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FACULDADE PIO DÉCIMO

CURSO DE LETRAS PORTUGUÊS/ESPANHOL

DISCIPLINA: Literatura Brasileira II 4º Período


DOCENTE: Tatiana Silva Data:30/03/2019
DISCENTES: Isaque de Jesus Santos e Jane Kelly de Santana silva

SÁBADO LETIVO

A LITERATURA PELOS TEXTOS

ANÁLISE DO CONTO

A MISSA DO GALO
DE MACHADO DE ASSIS

Escrito no final do Século XIX, durante a fase, considerada por muitos, como a plenitude
criativa de Machado de Assis, o conto “A missa do galo” possui todas as características que
tornaram o autor tão distinto dos demais em sua produção literária, como: a ambiguidade, as
ironias, questões psicológicas das personagens etc.
A narrativa se passa em um único espaço, uma casa com características burguesas
situada no Rio de Janeiro onde a corte estava alocada na época. No tocante ao tempo, podemos
dizer que é psicológico, pois o início da obra percebemos que será um flashback contado por
uma personagem: nunca pude entender a conversação que tive com uma senhora, há muitos
anos. Com isso, entendemos que estamos frente a um narrador personagem memorialista que
irá discorrer em primeira pessoa os fatos, segundo sua visão, de algo que viveu durante sua
juventude.
Quanto as personagens da obra, podemos dizer que são planos pois não passam por
grandes mudanças durante o enredo. Ainda que Conceição demonstre uma tendenciosa intenção
de afloramento psicológico parente a aquietação que a vida de uma dona de casa do final do
século XIX lhe proporcionava, entretanto, essa vontade, aparentemente oculta não vai adiante.
Temos no conto apenas três personagens relevantes e duas que servem de pano de fundo para
melhor caracterizar a situação configurada na narrativa, são elas: Nogueira, jovem de dezessete
anos que viera morar no Rio de Janeiro junto a família de Meneses, um escrivão, não muito
citado no conto, que alimentava um romance, não tão secreto, com uma amante e era amigo de
Nogueira. Conceição, esposa de Meneses, recatada, tida como santa, personagem principal da
narrativa. E por fim, são citadas duas escravas e a mãe de conceição.
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FACULDADE PIO DÉCIMO
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A consumação de fatos não é o plano principal do enredo. Podemos dizer que tudo fica
no “quase” nessa obra machadiana. Conceição era uma mulher de trinta anos, preza a costumes
velhos, que mora junto a mãe e o marido que à trai todas às quintas-feiras sob a fraca desculpa
de que saía para o teatro. Esse fato demonstra a primeira linha ambígua da obra, pois o autor
não deixa claro se Meneses não se importava com os pensamentos alheios ou se acreditava em
sua fugacidade em esconder tal caso com êxito, ou Conceição resignava-se por seu
temperamento calmo e passivo, ou se essa tinha medo de perder o matrimônio, pois já tinha
trinta anos e tanto ela quanto a mãe dependiam de Meneses e do casamento para sobreviverem.
Meio a isso estava Nogueira, vivendo em casa de Meneses. Essa é a conjectura na qual
encontramos as personagens Nogueira e Conceição dialogando numa sala escura próximo da
meia noite na véspera de Natal que, naquele ano, caíra exatamente numa quinta-feira.
Para o narrador, Conceição é uma "santa" pois essa resignava-se perante a traição do
marido e a tudo consentia, nesse ponto inicia a ironia. Nogueira, por ingenuidade e
inexperiência, não compreende as verdadeiras ou possíveis intenções da tranquila, mas traída
Conceição. Ela aparenta estar disposta a seduzir o jovem e isso contradiz o ideal de santidade.
O adultério do marido de Conceição propicia as condições para que ela deseje o mesmo, ou
simplesmente o Narrador vislumbrou algo que não acontecera, tratando-se apenas de sua
imaginação. Típico da obra Machadiana, esse jogo de ironias e ambuiguidades está disposto
por todo enredo de “a missa do galo”. Um suspiro de erotismo e sensualidade envolve o diálogo
de Conceição e Nogueira, podemos notar isso em fatos como o pedido da Mulher para falar
mais baixo, com receios que acorde sua mãe: —Mais baixo! Mamãe pode acordar. Gerando
um tom de segredo, pois não era de bom tom uma mulher casada, com costumes velhos,
conversar com um moçoilo até tarde.
Numa outra faceta interpretativa, podemos dizer que o conto narra a libertação de
Conceição perante as rédeas que a sociedade lhe impusera como esposa recatada do lar. Um
milagre da noite de Natal, que transforma uma personagem plana e sem muitas pretensões em
algo complexo psicologicamente. Porém todo o lapso de afloramento se encerra no dia seguinte
aos fatos narrados, pois, Conceição retornou ao seu padrão diário a qual todos da casa conhecia:
Durante o dia, achei-a como sempre, natural, benigna, sem nada que fizesse lembrar a
conversação da véspera.
Portanto, podemos observar que essa obra possui característica naturalistas pois trabalha
temas como: sexo, sensualidade, desejo e o lado psicológico das personagens.

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