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1) O DIREITO À CIDADE.

 LER HENRI LEVREVFE

O QUE É ESSE DIREITO?

O DIREITO AO LONGO DA HISTÓRIA  A CIDADE É PARA TODOS?

O direito e o poder

2) PARTICIPAÇÃO POPULAR NA EFETIVAÇÃO DOS DIREITOS.


3) CONFLITOS URBANOS E AMBIENTAIS NA ZEU.
4) MOVIMENTO DE LUTA PELOS DIREITOS À CIDADE.
5) A CIDADE CONQUISTADA: AS REIVIDICAÇOES SOCIAIS NA ZEU.

1) MOVIMENTOS SOCIAIS, ACESSIBILIDADE E QUESTÕES URBANAS:

O tema está diretamente atrelado às ações que o poder público realiza com o intuito de
regular o espaço público urbano e manter o que se chama de ordem social. Diferentes movimentos sociais
tem se apropriado deste debate no objetivo de fortalecer e de ampliar a garantia
dos direitos que são violados nos espaços da cidade

bem como da participação


ativa nos diferentes espaços de controle social, lutar pela igualdade e pelos direitos humanos,
mostrando a necessidade de entender que não se trata simplesmente de chamar a atenção da
agenda política para aqueles que possuem alguma deficiência, mas para o direito que é de todos
os cidadãos.

discutir o direito à cidade convoca todos os


atores sociais a se reencontrar num objetivo comum, a promover a articulação com os diferentes
grupos sociais, a fim de lutar pela construção de uma cidade de oportunidades, de justiça e de
igualdade.

usando-se das legislações em vigor e teóricos renomados para analisar o problema em questão é no
espaço público que tudo acontece, que lutas e desafios são travados no cotidiano das populações
e de que é neste espaço que se deve promover a participação

O modelo econômico de desenvolvimento atual se opõe à garantia dos direitos humanos e


sociais, estabelecendo as regras de regulação do social através dos ideais de produção e acumulação
financeira do capital, que tem como principal objetivo a desregulamentação desses direitos
em prol do crescimento econômico nacional, tudo isso, sob os braços protetores do Estado

A exclusão social se apresenta de distintas formas, a limitação do acesso à cidade e aos


serviços de utilidade pública
Com o objetivo de normatizar a ordem pública sobre os aspectos que norteiam o uso e a
manutenção da cidade, foi criada a Lei N° 10.257 de 10 de Julho de 2001, conhecida popularmente como
Estatuto da Cidade.

O que se percebe na execução desta e de outras políticas públicas em geral é a incoerência


com as necessidades populacionais destacadas no artigo.

No entanto, o mesmo poder público que cria a lei, é responsável pela sua violação.

Para que de fato, a cidade se torne usufruto do cotidiano de todos os cidadãos, faz-se necessário que sua
gestão também seja participativa. O Estatuto da Cidade, com o objetivo de
promover a participação social e a gestão democrática da cidade, garante que

“os organismos gestores das regiões metropolitanas e aglomerações urbanas incluirão


obrigatória e significativa participação da população e de associações representativas dos vá-
rios segmentos da comunidade, de modo a garantir o controle direto de suas atividades e o
pleno exercício da cidadania.” (Estatuto da Cidade, Art. 45)

A participação mencionada se dá, prioritariamente, através dos conselhos de direito, conferências nas três
esferas de governo e audiências públicas

Pensar o direito à cidade é refletir para além da elaboração de legislações e tratados internacionais que
afirmam a necessidade ou obrigatoriedade de desenvolver espaços urbanos em
consonância com as necessidades sociais e os direitos humanos.

Efetivar o direito à cidade é garantir o direito à vida, à dignidade, à igualdade. É romper


com a lógica capitalista construída socialmente ao longo de tantos anos e transformar o pensamento social
excludente e mercantilista presente em todas as camadas sociais. Para Lefèbvre,
garantir este direito significa considerar as necessidades antropológicas, sociais e psicológicas
elaboradas historicamente por cada sujeito coletivo, não somente seus aspectos técnicos ou
administrativos.

Para o autor, considerado pioneiro neste estudo, faz-se necessário ultrapassar as barreiras
materiais e urbanísticas em geral, propondo a transformação do espaço urbano através da participação
social, da efetivação do conceito de cidadania plena

Estamos diante de uma sociedade e, portanto, de um espaço social, construído e apropriado


pela padronizada e individualista lógica capitalista, que dentre tantos reflexos desastrosos, é responsável
ainda pela desigualdade e fragmentação dos movimentos sociais, que se subdividem e
muitas são conflitantes entre si, sem ao menos se dar conta de que tais embates são estratégias
do sistema capitalista para enfraquecê-los nos seus objetivos de luta por garantia de direitos.

É preciso ter consciência de que toda esta reflexão está intrinsecamente ligada à necessidade de romper
com a lógica capitalista e pensar um modelo alternativo ao que se tem hoje. é
preciso criar novos espaços, reinventar a discussão defasada e os discursos limitados dos diversos
movimentos sociais. Renovar o debate e promover a participação de todos, oportunizar estes
encontros e materializar este debate para além da produção científica, mas para a efetivação das
ideias. Este sim, é o maior desafio dos movimentos sociais brasileiros na sua luta pela efetivação
de direitos.
Outra passagem importante neste documento é o momento em que o direito à cidade é sinalizado em
articulação com o plano diretor e as questões de acessibilidade. O embasamento deste
item é prioritariamente legal, usando-se de dispositivos constitucionais – mais precisamente o
artigo 182 – para justificar a necessidade de acessibilidade do espaço público para promoção e
participação de todos os cidadãos:

Este artigo da Constituição Federal de 1988 permitiu a criação da Lei Federal nº


10.257, em 2001, conhecida como O Estatuto da Cidade. Nela se estabelece que
a função social da cidade e da propriedade urbana será estabelecida por cada
município, respeitando sua individualidade, vocação, defendendo os elementos
necessários para o equilíbrio entre os interesses públicos e privados de seu território.
Deve ser assegurado, pelo Poder Público o atendimento das necessidades de todos
os seus cidadãos, garantindo-lhes qualidade de vida, justiça social e
desenvolvimento de suas atividades econômicas. (BRASIL, 2004: 61)

Observa-se que a data desta lei é 2001, o que demonstra o quão atrasado está o Estado
brasileiro no que se refere à acessibilidade das cidades nos seus Estados e Municípios, ainda
que dispondo de aparatos legais que fundamentem e garantam esse direito a todos os cidadãos.

O direito à cidade pode ser concebido de várias formas, tanto o poder público quanto os
diferentes teóricos buscarão abordá-lo sob aspectos distintos, o que enriquece o debate e as
possibilidades. Porém, o mais importante a se destacar aqui, é a necessidade de se garantir a
participação de todos os sujeitos sociais na construção desta proposta comum de transformação
do espaço público.

é preciso reproduzir o espaço público urbano, garantir a igualdade, a equidade e respeitar


as diferentes formas em que se manifestam as necessidades humanas no espaço comunitário.

2)
O direito e o poder

o poder moderno se cristaliza como um veículo eficaz de controle por meio de símbolos de
força e de autoridade, impessoais, neutros à primeira vista, distantes, mas veículos de alta
eficiência para o controle social”. Havendo, na sociedade, uma relação de poder intrínseca, onde
os que
o possuem ditam uma conduta, os demais acatam essa conduta e uma desobediência
gera uma sanção. Costas Douzinas (2009, p.25)

Havendo, na sociedade, uma relação de poder intrínseca, onde os que


o possuem ditam uma conduta, os demais acatam essa conduta e uma desobediência
gera uma sanção
O que pode levar o trabalhador a não se enxergar como sujeito de direitos, se colocando a
margem. “A liberdade individual está refletida na capacidade legislativa e administrativa do
Estado de interferir e regular todos os aspectos da vida social (DOUZINAS,
2009, p. 122)”. Sendo o direito a expressão máxima da ideologia dominante, “um jogo
de igualdades e desigualdades (FERRAZ, 2013, p. 336)”

É possível identificar que a sociedade é guiada por uma classe dominante e ela
não legisla contra seus interesses. Apesar de dever atender aos anseios de todos os
que governam, garantindo condições dignas de sobrevivência, como saúde, moradia e
educação, por exemplo, porém, nem sempre ocorre dessa maneira, pois seu comportamento é
direcionado aos interesses de seu próprio grupo. No geral, eles criam leis que
vão proteger e manter os grupos que detém o poder, a minoria da sociedade, e manter
sob controle aqueles que não o detém

Porém, não se pode esquecer que o poder pode ser um importante instrumento de
organizar a luta, multiplicar novos militantes e alcançar benefícios, e o seu mau uso no
mundo contemporâneo não pode gerar o medo em sua busca. O poder é indispensável
e para que ele não se torne autoritário ou forma de subjugação é necessário coordenar
por meio de acertos coletivos e comandar repartindo o poder.

Apesar de um grupo estar no poder e deter o controle sob os demais indivíduos é


salutar reconhecer que dentro da sociedade há vários grupos sociais, cada um composto por
indivíduos com interesses em comum, os quais podem reivindicar e conquistar
os seus direitos. Exercendo pressão, oferecendo ou retirando apoio, acabam por obrigar o
Estado a legitimar determinada norma, mesmo que esta vá de encontro à sua
ideologia. A classe majoritária não recebe nada pelo simples dever de justiça, assim
como transformações não nascem de um acordo. Nas palavras de Madre Cristina (Apud
Peloso, 2012, p. 86): “O direito humano nasce na rua, no confronto – é a luta que faz lei.
Por isso, os subversivos precisam conhecer as manhas e preparar a hora de encarar a
fera”. Além de contar com mecanismos alternativos como os direitos humanos.

3) PROMESSAS E DESAFIOS DA GESTÃO DEMOCRÁTICA DAS CIDADES: O


CASO DE FLORIANÓPOLIS/SC (ANAIS 2014)

O crescimento da população urbana culminou em uma expressiva


desigualdade social e segregação espacial. Para tentar conter um processo de
expansão desordenado, a Lei n° 10.257/01 prevê a gestão democrática da
cidade, com a qual é possível, por meio da realização de audiências públicas,
dialogar com a população durante a elaboração de planos diretores municipais.
A prática nos mostra que os administradores municipais não garantem a gestão
democrática, estimulando a mercantilização do espaço urbano.

As cidades brasileiras, em um panorama geral, dispõem de um


profundo quadro de desigualdade social e exclusão urbana. Diante disso, a
Constituição Federal e a Lei nº 10.257/01 trouxeram mecanismos de
participação popular, de modo em que os gestores municipais pudessem
planejar os municípios juntamente com a população nativa, atendendo, assim,
as demandas locais

Um dos maiores exemplos de gestão democrática diz respeito às


audiências públicas para redação dos planos diretores municipais, cujo
processo envolve agentes políticos, técnicos e sociedade civil, sempre com a
finalidade jurídico-vinculante de ordenar o pleno desenvolvimento das
funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes (art. 182,
caput, CF88).

Ocorre que, embora a legislação vigente disponha de objetivos e


instrumentos muito claros, em um contexto em que a cidade é tida como
mercadoria, o planejamento das cidades tem sido feito muito mais no sentido
de contemplar os interesses de empreendedores imobiliários, de modo em
que mantém esse mercado aquecido, em detrimento dos anseios populares;
assim, conclui-se que as cidades deixaram de ser um espaço de efetivação de
direitos, para se tornar um local de violação de direitos. Nesse cenário, o
presente trabalho pretende analisar a gestão democrática da cidade, nos
planos formal e prático, bem como seus entraves  IDEIAS FORA DO LUGAR

Para tanto, inicialmente, faz-se um resgate acerca dos conceitos de


democracia e de democracia participativa, e de como eles se aplicam na
gestão municipal, sobretudo, do ponto de vista legal. Num segundo
momento, aborda-se os entraves à concretização dessa democracia, em
especial, com vista à mercantilização do espaço urbano, e aponta-se algumas
de suas consequências, como a violação do direito à cidade e a segregação urbana. Por fim,
relata-se um recente exemplo em que os anseios populares
foram totalmente reprimidos, em uma clara proteção do Estado à especulação
imobiliária e ao mercado da terra.

Pode-se definir a democracia 


Para Bonavides, o exercício da democracia por meio da participação
popular viabiliza a chamada democracia participativa, entendida como o mais
alto grau de legitimação e exercício do governo pelos cidadãos

Em se tratando de gestão municipal, a participação efetiva da popula-


ção na elaboração e fiscalização do plano diretor municipal mostra-se instrumento essencial à
proteção e administração dos espaços urbanos, bem como
oportunidade de ampliação da democracia. Existe a previsão de participação
na legislação infraconstitucional, denominado Estatuto da Cidade, porém esta
apresenta, sobretudo, caráter formal. O fato de que a efetiva participação
social encontra-se em estágio de baixa eficácia, remete à consideração de que
a cultura administrativa e jurídica possui bases em um período anterior, isto
é, a gestão urbana municipal é, ainda, muito incipiente no país.

A gestão democrática, entendida por Ribeiro (2003, p. 114) como a


“distribuição social mais equitativa dos custos e benefícios da urbanização”,
está definida, no plano local, pelo instrumento de participação da coletividade
no plano direitor3, com normas e objetivos gerais da Constituição Federal de
1988 (BRASIL. Constituição Federal, 1988. Art. 182, caput) e do Estatuto da
Cidade (BRASIL. Lei nº 10.257/2001. Art. 40, §4º, I). O Capítulo III do Estatudo
da Cidade garante, desta forma, a participação da comunidade na elaboração
e fiscalização do plano diretor, em audiências públicas

Para garantir essa participação, é dever dos Poderes Legislativo e


Executivo municipais promoverem “audiências públicas e debates com a
participação da população e de associações representativas dos vários
segmentos da comunidade” (BRASIL. Lei n° 10.257, 2001, art. 40, § 4º, I).

O bem-estar da população local depende da oportunidade que lhe é


oferecida de manifestação, uma vez que a cidade é o local de maior
concentração populacional4 (IBGE, 2010, p. 108-110). Ainda, é por meio da
previsão legal de participação social e de associações representativas que os
cidadãos têm um forte “instrumento de pressão para que expressem seus
interesses” (RIBEIRO, 2003, p. 112) que, geralmente, são contrários aos
interesses de setores específicos locais, tais como construtoras,
empreendedores e políticos5. Ribeiro enfatiza que essa experiência “levará à
superação das reivindicações ‘a varejo’ e suas virtuais implicações nocivas: a
cooptação e o clientelismo” (2003, p. 112)

Cabe ressaltar que a população de baixa renda, excluída da cidade


formal, geralmente acaba por encontrar sua permanência no espaço urbano
irregular e ou passíveis de riscos:

Não obstante, o fomento à


participação efetiva e bem informada não deixa de ser um importante meio de
combate ao clientelismo e ao patrimonialismo, e um instrumento de
superação daquele modelo burocrático de gestão que afasta dos processos
decisórios seus principais protagonistas e destinatários

- IMPECILHO  Se antigamente a
democracia significava o governo “do povo, para o povo, pelo povo” ou,
ainda, “dos pobres ou das pessoas menos favorecidas”, recentemente, mais
parece um conceito demagógico, utilizado como disfarce ideológico para a
satisfação de interesses pessoais

Refém de privilégios econômicos, a ação estatal, combinada com


esforços de oligarquias, traveste-se de democracia e age contra o povo. Essa
elite usufrui o poder sempre em proveito próprio, comprometendo com o
processo de gestão democrática, uma vez que baixíssimo o grau de
legitimidade participativa.

Em se tratando do espaço urbano, a gestão democrática também se


depara com esse tipo de conflito, tendo em vista que as cidades viraram
objeto de comércio, em que a propriedade10 detém um valor de troca
 Direito a Cidade

 Estado como defensor e responsável por cumprir os direitos

 desigualdades espaciais - direitos divergentes

 Participação dos Movimentos Populares

1)Vai iniciar sobre direito a cidade.


2)depois entender que alguns tem esse direito efetivado, cumprido, e
outras áreas não têm.
3) Diante disso, levanta-se outra questão: a população se organiza para
cobrar que esses direitos sejam para todos.
Terra, Conflito e Direito à Cidade.

1 - Introdução:
PRIMEIRO: O QUE É CIDADE??
 Costuma-se definir a cidade como um lugar relativamente denso de moradias e outras
construções, cuja população se dedica essencialmente a atividades industriais, ao comércio
e a serviços.

 Para os antigos gregos, a cidade era a polis, palavra da qual derivam política e polícia.
Para os antigos romanos, a cidade era a urbe e a civitas, palavras da qual derivam, por um
lado, urbano, urbanidade, urbanização e urbanismo, e, por outro, civilidade e civilização.

 O direito à cidade foi o título dado por Henri Lefebvre 

 . Contudo, o uso da expressão DIREITO À CIDADE se afirmou e uma de suas acepções atualmente
mais difundidas a relaciona a três questões principais: o exercício pleno da cidadania, a gestão
democrática da cidade e a função social da propriedade. Esses temas foram muito valorizados nos
anos 1980-1990, primeiro pelo Movimento Nacional pela Reforma Urbana e, depois, pelo Fórum
Nacional de Reforma Urbana.

2. A FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE

 O DIREITO À PROPRIEDADE mais importante que o DIREITO À MORADIA Segundo a lógica


da sociedade de mercado, um indivíduo ou uma família somente pode se instalar “legalmente” na
cidade se alugar ou adquirir uma casa ou apartamento; porém, como evidenciam milhões de
brasileiros, que ocupam morros, beiras de rios e de estradas, terras públicas desocupadas, áreas
privadas não utilizadas por seus proprietários, parcela expressiva da nossa população não tem
recursos para tanto.

 especulação imobiliária”, isto é, à dificuldade encontrada pelos poderes públicos na regulação do


uso do solo nas cidades, buscando impedir, de modo especial, que um pequeno número de
indivíduos e empresas se aproprie de valores produzidos socialmente, e que o interesse
particularista prevaleça sobre o interesse público.

 Ainda durante a ditadura militar, no governo Figueiredo, tentou-se colocar em pauta o


debate sobre a função social da propriedade, através de um projeto de Lei de Desenvolvimento
Urbano. Contudo, esse projeto (que incluía diversos instrumentos jurídico-urbanísticos
posteriormente incorporados ao Estatuto da Cidade) não saiu do papel. A iniciativa foi duramente
combatida por diversos setores empresarias e não apenas pelo setor imobiliário. O Estatuto da
Cidade, afinal, teria dado conta da questão? Infelizmente, creio que não.

3. O ESTATUTO DA CIDADE
A trajetória do Estatuto da Cidade tem sido quase sempre associada à Constituição de 1988
e à regulamentação do seu capítulo relativo à política urbana. O texto dos artigos 182 e 183,
é importante não esquecer, de fato resultou do debate de uma Emenda Popular apresentada
pelo Movimento Nacional pela Reforma Urbana e apoiada por cerca de 150 mil assinaturas. 
ESTATUTO DA CIDADE  LEGITIMÇÃO DA PARTICIPAÇÃO POPULAR
Contudo, por ação da maioria conservadora, os constituintes vincularam a regulamentação
da função social da propriedade ao plano diretor e, dessa maneira, transferiram o debate
para a esfera do poder local e protelaram o enfrentamento da questão.  OS CONSTITUINTES
PASSARAM A OBRIGAÇÃO AOS MUNICIPIOS, ATRAVES DOS PLANOS DIRETORES.

O Estatuto da Cidade, como todos sabem, somente foi aprovado em 2001, doze anos
após a promulgação da Constituição. Hoje, passados quase dez anos desde sua aprovação,
a sociedade brasileira pouco avançou com relação ao efetivo cumprimento da função social
propriedade, como documentam numerosas pesquisas – ver, por exemplo, Santos Junior et al.
(2011). Aliás, ao consultar o Estatuto da Cidade, temos o sentimento de viver, como cidadãos,
na mais completa ilegalidade. Segundo o Estatuto (artigo 2º), um dos objetivos centrais da
política urbana seria “ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e da
propriedade urbana” mediante “a garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como
o direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao
transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações”

Temos uma política urbana? Essa política garante o direito a cidades sustentáveis? A terra
e a moradia de fato têm sido abordadas como direitos? Quem afinal tem acesso às infraestruturas
urbanas? Quem efetivamente exerce o direito aos transportes, aos serviços públicos, ao
lazer? As decisões que hoje tomamos (ou deixamos de tomar...) garantem o exercício desses
direitos para as presentes e futuras gerações?  SERÁ QUE VAMOS TER DIREITO???

A trajetória histórica do Estatuto da Cidade e o sinuoso debate sobre a função social da


propriedade pode ser vistos como expressões de um importante conflito, que envolve disputas
políticas e diferentes projetos de cidade e de sociedade  PQ NÃO DÁ CERTO?? PQ A CIDADE É UM
CAMPO DE INTERRESSE, OCORRE UMA DISPUTA DE PODERES... POLÍTICA E ECONOMICA.

* DISPUTA POLÍTICA: DESCONTINUIDADE DOS PROJETOS... ALIAMENTO POLÍTICO

* DISPUTA ECONOMICA: EXPLORAÇÃO... GERAR RIQUESA ATRAVES DA EXPLORAÇÃO DOS MAIS


FRACOS.

 CONFLITOS URBANOS:

1) milhões de brasileiros pobres que não conseguem ocupar um lugar na cidade via mercado
terão como única alternativa ocupar alguma “extensão, onde não há plantação, nem
ninguém morando lá”.
2) mesmo tendo acesso legal à moradia, terão que lutar para ter acesso à “cidade”, com tudo o
que ela promete ou oferece para uma parcela de seus moradores – acesso à educação, à
assistência médica, à segurança, ao transporte público, ao lazer.
3) residindo em bairros privilegiados, estarão desafiados a combater a construção de uma
cidade segregada e segregadora, que torna distante e improvável o sonho de uma cidade
socialmente menos desigual e culturalmente diversa, mais acolhedora por sua arquitetura
e menos voraz em sua interação com o ambiente – enfim, de uma cidade mais justa e bela.

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