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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO


COMARCA DE SÃO PAULO
FORO CENTRAL CÍVEL
34ª VARA CÍVEL
PRAÇA JOÃO MENDES S/Nº, São Paulo - SP - CEP 01501-900
Horário de Atendimento ao Público: das 12h30min às19h00min

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1085216-73.2018.8.26.0100 e código 7BABCB2.
SENTENÇA

Processo Digital nº: 1085216-73.2018.8.26.0100


Classe - Assunto Procedimento Comum Cível - Comissão
Requerente: Bravia Impact Assets Ltda.
Requerido: Kroton Educacional S.a.

Juiz(a) de Direito: Dr(a). ANDRE CARLOS DE OLIVEIRA

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ANDRE CARLOS DE OLIVEIRA, liberado nos autos em 06/09/2019 às 17:29 .
VISTOS.

BRAVIA IMPACT ASSETS LTDA. (BRAVIA e


ÁLVARO SCHOCAIR DE SOUZA FILHO (ÁLVARO), propõem ação de cobrança
contra KROTON EDUCACIONAL S.A. (KROTON), Álvaro participou da
fundação da Tarpon Investimentos S.A., tendo permanecido como executivo da
gestora até 2009, e como membro do conselho até 2011. Em decorrência dos
anos em que atuou na Tarpon Investimentos S.A., o autor desenvolveu uma boa
rede de relacionamentos com os sócios da empresa e construiu uma sólida
reputação no mercado. Certamente por isso, Giuliano Amaral, um dos
responsáveis pela área de fusões e aquisições da KROTON, sugeriu, em uma
conversa, que o autor intermediasse a aquisição, pela ré, do controle da Somos
Educação S.A., que então era controlada pela Tarpon Investimentos S.A.. Os
serviços de corretagem prestados pelos autores tiveram início em 11.04.17,
quando o Sr. ÁLVARO enviou ao Sr. Giuliano Amaral uma mensagem via
Whatsapp, informando que seria possível intermediar a aquisição da Somos
Educação S.A. e questionando se poderia prosseguir, ao que o Giuliano Amaral
respondeu que sim, sugerindo, inclusive, que agendassem uma reunião para que
o diretor e o gerente da área de fusões e aquisições da KROTON pudessem
conhecer o autor pessoalmente. Refere-se a troca de mensagens, mas apesar da
aprovação da ré para que os autores prosseguissem com a intermediação, a
KROTON tentou, no final de 2017, fechar diretamente o negócio, sem o auxílio de
qualquer intermediário. As negociações, contudo, não vingaram (cf. notícia Valor
Econômico). No início de 2018, com o crescimento do interesse na compra da

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Somos Educação S.A., e após perceber que não conseguiria negociar essa
aquisição diretamente, a KROTON, por meio Giuliano Amaral, voltou a recorrer
aos autores. Assim, com o incitamento da ré, os autores voltaram a atuar
ativamente na aproximação entre a KROTON e a Tarpon Investimentos S.A., a
fim de viabilizar a aquisição da Somos Educação S.A. pela ré. Nesse sentido, os
autores mantiveram contato com ambas as empresas e, valendo-se da relação
de confiança que tem com os sócios da Tarpon Investimentos S.A., ÁLVARO

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orientou-os a vender a Somos Educação S.A. orientação que, conforme se verá
mais adiante, foi seguida pelo sócio fundador da Tarpon Investimentos S.A.,
tendo sido essencial para a efetivação da aquisição. Em 10.04.18, quando o
negócio já estava bem encaminhado, ÁLVARO enviou aos Srs. Giuliano Amaral
e Mario Ghio, vice-presidente da KROTON, um e-mail com o contrato que apenas
formalizaria os serviços prestados e a comissão devida aos autores. A ré, no
entanto, jamais respondeu ao e-mail enviado por ÁLVARO, muito embora este
tenha questionado o Sr. Mário Ghio sobre a assinatura do contrato. Em 23.04.18,
poucos dias após a tentativa dos autores de formalizarem o contrato de
corretagem que já vinha sendo desenvolvida há cerca de 1 (um) ano, a ré
divulgou a celebração do Contrato de Compra e Venda de Ações e Outras
Avenças, por meio do qual a Saber Serviços Educacionais Ltda., sociedade
indiretamente controlada pela KROTON, adquiriu o controle da Somos Educação
S.A., pelo valor total de R$4.566.542.127,50. A ré sequer teve a consideração de
informar a aquisição realizada. Os autores apenas tomaram ciência do negócio
através do anúncio do fato relevante da empresa, divulgado em cumprimento de
norma da Comissão de Valores Mobiliários CVM. Naturalmente indignado com a
situação, o Sr. ÁLVARO enviou uma mensagem ao Sr. Mário Ghio, que teve a
desfaçatez de oferecer um simples jantar com vinho como pagamento da atuação
fundamental dos autores, nas palavras do próprio vice-presidente da KROTON,
sem a qual a aquisição da Somos Educação S.A. não teria ocorrido. Discorrem
sobre a empresa Kroton, sobre o direito que possuíam pelo resultado útil
alcançado, provada a corretagem, embora inexistente contrato formal. Citam

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doutrina e jurisprudência, requerendo arbitramento da comissão, levando em
consideração a natureza do negócio, o valor total da aquisição realizada e os
usos locais (fls. 01/18).
A inicial veio acompanhada de documentos (fls.
19/63).
Citada, contestou.
Em preliminar alega sua ilegitimidade passiva. A

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adquirente da Kroton seria sua holding “a Saber”. No mérito alega que Álvaro era
também acionista da vendedora Tarpon Investimentos S.A. via Bravia e, portanto,
beneficiário direto e imediato do produto da venda da Somos Educação para a
Saber. Bravia Brazil LLC e Bravia Master Fundo de Investimento em Ações, ao
tempo da venda para a Saber, eram as acionistas da Tarpon. A primeira era uma
offshore sediada em Delaware conhecido paraíso fiscal, que tem como principal
gestor o segundo autor, Álvaro Shocair. Nesse fundo de private equity, pelo
menos 30% dos investimentos é dos próprios gestores, como se verifica das
informações coletadas nos sites de investimento, na internet. Já, o Bravia Master
Fundo de Investimento em Ações, é um veículo de investimento da gestora de
recursos e também autora Bravia Impact Assets, que tem como Chief Executive
Officer (CEO) Álvaro Shocair. Como gestor do aludido fundo, a Bravia Impact tem
evidente interesse no negócio entre Somos Educação e o Grupo Kroton. Afinal, a
venda a preço mais alto gera retorno para os investidores do fundo e melhores
taxas de remuneração para os seus gestores. Além disso, o segundo autor
figurou não apenas como partícipe da Tarpon, tal e qual menciona. Ele era um
dos melhores amigos do seu principal acionista, José Carlos Reis de Magalhães
Neto, o ZECA. Não poderia a parte interessada no negócio e beneficiária de parte
do preço arvorar-se na condição de corretora de si mesma e dos próprios
interesses. Álvaro jamais foi procurado como corretor, mas sim na qualidade de
acionista da Tarpon. Refere-se a almoço e certo que Álvaro deixou claro e
explícito que ajudaria, na condição de acionista da vendedora (por intermédio da
sua Bravia, como já visto), à concretização da negócio, mas não como assessor

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financeiro ou intermediário no processo de negociação da Somos Educação. Não
houve contrato, quando muito gestão de negócios. Conversa por watsapp e
rápido almoço não dariam direito à comissão perseguida. Álvaro, vendo a
iminência do negócio, encaminhou correspondência autorizando prosseguimento
sem a sua ajuda, se assim entendessem. Dias depois, encaminhou minuta de
contrato de corretagem, tentando forçar realidade paralela. O negócio saiu do
papel após ingentes esforços das partes e a colaboração incessante e dedicada

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do assessor e intermediador contratado, o Banco BTG, que avaliou a Somos
Educação, representou a compradora em todas infindáveis negociações que
tomaram todo esse entretempo; e discutiu as minutas com as partes. Álvaro não
praticou nenhum ato identificável como corretagem, intermediação ou assessoria
empresarial. Faz considerações sobre o que denomina 'sete erros', concluindo
que houve foi é efetiva e bem-sucedida intermediação pelo BTG, Banco. Tinha
cláusula de exclusividade na prestação dos serviços. O BTG Pactual produziu
avaliações e apresentações e interagiu com os vendedores, como mandatários
da compradora, promovendo o que a lei denomina, efetivamente, como
aproximação eficaz, que, na compra e venda de empresas, diferentemente do
que ocorre com uma corretagem imobiliária, não decorre de uma visita guiada ou
uma conversa com o vendedor, mas com extenuante trabalho de análise
financeira, reuniões e tratativas e foi o que fez o assessor contratado aqui,
mediante o pagamento de nove milhões de reais. Os autores pretendiam receber
trinta e quatro milhões de reais, quatro vezes a maior. Analisa o artigo 725 do
Código Civil, nexo de causalidade e efeito, nada tendo feito o autor Álvaro, que
teria interesse na qualidade de acionista indireto da Tarpon. A pretensão dos
autores seria abusiva. Impugna o valor da causa, requerendo retificação para R$
34.249.065,96. Requer segredo de justiça e a improcedência do pedido (fls.
76/114).
Os documentos de fls.115/258 vieram com a
contestação. Houve réplica, fls. 261/279, com pleito posterior de julgamento
antecipado (fls. 285/286).

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Os autores querem produzir prova oral (fls.
287/289).
É o relatório.
DECIDO.
O caso é de julgamento antecipado, na forma do
artigo 355, inciso I do Código de Processo Civil. Efetivamente, a questão de
mérito a ser analisada é de direito e de fato, mas não se mostra necessária a

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produção de provas em audiência. Os documentos apresentados pelas partes,
com a inicial e contestação, permitem o deslinde da causa.
De tal sorte, “Presentes as condições que
ensejam o julgamento antecipado da causa, é dever do juiz, e não mera
faculdade, assim proceder” (STJ, 4ª T., REsp. 2.832 RJ, rel. Min. Sálvio de
Figueiredo, j. 14.8.90, DJU 17.9.90, p. 9.513; no mesmo sentido, RSTJ 102/500 e
RT 782/302).
A impugnação ao valor da causa procede.
Embora os autores não indicassem valor certo e
determinado para a corretagem que buscam seja, por isso mesmo arbitrada,
admitem que enviaram contrato buscando o recebimento do percentual de 0,75%,
quantia que alegam inferior ao correntio.
Por isso querem arbitramento sob outras
considerações, mas de forma alguma insinuam a possibilidade de arbitramento
inferior a 0,75%, muito menos o valor ínfimo que atribuíram à causa, em se
considerando o valor da corretagem.
Assim, a causa deve ter o valor de
R$34.249.065,96, que é o quanto extrajudicialmente reivindicavam. É o que fica
determinado, devendo os autores, independendo do julgamento de mérito, que
seguirá, para fins de alçada e eventual recurso, promoverem o recolhimento da
diferença das custas.
A alegada preliminar de ilegitimidade passiva não
procede.

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Toda a inicial narra que a requerida era a
interessada na aquisição, que sustentam terem intermediado, não se negando,
também porque provado e confessado, que a aquisição se deu ao final por
holding do grupo empresarial da requerida.
Tem a requerida, portanto, legitimidade passiva
para figurar no polo da demanda.
No mérito os autores querem o arbitramento de

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corretagem a que fariam jus pela aproximação útil entre a requerida e terceira
empresa, resultando na aquisição da Somos Educação, pelo valor de
R$4.566.542.127,50.
A requerida resiste, alegando que ocorreram
alguns poucos contatos, em almoço e troca de mensagens watsapp, mas
nenhuma delas hábil a constituir direito, aos autores e em especial Álvaro, no
recebimento da corretagem ou intermediação no negócio. Mais, indicam o Banco
BTG, com quem contrataram formalmente, inclusive com cláusula de
exclusividade e para quem pagaram, valor certo e indicado, pela intermediação.
Sem embargo das ponderações da inicial, o
pedido é improcedente.
Admite o autor Álvaro que por tempo significativo
permaneceu como executivo da gestora Tarpon, até 2009, além de membro do
conselho até 2011. Também e inclusive, participou da fundação da Tarpon, sendo
ainda, conforme admissão da réplica e informado na contestação, acionista
indireto.

O acesso, autorizado a qualquer título, de Álvaro


com pessoa responsável pela empresa vendedora, requestado agora por
representante da empresa requerida, adquirente, não vai além de intermediação
pessoal, sem conferir direito ao recebimento de corretagem pela negociação
ultimada.
É que, como provado pela requerida, a

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intermediação formal, intensa, com todas as exigências de lei, foi feita pelo Banco
BTG, inclusive com cláusula de exclusividade, o que afasta a possibilidade de os
autores ou qualquer outro interessado concorrerem na atividade.
O BTG Pactual, intermediador contrato, produziu
avaliações e apresentações e interagiu com os vendedores, como mandatários
da compradora, situação típica de aproximação eficaz. Não se pode ignorar o tipo
de negócio, que de fato não equivale à venda e compra de imóvel, v.g., com visita

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e singelas conversas, mas trabalho intenso de análises financeiras, reuniões e
ultimação do negócio, o que se deu ao final, fato incontroverso.
Os autores também admitem que até tentaram
formalizar contrato de intermediação, repudiado pela requerida.
Dispõe o art. 725, do Código Civil:
A remuneração é devida ao corretor uma vez
que tenha conseguido o resultado previsto no contrato de mediação, ou
ainda que este não se efetive em virtude de arrependimento das partes.”.
As simples trocas de mensagens via watsapp ou
almoços poucos, entre as partes, não é suficiente para concluir que a venda e
compra se deu por esse meio de atuação, mas sim porque, conforme contrato
com Instituição financeira, Banco BTG, foi a razão última da celebração do
negócio.
Na lição de Maria Helena Diniz, “o corretor tem
direito à remuneração se aproximou as partes e elas acordaram no negócio,
mesmo que, posteriormente, se modifiquem as condições ou o negócio
venha a ser rescindido ou desfeito, inclusive por arrependimento de
qualquer dos contratantes” (Código civil anotado. 15ª edição. São Paulo:
Editora Saraiva, 2010. Página 518).
O envolvimento episódico de Álvaro, também
porque interessado mesmo no negócio, mesmo como acionista minoritário,
mesmo que existente não foi conclusivo para o negócio, o que seria
indispensável para a procedência de seu pleito.

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Embora envolvendo imóvel, já decidiu o C.
Superior Tribunal de Justiça que a simples aproximação das partes não autoriza
o pagamento da corretagem buscada.
CIVIL. CORRETAGEM. COMISSÃO. COMPRA E
VENDA DE IMÓVEL. NEGÓCIO NÃO CONCLUÍDO. RESULTADO ÚTIL.
INEXISTÊNCIA. DESISTÊNCIA DO COMPRADOR. COMISSÃO INDEVIDA.
HIPÓTESE DIVERSA DO ARREPENDIMENTO. 1. No regime anterior ao do

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CC/02, a jurisprudência do STJ se consolidou em reputar de resultado a
obrigação assumida pelos corretores, de modo que a não concretização do
negócio jurídico iniciado com sua participação não lhe dá direito a
remuneração. 2. Após o CC/02, a disposição contida em seu art. 725,
segunda parte, dá novos contornos à discussão, visto que, nas hipóteses
de arrependimento das partes, a comissão por corretagem permanece
devida. Há, inclusive, precedente do STJ determinando o pagamento de
comissão em hipótese de arrependimento. 3. Pelo novo regime, deve-se
refletir sobre o que pode ser considerado resultado útil, a partir do trabalho
de mediação do corretor. A mera aproximação das partes, para que se inicie
o processo de negociação no sentido da compra de determinado bem, não
justifica o pagamento de comissão. A desistência, portanto, antes de
concretizado o negócio, permanece possível. 4. Num contrato de compra e
venda de imóveis é natural que, após o pagamento de pequeno sinal, as
partes requisitem certidões umas das outras a fim de verificar a
conveniência de efetivamente levarem a efeito o negócio jurídico, tendo em
vista os riscos de inadimplemento, de inadequação do imóvel ou mesmo de
evicção. Essas providências se encontram no campo das tratativas, e a não
realização do negócio por força do conteúdo de uma dessas certidões
implica mera desistência, não arrependimento, sendo, assim, inexigível a
comissão por corretagem. 5. Recurso especial não provido. (g.n., REsp
1183324/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em
18/10/2011, DJe 10/11/2011).

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No mesmo sentido:
CORRETAGEM. COMISSÃO. CONTRATO
VERBAL. AÇÃO DE COBRANÇA. AUSÊNCIA DE EXCLUSIVIDADE.
AUSÊNCIA DE PROVA DE QUE O TRABALHO DO AUTOR RESULTOU NO
CONSENSO DAS PARTES QUANTO AOS ELEMENTOS ESSENCIAIS DO
NEGÓCIO. A APROXIMAÇÃO DAS PARTES NÃO GERA DIREITO À
PERCEPÇÃO DA REMUNERAÇÃO, SE NÃO HÁ PROVA NO SENTIDO DE

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QUE AS CONDIÇÕES PROPOSTAS SÃO AS MESMAS DA NEGOCIAÇÃO,
POSTO QUE O RISCO É DA ESSÊNCIA DA ATIVIDADE MEDIANEIRA.
RECURSO NÃO PROVIDO. (TJSP; Apelação 0010263-51.2011.8.26.0602;
Relator: Alfredo Attié; Órgão Julgador: 26ª Câmara de Direito Privado; Foro de
Sorocaba - 2ª. Vara Cível; Data do Julgamento: 24/08/2017; Data de Registro:
28/08/2017).
De fato, não há comprovação de que a simples
aproximação feita pelo autor Álvaro tenha sido o móvel único da venda e compra,
também porque sequer explicitou no que teria consistido as suas proposições e a
correlação com o negócio final.
Basta para isso a mera confrontação do contrato
celebrado pela requerida com o banco BTG e as mensagens citadas pelo autor
Álvaro para perceber a disparidade de atuação, que não poderia mesmo ser
comparada a aproximação por afinidade, inicial e que deu sequência a
negociação por período considerável, até conclusão do negócio.
Improcedente a ação, pois.
Pelo exposto, JULGO IMPROCEDENTE a ação
proposta por BRAVIA IMPACT ASSETS LTDA. (BRAVIA e ÁLVARO
SCHOCAIR DE SOUZA FILHO (ÁLVARO), contra KROTON EDUCACIONAL
S.A. (KROTON), nos termos da fundamentação, julgando extinto o processo, com
resolução do mérito, com fulcro no artigo 487, I (segunda hipótese) do Código de
Processo Civil.

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Sucumbente, condeno os autores em honorários
advocatícios, que arbitro em 10% do valor da causa, considerada a impugnação
acolhida nesta sentença, atualizado a partir da inicial, bem como no pagamento
das diferenças das custas iniciais e pagamento das finais. Também no
pagamento das verbas de reembolso, corrigidas.
P.I.C.
ANDRÉ CARLOS DE OLIVEIRA

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JUIZ DE DIREITO

São Paulo, 15 de agosto de 2019.

DOCUMENTO ASSINADO DIGITALMENTE NOS TERMOS DA LEI 11.419/2006,


CONFORME IMPRESSÃO À MARGEM DIREITA

1085216-73.2018.8.26.0100 - lauda 10

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