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COMPORTAMENTO DESVIANTE: NOÇÕES E

CONCEITOS
AULA 1
COMPORTAMENTO DESVIANTE
OLGA CUNHA
DESENVOLVIMENTO

 Série de reorganizações estruturais

 Dentro e entre os sistemas biológicos e comportamentais;

 Diferenciação e integração hierárquica;

 A forma como os indivíduos resolvem as tarefas de cada estádio de desenvolvimento influencia a


adaptação futura.

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NORMALIDADE E PATOLOGIA

 Toda a psicopatologia é desenvolvimental;

 A perturbação psicopatológica corresponde ao fracasso no desenvolvimento;

Subjacente a cada percurso de vida estão os mesmos princípios desenvolvimentais

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NORMAL VS. PATOLÓGICO

 Patológico é uma alteração quantitativa dos estado normal (Canguilhem, 1966);

 Excluir – controlar - tratar – prevenir

 Criação de Prisões, asilos e hospícios, sanatórios e medidas de política social;

 Normalidade é “mudança, adaptação à mudança, crescimento, normatividade,


invenção de normas de existência, criatividade” (Agra, 1986).
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NORMAL VS PATOLÓGICO

 Normal = perpendicular, que não pende nem à direita nem à esquerda e que se
situa precisamente no meio

 Domínio do dever ser

 Domínio do ser

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NORMAL VS. PATOLÓGICO

 Evolução no olhar entre o Normal e o Patológico:

 1º Momento → o patológico é visto como sendo qualitativa e radicalmente diferente do normal

 2º Momento → o patológico é visto como sendo quantitativamente diferente do normal

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NORMAL VS. PATOLÓGICO

 Assim sendo…

 O patológico é uma variação quantitativa ou de grau relativamente ao estado normal

 O normal só pode ser percebido à luz do patológico e o patológico à luz do normal

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COMPORTAMENTO

 O comportamento deve ser visto como um aspeto constituinte da espécie humana e


como uma relação entre organismo e ambiente;

 O comportamento é sempre uma relação ou interação entre eventos ambientais


(estímulos) e atividades de um organismo (respostas);

 A relação organismo-ambiente pode envolver uma situação aparentemente simples


ou obviamente complexa.
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DIFERENTES DENOMINAÇÕES UM COMPORTAMENTO?

 CRIME
 DELINQUÊNCIA
 PERTURBAÇÃO DO COMPORTAMENTO
 DESVIO
 DESORDEM
 TRANSGRESSÃO
 VÍCIO
 DIFERENÇA
 (…)

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DIFERENTES DENOMINAÇÕES UM COMPORTAMENTO?

 Devido à ambiguidade relativamente à definição destes conceitos, admite-se o termo


comportamento antissocial, como o mais abrangente para se referir a uma vasta
gama de atividades como atos agressivos, furtos, vandalismo, fugas, ou outros
comportamento que traduzem , uma violação de normas ou de expectativas
socialmente estabelecidas.

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DIFERENTES DENOMINAÇÕES UM COMPORTAMENTO?

 Delinquência e crime são conceitos mais restritos, referindo-se a atos que podem
ser alvo de sanção penal ora em razão de idade ora independentemente desta no
momento e espaço da sua prática (Negreiros, 2008).

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CRIME

 Definição legal
 Definido em função de critérios jurídico-legais, entende-se por delinquente o indivíduo que
praticou atos dos quais resultou uma condenação pelos tribunais;

 Um ato isolado pode conduzir a uma detenção (delinquente).

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CRIME

 Definição legal
 “Todo o delito previsto e punido por lei penal; infração de um dever; ato repreensível”
Dicionário da Língua Portuguesa

• Crime como violação da lei


• Código Penal
• Código de Processo Penal

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CRIME

 Definição legal

 “O comportamento criminoso é um comportamento que viola a lei criminal… não é


crime até que seja proibido pela lei criminal. A lei criminal, por sua vez, é
convencionalmente definida como um corpo de regras específicas em relação à conduta
humana que são promulgadas pelas autoridades políticas, que as aplicam uniformemente a
todos os membros das classes às quais as regras se referem e que são reforçadas pelas
punições administradas pelo estado” (Sutherland & Cressey, 1970)
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CRIME

 Definição legal

 Transgressão das normas de caráter penal vigentes em determinado sistema (Kuhn & Agra, 2010);

 Comportamento contrário às normas criminais de uma dada sociedade.

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CRIME

 Crime como violação da lei


 Hartjen (1978) defende a existência de 5 condições que devem existir à priori para que um ato
seja legalmente definido como crime:
 Um ato que envolve um dano infligido pelo ator;
 O ato deve ser proibido por lei no momento em que é cometido;
 O perpetrador deve apresentar uma intenção criminosa (mens rea);
 Deve existir uma relação causal entre a conduta voluntária e o resultado danoso;
 Deve existir uma punição legalmente prescrita para o cometimento do ato.

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CRIME

 Crime como violação da lei


 “Conjunto de pressupostos de que depende a aplicação ao agente de uma pena ou de uma medida de segurança
criminais”
Código de Processo Penal, art. 1º

 Art. 1º (Princípio da legalidade)


 1 – Só pode ser punido criminalmente o facto descrito e declarado passível de pena por lei anterior ao momento da sua
prática.
 2 – A medida de segurança só pode ser aplicada a estados de perigosidade cujos pressupostos estejam fixados em lei
anterior ao seu preenchimento
 3 – Não é permitido o recurso à analogia para qualificar um facto como crime, definir um estado de perigosidade ou
determinar a pena ou medida de segurança que lhes corresponde
Código Penal

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DELINQUÊNCIA

 Termo internacionalmente utilizado para caracterizar uma situação ou um ato delituoso cometido por
menores;

 Transgredir uma norma social significa cometer um ato ilegal, punido por lei, o que, desde logo, remete
para a consideração dos quadros normativos e jurídicos em vigor em cada país.

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DELINQUÊNCIA

 Perspetiva legal
 Prática de atos proibidos pela lei de uma determinada sociedade, por parte de crianças e jovens;

 Inclui-se nesta definição o conjunto de respostas e de intervenções institucionais e legais em


relação aos menores que cometem infrações criminais ou com comportamentos antissociais,
potencialmente delinquentes.

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DELINQUÊNCIA

 Perspetiva social
 Conjunto dos comportamentos problemáticos de quebra com as condutas sociais convencionais,
que permitem mostrar que há diferentes padrões de comportamento delinquente e diferentes
graus de envolvimento nesse comportamento
 Situações de pré-delinquência
 Situações de para-delinquência

 Todo o tipo de infração criminal que ocorre durante a infância e a adolescência

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DEFINIÇÃO PSIQUIÁTRICA

 Perturbação do comportamento
 Caracteriza um tipo de comportamento antissocial que é clinicamente significativo (Kazdin, 1987);

 Manifesta-se no início da infância, embora cerca de metade dos casos surgem na adolescência;

 Implica a existência de um padrão de múltiplos comportamentos que se manifestem num


determinado período de tempo.

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DIFERENÇA

 É sustentada pelos comportamentos que os indivíduos exibem;

 Envolve movimentos sociais que podem ser adoptados como estilos de vida.

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COMPORTAMENTO DESVIANTE

 Conceito que permite ligar uma série de fenómenos/ comportamentos que têm em comum o facto de
transgredirem a norma
 Conceito de DESVIANTE nasceu na sociologia
 Relativo em função do tempo e do espaço (ex., época histórica)

 Desvio/ Desviância = consiste na transgressão de uma norma social

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COMPORTAMENTO DESVIANTE

 Não necessita do conceito de patologia para explicar o comportamento


 Ex., consumo de drogas

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COMPORTAMENTO DESVIANTE

 Diferentes conceções

 Objetivamente determinada vs. subjetivamente problemática (Rubington & Weinberg, 2008);

 Relativista ou reacionista vs. normativa (Meier, 2010);

 Positivista vs. construcionista (Thio, 2009).

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COMPORTAMENTO DESVIANTE

 Objetivamente determinada, normativa ou positivista


 Conjunto de normas de comportamento, conduta e condições com as quais concordamos

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COMPORTAMENTO DESVIANTE

 Subjetivamente problemática, reacionista/relativista, construtivismo social


 A definição de desvio é construída com base nas interações dos indivíduos na sociedade;

 Os comportamentos ou condições não são inerentemente desviantes; tornam-se desviantes


quando a definição de desvio lhes é aplicada;

 Foco no modo como as normas são construídas.

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COMPORTAMENTO DESVIANTE

 Conceções relativistas
 Os grupos sociais criam o desvio ao elaborarem as regras cuja infração constitui desvio e aplicando
essas regras a pessoas em particular e rotulando-as como outsiders. Deste ponto de vista, desvio
não é uma qualidade do ato que a pessoa comete mas antes a consequência da aplicação pelos
outros se regras e sansões a um ‘ofensor’. O desviante é aquele a quem o rótulo foi eficazmente
aplicado; comportamentos desviantes são comportamentos que as pessoas rotulam como tal
(Becker, 1973).

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COMPORTAMENTO DESVIANTE

 Perspetiva normativa
 Perspetiva situacional

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COMPORTAMENTO DESVIANTE

 Perspetiva normativa
 Comportamento humano que viola normas sociais existentes e genericamente aceites
 Ex., Um homem correr nu pela rua

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COMPORTAMENTO DESVIANTE

 Perspetiva situacional

 Do indivíduo à situação social circundante ao comportamento em questão


 Ex., O homem nu não se encontra sozinha mas antes rodeado de outros indivíduos naturalistas nus a
celebrar a celebrar um festival de nudismo numa colónia de nudismo

 Perspetiva relativista
 Entende o desvio em termos do ‘quando’ e do ‘como’ ocorre

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COMPORTAMENTO DESVIANTE

 Comportamentos conformista ou não desviantes

 Formas extremas de comportamento convencional

 Crime

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COMPORTAMENTO DESVIANTE

Desviante ou
comportamento Comportamento
Marginalidade desviante antissocial/crime

•Adoção de atitudes com • Caráter sistematizado e • Afrontas à lei ou às


o objetivo de se organizado práticas socialmente
demarcar do grupo • Objeto de reparo e aceites
• Crise de crescimento e crítica social • Distúrbio ou desordem
(re)estruturação da • Abuso de álcool, da personalidade
personalidade consumos de drogas leves,
• Demarcado de comportamentos de risco
comportamento
COMPORTAMENTO DESVIANTE - OLGA CUNHA (conduzir embriagado,
antissocial desordens)
• Controlo social
COMPORTAMENTO DESVIANTE

 Quais dos seguintes comportamentos são desviantes?


Quais são criminoso? Quais são ambos? Algum dos
seguintes comportamentos devia ser criminal e não é?
 Sexting  Suicídio
 Calças de cinta descida  Violação
 Uso recreativo de drogas  Usar marijuana por prescrição médica
 Fumar marijuana sem prescrição médica
 Travestismo
 Pirataria informática
 Evasão fiscal
 Ateísmo
 Divorcio  Uma mulher solteira envolver-se em contactos sexuais com
múltiplos parceiros
 Homossexualidade
 Um homem solteiro envolver-se em contactos sexuais com
 Coabitação múltiplas parceiras

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Ilegal e
Ilegal desviante Desviante

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 O comportamento criminoso é uma forma de desvio (aquele que é definido como a
quebra das regras legais)

 “Todos os crimes são, por definição, comportamentos desviantes, mas nem todas as
formas de desvio são crimes”

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O COMPORTAMENTO DESVIANTE E O CRIME SÃO
SEMPRE UM MAL?

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 Desvio não tem forçosamente um caráter criminal;

 Conotação negativa associada ao desvio → falha de inserção no sistema social preexistente


(sociedade e normas enquanto factos preestabelecidos e imutáveis);

 Séc. XX: desvio enquanto forma de adaptação e motor de mudança (sociedade resulta da interação
entre os seus membros) → permite mudança e inovação;

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Kuhn & Agra, 2010
 Normas passíveis de modificação
 Determinadas infrações consideradas graves numa certa época perdem a sua relevância com o
passar do tempo, em função de acontecimentos específicos ou do crescente incumprimento de
uma regra
 Ex., aborto, consumo de estupefacientes

 Prática de crimes suscetível de defeito adaptativo.

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Kuhn & Agra, 2010


TIPOS DE DESVIO

 Comportamento admirado (apesar de quebrar regras sociais)

 Comportamento estranho /diferente (apesar de não ser criminoso)

 Mau comportamento

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FUNÇÕES DO DESVIO

 Emile Durkheim (1893, 1895)


 Não há nada de anormal no desvio
 Este apresenta 4 funções
 O desvio afirma valores culturais e normas
 Responder ao desvio clarifica as fronteiras morais
 Responder ao desvio torna as pessoas próximas
 O desvio encoraja a mudança social

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(DIS)FUNÇÕES DO DESVIO

 Ameaça à ordem social

 Causa confusão acerca das normas e valores da sociedade

 Mina a confiança

 Desvia valiosos recursos

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EXISTEM SOCIEDADES SEM CRIME/DESVIO?

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 “Sempre e em toda a parte existiram homens que se comportaram de forma a atrair a si a
repressão penal… Não há fenómeno que apresente de forma tão evidente todos os sinais
de normalidade, dado que ele está estreitamente ligado às condições de toda a vida coletiva.
Fazer do crime uma doença coletiva seria admitir que não se trata de um fenómeno
acidental, mas que deriva, em certos casos, da constituição do ser vivo. […] é um fator de
saúde pública, uma parte integrante de toda a sociedade sã…” (Durkheim, 1895)

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BIBLIOGRAFIA

 Cusson, M. (2011). Criminologia (3ª Ed.). Alfragide: Casa das Letras.

 Gonçalves, R. A. (2008). Delinquência, crime e adaptação à prisão. Coimbra: Quarteto.

 Kuhn, A. & Agra, C. (2010). Somos todos criminosos? Alfragide: Casa das Letras.

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