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O direito e o poder
O tema está diretamente atrelado às ações que o poder público realiza com o intuito de
regular o espaço público urbano e manter o que se chama de ordem social. Diferentes movimentos sociais
tem se apropriado deste debate no objetivo de fortalecer e de ampliar a garantia
dos direitos que são violados nos espaços da cidade
usando-se das legislações em vigor e teóricos renomados para analisar o problema em questão é no
espaço público que tudo acontece, que lutas e desafios são travados no cotidiano das populações
e de que é neste espaço que se deve promover a participação
No entanto, o mesmo poder público que cria a lei, é responsável pela sua violação.
Para que de fato, a cidade se torne usufruto do cotidiano de todos os cidadãos, faz-se necessário que sua
gestão também seja participativa. O Estatuto da Cidade, com o objetivo de
promover a participação social e a gestão democrática da cidade, garante que
A participação mencionada se dá, prioritariamente, através dos conselhos de direito, conferências nas três
esferas de governo e audiências públicas
Pensar o direito à cidade é refletir para além da elaboração de legislações e tratados internacionais que
afirmam a necessidade ou obrigatoriedade de desenvolver espaços urbanos em
consonância com as necessidades sociais e os direitos humanos.
Para o autor, considerado pioneiro neste estudo, faz-se necessário ultrapassar as barreiras
materiais e urbanísticas em geral, propondo a transformação do espaço urbano através da participação
social, da efetivação do conceito de cidadania plena
É preciso ter consciência de que toda esta reflexão está intrinsecamente ligada à necessidade de romper
com a lógica capitalista e pensar um modelo alternativo ao que se tem hoje. é
preciso criar novos espaços, reinventar a discussão defasada e os discursos limitados dos diversos
movimentos sociais. Renovar o debate e promover a participação de todos, oportunizar estes
encontros e materializar este debate para além da produção científica, mas para a efetivação das
ideias. Este sim, é o maior desafio dos movimentos sociais brasileiros na sua luta pela efetivação
de direitos.
Outra passagem importante neste documento é o momento em que o direito à cidade é sinalizado em
articulação com o plano diretor e as questões de acessibilidade. O embasamento deste
item é prioritariamente legal, usando-se de dispositivos constitucionais – mais precisamente o
artigo 182 – para justificar a necessidade de acessibilidade do espaço público para promoção e
participação de todos os cidadãos:
Observa-se que a data desta lei é 2001, o que demonstra o quão atrasado está o Estado
brasileiro no que se refere à acessibilidade das cidades nos seus Estados e Municípios, ainda
que dispondo de aparatos legais que fundamentem e garantam esse direito a todos os cidadãos.
O direito à cidade pode ser concebido de várias formas, tanto o poder público quanto os
diferentes teóricos buscarão abordá-lo sob aspectos distintos, o que enriquece o debate e as
possibilidades. Porém, o mais importante a se destacar aqui, é a necessidade de se garantir a
participação de todos os sujeitos sociais na construção desta proposta comum de transformação
do espaço público.
2)
O direito e o poder
o poder moderno se cristaliza como um veículo eficaz de controle por meio de símbolos de
força e de autoridade, impessoais, neutros à primeira vista, distantes, mas veículos de alta
eficiência para o controle social”. Havendo, na sociedade, uma relação de poder intrínseca, onde
os que
o possuem ditam uma conduta, os demais acatam essa conduta e uma desobediência
gera uma sanção. Costas Douzinas (2009, p.25)
É possível identificar que a sociedade é guiada por uma classe dominante e ela
não legisla contra seus interesses. Apesar de dever atender aos anseios de todos os
que governam, garantindo condições dignas de sobrevivência, como saúde, moradia e
educação, por exemplo, porém, nem sempre ocorre dessa maneira, pois seu comportamento é
direcionado aos interesses de seu próprio grupo. No geral, eles criam leis que
vão proteger e manter os grupos que detém o poder, a minoria da sociedade, e manter
sob controle aqueles que não o detém
Porém, não se pode esquecer que o poder pode ser um importante instrumento de
organizar a luta, multiplicar novos militantes e alcançar benefícios, e o seu mau uso no
mundo contemporâneo não pode gerar o medo em sua busca. O poder é indispensável
e para que ele não se torne autoritário ou forma de subjugação é necessário coordenar
por meio de acertos coletivos e comandar repartindo o poder.
- IMPECILHO Se antigamente a
democracia significava o governo “do povo, para o povo, pelo povo” ou,
ainda, “dos pobres ou das pessoas menos favorecidas”, recentemente, mais
parece um conceito demagógico, utilizado como disfarce ideológico para a
satisfação de interesses pessoais
1 - Introdução:
PRIMEIRO: O QUE É CIDADE??
Costuma-se definir a cidade como um lugar relativamente denso de moradias e outras
construções, cuja população se dedica essencialmente a atividades industriais, ao comércio
e a serviços.
Para os antigos gregos, a cidade era a polis, palavra da qual derivam política e polícia.
Para os antigos romanos, a cidade era a urbe e a civitas, palavras da qual derivam, por um
lado, urbano, urbanidade, urbanização e urbanismo, e, por outro, civilidade e civilização.
. Contudo, o uso da expressão DIREITO À CIDADE se afirmou e uma de suas acepções atualmente
mais difundidas a relaciona a três questões principais: o exercício pleno da cidadania, a gestão
democrática da cidade e a função social da propriedade. Esses temas foram muito valorizados nos
anos 1980-1990, primeiro pelo Movimento Nacional pela Reforma Urbana e, depois, pelo Fórum
Nacional de Reforma Urbana.
3. O ESTATUTO DA CIDADE
A trajetória do Estatuto da Cidade tem sido quase sempre associada à Constituição de 1988
e à regulamentação do seu capítulo relativo à política urbana. O texto dos artigos 182 e 183,
é importante não esquecer, de fato resultou do debate de uma Emenda Popular apresentada
pelo Movimento Nacional pela Reforma Urbana e apoiada por cerca de 150 mil assinaturas.
ESTATUTO DA CIDADE LEGITIMÇÃO DA PARTICIPAÇÃO POPULAR
Contudo, por ação da maioria conservadora, os constituintes vincularam a regulamentação
da função social da propriedade ao plano diretor e, dessa maneira, transferiram o debate
para a esfera do poder local e protelaram o enfrentamento da questão. OS CONSTITUINTES
PASSARAM A OBRIGAÇÃO AOS MUNICIPIOS, ATRAVES DOS PLANOS DIRETORES.
O Estatuto da Cidade, como todos sabem, somente foi aprovado em 2001, doze anos
após a promulgação da Constituição. Hoje, passados quase dez anos desde sua aprovação,
a sociedade brasileira pouco avançou com relação ao efetivo cumprimento da função social
propriedade, como documentam numerosas pesquisas – ver, por exemplo, Santos Junior et al.
(2011). Aliás, ao consultar o Estatuto da Cidade, temos o sentimento de viver, como cidadãos,
na mais completa ilegalidade. Segundo o Estatuto (artigo 2º), um dos objetivos centrais da
política urbana seria “ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e da
propriedade urbana” mediante “a garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como
o direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao
transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações”
Temos uma política urbana? Essa política garante o direito a cidades sustentáveis? A terra
e a moradia de fato têm sido abordadas como direitos? Quem afinal tem acesso às infraestruturas
urbanas? Quem efetivamente exerce o direito aos transportes, aos serviços públicos, ao
lazer? As decisões que hoje tomamos (ou deixamos de tomar...) garantem o exercício desses
direitos para as presentes e futuras gerações? SERÁ QUE VAMOS TER DIREITO???
CONFLITOS URBANOS:
1) milhões de brasileiros pobres que não conseguem ocupar um lugar na cidade via mercado
terão como única alternativa ocupar alguma “extensão, onde não há plantação, nem
ninguém morando lá”.
2) mesmo tendo acesso legal à moradia, terão que lutar para ter acesso à “cidade”, com tudo o
que ela promete ou oferece para uma parcela de seus moradores – acesso à educação, à
assistência médica, à segurança, ao transporte público, ao lazer.
3) residindo em bairros privilegiados, estarão desafiados a combater a construção de uma
cidade segregada e segregadora, que torna distante e improvável o sonho de uma cidade
socialmente menos desigual e culturalmente diversa, mais acolhedora por sua arquitetura
e menos voraz em sua interação com o ambiente – enfim, de uma cidade mais justa e bela.