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Desafio 1 - Eça de Queirós – O homem e a obra

1.1 Biografia de Eça de Queirós

José Maria de Eça de Queirós nasceu a 25 de novembro de 1845, na cidade da Póvoa


de Varzim. Era filho de um brasileiro – José Maria Teixeira De Queirós- e de uma
portuguesa – Carolina Augusta Pereira de Eça. Inicialmente, os dois ocultaram o
nascimento de Eça pois não eram casados.
Quatro anos após o seu nascimento, os pais do
escritor casaram e revelaram a existência
daquele filho.

Eça de Queirós passou a infância e a


adolescência longe dos pais e interno num
Colégio no Porto. Maioritariamente, foi criado
pelos avôs paternos.

Em 1861, ingressou no curso de Direito da


Faculdade de Coimbra e licenciou-se em 1886.
Esta época foi importante pois terá sido nessa
cidade que conheceu e se envolveu nos
movimentos estudantis liderados por Antero de
Quental e Teófilo Braga.

Após se licenciar, foi viver para Lisboa com os pais e, aí, durante algum tempo,
exerceu advocacia.

Mais tarde, em 1867, iniciou a sua carreira literária com a obra “Notas Marginais”,
que era um folhetim publicado na Gazeta de Portugal. Nesse mesmo ano, passou a
dirigir o jornal “Distrito de Évora”, que era opositor ao regime.

Em 1869, assistiu na qualidade de jornalista, à inauguração do Canal do Suez, no


Egito, que seria inspiração para uma das suas obras denominada “O Egito”. Instalou-se,
de seguida, em Leiria.
No ano de 1871, participou no grupo “Cenáculos” que realizou várias conferências
públicas, para divulgar novas ideias. Numa dessas conferências, mais concretamente
“Conferências Democráticas do Cassino Lisbonense”, Eça profere a palestra “O Realismo
como nova expressão de arte”.

Nesta altura, alia-se a Ramalho Ortigão e, juntos, escrevem “O Mistério da Estrada


de Sintra” e “As farpas”, um folhetim onde criticavam a realidade portuguesa da época.

Em 1872, ingressa na carreira diplomática e é nomeado cônsul em Havana, Cuba.


Dois anos mais tarde, é transferido para Inglaterra, para o consulado de Newcastle-on-
Tyne.

Em 1878, é transferido para Bristol e publica “O Primo Basílio”, que foca o tema do
adultério. Mais tarde, em 1886, casa-se, aos 40 anos, com Emília de Castro Pamplona
Resende, uma jovem de origem aristocrática. Tiveram quatro filhos: Maria, José,
António e Alberto.

Em 1888, foi nomeado cônsul de Paris e aí publica “Os Maias”, uma das suas obras
mais conhecidas, juntamente com “O Crime do Padre Amaro”, que tinha publicado em
1875 e que representou um marco inicial do Realismo em Portugal.

Eça de Queirós faleceu em Neuilly-Sur-Siene, em França, no dia 16 de agosto de


1900. Para a posteridade, ficaram 13 obras, representantes máximas do Realismo em
Portugal.

1.2 A Geração de 70

A “Geração de 70” foi um movimento académico, do século XIX, iniciado na cidade


de Coimbra que revolucionou várias dimensões da cultura portuguesa. A sua influência
afetou áreas como a política e a literatura, sendo que, nesta, se manifestou pela
introdução do Realismo.

O movimento iniciou-se num ambiente boémio na cidade de Coimbra, onde Antero


de Quental, Eça de Queirós, Oliveira Martins, Ramalho Ortigão, entre outros, se reuniam
para trocar ideias acerca de livros e formas de revolucionar a vida política e cultural do
país. Aliás, o próprio país estava a sofrer uma revolução, devido à introdução dos
transportes ferroviários e, estes permitiam deslocações mais rápidas e ligavam Portugal
ao centro da Europa. Daí, os elementos da “Geração de 70” recebiam novidades que
iriam influenciar esta geração para as novas ideologias.

Ainda na cidade de Coimbra, o confronto literário entre esta geração e os


ultrarromânticos haveria de gerar a Questão Coimbrã. Mais tarde, em Lisboa, os
elementos do grupo formariam o Cenáculo – tertúlia de amigos, variável em composição
e localização, que se reunia em casas particulares. O Cenáculo teve dois pontos altos: a
criação de Carlos Fradique Mendes, um poeta satânico que produziu o livro “Poemas de
Macadame”; e a figura de Antero de Quental, que se afirmou como líder claro do grupo.
O Cenáculo seria responsável pelas
Conferências do Casino, em 1871, onde
se discutiram temas ligados à literatura,
educação, religião e política. Devido ao
seu caracter revolucionário, acabariam
por ser proibidas pelo Governo.

Após esta proibição, a “Geração de


70” não fez nada mais e os seus
componentes acabariam por se autodenominar “Vencidos da Vida”, pois os membros
do grupo renunciaram às suas aspirações e sonhos de juventude.

A constituição total do grupo era composta por:

 Antero de Quental
 Eça de Queirós
 Ramalho Ortigão
 João Bonança
 Teófilo Braga
 Guerra Junqueiro
 Guilherme Azevedo
 Germano Meireles
 Anselmo de Andrade
 Raimundo Capela
 Salomão Sáragga
 Batalha Reis
 José Pais de Carvalho
 Domingos Azevedo
 Vítor Verol
 Emídio Riché
 Jacob Wahnon
 José Figueiredo
 Fialho de Almeida
 Oliveira Martins

1.3 A Questão Coimbrã

A Questão Coimbrã foi uma polémica literária que marcou a literatura portuguesa
da segunda metade do século XIX. Opôs os membros do Realismo com os do Romântico
e deu-se na cidade de Coimbra.

O conflito iniciou-se em 1865, quando António


Feliciano de Castilho publicou um elogio ao “Poema
da Mocidade” de Pinheiro Chagas (que seguia a
corrente romântica, tal como Castilho). Nessa
publicação, além de elogiar o poema, Castilho
criticava alguns jovens da Escola de Coimbra,
acusando-os de serem exibicionistas e obscuro. Mais
ainda, afirmava que estes pretendiam, subverter a
noção de poesia pois, faziam poemas sobre tema que nada tinham a ver com poesia.
Adicionalmente, acusava-os de terem falta de “bom senso e bom gosto”. Nesta
publicação, Castilho referia Antero de Quental, Teófilo Braga e Vieira de Castro (o único
escritor de prosa dos três).

Após esta publicação, Antero de Quental escreveu uma carta de resposta, intitulada
“Bom Senso e Bom Gosto” onde atacava os valores convencionais das “camarilhas
instaladas” e onde mostrava o seu desejo de modernização. Mais ainda, Antero afirmava
que o romantismo estava ultrapassado e defendia a
independência dos jovens poetas, dizendo que estes tinham
de chamar a atenção para os problemas da atualidade e
propor medidas para os ultrapassar. Além disso, Antero
ridicularizava Castilho, chamando a sua poesia de
“insignificante e fútil”.

Rapidamente, Teófilo Braga saiu em apoio de Quental,


escrevendo no folheto Teocracias Literárias, que “Castilho
devia a celebridade à circunstância de ser cego”. Mais tarde,
Quental desenvolveu as suas ideias iniciais no folheto “A dignidade das letras e
literaturas oficiais” onde mostrava a necessidade da literatura estar à altura de tratar os
temas mais importantes da atualidade. Estes dois escritores
foram criticados pela forma como se dirigiram a Castilho,
chamando-lhe cego e velho.

Por causa dessas palavras, Ramalho ortigão entrou em


cena, em 1866, censurando Antero e Teófilo e afirmando
não saber sobre o que discutiam. Imediatamente, teve
resposta de Antero e os dois envolveram-se num conflito
próprio.

A Questão Coimbrã deu-se, essencialmente, devido às


diferenças na conceção de arte de Castilho e Quental: o primeiro defendia a arte pela
arte; o segundo afirmava que a arte tinha de estar ao serviço dos homens, apontando o
dedo aos problemas da atualidade.
1.4 Características do Realismo

O Realismo foi um movimento literário que surgiu na


Europa, na segunda metade do século XIX, influenciado pelas
transformações que ali se operavam no âmbito económico,
político, social e científico, em oposição ao Romantismo e aos
excessos de lirismo e de imaginação. Em Portugal, iniciou-se
em 1865 e foi um movimento de renovação e uma tentativa
de modernização, trazendo para o país as ideias filosóficas e
científicas que pairavam na Europa.

As características deste movimento são:

 Objetividade: a realidade é analisada e sintetizada de forma direta, sem se


deixar influenciar pelas emoções e opiniões pessoais;
 Exatidão, veracidade e abundância de pormenores, de modo a criar retratos
o mais fiéis possível;
 Indiferença perante o “Eu” subjetivo;
 Análise dos vícios e falsos valores da sociedade;
 Foco em questões sociais sem distorção;
 Uso de expressões simples e sem convencionalismos.

A poesia realista portuguesa divide-se em três tipos:

 Poesia do Quotidiano: foca a realidade das diferentes classes sociais;


 Poesia Realista: tem foco na política e caracter revolucionário;
 Poesia Metafísica: foca questões acerca da vida, morte e de Deus.

Eça de Queirós, um dos escritores desta corrente, definiu o Realismo como "uma
base filosófica para todas as conceções de espírito - uma lei, uma carta de guia, um
roteiro do pensamento humano, na eterna região do belo, do bom e do justo, (...)é a
crítica do Homem,(...)para condenar o que houver de mau na nossa sociedade.(...)É não
simplesmente o expor (o real) minudente, trivial, fotográfico,(...)mas sim partir dele para
a análise do Homem e sociedade.".
Desafio 2 – Síntese detalhada da obra “Os Maias” de Eça de Queirós

A ação de “Os Maias” passa-se em Lisboa, na segunda metade do século XIX. Esta
obra conta a história de três gerações da família
Maia, daí o título do livro. Mais ainda, o
subtítulo “Cenas da vida romântica” remete-
nos para as críticas que o autor vai fazendo à
sociedade da época.

A narração inicia-se no outono de 1875,


quando Afonso da Maia, patriarca de uma
“antiga família da Beira”, se instalada na sua
casa conhecida como o Ramalhete. Com ele,
leva o neto, Carlos da Maia.

Neste ponto da obra, o autor faz uma


analepse, ou seja, faz um recuo ao passado
para contar um pouco acerca da vida desta
família, de modo a que os leitores percebam o contexto da história. Assim, conta-nos
acerca da vida de Afonso que estou em Coimbra, casou com Maria Eduarda e teve de se
exilar em Inglaterra. Dessa relação, nasceu Pedro da Maia. Este foi educado
maioritariamente pela mãe, com uma educação “à portuguesa”, ou seja, muito religiosa
e protecionista. Na opinião de Afonso, tal educação tornou o filho fraco.

Mais tarde, de regresso a Portugal, Pedro conhece Maria Monforte, filha de um


antigo negreiro. O filho de Afonso apaixona-se perdidamente por esta mulher mas, o pai
não aprova o casamento. Contudo, Pedro vai contra a sua vontade e casa com Maria
Monforte. Desse casamento, nascem duas crianças: um rapaz, Carlos, e uma rapariga.

Contudo, a felicidade dura pouco pois Maria Monforte apaixona-se, novamente,


por um outro homem – Tancredo, um príncipe italiano que Pedro havia alvejado
acidentalmente. Assim, foge com Tancredo, levando a filha do casal de quem nunca mais
ninguém ouviu falar.
Após a fuga da esposa, Pedro fica perdido e acaba por se suicidar com um tiro de
pistola, deixando o filho, Carlos, entregue aos cuidados do avô paterno. Este cria a
criança, segundo uma educação à inglesa – rígida mas privilegiando o conhecimento, a
atividade física e o contacto com o ar livre. Carlos cresce, vai para Coimbra, onde se
forma em Medicina. Aí, conhece o seu melhor amigo, Ega.

Após a analepse, o autor volta ao


ano de 1875 e ao regresso da família ao
Ramalhete, em Lisboa. Nesta cidade,
Carlos abre um consultório médico e,
rapidamente, se cerca dos seus amigos:
João da Ega, Alencar, Dâmaso Salcede,
Palma de Cavalão, Euzébiozinho, Cruges,
entre outros. Com a companhia destes,
insere-se na vida social da capital.

Enquanto na capital, Carlos conhece, num espetáculo no teatro São Carlos, uma
mulher – a Condessa de Gouvarinho – com que irá ter uma relação amorosa, embora
esta seja casada. Esta relação, contudo, dura pouco já que, posteriormente, num Jantar
no Hotel Central onde Carlos é apresentado à sociedade lisboeta, este vê uma mulher
deslumbrante por quem se apaixona imediatamente. Esta mulher é Maria Eduarda e
Carlos pensa que esta é casada com o brasileiro Castro Gomes.

À medida que o tempo passa, Carlos vai abandonando progressivamente o


trabalho no consultório para se dedicar praticamente em exclusivo à vida social,
frequentando jantares, corridas de cavalos, entre outros eventos. Nestas ocasiões, tenta
sempre procurar Maria Eduarda, conseguindo vê-la algumas vezes.
Porém, um dia, a sorte
bate-lhe à porta, quando é
chamado a visitar Maria
Eduarda, na qualidade de
médico, para tratar a sua
governanta, Rosa. Os dois
começam, então, a encontrar-
se e Carlos compra uma casa para instalar Maria Eduarda, crendo que esta era casada
com Castro Gomes. Contudo, para surpresa do médico, Castro Gomes procura-o e diz-
lhe que a mulher não é sua esposa mas, sim sua amante e, por essa razão, pode ficar
com ela.

Contudo, chega de Paris um emigrante, Guimarães, que diz ter conhecido a mãe
de Maria Eduarda e que tem um cofre para ela, onde estariam documentos que
identificavam a mulher e lhe garantiam uma boa herança. Ao avistar Carlos e Maria
Eduarda juntos, este revela a Ega que os dois são irmãos pois a mulher que lhe entregou
o cofre era Maria Monforte. Ega revela, então a Carlos que Maria Eduarda é sua irmã.

No entanto, Carlos não aceita


bem a notícia e continua a relação
incestuosa com Maria Eduarda,
abertamente, sem que esta saiba a
verdade. O avô, Afonso da Maia, ao
tomar conhecimento do sucedido,
morre de desgosto.

Após a morte de Afonso, Ega conta a verdade, entregando-lhe os documento que


sua mãe enviou, a Maria Eduarda e, esta, agora rica devido à herança de Afonso, parte
para Paris. Carlos decide correr mundo, com Ega para se distrair de tudo o que havia
acontecido.

Em janeiro de 1887, dez anos após o fim do romance com Maria Eduarda, Carlos
regressa a Lisboa e ao Ramalhete. Juntamente com Ega, percorre o coração de Lisboa,
refletindo sobre tudo o que aconteceu. É aí que Ega diz uma frase que marca o final da
obra: “Falhámos a vida, menino!”.

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