Tração
Luz e Força, mas nessa minha infância, eu terminei o primário de 7
a 11 anos; e, até tive a bênção, sem esperar, de ser escolhido pela
professora, de ser o orador da turma de formandos naquele colégio
de Campinas. Isso em 1940 e, 7 com 4, 11: é 41, 1941. Em 41, estava
me formando no primário. Eu estudei no Primário com 07 anos, no
Grupo Escolar Orozimbo Maia, em Campinas. Muito sacrifício, falta
de alimentação, uma série de coisas, e tive a bênção de ser o orador
da turma. Lembro só de uma frase da oratória lá.
Da idade de 9 para 10 anos eu trabalhava lavando peças lá
em Campinas. Aprendi muita coisa sobre mecânica lavando peças
26
na oficina. Aprendi não só lavando as peças, mas vendo outras coisas
no trabalho de mecânica – isso em Campinas – e ganhava, na época...
do dono da oficina que me dizia como funcionava carros modernos
da época... eu ganhava trinta mil réis por mês. Quando recebia esses
trinta mil réis, eu levava comida para casa. Porque passava o dia todo
trabalhando. Eu deixava uma boa parte do dinheiro com a minha
mãe, guardava um pouco. Assim eu fui guardando dinheiro
escondido, porque senão pegavam. A gente vendia ossos eu cheguei
vender ossos, metais, para poder ganhar dinheiro. De ossos secos que
se achava no lixo, no mato, para poder ganhar algum dinheirinho,
para vender no ferro velho. Os ossos para fazer botões. Do Metal, no
ferro velho, para fazer artefatos – aqui em Porto Alegre os ladrões
roubam os fios e vendem, deixando tudo em blackout.
Desde criança, por muitos anos eu guardava dinheiro
escondido. Nossa família era muito pobrezinha. O pai não tinha
condições de manter a filharada. Até me lembro de uma história que
eu contei na igreja, uma vez em uma ilustração – eu apanhei na boca.
Meu pai era muito rígido. Um certa feita, não sei se estou enganado,
de 12 para 13 anos, nós estávamos comendo, na mesa, em Campinas,
estava faltando comida e eu reclamei, no meio dos demais irmãos,
tinha 15 ao redor da mesa. Acho que podia ter o que uns 11 anos, 12,
13. Reclamei e disse uma besteira: “Mas, também, com tantos filhos
que o senhor bota no mundo. Bota no mundo muitos filhos, depois
não tem condições de sustentar”. Então ele, bateu na minha boca –
também eu não devia ter dito.
Quando eu tinha 11 anos, meu irmão mais velho, esse
Roberto, trabalhava em Congonhas – ele já era mecânico na época –
trabalhava com aviões. Ele trabalhou numa empresa chamada
Cruzeiro do Sul – a empresa aérea Cruzeiro do Sul que faliu junto
com uma outra empresa em Congonhas. Na época era tudo moderno,
nos anos passados, comprou a Cruzeiro do Sul com aviões Douglas
DC-3 e DC-4, que a época eram modernas. A empresa que comprou
a Cruzeiro do Sul chamava-se Arco-Íris.
Fui aprendiz de mecânico de carros. Eu lavava peças. Até
lembro a rua, tudo. O lugar. Eu lembro tudo isso. Em Campinas. Já
não estava mais no interior, estava em Campinas. Deixei para lá
27
Monte Mor, onde estava lá, e, lembro tanto de Monte Mor, porque
de lá mudou para Campinas. E, Campinas, perto da Igreja Batista,
bem perto da Igreja Batista Ferreira Penteado [nome de rua], onde
meu pai e minha mãe foram batizados, eu até assisti, deveria ter uns
11 para 12 anos. Eu trabalhei em uma oficina mecânica lavando
peças, e desmontando o que precisa desmontar, montando o que
precisa montar. E fui aprendendo a trabalhar pela curiosidade, pelo
interesse de ver, de aprender; e, até hoje tenho esse conhecimento,
só que eu não posso usar mais.
Estou menino de 11 anos, trabalhando lá na oficina, já
formado no primário, não estudando mais. Não pude estudar mais –
agora, autodidaticamente, sim. Sempre fui um leitor, escrevi
muito. Esse meu irmão, então, foi indenizado. Esse Roberto ganhou
a possibilidade de vir para o Rio Grande do Sul. A Arco-Íris comprou
a Cruzeiro e instalou uma agência aqui, em Caxias do Sul. Caxias do
Sul a mais ou menos 130 km daqui de Porto Alegre. Daí, nesse
período, com 11 anos, por aí, quase 12... Então, o ano é 1941, se não
me engano. Ele veio para Caxias do Sul, já casado, com duas filhas.
Ele casou em São Carlos, que tem uma história triste ligada isso.
Então, eu com 11 anos para 12. Ele já estava saindo de São Carlos,
indo para Caxias do Sul, como mecânico-chefe.
Eu não conhecia nada aqui, mas já tinha dinheiro guardado.
Já tinha 180 contos de réis. Na minha meninice tinha guardado esse
dinheiro. Tinha enterrado o dinheiro, protegido para não molhar,
não enferrujar. Num lugar seguro, e, ainda, cobria com vidro onde
estava o dinheiro. Seguro, numa latinha. E colocava uma terra em
cima. Depois, quando eu queria, eu limpava aquilo, botava mais
dinheiro, aí eu guardava. Anos depois, em São Paulo, aprendi a botar
no banco.
Eu sei dizer que, daí, ele sabia que eu tinha dinheiro. Ele
sempre foi avoado mesmo, sempre foi avoado, além do privilégio
que tinha com o pai. O pai amava Roberto. Os outros filhos eram
secundários e o Roberto era primeiro. Isso não é recalque, estou
contando uma verdade, uma realidade. Então ele veio para Caxias
do Sul. Ele já estava aqui uns 2 a 3 anos em Caxias. Aí, ele me
convidou: “Vem para cá”. Porque o outro irmão, o Edgar já estava
28
casado. Edgar é mais velho que eu e Lucy. Já estava praticamente
indo para casamento e eu estava praticamente sozinho com as duas
outras irmãs. Ele, então, veio e disse: “Vou te levar para Caxias; tem
lá os gaúchos e tal”.
De lá, meu irmão, esse mais velho, deixando a companhia de
Congonhas que era a Cruzeiro do Sul: – Eu estou fazendo a melhor
ordem possível. Ele... falindo a Companhia Cruzeiro do Sul... faliu;
ele, para não perder o emprego, aliou-se, ou foi convidado a
trabalhar, em uma outra nova chamada Arco-íris, em São Paulo e
Congonhas; e, nessa altura, eu com 11 para 12 anos, já estava na
Força Aérea Brasileira, no Campo de Marte, onde eu fiquei 11 para
12, 13, 14, 15, 16, 17... com 18 [anos] eu saí do quartel em Cumbica
pela insistência do meu irmão, com aquele dinheirinho que eu tinha
guardado. Me levou para Caxias do Sul. Eu não conhecia ninguém
em Caxias do Sul. Isso em 48 para 49 [1948 – 1949].
Quando eu entrei na Força Aérea, não era FAB ainda – era
Exército ainda. Em 41 que se tornou o Ministério da Aeronáutica. O
ministério da Aeronáutica tornou-se em 1941. Então, em 41 eu já
estava dentro da Força Aérea, recém iniciado o ministério da Força
Aérea. E, aí, eu fiquei até os, não lembro… Voltei pro parque – foi
quando meu irmão me convidou. Me insistiu levar para Caxias do
Sul. Já tinha saído da Cruzeiro do Sul. Já tinha saído da Arco-Íris,
lá em Congonhas. Ele ganhou uma indenização, certamente. Eu não
me acertei muito. Ganhou uma indenização e veio para Caxias do
Sul.
Ele me convenceu a visitar Caxias. Eu não conheci ninguém,
mas eu já sabia dirigir e não tinha carteira de motorista. Aconteceu
que ele me convenceu sair da Força Aérea Brasileira, pedir
demissão... Dei um pulo no tempo agora. Mais ou menos de 48 para
49 eu estava em Caxias. Quando estava morando em Caxias do Sul,
solteiro, meu irmão pegou meu dinheiro para comparar um
caminhão. Nesse tempo eu já tinha carteira de motorista, já era de
maior. Estava nas alturas para ser sócio dele, se a memória não está
me traindo. Então, chegou em Caxias, eu fui morar com ele. Com
ele, com a esposa dele e com as duas filhas, em um bairro bom, no
centro da cidade.
29
De Caxias do Sul, ele possuía carteira reconhecida pelo DAC
(Departamento de Aviação Civil), como mecânico de avião, na parte
de motores. A célula é a fuselagem. Motor é motor. A célula é a
fuselagem do avião – o avião em si. E, então, ele trabalhando lá no
parque. Deixou o parque. Pegou esse meu dinheiro. Uns 18 para 19
anos. Meu dinheiro, uns 180 contos [180 mil réis]. Era muito
dinheirão. E me levou para Caxias. E, já em Caxias, já estava na
Arco-íris. Já estava lá em Caxias o avião arco-íris. Nem lembro mais
o avião, acho que era biplano: um avião mais moderno no tempo,
mas antigo.
E, aí fiquei em Caxias do Sul com ele, como sócio, com ele,
e mais um outro, que era piloto. Eu sei pilotar, mas não tenho
carteira, não piloto há muitos anos. Eu sabia pilotar avião, avião
pequeno, de pequeno porte... E desfazendo essa sociedade, lá em
Caxias do Sul, nós viemos para Porto Alegre Porto Alegre, já em
quarenta e... não, 51 para 52 [1951 – 1952]... 51 para 52, em Porto
Alegre. Ali na Avenida Bahia, 172, Bairro Navegantes. Porque
outrora nós já estávamos em Canoas. Ali, no curto espaço de tempo,
em Canoas, com os aviões, mas aí o DAC mudou. O novo Ministro
da Aeronáutica, aquela coisa toda. Mudou o DAC e os direitos que
nós havíamos adquirido de receber adoções econômicas da parte do
DAC para a manutenção dessa firma reconhecida pelo DAC,
Departamento de Aeronáutica [Aviação] Civil, é, reconhecia a nossa
oficina aqui em Caxias/Porto Alegre.
Nós passamos a consertar aviões que vinham de dentro do
Estado. Aviões que vinham em cima de caminhões. Aviões
acidentados. E fazíamos o orçamento e enviamos para o DAC, e, o
DAC abonava, entendeu? Abonava esse orçamento. E era tudo com
contrato. A sociedade era anônima. O nome da firma era Somia –
Sociedade Oficina Mecânica Ícaro da Aviação. E aí é uma história
interessante. Aí nós já estávamos com dois sócios franceses,
franceses mesmo: Paulo Controrrieur, Jorge Rosier, foi quando eu
aprendi a falar em francês também. Aprendi. Tenho essa facilidade.
Falo um pouco ainda hoje. E também o outro, que é o piloto, que era
o Ênio Gazola, que atuou em Caxias do Sul; mas aí, quando entrou
30
o novo Ministro do DAC, a Varig, depois abandonada, perdida no
tempo.
Eu morei cinco anos em Caxias, mas antes de morar em
Caxias, eu me lembro muito bem... Com 18 anos, eu já trabalhava na
Força Aérea Brasileira. Trabalhava na Força Aérea Brasileira com
12 anos. Eu entrei na Força Aérea Brasileira com 12, 13, 14 anos. A
base da Força Aérea Brasileira ficava lá no Parque de São Paulo, no
bairro Santana. Foi nessa época que ele me convenceu a ir para
Caxias.
Quando morava com meu irmão, aprendi uma coisa:
beber. Nunca ninguém bebia mais do que eu. Depois... Além do
mais, aprendi também a fumar. Então a vida espiritual foi embora.
Lá em Caxias do Sul fui convidado a trabalhar por dois
delegados: um Regional e outro Estadual. Fui convidado para
trabalhar com eles na parte da informática oral e visual sobre
trânsito, porque eu conhecia bem o trânsito, e aproveitei para
lecionar lá para alguns alunos que apareceram para estudar mecânica
– para depois fazer exame para tirar carteira de motorista.
Naquele tempo, eu era mundano, carnal, muito briguento.
Lutava karatê, jiu-jitsu, não tinha técnica, mas, a princípio, era muito
mundano. Ora, o delegado disse: “À noite, nós vamos fazer uma
ronda policial. Eu vou te dar uma arma”. Era desse tempo antigo, eu
acho que eu já tinha mais de 18 anos, 19 anos. Me deu uma carteira
de identidade e eu, então, dirigia o carro para poder fazer as capturas
em Caxias. Trabalhei, acho que um ano. Aí comecei a ficar violento,
cheio de autoridade.
Briguei com meu irmão por causa do meu dinheiro. Eu gastei
uns três anos mais ou menos ajudando ele, morando com ele, não
ganhando nada. Ele me prometendo... Se for contar toda a história...
É longa demais... É muito longa, mas a parte mais bonita é essa de
quando eu vim para Caxias do Sul. Meu irmão foi embora para São
Carlos. Nunca mais eu vi ele. Foi para São Carlos. Parece que de lá
foi para a Bahia. Morreu por lá. Eu não vi. Não tive conhecimento
mais da história dele. Não estou interessado nesse dinheiro que eu
perdi, nem nas mentiras que ele contou para mim. Ele me deixou
31
numa situação em que eu estava laborando, mas já não tinha nem
dinheiro para nada.
Meu pai ficava muito triste comigo. Minha mãe ficava muito
triste. Além de bêbado, ordinário, violento, malucão. Eu era muito
violento no trânsito, apesar de nunca ter feito acidente nem nada.
Então, eu fiquei muito virado, com uma vida moral e espiritual
sofrível. E eu saí. Deixei o delegado. Larguei e agradeci.
E eu não estava em Porto Alegre. Eu conhecia Porto Alegre
porque eu trabalhava com caminhão. Tem esse detalhe, fui
caminhoneiro antes de casar. Caminhão acabou, perdi tudo. Acho
que 49, 50, 51 [1949, 1950, 1951], mais tardar, o caminhão
acabou. Foi aproximadamente um ano nessa lida. De Caxias do Sul
eu vim para Porto Alegre. Abandonei polícia. Abandonei caminhão.
Aqui em Porto Alegre morei bem perto da Farrapos, na esquina da
Avenida Bahia com a Farrapos. Lá estava no auge total da
mundanidade. Eu estava no auge da carnalidade, dos vícios, do
fumo. Fumava um maço de cigarro por dia. Bebia de cântaro. Isso
de 22 para 23 anos de idade, calculo eu.
Já estava saindo do mundo das trevas, do pecado, das
mundanidades. Era muito carnal. E meu irmão me abandonou, me
explorou. Deus abriu uma porta para mim. Eu fui na EVAER. Entrei
como chefe. Três anos e meio. Tenho carteira assinada.
Deus fez uma volta na minha vida e quando vim para Porto
Alegre, eu vim morar nesse tempo... Eu também trabalhava com
Aviões não só na FAB, mas fiz sociedade anônima aqui em Porto
Alegre com três sócios franceses, com quem eu aprendi a falar
francês também – não muito. Francês, inglês, espanhol, russo,
alemão, tudo isso eu falo bem, ainda. Conversava bem, mas hoje já
não estou mais interessado nisso. Em Porto Alegre, desfazendo-me
da firma de aviões, trabalhei na Varig de 3 anos e meio.
Eu saí uma noite, num sábado, para ir ao cabaré, porque eu
gostava muito disso. Gostava muito disso. No domingo, em outubro
de 1953, eu ainda não conhecia a Sônia – a Sônia eu conheci em
1955. Eu não conhecia ninguém de Batista, de crente, eu lá queria
saber disso.
32
Eu saí de casa... de casa... nesse bairro, perto da esquina da
Bahia com a Farrapos. Vim caminhando até a rua Cristóvão
Colombo, perto do Colégio Batista. No Colégio Batista, minha
esposa nasceu praticamente ali, no Colégio Batista. O meu sogro
trabalhava de zelador do Colégio Batista em mil novecentos e
quarenta e qualquer coisa.
Eu apareci ali, ainda “de fogo”, no domingo... Porque eu
tomava no sábado e eu vinha de bonde e o bonde quebrou. Então eu
fui caminhando na Cristóvão Colombo em direção ao centro.
Quando eu cheguei em frente ao Colégio Batista, eu vi luzes acesas,
cartazes escritos: conferências religiosas, em outubro de 1953. Aí,
meio zonzo ainda – porque eu fumava e bebia muito. Eu vi muitos
jovens ali. Porque a Igreja Batista Central era ali. E o fundador, quer
dizer, o organizador do trabalho Batista – porque o fundador é Cristo
– o organizador de grande parte das igrejas de Porto Alegre é o
Doutor Harley Smith. Ele foi o missionário da Junta de
Richmond. Ele deixou de ser missionário da Junta de Richmond
porque perseguiram ele, ele foi abandonado. Eu sei que essa história
é verdadeira porque eu escrevi essa história. Disseram para ele que
ou ele voltava para os Estados Unidos ou ele seria excluído. Ele
disse: “Eu prefiro ser excluído”. E a minha esposa já era membro
dessa igreja há muitos anos. Ela foi batizada por ele.
Eu passei nessa rua de noite e vi essa iluminação e hinos
cantados. Tocou Deus em mim e eu entrei. A igreja estava cheia, no
colégio... no Colégio Batista, no salão. Aí eu entrei. Em outubro de
1953. São lembranças marcantes. {chora novamente...} que
ninguém poderá tirar. Eu devia estar com 22 para 23 anos. Entrei,
tudo era normal para mim. Tudo era conhecido. Quanta ausência de
minha parte. Eu assisti o culto, no domingo.
{Arfares de contentamento} Então, aquela noite para mim foi
um bálsamo. Estou lembrando isso agora para contar, mas não tenho
lembrança triste, não. Então, ouvi a mensagem. Quando se fez o
apelo eu estava lá na frente. Estava lá na frente. Nem sei como.
Adultério, fumo, rancor, bebida, tudo saiu na hora, na
hora. Nada mais ficou em mim, nada. Não tenho como explicar isso.
33
Eu fui lá na frente. Tinha alguém tocando lá. Era a esposa, mas eu
não a conhecia ainda.
Aí é que foi que, já 53 [1953], correndo um pouquinho, de
53, desligado de tudo, não mais mundano, porque ingressei de volta
na igreja por reconciliação, porque eu fui batizado em São Paulo.
Batizado, certo. Em 1945, eu fui batizado. Tenho até meu certificado
de batismo. Fui batizado, em 45 e saí em 47, 48, 49, 50… 7 anos eu
fiquei no inferno, de próprio gosto e desgosto; mas aí, em 53, de
outubro, não conhecia a Sônia ainda, não.
Eu fui indo, indo, indo... Fui conhecendo as pessoas. Eu não
estava trabalhando na Varig ainda. E ia para Igreja. Via uma mocinha
tocando piano – que é a Sônia – toca muito bem desde criança.
Nessa época, que eu me lembre, estava iniciando na Varig.
Ela tocava na igreja e eu fiquei conhecendo as pessoas. A sociedade
com meu irmão tinha se desfeito, o caminhão tinha se desfeito.
Ainda não estava na Varig. Fui muito bem recebido pela igreja.
E, Deus me abençoando. E eu voltando para o Evangelho. E
aí, nessa altura, perdi tudo, tudo. Aqueles 180 contos. Todo o
ferramental da oficina de aviação. Todo o suporte de gabaritos. A
gente usava muito os gabaritos para poder recuperar as aeronaves.
Ferramental completo, de muitos milhares de dinheiro. E meu
irmão, então, o que ele fez? Repartiu para os sócios franceses porque
tinha compromisso. E, meu irmão, ficou por aí.
Eu entrei na igreja em 1953, ainda não tinha o Ginásio, o
Segundo Grau. Eu me comprometi, namorei, noivei e casei com
Sônia em 1955. Para não ficar desempregado, já casado, em 1955 eu
casei. Casado em 1955. Em 1956, a menina estava nascendo. Fui
adquirido, me procuraram, a Varig me procurou e eu fui empregado
por três anos e meio na EVAER. EVAER era um departamento da
escola de aviação e preparação de mecânica, aliada à Varig, naquela
época. Eu entrei, então, na EVAER como chefe de seção de
montagem de aviões de pequenos Portes. Aí tivemos que desfazer
desses sócios.
Eu sempre fui empreendedor, sempre fui ao evangelismo. Fiz
estudo por correspondência, em castelhano, em espanhol. Estudei no
34
Instituto Bíblico, me falha a memória agora... um dos primeiros
pastores Batistas do mundo... Estudei no Instituto Bíblico, por dois
anos e fui me tornando Evangelista.
A Igreja Central, depois de casado, me tornou como
Evangelista três anos e meio. Nunca me deu nada. Eu tenho muita
facilidade de não receber nada. Nunca se incomodam comigo e eu
também não peço. Você vai conhecer a minha história.
Na Varig, eu trabalhava para sustentar a família. Sônia
trabalhava na firma Renner, aqui em Porto Alegre, quando solteira.
Ela trabalhava de Caixa.
A minha esposa se chama Sônia. Agora traduzido é
Sônia, mas o nome original dela e Sofia: Sofia do Prado.
Antigamente o nome Russo – já não usa mais, porque o próprio juiz
que nos casou disse: ah, isso é muito difícil. Vou botar do Prado.
Nós casamos em 1955. Eu já era casado e a Mary nasceu em
56. Quando eu trabalhei na Varig foi em 1956, 1957, 1958. Eu tenho
certificado. Tenho o comprovante. Depois ela saiu da Renner porque
eu estava ganhando bem a vida na Varig. Trabalhava de mecânico
de avião.
Na Igreja Central nunca ganhei salário. Ganhava uma dádiva
que não contribui para aposentadoria. Eu vivo por amor e graça.
Eu já era chefe lá na Varig. Eu com Bíblia na mão, com
oração e fé, na minha vocação, que eu não sabia qual que era ainda,
mas que, como Evangelista, estava preparando para evangelizar.
Deus me chama na Varig. Senti claramente a vocação, o chamado,
na Varig, de 1957 para 1958, por aí.
Eu disse para a Sônia: “Você tem que voltar a trabalhar,
porque eu vou sair da Varig”. Saí da Varig por resolução minha e
comecei a estudar no Seminário, me tornei até professor no
Seminário. Estudei no Instituto Bíblico... Não consigo lembrar o
nome. Traição da memória. Já estou com quase 90 anos, mas eu
tenho tudo anotado. Ela começou a trabalhar para poder me ajudar.
Então, deixei a Varig.
Trabalhei três anos e meio na [Igreja Batista] Central, como
Evangelista, que não ganhei nada de salário. Viajei muito... Viajei
35
muito... A Junta [Batista de Missões], quase de frente ao Colégio
Batista, me convidou e eu fui Evangelista três anos e meio também.
Foram sete anos de Evangelista. Já estava próximo do ano de 1966
quando eu fui para o Seminário, no Rio de Janeiro, por minha conta,
e, sustento do pai dela e da mãe dela. A Igreja Central não ajudou a
me manter no Seminário.
Sou Paulistano. Eu estranho até hoje, como pastor há 56 anos
que eu sou, eu estranho esse modo dos gaúchos, em matéria de
reverência, de compromisso, de presença, de atribuições. Muitas
pessoas não querem compromisso. Só querem ser servidos. É difícil.
Só na central, fiquei 20 anos consecutivos. Eu trabalhando, Sônia
tocando acordeom, quantas almas ganhamos em 20 anos?! Para não
dizer quase 140 pessoas que batizamos, que passaram ainda por
classe de doutrina comigo, dois meses. Sem passar na classe de
doutrinas eu não batizava.
Eu fui Evangelista pela Junta com os catarinenses em 1962.
Que bênção trabalhar com os catarinenses. Lá, a igreja estava sempre
pronta a ajudar. Sempre disposta a trabalhar. Aqui é mais difícil. Fui
em vários lugares como Evangelista. Os gaúchos são mais difíceis
de aceitar o Evangelho, exceções existem. Voltando ao assunto, fiz
três anos e meio na junta e tenho um repertório aqui para mostrar.
Aqui estão os mapas com os pontos onde atuei durante o período de
Evangelista no Rio Grande do Sul.
Eu tenho uma coisa muito importante. Quando eu voltei para
a Igreja Central, por reconciliação em 1953, de outubro, eu ouvi uma
líder americana que me amou muito – ela já é falecida – ela dizendo
assim: “Vamos orar a Deus para que Deus envie homens para essa
igreja”. Igreja Central de Porto Alegre. O pastor fundador, não diria
fundador, organizador da igreja, estava na América, não conhecia –
pastor Harley Smith, a esposa. Eu então senti um toque: “Poxa,
então, será que Deus está me usando?” Eu saio das trevas, do mundo,
fumava muito, bebia muito, era briguento. Brigava mesmo, para
matar mesmo. Se fosse para matar, matava no karatê. Era meio
doido, sem dizer que numa noite lá entrei, houve o retorno. Voltei
para Cristo. Anexo a essa mesma experiência, poucos momentos
depois – porque eu conhecia bem a Bíblia, também – tinha
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conhecimento de Bíblia, embora no mundo. Eu descobri na Bíblia
dois textos bíblicos. Posso pegar aqui o texto bíblico?
Eu tinha os meus 25 para 26 anos. Eu aprendi, dentro da
minha alma, no meu espírito, Ezequiel... tem que ter cuidado com a
Bíblia que ela tá bem... Essa Bíblia é da minha consagração, de
[19]65. A Bíblia antiga que eu tenho. Ezequiel 3... – e ainda me deu
agora uma dor no braço, que eu estou sem força nesse braço, não
consigo nem segurar a Bíblia. É a idade.
Dois textos bíblicos... Eu nem estou usando muito mais essa
Bíblia para poupá-la. E, sabe, meu irmão, também usando muitos
anos, gasolina e óleo, eu perdi as digitais. Não tenho mais digitais.
Então, para pegar o papel é difícil. Ezequiel 33 e 3. Sei que tá difícil.
Você tem paciência. Me perdoa, tá? São duas passagens. Como eu
disse, eu não uso mais essa Bíblia. Só guardo ela como lembrança.
Desculpa. Essa passagem aqui.
Tocaram-me profundamente, dois textos: [Ezequiel 3, 16 a
21] “E sucedeu ao fim de sete dias, veio a palavra do Senhor a mim,
dizendo: Filho do homem: Eu te dei por atalaia sobre a casa de Israel;
e tu da minha boca ouvirás a palavra e os avisará da minha parte.
Quando eu disser ao ímpio: Certamente morrerás; e tu não o avisares,
nem falares para avisar o ímpio acerca do seu mau caminho, para
salvar a sua alma, aquele ímpio morrerá na sua maldade, mas o seu
sangue, da tua mão o requererei. Mas, se avisares ao ímpio, e ele não
se converter da sua impiedade e do seu caminho ímpio, ele morrerá
na sua maldade, mas tu livraste a tua alma”.
E aí mais esse tocou profundamente a minha vida, mais
outros e o 33 [Ezequiel 33. 7-9]: “Tu, pois, ó filho do homem, te
constituí por atalaia sobre a casa de Israel; tu, pois, ouvirás a palavra
da minha boca e lha anunciarás da minha parte. Se eu disser ao
ímpio: O ímpio, certamente morrerás; e tu não falares, para desviar
o ímpio do seu caminho, morrerá esse ímpio na sua iniquidade, mas
o seu sangue eu o demandarei da tua mão. Mas, quando tu tiveres
falado para desviar o ímpio do seu caminho, para que se converta
dele, e ele se não converter do seu caminho, ele morrerá na sua
iniquidade, mas tu livraste a tua alma”. Então, eu tenho essas duas
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expressões, e outras mais, que foi um impacto muito grande da
minha vida.
A minha convivência com os Missionários do Sul. Eles me
procuraram por causa da minha facilidade de adaptação com eles.
Enquanto os – não estou julgando – os outros colegas leigos
escapavam de compromisso: “Vamos evangelizar. Vamos fazer uma
campanha evangelística. Vamos fazer uma campanha aqui e ali”. Ah,
é! Eles não foram, e eu: “Pronto, estou pronto”. E pregava. Todos
esses lugares que eu menciono eu sei. Todos esses pontos estão
marcados: dia, hora, mensagem. Até quantas pessoas tinham. Nós
pregamos em Bom Retiro, por exemplo, perto de Cachoeira do Sul,
perto de... perto de Carazinho. Me levaram depois dos cultos em
Carazinho, isso em anos passados. Me levaram no lugar que eu não
conhecia. “Vamos lá, então”. Alguém que me levou. “Vamos lá
Daniel, Daniel”.
Eu não era pastor, claro. “Vamos lá em Bom Retiro”. E, num
lugar que tá na minha memória, fui lá. Convidaram, claro. Como fui
convidado! Encheu uma sala, não é que o assoalho afundou! O
assoalho afundou. A casa não era boa. A casa não era boa e tinha
tanta gente de pé e eu pregando. E as pessoas se manifestavam
chorando. Eu não sei, ninguém mais, não lembro mais nada, mas isso
aconteceu. E o assoalho cedeu. Até deu um pânico que quiseram ir
embora. Gritavam: “Vai cair!” – qualquer coisa assim. Então, tenho
lembranças incontáveis, maravilhosas e a bênção maior é a esposa.
Ela toca acordeom. Vendeu o acordeom porque não tinha dinheiro.
Agora, agora esse ano que nós ganhamos esse piano, porque ela
sempre tocou piano, não é. Tá no órgão, órgão, órgão e arranjaram.
Dádiva. Alguém que é da ex-Igreja Central comprou para nós e deu
a dádiva para a Igreja. Então, tá tocando teclado. É piano, mas não é
piano. É teclado, mas ela gosta.
Eu já tinha deixado de beber, fumar, adultério, brigas; já
estava dentro da igreja. Eu disse: “Bom, agora eu preciso completar
meu estudo”. Só tinha o Primário, mal, mal. O Segundo Grau? Não
tinha nem Segundo Grau ainda nessa época. Fui estudar: estudei,
estudei, estudei. Fiz o Segundo Grau. Fui pro Seminário em 65 para
66. A igreja não teve – Deus me perdoe – a igreja não teve visão para
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me dar apoio. Eu dependia de meu sogro e minha sogra – russos, e
a filha é única, e ela trabalhava na Renner, caixa do Renner, das lojas
Renner. Então, quando casei com ela, vivi mais alguns dias, fui para
o seminário em 65 para 66.
Ah, o papai e a mamãe ficaram contentes quando eu disse
que iria para o Seminário. Ficaram contentes. Só meu pai que era
muito bairrista, e não era paulistano. Eu sou Paulistano. A mãe é de
origem alemã. A mamãe nasceu no Brasil, mas veio praticamente da
Alemanha - de Hamburgo, lá do Norte da Alemanha. Depois, eu
falava alemão também, do tempo da Guerra, do tempo do Hitler.
Mamãe e papai gostaram muito. Ficaram felizes, mas meu pai, no
fundo – já morreu, com 97 anos – ele dizia assim para mim... Ele
veio muitas vezes aqui. Ele trabalhou na FAB. Eu arranjei um
emprego para ele na FAB... Aí, ele vinha aqui. Fazia surpresa para
mim. Eu estava ali no púlpito. Ele estava lá na porta. Chegava de
avião. Pegava carona. Militar-Civil. Muito conceituado. E eu não
escutava nada. Estava lá no púlpito e ele estava lá na porta. E aí, ele
chegava a dizer muitas vezes para mim: por que que – não sei se
convêm gravar isso aqui, agora...
Ele dizia assim: “Filho, você é pastor. Eu noto que esses
gaúchos aí”... Então, ele fazia assim com a boca [puxando para o
lado]. “Volta para casa, é melhor lá, muito melhor lá. Lá tem mais
igrejas. Lá tem seus colegas, lá”… Deus me deu minha esposa.
Também é enraizada aqui em Porto Alegre. Então, ela não teve
muito interesse de ir.
Ingressei no Seminário. Apresentei meu currículo e lá, o
reitor na época disse: “Falta a complementação do Segundo Grau.
Tu não podes fazer Bacharel”. Tá bem. Tá bem. Então, eu fiz três
anos, 14 matérias. 14 matérias e eu passei em quase todas por média.
Quase todas por média. Fui muito, muito dedicado e ainda ajudei um
cego que morava em Marataízes. Eu não sei onde fica isso,
Marataízes. Ele era um cego e ninguém gostava dele no Seminário.
42 colegas e eu adotei ele. Lecionava para ele, eu lia e eu lecionava.
Comprei um gravadorzinho. Muito pobrezinho, na época. Gravava
para ele ouvir.
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E quando eu pedi, no último ano: “Senhor Reitor, se eu não
me formar no Seminário comum?” – Primeiro Grau. O Segundo
Grau não estava completo – “Deixa eu continuar aí? Eu quero
continuar. Eu faço complementação. Depois, quando Deus me der a
vida eu faço esse meu título de Bacharel”... Mas não consegui isso.
Não me deu. Não me deu. Foi tão Severo. Não me deu. Então, eu
fiz essas 26 matérias todas. Tenho todo o currículo. As médias todas.
Mas estou tão feliz, tão feliz. Porque eu tenho feito o trabalho com
maior desenvoltura possível. Cheio de vontade. Cheio de confiança
e sei que estou tranquilo com Deus, porque eu gostaria de fazer muito
mais nesse um ano e meio que ficou sem o tempo.
Eu sei dizer que fui pro Seminário e não pude fazer Bacharel
– eu quis fazer Bacharel – porque faltava uma data para eu ingressar
ou complementar, com esse exame, o Segundo Grau, para poder
avaliar, para ingressar no Seminário. Então, as datas se
desencontraram. Eu tinha que entrar no Seminário. Eu fui no
Seminário com a proposta de voltar para completar, para... Não
aceitaram no Seminário. Não aceitaram isso. Então, eu fiz o... o...
Curso Legal, de 26 matérias. 26 matérias: inglês, espanhol,
português, é..., é..., é..., Eclesiologia, Teologia 1 e 2, Evangelismo,
Ética, Lógica, Psicologia, Metodologia... tudo isso eu fiz. 3 anos e
quase 4 estudando. E, ainda fui convidado a ser Pastor. Consagrado
pastor lá no Seminário, pela Igreja Batista do Méier, lá no Rio de
Janeiro, onde o pastoreei três anos e meio. Ganhei muitas almas para
Cristo. Os cariocas são dóceis para se ganhar para Cristo – eram. Isso
foi, foi em junho em 65, 66, 67, 68. E aí, me convidaram para cá,
para Central, porque eu era filho daqui. Assumi e 68 e 87 me
mandaram embora. Fizeram... {chora e não diz mais nada por alguns
minutos} ...
Eu uso todos esses anos o púlpito da manhã e da noite. Eu
leciono, eu não prego. Eu leciono. Entre Homilética, História,
Geografia, Português, se for necessário, Inglês, também um pouco.
Enfim... Hermenêutica... Enfim, entre tudo isso eu leciono. Tenho
cuidado com o púlpito – que a minha mensagem seja mais pura o
possível. Mais bíblica o possível.
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Quanto ao tratamento que me é dado pelos membros da
Convenção Batista: Eu quero crer... Eu não creio, mas eu quero crer
que todos esses anos – já fui presidente da ordem várias vezes – e,
eles são como eu disse, são cada um para o seu lado. Não há um
estreitamento. Não há uma familiaridade. Não há uma meiguice
mútua. Então, eu fui convivendo assim, convivendo assim, e, larguei
de mão. Eles sabem. Então, a minha identidade vem do Rio [de
Janeiro]. Todas elas vêm do Rio, mas a minha identidade vem do
Rio. A minha identidade vem do Rio. A cada ano ela é renovada – a
carteira de identidade. Tenho duas, três aí. Eles não recolhem. Fica
duas, três aí. Eu estou, então, lá, desde 1967. Desde 1967 eu estou
incluído na ordem dos ministros. E, aqui, meu amado irmão, aqui...
tomar um pouco de cuidado que tá meio velho... isso aqui é a
contracapa da Bíblia que ganhei de presente quando fui ordenado ao
Sagrado Ministério Sacerdotal. A capa e a contracapa. Tem aqui a
consagração e a posse na igreja de Lins Vasconcelos, no Rio. Três
anos e meio e passei lá pastoreando. Quando vim para Porto Alegre
e assumi a minha igreja aqui em 1968.
Quando vou fazer meus sermões, há décadas eu os faço em
minha máquina. Eu, por anos e anos, começando desde Rio de
Janeiro, uso uma máquina de escrever. Eu escrevo à máquina. Os
meus esboços são sempre catalogados. Estão todos guardados já há
um certo tempo. Então, chegando aqui, nesses últimos anos, até a
semana trasada, até o mês passado, para ser mais claro. Eu tinha uma
máquina chamada “Facit”. Bem grande e pesada, uns 40 Kg. Eu
sempre adquiri a fita. A fita era um rolo grande assim, então, como
escrevo muito, falo muito, sou assim. É meu costume. A fita acabou.
Fui procurar. A fábrica não fabrica mais. O homem da loja que
vendia as fitas: “Eu sinto muito, mas a fábrica não fabrica mais. É
muito antigo. Não quer mais fabricar”. Então, eu não conseguia mais
a fita em lugar nenhum. Outros lugares, livraria, no comércio, não
achava a fita mais. Então, eu encostei a máquina no chão.
Botei no chão a máquina e vou começar a escrever à mão,
ainda mais agora, ainda mais agora que esse “túnel do carpo”
apareceu de uma semana para cá. Eu não tinha nada, nada. Então, eu
fico meio fraco da mão. Sei que isso é a idade. Não é que eu tinha
41
uma outra máquina, que eu tinha ganho uma máquina de um
protético. Ele me deu a máquina e eu tinha esquecido dessa máquina.
Como eu evangelizava um italiano na época, uns dois anos atrás,
evangelizava um italiano que trabalhava no conserto de máquina. Ele
consertava para mim e não me cobrava nada. Ele me chamava de
Reverendo. Eu não me lembrava mais dessa máquina. Eu fiquei
com... Eu escrevi à mão. Eu esqueci dessa máquina e, de repente, eu
procuro, eu procuro. Onde está essa máquina? Eu sempre: “Onde
está a máquina?”. Sempre procurava. Minha esposa procurando por
toda essa casa: “Onde será que está essa máquina?”. Levei um certo
tempo. Ganhei essa máquina de um protético que é o italiano –
porque eu também falo um pouquinho italiano, “Parlo un po 'di
italiano”.
Eu telefonei para esse italiano que está morando... Saiu
daqui, foi morar em Santa Catarina – esqueci o nome do lugar agora.
Eu telefonei para ele: “Seu Marcos, porventura poderia me ajudar a
me lembrar onde que tá a minha máquina, que eu não acho”. Ele não
deixou nem eu terminar de falar... “Essa máquina está aqui comigo
pastor. O senhor deixou comigo aqui. O senhor tinha outra máquina,
não queria usar essa moderna, mais moderna”. Me frustrei. Eu fiquei
abatido. Como é que pode? Aí, ele pegou... Eu contei que essa
máquina não tem mais jeito, não tem conserto. Não tem mais peça,
nem nada. E ele me enviou lá de Santa Catarina. Frete pago. Recebi
a máquina faz duas semanas... Uma semana e meia, nem duas faz.
Recebi a máquina aqui para escrever. Estou escrevendo nela. Tá lá.
Se o senhor olhar meu gabinete Pastoral o senhor se apavora.
Tem só um quartinho que dá para guardar apetrechos de empregado
lá. Tá tudo lá. Lá é o lugar que eu oro. Lá é o lugar que eu converso
com Deus. Lá é o lugar que eu recebo mensagem. Lá é o lugar que
eu escrevo. Eu estou com máquina aí de escrever. E, agora, então,
descobri que ela talvez não vai ter mais fita. Também, agora tudo é
eletrônico, tudo é eletrônico. Então, esse Marcos, lá de Santa
Catarina, disse que tem muita lá na praça. Ele disse: “Vou perguntar
pro senhor se o senhor pode pagar que o preço. É caro fita cassete”.
Então, não tinha dinheiro. Não tinha. Não tinha nada, nada, nada,
nada. O dinheiro que tenho dá para comparar um litro de leite até
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anteontem. Aí fui lá telefonar para ele. Ele disse: “Se o senhor pode
comprar, compra logo duas, porque pode ser que que quando eu vou
comprar não tem mais a fita.” Quanto custa cada fita?” “R$49,90,
cada fita”. E eu, pela fé, disse: “Então, o senhor guarda duas para
mim”. Nem sei se tenho tempo para viver. O certo é deixar as duas
fitas. Que eu não sei quanto tempo dura. Não sei. “O senhor vem
buscar?” “Posso buscar”. “Não, eu mando para o senhor, aí”. Por
telefone. Eu nem sei quem é... é o Antônio? “O senhor só manda para
mim dia 4 em diante” – porque a Sônia é a primeira a receber, pelo
Inamps. Eu sou o segundo a receber, muito mais tarde. Ela, então,
vai receber, agora dia 4, amanhã ou depois de amanhã. Então, ela
tendo o dinheiro, o cara pode vir, eu compro a fita. Quando terminar
essa fita, eu ponho a fita.
Desde que a conheci... Sônia, ela toca muito bem. Ela gosta
de tocar piano. Piano é... Ela se formou em piano. A esposa tem um
teclado aqui em casa, mas tá lá em cima do armário. Porque o teclado
tem que fazer ligação, adaptação. É Cássio. É Cássio. E, ainda tem
que ir na Igreja. Agora ela largou de mão. Tá lá guardado. Faz uns
dois meses que tá lá em cima. Piano ela gosta.
Ela vivia com o pai dela num bairro aqui, mais lá do norte,
chamado Vila Sesi, Jardim Vila Sesi. Quando a conheci, ela era
solteira, nunca tinha namorado com ninguém. Filha bem protegida
pelo pai, russo, crente (outrora não), mais a mãe e a tia dela, são as
que vieram da Rússia. Eu namorava Sônia em 53, 54, 55. Casei em
[19]55 e, morava... Quando casei, fui morar com o pai dela e a mãe
dela, na casa dela, casa da Sônia. E, antes de morrer, o pai e a mãe
entregaram para a filha, sob registro tudo, a casa para ela. Se isso
foi... Não me lembro agora quando é que faleceu o pai. Não me
lembro... Posso me enganar na data. Não sei. Então, sendo já a casa
dela e o pai certamente já não estava mais, a última pessoa a morrer
foi a tia. A mãe, o pai e a mãe já morreram.
A casa era dela. Bonita casinha, num bairro bom, Vila Sesi.
E, aí, vem o governo do Brasil... tem o Sarney ... é o Sarney
Presidente da República... Eu não me lembro muito bem se foi o
Sarney ou outro... que transformou Cruzado, depois Cruzeiro,
depois, agora, por último, é Real. E, naquela troca de valores, o poder
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aquisitivo perdeu lá um zero, dois zeros, sei lá quantos zeros na
moeda. E a casa que já era da Sônia, chegou alguém, e, na sua
astúcia, nos logrou. Por isso que eu tenho um apelido que adoto: “Eu
sou um homem que sou o que sou”. Não diria sem sorte. Sempre
explorado... pelo meu irmão... Sempre. E... [Sônia] vendeu a
propriedade à vista, acho que com aquele dinheiro que no outro dia
desvalorizou. Recebeu o dinheiro. Fizeram uma falcatrua conosco.
E a casa era dela que o pai e a mãe deixou. Perdeu. Não tem nada. E
a igreja quer fazer uma coisa que eu não aceito meu irmão... Se um
dia o senhor for pastor... O senhor é pastor já?... Quando for pastor...
eu não aceito jamais, por melhor dádiva que possa ser, a igreja
oferecer casa pastoral junto ao templo. Eu não aceito. Porque eu já
tenho experiência de vida. Não há sossego para o pastor e sua
família. Há uma invasão à liberdade. Há frequência. Os membros da
igreja, sem maldade nenhuma, entram, e... entendeu? E a casa
pastoral... o pastor acaba sendo até o zelador porque tá ali, e,
quiseram forçar, porque queriam me ajudar no aluguel que aqui é mil
cento e pouco o aluguel, incluindo tudo, menos valor do telefone. Eu
não sei como é que eu pago isso. O meu salário do Inamps é R$1.600
(mil e seiscentos reais), posso mostrar, mas tem empréstimo, de mais
ou menos uns 200, por aí, mas ela é menos que eu. E a igreja me dá,
quando me dá 100 pila 120 ou 140. Eu pago, não deixo atrasar
aluguel. Então é isso.
Há 14 anos eu morava com o pai dela. Com o pai da Sônia.
Sônia, Sônia, quanto tempo faz que o teu papai faleceu? Quanto
tempo faz que teu papai faleceu? Não ouviu... Quanto tempo que o
teu papai faleceu? [me lembra, então, me ajuda a memória... antes
de morarmos aqui... há 14 anos estamos aqui... antes de morarmos
aqui onde nós morávamos na casa de um ex-membro, mas lá nós não
pagávamos aluguel. Não, mas não pagava o aluguel, lá]. E estou aqui
para 30, 31 anos aqui no Jardim Ypu [igreja]. 31 anos. Mais 20 na
[igreja] central. São 51 anos, por aí.
E toda essa obra aqui é criada por mim e Sônia, com Deus.
Com Deus. Branquinhos, Montenegro, Pelotas, Alvorada... É, eu
esqueci muitos. Esqueci tantos outros lugares que colaboramos
também, igual. Pregando sempre na rua. Eu sempre peguei na rua,
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na rua – com a voz, se tiver que gritar eu grito e falo, mas assim é
rapidamente a história. E não tenho salário. Não, nem me implico
com salário. Se quiser dar, dá. Eu pago de aluguel aqui R$1.100 (mil
e cem [reais]) por mês. Eu recebo R$1.600 (mil e seiscentos [reais])
de aposentadoria. Sônia recebe R$1.200 (mil e duzentos [reais]),
menos que eu. E a Igreja dá lá uns 40, 50, 60 pila [reais]. Às vezes,
não dá nada. Porque disseram na igreja: “Nós precisamos construir
o templo; é um ano sem templo, certo?! Então nós vamos fazer. Se
o pastor aceitar não pagá-lo, para poder arranjar dinheiro juntamente
com outras dádivas para poder fazer”. Às vezes, tem que botar
gasolina, eu boto 10 pila de gasolina e dá 4 km de ida e 4 km de
volta, dá 8 km, não, dá 16 Km por dia da igreja para cá. Essa história
é rapidinho.
E, se eu conseguir... são três anos que eu não tiro umas férias.
Nem saio da igreja. Fico aí. Se eu conseguir um jeito de ir até São
Paulo, quero, pelo menos rever, nestes anos de ausência. Quero rever
os meus sobrinhos, por parte da minha irmã, e, alguns até me ajudam.
Alguns cruzeirinhos lá para mim. Mandam lá pro banco. Um
dinheirinho lá de nada, mas que ajuda. E quero ir até Campinas para
poder ver alguns lugares onde eu trabalhei para ganhar um
dinheirinho. Onde... Onde eu morei... Onde eu morei. Onde eu
estudei... Esse colégio que me levaram até lá. E não me deixaram
entrar. Sim porque não tinha diretor, não tinha zelador. Estava
fechado. Estava em reforma, mas eu vim do Rio Grande do Sul
porque queria ver, mas não.
Eu fiquei meio decepcionado, bastante, mas tá bem. Deixa
com Deus. E é isso aí. Essa história já foi bem, sem muito detalhe.
Pode ser que alguma coisa meio controversa, mas é isso aí. A história
toda.
Para mim o texto que me marcou, Ezequiel 13.33. “Se eu
disser ao ímpio ele vai morrer e você não disser eu vou requerer o
sangue da sua mão, mas se você avisar o ímpio que ele vai morrer na
sua incredulidade, e, ele não aceitar, em verdade você salvou a sua
alma”. E o problema é com ele. Por isso que eu sou assim. Não posso
deixar de falar. Domingo só tinha dois visitantes mas foi tocante,
tocante, tocante, tocante... Chamei o apelo, senti-me entregue e não,
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e não se dobra. É, o gaúcho é difícil. Os Batistas – eu falo sempre da
casa, eu não falo dos outros. Não me interessa falar dos outros. Falo
da casa. Deus mandava falar aos filhos de Israel, aos filhos de Israel,
aos filhos de Israel. Eu sou assim, então. Às vezes, não gosto muito
de açúcar, doce, açúcar, pão doce, não, não, não, não, não dá.
Comigo não dá. Eu tenho ética, tenho lógica, tenho psicologia,
estudos disso... mas enrolar eu não posso. Eu hei de pagar se eu
escamotear, amaciar coesão. “Fale e não te cales”. Então, essa é uma
expressão que é muito, muito natural.
Eu sempre dei apoio a vocacionados. Amparei. Cuido, zelo
para que esse vocacionado seja atendido pela igreja. Seja
compensado pela igreja. Que tenha a igreja responsabilidade com
ele. Eu sempre fiz isso porque eu não tive isso. Continuo não tendo.
Eu sei. Estou me abrindo para você. Estou contando porque eu não
tenho nada que temer. Quando eu abro a boca, tenho absoluta certeza
está escrito aqui. E é por isso que alguns não se adaptam. A Igreja
de Ypu tenta cuidar de mim, mas são poucos membros, muitos já
velhos, 14 já morreram.
Aí eu voltei para Cristo e, até hoje, eu não tenho nada. Só
tenho a fé que Cristo me salvou. Essa casa é alugada. Não tenho
salário. Trabalhei por 20 anos na Central onde, como Evangelista e
Pastor, nós fizemos várias frentes de trabalho ao redor da igreja. Até
podia citar cidade por cidade, lugar, bairro por bairro, e, a esposa me
ajudando. Tocando acordeom [teclado] e eu na viva voz. E, hoje no
Jardim Ypu, que é fruto do nosso trabalho – nosso com Deus, claro.
Essa é a minha vida. Minha filha morreu e eu não gastei um
tostão, pagaram tudo. Não tinha dinheiro nem para enterrar ela, não
tinha. Não tinha para enterrar.
Só pude fazer o enterro da minha mãe porque me pagaram
para isso. Fiz o interno da minha mãe lá em São Paulo. Nem o pastor
dela apareceu, eu fui daqui de Porto Alegre. Fiz o enterro da minha
mãe no cemitério Chora Menino, em São Paulo.
A caminhonete aí [uma Brasília amarela], é usufruto para a
igreja. Tudo por minha conta. A igreja não me dá nada. Não me dá
nada, nada. Eu faço tudo. Inclusive trabalhava com pintura, eu
lixava. Não tenho mais nada, só tenho vontade. O senhor vai ficar
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dissuadido de tanta coisa que está ouvindo. O senhor sabe o que é
dissuadido? É uma pessoa que fica tão sensibilizado com tantas
coisas insignificantes, azedas e antigas... Estou feliz da vida. Eu sei
em quem tenho crido.
As bênçãos... é que domingo atrasado, outra vez, tem um
grupo da Igreja Batista Gaúcha, que saiu de nossa igreja anos
passados. Saíram de nós. Veio um grupo agora, uns três a quatro
domingos. Gratuitamente. Inesperadamente. Vieram passar conosco.
Eu... só esperar... vai lá, abre sua caminhonete... E trouxeram tantos
gêneros alimentícios que eu tive que distribuir para outros. Tantos
que não tinha lugar para guardar. Aí, caixa de leite, açúcar, pão, nata,
manteiga, café, tudo gênero. Nunca me falta nada. E tem dois irmãos
na igreja que – nunca peço nada –, mas eles sempre vêm prover a
gente, além da oferta que a gente recebe.
Uma bênção, se o senhor me permite, são duas bênçãos
bíblicas que eu gosto muito, e, depois de Cristo é o apóstolo Paulo.
Desculpe, viu, irmão, eu tá roubando seu tempo.
É que eu tenho um pouquinho mais de dificuldade para pegar
o papel também. A Bíblia tá bem velhinha... Se fosse pegar o outro
Novo Testamento seria mais rápido que essa Bíblia. Romanos,
capítulo 8 – entre tantas coisas isoladamente na minha velhice, agora
esperando quando Deus quiser me levar –, essa expressão aqui de
alguém que trabalhou contra Deus, contra Cristo, contra a Igreja, no
caminho de Damasco converteu-se, passou a ser perseguido, sofreu
martírio em Roma, e, antes de morrer disse: “Combati o bom
combate, acabei a carreira e guardei a fé”. Mas antes, registrado aqui
em Romanos, capítulo 8, verso 18: “Porque para mim eu tenho por
certo que as aflições deste tempo presente não servem para comparar
com a glória que em nós há de ser revelada”. O que que eu quero
mais? O que é que eu preciso mais? Tenho absoluta firmeza e certeza
de que quando eu chegar na presença de Deus, meu amado irmão,
ele vai me dizer o que já está previsto: “Bem está servo bom e fiel,
sobre tão mínimo você foi fiel, sobre muito te colocarei. Entra no
gozo do teu Senhor”. Só isso é céu para mim... Só isso é céu para
mim.
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Felicidade?! O que é ser feliz? Se felicidade tem um aspecto
social e econômico, eu não ligo para isso. Porque economicamente
eu sou zero. Social, me dou bem com todo mundo – até com os
vizinhos. São os melhores amigos que eu tenho aqui, dou testemunho
disso.
Para mim, o importante é que eu tenho agora, nesse instante,
absoluta fé, confiança, segurança de que eu estou e estarei bem com
Deus. Agora, leio na Bíblia, por vários estudos que já fiz: teses, e
teses, e teses, e teses, muitas teses. Não consta na minha cultura, na
minha espiritualidade, que você tem lembrança das coisas passadas.
Diz que tudo se fez novo, novo céu e nova terra. Agora, eu olho lá
do contrário. Eu tenho um relance de, onde a lembrança triste, Lucas
16: o rico e o Lázaro. E aí eu vou deduzir, biblicamente, que não há
interferência nenhuma humana, no inferno e muito menos no céu –
e só existem dois lugares.
Eu, aposentar? Só morrendo. Só morrendo ou, se a igreja me
mandar embora, eu continuo evangelizando aqui por perto. Não sou
fanático. Eu sou o que Ezequiel 3 e Ezequiel 33: “Fala ao ímpio”...
se não se convencer o problema é seu, tá resolvido.
Se eu penso em mudar de profissão? Não, não. Poderia até
ser mecânico de avião, que eu trabalhei três anos e meio de avião.
Poderia até fazer consertos de automóvel. Poderia fazer pintura até,
se tivesse todo o material para pintura. Sei pintar a revólver, pistola,
mas nem isso eu não posso.
Eu não tenho arrependimentos no meu Ministério Pastoral.
Jamais. Jamais. Só lastimo que – eu citei agora há pouco – que nos
tantos anos anteriores, lá e aqui, não se ter conquistado mais almas
pessoalmente por falta de cooperação. Falta de companheirismo.
Falta de adesão. Então, estou fazendo ainda o máximo. Evangelizo.
Saio. Convido. Visito. No púlpito, eu insisto na palavra. Deixo o
Espírito de Deus falar. Não imponho nada. Não faço por uma coisa
assim, mecânica, autônoma, não. Eu faço sentindo que Deus tá me
dizendo para fazer.
Quando eu olho para trás e penso no que é ser pastor?! Ah, é
uma bênção para mim. A pergunta me move muito. Quer olhar a
48
outra capa [da Bíblia da Consagração a Pastor]? Veja a outra capa!
Acho que tem mais atrás. Os colegas aqui...
Ser Pastor é ter absoluta convicção, certeza profunda,
irremovível, não só da Graça de Deus, do favor de Deus, da presença
de Deus, e o sustento de Deus na minha vida. Porque a esposa que
Deus me deu participa comigo em tudo, é sine qua non.
Sou feliz. Sou abençoado. Sou contente. E tenho várias
experiências de vida que são marcantes, por exemplo, quando senti
que Deus me chamava, dois textos bíblicos em um hino, hino que
não sei se 298 [do Hinário Batista Cantor Cristão] “Nem sempre será
para o lugar que eu quiser que o mestre me tem que mandar”.
Conhece esse hino?
49
50
PARTE 03
SERMÕES DE PASSAGEM
51
registrados por mim em meu caderno de anotações. São mensagens
do coração de Deus para sua amada Igreja.
Já fui jovem e hoje sou velho. Já fui forte e hoje vejo que
minhas forças se esvaem. A cada dia sou mais velho por fora, mas
novo por dentro – regenerado por nosso Senhor Jesus Cristo.
Percebo que não vou durar mais muito tempo, mas tenho a firme
certeza de que em Cristo meu esforço não foi em vão.
Esses são alguns sermões no trânsito da passagem do
ministério, tenho outros guardados ali em meu quartinho de orações,
onde faço a preparação da mensagem para a Igreja de Deus. Esses
proferidos pelo Pastor Smith e por mim deixam claro o amor de Deus
por todos os seus filhos e a certeza de que a vida passa depressa e
nós voamos.
Que Deus os abençoe e os ilumine com sua mensagem.
SERMÃO 1 - Crentes
13-08-1957. Smith 1.
Texto: Marcos 2: 1-12
Mensagens aos crentes e como ganhar almas para Cristo.
52
3) Este caso nos mostra que para ganhar outros precisamos
fazer um esforço: Por exemplo: Livingston, que foi para a África, fez
um esforço muito grande. Carey, que foi para a Índia, fez um esforço
tão grande, que ficou até doente, mas viu que Deus operou
maravilhas nos seus trabalhos.
Billy Graham, fez um esforço tão grande, que causou a
parada de uns dez quilos. Quando em Londres, foi a mesma coisa,
quando dirigiu as conferências; mas ele sentiu e viu a recompensa de
seu esforço, viu o que Deus lhe fez; deu-lhe 150.000 almas, em favor
do trabalho do evangelho.
4) Estamos vendo que, se os irmãos estão com desejo de
ganhar almas para Jesus é preciso manter um espírito de cooperação
uns com os outros. Notemos a maravilhosa cooperação destes
quatros irmãos, levando este a Jesus. Muitas vezes, um pastor ou
professor da escola dominical não pode ganhar almas para Cristo,
por causa da cooperação. É necessário que mantenhamos o nosso
espírito, um espírito de abundante cooperação uns com os outros,
mesmo levando os não crentes à “Igreja de Deus”, e aos pés do
Salvador. Na minha universidade, houve um grupo de cinquenta a
sessenta jovens nos cultos de oração, e passeios de convites de
comitês, palestras particulares, e finalmente ganhamos todos os
colegas, menos um. Cooperando os irmãos uns com os outros, na
grande e maravilhosa obra de salvação pelo povo, jamais devamos
ficar tristes, porque o Senhor de certo nos abençoará.
5) É uma grande lição, para nós, crentes, de manter uma
atitude de perseverança. Perseverança é necessário para uma pessoa
ganhar no comércio, na vida social, vencer na vida de arte, e
ganhamos almas para Cristo, na “Igreja de Deus”. Perseveremos na
obra do Senhor.
6) Esta lição, ou vitória, ou recompensa dada aos apóstolos,
por Cristo, é um grande estímulo para todos nós como discípulos de
Jesus, a fazermos planos sábios e prudentes, e nos esforçar na obra
de cooperação e preservação, para ganhar os outros para Cristo
Jesus. Que tal?
53
SERMÃO 2 - Cristo chama os incrédulos
16-07-1957. Daniel 2.
Texto: Marcos 2: 1-12
54
SERMÃO 3 - A chamada de Mateus
01-08-1957. Smith 3.
Texto: Marcos 2: 13-17
Cristo convidando Mateus a segui-lo.
55
de arrependimento, não é possível aproveitar e gozar das bênçãos
celestiais e eternas. Teremos que sofrer eternamente sem “Deus”. Eu
tomo a liberdade de apelar, aos meus ouvintes não crentes; que é
tempo de buscar o “Senhor”. Amanhã pode ser tarde demais. Hoje é
o dia da salvação. Procuremos a Jesus em submissão absoluta; vale
apena receber Jesus no coração. Alegremos a Jesus com um espírito
arrependido, e humildemente eficiente, em amor a sua igreja.
Além de Jesus convida Mateus a segui-Lo e adorar a “Deus”,
quis também que Mateus levasse a sua cruz, no serviço da
humanidade perdida. Jesus anunciou definitivamente em Mateus 16:
A necessidade duma pessoa qualquer, e o louco mundo, abandonar
o mundo, e pegar a sua cruz, e o segui-Lo de todo o coração.
Não foi por mera curiosidade que Jesus convidou Mateus, a
segui-Lo, mas sim, num espírito de amor, intenso e voluntário
espírito de serviço e amor à humanidade. Eu selo também que
Mateus, seguiu seus passos para dar uma história exata dos feitos e
milagres de “Cristo”, por aqueles três anos e meio que Jesus andou
na Terra. Que privilégio glorioso tem o crente, seguir os passos de
“Cristo”. Será que eu estou falando agora a algumas pessoas que já
estão rendidas a Jesus, e desejam seguir os Seus passos até o fim da
vida? Permitam-me insistir estes momentos convosco, na aceitação
a “Jesus?” De com todo vosso coração, convidardes agora o
“Salvador”, eu sei que ele vos dirá: “Vinde, benditos de meu ‘Pai’”.
“Cristo” desejava tanto ensinar o seu discípulo Mateus a
segui-Lo, até que ele podia estar certo de uma grande vitória no
coração do crente. Será que alguns dos meus amigos aqui estão
ansiosos para entregar seu coração ao “Senhor”, e receber amplo
perdão dos seus pecados e em lugar mui especial no serviço de
“Cristo”? Eu sei muito bem que o homem do mundo tem as suas
impressões do que é a vida cristã: Será que ele põe na sua frente
muitos impedimentos, muitos motivos pelos quais ele não deve
aceitar a Jesus, mas nenhuma atitude contraria a de Jesus pode ser
certo ao homem. Vamos seguir a Jesus no amor e devoção que ele
tinha para a igreja.
A igreja de “Cristo”, meus irmãos, é uma coisa toda especial
de “nosso Senhor Jesus Cristo”. Era considerada por Ele a primeira
56
necessidade da vida do homem. “Ele” disse: “Eu” amo a igreja, dou
minha vida a ela; “Ele” jamais falou assim de outras organizações.
“Ele” disse também: “Sobre esta ‘pedra’ edificarei a minha igreja, e
as portas, do inferno, não prevalecerão contra ela”. É a maneira pela
qual Jesus quer evangelizar o mundo, por meio de sua igreja.
Não haverá outro qualquer plano, a nãos ser este, de amar a
igreja de “Cristo”, e trabalhar na sua igreja, e evangelizar outros,
levando-os aos pés do “Salvador”. Vamos seguir a Jesus em amor,
sinceridade, entusiasmo, eficiência; buscaremos do ponto de vista
espiritual fazendo estas considerações para Jesus em nossa vida.
Respeitando a Jesus pecamos, e estamos à mercê da
condenação divina. Isto não convém para qualquer pessoa, nascida
em tempos remotos, ou modernos. Devemos nossa alma ao
“Salvador”. Amém.
57
lição, nós vimos a força do mal muitas vezes no coração do religioso.
Às vezes, o religioso não é convertido, mas sim ele se torna um
elemento muito perigoso. Notamos nesta ocasião que os fariseus e
saduceus queriam destruir Jesus. Este até teria sido o ato mais escuro
que podemos imaginar, pois não há um ato mais cruel que o homem
pode sentir do que tirar a vida de seu semelhante. Jesus porém escapa
de suas mãos, por ser Ele debaixo da proteção “divina”. Como nós
podemos ficar debaixo da proteção “divina”, em casos tais, ou
semelhantes.
Louvemos a “Deus” por este milagre, pelo fato que Jesus não
deixou de operar o milagre por causa da oposição e maldade dos
israelitas, mas sim não somente fez, mas fez duma maneira que o
mundo podia acreditar, e seguir o Seu exemplo. É a “sua” vontade,
meus amigos, ficar hostil a “Cristo”? É o seu programa de bênçãos e
salvação? Torne-se um amigo de Jesus aproveitando assim as Suas
bênçãos espirituais abundantes, eficientes e misericordiosas.
Há tantos casos no mundo onde o homem sofre, e os doutores
da religião não fazem nada para ajudar, mas se os outros querem
fazer alguma coisa, tais doutores ou críticos de “Cristo” não os
deixam trabalhar como se deve fazer por estes infelizes. Há casos
também onde o espírito, e fé e amor de Jesus vêm inspirando outros
acanhados a aceitar a “Cristo”, a se tornar o nosso “Salvador”
verdadeiro da raça humana.
Procuremos, meus amigos, entregar o nosso coração a
“Cristo” hoje mesmo. Procuremos após entregar o nosso coração a
“Cristo”, e receber salvação, levar outros a andarem nesse caminho,
e mesmo inspirar outros para ajudar na obra de salvação da
humanidade. Nós vamos achar neste caso Jesus, que também honrou
duma maneira prática, e bem eficiente na sua vida de crente. Que
assim seja conosco. Amém.
58
SERMÃO 5 - Jesus transformando vidas
29-12-1957. Daniel 5.
Texto: Marcos 10: 29-30
Hino 358 C.C.
61
espera que os seus verdadeiros filhos levem este evangelho, este
poder de salvação, a todos os perdidos.
O homem sem Satanás, completamente restabelecido, curado
salvo por Jesus, pede: “Deixai-me estar contigo”. Disse-lhe Jesus:
“Vai para tua casa, para os teus, e anuncia-lhes quão grandes coisas
o “Senhor” te fez, e como teve compaixão de ti”. Meus irmãos, nós
que já fomos libertados dos bilhões de pecados, entregues a uma vida
de santidade, vamos contar aos outros o que o “Senhor” fez por nós,
e como teve misericórdia de nós. Observei, certa vez, um homem
que estava sendo conduzido a prisão por três policiais.
Este homem estava de tal maneira tomado de ódio que
violentamente, agredia os policiais, que para contê-lo foram
necessárias medidas de maiores proporções. É de fato uma cena
desagradável, ter chegado a um ponto destes. Assisti também um
testemunho fiel de um homem que depois de ouvir do amor de Jesus
no culto da noite, no apelo do pastor, foi ao altar, e depositou o seu
revólver, porque pretendia naquela noite mesma noite, tirar a vida do
seu semelhante. Jesus veio buscar e salvar, o que se havia perdido, e
este também teve em Jesus a solução de seus problemas, entregou
tudo nas mãos do “Senhor” e o adorou de todo o seu coração.
Oxalá hoje decidamos entregar nossas vidas, nosso gênio e
deixar que Jesus habite em nosso coração. Depois de experimentar
estas bênçãos em nossas vidas e coração. Depois de experimentar
estas bênçãos em nossas vidas vamos para nossas casas, e falamos
com nossos parentes e amigos o que Jesus operou em nossas vidas.
Que assim seja. Amém.
62
demora visitá-lo enquanto doente provar a fé da família de Lázaro, e
glorificar a seu “Pai que está no céu”. Cenas como esta muitas e
muitas se veem em toda parte. O crente de fé abundante, no seu
sofrimento, na luta, onde quer que for, sente o conforto do “Espírito
de Jesus” dizendo: “E todo aquele que vive, e crê em mim, nunca
morrerá. (Jo. 11:26).
A maior bênção que temos para com “Deus” é o poder da
oração. Por ela alcançamos a graça de “Deus”, através de seu “filho”.
E do alto somos revestidos de fé e poder para resistir as nossas
aflições. Depois de tanto tempo segue Jesus para betaria, no sepulcro
onde fazia Lázaro seus parentes, amigos e irmãos choram a sua
perda.
Havia também infelizmente naquele momento, muitos que
não criam no “Senhor”, e quando ele entrou no meio das pessoas
perguntando onde o puseram. Mostraram-lhe dizendo: Mestre já
cheira mal, pois já são 4 dias. Não tenha dito que, se creres veras a
gloria de “Deus”?
Tiraram a pedra, conforme a ordem do “Senhor”. Sentimos o
quanto “ele” amava a Lázaro, que até chorou ante o doloroso quadro.
Os sentimentos profundos, e de amor abundante pelas almas, Jesus
levando sua alma ao “Pai”, e chama e malta vos: “Pai”, graças te dou
por me haveres ouvindo, pois eu sei que sempre me ouves.
Viu ele assim a necessidade daquela humanidade,
necessidade de conhecimento do “Salvador”, conhecimento do autor
da vida, a “Cristo” dos judeus. Lázaro; sai para fora; bradou. E o
defunto saiu ligado por faixas, nos pés e mãos e no rosto. Desliga-o
e deixai-o ir disse o “Mestre”. Oh! Que grande e imenso amor do
nosso “Senhor” que tanto fez para conosco, purificando leprosos,
curando os enfermos, dando vista aos necessitados, salvando suas
almas, tudo somente pelo seu ato grande amor. Já passados 2000
anos dos seus feitos naquela cidade, que ainda hoje sentimos o seu
poder operar entre nós transformando vidas, e regenerando almas.
Por esse tão grande poder operado na vida de homem crente,
jamais ele compreenderá, mas a realidade é que é um homem nascido
de novo. Eu vejo quantas e quantas pessoas, que ainda não
experimentaram este poder de Jesus, em suas vidas, mas apelamos
63
que deem um lugar em seus corações dizendo, vem “Senhor”, eu
creio em “ti”. Meu amigo: Se tens fé que o “Senhor” lhe dará nova
vida, saúde, paz e salvação, se tens fé prova-o agora mesmo
oferecendo o seu coração velho por um novo. Lázaro, o defunto
viveu; saio para outra vida, e nós também sairemos com vida nova
em “Cristo”, se somente crermos e o aceitarmos. Disse Jesus: Eu sou
a ressureição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto
vivera. Viva com “Cristo” e para “Cristo“, hoje meu amigo, que
Deus te guiara a vida eterna. Amem.
64
“Deus” e nem tão pouco o amor “divino”, a chamada salvação, mas
sim fazem tudo para entristecer “Deus”.
Que pena que certos homens respeitam o “Salvador”, que
tanto amou aquele povo. E “Jesus” já cansado da incredulidade
daquele povo, foi obrigado a retirar-se, sem fazer as obras que Ele
veio fazer, e fazer as curas que Ele queria fazer. Precisava retirar-se
triste e quebrantado de coração, e usar a frase cruel contra o povo:
Não podia fazer ali muitos milagres por causa da incredulidade
daquele povo. Uma pergunta eu gostaria de fazer a meu auditório:
Qual é a razão, ou motivo que o homem pode rejeitar a “Deus” em
seus ensinos e milagres? Será que Jesus mostrara-se incapacitado
nos outros lugares para fazer aqui seus milagres?
Ou será que ele tinha feito grandes milagres, e voltou para
Sua cidade, com esperança para repetir os seus feitos, como Ele já
houvera feito em outros lugares. Nós podemos ver no nosso “Senhor
Jesus Cristo”, um “Salvador” real, e verdadeiro, sincero e eficiente,
mas “Ele” só pode salvar aqueles cujos corações são completamente
inclinados a “Ele”. O vosso coração inclina-se a “Jesus”?
Se não se inclina a “ele”, certamente será uma tragédia, mas
a tragédia será somente para o teu lado, principalmente na última
hora. Na hora da morte, na hora em que o corpo fica inerte e alma
volta, à prestação de contas com o “Criador”. Qual é a razão que o
amigo pode rejeitar a Jesus e Sua chamada?
Não será que Ele tem apelado muitas vezes a teu coração,
pela palavra dEle convidando como: “Vinde a “mim” todos vós que
estais cansados e oprimidos que “eu” vos aliviarei; tomai sobre vós
o meu jugo, e aprendei de “mim”, que sou manso e humilde de
coração, e encontrareis descanso para vossas almas”. E outra vez Ele
diz: “Eis que estou à porta, e bato. Se alguém ouvir a minha voz e
abrir a porta, entrarei em sua casa, cearei com ele e ele comigo”. Que
bênção celestial em aceitar Jesus. Que grande tristeza no grande
além, sem o perdão de Cristo.
“Deus” queira que os amigos atendam a chamada divina
neste momento, e que procurem “Jesus”, em submissão e
65
arrependimento abundante para conseguir esta salvação em Jesus.
Nosso Amado “Salvador” certamente está batendo em vosso
coração, como bateu também naqueles corações daquelas gentes,
séculos atrás, querendo fazer algo para ajudá-los, mas não podia
fazer por causa da incredulidade. Meu amigo de todos os crimes
escuros que o ser vivente, o homem pode fazer, é rejeitar o seu
“Deus”. “Ele” castiga e condena, eternamente, conforme a Sua
própria palavra, o homem por falta de fé e amor em “Cristo Jesus”.
Se por acaso, Jesus chamar-te agora para a eternidade, que farás meu
amigo? “Ele” chama-te agora por sua misericórdia infinita; queira se
mostrar impressionado e pronto para aceitar o passo do “Senhor”.
Eis o caminho, a fidelidade eterna verdadeira, sem a qual
ninguém pode entrar no céu. Eu me lembro muito bem quando era
menino de onze anos, ouvi a história precisa de “Jesus” e abri o meu
coração, entregando-me completamente e absolutamente ao
“Salvador”. “Ele” me perdoou e desde aquele tempo eu estou
contando e reconhecendo esta história aos meus amigos, e desejo
continuar até o “Senhor” me vir buscar. Aceita meu amigo.
Aceite “Jesus” neste momento, procure-O em
arrependimento, em submissão absoluta, e ele te salvará, dando-te
perdão abundante e gozo celestial. E ainda mais: um espírito
vitorioso que vai ser necessário para ti, nas horas amargas, e triste da
morte. Termino fazendo uma oração sincera, que “Deus” lhe dê paz,
salvação e felicidade abundante.
Coopere com “Jesus”, leve os outros a “Jesus”, conte a
história de “Jesus”, trabalhe na igreja de “Cristo”, ore a “Jesus”, sirva
a “Jesus”, e adore a “Jesus” eternamente.
E assim entrego a minha mensagem, convicto de que vais ser
grandemente abençoado por “Deus”. Que assim seja. Amém.
66
SERMÃO 9 - Jesus e a alma necessitada
04-01-1958. Daniel 9.
Texto: Marcos 10: 46-52
67
oportunidade, de Bartimeu. Não podia deixar passar. Atento, lançou
o seu clamor até os ouvidos do “Mestre”.
Nada pôde emaranhar aquela alma sedenta e necessitada,
desejosa de contemplar a natureza feita pelas mãos do “Criador”.
Apesar de alguém repreendê-lo, Bartimeu, espera que o “Senhor”
venha a seu encontro. Jesus para, chama-o e diz-lhe: “Que queres
que te faça? Mestre, que eu veja; que eu tenha vista. Vá, a tua fé te
salvou”. Logo viu e seguiu a Jesus pelo caminho. Oxalá muitas e
muitas pessoas pudessem, nestes dias em que vivemos, ter Jesus em
suas vidas, apreciá-Lo com amor carinho, dar todo o seu coração a
“Ele”.
Quantas pessoas completamente cheias de saúde, não veem,
com os olhos físicos, e da fé, as maravilhas de amor tão grande e
imenso do nosso “Senhor Jesus cristo”. Oh! Que “Deus” hoje na Sua
grande misericórdia, faça que estes possam ainda hoje olhar para o
autor consumador da fé, e aplicarem-se integralmente a “Jesus” e
suplicar-Lhe o perdão de seus pecados. Queridos, entreguem tudo
nas mãos de “Jesus”, que Ele abrirá diante de vós, maravilhas que
jamais vossos olhos viram. Aceitem “Jesus”, é o seu maior apelo,
quando disse: “Vinde a mim, todos vós que estas cansados, e
oprimidos que eu vos aliviarei”. Decida-se para “Jesus” e terás vida
eterna junto dAquele que te remirá eternamente. Seu “Salvador”
Jesus. Que assim seja. Amém. Amém.
68
Antes, a lepra era muito desconhecida entre os povos, razão
pela qual, quando uma pessoa se achava naquele estado, era
necessário abandonar imediatamente seu lar e a sociedade, e retirar-
se para lugares ermos, a fim de não contaminar os outros. Também
pela lei de Moisés, qualquer pessoa que fosse beneficiada por bens
materiais ou espirituais, era necessário manifestar-se diante do povo
e oferecer a “Deus”, uma oferta de gratidão. Observamos que o
leproso não somente sabia que “Jesus” é poderoso para o curar, mas
também o amava do fundo de Seu coração. Ele cria que podia ser
salvo da morte, e morte eterna. Certamente agora era a oportunidade
de falar com Jesus. Aproximou-se do “Senhor” e num ato de
profundo amor, com humildade de coração e fé no poder “Divino”,
lançou-se aos pés do senhor, e suplicou: “Se queres, bem podes
limpar-me”. Esta expressão diz claramente que apesar de confiar no
“poder divino”, sentia-se em dependência da misericórdia do
“Senhor”.
Podemos, às vezes, em nossas orações, ao esperar a resposta
de “Deus”, ir muito longe também quando o “Senhor” nos prova a
fé. Como deixaria Jesus, sem resposta, aquele que sinceramente
havia derramado a sua alma a seus pés? “Quero, sê limpo”, responde
Jesus. A compaixão divina opera em qualquer coração que O buscar,
arrependidamente, contritamente, e não negará bem algum aos que
amam a Deus. Já restabelecido radicalmente do seu mal, Jesus,
adverte-o a não publicar a ninguém, mas ofertar a Deus pela sua
purificação, conforme a lei de Moisés.
No fundo do seu coração, na íntegra de sua alma, não
suportou a advertência do “Mestre”, mas de gozo e alegria, pela
graça e misericórdia de “Deus”, publicou a todos, os seus amigos e
parentes o que o Senhor lhe fizera, e como teve compaixão dele.
Através desta divulgação, Jesus tornou-se mais ainda
conhecido, que imensas multidões o seguem por onde quer que ele
fosse. Mesmo assim aflitos, doentes, com espíritos malignos iam
após Jesus e ficavam completamente restabelecidos. Jesus o
“Mestre” que é poderoso para te livrar das chagas do pecado, passe
adiante de ti meu amigo. Derrame agora tua alma, seu coração em
humildade a “Ele”, que te dará vida, gozo eternal.
69
Vamos entregar a Jesus a solução dos nossos problemas,
aceitá-Lo pela fé, como fez este leproso. Vamos adorá-Lo na sua
santidade. Vamos deixar Jesus purificar a lepra do nosso coração.
Que maravilha de amor de Jesus. Quando aquele leproso divulgou à
muitos o que o “Senhor” lhe fizera, “Jesus” já não podia ficar ali
devido à grande multidão. Vamos hoje, meus queridos amigos e
irmãos divulgar a todos o que “Jesus” já fez por nós, e como teve
compaixão de nós.
Levantemos os nosso olhos, e vejamos quantas almas ainda
sem contemplar a grande salvação, o grande amor de “Deus”. Que
hoje seja do interesse de todos daqui do meu auditório. Que assim
seja. Amém.
70
povo quanto à sua falsidade, deixando patentes suas pretensões para
com “Deus”.
Por serem hipócritas, criadores de ritos e cerimônias,
ouviram esta triste condenação feita por “Jesus”, que disse nessas
palavras: “Bem invalidas o mandamento de Deus, para guardardes a
vossa tradição, porque deixaram os mandamentos de Deus, retendo
a tradição dos homens”. Por exemplo: Como o lavar dos jarros e dos
copos e fazeis coisas outras semelhantes a esta. E ainda continuou
nesta mesma passagem. Bem o profeta Isaías de vós profetizou,
como está escrito: “Este povo honra-me com os lábios, mas o seu
coração está longe de mim”. Não posso, prezados ouvintes, achar
uma coisa pior para o homem do que uma religião falsa.
Há uma frase muito popular que diz que “todas as religiões
são boas”, mas esta frase é muito delicada no coração do homem que
anda distante de seu “Deus”. “Deus” nunca disse tal coisa, Jesus
nunca ensinou tal coisa, o “Espírito de Deus” nunca inspirou tal
coisa; pelo contrário, a religião verdadeira sempre procurou a
sinceridade para com “Deus”, à fé verdadeira no “Senhor Jesus
Cristo”, o arrependimento sincero perante “Deus”, e um espírito de
obediência e lealdade ao “Senhor Jesus”. Sem isto, meus prezados
amigos, não há religião que satisfaça, tampouco há salvação para
qualquer pessoa.
Eu estou dizendo que devemos ter uma atitude digna e
honesta baseada nos ensinos de “Cristo Jesus”. Eu estou apenas
dizendo o que a Bíblia nos ensina. É absolutamente necessário
arrependimento sincero, humildade de espírito, submissão à vontade
“divina”, para alcançar o perdão abundante de “Deus”, e a vida
eterna no “Senhor Jesus”. Jesus disse: “Vinde a mim, todos vós que
estais cansados e oprimidos, que “Eu” vos aliviarei. Tomai sobre vós
o meu jugo e aprendei de mim que sou manso e humilde de coração,
e achareis descanso para vossas almas”.
Achamos neste verso e em muitos outros da Bíblia que “Jesus
Cristo” é o “Salvador” habilitado para todas as raças, e sociedade, e
todos os seres humanos. Sem este “Salvador”, não há perigo de
salvação de ninguém, sejam quais forem suas pretensões, feitos, atos
e revelações. Pois Jesus disse: “Fora de mim não há salvação”. Na
71
segunda parte desta mensagem nós vamos entrar noutro setor da vida
de “Cristo”. “Ele” saía duma situação e entrava noutra para resolver
os problemas da humanidade.
Nós temos em Marcos 7:24 a 30 – peço vossa atenção
preciosa e a vossa atitude de oração, ao fazer esta leitura, pois é
assim: “E, levantando-se dali, foi para os territórios de Tiro e de
Sidom. E, entrando numa casa, queria que ninguém o soubesse, mas
não pôde esconder-se, porque uma mulher cuja filha tinha um
espírito imundo, ouvindo falar dele, foi e lançou-se aos seus pés. E
a mulher era grega, sirofenícia de nação, e rogava-lhe que expulsasse
de sua filha o demônio. Mas Jesus disse-lhe: Deixa primeiro saciar
os filhos, porque não convém tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos
cachorrinhos. Ela, porém, respondeu e disse-lhe: Sim, Senhor; mas
também os cachorrinhos comem, debaixo da mesa, as migalhas dos
filhos. Então, ele disse-lhe: Por essa palavra, vai; o demônio já saiu
de tua filha. E, indo ela para sua casa, achou a filha deitada sobre a
cama, pois o demônio já tinha saído”.
Prezados ouvintes estes dois casos, e mil outros semelhantes,
achamos na maravilhosa história da vida de “Jesus” aqui no mundo.
Não são estes casos suficientes para nos convencer e nos atrair a
“Sua” graça maravilhosa? Não impulsionam a cada um de nós estes
feitos de “Jesus Cristo”? Procuremos “Jesus” de todo o nosso
coração. Oxalá que cada um que está ouvindo neste momento possa
sacudir a maldade do seu coração, e se livrar das perversas intenções,
e das maneiras falhas, como até aqui temos vivido, livrando-nos do
espírito de hipocrisia e abraçar com amor e submissão, no espírito
de gratidão e louvor a Jesus.
Que dia feliz seria para cada um de nós, que maravilha seria
no coração de cada um ao vermos uma novidade, radiante, com Jesus
na sua vida. Aquele que crê no “Filho” tem a vida eterna, e aquele
que desobedece, a ira de Deus sobre ele permanece. Que cada um
procure resolver neste momento, porque amanhã pode ser tarde
demais.
Eternidade sem “Deus”. Deixe-me repetir com todo o meu
coração e sinceridade: Vinde a “Deus”. Vinde a “Cristo”. Procure
72
Salvação neste momento. O amanhã é incerto. Cristo morreu por ti.
Venha como estás. Amém. Amém.
“O amor de Deus”
I
Meu Deus, por séculos sem fim
Milagres quis fazer
Para dar ao mundo, a ti, a mim
Motivos para crer.
II
Queria tentar a negação
Da força do meu Deus
O Deus que deu na criação
A forma a terra e os céus.
(Coro)
Milagre, o firmamento estar com tanta luz
Milagre, o mundo estar no vasto abismo além
O amor de Deus porém salva por Jesus
Milagre incomparável que seduz.
III
É forte e sábio o meu Senhor
A Bíblia sempre o diz
E a natureza em cada flor,
É a prova mais feliz.
73
SERMÃO 12 - Precisão de Cristo Jesus
14-03-1958. Smith 12
Texto: João 3:36.
74
em crer. Apelamos que tomemos providência de corrigir nossos
erros e abraçar “Jesus com todo o amor e gratidão da vossa alma,
pois é “Ele” o nosso Bendito “Salvador” e “Mestre” digno de toda a
nossa confiança e adoração.
Certamente, os amigos não calcularam a longa eternidade,
sem “Deus”, e sem “Cristo”, sem o “Poder” do “Espírito Santo”, sem
a Bíblia Sagrada, e sem os amados, e sem qualquer raio de luz. É
perdição, desgosto, tristeza eterna. Tudo que é imprestável e terrível
neste mundo acompanha o homem seu “Deus”. Eu prefiro perder os
dois olhos e os dois braços, do que ir à presença de “Deus”, sem a
bênção divina de “Cristo”.
Permita eu faça mais uma exortação, de procurar a “Cristo”
neste momento. Experimentar “Cristo”, neste instante, significa:
vida abundante e amor “Eterno”. Uma vez que convidamos Jesus no
nosso coração, “Ele” entra como uma figura de grande bênção.
Certamente, nós devemos procurar Jesus e despertar completamente
o nossos ser e a nossa personalidade no “Seu” grande amor. Gostaria
de ver as mãos dos amigos e interessados, na aceitação a “Jesus”.
Queira permanecer um instante só para orarmos por vós nesta
gloriosa noite de vossa aceitação a “Cristo”, “Rei” “Senhor” e
“Mestre”. Que “Deus” vos abençoe por toda a eternidade. Amém.
75
verdade, aceitando como se fosse uma pérola de incalculável preço.
E uma vez ele apaixonado com suas ideias brilhantes andando nas
ruas de Atenas, com uma bengala, na mão. Encontrou um moço e
atira sua bengala entre as pernas de um certo jovem atrapalhando
assim sua marcha. E o jovem que caído levanta-se e pergunta ao
velho: Que queres: Responde o velho se queres sabedoria siga-me.
E o moço o seguiu. O nome daquele moço era Aristóteles, que
assombrou o mundo com suas filosofias. As filosofias dos gregos
venceram as dos romanos. Mas os romanos começaram outra ideia
de filosofia, isto é, que precisavam o movimento e sentimento do
homem, antes que ele fizesse alguma coisa. Os romanos tornaram-
se especialmente oradores sentimentalistas. “Jesus Cristo Filho de
Deus” sabia todas estas doutrinas e filosofias, mas passou muito
além das duas.
Apelou à vontade do homem, dizendo: “Qualquer que deseja
vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”. E
sobre esta base “Ele” fundou o seu reino.
Chamou os seus discípulos, e não lhes deu coisas fáceis, nem
para crianças, nem para jovens, mulheres ou senhoras, mas para cada
um segundo a “Sua” própria vontade. Deu uma cruz, e esta cruz é o
sinal da vergonha. E também o sinal da grande vitória na história da
humanidade, pois nela morreu Jesus como vítima de ódio, calúnia e
pecado.
Venceu tudo com aquele amor que “Ele” tinha para com toda
a humanidade. “Ele” disse: “Quando eu for levantado da terra,
atrairei todos para mim”. “Ele” fez outros tantos milagres ente o
povo, como o tornar a água em vinho e outros tantos mais, como
curas de doenças terríveis, expulsar os demônios dos corações dos
homens maus, ressuscitar os mortos, multiplicação dos pães e peixes,
acalmar as tempestades, e dominar os espíritos dos homens, com seu
grande amor.
Portanto vamos procurar um entendimento pessoal e especial
com “Jesus o Filho de Deus”. Este entendimento espiritual deverá e
será somente sobre certas bases da nossa parte. A primeira é o
espírito de arrependimento perante “Deus”, porque o homem, sem
exceção, é pecador. E quando eu digo esta palavra, eu digo que a
76
totalidade é perversa. Estamos vendo em nossos dias maravilhas
feitos por “Deus”, e ainda nos conservamos na nossa incredulidade,
contra “Deus.
Imaginemos o diz o nosso texto aqui no verso 52 deste
capítulo 6 de Marcos, pois não tinham compreendido o milagre dos
pães, antes, seus corações estavam endurecidos.
Imaginemos estes irmãos apóstolos que tinham estado tantos
anos com “Jesus”. Já tinham visto tantos milagres e os seus corações
ainda permaneciam endurecidos. Dá margem para nós nestes dias
modernos estarmos com razão. Ó “Deus”, tem misericórdia e
compaixão, paciência para conosco, por nossa falta de compressão
do Teu grande amor, e Teus feitos sobre o Teu povo através dos
séculos.
Olhando as nossas igrejas, em geral, estamos apreensivos
pelo estado espiritual de todas elas, incluindo as outras
denominações. Depois de Jesus fazer tantos milagres no primeiro
século, tantas conquistas através dos discípulos, e tantos feitos da
parte deles. Será que podemos dizer: Não compreendemos os
milagres nosso “Mestre Jesus”?
Será que nosso coração está endurecido? Faço esta pergunta
com toda sinceridade aos meus ouvintes: Quanto tempo vai “Deus”
tolerar esta marcha de incredulidade no meio do povo? Quanto
tempo vai Jesus demorar a sua volta ao mundo para fazer uma
limpeza total disto? Se o mundo incrédulo na sua totalidade não tem
respeito para com “Deus”, e uma grande parte dos membros da
igrejas tem os seus corações endurecidos, em relação à frase de
Jesus.
Quando Jesus voltar à Terra, achará “Ele” fé?
É tempo de cair de faces em terra e clamar:
“Ó, ‘Deus’, tem misericórdia de mim. Ó, Jesus, salve-nos da
perdição e de corações endurecidos, pois “Tu” és o nosso amável
“Salvador”. Eis que desejamos-Te, ó, Senhor. Amém.
77
SERMÃO 14 - A decisão feita com fé
03-04-1958. Smith 14.
Texto: Marcos 7: 24-30
78
orações que prevalecem. É justamente a oração que Jesus desejava
ouvir. A oração não é pegar “Deus” pelos cabelos e puxar até nós,
não. É derreter nosso coração em atitude de humildade e sinceridade
aos pés de “Cristo”, e depor nossos pedidos aos Seus pés com grande
fé. E era, se quisermos pensar, justamente a oração que a mulher
samaritana desejava pedir a seu “Mestre”, ela teve a oportunidade de
desenvolver sua própria vida espiritual, e também o caso especial de
salvação de sua filha.
Que mais queremos nós? Ela podia ter dito na linguagem do
profeta Jeremias 33:3 que diz: “Clama as mim, e responder-te-ei e
mostrar-te-ei coisas grandes e firmes que não sabes”. Exclamamos:
Que privilégio o crente tem na oração! Que oportunidade tem o
crente na oração! Que obrigação tem o crente de levar tudo a “Deus”
em oração!
Nós devamos cantar, cantar, casa vez mais aquele hino que
diz: “Em Jesus amigo temos, mais chegado que um irmão, e nos
manda que levemos, tudo a Deus, em oração”.
Agora, finalizando, cada um de nós que temos problemas
grandes e pesados, que não podemos resolver, nem ser solucionados,
levemo-nos a “Deus” em oração, com a certeza absoluta de que
“Ele” vai atender de acordo com o espírito em que a “Ele” levamos
em oração. Erga em atitude de amor e gratidão e humildade a “Deus”
uma oração pela sua necessidade espiritual, física, material etc. basta
somente que a “Ele” chegamos com toda dependência de vida e fé.
Que “Deus” nos ajude a provarmos mais e mais andar de acordo com
a sua divina vontade. Amém. Amém.
80
Já se passaram os dias e distantes de seus lares, mergulhados
nos ensinos de “Cristo”, que até se esqueceram de comer. Oh! Que
bom quando o homem deixa tudo pelo amor de Jesus, não visando
as horas de chegar em casa, ou depois dos cultos, mas
completamente entregues sem reservas ao serviço do seu querido
“Rei e Salvador”.
Os discípulos, que intimamente estavam ligados à Jesus,
ainda em seus corações retinham certas coisas porque não
compendiam a verdadeira missão de Jesus. “Cristo veio buscar e
salvar, o que se havia perdido”, e diante de tanta multidão, os seus
discípulos se preocuparam pelo fato de que eles não comiam há três
dias. Jesus abre-lhes o coração e a fé perguntando-lhes: “Tenho
compaixão da multidão, porque há já três dias comigo, e não têm o
que comer. Não convém despedi-los que desfalecerão no caminho”.
A resposta dos discípulos foi: “Como podemos satisfazê-los aqui no
deserto?”. Que lição de amor, a todos Jesus lhes deu. Com sete pães
e alguns peixinhos, abençoando-os, deu Jesus a toda aquela multidão
e ainda sobrou sete cestos.
Este fato glorioso prova que “Deus” através de Seu “Filho”
nos veio suprir em nossas necessidades, também pagando a nossas
maior dívida com “Deus”. Lá no Calvário “Cristo”, pagou a nossa
dívida. Acompanhamos, meus caros irmãos e amigos, em nossa
jornada aqui na terra, os passos de “Cristo”, dedicando-lhe nossas
vidas e talentos. Para sermos salvos basta somente olharmos para
“Ele” pela fé, e aceitá-Lo como nosso “Senhor”, “Salvador” e
“Mestre”.
Eu vejo neste mundo de hoje, multidões que correm após
milagreiros e curandeiros que nada fazem, e deixam à margem da
vida, “Jesus”, aquele “Jesus” que tanto fez, e está fazendo pela raça
humana. Eu vejo ainda agora muitos amigos que podem hoje andar
e viver com Jesus. Vamos colocar este grande e infinito amor divino
em nossos corações, aceitando Jesus como nosso “Salvador”
pessoal.
Decidamos hoje, meus amados, rejeitemos tudo aquilo que
não é da vontade divina e vamos seguir a Cristo” por toda a nossa
81
vida. “Ele” disse assim: “Todo aquele que vem a mim de maneira
nenhuma o lançarei fora”.
Vamos com “Cristo”, agora, e para toda o sempre. Amém.
82
ouvintes. Cristo declara mui explicitamente que sua mãe e seus
irmãos são os que ouvem e O aceitam, isto é, os que estão dispostos
a entregar-Lhe suas vidas, na base de uma aceitação sincera e
arrependimento íntegra diante de Deus.
Vemos também aqui o fato real e concreto dado pelo nosso
Mestre Jesus, autor do Evangelho e da vontade perfeita de Deus, a
maneira prática e única de ganharmos outras almas para o seu Reino.
São aqueles que observam... Como observarão os homens a lei de
Deus, se não tem quem pregue? Logo, então, estamos vendo que
urge a necessidade de testemunhar do amor de Cristo aos homens.
O instrumento usado por Deus, neste glorioso Evangelho de
Cristo Jesus, é o homem entregue nas mãos do seu eterno Criador.
Nós hoje podemos ganhar muitas almas para Cristo, se realmente
fizermos e sentirmos em nossos corações o que Jesus sentiu pelas
multidões sem Deus.
São aqueles que observam e ouvem a palavra de Deus.
O irmão Luiz de Carvalho e seu companheiro levam pela
música muitas almas aos pés de Cristo, o Salvador.
E nós? Nós também queremos mais almas aos pés de Jesus.
Nas padarias, nos bondes e farmácias podemos falar do grande amor
de Jesus. Vamos aumentar a família de Jesus? Levemos Jesus aos
corações das multidões que nos cercam diariamente, não deixando-
os à mercê do vazio, do pecado, da incerteza deste mundo, mas
conquistemos Porto Alegre para Cristo. Guardemos em nossa
memória e no coração o versículo 21 usado por Jesus. Que assim
seja, amém.
Que coisa triste para esta cidade histórica deixar o seu “Rei”
legítimo entrar nas suas ruas, no seu edifício santo, montado num
83
jumentinho, sendo odiado pelas autoridades religiosas e eclesiásticas
e até mesmo procurado por eles para O matarem como se fosse um
rebelde ou um assassino.
É uma das notas mais tristes neste grande instrumento que os
israelitas tocaram, recusando-O, denunciando-O, e procurando
matar o seu “Rei”, “Filho” de Davi. “Jesus Cristo o Filho de Deus”,
“Rei dos reis, e Salvador” do mundo aceitou esses louvores e
aclamações pelo povo em geral, mas atrás das cortinas houve este
espírito de ódio, maldição e destruição da vida do “Salvador”, pelas
autoridades religiosas e civis.
Jesus está usando agora este método para ensinar o povo,
mostrando que “Ele” é realmente “Rei”. É um ensino eficiente,
semelhante ao ensino Jeremias, quando ele levou um jarro de barro
na presença do seu auditório, e quebrando aquele vaso, exclamou:
“Assim Deus vai quebrar Jerusalém, e destruir a vossa cidade, como
se fosse apenas um pedaço de barro”. Jesus exclamou em outra
ocasião ao povo de Israel: “Oh, Jerusalém! Oh, Jerusalém, que matas
os profetas e apedrejas aqueles que te são enviados; quantas vezes
quis eu ajuntá-los como a galinha aos seus pintinhos, e não quiseste!
A vossa casa será deixada em desolação, os vossos pecados estarão
sobre os vossas próprias cabeças”.
É não posso imaginar o que teria sido para toda a humanidade
e a história do mundo se todos os homens e nações tivessem aceitado
a Jesus naquela ocasião. Mas, certamente, teria sido grande
acontecimento e grande júbilo nos céus pelos anjos, pela maneira
com que os homens estavam aceitando “Jesus, o Filho de Deus”, a
segunda pessoa da “Trindade”, “Cristo Salvador e Redentor” dos
homens. Esta marcha triunfal de Jesus, apesar de ser curta e de pouca
cerimônia e muita humildade, era uma das marchas mais famosas de
todos os séculos, pois “Ele” estabeleceu a “Sua” autoridade
“Suprema” e “Divina” sobre todos os homens honestos e sobre todos
aqueles que procuram em “Cristo Jesus”, a solução de seus
problemas espirituais e sabedoria para adorar a “Deus”, em espírito
e em verdade.
Amigos, irmãos, todos, façamos votos que passamos adorar
Jesus como “Salvador”, como “Redentor”, como “Rei” e “Eterno” e
84
guardador das nossas almas, corações, seres, e personalidade, e que
possamos servi-Lo com alegria neste mundo e por toda a eternidade
no grande além.
Ouçamos o convite amável de “Jesus”: “Vinde a mim, todos
vós que estais cansados e oprimidos que Eu vos aliviarei; tomai
sobre vós o meu jugo, aprendei de mim, que sou manso e humilde
de coração, porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve, e
encontrareis descanso para as vossas almas”. Não, meu amigo, não
rejeites este grandioso e amável apelo do “Senhor”. Venha como
estás, todo em pecados, porque “Ele” nos purifica de todo o pecado.
Que “Deus” os abençoe agora e para todo o sempre. Que assim seja.
Amém. Amém.
85
como “Salvador”, “Senhor” e “Mestre”, arrependendo-se dos seus
pecados, e terás a vida eterna.
Amigo: Pare um instante, um momento só; medite nesta
dádiva preciosa que “Deus” hoje está te dando. Não hesite em aceitá-
Lo, não facilite com seu “Deus”. Venha como estás, porque terás um
tesouro no céu. Vem já, amigo, venha enquanto “Cristo” te convida.
Amanhã pode ser muito tarde, hoje “Cristo” te quer libertar. Aceite
Jesus como seu “Salvador”, e que assim seja. Amém.
86
SERMÃO 20 – A única esperança – Cristo
23-05-1958. Daniel 20.
Texto: João 3: 36
Aquele que crê no “Filho” tem a vida eterna.
88
“Mestre”, conforme as suas profecias. Foi por meio de parábolas que
expressam o acontecimento tão triste que sucedeu com Jesus, na cruz
do Calvário.
Disse-lhes que um homem plantou uma vinha, cercou-a com
a irrigação melhor possível, adubou-a da melhor maneira, para o
melhor rendimento e sabor daqueles frutos.
O mais importante é que o senhor da vinha arrendou-a para
uns lavradores, dando assim possibilidade daqueles homens
cuidarem dela, e cada vez mais obterem daquela vinha, o meio
necessário para sua manutenção.
Esta história, meus queridos, como já dissemos está
ilustrando nitidamente o acontecimento cruel com nosso “Senhor
Jesus Cristo”.
Sabemos da história de “Jesus”, como nasceu e viveu, e
muito vagamente e historicamente, e é através destes ensinos aqui
mencionados que podemos realmente obtermos os dados inefáveis
sucedidos com Jesus na Sua vida aqui na terra.
Este homem que arrendou esta vinha é “Deus”, que a
entregou para cuidarmos e produzirmos para a nossa manutenção
diária.
Jesus nesta parábola utilizou-se dos elementos da natureza
não somente para ensinar com mais esclarecimentos possíveis, mas
porque naquele lugar havia muitas plantações de uvas, e naquele
lugar produziam vinho. Os homens, no auge do seu desenvolvimento
material, receberam, certo dia, do seu dono, uns servos do seu patrão,
seu senhor, receberam a fruta da vinha. Estes, apoderaram-se dele e
o mandaram embora sem nada, completamente desapossado de seus
haveres.
Este senhor compassivo e bom, diante do que aconteceu,
enviou somente outro servo seu, sendo este maltratado, espancado,
ficando meio morto pelas atrocidades daqueles homens.
Mostra “Jesus” diante dessa cena, o triste estado da
humanidade perdida e sem “Deus”, e às vezes com capacidades
intelectuais elevadas, com grandes possibilidades de fazer grandes
coisas para o bem material da coletividade, no entanto, abandonam
89
completamente esta possibilidade, afrontando e perseguindo
grandemente os servos de “Deus”.
É exatamente o que tem acontecido em nossos dias, a
indiferença para com o evangelho de “Cristo Jesus” e a rejeição
completa do amor “Divino”. “Deus”, na sua infinita misericórdia,
anteriormente, deu à raça humana, os líderes como Abraão, Isaque e
Jacob, e da mesma maneira foi feita com aqueles homens acima
mencionados. “Cristo Jesus” agora elucida o fato de “Deus”, enviar
Seu herdeiro real, Seu único “Filho”, para estabelecer contato com
os homens aqui no mundo. Vem seu “Filho Jesus” enviado de
“Deus” a esta vinha enorme, que é o mundo, e este perverso mundo,
na sua ignorância e maldade, mata-o querendo apossar-se da herdade
deixada. A maior herdade que “Deus” quer que tenhamos é a “Vida
Eterna”, oferecida pelo “Senhor Jesus”, através do Seu sacrifício
vicário na cruz do Calvário.
Seja interessado na herança bendita que “Jesus” está te
oferecendo hoje, e entregues tudo aos pés “Dele”, e terás na
eternidade herança verídica da “Vida Eterna”.
Não deixes passar esta oportunidade em tua vida, porque o
amanhã é sempre incerto. Decida hoje mesmo, confie no amor de
“Deus”, e entregue-se a “Ele” de corpo e alma, que “Ele” te
esclarecerá para todo o sempre. Que assim seja. Amém.
SERMÃO 22 – O Poder da Fé
23-06-1958. Smith 22.
Texto: Marcos 11: 19-26
91
Feliz é a pessoa que pode dizer com sinceridade e certeza que
“eu sou crente em Jesus Cristo, meu Salvador”. Quão bom é quando
a pessoa descobre perdão abundante para os seus pecados quando
aceita “Jesus”, com seu “Salvador”, com seu “Salvador e Mestre”.
Nada há nada que possamos dizer ou fazer de melhor. Eu faço a
pergunta hoje a meus queridos ouvintes: Quantos desejam a salvação
eterna com “Cristo Jesus”? Quantos desejam entregar inteiramente
seus corações ao “Salvador Jesus”? Tantos milhares de pessoas no
mundo através dos séculos, entregam-se a este “Jesus Salvador”, o
Bendito “Filho de Deus”.
Agora algumas sugestões de como devemos buscar ao
Senhor: “Buscá-Lo de todo o nosso coração, com infinito desejo de
ser atendido, com grande humildade e coração rendido aos pés de
“Cristo”. Busque agora está experiência em Jesus, não vacile, prove-
O, e encontrarás a paz que só o “Espírito de Deus” lhe pode dar ao
seu coração. Que assim seja. Amém.
93
aqui neste mundo, deixaram a maior e a melhor oportunidade passar
sem oferecerem a “Jesus’ os seus corações.
Graças a “Deus”, temos em Seu “Filho”, o poderoso
“Senhor” de nossas almas. Quando estamos fisicamente doentes,
recorremos aos médicos, aos auxílios da medicina, para curar-nos.
Eu vos pergunto agora, meus amados amigos: Tens já em
seus corações o remédio único e necessário para a purificação dos
seus pecados? Se não tens, não deixes passar esta oportunidade.
O leproso teve cura instantânea porque pediu com humildade
e sinceridade de coração, não nos iludamos com falsas promessas a
“Deus”. Cheguemos diante de “Jesus Cristo “, e imploremos o Seu
perdão. Dê seu coração a “Ele”, que já passarás a gozar das delicias
eternas, que “Ele” te preparou.
Que “Deus” aja hoje mesmo Se revelando em seus corações.
Que assim seja. Amém.
94
conduzissem a humanidade a um caminho mais elevado diante do
“Senhor”
Colocou também o “Senhor Deus” os seus profetas, os quais
falaram do abundante amor e justiça “Divina”. Moisés recebeu a lei
das mãos de “Deus” e fez com que os homens a aguardassem como
guia e orientação segura em seus dias. Como era de se esperar, os
homens negligenciando a palavra de Deus, foram-se afastando cada
vez mais do “Deus” de amor, deixando que a maldade avassalasse
os seus corações, colocando-se assim sob a justiça “Divina”.
Podemos, meus irmãos e amigos, avaliar o grande amor de
“Deus para conosco, que na finitude dos tempos, conforme a Sua
profecia, “Deus” envia Seu único “Filho” para resgatar os homens
de todas as raças e qualidades, levando, por meio de “Cristo”, Seu
“Filho”, a humanidade a uma condição de vida mais pura e real
diante do seu “Criador”.
Jesus ensina aqui nesta parábola que este homem é “Deus”
os trabalhadores de sua vinha somos nós, e os seus servos enviados
são aqueles que pregam a Sua palavra, o Seu amor, e a Sua justiça,
e ainda nos mostra o quanto a maldade dos homens tem destruído
estes servos do “Senhor”.
Mostra ainda Jesus que o dono da vinha é “Deus Pai, e
Criador” do universo, que vendo as nossas maldades envia Seu
próprio “Filho” para restaurar-nos de nossas maldades, mostrando
um caminho excelente a seguir.
Mas quanta maldade, quanta dureza de coração, que
pretensões e espíritos faciosos, lançaram mão de seu “Filho” e O
mataram. Ó, humanidade! Ó, raças! Ó multidões... Voltemos o nosso
coração a “Deus”, a nosso “Criador” e coloquemos em Suas mãos
aprofundando-nos na Sua compaixão e amor, porque com justiça
“Ele” nos julgará.
Oh! Vinde meus amigos e irmãos, nesta hora diante do
“Senhor nosso Pai”, e reconhecemos em atitude e arrependimento de
nossas almas, pela morte deste seu tão preciosa “Filhos”.
Deus certamente nos perdoará e arrependidos ao pé da cruz
de “Cristo”, receberemos na eternidade junto de “Cristo” a herança
95
que nos tem preparado. Ainda hoje, após decorridos dois mil anos
desta parábola de Jesus, poderemos viver e chegamos a “Deus”.
Lembrem-se meus queridos, que é só por Jesus, é que nós somos
salvos. Vinde, meu amigo. Vinde como estás, não rejeites o
“Senhor” e entregue seu coração a “Jesus”. Que “Deus” abençoe a
Sua palavra em nossos corações. Amém.
96
Desperta com esta influência, os dons e talentos que temos a
um uso exclusivo e permanente para “Deus”, porque o “Seu
Espírito” nos impele a fazermos. É uma pena que certos crentes
ainda não tenham deixado o poder do “Espírito de Deus”, manifesta
e m seus corações, são crentes que ainda não compreenderam a vós
“Espírito do Senhor”. Eu sei que ninguém desejaria contrariar a
vontade de “Deus”, mas se todos os crentes da face da terra, por mais
fracos que sejam, se entregassem nas mãos de “Deus” para fazerem
alguma obra para o Evangelho de “Cristo Jesus”, este ganharia um
impulso tremendo e milhões de almas se chegariam a “Deus”. Diz
nas Escrituras: “O meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”. Será que
nós não podemos orar a cada momento durante a semana pelas almas
sem “Cristo”, pelos missionários e pregadores que se dedicam de
corpo e alma a esta causa tão gloriosa do Evangelho?
Irmãos, não nos esqueçamos de que “Deus” nos dotou de
entendimento suficiente não somente para aceitá-Lo mas também
fazer alguma coisa para a causa de “Cristo Jesus”.
Voltemos nossos olhos no verso cinco deste texto: “Assim,
nós que somos muitos, somos um só corpo em ‘Cristo’, mas
individualmente somos membros uns aos outros”. Paulo está
dizendo que somos membros do corpo de “Cristo”. Imaginemos uma
parte do corpo de “Cristo”, paralisado. Seria impossível,
Nosso “Cristo”, é um “Cristo” que trabalha, um “Cristo” que
nos salva, que cura as nossas enfermidades, e por aí à fora vamos ver
um “Salvador” eterno de nossas almas. Meus irmãos, vamos deixar
que “Cristo Jesus” e o Seu infinito amor seja desconhecido na face
da Terra? Certamente que não. Vamos como membros do corpo de
“Cristo “, que é esta igreja reunida, enchermos do “Seu Santo
Espírito”, e trabalhar vigorosamente na sua causa para que em breves
dias passamos ver a “Pátria” salva por “Ele”.
Não nos esqueçamos, meus caros irmãos e amigos, que
mesmo aqueles que ainda não fazem parte do corpo de “Cristo”,
podem fazê-lo ainda hoje. Basta arrepender-se e crer em “Cristo”,
como seu “Salvador”, unidos neste dia bendito cerremos fileiras
contra o mal de satanás e nos levantemos vitoriosos com “Cristo
Jesus”. Usemos nossos talentos e dons espirituais em consagração
97
ao trabalho de “Deus “. Diz o verso dois: “E nãos vos conformeis
com este mundo”. Sim, não conformemos com esta miséria resultado
do pecado e ingratidão contra “Deus”.
Retiremos de nosso meio social, de nossas vidas e lares, tudo
que desarmonize a vontade de “Deus” para convosco e conquistemos
o mundo para “Cristo”. Eu posso ver em muitos rostos a atitude
sincera que o “Espírito Santo de Deus”, está implantado em nossos
corações.
Crianças, velhos e moços, todos combatendo o erro e a
maldade, e num só espírito cristão, mostremos o poder deste
Evangelho que em nós opera. Saiamos daqui hoje com nossas vidas,
renovadas, os nossos corações cheios de gozo pela salvação eterna
em “Cristo Jesus”.
Que “Deus”, por certo, nos dará vitória, porque o seu poder
se aperfeiçoa na fraqueza. Que “Deus” mais uma vez, vos prospera
no incentivo de apaixonarmos pela salvação do mundo pedido.
Que assim seja com todos vós. Amém.
98
do mundo, para os seus verdadeiros filhos, a vida eterna. Existe
também um forte e grande motivo a darmos ao “Senhor “Deus” por
estes seus servos que nos trouxeram a sua palavra escrita para, ao
meditarmos, harmonizar nossas mentes e corações com “Deus”.
Há uma necessidade premente: trabalhar ativamente para
“Deus” enquanto vivermos, por isso e para isso somos salvos. Uma
vida de negação, uma vida irregrada, não pode satisfazer a “Deus”.
Não há dúvida de que o verdadeiro crente, digo aquele que
realmente, diariamente, tem experiência com seu “Deus”, não faz
contato com a maldade, porque sua vida e intenções estão voltadas
atentamente ao seu “Criador”, exercitando-se numa vida exemplar,
e nos ensinos ministrados por “Jesus”. Sem estudarmos a Bíblia,
como única fonte de revelação através da sua leitura e meditação não
poderemos pactuar com o “Senhor”. Sua bendita vontade revela-se
na seu amado livro, a Bíblia.
Não há dúvidas de que todos os homens tem os seus dons e
talentos, mas o crente deve usá-los com todo o amor e dedicação ao
serviço daquele que o salvou, dando-lhe, se até for necessário, a sua
própria vida. Devemos a cada instante que nos for possível
meditarmos nos ensinos de Jesus aqui expressos pelo seu servo
Paulo, para que tenhamos um melhor aproveitamento na causa do
“Senhor”. Enfim, para uma verdadeira vida consagrada a “Deus”, é
necessário ter muito cuidado com o mundo, colocando a doutrina de
“Cristo” como excelente necessidade espiritual a todos os nossos
queridos parentes e amigos, para o melhor e maior aproveitamento
de nossos dias que o nosso “Deus” nos dá. Que assim seja. Amém.
99
conosco, não há dúvida de que “Ele” não nos salvará, porque “Ele”
não trabalha com coração endurecido à Sua voz amável. Graças a
“Deus” que “Ele” nunca fez distinções entre raça, sexo, cor ou
condição social de multidões que O buscam em sinceridade de alma.
Existe sim outra grande necessidade que o homem precisa fazer,
invocar a “Deus” com desejo de ser respondido, invocá-Lo com
ânsia de ser salvo. Devemos buscar a face do “Senhor” em atitude.
Por meios rituais não resolve porque “Deus” não resolve os
problemas da humanidade em massa, mas sim, distintivamente,
porque nossos problemas são de ordens diferentes. Portanto, a
condição aceitável a “Deus” é a entrega total de nossas vidas em
Suas mãos.
O nome de Cristo precisa ser conhecido entre todas as tribos,
raças e nações, e para isso “Deus”, pregava os seus servos para, por
meio de suas palavras, atos e feitos, estes levarem o conhecimento
do “Salvador Jesus” a todas as partes do mundo. Vemos agora a
grande necessidade que os homens do mundo inteiro têm de
conhecer o seu “Salvador”.
Será que já estamos realmente entregues nas mãos de Deus?
Será que estamos sentindo interesse pelas almas sem Deus?
Vamos procurar pela oração e leitura da Sua palavra achar a
vontade de Deus. Mesmo ouvindo a Sua palavra, poucos aceitarão a
“Jesus”, talvez por causa de sua pouca e rara experiência com “Ele”.
Mas, no momento em que instarmos com elas que leiam e estudem
a palavra de “Deus”, sabemos que muitas se decidirão aos pés de
“Jesus”. “Cristo” nos manda ir aos confins da terra, e se estivermos
realmente dispostos, acharemos, sem dúvida, centenas de pessoas
que ainda tem conhecido a Jesus. “Deus”, todos os anos, meses,
semanas e dias, estende Sua misericordiosa mão para nós, supre as
nossas faltas, e sempre estamos rebeldes à Sua vontade. Vamos
agradecer realmente e pensar seriamente no sacrifício de “Cristo” e
vamos nos entregar sem reservas nas mãos do “Senhor” para o
serviço que “Ele” nos tiver preparado.
Se você ainda não entregou sua vida a “Deus”, numa
condição aceitável, faça-o hoje mesmo, e sentirás assim a maior
bem-aventurança que o homem pode ter.
100
Que “Deus” possa realmente se servido de nossas vidas,
talentos, e tudo que possamos dar-lhe. Que assim seja para todo o
sempre. Amém.
102
Nós estamos na obrigação diante de “Deus” não só no dever
de amá-los e aceitar com sinceridade o que eles ministram, porque
verdadeiramente além de terem se preparado para servir ao
“Senhor”, ele trazem palavras de conforto e conhecimento para nós.
Verdadeiramente, queridos, somos novas vidas, novas criaturas, mas
não estamos livres das ciladas do diabo. Alguém de conhecimento,
alguém preparado para tal fim são justamente os pastores, diáconos,
professores ou mesmo um irmão, para corrigir, exortar, esclarecer ou
mesmo analisar certos fatos para evitar atritos, mal querências e
desentendimentos, formando assim rebeldia no seio da igreja.
É o “Espírito” que deseja que vivamos em comunhão
constante com o nosso “Mestre”, e possamos verdadeiramente
regozijarmos nesta maravilhosa vida de paz que “Deus” nos tem
dado. De fato, nós precisamos mais do que tudo de muita oração e
meditação da palavra de “Deus”, para que possamos crescer e
prosperar na vida espiritual. Devemos agradecer ao nosso “Deus”
pelos seus eternos cuidados para conosco e a presença do Seu “Santo
Espírito” como nosso guia e orientador. Não devemos extingui-Lo
de nossas vidas conforme a palavra do nosso querido irmão Paulo,
mas sim, cada instante, estarmos em contato com “Ele” para que
possamos prosseguir a nossa jornada espiritual.
Precisamos também crer de todo o nosso coação nas
promessas e revelações do Senhor, e procurar atender a sua vos.
Seria tão bom, quanto extraordinário para nós se pudéssemos corrigir
as nossas faltas, os nossos vãos pensamentos, e tomando cada dia
novas atitudes para nosso “Pai Celestial”. Queridos, só com estas
coisas é que de fato estaremos com a presença do “Espírito de
Cristo”, prontos para enfrentar as lutas e desavenças criadas por
Satanás. Que Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
103
SERMÃO 30 – Amor e Fé
16-10-1958. 6h40min da manhã. Daniel 30.
Lucas 17: 1-10
104
SERMÃO 31 – A maior dadiva: O amor
17-10-58. 6h30min da manhã. Daniel 31.
Romanos 13: 8-14
A lei se resume, se cumpre no amor que “Deus” tem por nós.
105
SERMÃO 32 - Um vivo morto
14-10-58. 11h45min da manhã. Daniel 32.
Texto: Efésios 2: 1-10
107
Os homens com suas capacidades desejam sempre construir,
avançar nos seus conhecimentos, e fazendo seus projetos, esquecem
de que “Deus”, na sua infinita sabedoria, está observando tudo e
preparando tudo de tal maneira, que o homem mais inculto que seja,
possa conhecê-Lo na sua majestade e soberania “Divina”.
Já pensou, meu querido leitor, na misericórdia “Divina”? Já
pensou que se “Deus” afasta somente um segundo sua mão da Terra,
o que poderia vos acontecer? Já pensou na vida, paz e prosperidade
que “Ele” nos tem dado? Espero que tenhas realmente pensado
nisso!
Agora, pensando um pouco só em tudo isso, será que
estaremos dispostos a confiar em “Deus”, os nossos problemas e
desejos, para que “Ele” possa realmente nos dirigir em tudo? Será de
grande proveito para nós, antes de pretendermos alguma coisa,
chegar primeiro a “Deus” e pedir-lhe sua orientação, numa atitude
de oração sincera.
Não devemos esquecer que nossa vida é um vapor que se
desvanece com o calor do sol e que antes que possamos fazer alguma
coisa, podemos deixar estes mundo, sem dizer muito obrigado a
“Deus”, principalmente pedir perdão dos nossos pecados. Devemos
ter muito cuidado, para não nos afastar e orgulhosos esquecermos
daquele que nos sustenta a cada instante em nossos passos através de
nossa vida.
Queridos, a verdade é dita: “Aquele que souber fazer o bem
e o não faz, comete pecado”; por isso, devemos cuidar de nossas
atitudes, num gesto de conversão íntima, que realmente “Ele” te
esclarecera.
Que possas tu, meu querido, experimentar hoje, para não
serdes advertido por “Deus” numa surpresa desagradável. Que assim
seja. Amém.
108
SERMÃO 34 - O segredo do sucesso
11-10-1958. 6h30min da manhã. Daniel 34.
Tiago 3: 13-18. Hino: 380 C.C.
109
SERMÃO 35 - O poder limitado do homem
13-10-1958. 6h40min da manhã. Daniel 35.
Romanos 2: 1-16
110
O versículo 16 diz assim: “No dia em que Deus há de julgar
os segredos dos homens, por Jesus Cristo”, iremos apresentar-nos
como?. Pensemos na nossa triste condição sem “Deus”, se estamos
mal, se estamos desarmonizados com “Sua” vontade.
Coloquemo-nos diante do altar com desejo ardente de servir
a “Deus”, e num espírito humilde busquemos a se estamos, e num
espírito humilde busquemos a face do “Senhor”, suplicando-Lhe Seu
favor, Sua bênção, fazendo a entrega dos nossos corações, e tirando
nossos interesses orgulhosos. Façamos de “Deus” a meta final e
decisiva de nosso amor.
Que possas realmente fazê-lo, meu amigo, é o meu desejo.
Amém.
111
De qualquer forma quando se planta, quando menos se
espera, sem saber como, já brotam. Será que já prestamos a devida
atenção no nascer de uma pequenina semente? Que faz o homem
para fazê-la nascer? Nada, simplesmente. Ela brota, primeiro a erva,
e depois a espiga e por último o fruto relativo à semente que
plantamos. Convém notar aí o processo da germinação da semente.
1.º erva, 2.º a espiga e 3.º o fruto afinal que tanto esperamos. Assim
deve ser o cuidado que devemos ter quando semearmos a palavra de
“Deus”.
Não devemos nos esquecer de que precisamos preparar a
terra em primeiro lugar e depois, semeando com cuidado,
aguardamos o fruto com ansiedade, mas sempre cuidando, regando
quando for possível.
Almas e almas por este mundo, perdidos sem “Deus” e sem
perdão, são frutos da maldade que Satanás semeou. Será que não
podemos levar a preciosa semente do amor de “Deus” a essas
pessoas e plantar lhes no coração a paz e o perdão do “Senhor”?
Vamos já, decididamente, semear o Evangelho que “Deus”, sem
dúvida, dará o crescimento. Amém.
112
feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões,
heresias, invejas, homicídios, bebedices e coisas semelhantes.
Os que estão sob a lei do “Espírito de Deus”, suas obras se
manifestam, como: amor, caridade, gozo, paz, longanimidade,
benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Tudo isso são
frutos de uma vida nova com “Cristo”, porque são nascidos de novo
pelo “Espírito Santo de Deus”. Simplesmente novas criaturas.
Os verdadeiros filhos de “Deus”, que já estão transformados
pelo poder regenerador de Jesus, já não estão mais sob o jugo de
escravidão do pecado. E agora, será que estamos dispostos agora
mesmo a dar um passo firme, um passo decisivo ao lado de “Deus”,
ou deixaremos Satanás ceifar nossas preciosas vidas, alegando novas
tentativas de regeneração da maldade humana? Meu amigo,
enquanto pensas na aceitação de Jesus, lembre-se que o diabo ronda
o teu coração o teu pensamento, impedindo-o de aceitares a Jesus.
Não prove mais o mundo, experimente agora mesmo o poder
de “Deus”. Entregue todo o teu caminho a Jesus e “Ele” te conduzirá
a caminhos maravilhosos que jamais pensastes em ir.
Oh! Atenta para o apelo do “Senhor” agora mesmo e decide.
Não facilite com “Deus”, meu amigo, porque tu tens vários planos,
mas “Deus” tem um só para ti.
Venha como estás, ouça a voz de ternura do “Bendito Filho
de Deus” apelando ao teu coração. Que “Deus” o abençoe. Amém.
113
Filho Jesus”. “Cristo Jesus” para satisfazer as ânsias do coração do
mais vil pecado e a alma mais pecaminosa que seja.
Basta, para isto que esta alma clame a “Ele” humildemente
arrependida. Não devemos esquecer que “Deus” não opera
regeneração no coração do homem obstinando às suas leis de amor.
Há uma diferença entre a alma convertida e a alma incrédula:
a alma com “Cristo” na sua direção é uma alma de atitude pelo novo
“Espírito de Deus”, seguindo numa vida de zelo e obediência na
causa do “Senhor”. É realmente uma mudança notável por todos os
tempos da sua via, diante daqueles que o observam. Para tal só
“Cristo” no seu poder “Divino” pode operar pelo seu tão profundo
amor para com a raça perdida.
Faça uma prova com “Deus”, dando o teu espirito, em troca
de um espirito reto e perfeito. Que possas realmente pensar e aceitar
esta experiência com “Deus”. Que assim seja. Amém.
114
por que já chegou o ‘Messias’, ‘Ele’ habita entre vós, mas o meu
tempo não é chegado, porquanto no sou deste mundo”.
Mostra o “Divino Mestre” que o mundo O aborrece por causa
da maldade em seus corações e porque “Jesus” é contrário ao rito e
paixões deste mundo pecaminoso. Ficou “Jesus” operando outros
milagre e anunciando o Seu grande amor pelas almas perdidas na
Galileia, enquanto envia seus discípulos à festa ritual dos judeus.
Embora a maldade nos afronte, não deve haver em nós nenhum
espírito de afastamento, mas sim entrarmos a fundo na questão da
maldade, conquistando os corações dos homens perdidos, pelo
“Espirito Santo”. Devemos combater a maldade até o seu total
aniquilamento. Devemos ser mais do que vencedores por Aquele que
nos amou: Jesus nosso “Salvador” e “Mestre”. Estás pronto? Que
possa “Deus” contar contigo neste ministério importante para a
humanidade perdida. Amém.
115
aguarda com anseios d’alma a grande glória e o aparecimento de
“Jesus”.
“Jesus” será unicamente o instrumento pelo qual “Deus” usa
para a salvação da humanidade pecadora e também por este Jesus,
“Deus” leva os Seus verdadeiros filhos às obras mais excelentes que
já são preparados para fazermos. Simplesmente porque temos prazer
nisso: satisfazer a vontade de “Divina”. Os salvos não vivem mais
para o mundo, mas para “Deus”, a quem servem. Se o amigo ainda
não pensou nesta grande bênção, resolva fazer experiência hoje com
“Deus” por esse processo: ao deitares, ajoelhe-te junto da tua cama,
e humildemente confesse seus pecados a Jesus e O aceite como
“Senhor, Salvador e Mestre”. Fazendo esta experiência, tenho
certeza de que levantarás com nova atitude diante de “Deus” e os
homens. Que “Deus” consegue fazer-te um herdeiro de grandes
bênçãos celestiais. Amém.
116
Salvador”, de todas as nações. Será que podemos aceitá-Lo? Será
que já podemos dizer a “Deus” que se cumpriu por nós esta profecia?
Esperamos que possas aceitar a missão de Cristo na tua vida. Amém.
118
Que bom que quando tristes e abatidos, sem paz, abrimos o
nosso coração para uma experiência com Jesus.
“Deus” na sua trindade “Santíssima”, operando entre os
homens na pessoa de seu “Filho”, na salvação da humanidade.
“Cristo” estava junto ao “Pai” na eternidade, mas “Ele” baixou a este
mundo vil para salvar-te a ti e a mim. Já pensaste no grande amor de
“Deus”? Amar-nos sendo nós miseráveis pecadores, indignos do seu
amor.
Aos ministros “Deus” lhes deu poder de testemunhar e pregar
a Sua palavra entre os homens. Graças a “Ele” temos a Sua palavra
dita e escrita e podemos com toda a fé buscar nestas palavras
reveladoras a condição única e aceitável para um vida perfeita diante
do “Criador” de nossas almas. Graças ao “Senhor” “Deus” pela Sua
grande providência de seu “Filho”.
A palavra de “Deus” pode ser observada do princípio ao fim
com um único propósito: a salvação da humanidade: Como?
Arrependendo-nos e entregando sem reservas confiantemente nossas
vidas ao “Senhor Jesus Cristo”. Graças a “Deus” por “Jesus”, e só
por “Jesus”, pela restauração do mundo. Faça uma entrega total a
“Deus”, oferecendo seu coração a “Ele”. Que Seus possa satisfazer
a tua maior necessidade: a “Salvação Eterna de tua Alma”. Amém.
119
constante apelo à humanidade. Convém notar e atentar com cuidado
aos ensinos das Sagradas Escrituras.
Antes das Escrituras Sagradas, “Deus” falava diretamente a
seu povo pelos profetas, por visões, milagres e pelos anjos.
“Deus” também mostrou aos seus servos no passado a
necessidade de escrever certas mensagens. “Ele” mesmo mandou os
profetas escreverem. “Deus” nos pode amar mesmo sendo nós tão
perversos e indignos. Como já dissemos, foram escritos estes livros
para que todos pudessem saber o que “Deus” realmente fez entre os
homens e entre nós nesta época. Confirma-se tudo porque “Jesus”,
que havia sido prometido desde a fundação do mundo, veio e nos
trouxe a maravilhosa paz do Seu sacrifício na cruz do “Calvário”.
A história de Jesus é muito conhecida literalmente mas,
infelizmente, em muitos corações, é mínima, e até às vezes
nulamente conhecida. Adverte este último trecho mostrando o perigo
e a necessidade do homem não deixar despercebida a salvação de
Jesus.
Precisamos não somente conhecer Jesus historicamente e
literalmente, mas tê-lo como “Salvador”, “Senhor” e “Mestre” de
nossas vidas. Há uma necessidade urgente em aceitar a “Cristo”.
Meu querido amigo, já pensou nestas necessidades? Meu
querido amigo já está decidido a aceitá-Lo? Não confiamos em nós
mesmos. Somos incapacitados para tal causa, confiamos a “Cristo”
nossos problemas, e Ele, sendo o Autor de nossas vidas, pode
solucioná-los porque “Ele” é “Deus”.
Não espere, confie duma vez que isto se reverterá em teu
benefício. Note bem: “Ele” quer te salvar. “Ele” deu a vida por ti e
que fazes tu por Jesus? Não hesite! Dê teu coração a “Cristo” e “Ele”
te esclarecerá. Que tal fazê-lo? Que assim seja. Amém.
120
SERMÃO 45 - Advertência e condição aos homens
23-10-1958. 6h45min da manhã. Daniel 45.
Texto: Sofonias 1: 14-18
121
“Deus” promete e cumpre porque “Cristo” já veio para salvar
a humanidade e esta não O aceitou. No campo de batalha ainda não
há nada em comparação ao quadro que aqui se apresenta. Convém
atentar que não é somente a um certo povo ou nação, mas é em toda
a Terra! Que pena! Quantas pessoas que confiam em suas posições
sociais, riquezas, talentos, condições religiosas, como se isto tudo
adiantasse ou melhorasse sua condição para com o “Senhor”.
A palavra de “Deus”, através dos séculos, vem apontando a
única maneira aceitável a “Deus”. Um coração arrependido, gerado
de novo, salvo por seu “Filho Jesus”.
Não há dúvida de que milhares de almas estão em aflições
por causa da maldade de certos regimes governamentais. Isto tudo é
consequência do pecado, do afastamento de nosso “Pai”, que tanto
nos ama e que somente quer salvar-nos unicamente, através de
“Cristo Jesus”.
“Deus” colocou Jesus na cruz por tua causa, por teus pecados.
Oh, meus amigos, compreendam a missão do “Salvador”, confiando
seus pecados a “Ele”. “Ele” é quem perdoa as tuas transgressões e
delas não se lembra mais. Dê a tua vida ao “Senhor”, porque não há
outro meio de salvação dada por “Deus” à humanidade a não ser por
Jesus. Confie somente. Amém.
122
viajar pelos mares da vida, atirados ao sabor das ondas, sem rumo e
sem direção, com suas vidas em perigo por não terem refúgio e
salvação. Escuro, em alto mar, a violência das ondas e dos ventos,
às vezes, nos levam distantes do nosso porto. Nossas vidas, nossos
feitos aqui nesta terra, por mais bem que façamos, não poderemos
resolver a triste condição de nossa viagem. Temos que lançar mão
do único recurso eficiente que temos para chegar ao nosso porto com
segurança. Jesus é realmente o piloto do nosso barco capaz de nos
levar até o destino final.
Os discípulos viram Jesus, que se aproxima do barco sem o
conhecerem. As vezes não vemos e não sentimos Jesus em nossas
vidas, e queremos enfrentar sozinhos as dificuldades que se nos
apresentam e não podemos por falta de capacidade espiritual. Jesus
se apresenta com “Mestre” para acalmá-los. Os discípulos
conheceram a Jesus e receberam alegria, e toda aquela cena mudou-
se. É tão bom quando estamos dispostos a confiar em Jesus, então
tudo muda, o medo, o pavor das ondas do mar não nos metem medo,
porque podemos enfrentar com a fé firmada no “Salvador” que
temos a cada instante. Já tendes este “Salvador”?
Não estás, meu amigo, navegando em mares perigosos?
Confias suficientemente em tua perícia e teu barquinho? Não
precisas de um piloto experimentado? Não deves facilitar com tão
grandes perigos. Confie duma vez, como os discípulos. Não confie
tua vida a outro piloto. Não deves fazer isto! Entregue hoje mesmo
a direção do barco da tua vida ao “Mestre” dos mestres, o “Piloto”
dos pilotos: “Jesus”, o Salvador. Amém.
SERMÃO 47 - Oração
07-05-1958. 6h45min da manhã. Daniel 47.
Texto: Êxodo 17: 2-7
123
eterna, queremos agradecer-Te de todo nosso coração e submissão à
Tua vontade.
Dá-nos ó “Deus”, em nossos dias uma visão maior para nos
achegarmos a Ti com mais inteireza de vida, e coração, de pureza e
compaixão pelas almas perdidas. “Tu” que nos preparaste para
sermos vasos Teus, temos deixando Teu infinito amor. Oh! Senhor,
perdoe as nossas maldades e guia os nossos pés no teu “Santo”
caminho. O nosso coração anseia por “Ti” ó “Deus”, mas somos
negligentes e maus e suplicamos-Te o Teu perdão, para que sintamos
a responsabilidade que pesa sobre nós, e que possamos reconhecer
em nosso dias o quanto devíamos fazer e não temos feito.
Através dos séculos, “Tu” és bondoso, “Tu” és o “Poder”,
“Tu” és maravilhoso, e queremos só a “Ti” confiar nossa vida. Dá,
“Senhor”, que sejamos devotados ao Teu trabalho até quando nos
chamares. Confessamos-Te os nossos pecados e as nossas
transgressões diante de “Ti”, e suplicamos-Te, “Senhor”, Tua
misericórdia e Tua compaixão.
Agora, ó, “Deus”, suplicamos-Te em favor daqueles teus
servos, que têm dado suas vidas ao teu trabalho; permita, “Senhor”,
que eles sejam fortalecidos com o “Teu Santo Espírito” e que
possam, por “Teu” intermédio, ganhar muitas almas aos pés de
“Nosso Senhor Jesus Cristo”. Dirija os teus filhos, dá, ó, “Deus”, que
sejamos mais unânimes em cooperação para o Teu serviço e que
sejamos leais a “Jesus Cristo”. Dá-nos visão, dá-nos amor e paixão
pelas almas perdidas. Tira de nós toda a maldade e aquilo que nos
venha afastar de “Ti”.
Oh! Excelso e profundo amor “Divino”, digna-te aceitar esta
humilde e sincera oração do teu servo e unge-nos, cada dia de nossa
vida, a uma atitude de fidelidade a “Ti”, ó “Pai”. Recebe-nos em
“Tua” presença, e no “Teu” “Divino” “amor”. Aceita os nossos
louvores que a “Ti” fazemos, pois são de um coração alegre pela
salvação do “Teu” precioso “Filho” por nós, mais uma vez te
agradecemos por todos os infinitos cuidados e abundantes bênçãos
que nos dispensas a cada momento de nossas vidas. Só por “Teu
Filho, Salvador e Mestre” que a “Ti” suplicamos estes favores.
Amém.
124
SERMÃO 48 - Usando a armadura adequada
28-10-1958. 11h45min da manhã. Daniel 48.
Texto: Efésios 6: 10-18.
Proteção própria e adequada para a luta. Precisamos de toda, diz o
apóstolo Paulo. Não nos adianta termos alguma quando nos falta a
principal. O inimigo também traquejado na luta conhece sua dúvida,
onde estamos fracos, e daí o fracasso se não estivermos preparados
física e espiritualmente, porque esta luta é contra Satanás, que
também é espírito. Conhecer, somente pelo nome ou literalmente e
filosoficamente a “Deus” não resolve.
Precisamos ser crentes ao enfrentarmos a luta porque,
certamente, aquele que não luta já é vencido pelo inimigo. Paulo diz
que devemos ter proteção e fortalecimento. Somente em “Deus”
encontraremos este fortalecimento e amparo. Sabendo antemão
como devemos e com quem lutar.
Já no nosso interior há guerras, batalhas tremendas entre a
carne e o nosso espírito. Mas não é só isso, não! É a maldade, o
desejo de ignorar alguma causa. Ora, Satanás sabe a vontade de
“Deus”, mas também quer que não a façamos, e por isso somos
inclinados por ele e não cumprimos a vontade de “Deus”. Será que
Satanás tem mais poder que “Deus”? Acho que não!
Firmar-se bem com a armadura, armadura completa, e
adequada. Também depois de enfrentar uma batalha tremenda talvez
fiquemos um pouco cansados, mas é licito ficarmos em pé
mostrando fibra, e não caindo sem forças porque lutamos. Não!
Antes temos maior força porque somos vitoriosos, porque “Deus”
está ao nosso lado. Precisa-se para enfrentar a luta, botas, capacete,
escudo, couraça e enfim a maior utilidade: a espada!
Usar armadura resistente, ser forte e estar sempre disposto
depois da luta é essencial, porque poderão vir outros inimigos para
nos atacar de surpresa. É útil procurarmos, a cada momento, verificar
se está em bom estado a nossa armadura. Revisão total todos os dias,
preparação para a luta. O valor único que acompanha a vitória:
Oração! Sem oração não há possibilidade de vencermos a luta. Algo
125
de especial e imprescindível depois de tudo isso que o apóstolo
apresenta para a luta certamente é a oração.
Quantas vezes vamos à luta sem saber qual é a vontade de
“Deus”? Quantas vezes entramos no meio do perigo confiando
somente no traquejo das nossas forças e no poder da nossa armadura,
sem antes de tudo falar com nosso “Pai Celestial”. Podemos perder
a luta e o resultado será triste para nós. Não custa buscá-Lo em
atitude e consultar sobre a Sua vontade, e assim estaremos firmados
contra o nosso maior inimigo: Satanás. Cuidemos, queridos irmãos.
Amém. Que assim façamos. Amém.
126
lição pelo fato de que não é só estar na igreja ou ter relações sociais
cristãs. Nada disso adianta alguma coisa para se agradecer a Deus.
Aplicando esta lição de Jesus em nossas igrejas e
individualmente como servos de “Deus”, vemos aí a importância de
sermos filhos de “Deus”. Diz aqui no primeiro convite do servo do
“Senhor” que este se desculpou ao ser convidado para uma ceia,
dizendo: “Comprei um campo, e nãos posso ir. Diz outro: Comprei
cinco juntas de bois e vou experimentá-los, e não posso ir. E ainda
outro diz ao ser convidado: Casei é impossível ir”. A coisa mais
importante desta é casar? Também é negociar? Não! A maior
necessidade é o homem ajoelhar-se diante de “Deus” arrependido de
seus pecados, confiando sua vida somente a Jesus.
Que pena! Volta o servo do “Senhor” triste, por não ser aceito
o seu convite, mas cumpridor da vontade do “Senhor” traz os
resultados negativos da parte dos convidados. O “Senhor”,
indignado, ainda insiste com os servos, apelando pelos mancos,
cegos, doentes e aleijados, convidando-os a sua casa a fim de
participarem de sua ceia.
Eis a razão pela qual especialmente “Jesus” atendeu aos
pobres. Nunca desfez dos ricos ou dos de posição elevada, mas
atendeu àqueles pobres que necessitavam do seu auxílio. Aqui está,
então, o servo, trazendo mais uma vez o convite supremo, o convite
real, um convite digno de ser aceito por qualquer pessoa.
Na maioria das vezes, a palavra de “Deus” é negligenciada
por tantos povos e, às vezes por pobres e também por ricos, mas
“Ele” diz que Sua palavra não volta vazia. Convém atentar para a
paciência divina. Queridos, hoje, como dia especial, dia dedicado ao
nosso “Deus”, os seus servos saem por todas as vilas e cidades, dos
seus campos de atividades, convidando a todos a assistirem à ceia do
“Senhor”. Esta ceia é realmente aqui, juntos, unidos num só ideal:
Servir ao “Senhor” com sinceridade, amor e humildade de coração.
127
Muitos negaram e continuaram a negar este magno convite
de “Deus” feito pelos Seus servos, mas é muito perigoso. “Deus”
ama, perdoa, mas não devemos facilitar demais com “Ele”. “Deus
não se deixa escarnecer, pois tudo o que o homem semear, isso
também ceifará”.
Notemos, por último, o que diz a palavra de “Deus” aqui
neste último versículo. “Porque eu vos digo que nenhum daqueles
varões que foram convidados, provará a minha ceia”.
Será que hoje há aqui alguém que estará disposto a aceitar de
todo o coração este amável convite de Jesus? Não deixe para mais
tarde amigo. A voz de “Cristo” fala ao teu coração nesta hora. Oh!
Vinde à ceia que está preparada. Vinde e chegai à ceia do “Senhor”.
Amém e Amém.
128
cujas saídas são desde os dias da eternidade”. Reconfirmada a
promessa, os homens de boa vontade aguardavam ansiosos a
chegada do “Messias”, o “Rei” prometido e o “Salvador” do mundo.
“Deus”, na sua multiforme sabedoria, envia seu “Filho”,
nascendo de um virgem, humildemente numa estalagem.
Apreciemos em poucos instantes, queridos ouvintes, o
propósito do “Criador”. “Jesus” é o “Rei” esperado, “Jesus” é o
“Salvador” do mundo, é o “Filho” de “Deus Altíssimo”, e como se
pode explicar Seu “Filho” nascer num estábulo? Sim, os homens já
naqueles tempos não podiam entender a expressão daquele amor
divino para com todos os homens.
Prezados ouvintes, o “Salvador” nasceu e naquele humilde
lar, Jesus foi adorado por milhares e milhares de anjos, cantando e
louvando a “Deus” pelo “Filho” tão esperado.
Na narrativa do evangelho de Lucas diz que os pastores que
guardavam seus rebanhos durante a noite viram o clarão dos céus, os
anjos anunciando o nascimento de Jesus, e tomaram caminho,
chegando até aquela humilde casa, adorando o “Salvador” menino.
Por entre milhões de almas neste mundo, pouco ou nada
sabem da verdadeira história de Jesus, deixando-O à margem de suas
vidas, esquecendo a infinita dádiva do “Senhor” ao enviar seu
precioso “Filho” para resgatar-nos do pecado.
Queridos, eis aqui a chave preciosa desta real história:
Quantos fazem da data do Natal dia de festa material, banquetes,
bailes e até carnaval, desonrando assim o nome mais precioso e
bendito.
O natal de “Jesus”, devemos comemorá-lo com muita oração,
pois devemos lembrar de nos alegrar com o coração e alma pelo fato
de ter “Jesus” nascido para a bênção deste mundo.
“Jesus”, meus amados irmãos e amigos, nunca deve ser
esquecido em nossos corações. O Seu Natal não deve ser lembrado
como mais um dia de Sua vida porque “Ele” não envelhece, mas
deve ser posto de modo constante em nossas vidas e atitudes. “Jesus”
veio ao mundo para alegrar os tristes, confortar os fracos e salvar os
perdidos. Se tu, meu prezado ouvinte, deseja satisfazer o tua alma
129
em Jesus, o “Rei dos reis”, o “Senhor dos senhores”, entregue todos
os teus cuidados a “Ele” nesta noite. O texto diz: “Glória a Deus nas
alturas e paz na terra aos homens de boa vontade”. No Natal de Jesus
devemos oferecer tudo o que temos para Sua honra e glória.
Dinheiro, propriedades, isto não é o total valor.
O maior valor que “Deus” dá é o nosso coração sincero e
submisso à Sua vontade. Sua alma se alegrará, seu coração exultará
dentro de ti, quando realmente conheceres o verdadeiro significado
do Natal de Jesus. Quando o mundo adorar Jesus como deve ser,
então, o seu Natal terá o significado do Natal de Jesus. Os pastores,
os reis e os anjos adoraram a “Jesus”.
Glorifique a “Deus” hoje por este acontecimento feliz.
Permita que Jesus, possa não nascer no vosso coração, mas sim que
“Ele” possa viver e reinar para todo o sempre. Abra a porta de teu
coração e receba-O com humildade, louvando e adorando a “Deus”
por Seu “Filho” Bendito. Que “Deus” vos abençoe agora e para
sempre. Amém.
SERMÃO 51 - Oração
31-12-1958. 11h45min da manhã. Daniel 51.
130
Que possam eles, ó Senhor, encontrar a verdadeira paz que
vem de ti. Graças te damos pela salvação eterna e pelo perdão
abundante dos nossos pecados, pois somente pelo Teu único e
suficiente amor nos outorgaste. Permita, Senhor, que possamos amar
mais a Tua palavra, mais a Tua igreja, mais os perdidos. E que
tenhamos, no ano que se aproxima, ideias mais elevadas e que
possamos, ajudados por Ti, ganhar muitas almas aos pés de Jesus
Cristo, o nosso Salvador.
Te suplicamos, nesta hora, Senhor, pelas almas perdidas
deste mundo que não conhecem a Tua paz e o Teu amor. Neste
último dia do ano festejam-no com tantas alegrias mundanas,
esquecendo o Teu Santo amor. Infunde-nos, neste dia, em nossos
corações, ânsia e desejo de salvação as estas pobres criaturas.
Queremos ser úteis a Ti, ó, Deus.
Queremos consagrar nossas vidas ao Teu serviço, querendo
fazer os votos que a Ti temos feito cada dia. Tu que sondas os nossos
corações e sabes que a nossa estrutura é fraca, leva-nos a conhecer-
te mais e mais.
Permita, Senhor, que neste novo ano possamos glorificar
com mais dignidade o Teu nome, revelar o teu imenso amor aos
perdidos. Dá-nos sabedoria que vem de Ti para que saibamos fazer
a Tua vontade. Dá que tenhamos o desejo de sempre ouvir a Tua voz
em nossos corações e que sejamos gratos por todos os benefícios que
nos tem feito. Permita que sejamos crentes mais leais e cumpridores
da Tua vontade, e que possamos levar bem alto o Teu nome nesta
terra. Levanta hoje, ó, Deus, em nosso corações, amor e poder de
testemunhar do Teu amor e da salvação em Cristo Jesus, que tudo
fez para nos salvar. Humildemente, pedimos com o perdão de nossas
muitas faltas e pecados. Por Jesus Cristo. Amém.
131
SERMÃO 52 - O que Jesus pode fazer por ti
10-01-1959. 22h15min. Daniel 52.
Texto: Marcos 5: 1-20
132
se encontram com o ódio, a dor e a angústia. A alma acorrentada pelo
Diabo quer sujeitá-la, mas Jesus, na sua infinita misericórdia,
compadece-Se daquela triste alma e ordena aos espíritos maus que
saiam dele. Mediante tal ordem, aqueles espíritos penetram nuns
porcos, levando-os à morte no mar.
Não é realmente um quadro aterrador? Sim, mais do que isso.
Quantas vezes somos presos às correntes malignas por simples
coisas. Sabem o que é isso? É falta de oração, de comunhão com
nosso “Deus”. Estamos na realidade sujeitos a cair em tentações, mas
o verdadeiro filho de “Deus” não pode, de maneira alguma, deixar-
se tomar pelo Diabo. Jesus, depois de salvar almas, dando-lhes
perdão abundante e curando as enfermidades daqueles povos, é, por
assim dizer, enxotado daquela região.
Parece que o povo daquela região deu mais valor àqueles
porcos que se afogaram que à vida dos homens perdidos. Bem,
pensando bem, muitas pessoas neste mundo, apesar de ver as
maravilhas do poder do Evangelho de “Cristo” operando nas vidas
das multidões, continuaram entregues a toda sorte de vícios e
processos religiosos, deixando assim “Jesus, o Supremo Pai”, o
“Salvador” da humanidade, à margem de suas vidas. Queridos não é
bom ficar indiferente a Jesus.
Apesar de odiado pelos povos, reis e sacerdotes, “Ele” salvou
os perdidos, curou os doentes e aleijados, ressuscitou os mortos,
provando Seu poder sobre Satanás. O homem, curado do seu mal,
completamente são, veio adorando Jesus, com propósito sincero de
servi-Lo e segui-Lo. Esta parte, 19 e 20 é que deve encontrar eco no
nosso coração esta hora: Jesus disse-lhe: “Vai para os teus, em tua
casa, e anuncia-lhes quão grandes coisas o Senhor te fez, e como teve
misericórdia de ti”.
Certa vez, na minha cidade natal, observei um homem
horrivelmente preso a ao espírito de Satanás. Era conduzido à prisão
por quatro policiais que, tentando subjugá-lo, não resistiam sua
violência. Foi preciso tomar medidas mais enérgicas para contê-lo.
Talvez haja aqui entre nós alguma alma que ainda não fez de Jesus
o seu “Salvador”, e pessoalmente quer fazer hoje esta maravilhosa
133
decisão. Jesus salva aquele que O adora sinceramente, confiante em
eu poder.
Jesus está passando, meus queridos, “Ele” quer te salvar,
“Ele” quer te livrar da morte eterna da tua alma. Confia tua vida, tua
alma ao “Salvador” que te espera ansioso.
Venha à frente dando o seu coração a Jesus nesta hora,
enquanto os crentes oram. Venha anunciar agora, aqui na frente, que
Jesus te salvou. O homem salvo obedecia a ordem de Jesus, indo e
anunciando o que “Deus” lhe tinha feito. Venha sem demorar que
Jesus te convida, e terás o gozo e a paz duradoura dum perdão amplo
de seus pecados. “Deus” os abençoe nesta decisão, e que possam ser
mais do que vencedores por Aquele que nos amou. Amém.
134
O apóstolo faz uma exortação e insistência a seu filho na fé,
Timóteo, para fortalecê-lo contra as heresias e ser constante na
doutrina de “Jesus Cristo”. De religião o mundo está cheio, pois em
todos os cantos existem de diversas qualidades e quilates.
Religião não salva ninguém. O mundo precisa de Cristo no
coração. Vejam bem, meus queridos: Os meus pais têm religião, e,
no entanto, fui devasso, perdido, beberrão, adúltero e tudo o que o
mundo pôde me oferecer isto aprendi. Mas o que vos tenho a dizer é
mais do que religião simplesmente.
Voltemos nossos olhos ao versículo 7 deste capítulo
maravilhoso. Ele diz assim: “Porque Deus não nos deu o espírito de
temor, mas de fortaleza, e amor, e de moderação”. Realmente,
quando a humanidade pensar no que significam estas palavra então
ela estará achegando-se ao que Deus deseja do homem
particularmente. Quando entramos no mundo, mergulhados nas
vaidades e paixões da carne, o nosso espírito andava sempre em
temor, porque Satanás não nos dá e nunca nos dará poder sobre o
temor, pelo fato de estarmos desligados do temor do “Senhor”. Ora,
Deus criou-nos não somente à Sua imagem e semelhança, mas nos
deu um espírito livre, de amor, vigilância, sobriedade e moderação.
Como já dissemos, se não estivermos em perfeita sintonia
com “Ele” pela oração, meditação da Sua palavra, certamente que o
tentador nos arrebatará. Voltando agora os meus olhos para dentro
de mim, salvo por “Cristo”, regenerado pelo Seu sangue purificador
e Seu “Espírito Santo”, minha vida se transformou da maldição para
a bênção, para a justificação, pois “Eu sei em quem tenho crido, e
estou bem certo de que “Ele” é poderoso, para guardar o meu
depósito (a minha alma) até o dia do juízo”. Instava-vos, nesta hora,
que suporteis a minha paixão, porque realmente e inegavelmente
digo: O mundo precisa de “Cristo” no coração, uma experiência com
o “Salvador Jesus”.
As palavras do apóstolo Paulo a Timóteo servem para mim e
para todos aqueles que de fato se dispuserem a aceitar a “Jesus
Cristo”, como seu único e legítimo “Senhor e Salvador”.
Meus amigos, se hoje mesmo provardes o dom que há em vós
tão benéfico, sentirás nesta escolha que é passada a morte, porque
135
Cristo trouxe a vida eterna a todos quantos O aceitarem, oferecendo
a Ele somente uma coisa: o coração. É mais louvável padecer pelo
amor de Cristo e na morte e paz eterna, a vida eterna, do que padecer
as frotas do maligno, sendo escravizado até a morte, e encontrar após
esta perdição, a morte eterna da alma.
Meus amigos, todos os discípulos de Jesus passaram por esta
mesma fase. E todos aqueles que haverão de aceitá-Lo também
passarão o mesmo. Procurando salientar o valor de uma vida
entregue e consagrada a seu “Mestre”, Paulo, na sua inabalável fé,
exorta ao seu irmão jovem Timóteo. E nestas mesmas palavras, com
este quadro de minha vida regressa e recente com “Cristo”, vos
exorto a que recebais a Jesus como o “Senhor” dos senhores, o “Rei”
dos reis, o “Salvador” do mundo.
Fora de “Cristo” não há salvação para nenhuma pessoa.
Jesus, disse: “Eu sou o caminho, a verdade, e a vida; e ninguém vem
ao Pai senão por mim”. Outra vez “Ele” disse: “Eu vim buscar o que
se havia perdido”. Meus amigos, Jesus apela a ti, tu estás perdido
sem “Ele”, deixa tudo e entrega-te a Jesus. Que estas palavras
possam dizer o quanto “Deus” nos ama e deseja a tua salvação.
Venha sem demora. Amém.
136
praticando suas obras de caridades, procurando assim satisfazer sua
necessidade espiritual. Que pena! Coisas inúteis diante do “Senhor”
quando o fator principal não é nada destas exigências superficiais,
mas sim a operação transformadora do poder “Divino” no coração
da raça humana. Convém frisar aqui que “Deus” não opera salvação
em massa, mas sim individualmente.
Eu faço esta pergunta aos meus queridos ouvintes:
Adiantarão algumas boas obras que tenhamos feitos diante de
“Deus”, sem termos aceitado a sua salvação e a oferta maior que é o
sacrifício de seu “Filho Jesus”? Creio que não. Jamais Deus dará
outro meio às raças diversas deste universo, a não ser a aceitação a
seu “Filho Jesus Cristo”.
Não há dúvidas de que temos muitos homens e mulheres
virtuosos, honestos, amáveis, mas como já dissemos tudo isto não
nos adiantará nada sem a aprovação do “Senhor”. Cada pessoa tem
um sustento diferente do outro, mas “Deus” pode atendê-los e
satisfazê-lo se O buscarmos de todo o nossos coração em oração.
Como podermos ter paz no coração sem Jesus?
Nunca, homem ou mulher, moço ou moça, menino ou
menina, enfim, ninguém terá a verdadeira paz, enquanto não
satisfazerem suas almas ao pé da cruz de “Cristo” na atitude sincera
de arrependimento de pecados. Meus queridos, os homens vão de
mal a pior não buscando a “Deus” como seu guia. Deve-se meditar
nesta importante realidade.
O homem, mortal que é, necessita do seu bem estar espiritual.
Se ele deixar tudo à mercê do destino, ou do sabor da vida mundana,
direi somente aquelas tristes palavras de Jesus: “Que aproveitará ao
homem ganhar o mundo inteiro em fama, sabedoria, riqueza, posição
social, ou religiosa, perdendo a sua alma no inferno, separando
eternamente de Deus”. Se nos dispusermos a aceitá-Lo devemos crer
então que a vossa experiência com Deus, e lhe tornará a novas ideias
de paz e prosperidade.
Experimente agora mesmo, aceitando a Jesus o único
enviado de “Deus”, para salvá-lo. Amém.
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PARTE 04
VIDAS EM UM CLICK
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PARTE V
REFLEXÃO MINISTERIAL
Daniel Pedro do Prado
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