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São Carlos
1° semestre de 2004
Universidade Federal de São Carlos
Centro de Educação e Ciências Humanas
Departamento de Psicologia
São Carlos
Julho/ 2004
Agradeço às minhas eternas amigas Paty, Mid, Tati, Paula, Cris, Bia e Rê;
aos meus pais Lori e Nete; aos meus irmãos Leandro e Loro; ao Carlinhos;
à minha querida orientadora Marília; às participantes deste trabalho;
e às maravilhosas professoras de Yoga que estão presentes em minha vida.
3
Quando fui, com quinze anos e muita curiosidade, à um centro de
Yoga em Jundiaí, não imaginava tamanha sustentação que esta filosofia iria
dar à minha vida dali para frente. Logo comecei a praticar, sem muito entender
sua raiz, pois a única coisa de que sabia era que estava praticando uma “arte
Naquela época, procurei livros de filosofia sobre o Yoga... mas só hoje percebo
algumas coisas!
pensar nas tantas mudanças que me tinham ocorrido naquela época. Aprendi a
vida, carregada com sua espiritualidade, já que esta prática não esquece nem
individuo. Será que a prática do Yoga pode trazer benefícios psicológicos para
quem a pratica? Quais seriam esses benefícios? Será que as pessoas que
ainda, como avaliar tudo isso? Destes questionamentos surgiu a idéia deste
trabalho. Não acho que tenha encontrado respostas objetivas nos resultados,
curiosidades.
4
Às vezes me paro observando essa crescente divulgação do Yoga que
está acontecendo hoje em dia. Não sei se nós, ocidentais, estamos preparados
para entrar em contato com uma consciência espiritual tão iluminada quanto à
dos hindus, que vem de uma cultura muito diferente da nossa. É claro que não
da Índia”, mas acho que eles têm muita riqueza à nos ensinar, a começar por
da nossa cultura...
5
SUMÁRIO
Resumo..............................................................................................................07
I. Introdução ......................................................................................................09
II. Método
1- A Pesquisa Qualitativa........................................................................21
2- Entrevista............................................................................................23
3- Prova de Rorschach............................................................................24
4- Procedimento e Sujeitos.....................................................................27
III. Resultados
1- Sujeito 1..............................................................................................29
2- Sujeito 2..............................................................................................47
V. Referências Bibliográficas.............................................................................75
Anexo I...............................................................................................................77
Anexo II..............................................................................................................84
Anexo III.............................................................................................................85
Anexo IV............................................................................................................86
Anexo V.............................................................................................................88
Anexo VI............................................................................................................90
6
Originária do termo sânscrito yuj, que quer dizer “ligar”, “manter unido”, o
físico e do conjunto dos afetos e emoções como meios para atingir o Si-próprio.
Foi feita uma entrevista semi-estruturada inicial como relato da história de vida
meses, foi realizada uma nova entrevista e uma segunda aplicação da Prova.
7
Rorschach, a história de vida dos sujeitos e as mudanças relatadas no
embora ainda não possamos afirmar que tenha sido proporcionada pela
8
I. Introdução
humanidade, sendo que alguns destes textos datam de mais ou menos 5000
anos atrás. Os chamados Vedas (da raiz sânscrita vid, saber) fazem parte
Yoga. Mas foi por volta do século II a.C. que o sábio indiano Patañjali
9
pensamento, a base do sofrimento estaria na ignorância da verdadeira
natureza humana. De acordo com ELIADE (1972), um sábio indiano não busca
Originária do termo sânscrito yuj, que quer dizer “ligar”, “manter unido”,
são inúmeros, mas podem ser encaixados em três grandes categorias: (1) a
mente.
Tal caminho propõe um conjunto de oito preceitos que devem ser seguidos
pelo yoguim (aquele que pratica o yoga), a fim de alcançar a sua descoberta
interior. São eles: (1) Yama, que significa disciplina, remete a mandamentos de
uma moral ética, a fim de manter um bom convívio social; (2) Niyama, a
autodisciplina, que são condutas individuais de purificação; (3) Ásana, que são
10
posturas que o yoguim realiza para meditar; (4) Pranayama, que são exercícios
essência.
uma reformulação de tal corrente védica, contendo suas idéias e práticas. Por
isso, sua história parece ser mais antiga do que anuncia os primeiros sinais de
por volta do ano 500 d.C. na Índia. A palavra Tantra origina-se da raiz tan, que
fazer uma analogia do seu significado com um fio que tece uma teia,
expandindo-a.
11
Segundo FEUERSTEIN (2001), o Tantra Yoga foi introduzido no
mundo ocidental através dos escritos do inglês Sir John Woosroffe em 1913,
12
Figura 1: Localização dos sete principais chackras localizados no corpo humano.
alimentar esses centros energéticos. Assim, o prâna que entra pelas narinas,
sétimo chakra que o yoguim pode realizar o oitavo preceito, o Samadhi, que
13
“(...) somente nos yoguins que se libertaram e iluminaram, este
filosóficos. Neste sentido o Yoga, assim como o Tantra, por estarem ligados à
rituais religiosos indianos, são considerados como sendo caminhos que têm
nos levaria supor que o Yoga poderia ser considerado como uma religião. Mas
pelo fato desta prática não depender de nenhuma crença particular, ou seja,
poder ser acessível à pessoas de várias crenças religiosas, talvez fosse melhor
dizer que este é um caminho, uma prática rica de espiritualidade, pelo fato de
espirituais, o que provavelmente por ter sido a razão de tal popularização. Tal
buscassem algo “a mais” para preencher o vazio que cresceu durante o século
busca por experiências espirituais e transcendentais marca uma nova fase para
14
Os especialistas em experiência religiosa consideram que o ser
todas as correntes da Psicologia, sendo que então algumas delas dão maior
destaque no assunto (citado por VALLE, 1998). Para este autor, o estudo deve
15
sociais e políticos. Conforme descreve VALLE (1998), o catolicismo no Brasil
são movimentos religiosos baseados nas suas tradições e nas culturas locais.
transcendente.
sobre religiosidade foi Carl Gustav Jung, em 1939. Para este autor, um conflito
16
a experiência plena, encarando o espírito como um princípio cósmico, ou seja,
(1939) coloca sua crítica acerca do pensamento ocidental quando faz a citação:
o homem como sendo uma obra de Deus, e que depende dele ou da igreja
duas culturas possuem a fim de chegar num ponto que fosse conveniente e,
próprio inconsciente, uma tendência introvertida, que realiza uma função similar
17
à do princípio espiritual oriental, para que assim possam ser trilhados métodos
JUNG acredita que, para que o ocidental possa absorver o objetivo do Yoga da
18
Em seu texto “A Ioga e o Ocidente”, Jung menciona o Yoga como um
perfil dinâmico da psique de uma pessoa que pratica o Tantra Yoga e o de sua
que a pratica.
∗
Primeira parte da organização da personalidade, sendo separado do ego, ainda que em
integração com ele. É menos consciente que o ego e também menos diferenciado.
19
de aumentar a consciência corporal do sujeito e assim proporcionando maior
20
II. Método
1- A Pesquisa Qualitativa
pesquisa qualitativa.
contribuiu para a evolução da idéia de que o psíquico teria mais do que apenas
21
biológica e o método qualitativo, pois toma o sujeito como produtor do
alvo de reflexão de muitos teóricos. Tamara Dembo, 1993, citada por REIZ
22
A inserção de instrumento qualitativo amplia seu enfoque para além do
que é apenas dito pelo sujeito, explorando também a maneira de como foi dito,
áreas que devem ser exploradas sem enumerar perguntas específicas nem a
2- Entrevista
por estes temas para uma conversação com o sujeito para fazer um
23
entrevista é a construção das respostas pelo sujeito, este fica livre para
Depois de alguns meses, uma nova entrevista foi feita com cada
conjunto com o potencial libidinal apresentado pelos sujeitos. Ela será colhida
investigado.
3- A Prova de Rorschach
24
(humano, animal, anatômicos, etc). Esse instrumento foi posteriormente
através da maneira como ele expressa o que percebe nas manchas de tinta do
momento da prova.
projeto e também pelo fato dos índices a serem avaliados nos possibilitarem o
tinta de 18,5 X 25 cm, sendo cinco delas acromáticas (em cinza e branco) e as
25
A aplicação da prova se resume em quatro fases: (1) performance, que
anexo I)
26
Tais recursos são obtidos através da análise dos índices obtidos das
respostas que o sujeito apresenta, que são caracterizados como: (ver anexo II)
raciocínio da pessoa.
utilizou para a formação de sua resposta, podendo ser: (1) a forma, que se
dada.
4- Procedimento e Sujeitos
de Tantra Yoga, que foi quem indicou uma de suas alunas para participar da
comunicado que a pesquisa não oferecia nenhum risco pela participação, que
seu nome não seria divulgado e que realizaríamos um retorno dos resultados
27
obtidos assim que finalizássemos a análise dos mesmos. O mesmo ocorreu
pesquisa, foi feita uma carta de consentimento informado para cada uma (ver
anexo III). Os sujeitos também ficaram de posse com uma cópia do documento.
Cada uma das participantes passou por uma entrevista inicial (ver
Depois de seis meses, a aluna passou por uma nova entrevista (ver
anexo VI), diferente da primeira, que enfocava o tema das mudanças ocorridas
neste intervalo de tempo. Logo depois, passou por uma nova prova de
nove meses. Então, ocorreu uma nova análise dos dados e uma análise
uma.
monografia.
28
III. Resultados
∗
Os nomes dos sujeitos foram alterados para proteger a identidade dos participantes.
29
• Quadro 2 - Pontuações quantitativas detalhadas obtidas nos índices
15/01/2003)
30
Abstr
Fg
Sg
Nv
Simb.
Disfo 1 1
G% 9
D% 23,6
Dd% 67
S% 0,4
F% 36
F+% 80
F-% 20
1. Ressonância Afetiva
2. Exteriorização da Afetividade
M= 17 Csum= 1
na sua personalidade.
3. Tipo de Exteriorização
31
porcentagem de ressonância afetiva, pode-se dizer que há um conflito interno,
rodeia.
forma (F).
5. Recursos da Personalidade
M= 17 FM= 7 (FM+m)= 9
32
disponibilidade dos recursos internos, de construção dos valores pessoais e
que a metade de M (8,5), o impulso vital sofre uma supressão nos interesses
há um ótimo uso de recursos internos para integrar esse impulso vital aos
valores do ego, que é capaz de tolerar impulsos arcaicos. Há, portanto uma
M= 17 FC=2,5
FM=7 CF=0
introversivo, e como CF não supera FC, a sua energia está organizada no nível
6. Grau de Estereotipia
A%= 25 H%= 54
33
Como A% é menor que 30, há um indicativo de que ocorre uma
as relações interpessoais.
7. Produção
R= 55
como determinante principal os detalhes inusuais, que indicam que esse tipo
minúcias da realidade.
P= 5
na visão convencional.
9. Manutenção da Objetividade
F%= 36
34
20 ≤ F% < 50 ---------------------- manutenção da objetividade normal.
F+% = 80
padrões sociais.
de resposta afetiva dos outros é tão grande, que a pessoa inibiu e diminuiu
suas reações abertas aos outros por medo de ser rejeitada. Resulta em uma
G : M = 5 : 17
impulsividade).
35
(H + A) : (Hd + Ad) = 23:11
Tipo de Sucessão:
excêntrico ou confuso.
Controle: M
cinestesia que inexiste, (2) alto grau de empatia, (3) percepção diferenciada e
integrada.
G% : D% : S% G : D : Dd : S
Fundo de Personalidade
36
• Quadro 3 – Pontuações quantitativas detalhadas obtidas nos índices
37
AH
Hobj
Alim
Sg
Nv
Nat
Simb.
Disfo. 1 1 1 3
Cor Forçada 2 1 3
G% 19
D% 18
Dd% 63
S%
F% 27
F+% 18
F-% 9
1. Ressonância Afetiva
2. Exteriorização da Afetividade
M= 24 Csum= 2
introversivo.
3. Tipo de Exteriorização
38
diminuiu a impulsividade) encontrada na segunda prova, indicando uma
diminuição da ansiedade.
sua presença. Pelo fato de SD:SI ≠ 0, esses ainda são reconhecidos por
5. Recursos da Personalidade
impulso vital sofre uma supressão nos interesses de valores conscientes, mais
M= 24 FC=4
FM=10,5 CF=0
FC, mostrando que ela tem um equilíbrio introversivo, e como CF não supera
39
FC, a sua energia continua a ser organizada no nível secundário do
funcionamento mental.
6. Grau de Estereotipia
A%= 26 H% = 47
7. Produção
R= 73
P= 6
na visão convencional.
9. Manutenção da Objetividade
F%= 27
40
Há uma boa capacidade de formação de conceitos objetivos.
F+% = 65
pensamento e da razão.
contatos emocionais.
G : M = 14:24
impulsividade).
Tipo de Sucessão:
41
Sucessão confusa. A hipótese é de que se trata de um individuo
excêntrico ou confuso.
Controle: M
cinestesia que inexiste, (2) alto grau de empatia, (3) percepção diferenciada e
integrada.
G% : D% : S% G : D : Dd : S
19 : 18 : 14 : 13: 46:
Fundo de Personalidade
42
• Resultado da Entrevista:
sua família reside em outra cidade. Ao falar de seu pai, ressalta que ele é muito
rígido e disciplinado, que ela não concordar com ele no que diz respeito à
vários assuntos, mas que apesar disso a relação deles é tranqüila. Considera a
relação com sua mãe ótima, diz que as duas sempre mantêm diálogo. Carolina
características do pai. Além dessas pessoas, também mora junto com sua avó,
mãe de seu pai, completando a família. Com ela, Carolina diz que se
desentendeu muito quando era pequena, por causa da atitude autoritária, super
mais paciente com a avó. “Essa minha avó eu sempre tretei muito com ela,
assim, porque ela é espanhola, um gênio muito ruim, muito forte e reclama de
tudo, sabe? E eu nunca fui muito paciente com essas coisas, então a gente
sempre brigou muito, mas isso mudou bastante, desde que eu cresci e tal ...”.
Quando lhe foi perguntado sobre alguma outra pessoa fora do núcleo
familiar, ela mencionou o seu tio, irmão de sua mãe, dizendo que era alguém
aspecto geral, ela considera que seu relacionamento familiar não a satisfaz,
mas também não a deixa insatisfeita, pois gostaria que houvesse maior troca
afetiva entre as pessoas da sua família, como companheirismo. “eu acho que
eu poderia dar mais, mas ao mesmo tempo eu acho que eu não posso dar
43
mais do que eu tô dando agora. Acho que é um momento que eu tô passando,
e que mudou... que eu mudei. Mas eu gostaria que fosse diferente, não tô
Na sua infância, Carolina relata ter brincado muito com seus amigos na
rua e na escola. Disse que sempre estava passeando ou viajando com os pais,
meses, mas que teve um namorado que marcou muito a sua vida, com quem
manteve um relacionamento de três anos. Com ele, Carolina diz que construiu
muito do que ela é hoje. “Assim, o que eu sou hoje eu devo à ele, minha
porque eu me construí junto com ele e ele também se construiu um pouco junto
comigo”.
parou de ir quando veio para São Carlos, apesar de considerar esta religião
como fazendo parte do dia a dia de sua vida. “Quando eu precisei ir no centro
porque me deu um ataque aí, e eu tive que ir, e... me deu um ataque de
faculdade. Sua prática teve início com Hatha Yoga, por gostar de fazer coisas
que trabalhem o corpo . Quando se mudou para São Carlos, conheceu a sua
outros tipos de Yoga. Diz que a prática a faz sentir mais contente, sente que
faz bem para si mesma e que a ajuda no seu auto-conhecimento. “Mexe muito
44
com inconsciente, com energia, e que me deixa assim, com certeza melhor,
Também acha que aprofundou sua consciência corporal, e que seu equilíbrio
ajudando muito a diminuir sua ansiedade. ”Acho que se eu não tivesse feito
yoga todas essas épocas, acho que eu seria muito mais ansiosa do que eu já
sou.”
Ela começou dizendo que muita coisa havia mudado na sua vida, em todos os
aspectos “eu acho que mudou muito o modo como eu vejo as coisas, como eu
conhecimento, e que resolveu buscar terapia à seis meses. Diz que muitos
em sua personalidade uma fase de introversão, e que por conta desta fase, se
amigas.
responsabilidades que essa fase demanda, e que às vezes isso a assusta, mas
Na sua relação familiar, está mais tranqüila que antes, pois percebeu
que muito do que ela é, de como trata suas dificuldades advem da própria
45
família e da educação que teve. Percebe que seu pai teve muita influencia na
namorado. Que essa volta passou por muitas fases e que ainda se sente muito
confusa. Diz que às vezes acha difícil saber se realmente gosta dele ou se esta
com ele porque se sente segura e protegida, como se tivesse medo de soltar e
ir para o mundo.
“Comecei também a capoeira esse ano, que para mim foi muito bom,
que é uma energia mais africana, tal, é bem yang, de você pisar no chão, e tem
meses: a Umbanda. Apesar de sempre ter sido espírita kardecista, não deixou
46
2. Sujeito 2 – professora de Tantra Yoga – Luciana∗
1. Ressonância RA % 26 30
Afetiva
2. Exteriorização Csum 4,5 2
da
Afetividade M: Csum 5:4,5 3:2
7. n° Respostas R 57 40
8. n° Respostas P 5 5
Populares
9. Objetividade F% 38,59 27,5
∗
Os nomes dos sujeitos foram alterados para proteger a identidade dos participantes.
47
• Quadro 5 - Pontuações Quantitativas detalhadas obtidas nos índices
48
1. Ressonância Afetiva
2. Exteriorização da Afetividade
M : Csum---------------------- ambigual
e F%.
3. Tipo de Exteriorização
FC = 8 (CF+C) = 1,5
apropriadamente tanto com sentimentos como com ação. Além disso, é capaz
49
4. Organização das Necessidades Afetivas
5. Recursos da Personalidade
Há uma tensão muito forte para permitir que ela utilize seus recursos
M= 5 FC=7
FM=8 CF=1
50
reações e manifestações emocionais. No caso de Luciana, há uma
6. Grau de esteriotipia
A% = 26,31 H% = 15,78
que é evidente pois está presente em seu trabalho corporal do dia a dia.
7. Produção
R = 57
indicam que esse tipo de sujeito atém-se a aspectos incomuns das situações,
percebendo detalhes que poucos percebem e que faz uma integração dos
51
8. Manutenção da objetividade
F% = 38,59
altamente personalizada.
9. Dado de realidade
F+ % = 77,27
padrões sociais.
P= 5
na visão convencional.
52
11. Interferência de Perda e Rejeição na Manifestação da Afetividade
ambiente social.
G : M = 27:5
importantes.
Tipo de Sucessão:
particular.
53
Controle: M
cinestesia que inexiste, (2) alto grau de empatia, (3) percepção diferenciada e
integrada.
G% : D% : S% G : D : Dd : S
49: 12,3: 5 28 : 7 : 19 : 3
Fundo de Personalidade
54
• Quadro 6 - Pontuações Quantitativas detalhadas obtidas nos índices
55
Fg
Sg 1 1
Nv
disfor 3 1 4
Cena 2 2
1. Ressonância Afetiva
responsividade normal.
2. Exteriorização da Afetividade
M=3 Csum = 2
M : Csum---------------------- ambigual
3. Tipo de Exteriorização
FC = 4 (CF+C) = 0
que o indivíduo dispõe para exteriorizar seus afetos. Neste caso CF+C é igual à
zero, o que pode indicar numa dificuldade de reação emocional diante de uma
situação que solicite mais envolvimento. Como RA é alto, pode ser que haja um
conflito interno, uma vez que FC também indica um controle excessivo sobre a
expressão da impulsividade.
56
No caso, Luciana apresenta sinais de ansiedade, e estes não são
consciência.
5. Recursos da Personalidade
M= 3 FM= 4 (FM+m)= 11
Ainda há uma tensão muito forte para permitir que ela utilize seus
M= 3 FC=4
FM=8 CF= 0
57
6. Grau de esteriotipia
A% = 27,5 H% = 22,5
anatomia, o que é evidente pois está presente em seu trabalho corporal do dia
a dia.
7. Produção
R = 40
determinantes mais freqüentes os detalhes inusuais, que indicam que esse tipo
que poucos percebem e que faz uma integração dos detalhes que percebe
num todo.
8. Manutenção da objetividade
F% = 27,5
9. Dado de realidade
F+ % = 90,5
58
F+% > 80 ---------------------- rigidez, vida afetiva comprometida
asfixia da vida afetiva. Mas nos leva a pensar que Luciana utiliza da
P= 5
na visão convencional.
G : M = 11:3
59
realizações, talvez com um excesso delas, mas as custas de outras satisfações
importantes.
G% : D% : S% G : D : Dd : S
• Resultado da Entrevista:
dança do ventre, além de massagista. Ela não é praticante de religião, mas tem
filósofo indiano). Entrou em contato com o Tantra Yoga em uma outra cidade,
onde fez o curso com uma monja americana. Exerce esta profissão desde
2000.
60
conflito familiar. Do mesmo modo descreve seu relacionamento amoroso.
“Somos muito felizes, ele é uma pessoa maravilhosa, tem tudo a ver comigo, é
minha alma gêmea! Não tem brigas, não tem nada de ruim.” Mora em São
Carlos com o namorado, que conheceu à oito meses. Descreve esta relação
como sendo muito profunda e intensa, apesar do pouco tempo juntos. Seu
profissional, pois ele toca instrumento de percussão árabe enquanto ela dança.
E mesmo seu namorado não tendo uma relação profissional com o Tantra
Yoga, Luciana cita o beneficio que esta prática traz para sua relação: “E do
yoga ele também participa muito. E toda essa tranqüilidade que o yoga dá, traz
para o corpo, essa alegria assim, essa coisa do corpo ficar legal, de ter uma
assim descreve esse seu antigo parceiro “Também uma pessoa maravilhosa,
super evoluída, também fazia yoga, também praticava, também tudo a ver
comigo!” . Nesse momento da entrevista nos chama a atenção que ela afirmou
não ter tido expectativas de futuro com relação à esse parceiro, descrevendo-
se como uma pessoa que não faz planos futuros, que vive o presente. Ela
ela.
Sua vida social tem se tornado mais ativa, principalmente por causa das
noite em festas, convenções, etc. Ao mesmo tempo diz que a maior parte de
61
Com relação aos benefícios trazidos pela prática do Tantra, ela diz “além
de tonificar todos os músculos do corpo (...)me sinto mais alongada, mais forte,
gosto mais do meu corpo agora. Acho que trás uma aceitação maior. Me sinto
dança, me sinto melhor, mas ativa. Nos emocionais eu acho que sou mais
segura, agora. Porque o tantra vai trabalhando todas as suas emoções, vai
equilibrando.” Ainda com relação aos benefícios trazidos, relata ser menos
aceitação.
enraizada; uma maior certeza de ter encontrado a pessoa para viver ao seu
62
IV. DISCUSSÃO E CONCLUSÃO
CAROLINA
consciência dessas mudanças ocorridas assim como conta, que logo depois do
maior auto-conhecimento. Tal mudança foi iniciada com sua vinda para São
Carlos e com o começo da faculdade “quando eu mudei pra cá, novas coisas
começaram a surgir, novas formas de vida, novos conceitos, novas coisas que
eu tive que mudar, e quis mudar, aí eu comecei a entrar num processo de auto
conhecimento de novo, que eu passei por isso quando eu tinha quinze anos”.
e diz que faz bem para si mesma “Mexe muito com inconsciente, com energia,
e que me deixa assim, com certeza melhor, comigo, nessa busca de mim
controle das coisas, então eu tenho que ter muito controle de mim, isso que
acaba prejudicando bastante. Então a razão ela impera bastante, por mais que
63
de introversão e extratensão. No primeiro caso, a energia libidinal introjetada
como ela diz: “Assim, então eu antes estava numa fase super expansiva, né,
de conversar com as pessoas tal, e agora estou numa fase super retraída, que
o que eu quero é ficar no meu canto, ... eu quero estar mais comigo mesmo,
me perceber muito mais, e não ficar me expandindo nas pessoas.” Diz que por
conta desta fase, se afastou um pouco do convívio social, mas que não se
ditos durante a segunda entrevista, nas suas próprias palavras: “(..) foi uma
coisa que eu procurei (a terapia), pois eu percebia que era uma coisa que
queria sair de dentro de mim, e que não saia. Que queria florescer e eu cobria.”
64
No segundo teste encontramos sinais de mudança das operações de
que pode ter causado um conflito interior. “Então eu acho que eu sempre fui
muito nessa loucura de querer estar com um monte de gente. Mas ao mesmo
mas ela também sente muitas vezes parecida com a descrição do introversivo
sentimento comum nas pessoas que vivem este modo de organização afetivo-
65
Através da relação (F : FK+Fc) pudemos observar que há um canal de
manifestação dos afetos. No primeiro teste pode-se verificar que houve uma
começo desse ano que eu percebi que eu não era daquele jeito que eu achei
que eu fosse. Porque antes eu tinha certeza do que eu era, do que eu gostava,
as causas e efeitos. E percebi que eu não tinha esse controle em cima de mim.
psique da mulher, que tem origem nas características das figuras masculinas
66
mas encontraram descarga quando ela procurou uma atividade física ligada à
minha vida que eu tinha uma personalidade muito forte, assim, que nem eu
reclamo da minha avó e do meu pai, eu era igualzinha, (...) mas muita coisa
falta de envolvimento emocional pode ter sido causada por uma experiência
traumática, o que a levou a ter uma cautela com relação aos contatos
emocionais. Seu relato de vida não apontava para nenhuma experiência que
Carolina falou que não se lembrava de nada que pudesse tê-la ferido tanto.
67
No curso da conversa sobre sua historia de vida ela relembrou o fato de
ter tido uma experiência de mediunidade na infância. Nesta época, lhe ocorria
um fenômeno que ela relata como sendo “vozes” que ela ouvia, e que a
deixava muito incomodada e perturbada. Disse que ouviu por algum tempo, até
que quando teve uma crise aos quinze anos, uma amiga a ajudou e a levou a
conhecimento de novo, que eu passei por isso quando eu tinha quinze anos”.
Esta parece ter sido a situação que Carolina enfrentou como aterradora,
ocorreram com Carolina, ela não tinha autodomínio suficiente para buscar
alteram o pleno funcionamento das suas capacidades. Conflitos estes que são
68
cognitiva intelectuais, demonstradas nos índices do Rorschach acima
apresentados.
cambo, ajudo a traduzir a fala dos espíritos mais evoluídos para as pessoas
seu funcionamento psicológico. Na despedida ela diz sorrindo “... podemos ter
uma conversa dessa por semana?...” e termina dizendo “estou retornando para
LUCIANA
indicar uma diminuição de interações com o meio externo, como uma tentativa
69
conteúdo que foi desencadeado nesse período (verificado pelo aumento de
F+%)
Parte desse rebaixamento esta relacionada a uma mudança em sua vida, para
estabilidade na vida amorosa, profissional e também no fato dela ter fixado sua
superficialidade ao contar sobre os fatos de sua vida, pois não aprofundava nos
não tendo nenhum problema. Ao mostrar essa visão parcial da vida, onde tudo
SCHLEGEL (1973) também acrescenta que sem a sombra o ser humano seria
70
irreal, pois ele mesmo acharia que é apenas aquilo que gostaria de conhecer
sobre si mesmo.
sua educação ”Eles também não são ortodoxos, (ao se referir à religião católica
dos pais) me batizaram porque eu vim de uma família antiga, de tradição que
acredita que batizado é uma benção”. Essa exigência familiar poderia estar
confrontando com sua escolha profissional e estilo de vida “Eu venho de uma
família mais rígida, uma educação tradicional. Sexo é uma coisa que não era
para se expressar assim (ao se referir à sua relação sexual com base no
Tantrismo)”. Esse fato levaria Luciana à uma tentativa de ser aceita pelos
sua sombra, quando fala pode dar um ar de superficialidade, pois não entra em
contato com tais conteúdos internos, não fala de seus problemas e não
pessoa apresentar traços de disforia, que é uma negação e não aceitação das
71
pranchas sinais de disforia e também muita critica, isto é, autocrítica. Os
aspecto arcaico, e quando este conteúdo está para ser expresso, sai de forma
acontecerem na hora.
angústias arcaicas.
pois visto que tais ameaças citadas acima aparecem, Luciana ainda não foi
capaz de equilibra-las, por ter uma forte carga emocional. Apesar disso,
72
Ao falar sobre a natureza de sua personalidade, Luciana reconhece em
pratica do yoga) se alterna com uma postura extrovertida perante o mundo, que
pensam que vão olhar para o yogui e achar que é uma pessoa que é
tranquilissima, acho que a interna é necessário ter (...) mas para dançar,
conversar com o publico, você precisa estar para fora também, articulando,
sempre com determinação, com essa coisa de mexer!”. É possível ver que
algumas vezes possui atitudes que são influenciadas pelo processo primário de
portanto não precisa utilizar sua energia vital em defesas. Isso aparece com o
73
Para finalizar a discussão, seria recomendável à Luciana a procura de
núcleos conflitivos.
74
V. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
75
REY, F. L.G. (2000) Pesquisa Qualitativa em Psicologia: Caminhos e Desafios.
São Paulo: Pioneira Thomson.
76
ANEXO I
1. Ressonância Afetiva
2. Exteriorização da Afetividade
rica, são reflexivos e criativos. Mantém contatos humanos mais numerosos que
realidade.
77
facilidade para concretização de seus objetivos. Mantêm contato superficial e
numeroso.
3. Tipo de Exteriorização
78
profunda, não havendo a necessidade de um controle exagerado. No entanto,
0 : 0 ------------------------------- inconsciência
vaga: o sujeito está consciente dessa ansiedade, embora não tenha defesas
79
excederem as respostas de sombreado diferenciado, podemos supor que o
consciência.
5. Recursos da Personalidade
80
A quantidade de respostas M é indicativa da presença de energia vital.
6. Grau de Esteriotipia
apresenta.
30 ≤ A% ≤ 50 ------------ normal
A%. se for o conteúdo humano, podemos pensar num interesse voltado para o
81
homem de modo geral; se anatômico, podemos pensar em angústia
7. Produção
15 ≤ R ≤ 25 -------------------- normal
8. Manutenção da Objetividade
82
E nível formal baixo ----------------- limitação natural
9. Dado de Realidade
cor e das respostas de textura levam-nos a pensar numa asfixia da vida afetiva.
83
ANEXO II
Escores de Localização
G - global
D - detalhe usual
Dd - detalhe inusual
S - espaço
Escores de Determinantes
F - Forma
C - cor cromática
C’ - cor acromática
M - movimento humano
FM - movimento animal
m - movimento inanimado
84
ANEXO III
Consentimento Informado
__________________________________ ______________________________
Assinatura da participante
_________________________________ _______________________________
Marília Gonçalves
85
ANEXO IV
1. Nome
2. Idade
3. Estado civil
5. Ocupação
6. Me fale sobre cada membro de sua família. Me fale sobre seu pai. Qual
12. Com quem que é mais difícil você se relacionar, na sua família? E com
14. Fale-me um pouco sobre sua vida afetiva. Você tem namorado hoje em
dia?
86
namoro? Quais foram seus estados emocionais depois do termino do
namoro?
16. Você tem algum amigo ou amiga intimo? Qual é a ocupação dele, ou
relacionamento?
17. Se você precisar de algum tipo de ajuda, de quem que você recebe
essa ajuda?
18. Você tem algum hobby? Quais são os ambientes que você freqüenta?
19. Saúde. Tem problema de saúde sua família? Como é seu sono? Como
21. Qual que é sua religião? Qual a sua influencia na sua vida?
23. O que te motivou a fazer yoga? O que te motivou a fazer o Tantra Yoga?
24. Você teve apoio dos seus amigos e da sua família quando começou a
25. E qual a influencia da yoga na sua auto estima? E no seu estado físico e
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ANEXO V
1. Idade:
2. Estado civil:
3. Escolaridade:
4. Religião:
5. Ocupação:
6. Renda:
7. Profissão:
8. Há quanto tempo você exerce essa profissão?
9. Você teve algum emprego anterior?
10. Qual era a sua idade quando começou a trabalhar?
11. Qual foi a maior dificuldade e a maior facilidade que você encontrou
quando começou a trabalhar como professora?
12. Qual o nível de satisfação que você encontra no seu trabalho?
13. Em quantos empregos você atua?
14. Com quem você mora?
15. Quais são as pessoas na sua família?
16. Fale sobre o seu relacionamento com seus pais.
17. E com seus irmãos?
18. Quais foram os fatos que mais marcaram a sua vida?
19. Você é casada, namora ou é solteira?
20. Descreva o seu relacionamento amoroso.
21. Que tipos de expectativas você tem com relação à esse
relacionamento? (Como é o relacionamento dele com a sua família?)
22. De que modo sua profissão influencia na sua vida?
23. Como é o seu relacionamento sexual com seu parceiro?
24. E como é o seu relacionamento com ele? (Esse relacionamento é
satisfatório?)
88
25. Me fale um pouco de seus relacionamentos anteriores. (se tiver outros
relacionamentos, fazer perguntas as anteriores)
26. Como é a sua vida social? E a de lazer?
27. Como é o seu relacionamento com seus amigos?
28. Como e onde você constitui amigos?
29. Qual é a influência da amizade no seu trabalho?
30. Fale um pouco sobre sua religião.
31. De que forma influencia no seu trabalho?
32. Qual a sua formação para ser professora de tantra yoga?
33. Qual é a diferença que você vê entre o tantra yoga e outras práticas do
yoga?
34. O que é o tantra yoga?
35. Porque o tantra yoga?
36. Como você conheceu o tantra yoga?
37. Quais foram as diferenças que você percebeu e pode reputar com a
prática do tantra yoga? (Mudanças físicas e emocionais.)
38. Como influenciou em seus relacionamentos?
39. A prática do tantra yoga mudou a sua vida sexual? Como?
40. A prática influenciou no seu auto-conhecimento? E na sua auto-estima?
Quais foram essas influências?
41. Qual a sua expectativa de futuro?
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ANEXO VI
vida, quais foram os fatos mais importantes que lhe ocorreram, entre a
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