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Criminologia para o cargo de Delegado de Polícia Civil do Ceará

Aula de Apresentação
Prof. Pablo Farias Souza Cruz

Aula 00 - Aula de Apresentação

Aula Conteúdo Programático Data


Noções iniciais de Criminologia:
O conceito e método da Criminologia.
00
A Criminologia como ciência e a interdisciplinaridade (10. Criminologia e
Política Criminal. 11. Criminologia e Ciência Criminais).
Objeto, sistema e funções da Criminologia. 3. Conceitos de crime, de
01 criminoso e de pena nas diversas correntes do pensamento criminológico
(nas Escolas Clássica, Positiva e Técnico-Jurídica e na Criminologia Crítica)
4. Vitimologia. 5. Criminologia científica e os seus modelos teóricos.
6. O homem delinquente. Teorias bioantropológicas, psicodinâmicas e
psicopsicológicas. 7. A sociedade criminógena. Sociologia Criminal e
02
Desorganização Social. Teorias da subcultura delinquente e da anomia.
A perspectiva interacionista.
8. A Criminologia e o Paradigma da Reação Social.
9. Criminologia na América Latina e as agências de controle.
12. Criminologia e o Sistema de Justiça Criminal.
03
13. Criminologia e o papel da Polícia Judiciária.
14. A criminologia no Estado Democrático de Direito.

Sumário

1. Criminologia ..................................................................................................................................1
1.1 Apresentação ............................................................................................................................. 2
1.2 Noções iniciais de Criminologia ................................................................................................. 4
1.3 Conceito de Criminologia ........................................................................................................... 8
1.4 Métodos ...................................................................................................................................13
1.5 Questões ..................................................................................................................................20

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Introdução – Direito Penal

1.1 Apresentação

Olá amigos,

Inicialmente gostaria de manifestar minha felicidade em fazer parte de


seu projeto profissional e espero ser um auxiliar presente em sua caminhada
para a vitória.

Meu nome é Pablo Farias Souza Cruz, atualmente Assessor Jurídico do


Tribunal de Justiça do Tocantins e professor de Processo Penal, Direito Penal e
Direito Constitucional nas Faculdades Doctum e Estácio de Sá de Juiz de Fora,
onde também tive a grata experiência como professor da UFJF - Universidade
Federal de Juiz de Fora/MG -, minha cidade por adoção1, onde também leciono
em vários cursos preparatórios para concursos desde o ano de 2007. Atuo ainda
como professor em cursos preparatórios virtuais sediados na cidade do Rio de
Janeiro, meu grande recanto familiar e também profissional.

Desde minha formação acadêmica, foquei meus estudos para área


pública, sendo brindado, ainda antes de minha colação de grau, com a
aprovação para o cargo de Delegado de Polícia no concurso da Polícia Civil do
Estado de Minas Gerais, promovido em 2005.

Minha experiência como Delegado de Polícia contribuiu para o meu


ingresso na carreira docente, o que, rotineiramente, tem me dado ótimos
frutos, como a aprovação de vários de meus alunos em concursos,
principalmente nas áreas policial (nível médio e superior) e jurídica como para o
Exame da Ordem dos Advogados do Brasil e para os Tribunais Regionais
Federais e de Justiça desse nosso país continental. Quem já ministrou aulas
sabe bem como é gratificante ter um aluno logrando aprovação em concursos
públicos, pois a vitória dele é também a nossa vitória.

Outra felicitação (outro fruto) é a de que, muito em breve, terei minha


obra de Direito Processual Penal publicada pelo Grupo Gen, respeitado grupo
editorial do qual fazem parte a tradicional editora Forense, e a inovadora

1
Pois, apesar de brasileiro nato, nasci na cidade do Panamá situada no país Panamá na América Central. Sendo filho de
pais brasileiros, fui registrado na Embaixada Brasileira e vim para o Brasil ainda bebê, com apenas dois anos de idade.
Morei no Rio de Janeiro por toda minha infância e me mudei para Juiz de Fora na adolescência, onde, hoje, felizmente,
construo minha vida com minha esposa e minha cadelinha.

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editora Método. A obra será intitulada: Processo Penal Sistematizado e está em


fase de conclusão editorial.
Sou também autor das obras: Crimes em Espécie e Direito Constitucional
Fundamental.

Para você, estudante, leitor, candidato, conhecer melhor o expositor da


presente aula, apresentarei, logo abaixo, um breve currículo com os dados que
reputo mais interessantes para a aproximação de nossa relação e o
ajustamento do nosso trabalho.

Antes, porém, parafraseando meu amigo e professor Décio Terror, lembro


que: Críticas ao material e à abordagem do professor são sempre bem-vindas e
não há qualquer melindre em recebê-las, mesmo porque o foco é seu
aproveitamento e Você tem todo o direito de sugerir, questionar, solicitar mais
explicações, mais questões etc.

Pablo Farias Souza Cruz


Professor de Ciências Penais e Direito Constitucional das
Faculdades Doctum e Estácio de Sá.
2009 – 2011 Professor de Processo Penal e Prática Penal da
Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF/MG.
Professor de Direito Constitucional, Direito Penal e Processo Penal em
cursos preparatórios de Juiz de Fora/MG e Rio de Janeiro/RJ.
Professor de Direito Penal e Processo Penal do
Ponto dos Concursos no curso Discursivas OAB.
Advogado e Consultor Jurídico.
Pós-Graduado em Ciências Penais pela
Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF- (MG).
2006 - 2007 Delegado de Polícia em Minas Gerais.
Outras informações importantes:
A) 22/01/2006 19/05/2006 Curso de Formação de Delegado da Policia Civil do Estado de Minas
Gerais. Portaria Nº 005/ACADEPOL/PCMG/2006 - Concurso Público - Provimento 2005/1 Delegado de
Polícia, (http://www.sesp.mg.gov.br/internas/concursos/iConcursos.php).
B) 06/2006 Aprovado em Concurso Público para o cargo de Delegado de Polícia em Minas Gerais.
C) 02/2007 Aprovado em Concurso Público para o cargo de Analista Judiciário da Justiça Federal do
Tribunal Regional Federal da 1ª Região (Disponível em:
http://www.fcc.telium.com.br/concursos/trf1r106/lista_redacao/MG/habs_class_cidade_cargo_reda_Juiz_d
e_Fora.pdf publicado no Diário Oficial da União - Seção 3, de 28/02/2007).
D) 03/2007 Aprovado em Concurso Público para o cargo de Analista Processual do Ministério Público
Federal (Disponível para consulta pelo CPF em:
http://www.concursosfcc.com.br/concursos/mpund106/result/index.html) Edital Publicado no Diário Oficial
da União, edição de 30 de março de 2007.
E) Aprovado no 3º Concurso Público para o cargo de Defensor Público da União em 16 de maio de 2008,
resultado disponível em: http://www.cespe.unb.br/concursos/DPU2007 - subjudice.
Endereço para acessar o CV do autor: http://lattes.cnpq.br/6411695844676609

Bom, nosso propósito aqui é expor os pontos primordiais da Criminologia,


necessários para sua aprovação no concurso para o cargo de Delegado da

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Polícia Civil do Ceará. Assim, exporemos nossas aulas com base no edital
atual.

A programação será a seguinte:

Criminologia para o cargo de


Delegado da Polícia Civil do Ceará

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Noções iniciais de Criminologia: 10. Criminologia e Política Criminal.
11. Criminologia e Ciência Criminais.
00
1. O conceito e método da Criminologia.
2. A Criminologia como ciência e a interdisciplinaridade.
Objeto, sistema e funções da Criminologia. 3. Conceitos de crime, de
01 criminoso e de pena nas diversas correntes do pensamento criminológico
(nas Escolas Clássica, Positiva e Técnico-Jurídica e na Criminologia Crítica)
4. Vitimologia. 5. Criminologia científica e os seus modelos teóricos.
6. O homem delinquente. Teorias bioantropológicas, psicodinâmicas e
psicopsicológicas. 7. A sociedade criminógena. Sociologia Criminal e
02
Desorganização Social. Teorias da subcultura delinquente e da anomia.
A perspectiva interacionista.
8. A Criminologia e o Paradigma da Reação Social.
9. Criminologia na América Latina e as agências de controle.
12. Criminologia e o Sistema de Justiça Criminal.
03
13. Criminologia e o papel da Polícia Judiciária.
14. A criminologia no Estado Democrático de Direito.

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1.2 Noções iniciais de Criminologia

Criminologia

Praticada uma infração penal, nasce para o Estado o dever-poder de punir


adequadamente o autor da infração. Isso, já sabemos, diante do estudo das
ciências jurídicas.
Ocorre que para a realização de uma infração penal vários
acontecimentos internos e externos ao direito contribuem para a deflagração da
situação desviante.
Nesse contexto, mais abrangente, se coloca a Criminologia para discutir o
problema da criminalidade, agregando para isso argumentos que ultrapassam o
direito, na busca da constatação e solução do contexto que envolve o crime,
aliás, como se verá, não só o crime, mas também a vítima, o criminoso, e as
formas de controle social.
A princípio devemos estabelecer as interseções entre o Direito Penal,
ciência do Direito mais próxima da Criminologia, numa ótica que se costuma
dizer totalizante das ciências criminais.
Para isso iniciaremos o curso abordando a definição de direito penal para
então chegar à criminologia, alertando desde já que a referida ordem tem por
finalidade, exclusivamente, a didática, pois não se quer hierarquizar as referidas
ciências, que são, registre-se desde logo, complementares.

Definição de Direito Penal: Na definição de uma das principais ciências


da esfera Penal (o Direito Penal), encontram-se várias acepções, todas corretas
no âmbito e na ótica que se propõe analisar o referido ramo do Direito.
Inserido na polissemia que a expressão Direito Penal pode encartar, vale
sempre informar ao destinatário da lição, sob qual ótica elaboramos a definição
de Direito Penal.

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Nesse aspecto, lapidar é a exposição do professor Arthur de Brito Gueiros


Souza (inspirado nas lições de Pablos de Molina Garcia) a respeito da definição
dinâmica e estática do direito penal:
“Dinâmica: Direito Penal é o mais intenso mecanismo de controle social
formal, por intermédio do qual o Estado, mediante um determinado sistema
normativo, castiga com sanções negativas de particular gravidade as condutas
desviadas mais nocivas para convivência, objetivando, desse modo, a
necessária disciplina social e a correta socialização dos membros do grupo.
Estática: Considera-se Direito Penal como sendo o conjunto de normas
jurídico públicas que definem certas condutas como delito e associam às
mesmas penas e medidas de segurança, além de prever outras consequências
jurídicas.”2
Por fim, se encontra uma definição mais comum no âmbito doutrinário
clássico que, do ponto de vista formal, define o Direito Penal como o conjunto
de normas que interpretam e sistematizam o ius puniendi, que, por sua
vez, compreende três aspectos:

1) Poder de ameaçar com pena.


2) Direito de aplicar a pena.
3) Direito de executar a pena.

Recentemente tem se notado uma crescente preocupação dos editais de


concursos público, e até mesmo do Exame de Ordem, em cobrar o conteúdo
abrangente das Ciências Penais, relacionando tópicos como a Criminologia, o
que nos felicita de maneira impar, pois sempre tivemos como lema,
principalmente em sala de aula, que o Direito Penal sem a Criminologia é uma
orquestra sem maestro, um soldado isolado, uma ciência sem laboratório.
Daí pensamos ser importante apresentarmos as Relações do Direito Penal
e do Processo Penal com a Criminologia, refletindo sobre a denominada “nova”
ciência total do Direito Penal);

2
SOUZA, Arthur de Brito Gueiros, Curso de direito penal: parte geral / Arthur de Brito Gueiros Souza, Carlos Eduardo Adriano
Japiassú. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2012, p. 3-4.

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Primeiramente importa definir o que vem a ser criminologia, disciplina


nem sempre presente nos currículos das faculdades de Direito do país, mas que
vem ganhando destaque nas provas e exames do país, à exemplo do que ocorre
agora no concurso para o cargo de Delegado Federal.

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1.3 Conceito de Criminologia

Sobre a definição de Criminologia, já foi perguntado em concurso:

2013 – VUNESPE – PAPILOSCOPISTA POLICIAL – PC-SP


Contemporaneamente, a criminologia é conceituada como
a) uma ciência empírica e social que estuda o criminoso, a pena e o
controle social.
b) uma ciência empírica e multidisciplinar que estuda as formas como os
crimes são cometidos.
c) uma ciência empírica e interdisciplinar que estuda o crime, o
criminoso, a vítima e o controle social.
d) uma ciência jurídica e interdisciplinar que estuda as formas como os
crimes são cometidos.
e) uma ciência jurídica e multidisciplinar que estuda o crime, o criminoso,
a pena e a vítima.
Gabarito: C

Por criminologia entendemos uma ciência mais ampla e interdisciplinar


que o direito penal e processual penal. Sua utilidade tem se demonstrado cada
vez mais evidente, conforme se verifica no estudo moderno da dogmática penal
e processual penal.
Na oportunidade, informamos que adotamos o seguinte conceito de
criminologia moderna: “Ciência empírica e interdisciplinar, que se ocupa do
estudo do crime, da pessoa do infrator, da vítima e do controle social do
comportamento delitivo, e que trata de subministrar uma informação válida,
contrastada, sobre a gênese, dinâmica e variáveis principais do crime,
contemplado este como problema individual e como problema social, assim
como sobre os programas de prevenção eficaz do mesmo e técnicas de

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intervenção positiva no homem delinqüente e nos diversos modelos ou sistemas


de resposta ao delito.”3
Assim visualizamos o Direito Penal e o Direito Processual Penal como
elementos formadores do que se convencionou chamar de Ciência total do
Direito Penal.
Nos inspiramos, para essa definição, nas lições Lélio Braga Calhau que
tratando da denominada Ciência Total do Direito Penal, faz referência as ideias
de Franz Von Liszt, Jorge Figueiredo Dias e Claus Roxin. Franz Von Liszt a
definia como gesamte Strafrechtswissenschaft propondo uma disciplina
completa que fundisse a dogmática, a criminologia e a política criminal. Assim,
CALHAU afirma: Política criminal, dogmática jurídico-penal (onde vislumbramos
o Direito Penal e Processual Penal) e Criminologa são assim, do ponto de vista
científico, três âmbitos autônomos, ligados, porém, em vista do integral
processo de realização do Direito Penal, em uma unidade teleológica-funcional4.
Nesse contexto indagamos: O que vem a ser política criminal?
Respondemos apontando a lição lapidar da professora Maria Carolina de
Almeida Duarte que expõe:

“Na doutrina estrangeira, Franz v. Liszt, citado por Claus


Roxin [22], afirma que a política criminal assinala métodos
racionais, em sentido social global, no combate à
criminalidade, o que na sua terminologia significava a tarefa
social do Direito Penal. Enfim, a política criminal constitui nas
expressões lisztianas "a idéia de fim no direito penal".
Mireille Demas-Marty [23] se inspira no conceito de
Feuerbach, no qual a Política Criminal compreende ao
"conjunto de procedimentos através dos quais o corpo social
organiza as respostas ao fenômeno criminal", e se caracteriza
como "a teoria e prática das diferentes formas do controle

3
GOMES, Luiz Flávio e PABLOS DE MOLINA, Antônio Garcia. Criminologia. 5.ed.rev. e atual.- São Paulo: Revista dos Tribunais,
2007.
4
CALHAU, Lélio Braga. Resumo de Criminologia. Niterói, RJ: Impetus, 2009, 4ª edição, p. 25/28.

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social". Dessa forma, a Política Criminal se tornou uma disciplina


independente que, ao contrário da Criminologia e da Sociologia
Criminal, implica uma pesquisa principalmente jurídica, mas não se
limita unicamente ao Direito Penal, o seu estudo abrange outras
formas de controle social.
Jorge de Figueiredo Dias [24] acentua que a Política
Criminal, baseada nos conhecimentos da realidade criminal,
naturalística e empírica oriundos da Criminologia, tem o
objetivo de dirigir ao legislador recomendações e propor-lhe
diretivas em tema de reforma penal. Para o autor [25], o objeto
da política criminal não é constituído apenas pela infração
penal, mas por todos os fenômenos de patologia social
substancialmente aparentados com aquela, sejam de
marginalidade social, sejam em último termo – numa palavra
criada pela Criminologia americana – de deviance ou "desvio
social". Nas suas conclusões, Jorge de Figueiredo Dias [26] assinala
que a política criminal tem competência para definir, tanto no
plano do Direito constituído, como do Direito a constituir, os
limites da punibilidade. Afirma ainda que a dogmática jurídico-
penal não pode evoluir sem atenção ao trabalho prévio de índole
criminológica e mediação político-criminal. (Grifos deste trabalho).

Sobre Política Criminal já se indagou em concurso:

2013 – MPE-SC – Promotor de Justiça


A política criminal do Direito Penal Funcional sustenta, como
modernização funcional no combate à “criminalidade moderna”, uma mudança
semântico-dogmática, tal como: “perigo” em vez de dano; “risco” em vez de
ofensa efetiva a um bem jurídico; “abstrato” em vez de concreto; “tipo aberto”
em vez de fechado; e “bem jurídico coletivo” em vez de individual.
Gabarito: Certo

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A questão trata em certa medida do funcionalismo penal, estudado mais


detidamente no Direito Penal. Por Direito Penal funcional se reputa aquele que analisa
a teoria do crime à luz da política criminal. Assim, temos dois tipos de funcionalismos:
1) Um elaborado pelo professor Claus Roxin, para quem a função do Direito
Penal é proteger subsidiariamente os bens jurídicos (Funcionalismo Racional-
Teleológico). É entendido como um funcionalismo moderado.
2) Outro defendido por Günther Jakobs, onde a função do Direito Penal é a
garantia da vigência (eficácia) da norma (Funcionalismo Sistêmico). É entendido
como um funcionalismo radical.
Sobre o tema: "O direito penal moderno é próprio e característico da "sociedade
de risco". O controle, a prevenção e a gestão de riscos gerais são tarefas que o
Estado deve assumir, e assume efetivamente de modo relevante. Para a realização de
tais objetivos o legislador recorre ao tipo penal de perigo abstrato como instrumento
técnico adequado por excelência. Por ele, o direito penal moderno, ou ao menos uma
parte considerável dele, se denomina "direito penal do risco". GRACIA MARTIN, Luis.
Modernización del derecho penal penal y derecho penal del enemigo. Lima: IDEMSA,
2007. p. 45

2013 – MPE-SC – Promotor de Justiça


Em sede de Política Criminal, o Direito Penal de segunda velocidade,
identificado, por exemplo, quando da edição das Leis dos Crimes Hediondos e
do Crime Organizado, compreende a utilização da pena privativa de liberdade
e a permissão de uma flexibilização de garantias materiais e processuais.
Gabarito: Errado
Sobre o tema: (...) podemos, seguindo as lições de Jésus-Maria Silva Sánchez,
visualizar três velocidades, três enfoques diferentes que podem ser concebidos ao Direito
Penal. A primeira velocidade seria aquela tradicional do Direito Penal, que tem por fim último
a aplicação de uma pena privativa de liberdade. Nessa hipótese, como está em jogo a
liberdade do cidadão, devem ser observadas todas as regras garantistas, sejam elas penais ou
processuais penais. Numa segunda velocidade, temos o Direito Penal à aplicação de penas não
privativas de liberdade, a exemplo do que ocorre no Brasil com os Juizados Especiais
Criminais, cuja finalidade, de acordo com o art. 62 da Lei no 9.099/95, é, precipuamente, a
aplicação de penas que não importem na privação da liberdade do cidadão, devendo, pois, ser
priorizadas as penas restritivas de direitos e a pena de multa. Nessa segunda velocidade do

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Direito Penal poderiam ser afastadas algumas garantias, com o escopo de agilizar a aplicação
da lei penal. Embora ainda com certa resistência, tem-se procurado entender o Direito Penal
do Inimigo como uma terceira velocidade. Seria, portanto, uma velocidade híbrida, ou seja,
com a finalidade de aplicar penas privativas de liberdade (primeira velocidade), com uma
minimização das garantias necessárias a esse fim (segunda
velocidade). (Fonte: http://www.rogeriogreco.com.br/?p=1029)

Eugenio Raúl Zaffaroni e José Henrique Pierangeli afirmam que "a


política criminal é a ciência ou a arte de selecionar os bens (ou direitos)
que devem ser tutelados jurídica e penalmente e escolher os caminhos
para efetivar tal tutela, o que iniludivelmente implica a crítica dos
valores e caminhos já eleitos". Em poucas palavras os autores resumem que
"a política criminal seria a arte ou a ciência de governo com respeito ao
fenômeno criminal" [27].”5

5
DUARTE, Maria Carolina de Almeida. Política criminal, criminologia e vitimologia: caminhos para um direito penal humanista. Jus
Navigandi, Teresina, ano 11, n. 1236, 19 nov. 2006 . Disponível em: <http://jus.com.br/revista/texto/9150>. Acesso em: 28 fev. 2013.

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1.4 Métodos: empirismo e interdisciplinaridade.

A Criminologia é tida como uma ciência empírica e interdisciplinar, que se


propõe a estudar o crime, a pessoa do infrator, a vítima e as formas de controle
social.
Desse modo a criminologia encara o problema criminal sob o enfoque de
sua gênese, considerando as principais variáveis do crime, analisando o mesmo
como um problema individual e social.
Para atingir seu intento o criminólogo se socorre de dois métodos básicos:
O empirismo e a interdisciplinaridade
Logo, se pode dizer que a moderna criminologia não se contenta com
conclusões extraídas exclusivamente de teses, de teorias, pois depende de
aplicação prática para a devida verificação das propostas solucionadoras do
problema criminal.
Ademais, a própria forma de abordar um de seus objetos como problema
implica na necessária predisposição para solucionar a questão, o que demanda
a necessária concatenação, o imprescindível diálogo entre os mais variados
setores do conhecimento humano e que acaba por desaguar no que se tem por
denominar interdisciplinaridade.
Assim, segundo afirmam Luiz Flávio Gomes e Antonio García-Pablos de
Molina, a criminologia tida por moderna:
“a) Parte da caracterização do crime como "problema", ressaltando assim
sua base conflitual e enigmática e sua face humana e dolorosa, com as
transcendentais implicações de toda ordem que derivam de tal análise;
b) Amplia o âmbito tradicional da Criminologia, incorporando em seu
objeto as investigações sobre a "vítima" do delito e o denominado "controle
social", que deram à noção clássica da Criminologia um moderado giro
sociológico, que compensa o desmedido biologismo positivista sob cujos
auspícios ela nasceu;
c) Acentua a orientação "prevencionista" do saber criminológico, frente à
obsessão repressiva explícita em outras definições convencionais. Porque

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interessa prevenir eficazmente o delito, não castigá-lo cada vez mais ou


melhor;
d) Substitui o conceito de "tratamento", que tem inequívocas conotações
clínicas e individualistas, pelo de "intervenção", que possui uma noção mais
dinâmica, complexa e pluridimensional, em consonância com o substrato real,
individual e comunitário do fenômeno delitivo;
e) Destaca a análise e avaliação dos modelos de reação ao delito como
um dos objetos da criminologia;
f) Não renuncia, porém, a uma análise "etiológica" do delito (da
"desviação primária") no marco do ordenamento jurídico como referência
última. Com isso se distancia das conhecidas orientações radicais, fortemente
ideologizadas, que concebem a Criminologia como mera teoria da desviação e
do controle social, (assim, Taylor, Walton e Young, Criminologia crítica, p. 21 e
ss.) isto é, como apêndice da Sociologia (teorias da criminalização). A definição
sugerida atende, assim, tanto à gênese e etiologia do crime (teorias da
criminalidade) como ao exame dos processos de criminalização.”6

Empirismo: A Criminologia, como ciência que é, reúne informações


obtidas após a análise e observação da realidade, haja vista seu caráter
empírico.
Registre-se que a utilização do método empírico não pode permitir ao
intérprete concluir que as informações ministradas pela Criminologia devam ser
reputadas como exatas, concludentes ou definitivas. Pelo contrário, justamente
por ter como enfoque um problema social, se compromete, dentro do possível,
a proceder sua conferencia sob a análise dos mais diversificados ramos do
conhecimento.
Pode-se inclusive afirmar que o próprio modelo ou paradigma de ciência
hoje dominante dista muito do causal-explicativo acolhido pelo positivismo
naturalista, com base em pretensões de segurança e certeza.

6
GOMES, Luiz Flávio e PABLOS DE MOLINA, Antonio García. Criminologia, 5.ed.rev. e atual.-
São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007.

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Porque não existe o terreno neutro e pacífico do dado, salvo que se


confunda o método empírico com o empirismo crasso ou que se invoque aquele
como base de decisões ideológicas já adotadas. O "conhecimento" científico da
realidade, por outro lado, é sempre parcial, fragmentado, provisório, fluido e os
campos próprios das diversas disciplinas que versam sobre o homem e a
sociedade, estreitamente relacionados entre si, se ampliam e se modificam sem
cessar. De sorte que o saber empírico, outrora paradigma de exatidão, tornou-
se cada vez mais relativo e inseguro: é um saber provisório, aberto. 7
Foi exatamente com a adoção do empirismo como método (adotado pelo
positivismo em geral), que a Criminologia adquiriu sua autonomia científica.
De fato, como advertiu magistralmente Ferri, a luta de escolas
(positivismo versus classicismo) não foi senão um enfrentamento entre
partidários do método abstrato, formal e dedutivo (os clássicos) e os que
propugnavam pelo método empírico e indutivo (os positivistas).
"Falamos de duas linguagens diferentes - afirmou Ferri, referindo-se aos
clássicos. Para nós, o método experimental (indutivo) é a chave de todo
conhecimento; para eles, tudo deriva de deduções lógicas e da opinião
tradicional. Para eles, os fatos devem ceder seu lugar ao silogismo; para nós,
os fatos mandam...; para eles, a ciência só necessita de papel, caneta e lápis, e
o resto sai de um cérebro cheio de leituras de livros, mais ou menos
abundantes e feitos da mesma matéria. Para nós, a ciência requer um gasto de
muito tempo, examinando os fatos um a um, avaliando-os, reduzindo-os a um
denominador comum e extraindo deles a ideia nuclear. Para eles, um silogismo
ou uma anedota é suficiente para demolir milhares de fatos conseguidos
durante anos de observação e análise; para nós, o contrário é a
verdade".(Ferri, E. Polemica in difesa della Scuola Criminale Positiva, 1886.
Reimpresso como Studi sulla criminalità ed altri saggi, p. 244.) E conclui Ferri:
"A Escola Criminal Positiva não consiste unicamente no estudo antropológico do
criminoso, pois constitui uma renovação completa, uma mudança radical de

7
GOMES, Luiz Flávio e PABLOS DE MOLINA, Antonio García. Criminologia, 5.ed.rev. e atual.-
São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007.

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método científico no estudo da patologia social criminal e dos que há de mais


eficazes entre os remédios sociais e jurídicos que nos oferece. A ciência dos
delitos e das penas era uma exposição doutrinária de silogismos, dados à luz
pela força exclusiva da fantasia lógica; nossa escola fez disso uma ciência de
observação positiva que, fundando-se na Antropologia, na Psicologia e na
Estatística criminal, assim como no Direito Penal e nos estudos penitenciários,
chega a ser a ciência sintética que eu mesmo chamo Sociologia Criminal, e
assim esta ciência, aplicando o método positivo no estudo do delito, do
delinquente e do meio, não faz outra coisa que levar à Ciência Criminal clássica
o sopro vivificador das últimas e irrefutáveis conquistas feitas pela ciência do
homem e da sociedade, renovada pelas doutrinas evolucionistas".(Ferri, E.
Polemica in difesa della Scuola Criminale Positiva. Cf. García-Pablos de Molina,
A. Tratado de criminología, 1999, p. 402 e ss.)”8

O método empírico, pautado na experimentação, é considerado, na


atualidade, extensível também ao estudo do comportamento delitivo. O que não
exclui a utilidade outro métodos.
O método empírico garante um conhecimento mais confiável e seguro do
problema criminal desde o momento em que o investigador pode verificar ou
refutar suas hipóteses e teorias sobre ele pelo procedimento mais objetivo: não
a intuição, nem o mero sentido comum ou a "communis opinio", mas sim a
observação. (Uma das aspirações do conhecimento científico é superar a
barreira do mero sentido comum, da intuição, da reflexão lógica (método
lógico-dedutivo), do consenso intersubjetivo. Cf. Serrano Maillo, A. op. cit., p.
29.)9
Daí se percebe a diferença metodológica entre a Criminologia e o Direito
Penal. Enquanto a Criminologia é tida como uma ciência do "ser", empírica; o
Direito Penal é uma ciência que impõe comportamento, por isso uma ciência

8
GOMES, Luiz Flávio e PABLOS DE MOLINA, Antonio García. Criminologia, 5.ed.rev. e atual.-
São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007.
9
GOMES, Luiz Flávio e PABLOS DE MOLINA, Antonio García. Criminologia, 5.ed.rev. e atual.- São
Paulo: Revista dos Tribunais, 2007.

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cultural, do "dever ser", normativa por excelência.


Logo, no momento em que a Criminologia se serve de um método
indutivo, empírico, baseado na análise e na observação da realidade, as
disciplinas jurídicas utilizam um método lógico, abstrato e dedutivo.
O fato de a criminologia ser uma ciência empírica, não necessariamente
implica afirmar que ela é experimental: o método "experimental" é um método
empírico, porém, não o único; de outro lado, nem todo método empírico tem
obrigatoriamente natureza experimental.
Por fim devemos registrar que o método empírico não é o único método
criminológico. Isso porque a complexidade que envolve o crime é decorrência
de um fenômeno humano e cultural, e assim sendo, sua compreensão exige do
estudioso uma postura aberta e flexível, capaz de captar as múltiplas
dimensões desse profundo problema humano e social.
Em que pese o método empírico ter contribuído sobremaneira para a
evolução e consolidação da Criminologia como ciência, o referido método foi
objeto de numerosas críticas, tanto do ponto de vista epistemológico como
ideológico.10 Entre os argumentos transitavam entre o não cabimento de
generalizações, já que o comportamento humano é imprevisível e complexo não
se admitindo que fosse possível à uma ciência captar sua essência e seu
significado.11
Não se vislumbrando uma alternativa ao método empírico, sustentam, a
maioria dos autores da Criminologia moderna, a busca por método completar
ao método empírico e não excludente.

É nesse contexto que se vislumbra o princípio interdisciplinar. Assim, a


interdisciplinaridade encontra-se significativamente associado ao processo
evolutivo de consolidação da Criminologia como ciência autônoma.

Nesse âmbito, afirma Nestor Sampaio Penteado Filho: "A criminologia se

10
Cf. SERRANO MAILLO, Alfonso. Introdução à Criminologia. p. 36 e ss.
11
Cf. SERRANO MAILLO, Alfonso. Introdução à Criminologia. p. 37 e ss.

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utiliza dos métodos biológico e sociológico. Como ciência empírica e


experimental que é, a criminologia utiliza-se da metodologia experimental,
naturalística e indutiva para estudar o delinquente, não sendo suficiente, no
entanto, para delimitar as causadas da criminalidade. Por consequência disso,
busca auxílio dos métodos estatísticos, históricos e sociológicos, além do
biológico".12

Sobre o tema já se indagou em concurso:

2013 – VUNESPE – PAPILOSCOPISTA POLICIAL – PC-SP


Os métodos científicos utilizados pela criminologia são
a) métodos experimental e dedutível, como ciência jurídica que são.
b) métodos psicológico e sociológico, como ciências empírica e exata que
são.
c) métodos físico e individual, como ciências social e dedutível que são.
d) métodos físico e biológico, como ciência jurídica que são.
e) métodos biológico e sociológico, como ciências empírica e
experimental que são.
Gabarito: E

Inúmeras são as disciplinas científicas que se ocupam do crime como


fenômeno individual e social. Temos a Biologia (criminal), a Psicologia (criminal)
e a Sociologia (criminal).
Visando concatenar os métodos peculiares de cada uma dessas ciência
com vista ao problema criminal, a criminologia surge como responsável nesse
papel de promover um interseção entre os referidos ramos do conhecimento,
evitando os riscos dessa complexa formação e galgando uma análise para além
da multidisciplinaridade, atingindo a denominada interdisciplinaridade.
Nesse momento cabe o alerta feitos pelos professores Pablos de Molina e

12
PENTEADO FILHO, Nestor Sampaio. Manual Esquemático de Criminologia. 2ª edição, São
Paulo: Saraiva, 2012, p. 24/25.

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Luiz Flávio Gomes:


Mas, a análise científica reclama uma instância superior que integre e
coordene as informações setoriais procedentes das diversas disciplinas
interessadas no fenômeno delitivo; que elimine possíveis contradições internas
e instrumentalize um genuíno sistema de "retroalimentação",13 conforme o qual
cada conclusão particular é corrigida e enriquecida ao ser contrastada com as
obtidas em outros âmbitos e disciplinas. Somente por meio de um esforço de
síntese e integração das experiências setoriais e especializadas é que cabe
formular um diagnóstico científico, totalizador, do crime, mais além dos
conhecimentos fragmentados, parciais e incompletos que possam oferecer
aquelas, e da perigosa "barbárie dos especialistas", tão acertadamente
denunciada por Ortega e Gasset.
Logicamente, esta é a função que corresponde à Criminologia, embora o
princípio interdisciplinar implique espinhosas dificuldades, tanto do ponto de
vista conceitual como operativo.14
A interdisciplinaridade é assim uma exigência estrutural do saber científico,
necessário em virtude da natureza totalizadora deste tipo de saber. Assim, a
interdisciplinaridade acaba por afastar qualquer ideia de monopólio, prioridade, ou
exclusão entre as disciplinas envolvidas.

13
Vide Rodríguez Manzanera, L. Criminología, p. 42. Qualificando, não obstante, de "obviedade"
o debate sobre a "interdisciplinaridade" do método criminológico (e da própria Criminologia
como "ciência"); e de "instrumento de ciências" a compreensão desta disciplina como instância
superior que coordena e integra as informações setoriais sobre o problema criminal procedentes
das diversas ciências, temos Garrido Ge¬novés, V.; Stangeland, P.; Redondo, S. Principios de
criminología, p. 53-59.
14
GOMES, Luiz Flávio e PABLOS DE MOLINA, Antonio García. Criminologia, 5.ed.rev. e atual.-
São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007.

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Questões da aula de hoje:

2013 – VUNESPE – PAPILOSCOPISTA POLICIAL – PC-SP


Contemporaneamente, a criminologia é conceituada como
a) uma ciência empírica e social que estuda o criminoso, a pena e o
controle social.
b) uma ciência empírica e multidisciplinar que estuda as formas como os
crimes são cometidos.
c) uma ciência empírica e interdisciplinar que estuda o crime, o
criminoso, a vítima e o controle social.
d) uma ciência jurídica e interdisciplinar que estuda as formas como os
crimes são cometidos.
e) uma ciência jurídica e multidisciplinar que estuda o crime, o criminoso,
a pena e a vítima.
Gabarito: C

2013 – MPE-SC – Promotor de Justiça


A política criminal do Direito Penal Funcional sustenta, como
modernização funcional no combate à “criminalidade moderna”, uma mudança
semântico-dogmática, tal como: “perigo” em vez de dano; “risco” em vez de
ofensa efetiva a um bem jurídico; “abstrato” em vez de concreto; “tipo aberto”
em vez de fechado; e “bem jurídico coletivo” em vez de individual.
Gabarito: Certo
A questão trata em certa medida do funcionalismo penal, estudado mais
detidamente no Direito Penal. Por Direito Penal funcional se reputa aquele que analisa
a teoria do crime à luz da política criminal. Assim, temos dois tipos de funcionalismos:
1) Um elaborado pelo professor Claus Roxin, para quem a função do Direito
Penal é proteger subsidiariamente os bens jurídicos (Funcionalismo Racional-
Teleológico). É entendido como um funcionalismo moderado.
2) Outro defendido por Günther Jakobs, onde a função do Direito Penal é a
garantia da vigência (eficácia) da norma (Funcionalismo Sistêmico). É entendido
como um funcionalismo radical.

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Sobre o tema: "O direito penal moderno é próprio e característico da "sociedade


de risco". O controle, a prevenção e a gestão de riscos gerais são tarefas que o
Estado deve assumir, e assume efetivamente de modo relevante. Para a realização de
tais objetivos o legislador recorre ao tipo penal de perigo abstrato como instrumento
técnico adequado por excelência. Por ele, o direito penal moderno, ou ao menos uma
parte considerável dele, se denomina "direito penal do risco". GRACIA MARTIN, Luis.
Modernización del derecho penal penal y derecho penal del enemigo. Lima: IDEMSA,
2007. p. 45

2013 – MPE-SC – Promotor de Justiça


Em sede de Política Criminal, o Direito Penal de segunda velocidade,
identificado, por exemplo, quando da edição das Leis dos Crimes Hediondos e
do Crime Organizado, compreende a utilização da pena privativa de liberdade
e a permissão de uma flexibilização de garantias materiais e processuais.
Gabarito: Errado
Sobre o tema: (...) podemos, seguindo as lições de Jésus-Maria Silva Sánchez,
visualizar três velocidades, três enfoques diferentes que podem ser concebidos ao Direito
Penal. A primeira velocidade seria aquela tradicional do Direito Penal, que tem por fim
último a aplicação de uma pena privativa de liberdade. Nessa hipótese, como está em jogo a
liberdade do cidadão, devem ser observadas todas as regras garantistas, sejam elas penais ou
processuais penais. Numa segunda velocidade, temos o Direito Penal à aplicação de penas
não privativas de liberdade, a exemplo do que ocorre no Brasil com os Juizados Especiais
Criminais, cuja finalidade, de acordo com o art. 62 da Lei no 9.099/95, é, precipuamente, a
aplicação de penas que não importem na privação da liberdade do cidadão, devendo, pois, ser
priorizadas as penas restritivas de direitos e a pena de multa. Nessa segunda velocidade do
Direito Penal poderiam ser afastadas algumas garantias, com o escopo de agilizar a aplicação
da lei penal. Embora ainda com certa resistência, tem-se procurado entender o Direito Penal
do Inimigo como uma terceira velocidade. Seria, portanto, uma velocidade híbrida, ou seja,
com a finalidade de aplicar penas privativas de liberdade (primeira velocidade), com uma
minimização das garantias necessárias a esse fim (segunda velocidade).
Fonte: http://www.rogeriogreco.com.br/?p=1029

2013 – VUNESPE – PAPILOSCOPISTA POLICIAL – PC-SP


Os métodos científicos utilizados pela criminologia são

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a) métodos experimental e dedutível, como ciência jurídica que são.


b) métodos psicológico e sociológico, como ciências empírica e exata que
são.
c) métodos físico e individual, como ciências social e dedutível que são.
d) métodos físico e biológico, como ciência jurídica que são.
e) métodos biológico e sociológico, como ciências empírica e
experimental que são.
Gabarito: E

2011 – PC/SP – Delegado de Polícia


Constituem objeto de estudo da Criminologia
a) o delinquente, a vítima, o controle social e o empirismo.
b) o delito, o delinquente, a interdisciplinaridade e o controle social
c) o delito, o delinquente, a vitima e o controle social.
d) o delinquente, a vitima, o controle social e a interdisciplinaridade.
e) o delito, o delinquente, a vítima e o método.
Gabarito: C

2009 - Polícia Civil/SP – Delegado de Polícia


A criminologia é uma ciência que dispõe de leis:
a) imutáveis e evolutivas;
b) inflexíveis e evolutivas;
c) permanentes e flexíveis;
d) flexíveis e restritivas;
e) evolutivas e flexíveis
Gabarito: E

Grande abraço!

Aguardamos você em nossa próxima aula!

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