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FUÃO, Fernando Freitas (Org.). Arquiteturas Fantásticas. Porto Alegre, Ed.

Universidade/UFRGS, 1999.

Fantástico na arquitetura (p.13-36)

“Pouco a pouco, vão se tornando parte do cenário urbano e passam a adquirir um caráter
simbólico que reforça a imagem da cidade para seus habitantes, transformam-se em
cartões postais, pontos de atração turística e importantes fontes de recursos” (FUÃO,
1999, p.14).

“O fantástico não deixa de ter sua razão, ele não é um discurso sem pé nem cabeça, um
corpo desprovido de razão. Ele possui lógica própria, mas situada em outro âmbito do
pensamento humano. O processo poético da geração dessas arquiteturas tem sido ainda
pouco estudado, sua gênese, articulações e retóricas compositivas são quase que
completamente desconhecidas” (FUÃO, 1999, p.14).

“O fantástico, quer na literatura, na pintura ou na arquitetura é, em sua essência, um


discurso de revelação que coloca em cheque os critérios de criação através da diferença
e que se baseia no princípio da hesitação entre realidade e sonho. O conhecimento e a
exploração desses princípios retóricos e poéticos do fantástico podem constituir num
verdadeiro instrumental para os arquitetos contemporâneos” (FUÃO, 1999, p.14).

“O fantástico não nasce da rejeição. Ele é um elemento intrínseco à formação da


realidade, quer por exclusão, quer por aceitação” (FUÃO, 1999, p.15).

“O fantástico surge exatamente da ruptura do contínuo, da intromissão da diferença, que


reafirma a própria idéia de realidade” (FUÃO, 1999, p.16).

“A história da arquitetura, além de excluir e distorcer a imaginação ativa, de encobrir todo


o maravilhoso da arquitetura com o seu véu de pureza e castidade das formas, deslocou
as arquiteturas não-construídas para o campo das artes plásticas e da literatura. Sob o
rótulo de arquiteturas utópicas ou visionárias, a história da arquitetura distanciava o sonho
da realidade, a ponto de mitificá-las como irrealizáveis, tal como a palavra utopia nos
sugere hoje” (FUÃO, 1999, p.17).
“A prática de segregação dessas arquiteturas e desses lugares é a mesma prática que
fundou e que se instalou sobre os corpos na cidade fragmentada e especializada: lugar
de trabalho, enfermidades, loucura, espera, lazer… As fantasias são trancafiadas nesses
espaços, em nossas cabeças, exatamente como a loucura é trancafiada nos sanatórios.
Não é por acaso que a sociedade reprime a fantasia arquitetônica. Uma vez construída na
cidade, ela seria um poderoso referencial para liberar a repressão da imaginação,
deixando automaticamente de ser considerada loucura e fantasia para dar lugar a outras
proibições, a novas culturas” (FUÃO, 1999, p.20).

“São exatamente aquelas fantasmagorias do século 18 que vão se corporificar mais


vivamente na fotografia, no filme e no espetáculo cinematográfico, agora sob novas
fantasias. O materialismo do século 20 botou para correr, definitivamente, os fantasmas
da arquitetura e resolveu animá-los na película, no cinema, nos gêneros de ficção
científica e terror. É justamente nesses suportes que a imaginação moderna atinge sua
maior intensidade e coloca explicitamente suas superstições e mitologias, revelando com
intensidade o forte simbolismo ainda existente nos espaços arquitetônicos. O cinema
conseguiu reunir as estruturas sonoras e o espetáculo visual num único suporte, numa
única pele, a película, muito mais flexível que a arquitetura” (FUÃO, 1999, p.23).

Cidades imaginárias: utopias e distopias no cinema e nas histórias em quadrinho


(p.147-162)

“As diferenças gerais entre fantasia e ficção científica podem estabelecer-se com respeito
a quatro conceitos: verossimilhança, conecção, temporalidade e moralidade”
(MONTANER, 1999, p.148).

“Uma característica essencial de toda a construcção de ficção científica radica no tempo.


O escritor - ou o roteirista - toma como premissa crítica certos fenômenos da sociedade
contemporânea - um poder ditatorial, o predomínio da informação, os avanços na
engenharia genética, a escassez de fontes de energia, uma terceira guerra mundial, etc. -
e extrapola essa situação até uma data concreta: vinte, trinta, cem anos mais tarde. A
sociedade futura é recriada com a maior verossimilhança possível, partindo das
premissas iniciais e todos os fatos e ações que se recriam estão conectados da maneira
mais razoável possível” (MONTANER, 1999, p.150).

“A fantasia pura, por outro lado, não somente recria situações inverossímeis e
desconexas, mas também, enquanto espaço mental que é, a ação não se situa nunca em
um tempo concreto e definido, já que o tempo real não existe fantasia e nos sonhos”
(MONTANER, 1999, p.150).
“Entre as arquiteturas desenhadas, os cenários cinematográficos e as histórias em
quadrinhos (ou comics) existe um vínculo comum: o desenho arquitetônico. Todos se
baseiam faculdade de representar através do desenho uma realidade espacial e
narrativa” (MONTANER, 1999, p.152).

“A gramática da fantasia se baseia na recriação de fragmentos da realidade existente que


conformam histórias mais ou menos novas (…) com seu mecanismo de colega de
fragmentos, são capazes de inventar um universo qualitativamente novo e original, que
passará a ser imitado e referenciado” (MONTANER, 1999, p.154-156).

“Todo o recente cinema de ficção científica é uma mostra de como a cidade do futuro é
composta sempre de retalhos do passado, uma eclética colega do ontem e do amanhã”
(MONTANER, 1999, p.156).

“Distopias. Quer dizer, críticas à sociedade e à cidade contemporânea, tais como as que
Bilal/Christin apresentam em A cidade que nunca existiu, com seu Falanstério que
começa querendo ser uma cidade filantrópica ideal e acaba sendo uma prisão.
Curiosamente, sua forma é muito semelhante ao projeto Protected Village (1970) de
Hans-Rucker e Co.” (MONTANER, 1999, p.160).

“Utopias. Ou seja, recriações de cidades ideais ou de cidades globais, similares aos


arranha-céus ideais de Hugh Ferriss e expressadas nas cidades cúbicas de
Schuiten/Peeters e nas cidades épicas e amavelmente modernas de Daniel Torres”
(MONTANER, 1999, p.160-161).

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