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Paidéia

ISSN: 0103-863X
paideia@usp.br
Universidade de São Paulo
Brasil

Dessen, Maria Auxiliadora; Domingues Guedea, Miriam Teresa


A ciência do desenvolvimento humano: ajustando o foco de análise
Paidéia, vol. 15, núm. 30, enero-abril, 2005, pp. 11-20
Universidade de São Paulo
Ribeirão Preto, Brasil

Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=305423746004

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Paidéia, 2005, 15(30), 11-20
11

A CIÊNCIA DO DESENVOLVIMENTO HUMANO: AJUSTANDO O FOCO DE ANÁLISE1

Maria Auxiliadora Dessen2


Universidade de Brasília
Miriam Teresa Domingues Guedea
Universidade de Sonora - México

Resumo: Os avanços ocorridos nas últimas décadas, presentes nos domínios interdisciplinares da
ciência do desenvolvimento, propõem uma mudança na forma de pensar o estudo do desenvolvimento humano,
tendo um forte impacto na pesquisa. Neste artigo, são discutidos princípios e conceitos básicos que têm,
recentemente, norteado a definição do próprio conceito de desenvolvimento humano, dentre eles, estrutura,
temporalidade, mudanças e continuidades. Destaca-se, também, a necessidade de adotar, na prática da pesqui-
sa, uma visão sistêmica do processo de desenvolvimento, implicando em análises de sistemas complexos e
integrados em todos os seus níveis: genético, neural, comportamental e ambiental (físico, social e cultural),
interagindo ao longo do tempo e traçando trajetórias de caráter probabilístico.

Palavras-chave: ciência do desenvolvimento humano; pesquisa interdisciplinar; fatores biológicos e


culturais, ciclo de vida.

DEVELOPMENTAL SCIENCE: RETHINKING THE FOCUS OF ANALYSIS

Abstract: The interdisciplinary field of developmental science showed a significant progress in the
last decades. This progress has changed the view on the ways of thinking about the study of human development,
having a strong impact in the research designs. This article aims to discuss basic concepts and principles that
recently guide the definition of the human development concept such as structure, temporality, changes and
continuities. It is also emphasized the necessity of adopting a systemic approach to study the developmental
process. It means that it is important to analyze the complex and integrated systems considering the genetic,
neural, behavioral, and environmental (physical, social, and cultural) levels interacting across time and forming
probabilistic trajectories of development.

Key-words: developmental science; interdisciplinary research; cultural and biological factors; life
course.

Desenvolvimento Humano: Ajustando o Foco de liza a ontogênese dos processos evolutivos, destacando
Análise as trajetórias no ciclo de vida do indivíduo, conside-
rando-o como ser biológico inserido em determinado
A ciência do desenvolvimento refere-se ao tempo e espaço, o que implica enfatizar as mudanças
conjunto de estudos interdisciplinares que se dedicam biológicas, temporais, culturais e sociais. O seu foco
a entender os fenômenos relacionados com o desen- de análise varia desde os eventos genéticos até os
volvimento humano, englobando as áreas social, psi- processos culturais, desde os fisiológicos até as
cológica e biocomportamentais (Magnusson & Cairns, interações sociais, com os padrões de adaptação sen-
1996). Como tal, a ciência do desenvolvimento foca- do entendidos mediante interações dos níveis inter-
nos e externos ao indivíduo.
1
Artigo recebido para publicação em 20/09/2004; aceito em 23/12/ Este artigo tem como objetivo discutir alguns
2004. conceitos em psicologia do desenvolvimento huma-
2
Endereço para correspondência: Maria Auxiliadora Dessen, Colina-
UnB, Bloco E, Apto 205, Campus da Universidade de Brasília-UnB no, considerando os avanços ocorridos nas últimas
Brasília-DF, CEP: 70904-105, E-mail: dessen@unb.br décadas, presentes nos domínios interdisciplinares da
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ciência do desenvolvimento, que propõe uma mudan- ração de funções psicológicas, podendo o desenvol-
ça na forma de pensar o estudo do desenvolvimento vimento ser acelerado ou retardado; (c) que o funci-
humano (Aspesi, Dessen & Chagas, no prelo). Na onamento psicológico é entendido em termos de or-
primeira parte, discute-se o próprio conceito de de- ganização hierárquica a partir de sistemas dinâmicos
senvolvimento, com destaque para as noções de es- mais elementares; e, finalmente, (e) que as continui-
trutura, temporalidade, mudança, padrões de mudan- dades e mudanças no desenvolvimento resultam de
ça e critérios intelectuais e sociais para distinguir as pressões de forças internas e externas ao organismo.
mudanças associadas ao desenvolvimento. Na segun- Portanto, para compreender a complexidade
da parte, descrevem-se os conceitos de continuidade do desenvolvimento humano é necessário adotar uma
e mudança e ressalta-se a necessidade de se adotar perspectiva sistêmica que seja capaz de integrar os
a abordagem do curso de vida para estudar os pro- múltiplos subsistemas do individuo. Isto requer a con-
cessos de desenvolvimento humano. A terceira parte tribuição de diferentes disciplinas, tais como, a biolo-
é dedicada a enfatizar a importância de que as pes- gia e a psicologia do desenvolvimento, a fisiologia, a
quisas levem em conta as inter-relações entre os as- neuropsicologia, a psicologia social, a sociologia e a
pectos biológicos, sociais, culturais e históricos. Na antropologia. Shanahan, Valsiner e Gottlieb (1997)
quarta parte, destaca-se a influência da cultura no propuseram um conjunto de definições heurísticas,
desenvolvimento e, finalmente, são tecidas algumas referentes a conceitos de desenvolvimento, que pode
considerações a respeito da importância de se adotar ser encontrado paralelamente na maioria dessas dis-
conceitos e pressupostos interdisciplinares para o es- ciplinas, facilitando a comunicação multi e
tudo de desenvolvimento humano. interdisciplinar. As definições tratam de estrutura,
temporalidade, mudança, padrões de mudança e cri-
O que é Desenvolvimento Humano? térios intelectuais e sociais para distinguir as mudan-
ças associadas ao desenvolvimento.
A ciência do desenvolvimento humano propõe A respeito da ‘estrutura’, as disciplinas reco-
princípios ou enunciados, visando estabelecer um acor- nhecem que o desenvolvimento ocorre em um siste-
do acerca do que é entendido como desenvolvimen- ma estruturado hierarquicamente, tanto vertical quan-
to. Magnusson e Cairns (1996) destacam sete princí- to horizontalmente, existindo relações bidirecionais
pios básicos que devem nortear as pesquisas nesta entre eles, isto é, relações de influências mútuas e
área. O primeiro deles estabelece que a pessoa se recíprocas. Na biologia, por exemplo, se assume que
desenvolve e funciona psicologicamente como um a hierarquia vertical do organismo parte do nível mais
organismo integrado, em que os elementos de baixo (fenômenos intra-nucleares), passando por cé-
maturação, experiência e cultura se fundem na lulas, tecidos, órgãos, organismos e seu ambiente,
ontogenia. O segundo ponto enfatiza que a pessoa envolvendo até outros organismos e o ecossistema
em desenvolvimento funciona de acordo com uma físico. A diferenciação horizontal ocorre com base
dinâmica contínua, em um processo de interação com nas interações entre os próprios níveis de cada siste-
seu ambiente, incluindo as relações com outras pes- ma. Já, na sociologia, a diferenciação vertical abarca
soas e grupos sociais e culturais. Já, o terceiro desta- desde as díades (ex.: professor-aluno) e grupos pe-
ca que o funcionamento individual depende de influ- quenos (ex.: sala de aula) até organizações formais
ências recíprocas de interação entre subsistemas da (ex.: escolas) e instituições (ex.: sistema educacio-
própria pessoa, tais como os sistemas cognitivo, emo- nal), enquanto a diferenciação horizontal considera
cional, fisiológico, morfológico, conceitual e as conexões entre os níveis contidos em cada siste-
neurobiológico. Todos esses sistemas agem ao longo ma. A estrutura pode favorecer ou dificultar os pro-
do tempo. cessos de desenvolvimento.
Os demais princípios indicam (a) que novos Quanto à ‘temporalidade’, há consenso de que
padrões de funcionamento individual surgem durante as análises em desenvolvimento devem expressar os
a ontogenia; (b) que as variações no desenvolvimen- acontecimentos prévios, ou seja, os eventos em sua
to produzem diferenças na organização e na configu- seqüência histórica, com o tempo operando em dife-
A Ciência do Desenvolvimento Humano 1 3
rentes níveis dentro do sistema. Cada disciplina utili- padrões de continuidades, ambos representados nos
za escalas de tempo diferentes e conceitos próprios estágios e transições durante o curso de vida.
para abarcar a noção do tempo. Por exemplo, os so- Embora o conceito de desenvolvimento esteja
ciólogos têm estudado a heterocronologia, que se re- ligado à mudança, nem toda mudança é considerada
fere ao descompasso do tempo social e do tempo desenvolvimento (Valsiner & Connolly, 2003). Segun-
pessoal e às transições que ocorrem antes ou depois do estes autores, os processos de mudanças, para
do tempo esperado. Segundo Cairns (conforme cita- serem considerados ‘desenvolvimento’, do ponto de
do por Shanahan, Valsiner & Gottlieb, 1997), aspec- vista científico, requerem a identificação de uma di-
tos filogenéticos podem ser observados no tempo reção a ser seguida ao longo do tempo, embora tal
geológico, os aspectos ontogenéticos podem ser es- direção não tenha que ser especificada em termos
tudados na perspectiva do curso de vida e os proces- concretos, podendo ser deduzida teoricamente, por
sos microgenéticos em episódios interativos. exemplo, com o auxílio de recursos estatísticos. No
Outra variável que faz parte da definição de entanto, para detectar uma mudança de desenvolvi-
desenvolvimento é a ‘mudança’, que é originada da mento é preciso haver a comparação de dados entre,
ruptura da homeostase nos sistemas, seguida por um no mínimo, dois momentos específicos no tempo, de-
processo de ajuste que representa a própria mudan- terminados em função dos objetivos do estudo.
ça (Gottlieb, 2003). As tensões, denominadas de for- Outra noção importante, incorporada recen-
ças de coação, são criadas “no nível estrutural e temente ao conceito de desenvolvimento, é a noção
funcional do organismo, quando este se depara com de epigênese probabilística do desenvolvimento
circunstâncias novas ou adversas à manutenção do (Gottlieb, 2003). Em outras palavras, a mudança não
seu equilíbrio” (Aspesi, Dessen & Chagas, no pre- é completamente previsível, pois depende das forças
lo). De acordo com esta noção, o desenvolvimento de coação recíprocas entre as partes constituintes dos
pode ser produzido (a) por meio de indução, que é a sistemas complexos: genético, neural, comportamental
canalização do desenvolvimento em uma direção e ambiental, este último subdividido em ambientes fí-
mais que em outra; (b) de forma facilitadora, pro- sico, social e cultural (Gottlieb, 2003; Shanahan,
movendo experiências que facilitam ou aceleram Valsiner & Gottlieb, 1997). Por exemplo, os resulta-
estágios consecutivos do processo do desenvolvi- dos orgânicos ou neurais do desenvolvimento podem
mento e; (c) por meio de manutenção, em que é ser conseqüência da coação de, pelo menos, dois com-
mantido o estágio final de um processo de desen- ponentes: pessoa-pessoa, organismo-ambiente, nú-
volvimento já alcançado. cleo-citoplasma, dentre outros. De acordo com esses
Os ‘padrões de mudança’ indicam que os ní- autores, ‘experiência’ é o termo mais utilizado para
veis do sistema são co-acionais, isto é, as mudanças referir-se a essas coações e pode ser anatômica, fisi-
ocorrem em todas as partes dos sistemas envolvidos ológica e comportamental.
e estão coordenadas funcionalmente. Assim, a com- A noção epigenética propõe que o desenvolvi-
preensão do desenvolvimento é baseada na noção de mento se caracteriza por um aumento na complexi-
que as diferentes estruturas e funções dos sistemas dade da organização em todos os níveis hierárquicos
mudam de modo coordenado para adaptar-se ao - dos genes, citoplasma, células, órgãos, sistema or-
desequilíbrio da homeostase, para, em seguida, alcan- gânico, comportamento, até os ambientes social e
çar novo equilíbrio (Shanahan, Valsiner & Gottlieb, cultural, e que este aumento em complexidade impli-
1997). A última proposição heurística aborda os cri- ca a emergência de novas propriedades funcionais,
térios intelectuais e sociais que definem as mudanças estruturais e de competências (Gottlieb, 1996). A
a serem estudadas em desenvolvimento. Tais mudan- interdependência entre os diferentes níveis que se
ças são produto de um processo histórico que permi- influenciam mutuamente, no mínimo de modo
te refinar e avaliar as teorias e as evidências empíricas bidirecional, leva a abandonar, atualmente, a noção
que as fundamentam. Portanto, estudar os processos conclusiva da determinação genética das caracterís-
de desenvolvimento significa estudar mudanças que ticas anatômicas e fisiológicas. Conforme enfatizado
são perceptíveis ao longo do tempo, mas também os por Gottlieb, os experimentos embriológicos têm de-
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monstrado que as células têm uma multipotencialidade, tes a experiências significativas vivenciadas pelo in-
o que possibilita o seu desenvolvimento em qualquer divíduo e que tendem a evocar comportamentos e
parte do corpo, de acordo com a interação que man- respostas emocionais similares. Por último, os ‘efei-
têm com as outras células ao seu redor e essa ten- tos cumulativos’ que tratam da continuidade no com-
dência se repete em todos os níveis. portamento, mantida pela progressiva acumulação de
Essa noção de que cada aspecto do ambiente conseqüências do próprio comportamento. Estes
poderá ter influências no desenvolvimento com re- mecanismos trazem embutidas as noções de estágio
sultados tão diversos, denominada de ‘norma de rea- e transição que caracterizam o desenvolvimento hu-
ção’, indica claramente que a pesquisa empírica ain- mano ao longo do curso de vida.
da não tem condições apropriadas para prever as tra- O estágio é definido como “o conjunto de pa-
jetórias dos fenômenos de desenvolvimento. Portan- drões comportamentais e habilidades características
to, as pesquisas contemporâneas precisam incorpo- de uma determinada idade ou fase do ciclo de vida do
rar essa noção epigenética e probabilística do desen- individuo e a transição refere-se aos períodos de pas-
volvimento, a fim de obter resultados empíricos com- sagem de um estágio para outro no ciclo de vida”
patíveis com os avanços conceituais da ciência do (Aspesi, Dessen & Chagas, no prelo). Essas passa-
desenvolvimento. A seguir, discute-se a importância gens acontecem no marco do ciclo de vida, que é
dos conceitos de mudanças e continuidades para a entendido como o conjunto de eventos compreendi-
compreensão dos fenômenos de desenvolvimento dos entre o nascimento e a morte e que tem como
humano e como a abordagem do curso de vida se referência o processo reprodutivo na sociedade (Elder,
mostra apropriada para estudar tais fenômenos. 1996). As sociedades constroem um conjunto de even-
tos associados a cada estágio do curso de vida, im-
Mudanças e Continuidades no Processo de pondo demandas para as quais a pessoa deve adap-
Desenvolvimento: Dois Conceitos Interligados tar-se.
Portanto, a continuidade trata dos padrões
As mudanças existem uma vez que os com- relacionais e comportamentais que são transferidos
portamentos do individuo ocorrem em função de um entre situações, evocando respostas nas outras pes-
tempo histórico e de um espaço específico no qual soas inseridas nos novos contextos de interação, re-
ele está inserido, enquanto que as continuidades exis- forçando os padrões iniciais, adaptando-os ao novo
tem, na medida em que permanecem os vínculos en- contexto. As mudanças no desenvolvimento resultam
tre os padrões comportamentais prévios e posterio- de acomodações cognitivas e comportamentais que
res (Keller, 1991). A continuidade refere-se à regula- ocorrem de forma simultânea com as mudanças
ridade nos padrões de desenvolvimento, tanto em ter- registradas em outros sistemas orgânicos ou
mos de estrutura e processos, como em termos de ambientais, em determinados momentos do tempo.
mecanismos, o que significa distinguir entre continui- Isto requer que o desenvolvimento seja analisado em
dade ao nível de construtos teóricos e continuidade termos sistêmicos, ou seja, considerando o dinamis-
ao nível dos comportamentos observáveis. A conti- mo entre os diferentes sistemas e tempos de reorga-
nuidade é também vista em termos de padrões previ- nização adaptativa. Uma das abordagens que cum-
síveis de relacionamento ou de relações causais en- pre tal requisito é a abordagem denominada de ‘cur-
tre experiências prévias e posteriores. so de vida’, que incorpora as noções de tempo, de
Elder (1996) identifica três mecanismos res- contexto e de processo (Elder, 1996).
ponsáveis pela mudança e continuidade no desenvol- A noção de curso de vida implica considerar
vimento humano. O primeiro deles é denominado as mudanças e a interdependência das trajetórias do
‘interação continuada’ e trata da persistência dos efei- indivíduo vinculadas à idade que, por sua vez, depen-
tos comportamentais de determinada experiência, que dem das mudanças que ocorrem nas sociedades. Por
em interação com outras pessoas, tendem a re-criar exemplo, a entrada na escola e o momento de apo-
as mesmas condições. O segundo, a ‘ativação sentar-se variam entre as sociedades. Segundo Elder
situacional’, refere-se a situações que são semelhan- (1996), para compreender o desenvolvimento, as aná-
A Ciência do Desenvolvimento Humano 1 5
lises deverão incluir evidências do atual funcionamento senvolvimento, uma das tarefas básicas da ciência
do ambiente, como estrutura social e processo social, do desenvolvimento é compreender como o compor-
nos seus diferentes níveis: desde o nível mais macro tamento individual entra em contato com os outros
da organização social até grupos menores como es- elementos significativos do seu entorno, além de des-
colas e famílias, incluindo estruturas intermediárias e crever as características desses contatos que são
locais como comunidade e vizinhança. relevantes para o desenvolvimento. De acordo com
A abordagem do curso da vida considera quatro Magnusson e Cairns (1996), os comportamentos so-
princípios paradigmáticos: (a) variações geográficas e ciais organizam os contatos entre o organismo e o
históricas nas vidas humanas; (b) organização humana ambiente, promovendo seletivamente os processos de
e suas restrições sociais moldando as trajetórias do adaptação. Neste sentido, o comportamento passa a
desenvolvimento; (c) o papel central do tempo de opor- ser a interface entre as atividades intra e extra-orga-
tunidade na estrutura e processo do desenvolvimento; nismo. Para alguns autores, dentre eles Gariépy
(d) vidas relacionadas ou interdependentes na matriz (1996), o fato de a integração hierárquica implicar
de relações sociais, no tempo (Elder, 1996). Tais prin- em integração funcional entre os níveis de organiza-
cípios geram, portanto, quatro temas principais a se- ção (desde os genes até o ambiente), não significa
rem estudados: o entrelaçamento das vidas humanas e que se tenha que assumir que o comportamento seja
as mudanças históricas e ambientais, as organizações produto dessas interações. Para Gariépy, o compor-
humanas e as tomadas de decisões e as restrições so- tamento constitui a origem dos processos que permi-
ciais, o senso de oportunidade das vidas e, por fim, as tem a interação entre condições intra e extra-orga-
vidas em relação. Adotar essa abordagem significa nismo, conduzindo à continuidade e à mudança nos
focalizar as mudanças nos padrões de vida, levando processos adaptativos no decorrer da vida.
em conta os seus contextos específicos, enfatizando o Compatível com essa noção, Bronfenbrenner
papel das mudanças sociais no processo de desenvol- (1992) considera o desenvolvimento humano como
vimento do indivíduo. “um conjunto de processos por meio dos quais as pro-
Conhecer a trajetória do desenvolvimento do priedades do indivíduo e do ambiente interagem e pro-
indivíduo constitui um desafio para os pesquisadores duzem continuidades e mudanças nas características
de diferentes disciplinas, que necessitam, obviamente, da pessoa e no seu curso de vida” (p. 191). E é pelo
de pressupostos comuns para “entenderem como os processo de desenvolvimento que a pessoa adquire
sistemas múltiplos que influenciam o desenvolvimento uma concepção mais ampla e diferenciada do meio
individual – dos processos culturais a eventos genéti- ambiente ecológico, tornando-se cada vez mais capaz
cos e de processos fisiológicos a interações sociais, de envolver-se em atividades que revelem suas propri-
vão integrando-se no decorrer do tempo, promovendo edades, sustentem ou reestruturem o ambiente em ní-
o funcionamento saudável e adaptativo ou sua conver- veis de complexidade similares ou maiores, tanto em
são” (Magnusson & Cairns, 1996, p. 9). Portanto, para relação ao conteúdo como à forma (Bronfenbrenner,
compreender o desenvolvimento humano, é preciso 1979/1996). Em outras palavras, o desenvolvimento
considerar a emergência e a evolução do indivíduo, em representa uma reorganização contínua dentro da uni-
seus diferentes aspectos interligados: biológicos, psi- dade tempo-espaço, que opera no nível das ações,
cológicos, sociais, culturais e históricos. A seguir, des- percepções, atividades e interações do indivíduo com
taca-se a importância de se considerar a influência dos o seu mundo, sendo estimulado ou inibido por meio
fatores ambientais no desenvolvimento. das interações com diferentes participantes do ambi-
ente da pessoa.
Enfatizando a Inter-Relação Entre Fatores Bi- Coerente com essas noções, Bronfenbrenner
ológicos e Ambientais no Estudo do Desenvol- (1977, 1994, 1979/1996, 1999, Bronfenbrenner & Ceci,
vimento 1994; Bronfenbrenner & Morris, 1998) propõe, en-
tão, o ‘Modelo Bioecológico’ para nortear as pesqui-
Seguindo a lógica hierárquica das inter-rela- sas sobre desenvolvimento humano. Esse modelo
ções entre os diferentes níveis dos sistemas em de- considera o desenvolvimento como uma acomoda-
1 6 Maria Auxiliadora Dessen
ção progressiva e mútua entre o organismo humano crever, como primeiro passo, as categorias e concei-
em desenvolvimento e as mudanças imediatas do tos com capacidade heurística; e (c) vincular a psico-
ambiente no qual ele vive, durante o curso de vida. logia do desenvolvimento a outras disciplinas. Hinde,
Isto requer compreender como o processo de desen- além de enfatizar a importância de as pesquisas con-
volvimento do indivíduo é afetado pelas relações en- siderarem as redes de relacionamento social entre as
tre os cenários ou entornos imediatos e contextos pessoas, focalizando o indivíduo inserido em seu am-
sociais mais amplos (formais e informais). Em seu biente, defende a necessidade da contribuição de di-
modelo, o ambiente ecológico é concebido em estru- versas disciplinas para que os processos de desen-
turas, cada uma delas contidas em estruturas maio- volvimento sejam, de fato, compreendidos.
res: o microssistema (relação entre a pessoa em de- Pensar o desenvolvimento humano abarcando
senvolvimento e o ambiente imediato no qual ela está desde os sistemas fisiológicos e psicológicos, de com-
inserida. Ex: a família, escola, trabalho); o mesossis- portamento individual e de interações entre pessoas,
tema (inter-relações entre os cenários principais nos até relações compostas por seqüências de interações
quais o individuo em desenvolvimento participa. Ex: entre indivíduos, grupos e sociedades, incluindo o sis-
relações entre família e escola); o exossistema (es- tema de crenças, valores e mitos e as instituições com
truturas sociais específicas, formais e informais, que seus papéis constituintes, compartilhados pelas pes-
têm efeitos sobre os cenários imediatos da pessoa soas da relação, grupo ou sociedade específica, re-
em desenvolvimento, influindo, delimitando e até de- quer planejamentos de pesquisa orientados por abor-
terminando o que aí acontece. Ex: as instituições da dagens sistêmicas. Em outras palavras, os estudos
sociedade que operam em um lugar concreto, tais deveriam focalizar as relações de trocas entre o or-
como a secretaria de educação local); e o ganismo em desenvolvimento e o seu ambiente tam-
macrossistema (protótipos gerais de uma cultura e bém em desenvolvimento, tendo como pressuposto
sub-cultura que estabelecem o padrão das estruturas básico que, nessas trocas, o organismo age sobre o
e atividades em um determinado nível. Ex: sistemas ambiente, de modo a manter tanto uma coerência in-
políticos, sociais e econômicos). terna consigo mesmo, quanto com o próprio ambien-
A dimensão temporal do desenvolvimento tam- te, e vice-versa. Deste modo,
bém é considerada no modelo bioecológico, incorpo-
rando tanto os eventos históricos, que retratam as “os organismos em desenvolvimento tornam-
mudanças da sociedade na qual o indivíduo está inse- se flexíveis, operando em qualquer nível que
rido, como também as próprias mudanças do indiví- seja necessário para encontrar as condições
duo ao longo de seu curso de vida. Portanto, o estudo ambientais. A relevância da irreversibilidade do
do desenvolvimento humano deve ir além da obser- tempo torna-se óbvia aqui: um sistema em de-
vação do comportamento de uma ou duas pessoas senvolvimento que encontra as condições
residindo no mesmo lugar, incluindo os sistemas múl- ambientais X, ‘em um dado momento’, neces-
tiplos de pessoas interagindo em cenários diferentes, sita adaptar-se não somente àquele estado já
levando em conta os aspectos do ambiente e das si- conhecido das demandas ambientais, mas tam-
tuações imediatas (Bronfenbrenner, 1977). bém em modos que ‘antecipem as possíveis
Para lidar com todos estes níveis de análises, mudanças’ nestas demandas, em um momen-
simultaneamente, são necessárias descrições e to subseqüente.” (Valsiner & Connolly, 2003,
categorizações próprias para o fenômeno em ques- p. 11).
tão, abarcando cada nível da complexidade social.
Hinde (1992, 1997) propõe três estratégias para lidar
com o desafio que representa tratar o desenvolvimento Dada a relevância da cultura para o desenvol-
como um todo: (a) enfocar os indivíduos e suas redes vimento, o tópico a seguir é dedicado a tecer algumas
sociais distinguindo os níveis de complexidade social, considerações a respeito da cultura e seu papel no
bem como as relações dialéticas entre eles; (b) des- desenvolvimento humano.
A Ciência do Desenvolvimento Humano 1 7
Cultura e Desenvolvimento Humano ‘co-variância reativa’ entre pessoa e ambiente. Fo-
calizar essa estrutura como unidade de análise em
De acordo com Chick (1997), existem, na atu- pesquisa implica observar diferenças individuais entre
alidade, muitas definições de cultura, porém elas po- grupos e entre culturas.
dem ser resumidas em quatro categorias: (a) cultura Existem variações individuais dentro de uma
entendida como conhecimentos, crenças, idéias, va- mesma cultura e, também, variações de padrões de
lores, enfim, algo que está na cabeça das pessoas comportamento entre os membros de diferentes cul-
das diferentes sociedades; (b) cultura entendida como turas. Essas diferenças resultantes da exposição a
padrões de comportamento distintivos de sociedades fatores culturais distintos são perceptíveis em todos
particulares; (c) cultura como expressões materiais e os aspectos do desenvolvimento humano, desde a
comportamentais dos membros de uma sociedade; e cognição até o comportamento social, por exemplo.
(d) cultura como um sistema de informação compar- A comparação do funcionamento psicológico em con-
tilhada pelo grupo. Independentemente da diversida- textos culturais distintos, uma das tarefas da psicolo-
de de definições sobre o termo, a cultura oferece um gia transcultural, possibilita testar pressupostos uni-
sistema de significados compartilhados por meio dos versais acerca do comportamento humano e das re-
quais a pessoa internaliza valores culturais necessá- lações sociais, ressaltando, assim, o papel de culturas
rios para o desenvolvimento de competências específicas nesses processos, resultando em dados
adaptativas. Mesmo aqueles processos biológicos valiosos para os estudos sobre desenvolvimento hu-
humanos que são considerados universais (ex: pro- mano (Trommsdorff, 2002).
dução hormonal durante a adolescência) podem fun- Mas, não se pode deixar de considerar, dentro
cionar de modo bastante diferente, dependendo do do ambiente, os aspectos subjetivos que, sem serem
contexto cultural no qual a pessoa está inserida necessariamente tangíveis, têm a capacidade de mu-
(Trommsdorff, 2002). dar as trajetórias do desenvolvimento do indivíduo e
Super e Harkness (1999) destacam que o ele- do ambiente, ao longo do tempo. Alguns exemplos
mento mais importante da cultura em relação ao de- destes aspectos subjetivos são o código de comuni-
senvolvimento humano é o fato de ela constituir-se cação que o indivíduo estabelece para entrar em con-
em uma realidade imediata, presente e compartilha- tato com o seu meio, os símbolos que medeiam o seu
da pelos membros de uma comunidade, possuindo comportamento e as regras implícitas e explicitas que
potencial para permear todas as experiências e com- organizam as interações entre as pessoas. Estes ele-
portamentos das pessoas. Para esses autores, as pes- mentos subjetivos do ambiente são basicamente estí-
soas constroem o ambiente por meio dos costumes, mulos sociais que, ao entrarem em contato com o
dos comportamentos, das situações, das crenças e indivíduo, dão forma à bagagem psicológica.
dos valores, indicando que um determinado ambien- Como é que os elementos da cultura se inte-
te é formado por uma estrutura sistemática estática gram de forma a influenciar diretamente o desenvol-
e ao mesmo tempo dinâmica. Estrutura estática re- vimento humano, particularmente nas primeiras fa-
fere-se às características típicas do ambiente ime- ses do curso de vida? Acerca da organização cultural
diato da pessoa (ex: família), em uma dada cultura do desenvolvimento, Super e Harkness (1999) pro-
ou sub-cultura, que repercutem diretamente no seu põem o conceito de ‘nicho do desenvolvimento’, com-
desenvolvimento, tais como a natureza das posto por: (a) contexto físico-social da vida diária da
interações verbais e a distribuição de tarefas de criança, entendido como os objetos e pessoas que cir-
cuidado no âmbito da família. E são essas regulari- cundam a criança, e que representam riscos e apoios
dades ao longo do tempo que dão continuidade à para o seu crescimento, e os tipos de interações que
experiência do desenvolvimento. Por outro lado, a eventualmente ocorrem entre eles; (b) costumes re-
estrutura dinâmica do ambiente humano refere-se gulados culturalmente sobre o cuidado e educação
às respostas diferenciais entre as pessoas, segundo da criança, incluindo as práticas cotidianas, úteis e
as características próprias de idade, temperamento, significativas, que são aplicadas inconscientemente e
sexo, origem racial etc. e que são responsáveis pela que parecem ser óbvias e naturais; e (c) a psicologia
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dos cuidadores, que reflete o sistema de crenças cul- científicas, dentre as quais a biologia, a psicologia, a
turalmente organizado acerca do comportamento e fisiologia, a neuropsicologia, a sociologia e a antropo-
desenvolvimento da criança (‘etnoteorias parentais’). logia. No entanto, a comunicação multi e interdis-
Todos esses componentes do nicho de desenvolvi- ciplinar precisa ser cuidadosa. Lawrence e Dodds
mento merecem atenção dos pesquisadores da área (1997) explicam, por exemplo, que a simples transpo-
de desenvolvimento humano, embora, o primeiro de- sição de conceitos de uma disciplina para outra não é
les seja de particular importância, uma vez que o con- adequada, pois o uso de conceitos equivalentes entre
texto físico e social delimita as oportunidades de de- disciplinas deve ser antecedido de uma análise cuida-
senvolvimento da pessoa. dosa do termo, para cada uma delas, e pela verifica-
Não basta estudar os ‘nichos de desenvolvi- ção do suficiente paralelismo desses conceitos entre
mento’; é preciso, também, testar as teorias de de- as diferentes áreas. Nesse sentido, acredita-se que
senvolvimento em ambientes culturais distintos para os princípios e os conceitos básicos sobre os proces-
evitar vieses provenientes da produção de conheci- sos de desenvolvimento propostos pela ciência do
mento limitada a populações de países ocidentais in- desenvolvimento humano facilitam a comunicação
dustrializados. Tais vieses eurocêntricos e etnocên- entre as disciplinas, provendo uma linguagem comum
tricos, característicos das teorias contemporâneas, para a discussão dos dados empíricos.
contradizem os princípios sistêmicos do desenvolvi- A ciência do desenvolvimento tem o desafio
mento humano (Dasen & Mishra, 2000; van de Vijver de entender como os sistemas múltiplos influenciam
& Leung, 2000). o desenvolvimento individual, isto é, como os proces-
sos culturais e os eventos genéticos e fisiológicos se
Considerações Finais integram ao longo do curso de vida, promovendo o
funcionamento saudável e adaptativo da pessoa
Neste artigo, argumenta-se que o desenvolvi- (Magnusson & Cairns, 1996). Portanto, os estudos
mento precisa ser estudado considerando desde as em desenvolvimento precisam analisar a integração
unidades biológicas até as estruturas sociais, tendo ontogenética considerando o contexto e o tempo. As
como interface os padrões comportamentais. Isto mudanças temporais são utilizadas para esclarecer
requer a adoção de um conceito de desenvolvimento os mecanismos do desenvolvimento e demonstram
que reflita os avanços ocorridos nas últimas décadas, sua operação em instâncias concretas de adaptação.
em diferentes disciplinas dedicadas ao estudo desta Por exemplo, vínculos mediadores entre a ontogenia
variável, como também a adoção de modelos e os estudos temporais podem ser vistos em análises
sistêmicos. Segundo Lawrence e Dodds (1997), o detalhadas dos processos de transmissão e de mu-
desenvolvimento deve ser visto como “uma estrutura danças entre gerações (The Carolina Consortium on
sistêmica de relações bidirecionais entre níveis verti- Human Development, 1996).
cais e horizontais, ocorrendo em um tempo social e Embora os conceitos e pressupostos da ciên-
pessoal, sendo as mudanças probabilísticas e mani- cia do desenvolvimento humano tenham sido siste-
festadas em padrões de coações coordenadas por matizados na última década do século XX, a sua con-
meio de níveis do funcionamento humano” (p. 293). tribuição tem sido notória, particularmente no que tange
Portanto, é necessário desenvolver planejamentos de às integrações conceituais e à proposição de estraté-
pesquisa que sejam consistentes com a noção de de- gias metodológicas e analíticas para abordar os fenô-
senvolvimento constituído por mudanças que ocor- menos do desenvolvimento humano (Dessen, no pre-
rem em função do tempo e das características do lo). Tais avanços precisam, agora, ser compartilha-
contexto, com as interações entre sistemas internos dos entre os pesquisadores de desenvolvimento, vi-
e externos ao indivíduo, provocando o surgimento de sando à implementação de projetos de pesquisa que
novos padrões de funcionamento. tragam contribuições relevantes para a compreensão
Para estudar o desenvolvimento de forma in- dos processos de desenvolvimento humano neste sé-
tegrada, é necessário reconhecer que sua complexi- culo que se inicia.
dade implica o envolvimento de diferentes disciplinas
A Ciência do Desenvolvimento Humano 1 9
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