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Inteligência emocional
SÁBADO
Para Tara, uma fonte de sabedoria emocional
SUMARIO
O Desafio de Aristóteles 9
Primeira Parte
O Cérebro Emocional 17
Segunda Parte
4. Conhece-te a Ti Mesmo 69
5. Escravos da Paixão 81
6. A Aptidão-Mestra 109
Terceira Parte
Quinta Parte
Notas 387
Agradecimentos 418
O Desafio de Aristóteles
Qualquer um pode zangar-se — isso é fácil. Mas zangar-se
com a pessoa certa, na justa medida, no momento certo, pela
razão certa e da maneira certa — isso não é fácil.
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a uma velocidade cada vez maior, em que o egoísmo, a violência e a
mesquinhez de espírito parecem querer desalojar o bem das nossas
vidas em comunidade. Aqui o argumento a favor da importância da
inteligência emocional assenta na ligação entre sentimento, carácter
e instintos morais. Há cada vez mais provas de que as posições
éticas fundamentais que tomamos na vida decorrem de capacidades
emocionais subjacentes. Para começar, o impulso é o meio através
do qual a emoção se exprime; a semente de todo o impulso é um
sentimento que quer traduzir-se em acção. Aqueles que estão à
mercê do impulso — aos quais falta o autocontrolo — sofrem de
uma deficiência moral: a capacidade de controlar o impulso é a base
da vontade e do carácter. Do mesmo modo, a raiz do altruísmo reside
na empatia, na capacidade de ler as emoções dos outros; quem é
incapaz de sentir as necessidades ou o desespero de outra pessoa, não
pode_amar. E se há duas atitudes morais que os nossos tempos exigem,
são precisamente estas, autodomínio e compaixão.
A NOSSA JORNADA
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A seguinte grande escala na nossa jornada será, na Segunda
Parte deste livro, para ver o papel que os elementos neurológicos
desempenham nesse «jeito de viver» a que chamamos inteligência
emocional: ser capaz, por exemplo, de dominar um impulso emocional;
ler os sentimentos mais íntimos de outra pessoa; saber gerir
as nossas relações — como Aristóteles disse, essa rara capacidade
de «zangar-se com a pessoa certa, na justa medida, no momento
certo, pela razão certa e da maneira certa». (O leitor que não se
sinta atraído pelos pormenores neurológicos poderá querer passar
directamente para esta secção.)
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A informação porventura mais perturbadora contida neste livro
é a que decorre de um inquérito conduzido junto de pais e professores
e que evidencia uma tendência mundial da actual geração de
crianças para serem mais emocionalmente perturbadas que as da
anterior: mais solitárias e deprimidas, mais violentas e indisciplinadas,
mais nervosas e preocupadas, mais impulsivas e agressivas.
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Primeira Parte
O Cérebro Emocional
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desejos nos assuntos humanos. Esse poder é extraordinário: só um
amor poderosíssimo — a necessidade de salvar um filho querido —
pode levar um pai a dominar o impulso de sobrevivência pessoal.
Visto com o intelecto, poderá argumentar-se que o sacrifício dos
Chauncey foi irracional; visto com o coração, era a única escolha
possível.
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um milhão de anos; os últimos 10.000 — apesar de terem assistido
à rápida ascensão da civilização humana e à explosão da população
de cinco milhões para cinco biliões — quase não deixaram marca
nas nossas matrizes biológicas para a vida emocionai.
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nós. A própria raiz da palavra emoção é motere, o verbo latino
«mover», mais o prefixo «e-» para dar «mover para», sugerindo que
a tendência para agir está implícita em todas as emoções. O facto
de que as emoções conduzem à acção torna-se perfeitamente óbvio
quando observamos animais ou crianças: é só entre os adultos «civilizados»
que tantas vezes encontramos essa grande anomalia no
reino animal: emoções — impulsos básicos para agir — divorciadas
da óbvia reacção.6
• com a ira, o sangue flui para as mãos, tornando mais fácil pegar
numa arma ou bater num inimigo; o ritmo cardíaco aumenta e
uma descarga de hormonas como a adrenalina, gera uma onda de
energia suficientemente forte para permitir uma acção vigorosa.
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INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
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INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
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Anatomia de um
«Sequestro» Emocional
A vida é uma comédia para aqueles que pensam e uma tragédia
para aqueles que sentem.
HORACE WALPOLE
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O DETONADOR NEURONAL
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A SENTINELA EMOCIONAL
O que foi que o fez saltar para a água antes de saber porquê?
A resposta, muito provavelmente, é: a amígdala.
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INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
RESPOSTA «LUTAR-OU-FUGIR»:
Aumento de batida cardíaca e da pressão
sanguínea. Preparação dos grandes músculos
para uma acção rápida.
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ha desencadeada uma vez mais, anos volvidos, pelo fedor que lhe
assalta as narinas quando, ao abrir a porta de um armário, descobre
que o filho escondeu lá dentro uma fralda suja. Basta que um ou
dois elementos isolados de uma situação sejam semelhantes aos de
um perigo passado para que a amígdala dispare a sua proclamação
de emergência. O problema é que, juntamente com estas recordações
emocionalmente significativas que têm o poder de desencadear
a resposta de crise, podem vir igualmente algumas maneiras
desadequadas de reagir.
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INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
O GESTOR EMOCIONAL
rial que sai do tálamo, recordemo-lo, não vai para a amígdala, mas
para o neocórtex e para os seus muitos centros encarregados de
registar e decifrar o que está a ser percebido; essa informação, e a
nossa resposta, é coordenada pelos lóbulos pré-frontais, a sede das
acções planeadas e organizadas tendo em vista um objectivo,
incluindo as emocionais. No neocórtex, uma série de circuitos sequenciais
registam e analisam a informação, integram-na e, através
dos lóbulos pré-frontais, orquestram uma reacção. Se, ao longo do
processo, se torna necessária uma resposta emocional, os lóbulos
pré-frontais ditam-na, trabalhando em coordenação com a amígdala
e outros circuitos do cérebro emocional.
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São provas como esta que levam o Dr. Damásio à posição contra-intuitiva
de que os sentimentos são tipicamente indispensáveis
para a tomada de decisões racionais; eles apontam-nos para a
direcção correcta, onde a lógica pura pode ser mais útil. Enquanto
o mundo nos confronta tão frequentemente com uma intratável
variedade de escolhas (como investir as nossas poupanças?, com
quem casar?), a aprendizagem emocional que a vida nos proporcionou
(como a recordação de um investimento desastroso, ou de uma
rotura dolorosa) envia sinais que facilitam a decisão ao eliminarem
algumas opções e destacarem outras logo à partida. Deste modo,
considera o Dr. Damásio, o cérebro emocional está tão envolvido
no raciocínio como o cérebro racional.
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Segunda Parte
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tem a respeito das decisões que são obrigadas a tomar, desde com
quem casar a que emprego aceitar.
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Conhece-te a Ti Mesmo
Conta um velho conto japonês que, certo dia, um aguerrido
amurai desafiou um mestre de zen a explicar-lhe os conceitos de Céu
e Inferno. Mas o monge respondeu-lhe, trocista: «Não passas de um
estúpido e eu não posso perder tempo com gente da tua laia!»
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O APAIXONADO E O INDIFERENTE
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O tumor de Elliot, que lhe crescia mesmo por detrás da testa, tinha
o tamanho de uma laranja pequena; a cirurgia removeu-o
completamente. Embora a operação tenha sido considerada um
êxito, depois dela as pessoas que o conheciam começaram a dizer
que Elliot já não era Elliot — sofrera uma mudança de personalidade
drástica. Outrora um advogado bem sucedido, Elliot tornou-se
incapaz de se manter num lugar. A mulher deixou-o. Tendo desba76
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SONDANDO O INCONSCIENTE
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Escravos da Paixão
Tufaste (...)
Como a ti (...).
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mau estado de espírito deve ser mudado; há, descobriu Tice, os «pu- :
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dizem que nunca tentam modificar o seu estado de espírito, uma vez
que, na sua maneira de ver, todas as emoções são «naturais» e
devem ser vividas tal como se apresentam, por muito deprimentes
que sejam. E depois há aqueles que procuram periodicamente pôrse
de mau humor por razões pragmáticas: médicos que precisam de
um ar sombrio para dar uma má notícia a um doente; activistas
sociais que alimentam a sua raiva contra a injustiça para poderem
combatê-la mais eficazmente; inclusivamente um jovem que disse
acumular fúria para melhor ajudar o irmão mais novo a enfrentar os
«rufiões» do recreio. E algumas pessoas que eram positivamente
maquiavélicas na maneira como manipulavam os estados de espírito:
veja-se o caso dos cobradores de contas que se enfureciam propositadamente
de modo a serem mais firmes com os caloteiros.3
Mas, exceptuando estes raros cultores do desagradável, a maior parte
das pessoas queixava-se de estar à mercê dos seus humores. A capacidade
das pessoas de sacudir a má disposição revelou-se, segundo
Tice, decididamente irregular.
ANATOMIA DA RAIVA
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A «onda» de raiva
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— Põe isso onde estava! — Mais forte, desta vez, num torn mais
zangado.
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-educado (também neste caso fazendo uma avaliação que seria supostamente
utilizada na consideração da sua candidatura a um
emprego), faziam-no com uma alegria feroz. Mas, numa outra versão
da experiência, um segundo «cúmplice» entrava na sala depois
de os voluntários terem sido provocados mas antes de terem tido
mais elevados, deixa de fazer efeito por causa daquilo a que chama _^B.
pena!», ou mesmo com «as mais fortes vulgaridades que a língua in- ||^^^|
Deixar arrefecer
Uma vez, quando tinha 13 anos, num ataque de fúria, saí de
casa prometendo nunca mais lá voltar. Estava um belo dia
de Verão, e eu afastei-me para bastante longe, caminhando por
belos caminhos orlados de flores, até que, pouco a pouco, a beleza
e a tranquilidade foram-me acalmando, e passadas algumas horas
regressei a casa, arrependido e quase derretido. Desde esse dia,
quando me zango, faço a mesma coisa, sempre que posso e, quanto
a mim, é a melhor cura.
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Tice descobriu que dar vazão à ira é uma das piores maneiras
de acalmar: as explosões de fúria aumentam tipicamente o estado
de excitação do cérebro, deixando a pessoa a sentir-se mais zangada,
e não menos. Tice descobriu que quando as pessoas lhe falavam
das vezes que tinham desabafado a sua ira contra a pessoa que
a provocara, o resultado líquido era prolongar esse estado de espírito,
e não eliminá-lo. Muito mais eficaz era quando as pessoas
primeiro se deixavam arrefecer, e só depois, já de uma maneira
mais construtiva e positiva, confrontavam o seu oponente para
resolver a discussão. Como certa vez ouvi Chogyam Trungpa, um
professor tibetano, responder quando lhe perguntaram qual era a
melhor maneira de lidar com a ira: «Não a suprimir. Mas não agir
levado por ela.»
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Talvez não consiga fazer isto como deve ser. Talvez isto saia tão
artificial que não dê qualquer indicação a respeito da realidade, e
nós temos de chegar à realidade... Porque se não chegarmos à realidade,
não poderei curar-me. E se não conseguir curar-me nunca
poderei ser feliz.12
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O trabalho de preocupar-se
Tinha-se mudado do Midwest para Los Angeles, atraída por
um lugar numa editora. Mas pouco depois a editora foi comprada
por uma outra maior, e ela viu-se sem emprego. Fez-se então escritora
em regime livre, mas, dada a irregularidade do mercado, tão
depressa se encontrava assoberbada de trabalho como sem dinheiro
para pagar a renda. Muitas vezes tinha de racionar os telefonemas,
e pela primeira vez na sua vida via-se sem um seguro de saúde.
Esta falta de segurança era particularmente perturbadora: deu por
si a imaginar cenários catastróficos em termos de saúde, cada dor
de cabeça era sinal de um tumor no cérebro, via-se envolvida em
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sensação de os meus processos mentais serem engolfados por uma
vaga tóxica e incontrolável que obliterava toda e qualquer resposta
agradável às experiências da vida». Há ainda os efeitos físicos:
insónia, uma apatia de zombie, «uma espécie de dormência, uma
fraqueza, mas muito especialmente uma estranha fragilidade», juntamente
com uma «inquieta agitação». Há a perda do prazer: «A comida,
como tudo o mais que tivesse a ver com sensações, era cornpletamente
desprovida de sabor.» Finalmente, havia o fim de toda
a esperança à medida que «o nevoeiro cinzento do horror» se
transformava num desespero tão palpável que era como uma dor física,
uma dor tão insuportável que só o suicídio parecia ser a
solução.
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Os levantadores do moral
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que estivesse ainda em piores condições («Não estou tão mal como
isso. Pelo menos consigo andar»); aqueles que se comparavam com
as pessoas saudáveis eram os que se sentiam mais deprimidos.18 Estas
comparações para baixo são surpreendentemente animadoras: de
súbito, o que se nos afigurava absolutamente terrívêTdeixa de pare-N
cer assim tão mau como isso.
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A AptidãoMestra
Só uma vez na minha vida me senti paralisado pelo medo. A ocasião
foi um exame de Cálculo durante o meu primeiro ano na
universidade, um exame para o qual conseguira pura e simplesmente
não estudar. Ainda recordo bem a sala onde entrei naquela
manhã de Primavera, com uma premonição de desgraça a pesar-me
no coração. Tinha estado naquela sala de conferências para muitas
aulas. Naquela manhã, porém, nada vi através das janelas, e nem
sequer olhei à minha volta. A minha visão reduziu-se ao espaço de
soalho directamente à minha frente, enquanto me encaminhava
para uma carteira perto da porta. Quando abri a capa azul da pasta
que continha a prova, tinha o coração a bater-me loucamente nos
ouvidos, sentia o gosto a ansiedade na boca do estômago.
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maior parte dos pais americanos está disposta a aceitar as áreas fracas
dlTcriança e a destacar as fortes, para os asiáticos a atitude é que
se as coisas não estão a correr Isem, a resposta é estudar mais tempo
à noite, e se mesmo assim não correm bem, há que levantar-se mais
cedo e estudar também de manhã. Acreditam que qualquer criança
pode ter êxito nos estudos, desde que faça o esforço adequado.» Em
resumo, uma forte ética de trabalho traduz-se em mais motivação,
mais zelo e mais persistência — numa vantagem emocional.
Imagine que tem quatro anos, e que alguém lhe fazia a seguinte
proposta: se esperar que o seu interlocutor acabe de fazer certa coisa
que tem de tazer, poderá comerjdois rebuçados. Se não conseguir esperar,
comerá apenas um, mas recebê-lo-á imediatamente. É um
desafio sem dúvida capaz de pôr à prova a alma de qualquer criança
de quatro anos, um microcosmo da eterna batalha entre o impulso
e_aj;ontenção, o id e o ego, o desejo e o autocontrolo, a gratificação e
o adiamento^Quaj_dgstas escolhas a criança faz constitui um teste
muito revelador^oferece-nos uma leitura rápida não apenas do seu
carácter, mas também da trajectória que provavelmente seguirá
^através cia vida.
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Quem assim fala é uma mulher que está sob terapia para um problema
de ansiedade; esta mulher tem consciência de que a sua
preocupação está a impedi-la de viver a vida como gostaria.11 Mas
quando chega a altura de tomar uma simples decisão, como ir ou
não ver o filho jogar futebol, o espírito enche-se-lhe de pensamentos
de desgraça. Não é livre de escolher; as preocupações subjugamlhe
a razão.
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Seria de esperar que tarefas tão exigentes requeressem mais activi- ^^^^J
dade cortical, e não menos. Mas uma das chaves do fluxo é que só ]|é ^^^^J
cortical, com um gasto mínimo de energia mental. Isto faz sentido, , :! ^^^^J
em fluxo: dominar os gestos de uma tarefa, seja ela física como o aipi- :l ^^^^H
ço que aqueles que estão a ser aprendidos, ou aqueles que são ainda •’tfBj ^^^^|
muito difíceis. Do mesmo modo, quando o cérebro trabalha de uma ...J^H ^^^^1
tarefa. Neste estado, o mais difícil dos trabalhos pode parecer refres- Jl
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APRENDIZAGEM E FLUXO.
UM NOVO MODELO DE ENSINO
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As Raízes da Empatia
Voltemos a Gary, o brilhante mas alexitímico cirurgião que tanto
perturba a noiva, Ellen, ao ignorar não só os seus próprios
sentimentos, mas também os dela. Como à maior parte do alexitímicos,
falta-lhe empatia, além da capacidade de introspecção. Se
Ellen lhe dizia que se sentia em baixo, Gary não sabia consolá-la;
se ela lhe falava de amor, ele mudava de assunto. Gary tecia críticas
«construtivas» às coisas que Ellen fazia, sem se aperceber de que
essas críticas a faziam sentir-se atacada, e não ajudada.
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que aquelas que revelavam uma aptidão especial para ler sentimentos
através de pistas não-verbais eram igualmente as mais populares
nas respectivas escolas, as emocionalmente mais estáveis.3 Também
se saíam melhor em termos académicos, muito embora, em média,
o seu QI não fosse superior ao das outras crianças menos hábeis a
ler mensagens não-verbais — sugerindo talvez que dominar esta
aptidão empática facilita o êxito escolar (ou simplesmente faz que
os professores gostem mais desses alunos).
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na cabeça, mas ele afasta-se (...) O bebé acalma-se, mas Jenny continua
a parecer preocupada. Continua a levar-lhe brinquedos e a
fazer-lhe festas na cabeça e nos ombros.6
Sara tinha vinte e cinto anos quando deu à luz dois gémeos,
Mark e Fred. Achava Mark mais parecido com ela, e Fred mais
parecido com o pai. Esta convicção pode ter estado na origem da
importante mais subtil diferença na maneira como tratava cada um
dos rapazes. Quando tinham apenas três meses, Sara tentava frequentemente
captar o olhar de Fred, e quando ele lhe voltava a
cara, ela insistia, ao que Fred respondia desviando ainda mais enfaticamente
o olhar. Se ela afastava os olhos, Fred olhava para ela, e
o ciclo de procura e aversão recomeçava — tendo muitas vezes como
resultado provocar na criança ataques de choro. Mas com Mark,
Sara praticamente nunca tentava impor o contacto visual, como
fazia com Fred. Em vez disso, Mark podia desviar os olhos sempre
que queria, sem que a mãe insistisse.
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as pessoas, como fazia com a mãe quando tinha três meses, baixan- |
um sorriso de vitória.
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OS CUSTOS DA DESSINTONIA
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A FISIOLOGIA DA EMPATIA
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Uma das maneiras mais sinistras através das quais esta ausência
de empatia se manifesta foi descoberta por acaso num estudo sobre
os piores casos de violência doméstica. A investigação revelou uma
anomalia fisiológica em muitos dos maridos mais agressivos, que
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As Artes Sociais
Como tantas vezes acontece quando se tem cinco anos e irmãos
mais novos, Len tinha perdido completamente a paciência comjay,
o seu irmão de dois anos e meio, que estava a armar a maior das
confusões com as peças de Lego com que ambos brincavam.
Deixando-se dominar pela irritação, Len prega uma valente dentada
em Jay, que desata a chorar. A mãe, ao ouvir os gritos doloridos
do mais novo, vem lá de dentro e ralha com Len, ordenando-lhe
que arrume na caixa os pomos da discórdia, ou seja, as peças de
Lego. Face àquilo que lhe parece sem a mínima dúvida uma gravíssima
injustiça, Len põe-se a chorar por sua vez. Ainda zangada, a
mãe recusa-se a consolá-lo.
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— Queres um estalo?
— Não!
— Então acaba com isso, se fazes favor — diz a mãe com firmeza,
se bem que já um pouco exasperada.
— Estou a tentar.
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terra que separavam os campos de arroz uns dos outros, surgiu uma |
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Não havia dúvida de que Cecil era brilhante; tinha uma licenciatura
universitária em línguas estrangeiras e era um excelente tradutor.
Mas havia aspectos cruciais em que se revelava completamente
inepto. Parecia faltarem-lhe as mais simples aptidões sociais.
Baralhava-se na mais vulgar das conversas e gaguejava até para dar
os bons-dias; em suma, parecia incapaz do mais rotineiro contacto
social. Uma vez que a sua falta de graça social se tornava ainda mais
patente quando se encontrava na presença de mulheres, Cecil procurou
um terapeuta, perguntando a si mesmo se não teria «tendências
homossexuais de uma natureza subjacente», como dizia, embora
não acreditasse muito nisso.
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«ODIAMOS-TE»: A MARGEM
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— Eh!
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— Chega aqui.
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mentos que vão a caminho do desastre; em 85 por cento dos casos,
é o marido que se remete ao silêncio em resposta a uma esposa que
o ataca com críticas e desdém.’4 Como resposta habitual, esta técnica
é devastadora para a saúde da relação, corta toda e qualquer possibilidade
de chegar a um acordo.
PENSAMENTOS TÓXICOS
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Terá algum problema no emprego?» Esta é uma visão que não classifica
o marido (ou o casamento) como irremediavelmente defeituoso
e irrecuperável. Em vez disso, vê aquele mau momento como
o resultado de circunstâncias que podem mudar. A primeira atitude
provoca o conflito permanente; a segunda apazigua.
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A BOA DISCUSSÃO
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O que mais notavelmente falta nos casais que acabam por divorciar-se
é a existência de tentativas por parte de qualquer dos parceiros
para fazer baixar a tensão. A presença ou a ausência de maneiras
de colmatar a ruptura constitui uma diferença crucial entre
as discussões dos casais que têm um casamento saudável e aqueles
que acabam por se divorciar.25 Os mecanismos de reparação que
impedem uma discussão de transformar-se numa tremenda explosão
são coisas simples, como tentar manter o debate dentro de certos
limites, mostrar empatia e reduzir a tensão. Estes movimentos básicos
são como um termostato emocional, impedindo que os sentimentos
expostos aqueçam excessivamente e dominem a capacidade
de os parceiros se limitarem à questão presente.
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Acalmar-se
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Autoconvicção desintoxicante
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Ela: Claro que estou a gritar... Não ouviste uma palavra do que
eu disse. Não me ligas nenhuma!
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Praticar
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Gerir com Coração
Melburn McBroom era um chefe dominador, com um feito que
intimidava quando com ele trabalhavam. O facto não mereceria talvez
qualquer comentário especial se Mr. McBroom trabalhasse num
escritório ou numa fábrica. Mas Mr. McBroom era piloto comercial.
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Este estudo foi feito nos anos 70, quando o meio dos negócios
era muito diferente. A minha convicção é de que tais atitudes estão
ultrapassadas, são um luxo de outros tempos; uma nova realidade
competitiva veio dar uma importância crescente à inteligência
emocional, tanto no local de trabalho como no mercado. Tal como
Shoshona Zuboff, uma psicóloga de Harvard Business School, me
observou, «as empresas passaram ao longo deste século por uma
revolução radical, e com ela veio uma correspondente transformação
da paisagem emocional. Houve um longo período de domínio
administrativo da hierarquia empresarial em que o chefe duro,
manipulador, capaz de todos os truques foi recompensado. Mas essa
hierarquia rígida começou a desmoronar-se nos anos 80, sob as
pressões conjuntas da globalização e das tecnologias da informação.
O homem da selva simboliza aquilo que a empresa foi; o virtuoso
das relações interpessoais representa o futuro».3
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tá a fazer tudo mal» feita num torn sarcástico, duro e zangado, que
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A arte da crítica
Consideremos a alternativa.
Uma crítica bem feita pode ser uma das mensagens mais proveitosas
que um gestor pode emitir. Por exemplo, o que o vice-presidente
sarcástico devia ter dito ao engenheiro — mas não disse —
era qualquer coisa no género: «A maior dificuldade nesta fase é que
o seu plano demorará demasiado tempo a concretizar e fará subir os
custos. Gostaria que pensasse melhor na sua proposta, sobretudo
nas especificações do software, para ver se consegue descobrir uma
maneira de fazer o trabalho mais rapidamente.» Este tipo de mensagem
tem precisamente o efeito oposto ao de uma crítica destrutiva:
em vez de criar impotência, fúria e rebelião, contém a esperança
de se conseguir fazer melhor e sugere o início de um plano para
atingir esse objectivo.
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As raízes do preconceito
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INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
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J
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Mente e Medicina
«Quem lhe ensinou tudo isto, Doutor!»
A resposta veio, pronta:
«O sofrimento.»
A MENTE DO CORPO:
A IMPORTÂNCIA DAS EMOÇÕES PARA A SAÚDE
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*
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
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t
i
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co; a ira parece ser a emoção que mais mal faz ao coração. Ao contarem
os incidentes que os tinham perturbado, os pacientes afirmavam
que o nível de ira que sentiam na altura era cerca de metade
do que tinham sentido durante a ocorrência propriamente dita, o
que sugere que os seus corações tinham sido muito mais gravemente
afectados quando o caso se dera.
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à\
4
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Estes passos são um começo. Mas para que a medicina possa ampliar
a sua visão de modo a abarcar o impacte das emoções, é primeiro
preciso que duas importantes implicações das descobertas
científicas sejam levadas a sério:
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t
I*
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
240
Quarta Parte
Janelas de Oportunidade
12
O Crisol da Família
É uma pequena tragédia familiar. Cari e Ann estão a ensinar a
filha, Leslie, que tem apenas cinco anos, a brincar com um novo
jogo de vídeo. Mas quando Leslie começa a aprender, a ânsia dos
pais em «ajudá-la» parece só servir para complicar as coisas. Ordens
contraditórias voam em todas as direcções.
— Pára! Pára!
E a mãe grita-lhe:
243
4
DANIEL GOLEMAN
nenhum dos pais, ninguém, para ser mais exacto, quer saber dos
seus sentimentos.1 Quando momentos como este se repetem vezes
sem conta ao longo da infância, transmitem algumas das mais fundamentais
mensagens emocionais — lições que podem determinar
o curso de uma vida. A vida familiar é a nossa primeira escola para
a aprendizagem emocional; neste caldeirão de intimidade aprendemos
como sentirmo-nos a respeito de nós próprios e como os outros
reagirão aos nossos sentimentos; o que pensar a respeito desses sentimentos
e que escolhas temos ao nosso dispor para reagir; como ler
e exprimir esperanças e medos. Esta aprendizagem emocional funciona
não só através das coisas que os pais dizem e fazem directamente
às crianças, mas também dos modelos que oferecem no modo
como lidam com os seus próprios sentimentos e com aqueles que
passam entre marido e mulher. Alguns pais são professores emocionais
muito dotados; outros são péssimos.
244
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
• Ser desdenhoso, não mostrar respeito por aquilo que a criança sente.
Estes pais são tipicamente severos, duros tanto nas criticas como
nos castigos. Podem, por exemplo, proibir à criança qualquer
sinal de zanga, e castigarem-na ao mais pequeno indício de
irratibilidade. Estes são os pais que gritam furiosamente à criança
que está a tentar contar o seu lado da história: «E não me
respondas!»
Para que os pais possam ser treinadores eficazes a este nível, têm
eles próprios de ter um conhecimento razoável dos rudimentos da
inteligência emocional. Uma das lições emocionais básicas para
uma criança é, por exemplo, como distinguir entre sentimentos; um
pai que não consiga identificar, digamos, a sua própria tristeza, não
poderá ajudar o filho a compreender a diferença entre estar triste
por ter sofrido uma perda, estar triste num filme triste, e a tristeza
que sentimos quando acontece alguma coisa má a alguém de quem
gostamos. Para além desta distinção, há outros conhecimentos mais
sofisticados, como o de que a ira é tantas vezes provocada pelo facto
de nos sentirmos magoados.
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UM bom COMEÇO
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I
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
tempo passa, vão ficando ainda mais para trás, tornando-se cada vez
mais desencorajadas, ressentidas, perturbadas e perturbadoras.
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13
Trauma e
Reaprendizagem Emocional
Som Chit, uma refugiada cambojana, recusou quando os três filhos
lhe pediram que lhes comprasse espingardas automáticas AK47
de brinquedo. Os três garotos — de seis, nove e onze anos —
queriam as espingardas para uma brincadeira que costumavam fazer
na escola e se chamava Purdy. No jogo, Purdy, o mau, usa uma
espingarda automática para matar um grupo de crianças, após o que
se suicida. Por vezes, no entanto, as crianças modificam o fim da
brincadeira: são elas quem mata Purdy.
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INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
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INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
Uma mulher que foi assaltada por um indivíduo que entrou com ela
num elevador e a obrigou, à ponta de faca, a sair num andar desocupado,
recusou-se durante semanas a entrar não só num elevador,
mas também numa carruagem de metropolitano ou outro qualquer
espaço fechado onde pudesse sentir-se encurralada; saiu a correr do
banco quando viu um homem levar a mão ao bolso do casaco, como
o seu assaltante tinha feito.
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de que serei atingido pela próxima rajada e sei que you morrer.
Tenho as mãos geladas, mas o suor escorre-me de todo o corpo.
Sinto os cabelos eriçarem-se-me na nuca. Não consigo respirar e o
; coração bate-me com força. Sinto um cheiro húmido, sulfuroso.
Subitamente, vejo o que resta do meu amigo Troy... numa bandeja
de bambu, enviada ao nosso acampamento pelo Vietcong... O
próximo relâmpago e o trovão que se segue fazem-me dar um salto
tão grande que caio no chão.3
260
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
o chão debaixo dos seus pés. Agora, meses mais tarde, recuperara
quase completamente do pânico que a dominara durante os primeiros
dias que se tinham seguido, quando o bater de uma porta era o
suficiente para a pôr a tremer de medo. O único sintoma que perdurava
era a incapacidade de dormir, um problema que só surgia
quando o marido não estava em casa — como acontecera na noite
do terramoto.
262
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
neráveis do que outros animais que não passaram por essa experiência
às modificações cerebrais provocadas pelo trauma (o que sugere
a necessidade urgente de tratar as crianças com SPT). Parece ser
esta a razão por que, quando expostas à mesma catástrofe, umas pessoas
desenvolvem SPT e outras não: a amígdala destas últimas já
está predisposta para encontrar perigos, e quando a vida lhes apresenta
novamente um perigo real, o seu alarme soa mais alto.
REAPRENDIZAGEM EMOCIONAL
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i
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
Cinco anos mais tarde, Terr viu o rapto ser reencenado nas
brincadeiras das vítimas. As raparigas, por exemplo, brincavam aos
raptos com as suas bonecas Barbie. Uma menina, que detestara sentir
na pele a urina das outras crianças quando todas se tinham refugiado
a monte num canto, cheias de terror, lavava a sua Barbie
vezes sem conta. Outra brincava à Barbie Viajante, um jogo em que
a Barbie viajava para um sítio qualquer — não importava qual —
e regressava em segurança, que era o objectivo do jogo. O preferido
de uma terceira garota era um cenário em que a boneca era enfiada
num buraco e sufocava.
to de cinco anos que foi raptado juntamente com a mãe pelo examante
desta. O homem levou-os para um quarto de motel, onde
ordenou à criança que se escondesse debaixo de uma manta enquanto
espancava a mãe até à morte. O rapaz estava, compreensivelmente,
relutante em falar a Eth sobre o que ouvira e vira enquanto
estava tapado pela manta. Por isso Eth pediu-lhe que fizesse
um desenho — um desenho qualquer.
REAPRENDIZAGEM EMOCIONAL
E RECUPERAÇÃO DO TRAUMA
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INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
emocional aprende mais uma vez que a vida não tem necessariamente
de ser vista como uma emergência prestes a acontecer.
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INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
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h
14
O Temperamento Não E Fatalidade
Falamos em alterar padrões emocionais que foram aprendidos.
Mas o que dizer daquelas respostas que nos são ditadas pela nossa
herança genética? Que tal mudar as reacções habituais daqueles que
por natureza são, digamos, altamente voláteis ou dolorosamente
tímidas? Esta área do registo emocional cai sob a alçada do temperamento,
o pano de fundo de sentimentos que caracteriza a nossa
disposição básica. O temperamento pode ser definido em termos
dos estados de espírito que tipificam a nossa vida emocional. Em
certa medida, todos nós temos uma área emocional favorita deste
tipo; o temperamento é uma característica inata, faz parte da lotaria
genética que tão determinante se revela no desenrolar da vida.
Todos os pais sabem disto: logo a partir do momento em que nasce,
uma criança pode ser calma e sossegada, ou agitada e difícil. A questão
está em saber se esta estrutura emocional geneticamente determinada
pode ser modificada pela experiência. A biologia fixa para
sempre o nosso destino emocional, ou pode uma criança inatamente
tímida transformar-se num adulto mais confiante?
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INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
A NEUROQUIMICA DA TIMIDEZ
Uma pista precoce para se saber qual destes padrões uma criança
herdou é o modo como se comporta quando bebé, se é ou não difícil
e irritável, como reage na presença de alguma coisa ou de alguém
que não conheça. Enquanto cerca de uma em cinco crianças
cai na categona dos tímidos, duas em cinco têm um temperamento
ousado — pelo menos à nascença.
Nos anos 1920, quando ainda era uma jovem, a minha tia June
deixou a sua casa em Kansas City e aventurou-se sozinha até Xangai,
naqueles tempos uma viagem perigosa para uma mulher solitária.
Aí, june conheceu e casou com um detective da polícia colonial
daquele centro internacional de comércio e intriga. Quando os
japoneses capturaram Xangai, no início da Segunda Guerra Mundial,
a minha tia e o marido foram internados no campo de prisioneiros
descrito no livro e filme O Império do Sol. Depois de sobreviverem
cinco horríveis anos no campo de concentração, tinham
literalmente perdido tudo o que possuíam. Sem um centavo, foram
ambos repatriados para a Colúmbia Britânica.
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pessoa pode ser classificada com base nos padrões das suas ondas
cerebrais como tendo tendência para um ou outro tipo, afirma
Davidson. O contraste de temperamento entre o triste e o alegre
revela-se de muitas maneiras diferentes, grandes e pequenas. Por
exemplo, numa determinada experiência os voluntários viam uma
série de pequenos filmes. Alguns eram divertidos — um gorila a
tomar banho, um cachorrinho a brincar. Outros, como um filme
de um curso de enfermagem que mostrava os pormenores mais
sanguinolentos de uma operação, eram francamente perturbadores.
Os tristonhos, os que registavam maior actividade no
hemisfério direito, achavam os filmes alegres apenas medianamente
divertidos, mas reagiam à sangueira da operação com medo e
nojo muito intensos. Os do grupo dos alegres tinham reacções mínimas
às imagens da operação, mas ficavam deliciados com os filmes
divertidos.
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JANELAS CRUCIAIS
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Quinta Parte
Literacia Emocional
15
O Preço da Iliteracia Emocional
Começou como um vulgar desentendimento, mas depressa deu
para o torto. Ian Moore e Tyrone Sinkler, dois alunos da Jefferson
High School, em Brooklyn, tinham-se travado de razões com um
colega, Khalil Sumpter, de quinze anos. Depois começaram a implicar
sistematicamente com ele, fazendo ameaças. Até que a situação
explodiu.
MAL-ESTAR EMOCIONAL
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INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
DOMESTICAR A AGRESSÃO
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crianças, era três vezes mais provável ouvi-las admitir que tinham
batido em alguém que não lhes fizera qualquer mal, ou praticado
furtos em lojas, ou usado uma arma numa luta, ou roubado um
carro, ou terem-se embriagado — tudo isto antes de atingirem os
catorze anos de idade.16
302
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
camente uma luta — nem sequer lhes passam pelo espírito. A tendência
para a agressividade é justificada nos seus espíritos por ideias
como: «É normal bater em alguém quando se perde a cabeça devido
à raiva», «Se fugirmos a uma luta, todos nos julgarão cobardes»,
e «As pessoas que apanham uma tareia não sofrem assim tanto
como isso».21 i
PREVENIR A DEPRESSÃO
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UM CUSTO DA MODERNIDADE:
TAXAS DE DEPRESSÃO CRESCENTES
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INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
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Outro preço que estas crianças têm de pagar é obter maus resultados
nos estudos; a depressão interfere com a memória e a concentração,
tornando mais difícil prestar atenção nas aulas e reter o
que é ensinado. Uma criança que não sinta alegria em coisa alguma
terá dificuldade em reunir energia suficiente para vencer os desafios
das lições mais difíceis, quanto mais experimentar fluxo na aprendizagem.
Compreensivelmente, quanto mais tempo as crianças do
estudo de Kovacs estavam deprimidas, mais as suas notas desciam e
piores resultados obtinham nos testes, o que reforçava a probabilidade
de ficarem para trás nos estudos. Na realidade, verificava-se
uma correlação directa entre a duração da depressão das crianças
e os seus resultados escolares, com uma queda constante ao
longo do curso do episódio. Todos estes problemas académicos,
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ATALHAR A DEPRESSÃO
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DESORDENS ALIMENTARES
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SÓ OS SOLITÁRIOS: DESISTENTES
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imagine-se o que será passar trinta horas por semana num lugar
onde ninguém gosta de nós.
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TREINAR AMIZADE
lares que tem obtido algum êxito.46 Depois de ter identificado alunos
do terceiro e quarto anos que eram os menos apreciados nas respectivas
turmas, Asher deu-lhes seis sessões a respeito de como
«tornar as brincadeiras mais divertidas», sendo «amistoso, divertido
e simpático». Para evitar o estigma, foi dito às crianças que
seriam «consultoras» do professor, o qual estaria a tentar descobrir
que género de coisas podiam contribuir para tornar as brincadeiras
mais divertidas.
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Os ingredientes activos
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Educar as Emoções
A principal esperança das nações reside na educação da sua
juventude.
ERASMO
— Jessica.
— Patrick.
— Nicole.
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UM PONTO DISCUTÍVEL
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Rahman não está convencido, mas a sua voz também soa mais
calma, quando diz: j
— Não, está tudo OK — diz Rahman, num torn muito mais suave,
agora que se sente escutado e compreendido. Tucker faz tam337
DANIEL GOLEMAN
I
bém um gesto de assentimento, sorrindo. Os dois rapazes, reparando
que todos os outros já saíram para a próxima aula, voltam-se e
correm porta fora.
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AS PREOCUPAÇÕES DO DIA
sos pontos fortes e fracos, e vermo-nos a uma luz positiva mas realista
(e deste modo evitar a armadilha comum da tendência para a
auto-estima).
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— Cansados.
— Confusos.
— Ansiosos.
MEDO:
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O CALENDÁRIO EMOCIONAL
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A OPORTUNIDADE É TUDO
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São competências que servem para toda a vida, e não apenas para
aqueles que são naturalmente violentos.»10
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INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
Seja como for, as lições são úteis para todas as crianças. Incluem,
por exemplo, aprender logo a partir da escola primária a controlar
os impulsos; quando não dominam esta capacidade, as crianças têm
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guém me disse que ela queria lutar comigo. Disseram-me que ia apanhar-me
num canto depois das aulas.»
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AUTOCONSCIÊNCIA EMOCIONAL
• Mais responsabilidades.
GERIR RELACIONAMENTOS
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INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
CARACTER, MORALIDADE
E AS ARTES DA DEMOCRACIA
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INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
Uma das razões por que dominam tão mal esta aptidão básica
é, evidentemente, o facto de nós, como sociedade, não nos termos
dado ao trabalho de assegurar que todas as crianças aprendiam minimamente
a lidar com a ira e a resolver conflitos de uma forma
positiva — como não nos demos ao trabalho de ensinar-lhes
empatia, controlo de impulsos ou qualquer das outras formas fundamentais
de competência emocional. Deixando ao acaso as
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DANIEL GOLEMAN
364
K
Apêndices
e Notas
Apêndice A
O Que E a Emoção
Uma palavra a respeito daquilo a que me refiro sob a rubrica
emoção, um termo cujo significado preciso tem vindo a ser objecto
de controvérsias entre psicólogos e psiquiatras desde há mais de um
século. No seu sentido mais literal, o Oxford English Dictionary define
emoção como «uma agitação ou perturbação do espírito, sentimento,
paixão; qualquer estado mental excitado ou veemente.»
Quanto a mim, interpreto emoção como referindo-se a um sentimento
e aos raciocínios daí derivados, estados psicológicos e biológicos,
e o leque de propensões para a acção. Há centenas de emoções,
incluindo respectivas combinações, variações, mutações e
tonalidades. Na realidade, há muito mais subtilezas de emoção do
que nós temos palavras para descrevê-las.
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INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
Uma vez que o intervalo entre aquilo que dispara uma emoção e
a sua reacção pode ser praticamente inexistente, o mecanismo que
avalia as percepções tem de ser capaz de uma grande velocidade,
mesmo em tempo de cérebro, que se conta em milésimos de segundo.
Esta avaliação da necessidade de agir tem de ser automática, tão
rápida que nunca chega a entrar no consciente.3 O tipo de resposta
rápida-e-suja da mente emocional domina-nos praticamente antes
que tenhamos tempo de perceber o que se está a passar.
Paul Ekman propõe que esta rapidez com que as emoções podem
dominar-nos antes que nos apercebamos inteiramente do que estão
a fazer é essencial para o facto de serem tão altamente adaptativas;
mobilizam-nos para responder a ocorrências urgentes sem perdermos
tempo a ponderar a reacção ou a resposta. Usando o sistema
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INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
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INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
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DANIEL GOLEMAN
que uma única parte evoca o todo. Tal como Seymour Epstein faz
notar, enquanto a mente racional estabelece ligações lógicas entre
causas e efeitos, a mente emocional é indiscriminada, relacionando
coisas que se limitam a ter alguns aspectos semelhantes.3
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INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
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DANIEL GOLEMAN
Apêndice C
Os Circuitos Neuronais do Medo
A amígdala é crucial para o medo. Quando uma rara doença
cerebral destruiu a amígdala (mas não qualquer das outras estruturas
do cérebro) de uma doente, que os neurologistas identificam
pelas iniciais S. M., o medo desapareceu completamente do seu
repertório mental. Esta mulher tornou-se incapaz de identificar as
expressões de medo na cara de outras pessoas, ou de fazê-las ela
própria. Nas palavras do seu neurologista: «Se alguém lhe apontasse
uma pistola à cabeça, ela saberia intelectualmente que deveria
ter medo, mas não o sentiria como você ou eu.»
377
DANIEL GOLEMAN
378
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
Uma vez enviados todos estes sinais, o caro Leitor está em pleno
ataque de medo: apercebe-se de um aperto característico no estômago,
de que o coração lhe bate mais depressa, da tensão dos músculos
à volta do pescoço e dos ombros, do tremor dos membros;
o seu corpo imobiliza-se enquanto se esforça por captar novos sons,
e o seu espírito imagina uma série de perigos possíveis e maneiras
de lhes responder. Toda esta sequência — da surpresa à incerteza, à
apreensão e ao medo — decorre no espaço de cerca de um segundo.
(Para mais informação, ver Jerome Kagan, Galerís Prophecy,
Nova Iorque, Basic Books, 1994.)
Apêndice D
W. T. Grant Consortium Ingredientes
Os ingredientes-chave dos programas eficazes incluem:
CAPACIDADES EMOCIONAIS
• Expressar sentimentos
• Gerir sentimentos
• Adiar a recompensa
• Controlar impulsos
• Reduzir o stress
APTIDÕES COGNITIVAS
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DANIEL GOLEMAN
CAPACIDADES COMPORTAMENTAIS
Apêndice E
Currículo da Ciência do Eu
Principais componentes:
380
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
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Apêndice F
RESULTADOS:
• Mais responsáveis
• Mais assertivas
• Mais harmoniosas
• Mais «democráticas»
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INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
Paths
Mark Greenberg, Projecto Via Rápida, Universidade de Washington.
RESULTADOS:
• Melhor autocontrolo
• Tolerância à frustração
• Aptidões de companheirismo
• Partilhar
• Sociabilidade
• Autocontrolo
• Identificação
• Rotulagem
383
DANIEL GOLEMAN
RESULTADOS:
• Menor delinquência
384
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
RESULTADOS:
• Melhor comportamento
RESULTADOS:
• Mais empatia
RESULTADOS:
• Mais auto-estima
409-17.
386
Notas
PRIMEIRA PARTE:
O CÉREBRO EMOCIONAL
10. Este tipo de respostas básicas constitui aquilo que poderíamos considerar
a «vida emocional» — ou mais exactamente a «vida institiva» — des387
DANIEL GOLEMAN
1. O caso do homem que não tinha sentimentos foi descrito por R. Joseph,
ob. cit., p. 83. Por outro lado, pode haver vestígios de sentimentos em pessoas
que não têm amígdala (ver Paul Ekman e Richard Davidson, eds., Questtons
About Emottons, Nova Iorque, Oxford University Press, 1994). As conclusões
diferentes podem dever-se a exactamente que partes da amígdala e circuitos
relacionados estão em falta; estamos ainda longe de ter ouvido a última palavra
sobre a neurologia pormenorizada das emoções.
cuitos que dispersam a regulação de uma dada emoção por partes afastadas, mas
coordenadas, do cérebro. Os neurocientistas especulam que quando estiver terminado
o mapa cerebral completo das emoções, cada emoção principal terá a
sua própria topografia, um mapa distinto de caminhos neurais que determinem
as sua qualidades únicas, embora muitos ou mesmo a maior parte desses circuitos
possa estar interligada em junções-chave do sistema límbico, como a
amígdala, e no córtex pré-frontal. Ver Joseph LeDoux, «Emotional Memory
Systems in the Brain», Behavioral and Brian Research 58, 1993.
10. Perigoso, mesmo que não se saiba o que é: LeDoux, citado em «How
Scary Things Get That Way», Science, 6 de Novembro de 1992, p. 887.
389
DANIEL GOLEMAN
13. Estudos com animais mostram que quando certas áreas dos lóbulos préfrontais
são lesionadas, deixando de modular os sinais emocionais emitidos pela
área límbica, os animais tornam-se erráticos, com impulsivas e imprevisíveis
explosões de fúria ou acessos de medo paralisante. A. R. Luria, o brilhante neuropsicólogo
russo, propôs já nos anos 30 que o córtex pré-frontal era a chave do
autocontrolo e da regulação das explosões emocionais; os pacientes com lesões
nesta área, observou Luria, eram impulsivos e propensos a acessos de fúria e
medo. E um estudo de duas dezenas de homens e mulheres acusados de terem
cometido assassínio num momento de paixão impulsiva e descontrolada permitiu
verificar, através de exames visuais do cérebro pelo sistema PET, que apresentavam
um nível de actividade nessas mesmas secções do córtex pré-frontal
inferior ao normal.
14. Alguns dos principais trabalhos com lóbulos lesionados em ratos foram
feitos por Victor Donnenberg, um psicólogo da Universidade do Connecticut.
16. O caso dos doentes de trombose felizes foi relatado por Mary K. Morris,
do Departamento de Neurobiologia da Universidade da Florida, durante a
International Neurophysiological Society Meeting, de 13-16 de Fevereiro de
1991, em Santo António.
SEGUNDA PARTE:
A NATUREZA DA
INTELIG NCIA EMOCIONAL
6. Karen Arnold, que fez o estudo sobre os melhores alunos juntamente com
Terry Denny, na Universidade do Illinois, foi citada no The Chicago Tribune,
29 de Maio de 1992.
391
DANIEL GOLEMAN
2. Ver também: Jon Kabat-Zinn, Wherever You Go, There You are, Nova
Iorque, Hyperion, 19943.
7. A intensidade das emoções: muito deste trabalho foi feito por ou com
Randy Larsen, um ex-aluno graduado de Diener actualmente na Universidade
do Michigan.
12. A mulher que não sabia por que chorava é referida em H. Warnes,
«Alexithymia, Clinicai ad Therapeutical Aspects», Psychotherapy-Psychosomatics
46, 1986, pp. 96-104.
392
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
2. Foi em Dezembro de 1992 que entrevistei Diane Tice sobre esta questão
do que as pessoas fazem para escapar ao mau humor. Tice publicou as suas descobertas
sobre a ira num capítulo que escreveu de parceria com o marido, Roy
Baumeister, em Daniel Wegner e James Pennebaker, eds., Handbook of Mental
Control v. 5, Englewood Cliffs, NJ, Prentice-Hall, 1993.
9. Quando dar razão à ira resulta: Tavris, Anger: The Misunderstood Emotion.
13. Terapias para doenças ansiosas: ver, por exemplo, David H. Barlow, ed.,
Clinicai Handbook of Psychological Disorders, Nova Iorque, Guilford Press, 1993.
Capítulo 6. A Aptidão-Mestra
1. O terror do exame: Daniel Goleman, Vital Lies, Simple Truths: T/ie
Psychology of Self-Deception, Nova Iorque, Simon And Schuster, 1985.
15. Ralph Haber e Richard Alpert, «Test Anxiety», Journal of Abnormal and
Social Psychology 13, 1958.
394
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
18. Os internos aos quais foi oferecido chocolate: «The Influence of Positive
Affect on Clinic Problem Solving», Medicai Decision Making, Julho-Setembro
de 1991.
19. Esperança e uma má nota: C. R. Snyder et ai., «The Will and the Ways:
Development and Validation of an Invididual-Diferences Measure of Hope»,
Journal of Personality and Social Psychology 60, 4, 1991, p. 579.
22. Optimismo realista e optimismo ingénuo: ver, por exemplo, Carol Halen
et ai., «Optimism in Children’s Judgments of Health and Environmental
Risks», Health Psychology 13, 1994.
7. Daniel Stern, The Interpersonal World of the Infant, Nova Iorque, Basic
Books, 1987, p. 30.
10. O estudo sobre as infâncias dos violadores violentos foi feito por Robert
Prenkty, um psicólogo de Filadélfia.
mais recentes deste efeito vem descrita em Christopher Patrick et ai., «Emotion
in the Criminal Psychopath: Fear Image Processing», Journal of Abnormal
Psychology 103, 1994.
1. O diálogo entre Jay e Len foi descrito por Judy Dunn e Jane Brown em
«Relationships, Talk About Feelings, and the Development of Affect Regulation
in Early Childhood», Judy Garber e Kenneth A. Dodge, eds., The
Development of Emotion Regulation and Dysregulation, Cambridge, Cambridge
University Press, 1991. Os floreados dramáticos são meus.
11. Nowicki e Duke, Helping the Child Who Doesnt Fit In.
397
DANIEL GOLEMAN
TERCEIRA PARTE:
A INTELIGÊNCIA EMOCIONAL APLICADA
Capítulo 9. Inimigos íntimos
11. Ler caras tristes: a pesquisa foi feita pelo Dr. Ruben C. Gur na Faculdade
de Medicina da Universidade da Pensilvânia.
12. O diálogo entre Fred e Ingrid é de Gottman, What Predicts Divorce, p. 84.
13. A investigação marital conduzida por John Gottman e pelos seus colegas
da Universidade de Washington vem mais pormenorizadamente descrita em
dois livros: John Gottman, Why Marriages Succeed or Fail, Nova Iorque, Simon
and Schuster, 1994 e What Predicts Divorce.
398
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
18. Maridos violentos: há três espécies de maridos que batem nas mulheres:
os que raramente o fazem, os que o fazem impulsivamente quando se zangam, e
os que o fazem de uma maneira fria, calculada. A terapia parece só resultar com
os dois primeiros tipos. Ver Neil Jacobson et ai., Clinicai Handbook of Marital
Therapy, Nova Iorque, Guilford Press, 199419.
26. Os quatro passos que conduzem a uma «boa discussão» são de Gottman,
Why Marriages Succeed or Fail.
29. Espelhar: Harvill Hendrix, Getting the Love You Want, Nova Iorque,
Henry Holt, 1988.
I ; and Racism.
I ’, 13. Relman: citado em Howard Kohn, «Service With a Sneer», The New
^HLfljfc H- IBM: «Responding to a Diverse Work Force», The New York Times, 26
^^Blt 15- O poder de erguer a voz: Fletcher Blanchard, «Reducing the Expression
I SI Robert Sternberg, «Group Intelligence: Why Some Groups Are Better Than
I I 19. O estudo relativo às estrelas dos Bell Labs vem referido em Robert Kelley
I í e Janet Caplan, «How the Bell Labs Creates Star Performers», Harvard Business
H^HHH Jeffrey R. Hanson, «Informal Networks: The Company Behind the Chart»,
I T Ader et ai., Psychoneuroimmunobgy, 2.a edição, San Diego, Academic Press, 1990.
^L^ jj, 3. Contacto entre os nervos e células imunológicas: David Felten et ai.,
\ teraction Between the Central Nervous System and the Immune System»,
400
}
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
1,1, Peter Kaufman: entrevistei o Dr. Kaufman no The New York Times, 1 de
Setembro de 1992.
15. Suprimir a ira faz subir a pressão arterial: Robert Levenson, «Can We
Control Our Emotions, and How Does Such Control Change an Emotional
Episode?», in Richard Davidson e Paul Ekman, eds., Fundamental Questions
About Emotions, Nova Iorque, Oxford University Press, 1995.
401
DANIEL GOLEMAN
20. Stress e metástases: Bruce McEwen e Eliot Stellar, «Stress and the Individual
Mechanisms Leading to Disease», Archíves of Internai Medicine 153 (27
de Setembro de 1993). O estudo descrito é de M. Robertson e J. Ritz, «Biology
and Clinicai Relevance of Human Natural Killer Cells», Blood 76, 1990.
21. Pode haver muitas razões, além dos caminhos biológicos, para que as pessoas
submetidas a fortes doses de stress sejam mais vulneráveis à doença. Uma
poderá ser que as maneiras como as pessoas tentam acalmar a ansiedade — por
exemplo, fumando, bebendo ou abusando de comidas gordas — são em si mesmas
pouco saudáveis. Outra será o facto de a ansiedade e a preocupação constantes
levarem as pessoas a perder o sono e esquecerem-se de seguir os regimes
médicos — como tomar remédios — prolongando deste modo uma doença que
já tenham. Muito provavelmente, todos estes aspectos funcionam em conjunto
para ligar o stress à doença.
22. O stress debilita o sistema imunológico: por exemplo, num estudo com
estudantes de medicina que enfrentavam a tensão dos exames, verificou-se que
os sujeitos tinham não só um menor controlo imunológico do vírus do herpes,
como também apresentavam um declínio na capacidade dos seus glóbulos brancos
de eliminar células infectadas, bem como um aumento do nível de um químico
associado à supressão da capacidade imunológica dos linfócitos, os glóbulos
brancos que constituem os elementos essenciais da defesa imunológica. Ver
Ronald Glaser e Janice Kiecolt-Glaser, «Stress-Associated Depression in
Cellular Immunity», Brain, Behavior and Immunity 1, 1987. Em todo o caso, na
maioria destes estudos que mostram um enfraquecimento das defesas imunológicas
provocado pelo stress, não ficou claro que esse enfraquecimento seja suficientemente
acentuado para representar um risco médico.
25. Vírus do herpes e stress: uma série de estudos conduzidos por Ronald
Glaser e Janice Kiecolt-Glaser — e.g. «Psychological Influences of Immunity»,
American Psychohgist 43, 1988. A relação entre o stress e o herpes é tão forte
que ficou demonstrada num estudo de apenas dez pacientes: quanto mais
402
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
403
DANIEL GOLEMAN
41. O estudo sueco: Annika Rosengren et ai., «Stressful Life Events, Social
Support, and Mortality in Men bom in 1933», Briris/i Medicai Journal, 19 de
Outubro de 1993.
43. Entrevistei John Cacioppo para o The New York Times, 15 de Dezembro
de 1992.
47. Perguntas dos doentes: a conclusão foi citada pelo Dr. Steven CohenCole,
psiquiatra da Emory University, quando o entrevistei para o The New
York Times, 13 de Novembro de 1991.
404
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
50. Preparação emocional para a cirurgia: escrevi a este respeito no The New
York Times, 10 de Dezembro de 1987.
53. Programa para a reversão de doenças cardíacas: ver Dean Omish, Dr.
Dean Omish Program for Reversing Heart Disease, Nova Iorque, Ballantine, 1991.
56. Não é ético não tratar a depressão nos doentes cardíacos: Redford
Williams e Margaret Chesney: «Psychosocial Factors and Prognosis in Established
Coronary Heart Disease», Journal of American Medicai Associaàon, 20
de Outubro de 1993.
QUARTA PARTE:
JANELAS DE OPORTUNIDADE
406
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
8. Algumas das provas das mudanças induzidas pelo trauma na rede cerebral
vêm de experiências em que veteranos do Vietname foram injectados com
ioimbina, uma droga que alguns índios da América do Sul utilizam para embeber
as pontas das setas e imobilizar as suas presas. Em doses diminutas, a ioimbina
bloqueia a acção de um receptor específico (a extremidade de um neurónio
que recebe um neurotransmissor) que normalmente funciona como um
travão das catecolaminas. A ioimbina retira esse travão, impedindo que estes
receptores se apercebam da secreção de catecolaminas; o resultado é um
aumento do nível destas hormonas. com os travões à ansiedade neutralizados
pela injecção de droga, a ioimbina desencadeou pânico em 9 de 15 pacientes de
SPT, eflashbacks (situação em que a pessoa revive um acontecimento passado)
muitos vívidos em 6. Um veterano teve uma alucinação de um helicóptero a
ser abatido no meio de um violento clarão, deixando atrás de si um rasto de
fumo; outro viu uma mina rebentar debaixo de um jeep onde seguiam camaradas
seus — a mesma cena que lhe enchia os pesadelos e lhe aparecia em flashbacks
havia mais de vinte anos. O estudo com a ioimbina foi conduzido pelo Dr.
John Krystal, director do Laboratório de Psicofarmacologia no Nation Center
for PTSD no West Haven, Conn., VA Hospital.
| o que acontece em pessoas com SPT decorre de um estudo em que oito pacien|
tes que estavam a ser tratados deste problema receberam injecções de CRF.
11. Entrevistei o Dr. Nemeroff no The New York Times, 12 de Junho de 1990.
12. Algo de semelhante parece acontecer na SPT: por exemplo, numa experiência,
foi mostrado a veteranos do Vietname com diagnóstico de SPT um
excerto de 15 minutos especialmente editado com cenas de combate extraídas do
filme Platoon. Num grupo, os sujeitos foram injectados com naloxona, uma substância
que bloqueia as endorfinas; depois de verem o filme, estes sujeitos não
apresentavam qualquer alteração na sua sensibilidade à dor. Mas no grupo que
mas cenas não provocaram efeitos em sujeitos que não sofriam de SPT, o que sugere
que nos pacientes com SPT as vias neuronais que regulam as endorfinas eram
altamente sensitivas ou hiperactivas — um efeito que só se tornou aparente
quando foram reexpostos a algo reminiscente do trauma original. Nesta sequência,
a amígdala começa para avaliar a importância daquilo que vemos. O estudo
foi feito pelo Dr. Roger Pitman, um psiquiatra de Harvard. Como acontece com
outros sintomas de SPT, esta modificação do cérebro pode não só ser aprendida
sob tensão, como também novamente desencadeada na presença de qualquer
coisa reminiscente do acontecimento original. Por exemplo, Pitman descobriu
que quando se aplicavam choques eléctricos a ratos numa gaiola, estes desenvolviam
a mesma analgesia à base de endorfinas verificada nos veteranos do
Vietname a que eram mostradas cenas de Platoon. Semanas mais tarde, quando
os ratos eram novamente colocados nas gaiolas onde tinham recebido os choques
— mas sem ligar a corrente — os animais tornavam-se novamente insensíveis à
dor, como tinha originariamente acontecido ao receberem os choques. Ver Roger
Pitman, «Naloxone-Reversible Analgesic Response to Combat-Related Stimuli
in Posttraumatic Stress Disorder», Archives of General Medicine, Junho de 1990.
Ver também Hillel Glover, «Emotional Numbing: A Possible EndorphinMediated
Phenomenon Associated with Post-Traumatic Stress Disorders and
Other Allied Psychopathologic States», Journal ofTraumaúc Stress 5, 4, 1992.
16. Recuperação de SPT; este estudo foi-me referido por Rachel Yehuda,
neuroquímica e directora do Traumatic Stress Studies Program na Mt. Sinai
School of Medicine, em Manhattan. Escrevi sobre os resultados no The New
York Times, 6 de Outubro de 1992.
408
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
17. Traumas de infância: Leonore Terr, Too Scared to Cry, Nova Iorque,
Harper Collins, 1990.
18. Caminhos para recuperar do trauma: Judith Lewis Herman, Trauma and
Recovery, Nova Iorque, Basic Books, 1992.
21. Que o medo original persiste, mesmo de uma forma atenuada, ficou provado
por estudos em que ratos de laboratório eram condicionados a temer um som,
como uma campainha, quando associado a um choque eléctrico. Depois, quando
ouviam a campainha reagiam com medo, apesar de não receberem qualquer choque.
Gradualmente, ao longo de um ano (muitíssimo tempo para um rato —
cerca de um terço da sua vida), iam perdendo o medo à campainha. Mas este
medo era reinstaurado na máxima força no momento em que o som da campainha
voltava a ser associado a um choque. O medo regressava num único instante,
mas demorava meses a desaparecer. O paralelo no caso dos seres humanos é, evidentemente,
quando um medo traumático antigo, adormecido durante anos,
volta com toda força provocado por qualquer coisa que recorde o trauma original.
409
DANIEL GOLEMAN
QUINTA PARTE:
LITERACIA EMOCIONAL
sou de 2,8 em 100 000 para 12,1; em 1990, três em cada quatro assassínios
cometidos por adolescentes foram com arma de fogo, um aumento de 79% ao
longo de uma década. As ofensas corporais graves praticadas por adolescentes
cresceram 64% entre 1980 e 1990. Ver, por exemplo, Ruby Takanashi, «The
Opportunities of Adolescence», American Psychologist, Fevereiro de 1993.
4- Em 1950, a taxa de suicídio nos jovens dos 15 aos 24 anos era de 4,5 em
100 000. Em 1990, era três vezes mais alta, 13,3. A taxa de suicídio entre as crianças
dos 10 aos 14 quase triplicou entre 1968 e 1985. Os números sobre suicídios,
vítimas de homicídios e gravidezes foram respigados de Health, 1991, US
Department of Health and Human Services, e Children’s Safety Network, A
Data Book ofChild and Adolescent lnjury, Washington, DC; National Center for
Education in Maternal and Child Health, 1991.
5. Nas três décadas que decorreram desde 1960, as taxas de gonorreia quadruplicaram
entre as crianças dos 10 aos 14 anos, e triplicaram entre os jovens dos
15 aos 19. Em 1990, 20% dos doentes de sida tinham vinte e poucos anos;
muitos tinham sido infectados ainda na adolescência. A pressão para manter
relações sexuais cada vez mais cedo tem vindo a aumentar. Um inquérito levado
a cabo em 1990 revelou que mais de um terço das raparigas muito novas
admitia que tinha sido a pressão das colegas a decidi-las a ter relações sexuais
pela primeira vez; na geração anterior, apenas 13% das mulheres fazia a mesma
admissão. Ver Ruby Takanashi, «The Oportunities of Adolescence», e Children’s
Safety Network, A Data Book of Child and Adolescent lnjury.
7- Uma em cada cinco crianças tem problemas psicológicos que lhe dificultam
a vida de uma ou de outra maneira, de acordo com uma pesquisa feita nos Estados
Unidos, Nova Zelândia, Canadá e Porto Rico. A ansiedade é o problema mais
comum nas crianças com menos de 11 anos, afligindo 10% delas com fobias suficientemente
graves para interferirem com a vida normal, outros 5% com ansiedade
generalizada e preocupações constantes, e ainda outros 4% com ansiedade
intensa a respeito de ficarem separadas dos pais. O consumo excessivo de bebidas
alcoólicas sobe durante os anos de adolescência, entre os rapazes, até uma taxa de
20% aos 20 anos. Referi a maior parte destes dados sobre as desordens emocionais
em crianças no The New York Times, 10 de Janeiro de 1989.
411
DANIEL GOLEMAN
15. Cerca de metade das crianças indisciplinadas: ver, por exemplo, Dan
Offord et ai., «Outcome, Prognosis, and Risk in a Longitudinal Follow-up
Study», Journal of the American Academy of Child and Adalescent Psychiatry,
31,4992.
17. Aquilo que acontece na família de uma criança antes de ela chegar à
escola é, evidentemente, crucial para criar uma predisposição para a agressão.
Um estudo, por exemplo, mostrou que as crianças cujas mães as rejeitavam
quando elas tinham um ano de idade, e aquelas cujo parto fora mais complicado,
tinham quatro vezes mais probabilidades do que as outras de cometer um
crime violento antes dos 18 anos. Adriane Raines et ai., «Birth Complications
Combined With Early Maternal Rejection at Age One Predispose to Violent
Crime at Age 18 Years», Archives of General Psychiatry, Dezembro de 199418.
412
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
26. Padrões de depressão nos jovens: Maria Kovacs e Leo Bastiaens, «The
Psychotherapeutic Management of Major Depression and Dysthymic Disorders
in Childhood and Adolescente: Issues and Prospects», in I. M. Goodyer, ed.,
Mood Disorders in Childhood and Adolescence, Nova Iorque, Cambridge University
Press, 1994.
28. Entrevistei Maria Kovacs no The New York Times, 11 de Janeiro de 1994.
37. Hilda Bruch, «Hunger and Instinct», Journal ofNervous and Mental Disease
149, 1969. A tese de Hilda Bruch, The Golden Cage: The Enigma of Anorexia
Nervosa, Cambridge, MA, Harvard LJniversity Press, só foi publicada em 1978.
413
DANIEL GOLEMAN
39. A garota de seis anos que se sentia gorda era uma doente do Dr. William
Feldman, pediatra na Universidade de Ottawa.
414
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
61. Acabar com as guerras: a frase foi-me sugerida por Tim Shriver, do
Collaborative for the Advancement of Social and Emotional Learning no Yale
Child Studies Center.
64. Prevalência das doenças mentais: Ronald C. Kessler et ai, «Lifetime and
12-month Prevalence of DSM-III-R Psychiatric Disorders in the US», Archives
of General Psychiatry, Janeiro de 199465.
415
DANIEL GOLEMAN
3. Commitee for Children, «Guide to Feelings», Second Step 4-5, 1992, p. 84.
4. The Child Development Project: ver, por exemplo, Daniel Solomon et ai.,
«Enhancing Children Prosocial Behavior in the Classroom», American
Educatiorud Research Journal, Inverno de 1988.
10. Entrevistei Linda Lantieri no The New York Times, 3 de Março de 1992.
13. A história da rapariga que não estava grávida: Roger P. Weissberg et ai.,
«Promotion Positive Social Development and Health Practice in Young Urban
Adolescents», in M. J. Elias, ed., Social Decision-making in the Middle School,
Gaithersburg, MD, Aspen Publishers, 1992.
15. Lições morais: Steven C. Rockfeller, John Dewey: Religious Faith and
Democraúc Humanism, Nova Iorque, Columbia University Press, 1991.
16. Fazer bem aos outros: Thomas Lickona, Educating for Character, Nova
Iorque, Bantam, 1991.
17. As artes da democracia: Francis Moore Lappe e Paul Martin DuBois, The
Quickening of America, São Francisco, Jossey-Bass, 1994.
18. Cultivar o carácter: Amitai Etzioni et ai., Character Building for a Democratic,
Civil Society, Washington, DC, The Communitarian Network, 199419.
2. Paul Ekman, «An Argument for the Basic Emotions», Cognítion and
Emotion 6, 1992, p. 175. A lista das características que distinguem as emoções
é um pouco mais longa, mas estas são as que aqui nos interessam.
7. Embora possa parecer evidente que cada emoção tem o seu próprio padrão
biológico, não o tem sido para os que estudam a psicofisiologia da emoção.
Continua em curso um debate altamente técnico sobre se a excitação emocional
é basicamente a mesma para todas as emoções, ou se é possível distinguir
padrões específicos. Sem entrar em pormenores do debate, apresentei o caso
daqueles que defendem a existência de perfis biológicos específicos para cada
uma das principais emoções.
417
Agradecimentos
Ouvi pela primeira vez a frase «literacia emocional» da boca de
Eileen Rockfeller Growald, na altura fundadora e presidente do
Institute for the Advancement of Health. Foi esta conversa casual
que despertou a minha atenção e determinou as pesquisas que finalmente
resultaram neste livro. Ao longo dos anos, tem sido um prazer
ver Eileen desenvolver este campo.
418
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
Tenho uma dívida especial para com aqueles que reviram e comentaram
partes deste manuscrito: Howard Gardner, da Graduate
School of Education da Harvard University; Peter Salovey, do
departamento de psicologia da Yale University; Paul Ekman, director
do Human Interaction Laboratory da Universidade da
Califórnia em São Francisco; Michael Lerner, director do cornmonwealth,
em Bolinas, Califórnia; Denis Prager, na altura director
do programa de saúde na John D. and Catherine T. MacArthur
Foundation; Mark Gerzon, director da Common Enterprise,
Boulder, Colorado; Mary Schwab-Stone, Child Studies Center,
Yale University School of Medicine; David Spiegel, Departamento
de Psiquiatria, Stanford University Medicai School; Mark
Greenberg, director do Fast Track Program, Universidade de
Washington; Shoshona Zuboff, Harvard School of Business; Joseph
LeDoux, Center of Neural Science, Universidade de Nova Iorque;
Richard Davidson, director do Psychophysiology Laboratory,
Universidade do Wisconsin; Paul Kaufman, Mind and Media,
Point Reyes, Califórnia; Jessica Brackman, Naomi Wolf e, especialmente,
Fay Goleman.
419