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Irrigação – Qualidade da água para irrigação

1. INTRODUÇÃO

A qualidade da água para irrigação depende não só apenas do seu conteúdo em sais, mais também
do tipo de sal. A água não tem qualidade inerente, exceto no contexto para o qual é usada, pois sua
adequabilidade depende do que pode ser feito com ela sob condições específicas de uso. Assim, além das
características físico-químicas da água, outros fatores devem ser levados em consideração e analisados em
conjunto quando de sua avaliação e recomendação de uso para irrigação. Entre esses fatores podem ser
apontados: as características do solo; a tolerância das culturas a serem exploradas; as condições climáticas
locais e o manejo da irrigação e drenagem.
Os problemas mais comuns derivados da qualidade da água se relacionam com os seguintes efeitos:
- Salinidade: à medida que aumenta a quantidade de sais na solução do solo, há também um aumento no
potencial osmótico e, portanto, a planta tem que exercer um maior esforço de sucção para absorver água
pelas raízes. Tudo isso se traduz, em última instância, na diminuição da quantidade de água disponível para
as plantas.
- Infiltração de água no solo: uma quantidade relativamente alta de sódio e baixa de cálcio significa que as
partículas do solo tendem-se a desagregar, ocasionando uma redução na velocidade de infiltração de água
no solo. Esta redução da infiltração pode ser de tal magnitude que implique numa menor disponibilidade de
água para a planta.
- Toxicidade: alguns íons, tais como sódio, cloro e boro, podem se acumular nas plantas em concentrações
suficientemente altas a fim de comprometer a produtividade.
- Outros efeitos: em algumas ocasiões devem-se considerar os nutrientes contidos na água por ocasião da
prática de irrigação. Em outras, a presença de determinados sais na água pode desencadear a corrosão
excessiva dos equipamentos de irrigação, aumentando o custo de manutenção.

2. SALINIDADE

Quando existem sais na solução do solo, aumentam as forças de retenção devido a afinidade dos
sais por água e, consequentemente, as plantas devem fazer um esforço suplementar para absorver água. A
presença de sais na água de irrigação e as perdas de água por evapotranspiração podem provocar a
salinização do solo. No primeiro caso, sempre haverá um aporte de sais no solo mediante a prática da
irrigação. A quantidade de sais incorporada ao solo dependerá da qualidade da água e da freqüência da
irrigação. No segundo caso, por ocasião da evapotranspiração, haverá a perda de água para atmosfera e
conseqüente concentração dos sais no solo. Esse efeito acumulativo diminui a disponibilidade de água para
o cultivo na medida em que se aumenta a salinidade da solução do solo.
A salinidade da solução do solo é difícil de ser medida, sendo expressa normalmente pela salinidade
de seu extrato de saturação. Esse extrato é obtido da seguinte forma: em uma amostra de solo adiciona-se
água destilada até sua completa saturação. Em seguida, extrai-se a totalidade dessa água mediante sucção
da amostra em bomba de vácuo e mede-se a condutividade elétrica dessa solução, corrigindo-a para uma
o
temperatura de 25 C.
A concentração de sais na zona radicular varia com a profundidade. Imediatamente após uma
irrigação, a maior quantidade de água facilmente disponível se encontra na camada superior da zona
radicular, que é também a camada com maior densidade de raízes e com menor salinidade. A medida que
ocorre a evapotranspiração, a umidade dessa camada diminui progressivamente, até que chega o momento
em que a água mais facilmente disponível se desloca das camadas inferiores da zona radicular. Essas
camadas inferiores são mais salinas, pois recebem os sais das camadas superiores que são arrastados
pelas irrigações seguintes. Em condições de disponibilidade de água a diferentes profundidades, as plantas
extraem mais facilmente a água das camadas superiores, que é menos salina. Por isso, as irrigações devem
ser planejadas de forma a não esgotar a água facilmente disponível na camada superior da zona radicular.
Uma vez que se mantém elevada a disponibilidade de água na zona radicular, é preciso lixiviar o
excesso de sais acumulados nessa região antes que sua concentração traga limitações ao desenvolvimento

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da planta. Nesse sentido, será necessária a aplicação de uma maior quantidade de água além da requerida
pela evapotranspiração. Essa quantidade de água necessária para lixiviar os sais da zona radicular depende
da qualidade da água aplicada e da tolerância dos diferentes cultivos à salinidade.
Com águas muito salinas é preciso maiores quantidades de água para lixiviação, o que aumenta os
riscos de aumentar o nível do lençol freático em áreas em que este tem pouca profundidade. Os sais
acumulados no lençol freático ascendem por capilaridade até a zona radicular aumentando sua salinidade.
Nestes casos é imprescindível a instalação de um adequado sistema de drenagem para controlar o nível do
lençol freático e, consequentemente, a salinidade da zona radicular.

2.1 Avaliação da salinidade

Os dados a considerar numa análise de água são a composição e a concentração de sais


dissolvidos.
Quanto a composição dos sais dissolvidos, os íons mais importantes contidos na água de irrigação
são os seguintes:
2+ 2+ + +
- cátions: cálcio (Ca ), magnésio (Mg ), sódio (Na ), potássio (K ).
- 2- - 2-
- ânions: cloreto (Cl ), sulfato (SO4 ), bicarbonato (HCO3 ), carbonato (CO3 )
-1
O conteúdo de cada íon é medido em miligramas (mg) ou em miliequivalentes por litro (meq L ). O
miliequivalente é igual ao peso atômico, molecular ou iônico dividido pela valência do íon. A tabela 1
expressa a equivalência entre miliequivalente e miligrama de diversos íons.

Tabela 1. Equivalência entre miliequivalente (meq) e miligrama (mg) de diversos íons.

Íons mg contido em um meq meq contido em um mg


2+
cálcio (Ca ) 20 0,0500
2+
magnésio (Mg ) 12,2 0,0819
+
sódio (Na ) 23 0,0434
+
potássio (K ) 39,1 0,0256
-
cloreto (Cl ) 35,5 0,0282
2-
sulfato (SO4 ) 48 0,0208
-
bicarbonato (HCO3 ) 61 0,0164
2-
carbonato (CO3 ) 30 0,0333

Quanto a concentração de sais, o conjunto de sais dissolvidos recebe o nome de extrato seco. Para
a medida desses sais se empregam dois procedimentos:
- medição do conteúdo de sais: se evapora em estufa uma amostra de água e pesa o resíduo sólido. O
-1 -1
resultado é expresso em g L ou em mg L (ppm).
- medição da condutividade elétrica: a condutividade elétrica de uma solução é proporcional ao conteúdo
de sais dissolvidos na solução. Os sais que interessam na água de irrigação são muito solúveis e ionizáveis.
Portanto, pode-se conhecer indiretamente o conteúdo salino de uma solução medindo a quantidade de
corrente elétrica que passa através dessa solução.
A condutividade elétrica varia com a temperatura de modo que para normalizar as medidas
o
convencionou-se expressá-las à temperatura de 25 C. Os fatores de correção são obtidos por meio de
tabela. Nos condutivímetros comerciais, essa normalização é feita automaticamente.
o
A condutividade elétrica é expressa em mho/cm à temperatura de 25 C. Como na água os valores de
condutividade elétrica são muito pequenos, se utilizam os submúltiplos de mho:

milimho = mmho = milésima parte do mho


micromho = milionésima parte do mho

Atualmente a condutividade elétrica tem sido expressa em deciSiemens/m (dS/m) e em


microSiemens/cm (microS/cm).

dS/m = mmho/cm; microS/cm = micromho/cm

A condutividade elétrica da água de irrigação (CEa), conforme Rhoades et al. (1992), apresenta as
seguintes relações com outros parâmetros de salinidade:
-1
TSD = 640.CEa (0,1 < CEa ≤ 5 dS m ) (1)

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sendo:
-1
TSD = totais de sólidos dissolvidos, mg L ;
-1
CEa = condutividade elétrica da água, dS m .
-1
TSD = 800.CEa (CEa > 5 dS m ) (2)

sendo:
-1
TSD = totais de sólidos dissolvidos, mg L ;
-1
CEa = condutividade elétrica da água, dS m .
-1
SC ou SA = 10.CEa (0,1 < CEa ≤ 5 dS m ) (3)

sendo:
-1
SC = soma de cátions, mmolc L ;
-1
SA = soma de ânions, mmolc L ;
-1
CEa = condutividade elétrica da água, dS m .

SSTlog = 0,990 + 1,055.logCEa (4)

sendo:
-1
SSTlog = logaritmo de sólidos solúveis totais, mmolc L ;
-1
CEa = condutividade elétrica da água, dS m .

FI = 0,0127.CEa (5)

sendo:
-1
FI = força iônica, mol L ;
-1
CEa = condutividade elétrica da água, dS m .
-1
ψos = 0,004.CEa (3 < CEa < 30 dS m ) (6)

sendo:
ψos = potencial osmótico, kPa;
-1
CEa = condutividade elétrica da água, dS m .

A classificação da água de irrigação quanto ao risco de salinidade, proposta pela FAO e


recomendada pelo Comitê de Consultores da Universidade da Califórnia (UCCC) é apresentada na Tabela 2.

Tabela 2. Classificação da água de irrigação quanto ao risco de salinidade.

Grau de restrição ao uso


Unidade
Nenhum Ligeiro a moderado Severo
-1
dS m < 0,7 0,7 - 3 >3
-1
mg L < 450 450 - 2000 > 2000

De acordo com a Tabela 2, não apresentam problemas as águas correspondentes a valores sem
nenhuma restrição. No caso de restrição ligeira a moderada, é necessário um cuidado maior com relação ao
manejo da água e dos cultivos, no intuito de não comprometer o rendimento. No caso de restrição severa,
podem aparecer problemas graves se não é feito um manejo muito eficiente.

2.2 Tratamento dos problemas de salinidade

Os tratamentos para solucionar os problemas de salinidade causados a longo prazo pela água de
irrigação são: lixiviação, drenagem e mudança de cultivo por outra mais tolerante à salinidade. A lixiviação
deveria ser feita sempre, salvo em caso de precipitações abundantes durante alguma época do ano. A
drenagem se pratica quando existem problemas de ascensão do lençol freático. A mudança de cultivo por
outro mais tolerante se faz quando as práticas anteriores não são suficientes.
Para solucionar os problemas de salinidade a curto prazo se utilizam certas práticas, tais como:
programação da irrigação para evitar a formação de crosta superficial, localização das sementes em zonas
de menor concentração salina e fertilização adequada.

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2.2.1 Lixiviação

Para evitar o acúmulo de sais na zona radicular até limites que possam comprometer o rendimento
dos cultivos, é necessário que a quantidade de sais deslocada pela lixiviação seja, ao menos, igual a
fornecida com a água de irrigação. O requerimento de lixiviação ou fração de lixiviação é a fração da
água de irrigação que deve atravessar a zona radicular para lixiviar os sais que se acumulam nesta
zona. Assim, por exemplo, um requerimento de lixiviação de 0,15 significa que 85% da água de irrigação
correspondem ao suprimento da evapotranspiração e 15% à lixiviação.
O requerimento de lixiviação depende da salinidade da água de irrigação e da tolerância dos cultivos
à condutividade elétrica do extrato saturado do solo. Este requerimento pode ser calculado pelas seguintes
equações:

- em irrigação por gravidade e aspersão de baixa freqüência:

CEa
RL = 100 (7)
5CEe − CEa

sendo:
RL = requerimento de lixiviação, %;
-1
CEa = condutividade elétrica da água de irrigação, dS m ;
CEe = condutividade elétrica do extrato saturado do solo, definida em função da redução do rendimento do
-1
cultivo desejada, dS m .

- em irrigação por gotejamento e aspersão de alta freqüência:

CEa
RL = 100 (8)
2max CEe

sendo:
maxCEe = condutividade elétrica do extrato saturado do solo, para a qual a redução do rendimento do cultivo
-1
é de 100%, dS m .

Deve-se levar em consideração a eficiência do processo que pode variar desde 100% em solos
arenosos, até 30% em solos argilosos expansivos. Sendo assim:

RL
RLreal = (9)
EL

sendo:
EL= eficiência de lixiviação, adimensional.

Exemplo: Calcular o requerimento de lixiviação real de um cultivo de algodão para que não haja redução do
rendimento. O solo é argiloso com uma eficiência de lixiviação de 35%. A condutividade elétrica da água de
irrigação é de 1,5 dS/m e a condutividade elétrica do extrato saturado do solo para que não haja redução no
rendimento é de 7,7 dS/m. Considere a irrigação por aspersão de baixa freqüência.

Solução:

CEa 1,5
RL = 100 = x 100 = 4%
5CEe − CEa 5 x 7,7 − 1,5

RL 4
RLreal = = = 11,4%
EL 0,35

A tolerância à salinidade varia de acordo com a espécie vegetal. As mais tolerantes têm maior
capacidade de adaptação osmótica, o que lhes permitem absorver maior quantidade de água em condições
de elevada salinidade. A Tabela 3 mostra o grau de tolerância dos cultivos (expresso em percentual de
redução do rendimento) em função da condutividade elétrica do extrato saturado do solo.

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Tabela 3. Tolerância à salinidade das culturas selecionadas e seu rendimento potencial em função da salinidade do solo ou da água
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Rendimento potencial
3
Culturas 100% 90% 75% 50% 0%
CEes CEa CEes CEa CEes CEa CEes CEa CEes CEa
Extensivas
4
Cevada (Hordeum vulgare) 8,0 5,3 10,0 6,7 13,0 8,7 18,0 12,0 28,0 19,0
Algodoeiro (Gossypium hirsutum) 7,7 5,1 9,6 6,4 13,0 8,4 17,0 12,0 27,0 18,0
5
Beterraba açucareira (Beta vulgaris) 7,0 4,7 8,7 5,8 11,0 7,5 15,0 10,0 24,0 16,0
Sorgo (Sorghum bicolor) 6,8 4,5 7,4 5,0 8,4 5,6 9,9 6,7 13,0 8,7
4,6
Trigo (Triticum aestivum) 6,0 4,0 7,4 4,9 9,5 6,3 13,0 8,7 20,0 13,0
Trigo duro (Triticum turgidum) 5,7 3,8 7,6 5,0 10,0 6,9 15,0 10,0 24,0 16,0
Soja (Glycine Max) 5,0 3,3 5,5 3,7 6,3 4,2 7,5 5,0 10,0 6,7
Caupi (Vigna unguiculata) 4,9 3,3 5,7 3,8 7,0 4,7 9,1 6,0 13,0 8,8
Arroz (Oryza sativa) 3,3 2,2 3,8 2,6 5,1 3,4 7,2 4,8 11,0 7,4
Amendoim (Arachis hypogaea) 3,2 2,1 3,5 2,4 4,1 2,7 4,9 3,3 6,6 4,4
Cana-de-açúcar (Saccharum officinarum) 1,7 1,1 3,4 2,3 5,9 4,0 10,0 6,8 19,0 12,0
Milho (Zea mays) 1,7 1,1 2,5 1,7 3,8 2,5 5,9 3,9 10,0 6,2
Linho (Linum usitatissimum) 1,7 1,1 2,5 1,7 3,8 2,5 5,9 3,9 10,0 6,7
Feijão-fava (Vicia faba) 1,5 1,1 2,6 1,8 4,2 2,0 6,8 4,5 12,0 8,0
Feijão (Phaseolus vulgaris) 1,0 0,7 1,5 1,0 2,3 1,5 3,6 2,4 6,3 4,2
Hortaliças
Abobrinha Italiana (Curcubita pepo) 4,7 3,1 5,8 3,8 7,4 4,9 10,0 6,7 15,0 10,0
5
Beterraba (Beta vulgaris) 4,0 2,7 5,1 3,4 6,8 4,5 9,6 6,4 15,0 10,0
Abobrinha (Curcubita pepo melopepo) 3,2 2,1 3,8 2,6 4,8 3,2 6,3 4,2 9,4 6,3
Brócolis (Brassica oleracea botrytis) 2,8 1,9 3,9 2,6 5,5 3,7 8,2 5,5 14,0 9,1
Tomateiro (Lycopersicum esculentum) 2,5 1,7 3,5 2,3 5,0 3,4 7,6 5,0 13,0 8,4
Pepino (Cucumis sativus) 2,5 1,7 3,3 2,2 4,4 2,9 6,3 4,2 10,0 6,8
Espinafre (Spinacia oleracea) 2,0 1,3 3,3 2,2 5,3 3,5 8,6 5,7 15,0 10,0
Aipo (Apium graveolens) 1,8 1,2 3,4 2,3 5,8 3,9 9,9 6,6 18,0 12,0
Repolho (Brassica oleracea botrytis) 1,8 1,2 2,8 1,9 4,4 2,9 7,0 4,6 12,0 8,1
Batata (Solanum tuberosum) 1,7 1,1 2,5 1,7 3,8 2,5 5,9 3,9 10,0 6,7
Milho doce (Zea mays) 1,7 1,1 2,5 1,7 3,8 2,5 5,9 3,9 10,0 6,7
Batata-doce (Ipomoea batatas) 1,5 1,0 2,4 1,6 3,8 2,5 6,0 4,0 11,0 7,1
Pimentão (capsicum annuum) 1,5 1,0 2,2 1,5 3,3 2,2 5,1 3,4 8,6 5,8
Alface (Lactuca sativa) 1,3 0,9 2,1 1,4 3,2 2,1 5,1 3,4 9,0 6,0
Rabanete (raphanus sativus) 1,2 0,8 2,0 1,3 3,1 2,1 5,0 3,4 8,9 5,9
Cebola (Allium cepa) 1,2 0,8 1,8 1,2 2,8 1,8 4,3 2,9 7,4 5,0
Cenoura (Daucus carota) 1,0 0,7 1,7 1,1 2,8 1,9 4,6 3,0 8,1 5,4
Feijão-de-vagem (Phaseolus vulgaris) 1,0 0,7 1,5 1,0 2,3 1,5 3,6 2,4 6,3 4,2
Nabo (Brassica rapa) 0,9 0,6 2,0 1,3 3,7 2,5 6,5 4,3 12,0 8,0

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Tabela 3. Continuação.

2
Rendimento potencial
3
Culturas 100% 90% 75% 50% 0%
CEes CEa CEes CEa CEes CEa CEes CEa CEes CEa
Forrageiras
Agropiro alto (Agropyron elongatum) 7,5 5,0 9,9 6,6 13,0 9,0 19,0 13,0 31,0 21,0
Agropiro crestado (Agropyron cristatum) 7,5 5,0 9,0 6,0 11,0 7,4 15,0 9,8 22,0 15,0
7
Capim-bermuda (Cynodon dactylon) 6,9 4,6 8,5 5,6 11,0 7,2 15,0 9,8 23,0 15,0
7
Cevada forrageira (Hordeum vulgare) 6,0 4,0 7,4 4,9 9,5 6,4 13,0 8,7 20,0 13,0
Azevém (Lolium perenne) 5,6 3,7 6,9 4,6 8,9 5,9 12,0 8,1 19,0 13,0
8
Cornichão da folha estreita (Lótus corniculatus tenuifolium) 5,0 3,3 6,0 4,0 7,5 5,0 10,0 6,7 15,0 10,0
Capim-doce (Phalaris tuberosa) 4,6 3,1 5,9 3,9 7,9 5,3 11,0 7,4 18,0 12,0
Festuca alta (Festuca elatior) 3,9 2,6 5,5 3,6 7,8 5,2 12,0 7,8 20,0 13,0
Agropiro (Agropyron sibiricum) 3,5 2,9 6,0 4,0 9,8 6,5 16,0 11,0 28,0 19,0
Ervilhaca (Vicia angustifólia) 3,0 2,0 3,9 2,6 5,3 3,5 7,6 5,0 12,0 8,1
Capim-sudão (Sorghum sudanense) 2,8 1,9 5,1 3,4 8,6 5,7 14,0 9,6 26,0 17,0
Elimo (Elymus triticoides) 2,7 1,8 4,4 2,9 6,9 4,6 11,0 7,4 19,0 13,0
Caupi (Vigna unguiculata) 2,5 1,7 3,4 2,3 4,8 3,2 7,1 4,8 12,0 7,8
Cornichão dos pântanos (Lotus uliginosus) 2,3 1,5 2,8 1,9 3,6 2,4 4,9 3,3 7,6 5,0
Sesbânia (Sesbania exaltata) 2,3 1,5 3,7 2,5 5,9 3,9 9,4 6,3 17,0 11,0
Esfirofisa (Sphaerophysa salsula) 2,2 1,5 3,6 2,4 5,8 3,8 9,3 6,2 16,0 11,0
Alfafa (Medicago sativa) 2,0 1,3 3,4 2,2 5,4 3,6 8,8 5,9 16,0 10,0
9
Capim-mimoso (Eragrostis sp.) 2,0 1,3 3,2 2,1 5,0 3,3 8,0 5,3 14,0 9,3
Milho forrageiro (Zea mays) 1,8 1,2 3,2 2,1 5,2 3,5 8,6 5,7 15,0 10,0
Trevo-de-alexandria (Trifolium alexandricum) 1,5 1,0 3,2 2,2 5,9 3,9 10,0 6,8 19,0 13,0
Capim-dos-pomares (Dactylis glomerata) 1,5 1,0 3,1 2,1 5,5 3,7 9,6 6,4 18,0 12,0
“Medium foxtail” (Alopecurus pratensis) 1,5 1,0 2,5 1,7 4,1 2,7 6,7 4,5 12,0 7,9
Trevo-vermelho (Trifolium pratense) 1,5 1,0 2,3 1,6 3,6 2,4 5,7 3,8 9,8 6,6
Trevo-híbrido (Trifolium hybridum) 1,5 1,0 2,3 1,6 3,6 2,4 5,7 3,8 9,8 6,6
Trevo-branco (Trifolium repens) 1,5 1,0 2,3 1,6 3,6 2,4 5,7 3,8 9,8 6,6
Trevo-moranguinho (Trifolium fragiferum) 1,5 1,0 2,3 1,6 3,6 2,4 5,7 3,8 9,8 6,6

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Tabela 3. Continuação.

2
Rendimento potencial
3
Culturas 100% 90% 75% 50% 0%
CEes CEa CEes CEa CEes CEa CEes CEa CEes CEa
10
Fruteiras
Tamareira (Phoenix dactylifera) 4,0 2,7 6,8 4,5 11,0 7,3 18,0 12,0 32,0 21,0
11
Pomelo, Grape-fruit (Citrus paradisi) 1,8 1,2 2,4 1,6 3,4 2,2 4,9 3,3 8,0 5,4
Laranjeira (Citrus sinensis) 1,7 1,1 2,4 1,6 3,3 2,2 4,8 3,2 8,0 5,3
Pessegueiro (Prunus pérsica) 1,7 1,1 2,2 1,5 2,9 1,9 4,1 2,7 6,5 4,3
11
Damasqueiro (Prunus armeniaca) 1,6 1,1 2,0 1,3 2,6 1,8 3,7 2,5 5,8 3,8
11
Videira (Vitis sp.) 1,5 1,0 2,5 1,7 4,1 2,7 6,7 4,5 12,0 7,9
11
Amendoeira (Prunus dulcis) 1,5 1,0 2,0 1,4 2,8 1,9 4,1 2,8 6,8 4,5
11
Ameixeira (Prunus domestica) 1,5 1,0 2,1 1,4 2,9 1,9 4,3 2,9 7,1 4,7
Amoreira-preta (Rubus sp.) 1,5 1,0 2,0 1,3 2,6 1,8 3,8 2,5 6,0 4,0
Amoreira (Rubus ursinus) 1,5 1,0 2,0 1,3 2,6 1,8 3,8 2,5 6,0 4,0
Morangueiro (Fragaria sp.) 1,0 0,7 1,3 0,9 1,8 1,2 2,5 1,7 4,0 2,7
1
Fonte: Maas & Hoffman (1977) e Maas (1984). Os valores devem ser considerados apenas como de tolerância relativa entre os grupos de culturas. Os
valores de tolerância absoluta variam com o clima, condições de solo e práticas culturais. Nos solos com alto teor de gesso, as plantas podem tolerar
aproximadamente 2 dS/m de salinidade do solo (CEes) acima dos valores de tolerância indicados. No entanto, a salinidade da água permanece igual como
mostrado nessa tabela.
2
CEes, significa salinidade da zona radicular medida em condutividade elétrica no extrato de saturação do solo, expressa em deciSiemens por metro (dS/m)
a 25ºC. CEa significa condutividade elétrica da água de irrigação em dS/m. A relação entre salinidade do solo e da água (CEes = 1,5 CEa) supõe fração de
lixiviação equivalente a 15 – 20% e um modelo de uso de água 40-30-20-10 (padrão de extração normal). Estas suposições foram usadas para desenvolver
as diretrizes da Tabela 1.
3
O rendimento potencial zero implica a salinidade máxima teórica (CEes), com a qual cessa o crescimento e desenvolvimento da planta.
4
Cevada e trigo são menos tolerantes durante a germinação e o estágio de plântula; CEes não deve ultrapassar 4 – 5 dS/m na camada arável do solo
durante esse período.
5
Beterraba é mais sensível durante a germinação. CEes não deve ultrapassar 3 dS/m nesta fase para as beterrabas ornamentais e açucareiras.
6
As cultivares desenvolvidas comercialmente e que são mais precoces, podem ser menos tolerantes.
7
Tolerância reportada é a média de várias variedades de capim-bermuda. As cultivares “Suwannee” e “Coastal” são cerca de 20% mais tolerantes enquanto
que as cultivares “Comum” e “Greenfield” são 20% menos tolerantes.
8
O trevo de folha larga parece menos tolerante em comparação ao de folha estreita.
9
Tolerância reportada é uma média para “Bôer”, “Wilman”, “Sand” e “ Weeping”. A “Lehman” parece ser 50% mais tolerante.
10 + -
Esses dados são aplicáveis quando os porta-enxertos usados não acumulam Na ou Cl rapidamente ou quando esses íons não predominam no solo.
11
A avaliação da tolerância é baseada no crescimento da árvore e não sobre os seus rendimentos.

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Em cultivos sensíveis irrigados com água salina é necessária uma grande quantidade de água para
satisfazer o requerimento de lixiviação. Nessas condições, é possível que esse requerimento ultrapasse o
valor de 30%, sendo mais conveniente selecionar outro cultivo mais tolerante.
A água proveniente da precipitação é muito eficaz no processo de lixiviação de sais do solo, pois
apresenta condutividade elétrica muito baixa, além de ser distribuída uniformemente sobre a área. Seu efeito
depende da quantidade, intensidade e momento em que ocorre.
È preferível programar a lixiviação durante os períodos de menor consumo de água dos cultivos, e se
isso não for possível, realizá-la após o ciclo de produção.

2.2.2 Drenagem

Quando o nível do lençol freático está a uma profundidade inferior a 2 metros, a água do lençol
ascende por capilaridade a medida que a água do solo se perde por evapotranspiração. Se essa água
contém sais, estes irão se acumular na zona radicular com maior ou menor rapidez, em função da
concentração de sais na água, da profundidade do lençol freático e do manejo da irrigação. Neste caso, para
controlar a salinidade é necessário, além da lixiviação, um sistema de drenagem eficiente que estabilize o
nível freático a uma profundidade adequada.
A salinidade da água de drenagem se calcula mediante a seguinte expressão:

CEa
CEad = (10)
RL

sendo:
-1
CEad = condutividade elétrica da água de drenagem, dS m .

Exemplo: Determinar a salinidade da água de drenagem sabendo que a água de irrigação tem uma
condutividade elétrica de 1,1 dS/m e que o requerimento de lixiviação é de 15%.

Solução:

CEa 1,1
CEad = = = 7,3 dS/m
RL 0,15

2.2.3 Tratamentos a curto prazo

Para controlar os efeitos da salinidade a curto prazo existem certas práticas de manejo que permitem
obter um efeito positivo na germinação e desenvolvimento inicial das plantas, o que repercute no rendimento
do cultivo.
A medida que a água do solo se evapora, os sais da zona radicular são arrastados por capilaridade
até os primeiros centímetros mais superficiais do solo, onde se acumulam. Esse acúmulo afeta
negativamente a germinação e o desenvolvimento inicial de plantas tenras. As chuvas arrastam esses sais
para camadas abaixo da zona radicular, evitando os problemas de germinação.
Em irrigação por sulcos, a água não ocupa toda a superfície do solo. Uma parte dessa água se
desloca por capilaridade até o centro do camalhão, não molhado inicialmente, arrastando consigo os sais que
se acumulam nessa região (Figura 1). Se a semeadura for feita em fileira única no centro do camalhão, as
sementes estarão exatamente na região de maior salinidade, o que comprometerá a germinação,
principalmente se a espécie vegetal for sensível à salinidade ou a irrigação for feita com água cuja
condutividade elétrica excede 1 dS/m. Recomenda-se, nessas situações, a semeadura em fileiras duplas
orientado-as conforme ilustração da Figura 1.

(a) (b)
Figura 1. Semeadura em fileira dupla quando há salinidade excessiva. Em camalhões largos (a); em
camalhões estreitos (b). A área pontilhada representa a região de maior acúmulo de sais.

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Em irrigação por inundação ou por aspersão, a água se distribui uniformemente por toda a superfície
do solo, arrastando os sais para as camadas inferiores à zona radicular. A quantidade de sais acumulada
nessa zona depende da fração de lixiviação.
Em cultivos hortícolas irrigados por sulcos é uma prática corrente a irrigação por aspersão no início
do cultivo, com o intuito de reduzir a salinidade na camada superficial do solo, permitindo o bom
desenvolvimento inicial da planta.
Na irrigação por gotejamento, os sais se concentram na periferia do bulbo úmido formado pelos
emissores, mais especificamente, na zona superficial dessa periferia (Figura 2). O controle da salinidade a
curto prazo se faz mediante a alta freqüência de aplicação de água, que arrasta os sais até a periferia do
bulbo. Sendo assim, no sistema de gotejamento é possível irrigar com águas mais salinas do que em outros
sistemas de irrigação.

Figura 2. Distribuição dos sais no bulbo úmido. A região pontilhada indica a magnitude da concentração
salina.

Nos cultivos anuais irrigados por gotejamento, a concentração dos sais em determinadas áreas do
solo pode afetar a semeadura seguinte, se antes não houver a lixiviação dos sais. Quando o regime anual de
chuvas não permite fazer uma lixiviação natural dos sais, deve-se realizar uma irrigação complementar, por
aspersão ou inundação, fora da época de cultivo.
Os sais vão se acumulando progressivamente na periferia do bulbo úmido, sobretudo nos casos de
cultivo de espécies perenes. Quando inicia as chuvas, os sais acumulados nas zonas mais superficiais se
deslocam até a região do bulbo ocupada pelas raízes, com o conseqüente risco de salinização do meio. Para
evitar este inconveniente, não se deve interromper a irrigação durante o período chuvoso ou colocar o
equipamento em funcionamento logo após o término da chuva, com o intuito de arrastar novamente os sais
até a periferia do bulbo, ou, melhor ainda, aplicar uma quantidade de água suficiente para arrastar os sais
abaixo da zona radicular.

3. PROBLEMAS DE INFILTRAÇÃO

Quando a velocidade de infiltração é baixa (inferior a 3 mm/h) pode ocorrer que as plantas não
dispõem de quantidade de água necessária ao suprimento de suas exigências, além de desencadear outros
problemas devido ao alagamento, tais como a formação de crosta superficial, falta de aeração, podridão
radicular, etc. Igualmente ao que ocorre com a salinidade, há uma redução na disponibilidade de água,
embora provocado por causas diferentes: com a infiltração deficiente reduz-se a quantidade de água que
penetra na zona radicular, enquanto que a salinidade reduz-se a disponibilidade de água que já está contida
na zona radicular.
A velocidade de infiltração depende das características químicas e físicas do solo. Neste contexto,
serão abordadas apenas as características químicas do solo afetadas pela água de irrigação, onde intervém
tanto o conteúdo de sais como a proporção de sódio em relação à de cálcio e magnésio. Uma concentração
elevada de sais aumenta a velocidade de infiltração, enquanto que uma concentração baixa de sais ou uma
proporção elevada de sódio em relação a cálcio e magnésio diminui essa velocidade. Os íons de cálcio e
magnésio são favoráveis a uma boa estabilidade estrutural do solo, enquanto que o íon de sódio é
desfavorável.
Quando se irriga com água de má qualidade se acumula o sódio nos primeiros centímetros do solo,
provocando a dispersão dos agregados em partículas menores, que obstruem os poros do solo.

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3.1 Avaliação dos problemas de infiltração

Para avaliar os problemas de infiltração provocados pela qualidade da água tem-se proposto
diversos índices, sendo o mais conhecido o SAR ou RAS (Relação de Adsorção de Sódio), que quantifica a
proporção relativa de sódio com relação ao cálcio e magnésio conforme equação abaixo:

Na +
RAS = (11)
Ca2 + + Mg2 +
2
+ 2+ 2+
onde Na , Ca e Mg representam, respectivamente, as concentrações de sódio, cálcio e magnésio da água
de irrigação, expressos em meq/litro.

Para a classificação da água de irrigação com relação aos problemas de infiltração tem-se proposto
diversas normas. A FAO em sua última edição de “A qualidade da água na Agricultura” propôs as seguintes
diretrizes para avaliar os problemas de infiltração em função da condutividade elétrica e da RAS da água de
irrigação (Tabela 4).

Tabela 4. Diretrizes para avaliar os problemas de infiltração.

Grau de restrição ao uso


o 1/2
RAS (meq/L) Nenhum Ligeiro a moderado Severo
--------------------------------------------- CEa (dS/m) --------------------------------------------
0-3 > 0,70 0,70 - 0,20 < 0,20
3-6 > 1,20 1,20 - 0,30 < 0,30
6 - 12 > 1,90 1,90 - 0,50 < 0,50
12 - 20 > 2,90 2,90 - 1,30 < 1,30
20 - 40 > 5,00 5,00 - 2,90 < 2,90
o
RAS = Relação de Adsorção de Sódio corrigida.

A Figura 3 mostra a redução da infiltração em função da salinidade e da RAS da água de irrigação.


Observa-se que para um determinado valor de RAS, a velocidade de infiltração diminui a medida que diminui
a salinidade. As águas com condutividade inferior a 0,2 dS/m causam sempre problemas de infiltração. A
água de chuva, que tem salinidade muito baixa, ocasiona com freqüência problemas de escoamento.

Figura 3. Redução relativa da infiltração, em função da salinidade e da RAS da água de irrigação.

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O índice RAS considera os problemas de infiltração como resultado de um conteúdo excessivo de
sódio no solo com relação ao cálcio e magnésio, mas não leva em conta o conteúdo de cálcio, que pode
aumentar (por dissolução de minerais de cálcio) ou diminuir (por precipitação, geralmente em forma de
carbonato de cálcio). A dissolução do cálcio é favorecida com o aumento do conteúdo de água e com a
presença de dióxido de carbono dissolvido na água, enquanto que a precipitação ocorre com a presença
abundante de cálcio junto com carbonatos, bicarbonatos e sulfatos.
Após a irrigação, o conteúdo de cálcio dissolvido na água pode modificar-se (por dissolução ou
precipitação), enquanto que a quantidade de sódio solúvel permanece constante, já que sua solubilidade ou
precipitação não são afetadas por fatores externos. Entretanto, sua concentração pode variar, aumentando
(por efeito da extração de água pela planta) ou diminuindo (por efeito do aporte de água ao solo).
O índice RAS não leva em conta as modificações do conteúdo de cálcio ocorridas depois da
irrigação. Dessa forma tem-se proposto um RAS corrigido que considera o equilíbrio esperado depois da
irrigação, levando em consideração os efeitos do dióxido de carbono, do bicarbonato e da salinidade. Este
RAS corrigido pressupõe a existência no solo de minerais de cálcio e a ausência de precipitações de
magnésio. O RAS corrigido pode ser calculado pela seguinte expressão:

Na +
RASo = (12)
Cax 2+ + Mg2 +
2
2+
O valor de Cax (Tabela 5) representa a concentração final de cálcio que permanece na solução do
solo, levando em consideração a condutividade da água aplicada, o conteúdo de bicarbonato em relação a
seu próprio conteúdo de cálcio e a pressão parcial do dióxido de carbono exercida nos primeiros milímetros
o
do solo. Na maioria das águas, o valor do RAS é superior ao RAS em cerca de 10%.

Exemplo: Avaliar a infiltração com uma amostra de água cujo análise apresentou os seguintes dados:
- condutividade elétrica a 25oC = 1,1 dS/m;
- cálcio = 3,1 meq/L;
- magnésio = 1,8 meq/L;
- sódio = 5,8 meq/L;
- bicarbonato = 4,2 meq/L

Solução:
2+
Segundo a Tabela 5, a concentração de Cax é de 1,72 meq/L (interpolação)

Na + 5,8
RASo = = = 4,39 (meq / L)1 2
Cax 2+ 2+
+ Mg 1,72 + 1,8
2 2

Segundo as diretrizes propostas, a restrição de uso é de ligeira a moderada.

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Tabela 5. Concentração de cálcio (Cax2+) na solução do solo, contida próximo à superfície, como resultado de uma irrigação com água de determinada CE
- 2+
e determinado valor de HCO3 /Ca .

HCO3− (meq/l) CE da água aplicada (dS/m)


2+
Ca (meq/l) 0,1 0,2 0,3 0,5 0,7 1,0 1,5 2,0 3,0 4,0 6,0 8,0
0,05 13,20 13,61 13,92 14,40 14,79 15,26 15,91 16,43 17,28 17,97 19,07 19,94
0,10 8,31 8,57 8,77 9,07 9,31 9,62 10,02 10,35 10,89 11,32 12,01 12,56
0,15 6,34 6,54 6,69 6,92 7,11 7,34 7,65 7,90 8,31 8,64 9,17 9,58
0,20 5,24 5,40 5,52 5,71 5,87 6,06 6,31 6,52 6,86 7,13 7,57 7,91
0,25 4,51 4,65 4,76 4,92 5,06 5,22 5,44 5,62 5,91 6,15 6,52 6,82
0,30 4,00 4,12 4,21 4,36 4,48 4,62 4,82 4,98 5,24 5,44 5,77 6,04
0,35 3,61 3,72 3,80 3,94 4,04 4,17 4,35 4,49 4,72 4,91 5,21 5,45
0,40 3,30 3,40 3,48 3,60 3,70 3,82 3,98 4,11 4,32 4,49 4,77 4,98
0,45 3,05 3,14 3,22 3,33 3,42 3,53 3,68 3,80 4,00 4,15 4,41 4,61
0,50 2,84 2,93 3,00 3,10 3,19 3,29 3,43 3,54 3,72 3,87 4,11 4,30
0,75 2,17 2,24 2,29 2,37 2,43 2,51 2,62 2,70 2,84 2,95 3,14 3,28
1,00 1,79 1,85 1,89 1,96 2,01 2,09 2,16 2,23 2,35 2,44 2,59 2,71
1,25 1,54 1,59 1,63 1,68 1,73 1,78 1,86 1,92 2,02 2,10 2,23 2,33
1,50 1,37 1,41 1,44 1,49 1,53 1,58 1,65 1,70 1,79 1,86 1,97 2,07
1,75 1,23 1,27 1,30 1,35 1,38 1,43 1,49 1,54 1,62 1,68 1,78 1,86
2,00 1,13 1,16 1,19 1,23 1,26 1,31 1,36 1,40 1,48 1,54 1,63 1,70
2,25 1,04 1,08 1,10 1,14 1,17 1,21 1,26 1,30 1,37 1,42 1,51 1,58
2,50 0,97 1,00 1,02 1,06 1,09 1,12 1,17 1,21 1,27 1,32 1,40 1,47
3,00 0,85 0,89 0,91 0,94 0,96 1,00 1,04 1,07 1,13 1,17 1,24 1,30
3,50 0,78 0,80 0,82 0,85 0,87 0,90 0,94 0,97 1,02 1,06 1,12 1,17
4,00 0,71 0,73 0,75 0,78 0,80 0,82 0,86 0,88 0,93 0,97 1,03 1,07
4,50 0,66 0,68 0,69 0,72 0,74 0,76 0,79 0,82 0,86 0,90 0,95 0,99
5,00 0,61 0,63 0,65 0,67 0,69 0,71 0,74 0,76 0,80 0,83 0,88 0,93
7,00 0,49 0,50 0,52 0,53 0,55 0,57 0,59 0,61 0,64 0,67 0,71 0,74
10,00 0,39 0,40 0,41 0,42 0,43 0,45 0,47 0,48 0,51 0,53 0,56 0,58
20,00 0,24 0,25 0,26 0,26 0,27 0,28 0,29 0,30 0,32 0,33 0,35 0,37
30,00 0,18 0,19 0,20 0,20 0,21 0,21 0,22 0,23 0,24 0,25 0,27 0,28
Fonte: FAO

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3.2 Tratamento dos problemas de infiltração

Para prevenir, corrigir ou retardar os problemas de infiltração causados pela má qualidade da água
se recorre a diversos procedimentos:
- incorporação de matéria orgânica ao solo, com o intuito de melhor sua estrutura e consequentemente a
infiltração;
- incorporação de produtos (corretivos) que modificam a composição química da água ou do solo;
- mistura de águas de diferentes qualidades, se isso for possível;
- manejo da irrigação.

3.2.1 Corretivos

Os problemas de infiltração originados pela má qualidade da água de irrigação são devidos a um


elevado RAS ou a um baixo conteúdo de sais na água. Os corretivos aplicados à água de irrigação ou ao
solo tratam de aumentar o conteúdo de cálcio, com o qual se reduz a RAS e se aumenta a salinidade. Esses
corretivos atuam no sentido de fornecer o cálcio diretamente ou provocando a dissolução do calcário contido
no solo. Por razões econômicas, no primeiro caso se utiliza o gesso, e no segundo, o ácido sulfúrico e o
enxofre.
Os corretivos aplicados na água de irrigação são mais eficazes quando esta tem baixa condutividade
(< 0,2 dS/m) ou um RAS alto com salinidade de baixa a moderada (CEa aproximadamente igual a 1 dS/m).
O gesso é o corretivo mais utilizado, tanto para a água quanto para o solo. Quanto mais baixa a
salinidade da água e mais fina a granulometria do gesso, maior será a dissolução do cálcio contido no gesso.
Normalmente se utilizam quantidades de gesso que proporcionam de 1 a 4 meq/L de cálcio.
O aporte de cálcio pode ser feito colocando-se rocha de gesso nos canais de irrigação, mas esse
procedimento tem o inconveniente de que a dissolução do cálcio é bastante lenta, dependendo da vazão, da
velocidade da água e da salinidade da água.

Exemplo: Um determinado cultivo é irrigado com uma água cuja condutividade é de 0,2 dS/m a uma dose de
3
4000 m /ha. Para melhorar a infiltração deseja-se aumentar em 2 meq/L o conteúdo de cálcio. Calcular a
quantidade de gesso que é preciso adicionar à água de irrigação sabendo que a pureza do mesmo é de 70%.

Solução:
3
2 meq de Ca/L = 40 mg de Ca/L = 40 g de Ca/m

Na dose de irrigação são necessários: 4.000 x 40 = 160.000 g = 160 kg de Ca

Peso molecular do gesso (SO4Ca + 2H2O) = 172; peso molecular do Ca = 40

172 kg de gesso __________ 40 kg de Ca


x g de gesso ___________ 160 kg de Ca

x = 688 kg de gesso puro


3
688/0,7 = 982,8 kg de gesso com 70% de pureza deverão ser adicionados 4.000 m de água e aplicados
em 1 ha.

O problema de infiltração causado pela má qualidade da água ocorre na camada superficial do solo,
o que resulta em maior eficácia a incorporação do gesso nessa camada. A água arrasta com facilidade o
cálcio incorporado no gesso, reaparecendo o problema. Este é solucionado mediante aplicações pequenas e
freqüentes de gesso ao solo.
O ácido sulfúrico se aplica ao solo ou à água de irrigação. Sua finalidade é liberar o cálcio contido no
calcário do solo. Quando se aplica à água, o ácido atua reduzindo a concentração de bicarbonato contido
nessa água. Devido a rapidez de sua ação, este corretivo é bastante eficaz para a melhoria da infiltração.
O enxofre se utiliza como corretivo do solo. Ele necessita ser oxidado por ação de bactérias para
formar ácido sulfúrico, o qual reage com o calcário presente no solo, liberando o cálcio. O cálcio que vai
sendo liberado na superfície é lixiviado pelas irrigações. Assim, esse processo se torna pouco eficaz para
solucionar os problemas de infiltração.

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3.2.2 Manejo da irrigação

Certas práticas no manejo da irrigação atenuam os problemas de infiltração. Entre os mais


aconselháveis citamos os seguintes:
- a irrigação freqüente em pequenas doses é muito eficaz em solos que inicialmente tem uma boa infiltração,
mas que diminui com rapidez devido à qualidade da água;
- uma irrigação de pré-semeadura pode ser eficaz, em alguns cultivos, para elevar a zona radicular à
capacidade de campo em solos de infiltração lenta.

4. TOXICIDADE E OUTROS EFEITOS

Alguns íons absorvidos pelas plantas em quantidade excessiva produzem efeitos tóxicos. Esses íons
se acumulam em geral nos bordos foliares, onde é possível detectar sintomas característicos de necrose.
Os íons mais prejudiciais são: cloreto, sódio e boro. A magnitude dos danos depende da
concentração, volume de água absorvido pela planta e tolerância do cultivo. Os efeitos são mais rápidos
quando há um aumento da temperatura. Na tabela 6 são apresentadas as diretrizes para avaliar os
problemas de toxicidade dadas pelo CCUU.

Tabela 6. Diretrizes para avaliar os problemas de toxicidade e outros efeitos.

Toxicidade a íons específicos Grau de restrição ao uso


Unidade
(em cultivos sensíveis) Nenhum Ligeiro a moderado Severo
Sódio: RAS (meq/L)
Irrigação por superfície <3 3-9 >9
Irrigação por aspersão <3 >3
Cloreto: meq/L
Irrigação por superfície <4 4 - 10 > 10
Irrigação por aspersão <3 >3
Boro mg/L < 0,7 0,7 - 3,0 > 3,0
Outros efeitos
(em cultivos sensíveis)
Nitrogênio (nitrato) mg/L <5 5 - 30 > 30
Bicarbonato (em aspersão foliar) meq/L < 1,5 1,5 - 8,5 > 8,5
pH amplitude normal: de 6,5 - 8,4
Fonte: FAO

Para solucionar os problemas de toxicidade, se não é possível dispor de água de boa qualidade, se
recorre aos tratamentos semelhantes aos indicados para a salinidade. A lixiviação é o melhor método prático
para evitar o acúmulo de íons tóxicos na zona radicular. Os requerimentos de lixiviação variam com os íons
que se deseja lixiviar. Em termos gerais, os requerimentos para lixiviar o íon cloreto são os mesmos que para
lixiviar uma quantidade equivalente de sais totais. O íon de sódio se desloca mais lentamente que o íon
cloreto na solução do solo, sendo necessário um requerimento maior. O íon de boro se desloca no solo muito
mais lentamente que o íon cloreto, necessitando de um requerimento de lixiviação três vezes superior.
A água aplicada por aspersão com elevado conteúdo de cloreto ou de sódio pode provocar
problemas de toxicidade em plantas sensíveis, já que os sais se concentram nas folhas durante o
funcionamento do aspersor, podendo ser absorvidos em quantidades excessivas. O problema se apresenta,
sobretudo, em águas cuja concentração de cloreto ou de sódio é superior a 3 meq/L. A absorção e
conseguinte toxicidade ocorrem na presença de fatores que favorecem a evaporação (altas temperaturas,
baixa umidade relativa e vento). Os aspersores de giro lento e as velocidades lentas de aplicação de água
favorecem o processo.
Em irrigações por aspersão podem ser observados depósitos de sais de coloração avermelhada (sais
de ferro) ou branca (bicarbonatos ou gesso) nas folhas, flores e frutos, que embora não sejam tóxicos,
diminuem o valor comercial dos frutos. Em caso de plantas ornamentais, pode-se fazer uma correção ácida
na água para reduzir o efeito dos bicarbonatos.
Praticamente todas as águas contêm oligoelementos em pequenas concentrações. Em geral não são
feitas análises para sua determinação, salvo no caso de águas residuárias, que podem causar problemas de
toxicidade. As concentrações máximas permitidas se encontram na Tabela 7.

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Tabela 7. Concentração máxima de alguns oligoelementos na água de irrigação.

Oligoelementos Concentração (mg/L)


Arsênio 0,10
Cobre 0,20
Ferro 5
Manganês 0,20
Molibdênio 0,01
Zinco 2

4.1 Risco de obstrução em irrigação localizada

As obstruções dos emissores de irrigação localizada podem ser produzidas por sólidos em
suspensão, substâncias químicas e microorganismos contidos na água de irrigação. Na Tabela 8 são
apresentadas diretrizes para verificar o risco de obstrução de emissores em irrigação localizada em função
de parâmetros físicos, químicos e biológicos.

Tabela 8. Risco de obstrução em irrigação localizada.

Obstrução Unidade Sem problema Problema crescente Problema grave


Física
Sólidos em suspensão mg/L < 50 50 – 100 > 100
Química
pH < 7,0 7,0 – 8,0 > 8,0
Sólidos solúveis mg/L < 500 500 – 2000 > 2000
Manganês mg/L < 0,1 0,1 – 1,5 > 1,5
Ferro mg/L < 0,1 0,1 – 1,5 > 1,5
Ácido sulfídrico mg/L < 0,5 0,5 – 2,0 > 2,0
Biológica
População bacteriana Máx num./ml < 10000 10000 – 50000 > 50000
Fonte: FAO

As partículas sólidas em suspensão se eliminam mediante sedimentação e filtração. Os precipitados


químicos, que se formam por excesso de carbonatos ou sulfatos de cálcio ou de magnésio e pela oxidação
do ferro, são favorecidos pelas altas temperaturas e elevados valores de pH.
O risco de precipitação de cálcio pode ser avaliado mediante o cálculo do índice de saturação de
Langelier (IL), segundo o qual o carbonato de cálcio precipita quando alcança o seu limite de saturação na
presença de bicarbonato. O IL pode ser calculado pela seguinte expressão:

IL = pHreal − pHc (13)

O pHc é um valor teórico calculado do pH da água de irrigação em contato com o cálcio e em


equilíbrio com o CO2 do solo. O pHc é calculado usando a Tabela 9.

pHc = X + Y + Z (14)

onde:
2+ 2+ +
X é função da concentração de Ca + Mg + Na
2+ 2+
Y é função da concentração de Ca + Mg
2- -
Z é função da concentração de CO3 + CO3H

Prof. Dr. Eliezer Santurbano Gervásio – Engenharia de Água na Agricultura - UNIVASF 15


O risco de obstrução, segundo o índice de Langelier é o seguinte:

IL Risco
negativo Nenhum
0 Pequeno
0 – 0,5 Médio
0,5 – 1 Alto
>1 Muito alto

Tabela 9. Cálculo de pHc

Soma de concentrações
(meq/L)
2+ 2+ +
Ca + Mg + Na X
2+ 2+
Ca + Mg Y Z
2- -
CO3 + CO3H
0,05 2,0 4,6 4,3
0,10 2,0 4,3 4,0
0,15 2,0 4,1 3,8
0,20 2,0 4,0 3,7
0,25 2,0 3,9 3,6
0,30 2,0 3,8 3,5
0,40 2,0 3,7 3,4
0,50 2,1 3,6 3,3
0,75 2,1 3,4 3,1
1,00 2,1 3,3 3,0
1,25 2,1 3,2 2,9
1,5 2,1 3,1 2,8
2,0 2,2 3,0 2,7
2,5 2,2 2,9 2,6
3,0 2,2 2,8 2,5
4,0 2,2 2,7 2,4
5,0 2,2 2,6 2,3
6,0 2,2 2,5 2,2
8,0 2,3 2,4 2,1
10,0 2,3 2,3 2,0
12,5 2,3 2,2 1,9
15,0 2,3 2,1 1,8
20,0 2,4 2,0 1,7
30,0 2,4 1,8 1,5
50,0 2,5 1,6 1,3
80,0 2,5 1,4 1,1

Exemplo: Calcular o índice de Langelier da água de irrigação cuja análise apresentou os seguintes dados:
- pH = 7,5
- cálcio = 8,7 meq/L
- magnésio = 22,8 meq/L
- sódio = 10,3 meq/L
- carbonato = 0,1 meq/L
- bicarbonato = 4,5 meq/L

Solução:
2+ 2+ +
- concentração de Ca + Mg + Na = 41,8 meq/L
2+ 2+
- concentração de Ca + Mg = 31,5 meq/L
2- -
- concentração de CO3 + CO3H = 4,6 meq/L

Segundo a Tabela 9: X = 2,5, Y = 1,8 e Z = 2,3

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pHc = X + Y + Z = 2,5 + 1,8 + 2,3 = 6,6
IL = pHreal − pHc = 7,5 − 6,6 = 0,9
Risco de obstrução: Alto

5 ANÁLISE DA ÁGUA PARA IRRIGAÇÃO

As análises de laboratório necessárias para utilizar as diretrizes técnicas, assim como valores
normais destas análises em águas para irrigação, estão especificadas na Tabela 10.
Em águas para irrigação localizada devem constar, além dos parâmetros da Tabela 10, as seguintes
análises:
- em águas superficiais: sólidos em suspensão;
- em águas que constituem águas residuárias: demanda biológica de oxigênio (DBO), demanda química de
oxigênio, matéria orgânica e microorganismos;
- em águas subterrâneas, sobretudo quando a salinidade é superior a 1 dS/m: ferro, oxigênio dissolvido,
ácido sulfídrico, ferrobactérias e bactérias redutoras de sulfato.
Para análise é necessário retirar uma amostra de água representativa segundo as normas seguintes:
- o recipiente de coleta será de vidro ou plástico, com capacidade de 1 a 1,5 litros, o qual será limpo com a
própria água objeto da análise;
- em poços dotados de bomba para extração, deixar o sistema em funcionamento por algum tempo antes de
proceder a coleta;
- em rios são coletadas várias amostras em diferentes pontos representativos misturando as coletas para
retirada de uma amostra composta. No caso de retirar apenas uma amostra, a mesma deve ser coletada no
centro do rio;
-proceder a amostragem momentos antes de encaminhar a amostra para o laboratório, já que os resultados
da análise serão tanto melhores quanto menor for o tempo transcorrido entre a coleta e a análise no
laboratório. De preferência, que esse resultado não exceda 24 horas.
- lacrar a amostra e etiquetá-la para sua perfeita identificação.

Tabela 10. Valores normais de análise de águas para irrigação.

Salinidade
Condutividade elétrica 0-3 dS/m
Total de sólidos em solução 0 -2000 mg/L
Cálcio 0 - 20 meq/L
Magnésio 0-5 meq/L
Sódio 0 - 40 meq/L
Carbonatos 0 - 0,1 meq/L
Bicarbonatos 0 -10 meq/L
Cloreto 0 - 30 meq/L
Sulfatos 0 - 20 meq/L
Nutrientes
Nitrogênio (nitrato) 0 - 10 mg/L
Nitrogênio (amônio) 0-5 mg/L
Fósforo (fosfato) 0-2 mg/L
Potássio 0-2 mg/L
Vários
Boro 0-2 mg/L
pH 6 - 8,5
RAS 0 - 15

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

YAGUE, J. L. F. Técnicas de Riego. Madrid: Mundi Prensa Libros, 2003. 483p.


RHOADES, J.D; KANDIAH, A.;MASHAL, A.M. The use of saline water for crop production. Rome: FAO,
1992.133p. (FAO. Irrigation and Drainage Paper, 48).

Prof. Dr. Eliezer Santurbano Gervásio – Engenharia de Água na Agricultura - UNIVASF 17

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