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A APRESENTAÇÃO DO

EVANGELHO
Autor: Martyn Lloyd-Jones

A apresentação do evangelho é assunto sempre importante, pelas consequências


eternas que dependem da nossa atitude para com o evangelho. Para mim não há
necessidade de argumentar que é especialmente importante nos dias atuais por
duas razões: a apostasia geral, o fracasso da parte das igrejas em não apresentarem
o evangelho de Jesus do modo como deveria ser apresentado; e a consequente
impiedade e o consumado materialismo que crescentemente, caracterizam a vida
do povo. Também é um assunto de urgente importância, em face da natureza dos
tempos pelos quais estamos passando. A vida é sempre incerta, mas é
excepcionalmente incerta hoje. (...)

Que privilégio maravilhoso o Senhor Deus Todo-poderoso confiar a homens como


nós esta obra de propagar e pregar o evangelho! Ao mesmo tempo é uma
responsabilidade tremenda. (...)

Este assunto é tão amplo e importante que, obviamente, é impossível tratar dele
adequadamente numa só preleção. Tudo o que posso fazer é selecionar o que
considero como alguns dos mais importantes princípios relacionados com ele;
procurarei ser tão prático quanto poder. (...)

Agora se me fosse pedido falar sobre este assunto em certos círculos, meu primeiro
trabalho seria tentar definir a natureza do evangelho, e eu iria adiante e
perguntaria: o que é o evangelho? Em muitos círculos as pessoas se extraviaram;
caíram em heresias; pregam um evangelho que, para nós, não é evangelho
nenhum. Pode ser que alguns de vocês perguntem: "Será necessário gastar tanto
tempo no estudo da apresentação do evangelho? Não seria uma coisa que
podemos considerar ponto pacífico? Se o homem crê no evangelho, ele está
incumbido de apresentá-lo do jeito certo. Se um homem é ortodoxo e crê nas coisas
certas, a sua aplicação do que ele crê é algo que cuidará de si mesmo". Isso, para
mim é um erro muito grave; e quem quer que seja tentado a falar assim, não
somente ignora a sua própria fraqueza, porém, ainda mais, ignora o adversário das
nossa almas, que está sempre tentando frustrar a obra de Deus.

(...) Tomo como prova dois exemplos: Há, por exemplo, homens que parecem
evangélicos em sua crença e doutrina; são perfeitamente ortodoxos em sua fé e,
todavia, a obra que realizam é completamente infrutífera. Jamais conseguem
quaisquer resultados; nunca ficam sabendo de algum convertido resultante do seu
trabalho e do seu ministério. Eles são tão firmes quanto você, entretanto o
ministério deles não leva a nada. Por outro lado - e esta é a minha Segunda prova -
há aqueles que parecem conseguir resultados fenomenais do seu trabalho e dos
seus esforços. Empreendem uma campanha, ou pregam um sermão e, como
resultado, há numerosas decisões por Cristo, ou o que eles chamam de
"conversões". Contudo, muitos desses resultados não duram; não são permanentes;
são apenas de natureza temporária ou passageira. Qual a explicação desses dois
casos? (...) Há uma lacuna entre o que o homem crê e o que ele apresenta em seu
ensino ou pregação. O perigo quanto ao primeiro tipo é o de apenas falar ACERCA
do evangelho, exulta nele; porém, em vez de pregar o evangelho, ele o elogia, diz
coisas maravilhosas sobre ele. O tempo todo fica simplesmente falando sobre o
evangelho, em vez de apresentar o evangelho. O resultado é que, embora o homem
seja altamente ortodoxo e firme, o seu ministério não mostra resultado nenhum.

O perigo quanto ao segundo homem é o de interessar-se tanto e preocupar-se tanto


pela aplicação do evangelho e pela obtenção de resultados, que deixa abrir-se uma
brecha entre o que ele está apresentando (aquilo que ele crê) e a concreta obtenção
dos resultados propriamente dito. Como eu disse, não basta você crer na verdade;
você deve ter o cuidado de aplicar da maneira certa o que você crê.

Métodos de Estudo
Há dois meios principais pelos quais podemos estudar este assunto da
apresentação do evangelho. O primeiro é estudar a Bíblia mesma, com especial
referência a Atos dos apóstolos e às Epístolas do Novo Testamento. Isso deve ser
posto em primeiro lugar, se queremos saber como se faz este trabalho. Devemos
retornar ao nosso livro-texto, a Bíblia. Devemos retornar ao modelo primitivo, à
norma, ao padrão. Em Atos, e nas Epístolas é-nos dito, uma vez por todas, o que é
a Igreja Cristã e como é, e como se deve realizar a sua obra. Devemos sempre
certificar-nos de que os nosso métodos estão em harmonia com o ensino do Novo
Testamento.

O segundo método é suplementar; é fazer um estudo da história da Igreja Cristã


subsequente aos tempos do Novo Testamento. Podemos concentrar-nos
especialmente na história dos avivamentos e dos grandes despertamentos
espirituais; e também podemos ler biografias dos homens que no passado foram
grandemente honrados por Deus em sua apresentação do evangelho. Mas
devemos notar aqui um princípio da maior importância. Quando digo que é bom
fazer um retrospecto e ler a história do passado e as biografias de grandes homens
que Deus usou no passado, espero que esteja claro em nossas mentes que
precisamos retornar para além dos últimos 100 anos. Vejo muitos bons evangélicos
que parecem ser de opinião que não houve nenhum real labor evangelístico até por
volta de 1870. Há os que parecem pensar que não se conheceu obra evangelística
antes do surgimento de Moody. Conquanto demos graças a Deus pela gloriosa
obra realizada nos últimos 100 anos, eu os conclamo a fazerem um estudo
completo da história pretérita da Igreja. Vão até o século dezoito. Vão até o tempo
dos puritanos, e para mais atrás ainda, à Reforma Protestante. Retrocedam mais
ainda, e estudem a história daqueles grupos de evangélicos que viveram no
continente europeu na época em que o catolicismo romano detinha o poder
supremo. Vão direto aos Pais Primitivos que defendiam idéias evangélicas. É uma
história que pode ser rastreada ininterruptamente até a própria Igreja Primitiva.
Esse estudo é de importância vital, para que não venhamos a supor, em função de
uma falsa visão da história, que a obra evangelística só pode ser feita de uma certa
maneira e com a aplicação e o uso de certos métodos.

Eu gostaria de recomendar a vocês um bem completo estudo daquele teólogo


americano, Jonathan Edwards. Foi uma grande revelação para mim, descobrir que
um homem que pregava como ele podia ser honrado por Deus como o foi, e Ter
tão grandes resultados para o seu ministério como teve. Ele era um grande erudito
e filósofo, que redigia cada palavra dos seus sermões. Tinha vista fraca, e
costumava ficar no púlpito com o seu manuscrito numa das mãos e uma vela na
outra e, conforme lia o seu sermão, homens não somente foram convertidos, mas
alguns deles literalmente caíam no chão sob a convicção de pecado sob o poder do
Espírito. Quando pensamos na obra evangelística em termos de evangelização
popular dos 100 anos recém-passados, acho que poderíamos ser tentados a dizer
que um homem que pregasse daquela maneira não teria a menor possibilidade de
obter conversões . todavia, ele foi um homem usado por Deus no Grande
Despertamento ocorrido no século 18. Assim, eu os concito a se entregarem
completamente ao estudo da história da Igreja e das coisas grandiosas que Deus
fez em várias eras e períodos. Aí estão, pois, as duas linhas mestras que
seguiremos na abordagem deste assunto - o estudo da Bíblia e um estudo da Igreja
Cristã.

Os Princípios Fundamentais
1. O objetivo supremo desta obra é glorificar a Deus. Esse é o ponto central.
Esse ;é o objetivo que deve dominar e sobrepujar todos os demais. O
primeiro objetivo da pregação do evangelho não é salvar almas; É
GLORIFICAR A DEUS. Não se tolerará que nenhuma outra coisa, por
melhor que seja nem por mais nobre, usurpe esse primeiro lugar.
2. O único poder que realmente pode realizar esta obra é o Espírito Santo.
Quaisquer que sejam os dons naturais que um homem possua , o que quer
que um homem seja capaz de fazer como resultado das suas propensões
naturais, o trabalho de apresentar o evangelho e de levar àquele supremo
objetivo de glorificar a Deus na salvação dos homem, é um trabalho que só
pode ser feito pelo Espírito Santo. Vocês vêem isso no próprio Novo
Testamento. Sem o Espírito, é-nos dito, não podemos fazer nada. (Desde os
tempos bíblicos até a história da igreja nos mostra que somente através da
obra do Espírito Santo é que o evangelho foi pregado com poder e
autoridade).
3. O único e exclusivo meio pela qual o Espírito Santo opera é a Palavra de
Deus. Isso é algo que se pode provar facilmente. Vejam o sermão que foi
pregado por Pedro no dia de Pentecoste. O que ele fez realmente foi expor
as Escrituras. Ele não se levantou para relatar as suas experiências pessoais.
Ele deu a conhecer as Escrituras; esse foi sempre o seu método. E esse é
também o método característico de Paulo, como se vê em Atos 17:2:
"disputou com eles sobre as Escrituras". No trato com o carcereiro de
Filipos, vocês vêem que ele pregou-lhe Jesus Cristo e a Palavra do Senhor.
Vocês recordarão as suas palavras na Primeira Epístola a Timóteo, onde ele
diz que a vontade de Deus ;e que todos os homem sejam salvos e sejam
levados ao conhecimento da verdade (1 Tm.2:4). O meio usado pelo Espírito
Santo é a verdade.
4. A verdadeira motivação para a evangelização deve provir da apreensão
destes princípios. E, portanto, de um zelo pela honra e glória de Deus e de
um amor pelas almas dos homens.
5. Há um constante perigo de erro e de =heresia, mesmo entre os mais sinceros,
e também o perigo de um falso zelo e do emprego de métodos antibíblicos.
Não há nada sobre o que somos exortados mais vezes no Novo Testamento
do que sobre a necessidade de constante auto-exame e de retorno às
Escrituras.

Aí, penso eu, vocês têm cinco princípios fundamentais claramente ensinados na
Palavra de Deus e confirmados profusamente na subsequente história da Igreja
Cristã.

A Aplicação dos Princípios

Isto me leva à Segunda divisão principal do nosso assunto, que é a aplicação desses
princípios à obra concreta da apresentação do evangelho. Este é um assunto que se
divide naturalmente em duas partes principais. Há primeiro a obra de
evangelização, e depois a obra de edificação e instrução na justiça.

A Evangelização e os Seus Perigos

1. O primeiro é o de exaltar a decisão como tal, e este é um perigo


especialmente quando vocês estão trabalhando com jovens (...). Mostra-se às
vezes no uso da música. (...) Fiam-se na música e no cântico de coros para
produzirem o efeito desejado e de ocasionarem decisão. (...) Há os que tem o
Dom de contar histórias de maneira comovente e eficaz. Outros parecem
por a sua confiança no encanto pessoal do orador.(...)
2. O segundo perigo é que as pessoas podem chegar a uma decisão resultante
de um falso motivo. Às vezes as pessoas se decidem por Cristo
simplesmente porque estão desejosas de ter a experiência que outros
tiveram (...) Ou pode ser o desejo de Ter este maravilhoso tipo de vida do
qual lhe falaram. O evangelho de Jesus Cristo dá-nos uma vida da
maravilhosa, e louvamos a Deus por isso, mas a verdadeira razão para nos
tornarmos cristãos não é que tenhamos uma vida maravilhosa; é, antes, que
estejamos em correta relação com Deus. Às vezes Cristo é apresentado como
herói. (...) poderá ser que (...) se unam a nossa classe bíblica ou à nossa Igreja
simplesmente porque a mensagem atraiu o seu instinto heróico. (...)
3. E, a seguir, o último perigo que desejo acentuar sob o presente título, é a
terrível falácia de apresentar o evangelho em termos de "Cristo precisa de
você", e de dar a impressão de que, se o rapaz não se decide por Cristo, é
um mal sujeito. (...)

Devemos apresentar a verdade; esta terá que ser uma exposição positiva do ensino
da Palavra de Deus. Primeiro e acima de tudo, devemos mostrar aos homens a
condição em que se acham por natureza, à vista de Deus. Devemos levá-los a ver
que, independentemente do que façamos e do que tenhamos feito, todos nós
nascemos com "filhos da ira"; nascemos num estado de condenação, culpados aos
olhos de Deus; fomos concebidos em pecado e fomos formados em iniquidade. Isso
vem em primeiro lugar.

Feito isso, devemos prosseguir e demonstrar a enormidade do pecado. Não


significa apenas que devemos mostrar a iniquidade de certos pecados. Não há
nada que seja tão vital como a distinção entre pecado e pecados. (...) Depois
devemos conclamar os nossos ouvintes a confessarem e a reconhecerem os seus
pecados diante de Deus e dos homens. E então devemos ir adiante e apresentar a
gloriosa e estupenda oferta de salvação gratuita , que se acha unicamente em Jesus
Cristo, e Este crucificado. A única decisão, que é do mais diminuto valor, é a que se
baseia na compreensão dessa verdade. Podemos fazer os homens se decidirem
como resultado dos nossos cânticos, como resultado do encanto da nossa
personalidade, mas o nosso dever não conseguir seguidores pessoais. O nosso
dever não é simplesmente aumentar o tamanho das nossas classes de estudo da
Bíblia ou das organizações e igrejas. O nosso dever é reconciliar almas com Deus.
Repito que não há nenhum valor numa decisão que não esteja baseada na aceitação
da verdade.

A Edificação

A minha Segunda subdivisão relacionada com a apresentação do evangelho é a


obra de edificação. Este é um grande tema, e tudo o que eu posso fazer é
simplesmente lançar certos princípios. Em nenhuma oura parte o perigo de um
falso método é mais real do que esta particular questão de edificação, como o que
me refiro ao ensino concernente à santificação e à santidade. Não se pode ler o
Novo Testamento sem perceber logo Que a Igreja Primitiva reagia contra
problemas, perigos e heresias incipientes que a assediavam. Havia os que diziam,
por exemplo: "Continuemos no pecado para que a graça seja mais abundante".
Havia os que diziam que, contanto que você fosse cristão, não importava o que
você tinha feito, que, contanto que você estivesse certo em suas crenças, o seu
corpo não importava e você podia pecar o quanto quisesse. Isto é conhecido como
antinomianismo. Havia os que se diziam sem pecados. Havia os que partiam em
busca de "conhecimento", que alegavam Ter alguma experiência esotérica especial
que os outros , cristãos inferiores, ignoravam. (...)

Se posso fazer um sumário de todos esses perigos, é o perigo de isolar um texto ou


uma idéia e construir um sistema em torno dele, em vez de comparar Escritura
com Escritura. Isso é procurar atalho no mundo espiritual. As pessoas tentam
chegar à santificação com um só movimento, e assim se privam do processo
descrito no Novo Testamento. A maneira de evitar esse perigo é estudar o Novo
Testamento, especialmente as Epístolas. Devemos ter o cuidado de não tomar um
incidente dos Evangelhos e tecer uma teoria em torno dele(...) Devemos
compreender que o nosso padrão nesta questão particular(santidade/santificação)
acha-se nas Epístolas.(...)

Conclusão

Permitam-me resumir tudo o que eu venho tentando dizer, da maneira seguinte: se


vocês quiserem ser competentes ministros do evangelho, se quiserem apresentar a
verdade de modo certo e verdadeiro, terão que ser estudantes assíduos da Palavra
de Deus, terão de lê-la sem cessar. Terão que ler todos os bons livros que os
ajudem a entendê-la e os melhores comentários da Bíblia que puderem encontrar.
Terão que ler o que denomino teologia bíblica, a explicação das grandes doutrinas
do Novo Testamento, para que venham a entendê-las cada vez mais claramente e,
daí, sejam capazes de apresentá-las com clareza cada vez maior aos que venham
ouvi-los. A obra do ministério não consiste meramente em oferecer a nossa
experiência pessoal, ou em falar das nossa vidas ou das vidas de outros, mas sim,
em apresentar a verdade de Deus de maneira tão simples e clara quanto possível. E
o jeito de fazer isso é estudar a Palavra e toda e qualquer coisa que nos ajude nessa
tarefa suprema.

Talvez vocês me perguntem: quem é suficiente para estas coisas? Temos outras
coisas que fazer; somos homens ocupados. Como poderemos fazer o que você nos
pede que façamos? Minha resposta é que nenhum de nós é suficiente para estas
coisas, todavia Deus pode capacitar-nos para fazê-las, se de fato estamos desejosos
de servi-lO. Não me impressionam muito esses grandes argumentos de que vocês
são homens ocupados, de que vocês têm que fazer muitas coisas no mundo e, por
isso, não têm tempo de ler estes livros sobre a Bíblia e de estudar teologia, e por
esta boa razão: alguns dos melhores teólogos que conheci, alguns dos mais santos,
alguns dos homens mais culto, tiveram que trabalhar mais duro que qualquer de
vocês e, ao mesmo tempo, foram-lhes negadas as vantagens que vocês gozam.
"Querer é poder". Se eu e vocês estivermos preocupados com as almas perdidas,
jamais deveremos alegar que não temos tempo para preparar-nos para este grande
ministério; temos que fabricar tempo. Temos que aparelhar-nos para a tarefa,
consciente da séria e Terrível responsabilidade da obra. Temos que estudar,
trabalhar, suar e orar para podermos conhecer a verdade cada vez mais e cada vez
mais perfeitamente. Temos que pôr em prática em nossas vidas as palavras que se
acham em 1 Tm.4:12-16. Conceda-nos Deus a graça e o poder para fazê-lo, para a
honra e a glória do Seu santo nome.

Nota sobre o Autor: Martyn Lloyd-Jones tem sido descrito como "o
melhor pregador comtemporâneo". Aos 23 anos de idade era Chefe
Assistente Clínico de Sir Thomas Horder, o médico do rei da
Inglaterra. Inesperadamente aos 27 anos, voltou ao País de Gales,
sua terra natal, com o coração ardendo pela salvação dos seus
compatriotas. Depois de 12 anos pastoreando aquele rebanho, o
"Doutor", título pelo qual foi afetuosamente conhecido, voltou para
Londres, onde ocupou por mais de 30 anos o púlpito da Capela de
Westminster. Em 1981, o grande médico, pregador e líder cristão
partiu para encontrar-se com Aquele que o chamara e capacitara,
deixando-nos um legado que continua mantendo vivo sua obra a
ministério. Ele foi um homem que, em termos da sua influência,
viveu em vários mundos a um só tempo. De 1938 em diante, ele
pastoreou uma igreja no centro de Londres. Simultaneamente, era
comum fazer a obra de evangelista itinerante durante a semana,
pregando em igreja a convites, ou às vezes participando de missões
dirigidas aos estudantes. Centenas de pessoas que conheceram o
Dr. Lloyd-Jones, podiam dizer com o Dr. James I. Packer: "Sei que,
em grande parte, a minha visão atual é o que é porque ele foi o que
foi e, sem dúvida, a sua influência foi mais profunda do que eu
poderia delinear".

Nota Final: Este texto foi copiado de


http://www.geocities.com/Athens/Delphi/7162, de Zoênio M. G.
Filho, que o transcreveu parcialmente (com autorização) do livro
"Discernindo os Tempos" Editado pela Editora PES
(Publicações Evangélicas Selecionadas).

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A Intolerância Bíblica
Autor: D. M. Lloyd-Jones

***

Gostaria de enfatizar esta verdade, asseverando que existe, na fé cristã, um lado de


intolerância. Vou mais além e afirmo que, se não temos visto este lado intolerante
da fé, provavelmente nunca vimos verdadeiramente a fé. Existem muitos
mandamentos nas Escrituras que substanciam a afirmativa de que colocar mais
alguém ao lado de Jesus, ou falar de salvação a parte dEle, ou sem que Ele seja o
centro dela, é traição e negação da verdade. O apóstolo Pedro, dirigindo-se ao
sinédrio em Jerusalém, disse: "porque abaixo do céu não existe nenhum outro
nome dado, entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos" (At.4:12).

Todo falso ensinamento deve ser odiado e combatido. O Novo Testamento nos diz
que assim fez nosso Senhor e todos os apóstolos, e que eles se opuseram e
advertiram as pessoas contra isso. Mas pergunto novamente: isto Å realizado hoje?
Qual sua atitude pessoal quanto a isso? Acaso é você uma daquelas pessoas que
diz que não há necessidade dessas negativas, e que deveríamos estar contentes
com uma apresentação positiva da verdade? Subscrevemos o ensinamento
prevalecente que discorda de advertências e críticas ao falso ensinamento? você
concorda com aqueles que dizem que um espírito de amor é incompatível com a
denúncia crítica e negativa dos erros gritantes, e que temos de ser sempre
positivos? A resposta mais simples a tal atitude é que o Senhor Jesus Cristo
denunciou o mal e os falsos mestres. Repito que Ele os denunciou como "lobos
vorazes" e como "sepulcros caiados" e como "guias cegos". O apóstolo Paulo disse
de alguns deles: "o deus deles é o ventre, e a glória deles está na sua infâmia". Esta
é a linguagem das Escrituras. Pode haver pouca dúvida, mas a Igreja está como é
hoje porque não seguimos o ensinamento do Novo Testamento e as suas
exortações, e nos restringimos ao positivo e ao assim chamado "Evangelho
simples", e fracassamos em acentuar negativas e críticas. O resultado é que as
pessoas não reconhecem o erro, quando se defrontam com ele. Aceitam aquilo que
aparenta ser bom, e se impressionam com aqueles que vem às suas portas falando
da Bíblia e oferecendo livros sobre a Bíblia e profecias e coisas deste tipo. E eles, na
condição de sua ignorância infantil, freqüentemente ajudam a propagar o falso
ensinamento, porque não conseguem ver nada de errado nele. Além disso não
compreendem que o erro deve ser odiado e denunciado. Eles imaginam-se a si
mesmos cheios de um espírito de amor, são iludidos por satanás, a fera destruidora
que estava no encalço delas, e que, num bote súbito, os agarrou com sua esperteza
e sutileza.

Não é agradável ser negativo; ter que denunciar e expor o erro não dá alegria. Mas
qualquer pastor que sinta, em pequena medida, e com humildade, a
responsabilidade que o apóstolo Paulo conhecia num grau infinitamente maior
pelas almas e o bem estar espiritual de seu povo, é forçado a fazer estas
advertências. Isto não é desejado nem apreciado por esta moderna geração
moralmente fraca. Muito amiúde a bancada tem controlado o púlpito e grande
dano tem sobrevindo à Igreja. O apóstolo adverte a Timóteo que virá um tempo
em que as pessoas "não suportarão a sã doutrina". Este é freqüentemente o caso no
tempo presente, e assim tem sido durante este século. Por isso é importante que
cada membro deva te ruma concepção real da Igreja e do oficio do ministro em
particular.

Hoje há no mundo igrejas que na superfície parecem ser igrejas florescentes.


Multidões se agregam a elas e demonstram demasiado zelo e entusiasmo. Mas
num exame mais acurado descobre-se que a maior parte do tempo é tomado por
música de vários tipos, e com clubes e sociedades e atividades sociais. O culto
começa às 11:00h e tem que terminar exatamente ao meio-dia, e haverá sérios
problemas se isso não ocorrer! Há apenas uma breve "reflexão" de quinze minutos,
vinte minutos no máximo. O infeliz ministro, se não enxergar estas coisas com
clareza, teme ir contra os desejos da maioria. Sua sobrevivência depende dos
membros da igreja, e o resultado é que tudo é feito para se conformar aos desejos e
anseios da congregação.

Mas deixe-me acrescentar que o ministro também não pode impor. É o próprio
Senhor quem determina, Aquele que está assentado à mão direita de Deus e que
deu "alguns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e
outros para pastores e doutores" (Ef.4: t 1 ). Ele os deu para a edificação dos
membros da Igreja, e é a mensagem dELE que deve ser pregada sem temor nem
favor. Precisamos recuperar algo do espírito de John Knox cuja pregação fazia
tremer a Maria, Rainha dos Escoceses.

O trabalho do ministro é edificar o corpo de Cristo. A ocupação do ministro é


edificar a Igreja, não a si mesmo! Ai! Eles têm muito freqüentemente edificado a si
mesmos, e temos lido de príncipes da igreja vivendo em posições de grande
pompa e riqueza. Isto é uma gritante deturpação dos ensinamentos de Paulo!
Observemos que os ministros são chamados para edificar, não para agradar nem
entreter. O modo pelo qual deveriam fazer isso está resumido perfeitamente
naquela passagem, imensamente lírica, de Atos Z0. O apóstolo Paulo está se
despedindo dos presbíteros da igreja de Éfeso, à beira mar, e eis o que ele diz:
"Agora, pois, encomendo-vos ao Senhor e È Palavra da Sua graça, que tem poder
para vos edificar e dar herança entre todos os que são santificados" (v.32). "Palavra
da Sua graça, que tem poder para vos edificar"! Não é surpresa que a igreja seja o
que é hoje, pois lhe têm sido dados filosofia e entretenimento. Por meio delas um
ministro pode, por enquanto, atrair e segurar uma multidão; mas não pode
edificar; a tarefa dos pregadores é edificar, não atrair multidões. Nada edifica a não
ser a inadulterada Palavra de Deus. Não há autoridade fora dela; e ela não pode de
modo algum ser modificada ou nivelada para se adaptar à moda da ciência
moderna, ou a alguns supostos "resultados confirmados da crítica" que está sempre
em modificação. É o "eterno Evangelho" e é: a "Eterna Palavra a mesma que Paulo
e os demais apóstolos pregaram, a mesma Palavra que os Reformadores
protestantes pregaram, os Puritanos, e os grandes pregadores de duzentos anos
atrás, como também Spurgeon no último século, sem qualquer modificação que
fosse. É pelo fato de isso ter sido tão amplamente esquecido nos últimos cem anos
que as coisas hoje estão como estão.

Copiado de http://www.geocities.com/Athens/Delphi/7162, que extraiu do Jornal


"Os Puritanos" Ano III No. 3

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