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Elementos da didática:
os diferentes métodos de ensino
Autoras
aula
02
Governo Federal
Presidente da República
Luiz Inácio Lula da Silva
Ministro da Educação
Fernando Haddad
Secretário de Educação a Distância – SEED
Carlos Eduardo Bielschowsky
372.891
P644d Pimenta, Sônia de Almeida.
Didática e o ensino de geografia / Sônia de Almeida Pimenta; Ana Beatriz Gomes Carvalho. – Campina Grande: EDUEP, 2008.
244 p.
ISBN 978-85-7879-014-1
1. Geografia – Estudo e Ensino. I. Carvalho, Ana Beatriz Gomes. II. Título. 21. ed. CDD
Copyright © 2008 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa da
UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte e da UEPB - Universidade Estadual da Paraíba.
Apresentação
O
ensino e a aprendizagem dos conteúdos da Geografia exigem do professor não só
o domínio específico destes conteúdos como também o domínio dos elementos
que caracterizam uma prática educativa consistente e crítica. Para isto, é necessário
conhecer a Didática – a partir de seus elementos – para a construção do conhecimento coletivo,
significativo e contextualizado.
Objetivos
Ao final desta aula, esperamos que você:
No século XVII, em face ao grande empreendimento coletivo dos intelectuais europeus para
uma explicação científica e racional do mundo e a necessidade de partir do olhar sistemático
sobre uma ampla reforma do conhecimento humano e dos métodos de ensino, o sentido de
arte se aproxima a uma técnica de ensinar. Sendo assim, a Didática passa a ser um método
de ensino centrado na razão, na busca de princípios gerais, na observação da natureza, das
semelhanças e diferenças entre os fenômenos.
Comenius, educador da Europa central também do século XVII, quando então publicou
“Didática Magna: Tratado da arte universal de ensinar tudo a todos” marcou a fundação da
disciplina, não só pelo pioneirismo de sua proposta de “ensinar tudo a todos” – preocupação
nova naquele período – como também pela sua pretensão, qual seja a de criar um método
universal capaz de ensinar tudo a todos.
Como podemos perceber, a Didática surge com a pretensão de ser um método de ensino
capaz de ensinar tudo a todos.
Diálogos no caminho
Antes de prosseguirmos, convêm algumas questões para você refletir:
No início deste nosso caminho, é preciso deixar bem clara a concepção de educação
com a qual estamos trabalhando. Para isso, recorreremos a uma definição simples, porém
de grande alcance:
Isto posto, podemos perceber que, como ser inacabado, com diferentes necessidades
e condições de aprendizagens, as pessoas são diferentes e aprendem de forma diferente,
inclusive com interesses de aprendizagens diferentes, o que inviabiliza um único método de
aprendizagem. Porém, à escola cabe o processo de educação formal, ou seja, aquela requerida
para seguir nos processos formais do mercado de trabalho.
Obviamente esta parece uma pergunta cuja resposta é mais do que sabida, não precisa
ensinar... Pois todos nós fomos ensinados e ensinamos algo constantemente em nossas vidas.
Mas, no campo da educação, vale à pena refletirmos um pouco mais sobre a sua origem, seu
uso e sua implicação na prática pedagógica.
Diálogos no caminho
Ora, o que ensinar tem a ver com “pôr marca ou assinalar”?
“Quando narramos um acontecimento numa roda de amigos ou quando a mãe relata aos
filhos o seu dia de trabalho na hora do jantar, não há intenção do falante de produzir uma
aprendizagem nos seus ouvintes. Já no ensino, todas as atividades são concebidas e
planejadas em função desse objetivo. Portanto, a compreensão do conceito de ensino
só pode ser feita em referência ao conceito de aprendizagem”. (Grifo do autor)
Em outras palavras, queremos aqui ressaltar o caráter intencional do ensino, qual seja o
de produzir uma aprendizagem. Ao ensino caberia, especificamente nas palavras de Libâneo
(1994, p.82), “Esta organização intencional, planejada, e sistemática das finalidades e condições
da aprendizagem escolar”.
Vale ressaltar que faz parte do trabalho docente o ensino, porém o mesmo abrange tanto
o trabalho docente como a atividades de estudo dos alunos, pois é necessário que estes
também se organizem e tenham intenção e vontade de aprender.
sua resposta
Até aqui é possível perceber que a didática, cujo objeto é o ensino, dentro de uma proposta
mais ampla que é a Educação, possui elementos fundamentais para que haja a aprendizagem:
Alunos e Professores. Além destes, ainda temos a disciplina (matéria ou conteúdo), as
estratégias metodológicas e o contexto da aprendizagem.
Evidentemente o professor também vive neste contexto e está sujeito a toda sorte de
influências de seu meio e, mais ainda, de sua formação. Porém, os desafios impostos a este
profissional são maiores considerando a complexidade de sua atividade, já que o mesmo é
o responsável pelo processo de interação com a realidade, através do conhecimento, para a
formação do aluno na sua totalidade: Consciência, caráter e cidadania. Para tanto, o professor
precisa fazer a mediação dos conhecimentos historicamente elaborados e relevantes.
Porém, como fazer esta mediação dos conhecimentos relevantes para os alunos,
aqueles mesmos que reconhecemos enquanto seres humanos distintos, geralmente
agrupados em salas de aula lotadas?
A intervenção do professor não pode estar muito abaixo do desenvolvimento real do aluno,
pois o mesmo poderia ficar desmotivado, sem interesse de acompanhar o professor. De outro
modo, a intervenção do professor também não pode estar muito acima do potencial de seus
alunos, pois os mesmos certamente não perceberiam os desafios do conhecimento.
É nesta questão que podemos perceber como outras ciências podem contribuir para a
didática no processo de educativo. As teorias da aprendizagem são teorias que podem nos
ajudar a pensar como fazer esta mediação, a exemplo de teóricos como Vygotsky e Ausubel.
Ausubel (1980), por sua vez, ao definir a aprendizagem significativa como sendo o
processo no qual uma nova informação é relacionada a um aspecto relevante, já existente
na estrutura de conhecimento de um indivíduo, nos dá o caminho para compreender a ação
didática – aquela que se preocupa em ensinar algo a alguém – como sendo a ação que
deverá, inicialmente, ser precedida pela análise lógica de conteúdos já organizados na mente
do aluno, e que sejam relevantes para a aprendizagem de um determinado assunto. Assim,
os conhecimentos que o aluno já possui são fundamentais para a compreensão de novos
Percebemos assim que o professor tem papel fundamental na ação didática. Para
desenvolver esta ação, o professor faz a mediação entre dois elementos da maior importância
para a espécie humana: as novas gerações (alunos) e o conhecimento (conteúdos,
disciplinas).
É esta dinâmica do conhecimento na escola, movida pelas questões dos sujeitos ali
envolvidos – ora reconhecendo, ora estranhando o que se apresenta, de modo que se estabeleça
a diferença entre o sujeito que conhece e o objeto a ser conhecido – é que se aprende a pensar
e também se aprende a aprender.
Desta forma, não basta o contato com a informação para garantir o conhecimento: É preciso
que ela seja organizada, contextualizada, criticada enfim, relacionada para que haja sentido.
Que tem algo a dizer (um saber ligado à tradição ou à cultura, mas que seja relevante
para aquele sujeito ou grupo);
Portanto, para que haja uma relação educativa, se faz necessário o reconhecimento
recíproco e a ação mediadora do professor, de modo a recuperar as estruturas do conhecimento
(organização das informações) e a capacidade crítica dos alunos para ser despertado para
outros conhecimentos.
E o que é o conhecimento?
Atividade 2
Você já deve ter estudado em outras disciplinas o que é o conhecimento. Faça
um pequeno glossário identificando os tipos de conhecimento e, principalmente,
como estes tipos se relacionam com a atividade de ensino da Geografia.
Provocar situações nos alunos para que o interesse em relação ao conteúdo possa
emergir;
Nas palavras de Libâneo (1994, p.151): “... [o método] decorre de uma concepção de
sociedade, da natureza da atividade prática humana no mundo, do processo de conhecimento
e, particularmente, da compreensão da prática educativa numa determinada sociedade.”
Atividade 3
No entanto, sabemos que o ensino formal possui alguns princípios básicos que devem
ser considerados em relação às estratégias metodológicas:
Ser compreensível e assimilável pelo aluno, num exercício constante de reflexão sobre
a vida prática;
Atividade 4
Faça uma descrição dos métodos utilizados na sua aprendizagem no ensino
básico de Geografia. Como eram as aulas? O que lhe agradava? O que lhe
desagradava? Que tipo de métodos utilizados pelo seu professor facilitava a sua
aprendizagem? Quais os procedimentos que você se utilizava para estudar?
sua resposta
O trabalho independente pode ser proposto em qualquer momento da aula, para ser
realizado na classe ou em casa, como tarefa preparatória, de assimilação ou de elaboração
pessoal a respeito de um determinado conteúdo.
Este método tem por finalidade a aprendizagem a partir da cooperação dos alunos entre si.
Recomenda-se, portanto, que o grupo seja configurado por alunos com diferentes rendimentos,
de modo que haja a troca de saberes, experiências, habilidades de trabalho coletivo responsável,
e a capacidade de verbalização dos pontos de vista.
A proposta do tema a ser trabalhado deve ser clara, nortenado inclusive os objetivos da
mesma. As técnicas para a realização deste trabalho podem ser:
Debate: alunos agrupados se reunem para discutir um tema polêmico, defendendo uma
posição;
Philips 66: seis grupos de seis alunos (ou qualquer outra configuração) discutem uma
questão em poucos minutos para apresentar depois suas conclusões. Esta técnica
serve para verificar o nivél de conhecimentos de uma classe sobre um determinado
Além dos métodos aqui citados, certamente existem outros que complementam estes
aqui descritos e que concorrem para a aprendizagem ativa. Podemos ainda citar o “Estudo do
Meio”, como um processo de ensino que pelo qual a matéria (conteúdos, conhecimentos sobre
determinado fato, acontecimento ou fenômeno natural) é estudada no seu relacionamento com
fatos sociais a ela conexos. Desta forma, o estudo do meio não se restringe a visitas, passeios
ou excursões, mas se refere a todos os procedimentos que possibilitam o levantamento, a
discussão, a compreensão de problemas concretos do cotidiano do aluno, se sua família, do
seu trabalho, da sua cidade, região ou país. Desta forma, é uma metodologia que leva o aluno
a tomar contato com o complexo vivo, com o conjunto significativo que é o próprio meio físico
ou social. É elaboração mental, é aprendizagem que apela para conhecimentos e habilidades
já adquiridos e os enriquece com o contexto em que se pode aprender.
Assim chegamos ao último elemento da didática por nós analisado, o contexto. A escola
representa o contexto no qual está inserida e, como tal, apresenta diversas experiências,
Polissemia realidades, e vivências culturais tanto dos docentes como dos discentes. A polissemia que
É a multiplicidade de
caracteriza a contemporaneidade não está fora da escola, ao contrário, a sua presença parece
sentidos de uma palavra cada vez mais desafiar a estrutura pedagógica escolar que ainda resiste em práticas que negam
ou locução. Fonte: a diversidade e impõem o pensamento unívoco.
HOUAISS, A. Dicionário
Houaiss da língua
Na perspectiva da didática em que os métodos assumem a diversidade de situações e de
portuguesa. Rio de
Janeiro: Objetiva, 2001. aprendizagens para potencializar o conhecimento através da mediação do professor, o contexto
passa a ser elemento fundamental. Em outras palavras, é justamente a diferença encontrada
no contexto da aprendizagem que poderá promover o conhecimento, desde que não seja
adotada a postura da homogeneização em sala de aula, mas sim a de que esta diversidade
cultural seja tomada no processo de reconhecimento, indagação, fortalecimento e construção
do conhecimento.
Bem, depois de sua reflexão sobre a relação entre os elementos da didática, convidamos
você a pensar sobre o que daria coerência à prática educativa, unidade ao ensino e a
aprendizagem. Se compreendermos que os elementos da didática estão interligados, que não
há ensino sem aprendizagem, estratégia metodológica sem conteúdo, e nada disso é efetivo
se não houver a compreensão do contexto, haveremos de considerar o planejamento como
atividade fundamental para a educação em geral e para a didática em especial.
Mas este nosso pequeno percurso na viagem pelo conhecimento da didática para o
ensino de geografia está próxima de mudar de rumo, de trajetória... Antes de nos despedirmos,
queríamos deixar alguns conceitos sobre a atividade de planejamento para você prosseguir em
outros caminhos, e pode ter certeza que nós nos encontraremos mais adiante para compreender
e assim aproveitar melhor o caminho do planejamento. São eles:
Que seus caminhos sejam repletos de luz em seus novos caminhos. Até breve!!!
A
didática para qualquer área do conhecimento, em especial para a Geografia, possui
elementos que devem ser considerados na prática docente e discente. Não obstante a
isso, temos de considerar os objetivos de nossa prática pedagógica rumo à construção
de sujeitos mais autônomos e conscientes de seu contexto. Sendo assim, não é possível
considerar apenas a sua dimensão técnica. A cultura da educação e sua dimensão política estão
fortemente imbuídas das escolhas metodológicas dos sujeitos da educação, sem as quais não
é possível pensar em práticas pedagógicas transformadoras e emancipatórias rumo a uma
aprendizagem significativa e contextualizada.
Leituras complementares
CHARLOT, Bernard. Da relação com o saber. Porto Alegre: Artmed Editora, 2000.
Neste livro o autor chama atenção para a noção de relação com o saber e de suas
implicações com o “fracasso escolar”. Ao fazer isto, problematiza as causas do fracasso escolar
e explora as diversas figuras do aprender e propõe várias definições da relação com o saber.
Este livro apóia-se em uma aposta: nada é mais útil do que a teoria, a partir do momento em
que fala do mundo, numa linguagem acessível.
CANDAU, Vera Maria (org). A didática em questão. Petrópolis: Editora Vozes, 2003, 23ª
edição.
Além de reconstruir a história da didática no Brasil, este livro nos proporciona uma
reflexão sobre os desafios postos para a superação da dicotomia entre processo e produto na
atividade de ensino-aprendizagem. Os autores propõem que a didática se situa na perspectiva
da multidimensionalidade que articula as diferentes dimensões do processo de ensino-
aprendizagem.
Auto-avaliação
Releia o texto aqui apresentado, destaque os conceitos relacionados com didática
1 e aprendizagens e as contribuições para uma nova perspectiva do Ensino de
Geografia.
Faça um memorial sobre sua experiência como aluno e reflita sobre as possíveis
2 influências desta experiência em seus modelos de atuação docente.
VASCONCELLOS, Celso dos S. Para onde vai o professor? Resgate do professor como sujeito
de transformação. São Paulo: Libertad, 2003, 10ª edicção.
VIGOTSKY, L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984.
Anotações
EMENTA
Análise dos documentos necessários à organização do ensino; fundamentação teórico-metodológica para a organização
do trabalho docente; tendências atuais do ensino de geografia; a geografia e a interdisciplinaridade; a utilização de
diferentes fontes de informações e linguagens e a prática docente em geografia; situações problemas e a prática de ensino
em geografia.
AUTORAS
AULAS
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