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ERGONOMIA – NORMA REGULAMENTADORA 17

A Norma Regulamentadora 17 relativa à Ergonomia visa estabelecer


parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às
características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar
um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente, de modo a
eliminar possíveis fontes de doenças ocupacionais ou do trabalho.

As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento,


transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às
condições ambientais do posto de trabalho e à própria organização do
trabalho.

Para avaliar a adaptação das condições de trabalho às características


psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe ao empregador realizar a análise
ergonômica do trabalho, devendo a mesma abordar, no mínimo, as condições
de trabalho, conforme estabelecido nesta matéria.

LEVANTAMENTO, TRANSPORTE E DESCARGA INDIVIDUAL DE


MATERIAIS

Transporte manual de cargas designa todo transporte no qual o peso da carga é


suportado inteiramente por um só trabalhador, compreendendo o
levantamento e a deposição da carga.

Transporte manual regular de cargas designa toda atividade realizada de


maneira contínua ou que inclua, mesmo de forma descontínua, o transporte
manual de cargas.

Trabalhador jovem designa todo trabalhador com idade inferior a 18 (dezoito)


anos e maior de 14 (quatorze) anos.

Não deverá ser exigido nem admitido o transporte manual de cargas, por um
trabalhador cujo peso seja suscetível de comprometer sua saúde ou sua
segurança.

Todo trabalhador designado para o transporte manual regular de cargas, que


não as leves, deve receber treinamento ou instruções satisfatórias quanto aos
métodos de trabalho que deverá utilizar com vistas a salvaguardar sua saúde e
prevenir acidentes.

Com vistas a limitar ou facilitar o transporte manual de cargas, deverão ser


usados meios técnicos apropriados.
Quando mulheres e trabalhadores jovens foram designados para o transporte
manual de cargas, o peso máximo destas cargas deverá ser nitidamente
inferior àquele admitido para os homens, para não comprometer a sua saúde
ou sua segurança.

O transporte e a descarga de materiais feitos por impulsão ou tração de


vagonetes sobre trilhos, carros de mão ou qualquer outro aparelho mecânico
deverão ser executados de forma que o esforço físico realizado pelo
trabalhador seja compatível com sua capacidade de força e não comprometa a
sua saúde ou sua segurança.

O trabalho de levantamento de material feito com equipamento mecânico de


ação manual deverá ser executado de forma que o esforço físico realizado pelo
trabalhador seja compatível com sua capacidade de força e não comprometa a
sua saúde ou sua segurança.

Sistema OWAS

Segundo a Revista Brasileira de Ergonomia o sistema OWAS foi criado na


Finlândia, com a participação de pesquisadores finlandeses e do Instituto
Finlandês de Saúde Ocupacional. Seu objetivo era avaliar as posturas dos
trabalhadores de uma indústria de aço (KARHU et al., 1977).

Esse método consiste em avaliar as atividades em intervalos de tempo


variáveis ou constantes, observando o tempo gasto com cada postura e sua
frequência. A postura é analisada pela combinação da posição do dorso, das
pernas, dos braços e da quantidade de carga que está sendo transportada,
identificando o efeito dessa combinação sobre o sistema musculoesquelético.
Esses dados podem ser obtidos pela observação direta (em campo) ou indireta
(registros fotográficos).

A combinação das quatro variáveis é convertida em um código formado por


quatro dígitos com base na descrição a seguir, sendo que o primeiro dígito
indica a posição das costas, o segundo a posição dos braços, o terceiro a
posição das pernas e o quarto indica o levantamento de carga ou uso de força
(WILSON; CORLETT, 1995).

4º Dígito -
Levantamento
1º Dígito - Costas 2º Dígito - Braços 3º Dígito - Pernas de carga
ou uso de
força
1 - Ereta; 1 - Ambos os 1 - Sentado; 1 - Peso ou
2 - Inclinada para braços abaixo do 2 - De pé com ambas força
frente ou para trás; nível dos ombros; pernas esticadas ; necessária é
3 - Torcida ou 2 - Um braço no 3 - De pé com o peso em 10 kg ou
inclinada para os nível dos ombros uma das pernas menos;
lados; ou abaixo; esticadas; 2 - Peso ou
4 - Inclinada e 3 - Ambos os 4 - De pé ou agachado força
torcida ou inclinada braços no nível dos com ambos os joelhos necessária
para frente e para os ombros ou acima. dobrados; excede 10 kg,
lados; 5 - De pé ou agachado mas menor
com um dos joelhos que 20 kg;
dobrados; 3 - Peso ou
6 - Ajoelhado em um ou força
ambos os joelhos; necessário
excede 20 kg.
7 - Andando ou se
movendo.

Segundo Wilson e Corlett (1995), com base nesse código é possível identificar
qual é a categoria que aquela postura se enquadra. Essa identificação é feita
através do quadro apresentado na figura abaixo:

De acordo com Wilson e Corlett (1995), existem quatro possibilidades de


classificação das posturas conforme o grau de esforço exigido pela atividade:

a) categoria 1 - postura normal; não necessita de ação corretiva;


b) categoria 2 - carga física da postura levemente prejudicial ao trabalhador; há a
necessidade de futuras ações corretivas;

c) categoria 3 - carga física da postura prejudicial; há a necessidade de ações corretivas


a curto prazo;

d) categoria 4 - carga física da postura extremamente prejudicial; há a necessidade de


correções imediatas.

Veja Algumas Situações Que Exigem Cuidados Ergonômicos


Fonte: Revista Brasileira de Ergonomia - Registro fotográfico das posturas no
sistema OWAS considerando as diferentes etapas analisadas do processo no
setor de embalagens secundárias.

MOBILIÁRIO DOS POSTOS DE TRABALHO

Sempre que o trabalho puder ser executado na posição sentada, o posto de


trabalho deve ser planejado ou adaptado para esta posição.

Para trabalho manual sentado ou que tenha de ser feito em pé, as bancadas,
mesas, escrivaninhas e os painéis devem proporcionar ao trabalhador
condições de boa postura, visualização e operação e devem atender aos
seguintes requisitos mínimos:

a) ter altura e características da superfície de trabalho compatíveis com o


tipo de atividade, com a distância requerida dos olhos ao campo de
trabalho e com a altura do assento;
b) ter área de trabalho de fácil alcance e visualização pelo trabalhador;
c) ter características dimensionais que possibilitem posicionamento e
movimentação adequados dos segmentos corporais.
Para trabalho que necessite também da utilização dos pés, além dos requisitos
estabelecidos no parágrafo acima, os pedais e demais comandos para
acionamento pelos pés devem ter posicionamento e dimensões que
possibilitem fácil alcance, bem como ângulos adequados entre as diversas
partes do corpo do trabalhador em função das características e peculiaridades
do trabalho a ser executado.

Os assentos utilizados nos postos de trabalho devem atender aos seguintes


requisitos mínimos de conforto:

a) altura ajustável à estatura do trabalhador e à natureza da função exercida;


b) características de pouca ou nenhuma conformação na base do assento;
c) borda frontal arredondada;
d) encosto com forma levemente adaptada ao corpo para proteção da região
lombar.

Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados sentados, a partir


da análise ergonômica do trabalho, poderá ser exigido suporte para os pés que
se adapte ao comprimento da perna do trabalhador.

Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados de pé, devem ser
colocados assentos para descanso em locais em que possam ser utilizados por
todos os trabalhadores durante as pausas.

Exemplo de Pontos a Serem Observados


Fonte: Associação Brasileira de Ergonomia - Abergo. Revista Brasileira de
Ergonomia. (Vol. 10, n. 1 - 2015).

EQUIPAMENTOS DOS POSTOS DE TRABALHO

Todos os equipamentos que compõem um posto de trabalho devem estar


adequados às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza
do trabalho a ser executado.

DIGITAÇÃO E ATIVIDADES ASSEMELHADAS

Nas atividades que envolvam leitura de documentos para digitação,


datilografia ou mecanografia deve:

a) ser fornecido suporte adequado para documentos que possa ser ajustado
proporcionando boa postura, visualização e operação, evitando
movimentação frequente do pescoço e fadiga visual;
b) ser utilizado documento de fácil legibilidade sempre que possível, sendo
vedada a utilização do papel brilhante, ou de qualquer outro tipo que
provoque ofuscamento.
Os equipamentos utilizados no processamento eletrônico de dados com
terminais de vídeo devem observar o seguinte:

a) condições de mobilidade suficientes para permitir o ajuste da tela do


equipamento à iluminação do ambiente, protegendo-a contra reflexos, e
proporcionar corretos ângulos de visibilidade ao trabalhador;
b) o teclado deve ser independente e ter mobilidade, permitindo ao
trabalhador ajustá-lo de acordo com as tarefas a serem executadas;
c) a tela, o teclado e o suporte para documentos devem ser colocados de
maneira que as distâncias olho-tela, olho-teclado e olho-documento
sejam aproximadamente iguais;
d) serem posicionados em superfícies de trabalho com altura ajustável.

Quando os equipamentos de processamento eletrônico de dados com terminais


de vídeo forem utilizados eventualmente poderão ser dispensadas as
exigências previstas no parágrafo anterior, observada a natureza das tarefas
executadas e levando-se em conta a análise ergonômica do trabalho.

CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE TRABALHO

As condições ambientais de trabalho devem estar adequadas às características


psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado.

Nos locais de trabalho onde são executadas atividades que exijam solicitação
intelectual e atenção constantes, tais como: salas de controle, laboratórios,
escritórios, salas de desenvolvimento ou análise de projetos, dentre outros, são
recomendadas as seguintes condições de conforto:

a) níveis de ruído de acordo com o estabelecido na NBR 10152, norma


brasileira registrada no Inmetro;
b) índice de temperatura efetiva entre 20°C (vinte graus centígrados) e
23°C (vinte e três graus centígrados);
c) velocidade do ar não superior a 0,75m/s;
d) umidade relativa do ar não inferior a 40 por cento.

Para as atividades que possuam as características definidas no parágrafo


anterior, mas não apresentam equivalência ou correlação com aquelas
relacionadas na NBR 10152, o nível de ruído aceitável para efeito de conforto
será de até 65 dB (A) e a curva de avaliação de ruído (NC) de valor não
superior a 60 dB.
Os parâmetros previstos no segundo parágrafo deste item devem ser medidos
nos postos de trabalho, sendo os níveis de ruído determinados próximos à
zona auditiva e as demais variáveis na altura do tórax do trabalhador.

Em todos os locais de trabalho deve haver iluminação adequada, natural ou


artificial, geral ou suplementar, apropriada à natureza da atividade.

A iluminação geral deve ser uniformemente distribuída e difusa.

A iluminação geral ou suplementar deve ser projetada e instalada de forma a


evitar ofuscamento, reflexos incômodos, sombras e contrastes excessivos.

Os níveis mínimos de iluminação a serem observados nos locais de trabalho


são os valores de iluminâncias estabelecidos na NBR 5413, norma brasileira
registrada no Inmetro.

A medição dos níveis de iluminação previstos no parágrafo anterior deve ser


feita no campo de trabalho onde se realiza a tarefa visual, utilizando-se de
luxímetro com fotocélula corrigida para a sensibilidade do olho humano e em
função do ângulo de incidência.

Quando não puder ser definido o campo de trabalho previsto no parágrafo


anterior, este será um plano horizontal a 0,75m (setenta e cinco centímetros)
do piso.

ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

A organização do trabalho deve ser adequada às características


psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado.

A organização do trabalho, para efeito deste trabalho, deve levar em


consideração, no mínimo:
a) as normas de produção;
b) o modo operatório;
c) a exigência de tempo;
d) a determinação do conteúdo de tempo;
e) o ritmo de trabalho;
f) o conteúdo das tarefas.

Nas atividades que exijam sobrecarga muscular estática ou dinâmica do


pescoço, ombros, dorso e membros superiores e inferiores, e a partir da
análise ergonômica do trabalho, deve ser observado o seguinte:
a) todo e qualquer sistema de avaliação de desempenho para efeito de
remuneração e vantagens de qualquer espécie deve levar em
consideração as repercussões sobre a saúde dos trabalhadores;
b) devem ser incluídas pausas para descanso;
c) quando do retorno do trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual
ou superior a 15 (quinze) dias, a exigência de produção deverá permitir
um retorno gradativo aos níveis de produção vigente na época anterior
ao afastamento.

PROCESSAMENTO ELETRÔNICO DE DADOS

Nas atividades de processamento eletrônico de dados, deve-se, salvo o


disposto em convenções e acordos coletivos de trabalho, observar o seguinte:

a) o empregador não deve promover qualquer sistema de avaliação dos


trabalhadores envolvidos nas atividades de digitação, baseado no
número individual de toques sobre o teclado, inclusive o automatizado,
para efeito de remuneração e vantagens de qualquer espécie;
b) o número máximo de toques reais exigidos pelo empregador não deve
ser superior a 8 (oito) mil por hora trabalhada, sendo considerado toque
real, para efeito desta NR, cada movimento de pressão sobre o teclado;
c) o tempo efetivo de trabalho de entrada de dados não deve exceder o
limite máximo de 5 (cinco) horas, sendo que, no período de tempo
restante da jornada, o trabalhador poderá exercer outras atividades,
observado o disposto no art. 468 da Consolidação das Leis do Trabalho,
desde que não exijam movimentos repetitivos, nem esforço visual;
d) nas atividades de entrada de dados deve haver, no mínimo, uma pausa de
10 (dez) minutos para cada 50 (cinquenta) minutos trabalhados, não
deduzidos da jornada normal de trabalho;
e) quando do retorno ao trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual
ou superior a 15 (quinze) dias, a exigência de produção em relação ao
número de toques deverá ser iniciado em níveis inferiores do máximo
estabelecido na alínea "b" e ser ampliada progressivamente.
DOENÇA OCUPACIONAL

Doença ocupacional é aquela provocada por fatores relacionados com o


ambiente de trabalho e normalmente é adquirida quando um trabalhador é
exposto acima do limite permitido por lei a agentes químicos, físicos,
biológicos ou radioativos, sem proteção compatível com o risco envolvido.
Essa proteção pode ser na forma de Equipamento de Proteção Coletiva (EPC)
ou na forma de Equipamento de Proteção Individual (EPI). Existem, também,
as medidas administrativas/organizacionais, que são capazes de reduzir os
riscos.

É por meio da prevenção que as empresas evitam as chamadas doenças


ocupacionais. Muitas vezes são medidas simples, mas, que se usadas de forma
correta, podem livrar muitos trabalhadores de diversos problemas de saúde.

A legislação estabelece que a doença ocupacional é equiparada ao acidente de


trabalho, gerando os mesmos direitos aos benefícios previdenciários.

Veja Uma Situação Decorrente de Doença Ocupacional nas Mãos -


Decorrentes da Vibração

As vibrações ocupacionais podem ser altamente prejudiciais à saúde do


trabalhador e acarretar ônus, tanto para o empregador quanto para o
empregado, desenvolvendo doenças ocupacionais devido ao tempo de
exposição à vibração e, em decorrência da frequência e da ressonância, que
amplifica a vibração no corpo humano.

Quando a vibração incide sobre os membros superiores, é denominada


vibração de mãos e braços, segmentar, de extremidades ou localizada. Se
incidir no trabalhador quando este se encontra na posição sentada, deitada ou
em pé, é chamada de vibração de corpo inteiro.

A vibração de mãos e braços é produzida por ferramentas manuais, tais como


furadeiras, parafusadeiras, politrizes, motosserras, marteletes, etc. A vibração
de corpo inteiro é resultante do trabalho em veículos, ônibus, tratores,
caminhões, plataformas, navios, aviões, helicópteros, máquinas agrícolas,
dentre outros.

O corpo humano reage às vibrações de diferentes maneiras. A exposição


ocupacional continuada às vibrações de mãos e braços traz efeitos
neurológicos, vasculares e musculoesqueléticos.

Tendo em vista que não há cura para a síndrome da vibração para mãos e
braços, e sendo o tratamento médico um recurso de forma paliativa, o qual
apenas disponibiliza medicamentos bloqueadores, o essencial em casos assim
ainda é a PREVENÇÃO, que pode ser implementada pelo uso de ferramentas
com design ergonômico ou com controle de vibração.
Doença causada pela vibração

Fonte: Syndrome Vibration NIOSH, (1998)

JURISPRUDÊNCIA

"AGRAVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA.


REGIDO PELA LEI 13.015/2014. 1. DOENÇA OCUPACIONAL. CULPA
DA EMPREGADORA. NEXO DE CAUSALIDADE. COMPROVAÇÃO.
SÚMULA 126/TST. 2. DANO MORAL. QUANTUM INDENIZATÓRIO.
PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE E DA RAZOABILIDADE
OBSERVADOS. 3. DANO MATERIAL. PENSIONAMENTO. REDUÇÃO
PARCIAL E PERMANENTE DA CAPACIDADE LABORATIVA.
ARTIGO 950 DO CC. (...). Depreende-se dos autos que o reclamante, agente dos
correios (atendente comercial), admitido em 26/04/2004, desempenhando atividade de
atendimento ao público e serviços internos como cargas e descargas de caminhões,
fechamento de malas de expedição e serviços administrativos em geral, adquiriu uma
lesão ligamentar no ombro direito que lhe provocou dores e instabilidade, razão pela
qual foi afastado do trabalho em 20/05/2011, percebendo auxílio-doença acidentário,
após emissão de CAT pelo sindicato. Verifico que o reclamado recorreu ao INSS para
alterar a espécie do auxílio-doença percebido pelo autor para auxílio-doença
previdenciário não obtendo êxito, confirmando o órgão previdenciário a origem
ocupacional da doença que acometia o empregado (fls. 49, 50 e 56/59). (...). Muito
embora o autor esteja, atualmente, trabalhando em outro estabelecimento (IFES) em
atividades compatíveis com suas limitações, não se pode negar que suas aptidões
laborais foram limitadas em decorrência das seqüelas deixadas pela doença ocupacional.
O laudo pericial expressamente consignou, a fls. 300vº/301, que houve um grau mínimo
de incapacitação (redução de até 1/3 da amplitude normal do movimento de articulação,
total e permanente, o que o torna inabilitado para a profissão que exercia, mas com
possibilidade de readaptação para o trabalho em outra função. E foi exatamente como o
reclamante procedeu ao buscar um novo emprego no IFES em uma função que não
provoca qualquer esforço na área lesionada. Não bastasse a incapacitação parcial
definitiva do empregado, é incontroverso nos autos que o reclamante afastou-se do
emprego por mais de um ano, na tentativa de tratamento da doença ocupacional
adquirida, além de ser submetido a tratamento cirúrgico, o que torna irrefutável os
prejuízos materiais e morais decorrentes de tais limitações. (...). Não bastasse isso, o
reclamante informa ao perito que até meados de 2009 o mobiliário era antigo: mesa no
formato de U invertido, cadeira giratória sem apoio para os braços, embora com encosto
para lombar, balcão de atendimento na altura dos olhos, o que o obriga a elevar os
braços acima dos ombros para pegar objetos e devolvê-los aos clientes. Após 2009, o
mobiliário foi alterado, porém, o balcão continuou na altura dos olhos. Não havia apoio
para os pés e a cadeira não oferecia ajuste de altura suficiente para que seus braços
alcançassem o balcão. A própria testemunha do reclamado reconhece que, em 2009,
quando entrou, o mobiliário utilizado era novo e adequado, comprovando a veracidade
dos argumentos do autor de que até 2009 não trabalhavam com móveis
ergonômicos. (...). Ademais, não consta nenhuma prova de que a doença do reclamante
tenha origem degenerativa, fato impeditivo do direito autoral cujo ônus de provar era do
reclamado. Muito pelo contrário restou assentado pela perícia e pelo órgão
previdenciário a origem ocupacional. O empregador não logrou êxito em comprovar que
tenha adotado as medidas necessárias e eficientes para a prevenção de doenças
ocupacionais, evidenciando a sua culpa pela doença ocupacional que acometeu o
reclamante. Tais constatações demonstram a negligência do reclamado, de modo que
suas alegações não sobrevivem ao exame do farto substrato probatório constante dos
autos. Nessa seara, demonstrado o ato ilícito culposo, o dano e o nexo de causalidade,
não há como se afastar a responsabilidade civil do reclamado pelo acidente sofrido pelo
reclamante. Nego provimento.(...). Deve ser mantida a decisão monocrática em
que negado provimento ao agravo de instrumento, quando desnecessária a
intervenção desta Corte de pacificação jurisprudencial na esfera da jurisdição
laboral. Exaurido de forma ampla o debate nas instâncias jurisdicionais
ordinárias, o acesso à jurisdição extraordinária apenas se faz cabível quando
detectada a presença de dissenso pretoriano e/ou infração à ordem jurídica,
situações não demonstradas no caso concreto. Nesse contexto, não afastados
os fundamentos da decisão agravada, nenhum reparo merece a decisão.
Decisão monocrática mantida com acréscimo de fundamentação. Agravo não
provido " (Ag-AIRR-163600-45.2013.5.17.0132, 5ª Turma, Relator Ministro
Douglas Alencar Rodrigues, DEJT 20/09/2019).

AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. (...) 3.


DOENÇA OCUPACIONAL. RESPONSABILIDADE DA
EMPREGADORA. O Regional consignou que o laudo pericial demonstra que
as atividades laborais eram exercidas com movimentos repetitivos e em
posições ergonomicamente inadequadas e que a recorrente, apesar de afirmar
que respeitava as normas da NR-17, não comprovou a adoção de medidas de
segurança preventivas que reduzissem o risco de ocorrência de doença
ocupacional, restando evidente sua culpa pelo agravamento do quadro
patológico reclamante. Nesse contexto, descabe cogitar violação dos
dispositivos invocados. 4. DOENÇA OCUPACIONAL. DANOS MORAIS.
Nos casos em que o dano decorre de acidente do trabalho ou de doença
ocupacional, este Tribunal Superior tem entendido que o dano moral é
presumido. Assim, sua prova seria prescindível. Dessa forma, para o
deferimento de indenização a esse título, é necessário apenas que se comprove
a lesão, o nexo de causalidade e a culpa, o que se entende restar configurado
na presente hipótese. Ademais, extrai-se da decisão recorrida que o valor da
indenização por danos morais foi fixado considerando-se a dimensão do dano
ocorrido, a natureza dos direitos em debate, a capacidade patrimonial da
ofensora e a caracterização da concausa. Incólumes, portanto, os dispositivos
apontados. 5. DOENÇA OCUPACIONAL. PENSIONAMENTO. O Regional
consignou que o laudo pericial demonstra que as atividades na reclamada
foram responsáveis por 1/3 da incapacidade laborativa total sofrida, motivo
pelo qual entendeu correta a fixação da pensão em 33,3% da última
remuneração da recorrente. Tal premissa fática é insuscetível de reexame
nesta Corte Superior, nos termos da Súmula nº 126 do TST. No que tange à
limitação do pensionamento mensal, a jurisprudência desta Corte Superior já
pacificou o entendimento de que ela é mensal e vitalícia quando decorrente da
redução da capacidade laborativa, não se submetendo à limitação temporal por
idade. Ilesos os dispositivos apontados. 6. CONSTITUIÇÃO DE CAPITAL.
A constituição de capital encontra respaldo no art. 533 do CPC/15 (art. 475-Q
do CPC/73), o qual preconiza que o julgador detém a faculdade de determinar
ao devedor que constitua capital cuja renda assegure o pagamento do valor
mensal da pensão deferida. Precedentes. Incidência da Súmula n° 333 do TST.
Agravo de instrumento conhecido e não provido. (AIRR - 1271-
64.2013.5.04.0030 , Relatora Ministra: Dora Maria da Costa, Data de
Julgamento: 28/06/2017, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT 30/06/2017).

AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. (...) 2.


RESPONSABILIDADE CIVIL DO EMPREGADOR. DOENÇA
OCUPACIONAL. PRESSUPOSTOS DO DEVER DE INDENIZAR.
INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS, MORAIS E ESTÉTICO.
SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO BILATERAL. A decisão do Tribunal
Regional está fundamentada no exame do laudo pericial e nos demais
elementos de prova, pelos quais concluiu que as lesões as quais acometeram a
reclamante eram decorrentes do trabalho executado. Assim, consoante o
acórdão recorrido, restaram configurados os requisitos legais para a
responsabilização civil do empregador em relação às moléstias da reclamante
(síndrome do túnel do carpo bilateral e dedo em gatilho à direita), uma vez
que demonstrados o dano, o nexo causal/concausal e a culpa da empresa, por
não ter comprovado a adoção de medidas para evitar o dano à saúde da
reclamante, o que resultou em redução total e temporária de sua capacidade
laborativa, gerando ao ofensor a obrigação de indenizar pelos danos causados.
Agravo de instrumento conhecido e não provido. (AIRR - 520-
81.2014.5.04.0664 , Relatora Ministra: Dora Maria da Costa, Data de
Julgamento: 28/06/2017, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT 30/06/2017).

RECURSO DE REVISTA. DANOS MORAIS INDENIZAÇÃO. DOENÇA


PROFISSIONAL. SÍNDROME DO MANGUITO ROTADOR .
TENDINOPATIA GRAU II. NEXO DE CAUSALIDADE. LESÃO.
CONFIGURAÇÃO. SÚMULA 126/TST. ÔNUS DE PROVA.
DESNECESSIDADE DE PROVA DO DANO. 1 . A Corte de origem
manteve a condenação ao pagamento de indenização por danos morais
decorrentes de doença profissional, ao argumento de que, forte na prova
pericial, "houve exposição a risco ergonômico de sobrecarga de musculatura
afetada (supra espinhoso) e possível relação com a laceração presente à época
em exame de ressonância, já que exigiam o uso dos músculos do manguito
rotador (entre eles o supra espinhoso), para a realização de abdução e rotação
externa do ombro, além da contração conjunta da musculatura de deltoide e
tríceps; que atualmente o autor se encontra com tendinopatia Grau II,
necessitando de tratamento atual, com fisioterapia e anti-inflamatórios,
devendo evitar funções que exijam manutenção dos membros superiores em
constante abdução ou aplicação de força nesta posição" e que "há nexo causal
entre a tendinite e ruptura de supra espinhoso e a atividade no setor X 200 ,
sendo que a sequência de operações realizadas pelo autor no setor de
enfaixamento, descritas como passagem de bucha e passagem de bastão
podem ter tido relação do tipo concausa com o desencadeamento da lesão tipo
ruptura de tendão supra espinhoso, destacando que a concausa se relaciona
com o fato de haver situação ergonômica laboral que exigia elevação ou
abdução de ombros durante rotina laboral, fato este também predisponente à
lesão de tendões do grupo manguito rotador". Asseverou ainda que "a
existência de horas extras poderia acentuar a exposição aos riscos
ergonômicos e ocupacionais pela atividade exercida, circunstância gravosa
também confirmada pela instrução processual". Por fim, acrescentou que
"somados estes fatos de fato, ao laudo do Ministério Público do Estado do
Paraná, que já havia verificado a existência de risco à saúde dos trabalhadores
que desempenhavam a função de operador de produção, exatamente a mesma
desempenhada pela parte autora, tendo em vista o esforço repetitivo e a
imposição de ritmos excessivos, bem como o risco de acidentes", concluindo
que "o exercício do contrato de trabalho foi, no mínimo, concausa para o
desenvolvimento da patologia em referência, já que o trabalho era realizado
em inadequadas condições ergonômicas e que demandavam alto esforço
físico". 2. A Corte Regional expressamente registrou que "o empregador, que
detém o poder de dirigir a força de trabalho que lhe é colocada à disposição
em face do contrato de trabalho (art. 2º, CLT) tem, em consequência, o dever
de propiciar ambiente harmônico e saudável para os seus empregados,
protegendo a sua integridade física" o que não teria ocorrido na hipótese em
comento. 3. O reclamado, nesse particular, defende a inexistência de nexo de
causalidade, articulando com equívoco na valoração da prova pelo TRT, bem
como existência do dano e sua responsabilidade. Não há, contudo, como
afastar, sem o revolvimento de fatos e provas, a conclusão a que chegou a
Corte de origem, no sentido da existência de nexo causal entre a doença do
reclamante e o labor na reclamada, o dano experimentado pelo autor, bem
como a culpa da ré. Nos termos em que posta a decisão, qualquer conclusão
no sentido alegado pela ré de que não restou comprovado o nexo causal entre
a doença e as atividades do autor, bem como que não restou comprovado o
efetivo dano, demandaria o revolvimento probatório, procedimento vedado
nesta fase processual. Óbice da Súmula 126/TST. Não há falar em violação
dos arts. 186, 927, parágrafo único, do CCB, 5º, V e X, 7º, XXVIII, da Lei
Maior ou divergência jurisprudencial. 4. Não há falar em ofensa Às regras de
distribuição do ônus de prova, uma vez que a conclusão da Corte de origem se
fundamentou nas provas efetivamente produzidas. Artigos 818 da CLT e 333,
I, do CPC inviolados. 5. O Colegiado de origem adotou o entendimento de
que, sendo evidente que a lesão física sofrida pela autora lhe causou sequela,
acarretando incapacidade laboral para a atividade anteriormente desenvolvida,
desnecessária a comprovação do dano moral, pois o sofrimento se presume
pelas circunstâncias, não se cogitando em provar a dor, a aflição, ou o
constrangimento, pois ínsitos à pessoa humana sujeita a agressões do meio
social. 6. No particular, o acórdão regional guarda harmonia com a
jurisprudência desta Corte, segundo a qual o dano moral é um dano in re ipsa,
ou seja, prescinde de comprovação. Suficiente a demonstração do ato ilícito e
do nexo causal - devidamente delineados no caso. Precedentes. 7. Inviável a
demonstração de divergência jurisprudencial, ante os óbices da Súmula
333/TST e do art. 896, § 7º, da CLT. Recurso de revista não conhecido, no
tema. (TST - RR: 757003320035090670, Relator: Hugo Carlos Scheuermann,
Data de Julgamento: 09/03/2016, 1ª Turma, Data de Publicação: DEJT
11/03/2016).

RECURSO DE REVISTA. DOENÇA OCUPACIONAL. NÃO


CARACTERIZAÇÃO. Caracterizada a inexistência de nexo de causalidade
entre as atividades desenvolvidas e a patologia apresentada pelo reclamante,
inclusive como fator de concausa, bem como a ausência de incapacidade ou
redução da capacidade laborativa, em conformidade com o laudo pericial, não
prosperam os pedidos de indenização por danos materiais e morais,
inexistindo ofensa aos artigos 118 da Lei nº 8.213/91 e 186 e 927, parágrafo
único, do CC. Incidência da Súmula nº 126/TST. Recurso de revista não
conhecido. (TST - RR: 773001520095170005, Relator: Dora Maria da Costa,
Data de Julgamento: 17/02/2016, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT
19/02/2016).
RECURSO DE REVISTA. DOENÇA OCUPACIONAL. CONFIGURAÇÃO.
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAL. CONCAUSA.
AGRAVAMENTO. MATÉRIA FÁTICA. É insuscetível de revisão, em sede
extraordinária, a decisão proferida pelo Tribunal Regional à luz da prova
carreada aos autos. Somente com o revolvimento do substrato fático-
probatório dos autos seria possível afastar a premissa sobre a qual se erigiu a
conclusão consagrada pela Corte de origem, no sentido de que demonstrado
nexo causal entre as atividades laborais exercidas pela reclamante e a doença
que a acometeu, ainda que sob a forma de concausalidade. Incidência da
Súmula n.º 126 do Tribunal Superior do Trabalho. Recurso de revista não
conhecido. GARANTIA PROVISÓRIA. DOENÇA PROFISSIONAL. NEXO
DE CAUSALIDADE. Na hipótese dos autos, o Tribunal Regional chegou à
conclusão da existência do nexo causal entre a enfermidade contraída pela
reclamante e suas atividades desenvolvidas na empresa. A decisão recorrida
revela consonância, então, com a Súmula n.º 378 desta Corte uniformizadora,
mediante a qual se consagrou tese no sentido de ser devida a garantia
provisória de emprego quando constatada, após a despedida, "doença
profissional que guarde relação de causalidade com a execução do contrato de
emprego". Recurso de revista de que não se conhece. ADICIONAL DE
INSALUBRIDADE. BASE DE CÁLCULO. SÚMULA VINCULANTE N.º 4
DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. 1. O Supremo Tribunal Federal, em
sessão plenária realizada no dia 30/4/2008, aprovou a Súmula Vinculante n.º
4, consagrando entendimento no sentido de que "o salário-mínimo não pode
ser usado como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público
ou de empregado, nem ser substituído por decisão judicial". 2. Mais
recentemente, o Ex. mo Presidente da Excelsa Corte, ao conceder liminar na
Reclamação n.º 6.266, suspendeu a aplicação da Súmula n.º 228 do Tribunal
Superior do Trabalho na parte em que determinava a incidência do adicional
de insalubridade sobre o salário básico. 3. Ante a impossibilidade de adoção
de outra base de cálculo para o adicional de insalubridade por meio de decisão
judicial, impõe-se manter a sua incidência sobre o salário-mínimo, até que a
incompatibilidade seja suprida mediante lei ou norma coletiva. 4. Recurso de
revista conhecido e provido, com ressalva do entendimento pessoal do
Relator. CORREÇÃO MONETÁRIA. MOMENTO DE INCIDÊNCIA.
PREQUESTIONAMENTO. SÚMULA N.º 297, I, DO TST. A ausência de
pronunciamento, por parte da Corte de origem, acerca de elemento essencial à
tese veiculada no apelo torna inviável o seu exame, à míngua do indispensável
prequestionamento. Hipótese de incidê ncia do entendimento cristalizado na
Súmula n.º 297, I, desta Corte superior. Recurso de revista não conhecido.
(TST - RR: 123003920075150120, Relator: Lelio Bentes Corrêa, Data de
Julgamento: 25/02/2015, 1ª Turma, Data de Publicação: DEJT 27/02/2015).

RECURSO DE REVISTA - RESPONSABILIDADE CIVIL - DOENÇA


OCUPACIONAL - AUSÊNCIA DE NEXO CONCAUSAL A Corte de
origem concluiu que a doença que acometeu a Reclamante não pode ser
atribuída , com segurança , às condições de trabalho. Nessa hipótese, verifica-
se que não pode ser equiparada a doença ocupacional, porquanto inexistente o
nexo causal/concausal hábil à responsabilização da Reclamada. Óbice da
Súmula nº 126 do TST. Recurso de Revista não conhecido. (TST - RR:
4742520125150028, Relator: Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, Data de
Julgamento: 14/10/2015, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT 23/10/2015).

RECURSO DE REVISTA DA RECLAMADA - FERTILIZANTES


HERINGER S.A. - ACIDENTE DE TRABALHO ATÍPICO - DOENÇA
OCUPACIONAL - MIALGIAS NOS COTOVELOS E SEQUELA DE
"OSGOOD-SCLATTER" NO JOELHO DIREITO - EXISTÊNCIA DE
CULPA DO EMPREGADOR NO EVENTO DANOSO - CONFIGURAÇÃO
DE DANO MORAL. Para a configuração da responsabilidade civil do
empregador pelo acidente de trabalho atípico, aplicam-se as normas contidas
nos arts. 186 e 927 do Código Civil, que autorizam como pressupostos da
responsabilização o ato ilícito, a culpa, o nexo de causalidade e o dano. No
caso, a Corte a quo deixou clara a configuração de hipótese ensejadora da
indenização por danos morais oriundos de acidente de trabalho atípico, doença
ocupacional que se insere no quadro de Ler/Dort e que, apesar de não impor
limitações para a prestação de labor, até hoje causa dores nos cotovelos e no
joelho direito afetados. Além disso, restou evidenciada a culpa da
empregadora pela doença profissional adquirida, uma vez que não cumpriu as
normas de segurança, como aquelas atinentes ao revezamento das funções, à
realização de ginástica laboral e à ergonomia no ambiente de trabalho. A
enfermidade que acomete o reclamante decorre diretamente do trabalho
exercido na reclamada na função de "auxiliar de produção", a qual exigia o
dispêndio de elevado esforço nas atividades de carregamento e levantamento
de peso (sacas de adubo de 25 kg ou 50 kg), tanto na arrumação da carga para
transporte via caminhão , quanto no processo de pesagem. Nessa senda,
atingir a conclusão pretendida pela reclamada, no sentido de que não
concorrera para o desenvolvimento ou agravamento da doença ocupacional,
demandaria o reexame dos fatos e provas adunados nos autos, procedimento
vedado em sede recursal extraordinária, nos termos da Súmula nº 126 do TST.
Recurso de revista não conhecido. (TST - RR: 14324520115040030 , Relator:
Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, Data de Julgamento: 13/05/2015, 7ª
Turma, Data de Publicação: DEJT 15/05/2015).
AGRAVO DE INSTRUMENTO INTERPOSTO PELO RECLAMANTE.
DOENÇA OCUPACIONAL. LER/DORT. TENOSSINOVITE NOS
PUNHOS E EPICONDILITE LATERAL DO ÚMERO ESQUERDO.
DANOS MORAIS. QUANTUM INDENIZATÓRIO. R$ 30.000,00 (TRINTA
MIL REAIS). Trata-se de pedido de indenização por danos materiais em razão
de doença ocupacional desenvolvida a partir do trabalhado desempenhado
como caixa bancário. Estabelece o artigo 944, caput, do Código Civil que a
indenização se mede pela extensão do dano. Cumpre salientar que a SBDI-1
desta Corte já decidiu que, quando o valor atribuído não for teratológico, deve
a instância extraordinária se abster de rever o sopesamento fático no qual se
baseou o Regional para arbitrar o valor da indenização proporcional ao dano
moral causado pelo empregador. Dessa forma, em face do valor fixado pela
Corte regional a título de indenização por danos morais, em R$ 30.000,00
(trinta mil reais), não ser teratológico, não se verifica, absolutamente, a
alegada violação à literalidade do artigo 944 do Código Civil. Agravo de
instrumento desprovido. RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELA
CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. DOENÇA OCUPACIONAL.
LER/DORT. TENOSSINOVITE NOS PUNHOS E EPICONDILITE
LATERAL DO ÚMERO ESQUERDO. DANOS MATERIAIS E MORAIS.
CONFIGURAÇÃO. Trata-se de pedido de indenização por danos materiais
em razão de doença ocupacional desenvolvida a partir do trabalhado
desempenhado como caixa bancário. No caso dos autos, o dano sofrido pelo
reclamante é indiscutível, já que o Regional consignou que o reclamante foi
acometido de doença ocupacional consistente em tenossinovite nos punhos e
epicondilite lateral do úmero esquerdo, em razão de esforços repetitivos
decorrentes da atividade de digitação inerente à função de caixa bancário, com
a consequente redução da sua capacidade laboral. Ficou expressamente
consignado no acórdão regional o nexo de causalidade entre a doença
desenvolvida e a atividade exercida na reclamada. A conduta culposa da
empresa exsurge do não cumprimento das regras de ergonomia dispostas
na NR-17 do Ministério do Trabalho e Emprego, de modo a assegurar um
ambiente de trabalho adequado e evitar acidentes de trabalho. Logo,
presentes os requisitos para se erigir a responsabilidade civil da empregadora,
é devida a indenização pelos danos materiais e morais suportados pela
reclamante. Para se adotar entendimento diverso, necessário seria,
inequivocamente, o revolvimento fático-probatório dos autos, procedimento
vedado nesta instância extraordinária, nos termos em que dispõe a Súmula nº
126 desta Corte. Incólumes, pois, os artigos 5º, incisos V e X, e 7º, inciso
XXVIII, da Constituição Federal. Recurso de revista não conhecido.
DOENÇA OCUPACIONAL. LER/DORT. INDENIZAÇÃO POR DANOS
MATERIAIS. IMPOSSIBILIDADE DE COMPENSAÇÃO COM
BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. A Corte Regional não se pronunciou
acerca do tema, tendo se limitado a analisar o pedido da indenização por
danos materiais decorrentes da redução da capacidade laborativa, por meio do
pagamento de parcela única, correspondente a R$ 50.000,00 (cinquenta mil
reais). Não houve análise, portanto, sobre eventual compensação entre o
benefício previdenciário percebido pelo reclamante e o pagamento de
indenização por danos materiais, motivo pelo qual o conhecimento do apelo
encontra óbice na ausência de prequestionamento, na forma da Súmula nº 297,
I e II, do TST. Inviável o exame da alegação de ofensa aos artigos 5º, inciso
V, da Constituição da República e 944 e 945 do Código Civil no particular.
Recurso de revista não conhecido. DOENÇA OCUPACIONAL. LER/DORT.
DANOS MORAIS. COMPROVAÇÃO EFETIVA DO DANO.
DESNECESSIDADE. O dano moral de ordem íntima prescinde de prova da
sua ocorrência, em virtude de ele consistir em ofensa a valores humanos,
bastando a demonstração do ato ilícito ou antijurídico em função do qual a
parte afirma tê-lo sofrido. Com efeito, revela-se desnecessária a prova
concreta do dano moral nos casos de pedido de indenização decorrente de
doença profissional ou acidente do trabalho, bastando, para tanto, a
comprovação do nexo de causalidade e da culpa do agente, em virtude de se
tratar de dano existente in re ipsa, hipótese dos autos. Incólumes os artigos
818 da CLT e 333, inciso I, do Código de Processo Civil. Recurso de revista
não conhecido. DOENÇA OCUPACIONAL. LER/DORT. DANOS
MORAIS. QUANTUM INDENIZATÓRIO. R$ 30.000,00 (TRINTA MIL
REAIS). Trata-se de pedido de indenização por danos materiais em razão de
doença ocupacional desenvolvida a partir do trabalhado desempenhado como
caixa bancário. Estabelece o artigo 944, caput, do Código Civil que a
indenização se mede pela extensão do dano. Cumpre salientar que a SBDI-1
desta Corte já decidiu que, quando o valor atribuído não for teratológico, deve
a instância extraordinária se abster de rever o sopesamento fático no qual se
baseou o Regional para arbitrar o valor da indenização proporcional ao dano
moral causado pelo empregador. Dessa forma, em face do valor fixado pela
Corte regional a título de indenização por danos morais, em R$ 30.000,00
(trinta mil reais), não ser teratológico, não se verifica, absolutamente, a
alegada violação da literalidade dos artigos 5º, inciso V, da Constituição da
República e 944 do Código Civil. Recurso de revista não conhecido.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. REQUISITOS. AUSÊNCIA DE
ASSISTÊNCIA SINDICAL. É incabível o deferimento de honorários
advocatícios à parte não assistida por seu sindicato, consoante o disposto no
item I da Súmula nº 219 do TST, in verbis: "Na Justiça do Trabalho, a
condenação ao pagamento de honorários advocatícios, nunca superiores a
15% (quinze por cento), não decorre pura e simplesmente da sucumbência,
devendo a parte estar assistida por sindicato da categoria profissional e
comprovar a percepção de salário inferior ao dobro do salário mínimo ou
encontrar-se em situação econômica que não lhe permita demandar sem
prejuízo do próprio sustento ou da respectiva família" . Recurso de revista
conhecido e provido. (TST - ARR: 1908009120025070002 , Relator: José
Roberto Freire Pimenta, Data de Julgamento: 04/03/2015, 2ª Turma, Data de
Publicação: DEJT 13/03/2015).

RECURSO DE REVISTA. DOENÇA PROFISSIONAL. NEXO


CONCAUSAL VERIFICADO PELA PERÍCIA. INDENIZAÇÕES.
SÚMULA 378, II , DO TST . O TRT de origem deu provimento ao recurso
ordinário da reclamada porque o auxílio-doença gozado pela reclamante não
foi atestado pelo INSS como acidentário, conforme sentença transitada em
julgado em ação ajuizada pela reclamante na Justiça Federal de Joinville,
julgada procedente para reconhecer o direito de a reclamante perceber
benefício de auxílio-doença previdenciário (Ação Previdenciária n.
2004.72.01.041496-4). Essa circunstância teria motivado a improcedência de
outra demanda instaurada também pela reclamante (038.06.020081-0) diante
da verificação da coisa julgada . Salienta o Regional que o juízo singular, com
base na perícia médica realizada nestes autos, reconheceu -o nexo concausal
entre o agravamento da patologia manifestada pela autora (síndrome do túnel
do carpo) e as condições de trabalho a que esteve sujeita enquanto empregada
da ré, bem como a culpa da empresa, por ter negligenciado acerca das normas
de segurança, em especial, as relativas à ergonomia do posto de trabalho- (fl.
1.516-1.517 - doc. seq. 1). No entanto, em razão de o auxílio-doença recebido
pela reclamante ter sido previdenciário , e não acidentário , julgou
improcedentes os pedidos da reclamante. Contrariedade à Súmula 378, II do
TST. Recurso de revista conhecido e provido. (TST - RR:
323009420065120050 , Relator: Augusto César Leite de Carvalho, Data de
Julgamento: 17/12/2013, 6ª Turma, Data de Publicação: DEJT 19/12/2013).

NR 17/MTE. FRENTISTAS. ERGONOMIA. ASSENTOS. O item 17.3.5. da


NR-17/MTE determina que para as atividades em que os trabalhos devam ser
realizados de pé, devem ser colocados assentos para descanso em locais em
que possam ser utilizados por todos os trabalhadores durante as pausas.
Demonstrado o não cumprimento do item pelas rés, por não fornecerem
assentos em número e locais adequados para os frentistas, são justificadas as
obrigações determinadas na sentença para corrigir a situação. Recurso
conhecido e não provido. I. (TRT-10 - RO: 1688201101710003 DF 01688-
2011-017-10-00-3 RO, Relator: Desembargadora Elke Doris Just , Data de
Julgamento: 03/04/2013, 2ª Turma, Data de Publicação: 03/05/2013 no
DEJT);

DOENÇA PROFISSIONAL. OMISSÃO E NEGLIGÊNCIA. ERGONOMIA.


A responsabilidade do empregador em acidente do trabalho será sempre
subjetiva, dependendo da prova do dolo ou culpa, por força do art. 7º,
XXVIII, da Constituição Federal. Caso o acidente envolva as circunstâncias
de que tratam os artigos 927, parágrafo único, e 932, inciso III, ambos do
Código Civil, a responsabilidade do empregador será objetiva, mas em razão
de tais circunstâncias e não do acidente em si. Evidenciada a conduta omissa e
negligente da empregadora, é devida a condenação ao pagamento de
indenização por danos decorrentes de acidente de doença profissional, já que
descumpridos os itens 17.2.2. e 17.2.3. da NR 17, Portaria GM n.º 3.214, de
08 de junho de 1978. Muito embora o empregado realizasse o carregamento
de peso em limites inferiores ao máximo legal, havia nas atividades esforço
superior aos demais trabalhos corriqueiros e cabia à reclamada demonstrar os
meios utilizados para salvaguardar a saúde do autor, tais como treinamentos
com alongamentos físicos ou mesmo métodos de trabalho, ônus do qual não
se desvencilhou a contento. (TRT-4 - RO: 00000668220125040402 RS
0000066-82.2012.5.04.0402, Relator: MARCELO GONÇALVES DE
OLIVEIRA, Data de Julgamento: 08/05/2013, 2ª Vara do Trabalho de Caxias
do Sul).

ACIDENTE DE TRABALHO. AJUDANTE DE PRODUÇÃO. ATIVIDADE


EM FRIGORÍFICO. RISCO ERGONÔMICO ACENTUADO.
RESPONSABILIDADE OBJETIVA RECONHECIDA. O laudo técnico é
claro em informar que a autora contraiu doença profissional ocasionada por
movimentos repetitivos, fato este corroborado pela ré que, após ter
conhecimento de tal circunstância, afastou-a de suas atividades por mais de
seis meses, ocasião em que esteve a autora submetida a tratamento com
medicação e fisioterapia. O nexo causal também fora demonstrado na
hipótese. A culpa, no particular, prescinde de prova, haja vista que a atividade
econômica exercida pela demandada (exploração de frigorífico) é
notoriamente perigosa, o que demanda a aplicação da teoria do risco, prevista
no parágrafo único do art. 927 do Código Civil. Ainda que assim não fosse, o
caderno processual também denota a presença de elementos que convencem
da culpa patronal - a ser considerada por aqueles que não admitem a Teoria da
Responsabilidade Objetiva. INDENIZAÇÕES REPARATÓRIAS. As provas
encartadas nos autos revelam a ocorrência do acidente de trabalho de forma
apta a ensejar a imposição de indenização reparatória por danos morais,
porquanto presentes os pressupostos para a sua consecução. Quanto aos danos
materiais, diante da ausência de comprovação pela autora que teria sofrido
esse dano, impõe-se a manutenção da decisão de origem que rejeitou tal
pleito. Recurso da autora ao qual se dá parcial provimento. (TRT-23 - RO:
290200700723005 MT 00290.2007.007.23.00-5, Relator: JUIZ
CONVOCADO PAULO BARRIONUEVO, Data de Julgamento: 29/04/2009,
2ª Turma, Data de Publicação: 05/05/2009).

EMPREGADOS EM TELEMARKETING - JORNADA REDUZIDA -


ANEXO II, DA NR 17 DO MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO -
NORMA DE ERGONOMIA - IMPOSSIBILIDADE DE PAGAMENTO DE
SALÁRIO REDUZIDO. A categoria profissional dos operadores em
Teleatendimendo ou Telemarketing tem tratamento diferenciado, fazendo jus
à jornada laboral reduzida para fins de preservação de sua saúde, haja vista
desenvolverem atividades que impõem posturas físicas cansativas e
desgastantes, necessitando, portanto, de mais repouso intrajornadas e
interjornadas. Tal diferenciação, por outro lado, não implica, absolutamente,
que os trabalhadores em TELEMARKETING devam ter sua remuneração
condicionada à jornada reduzida, até porque se a empresa não pode exigir
jornada superior àquela prevista em CCT (fls. 39/46 e 47/59), não pode
igualmente, pretender a redução proporcional do piso salarial mínimo fixado.
Sentença parcialmente mantida. (TRT-7 - RO: 12229820105070012 CE
0001222-9820105070012, Relator: ROSA DE LOURDES AZEVEDO
BRINGEL, Data de Julgamento: 11/01/2012, Primeira Turma, Data de
Publicação: 19/01/2012 DEJT).

RECURSO DE REVISTA. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO


JURISDICIONAL. O exame dos autos revela que a Corte a quo proferiu
decisão completa, válida e devidamente fundamentada, razão pela qual não
prospera a alegada negativa de prestação jurisdicional. O Juiz não está
obrigado a se manifestar sobre cada argumento apresentado pelas partes.
Basta que consigne, de forma clara e precisa, as suas razões de decidir. Foi o
que ocorreu no presente caso. ACIDENTE DE TRABALHO.
RESPONSABILIDADE DO EMPREGADOR. O Tribunal Regional,
soberano na análise do conjunto probatório, deliberou que o reclamante sofreu
acidente de trabalho, enquanto carregava sacas de café, o que lhe reduziu a
capacidade de trabalho, em 50%. Registrou a culpa dos reclamados, que não
adotaram as providências cabíveis, para evitar o acidente, nem deram ao
trabalhador as instruções necessárias para o desempenho da aludida atividade,
conforme determinam as Normas Regulamentadoras nºs 11 e 31 da Portaria nº
3.214/91 do Ministério do Trabalho. Nesse contexto, aquela Corte deferiu as
indenizações por danos morais e materiais postuladas pelo autor. Nos termos
em que foi colocado, o acórdão recorrido deu a exata subsunção dos fatos ao
comando inserto nos artigos 5º, X, e 7º, XXVIII, da Constituição Federal, 186
e 927 do Código Civil, pois foi demonstrado o dano material e moral
(sofrimento/intimidade), decorrente de acidente do trabalho, para o qual o
empregador concorreu com culpa, na modalidade negligência. PENSÃO
MENSAL. CUMULAÇÃO COM O BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO.
POSSIBILIDADE. O acórdão recorrido está em conformidade com a iterativa
e notória jurisprudência desta Corte Superior, no sentido de que é plenamente
possível a cumulação de pensão mensal, paga pelo empregador, a título de
indenização por danos materiais decorrentes de acidente do trabalho, com o
auxílio-doença-acidentário ou aposentadoria por invalidez, pagos pelo órgão
previdenciário. Precedentes. JULGAMENTO -EXTRA PETITA-. O Tribunal
Regional observou estritamente os limites do pedido inicial, pois limitou a
condenação ao montante postulado pelo autor. Destarte, não prospera a
alegação de julgamento -extra petita-. DANO MORAL. VALOR DA
INDENIZAÇÃO. O Tribunal Regional fixou o valor da indenização por danos
morais (R$12.000,00), com base em elementos como o grau de culpa dos
reclamados, a extensão da lesão, a situação econômica das partes, a
necessidade de se imprimir caráter pedagógico à pena e de se evitar o
enriquecimento injustificado do ofendido. Nesse contexto, não prospera a
alegação de afronta aos artigos 5º, V, da Constituição Federal e 944 do
Código Civil, pois não ficou evidenciada a alegada desproporcionalidade entre
o dano e a reparação. Recurso de revista de que não se conhece. (RR - 79500-
04.2007.5.03.0086 , Relator Ministro: Pedro Paulo Manus, Data de
Julgamento: 29/06/2011, 7ª Turma, Data de Publicação: 01/07/2011).

RECURSO DE REVISTA. PRESCRIÇÃO. DOENÇA OCUPACIONAL. Até


a vigência da Emenda Constitucional nº 45, que determinou a competência da
Justiça do Trabalho para causa relativa a acidente de trabalho, havia fundada
dúvida sobre a justiça competente para dirimir o conflito, se a cível ou a
trabalhista. E, em razão dessa circunstância, pacificou-se o entendimento nesta
Corte de que a data da ocorrência do fato lesivo é que rege a aplicação da
prescrição, de modo que, ocorrido este após a vigência da Emenda
Constitucional nº 45 de 8.12.2004, aplica-se a regra do direito do trabalho.
Entretanto, se a ocorrência do acidente se deu em data anterior à vigência da
Emenda Constitucional nº 45/2004, não parece razoável que, estando em
vigor o prazo prescricional vintenário (artigo 177 Código Civil-1916) à época
da lesão, a parte seja surpreendida com a aplicação do prazo prescricional
previsto na legislação trabalhista. Extrai-se do v. acórdão recorrido, que o
acidente ocorreu em 2004, todavia, sem precisão se antes ou depois da
vigência da Emenda Constitucional nº 45, ocorrida em 8.12.2004. Desse
modo, para se declarar a prescrição afastada perante as instâncias inferiores,
seria necessário o revolvimento do contexto fático-probatório, medida vedada
nos termos da Súmula nº 126/TST. Recurso de revista não conhecido. BESC.
PLANO DE DEMISSÃO INCENTIVADA. TRANSAÇÃO. QUITAÇÃO. O
entendimento que se pacificou no c. TST, após Incidente de Uniformização
Jurisdicional em que se examinou a aplicabilidade da Orientação
Jurisprudencial 270 da C. SDI, ao Programa de Desligamento Incentivado do
Banco do Estado de Santa Catarina, foi no sentido da confirmação do teor da
referida jurisprudência. Recurso de revista não conhecido. COMPENSAÇÃO
DO VALOR TOTAL OU DAS VERBAS CONSTANTES DO RECIBO DE
QUITAÇÃO. ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL Nº 356 DA C. SDI-1.
Constata-se do v. acórdão impugnado a impossibilidade de se proceder à
compensação dos valores pagos à reclamante pela adesão ao PDI ante o
reconhecimento de que: as parcelas consignadas no TRCT não tem relação
com as verbas postulada; as verbas rescisórias quitadas não são objeto da
presente ação; a parcela P2, paga pela adesão ao PDI, não implica a
remuneração de parcelas trabalhistas inadimplidas, uma vez que estas não
foram especificadas sequer quanto aos respectivos valores. Ao assim se
posicionar, o eg. TRT decidiu em consonância com a Orientação
Jurisprudencial nº 356 da c. SDI-1, que dispõe serem insuscetíveis de
compensação com o valor pago a título de PDV aqueles créditos reconhecidos
em Juízo. Recurso de revista não conhecido. INDENIZAÇÃO POR DANO
MORAL. DOENÇA OCUPACIONAL. Diante dos elementos que nortearam
o julgado, de que houve nexo de causalidade (doença diretamente relacionada
aos movimentos repetitivos, sendo incontroverso que a reclamante executou
serviços de datilografia entre 1985 e 1995 e a função de caixa bancário de
1995 a 2004), o dano (síndrome do desfiladeiro torácico), com incapacidade
parcial para o trabalho e, ainda, verificada a culpa da empregadora em relação
à doença ocupacional (a autora estava exposta a risco ergonômico e não lhe
era concedida a pausa de 10 minutos a cada 50 minutos trabalhados), não há
como se estabelecer conflito jurisprudencial com arestos que não apreciam,
com especificidade, os mesmos aspectos fáticos, nos termos das Súmulas 23 e
296 do c. TST. Recurso de revista não conhecido. PENSÃO MENSAL.
REDUÇÃO DA CAPACIDADE LABORATIVA. CUMULAÇÃO.
BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. O percebimento do benefício
previdenciário não implica a exclusão, em absoluto, da reparação pelo dano
causado à reclamante em decorrência de ilícito praticado pela empresa,
notadamente quando caracterizada sua culpa na ocorrência do evento danoso,
por se tratarem de verbas de natureza e fontes distintas, como se pode
depreender do teor do artigo 121 da Lei nº 8.213/91, que dispõe sobre os
planos de benefícios da Previdência Social. Recurso de revista não conhecido.
DESPESAS MÉDICAS FUTURAS. Inespecíficos os arestos trazidos a cotejo
(Súmula nº 296/TST), na medida em que, a par da discussão acerca da
distribuição do ônus probatório, a Eg. Corte a quo destacou que a condenação
em despesas médicas futuras está condicionada à comprovação de sua relação
com a moléstia adquirida em razão do trabalho no reclamado. Recurso de
revista não conhecido. HONORÁRIOS PERICIAIS. SUCUMBÊNCIA. Não
se conhece do recurso de revista quando a v. decisão recorrida está em
consonância com a Súmula nº 236/TST, na medida em que o reclamado é
sucumbente na pretensão relativa ao objeto da perícia, qual seja, indenização
por danos decorrentes de doença relacionada ao trabalho. Recurso de revista
não conhecido. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. AUSÊNCIA DA
ASSISTÊNCIA SINDICAL. Na Justiça do Trabalho, a assistência judiciária a
que se refere a Lei nº 1.060, de 5 de fevereiro de 1950, será prestada pelo
Sindicato da categoria profissional a que pertencer o trabalhador (caput, art.
14 da Lei nº 5.584/70). Os honorários advocatícios são devidos tão somente
nos termos da Lei nº 5.584/70, quando existente, concomitantemente, a
assistência do Sindicato e a percepção de salário inferior ao dobro do mínimo
legal ou a impossibilidade de se pleitear em juízo sem comprometimento do
próprio sustento ou da família. Súmulas nºs 219 e 329 do C. TST. Recurso de
revista conhecido e provido, no tema. (RR - 175285-84.2007.5.12.0007 ,
Relator Ministro: Aloysio Corrêa da Veiga, Data de Julgamento: 22/06/2011,
6ª Turma, Data de Publicação: 01/07/2011).

RECURSO DE REVISTA. 1. DANOS MORAL E MATERIAL. DOENÇA


OCUPACIONAL. NEXO DE CAUSALIDADE E CULPA DA
EMPREGADORA. O Regional, ao analisar os elementos de prova dos autos,
notadamente o laudo pericial, concluiu pela existência do dano, do nexo
causal e da culpa por parte da empregadora. Para se concluir de forma diversa,
necessário seria o reexame das provas dos autos, procedimento vedado nesta
esfera recursal pela Súmula nº 126 do TST. Recurso de revista não conhecido.
2. DANO MORAL. VALOR DA INDENIZAÇÃO. A divergência
jurisprudencial colacionada encontra óbice nas Súmulas nos 23 e 296 desta
Corte Superior. Recurso de revista não conhecido. 3. DESPESAS MÉDICAS.
O Regional não decidiu a controvérsia pela ótica da distribuição do ônus da
prova, mas, sim, com base na apreciação das provas efetivamente produzidas.
Incólume o art. 818 da CLT. Recurso de revista não conhecido. 4.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. REQUISITOS. SÚMULAS 219 E 329
DO TST. No direito processual trabalhista, prevalece o princípio de que a
condenação ao pagamento dos honorários advocatícios se dá, unicamente, nos
casos previstos na Lei nº 5.584/70, sendo vedado o pagamento pela mera
sucumbência. Aplicação das Súmulas 219 e 329 do TST. Recurso de revista
conhecido e provido. (RR - 72400-40.2008.5.12.0012 , Relatora Ministra:
Dora Maria da Costa, Data de Julgamento: 28/06/2011, 8ª Turma, Data de
Publicação: 01/07/2011).

Base: Norma Regulamentadora 17.

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