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Antes de mais qualquer coisa, devemos compreender que gêneros e tipos textuais
são duas categorizações distintas que têm como referência um mesmo objeto: o texto.
Por mais que sejam dois termos distintos, eles não se anulam, pois agem como “dois
lados de uma mesma moeda”.
Se temos um texto, podemos identificar nele o seu gênero e o seu tipo. Façamos a
leitura da seguinte narrativa:
#Texto
Em sua última semana de férias, Maria buscou aproveitar o seu descanso como nunca: se
colocou a ler um livro de histórias curtas. O seu irmão, Gustavo, reparou na garota: deitada no sofá
e com o livro sendo sustentado por dois finos braços. O garoto indagou:
A garota se colocou a ler novamente o seu livro de contos. Contrariado, Gustavo pegou o
seu smartphone e mandou mensagem para o WhatsApp de um de seus colegas de rua: “Vamos jogar
bola, kra. Tá chato aq em casa. Minha irmã só quer saber d texto.”
(Autoria própria)
Os gêneros textuais são infinitos. São categorizações feitas a partir das funções
sociais dos textos, algo que atende a questões como: em quais meios determinados
textos circulam, qual(ais) o(s) papel(éis) deles no cotidiano das pessoas que os
consomem etc. São infinitos porque praticamente o tempo inteiro gêneros novos surgem
(Ex.: post de Twitter), assim como gêneros antigos “morrem” (Ex.: telegrama) ou são
reinventados e dão origem a outros (Ex.: correio eletrônico, ou e-mail). Para que o
entendimento seja facilitado, podemos dizer que o gênero textual é a “roupa” do texto,
roupa esta que indicará a sua função social.
Os tipos textuais não são infinitos, ou seja, são de natureza limitada, justamente o
oposto dos gêneros textuais – ao menos neste sentido. São categorizações a partir dos
comportamentos dos textos. Se você tem um texto com uma determinada “roupa”, você
também pode perguntar como esse mesmo texto se comporta, não é mesmo?
Geralmente os tipos textuais estão expostos em:
Ou seja, podemos perceber que não temos como memorizar a quantidade exata de
gêneros textuais, mas podemos memorizar os tipos textuais mais recorrentes nas
discussões sobre a língua.
Você está lendo um conto? Então você tem um gênero: conto. Mas como ele se
comporta, de um modo geral?... De maneira instrucional? De maneira expositiva?
Evidentemente, tal gênero se comporta de maneira narrativa – afinal, uma trama está
sendo narrada! Você está tentando preparar um bolo a partir de uma receita? Então você
tem um gênero: receita de bolo. Mas como esse gênero se comporta? De maneira
narrativa? (Ex.: “Com muita tristeza, a clara se despediu do ovo e se encontrou com o
trigo dentro do bolo...”?) De maneira descritiva? Evidentemente, de maneira instrucional –
afinal, você está recebendo instruções de como fazer uma comida específica.
Texto 1
“[…] A educação no Brasil tem sido discutida cada vez mais, uma vez que ela é o principal
aspecto de desenvolvimento de uma nação.
Por esse motivo, o nosso país está longe de ser um país desenvolvido até que o descaso
com a educação persista.
Nosso grande educador Paulo Freire já dizia: “Se a educação sozinha não transforma a
sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”. [...]”
Pesquisadores do MIT registraram as oscilações registradas após a colisão de dois buracos negros, o que
pode comprovar a teoria da relatividade de Albert Einstein. De acordo com os cientistas, o som lembra o piar
de um pássaro.
Por G1
11/09/2019 17h19
Para o cientista alemão, um buraco negro que surge a partir da colisão de outros dois de
grande massa deveria vibrar após o choque produzindo ondas gravitacionais. Algo
parecido com um sino, que reverbera após o toque. Einstein previu que esta oscilação
poderia trazer informações sobre a massa e a trajetória de um buraco negro recém-
nascido.
"Todos nós esperamos que a (teoria da) relatividade geral esteja correta, mas esta é a
primeira vez que nós confirmamos como ela acontece", celebrou em nota um dos autores
do estudo, o uruguaio Maximiliano Isi. "Esta é a primeira vez que temos sucesso em uma
tentativa de medir o 'teorema' das equações de Einstein-Maxwell." [...]”
Fonte: <https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2019/09/11/cientistas-ouvem-pela-
primeira-vez-o-nascimento-de-um-buraco-negro.ghtml>. Acesso em 25 de Janeiro de
2020.
Texto 4
A Raposa e as Uvas
(De Esopo)
Em certa ocasião, uma raposa que estava sem comer há dias, e por isso, encontrava-se
morta de fome, andava por um pomar quando avistou um belo cacho de uvas.
As uvas negras estavam muito viçosas, e mais do que isso, estavam maduras e prontas
para serem apreciadas. Percebendo que estava sozinha e que o caminho estava livre,
aprontou-se para colher aqueles frutos.
Mesmo com todas as limitações, não poupou esforços ao tentar pegá-las, e por isso,
empregou todos os seus conhecimentos e habilidades. Ainda que elas estivessem fora de
seu alcance, não cessou as tentativas até que tivesse experimentado todas as
possibilidades.
Depois de tantas investidas fracassadas, além de faminta, agora ela estava exausta e
desapontada. Sendo assim, suspirando, deu de ombros, finalmente dando-se por vencida.
Deu meia volta e foi embora. Desolada por conta das tentativas mal sucedidas, a raposa
tentou consolar a si mesma dizendo:
“Na verdade, olhando com mais atenção, consigo perceber que todas as uvas estão
estragadas, e não maduras, como elas aparentavam quando as vi pela primeira vez.”
Moral da história: quando não ficamos atentos às nossas atitudes, perdemos a chance de
observar e corrigir nossos pontos fracos e desvios de caráter. Além disso, às vezes as
pessoas preferem se enganar a aceitar suas próprias limitações, perdendo oportunidades
preciosas de corrigir suas falhas.