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I - INTRODUÇÃO

1.1 - Conceitos – Geografia e Geografia Bíblica


Etimologicamente, a palavra geografia vem de dois vocábulos gregos: geo, terra
e graphein, descrever.
Por conseguinte, Geografia é a ciência que tem por objeto a descrição
sistemática e ordenada da superfície da Terra. Detém-se ela no estudo dos seus
acidentes físicos, solos, vegetações e climas. A Geografia detém-se ainda na
pesquisa do estudo das relações entre o meio natural e os diversos
grupamentos humanos.
Parte da Geografia Geral tem a Geografia Bíblica, por objetivo, o conhecimento
das diferentes áreas da Terra relacionadas com as Sagradas Escrituras.
Descrevendo e delimitando os relatos sagrados, dá-lhes mais consistência e
autenticidade, auxiliando-nos na interpretação e compreensão dos fatos bíblicos.
A Geografia Bíblica, definida por J. Mackee Adams como o “painel bíblico em
que o Reino de Deus teve o seu início e onde experimentou seus triunfos”, é
indispensável a todos os estudiosos da Bíblia.

1.2 – A Importância da Geografia Bíblica


A importância do estudo da Geografia Bíblica está no auxílio que ele nos
oferece na apreciação, compreensão e interpretação dos fatos bíblicos, pois
trata-se do cenário terreno e humano da revelação divina, ou como já vimos, “o
painel bíblico em que o Reino de Deus na terra teve o seu início e onde
experimentou seus triunfos” – J. Mackee Adams.
Localizando, fixando e documentando os relatos sagrados, a Geografia Bíblica
completa as informações, dando-lhes mais consistência e autenticidade, bem
como novo relevo e perspectiva mais viva.
Dizem que Henan, “depois de suas duras críticas aos evangelhos, resolveu
estudar os acontecimentos neles descritos nos locais onde eles se
desenrolaram. Afinal, entre confundido e comovido, não pôde dizer menos que
chamar a Palestina de” o quinto Evangelho “. Daí a razão pela qual dizemos que
o estudo da Geografia Bíblica é imprescindível para todo e qualquer estudante
sério das Sagradas Escrituras, pois” com esse auxílio os acontecimentos

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históricos tornam-se mais vívidos, as profecias mais expressivas, e as alusões
da poesia bíblica mais inteligíveis “.
Certamente a fonte principal do estudo da Geografia Bíblica está na própria
Bíblia, de vez que é ela que nos fornece nomes de lugares, de acidentes físicos,
de povos, e de circunstâncias e acontecimentos com eles relacionados. Outra
fonte é a História, tanto a que chamamos sagrada como a profana. E a terceira é
a Arqueologia. Com os dados que estas fontes nos oferecem, e com o auxílio
indispensável de mapas das respectivas áreas, é possível um estudo proveitoso
e adequado da Geografia Bíblica.

II – O MUNDO ANTIGO
O mundo antigo, ou mundo bíblico, compreende todos os povos antigos
mencionados na Bíblia que habitavam a área banhada pelo Mediterrâneo
(Grande Mar) e aquelas que ficam entre este, o Mar Negro (Euxino), Mar Cáspio
(também chamado Mar Setentrional), Golfo Pérsico (ou Mar Meridional) e Mar
Vermelho (denominado pelos romanos Mar Eritreu).
Considerando que o relato bíblico de ambos os Testamentos abrange a área
desde Espanha, o ponto mais ocidental do programa de atividades missionárias
do apóstolo Paulo, até Pérsia país mais oriental com que esteve relacionado o
povo de Israel, e desse Ponto, província mais setentrional da Ásia Menor, ao sul
do Mar Negro, cujo povo esteve representado em Jerusalém no dia de
Pentecostes (Atos 2.9), até o extremo sul da Arábia onde, provavelmente, ficava
a lendária terra de Ofir, tantas vezes mencionada na Bíblia, podemos dizer que
as expressões “o mundo antigo” e o “mundo bíblico” são praticamente
sinônimas.

2.1 – Limites
Em termos gerais pode-se delimitar a área do mundo antigo da seguinte
maneira:
Norte – uma linha reta que começa na Espanha, passa pelo norte da Itália e Mar
Negro e vai até o Mar Cáspio.
Leste – uma linha reta que parte do Mar Cáspio, e passando pelo Golfo Pérsico
vai até o Mar Arábico.

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Sul – uma linha reta que, partindo do Mar Arábico, vai na direção oeste,
passando pela Etiópia e terminando no deserto da Líbia, no continente africano.
Oeste – uma linha reta que parte do sul do deserto da Líbia e termina na
Espanha, abrangendo o Egito e as regiões do norte da África.

Em termos mais específicos diríamos que a referida área fica situada entre
longitude 5° Oeste e 55° Leste, e entre 10° e 45° latitude Norte.

III – GEOGRAFÍA FÍSICA DA TERRA SANTA

3.1 – Os Nomes da Palestina


Tanto na história sagrada, quanto na secular, a Terra de Israel recebeu várias
designações. Cada nome por ela recebido encerra um drama testemunhado e
vivido pelo povo de Deus. De uma forma ou de outra, é a Terra de Promissões.
3.1.1 - Canaã
Após a dispersão da humanidade, ocorrida quando da construção da Torre
de Babel, os descendentes de Canaã, filho de Cam e neto de Noé, fixaram-
se nas terras que seriam entregues a Abraão. Isso ocorreu há mais de três
mil e quinhentos anos antes de Cristo. Nessas paragens, notórias por sua
fertilidade e riquezas naturais, os cananeus multiplicaram-se e forjaram
uma vigorosa civilização.
A partir daí, aquelas terras passaram a ser conhecidas como Canaã; esta é
a mais antiga designação do território israelita. No hebraico, Canaã
significa: “habitante de terras baixas”. Conclui-se que os cananeus muito
apreciavam as planícies.
Os descendentes de Canaã chegaram a dominar grandes áreas que iam
do Mediterrâneo ao Jordão.
Com o transcorrer dos séculos, Canaã passou a ter uma conotação
poética. Esse nome lembra aos judeus “... uma terra boa e ampla, terra que
mana leite e mel” (Ex 3.8).

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3.1.2 - Terra dos Amorreus
O território que Deus entregara aos judeus era conhecido também como
Terra dos Amorreus. A nomenclatura é encontrada tanto no Antigo
Testamento como nos escritos profanos. É um dos mais antigos nomes da
Terra Santa (Gn 48.22).
3.1.3 - Terra dos Hebreus
De conformidade com a árvore genealógica de Sem, os israelitas são
descendentes de Héber. O território judaico, por esse motivo, era
conhecido como a Terra dos Hebreus. Nesses rincões, os santos patriarcas
lançaram os fundamentos da fé no Único e Verdadeiro Deus.
A palavra hebreu, segundo alguns exegetas, pode significar “o que vem do
outro lado, ou do além”. Trata-se de uma referência à peregrinação
abraâmica de Ur dos Caldeus, passando por Padã Harã, até Canaã.
3.1.4 - Terra de Israel
Sob o comando de Josué, os israelitas tomaram Canaã, no século XV a.C.
A partir de então, passaram os territórios cananeus a serem designados
como Terra de Israel. Não há nomenclatura tão apropriada como esta;
encerra as promessas feitas por Deus a Abraão.
Este é o nome mais comum da Terra Santa. Encontramo-lo freqüentemente
no Antigo Testamento. Constitui-se ainda num perpétuo memorial; lembra-
nos ser esse território propriedade eterna e inalienável dos filhos de
Abraão. Quer os gentios admitam quer não, a terra que mana leite e mel
pertence à progênie abraâmica.
Após o cisma israelita, a nomenclatura passou a designar apenas as terras
ocupadas pelas tribos do Norte, comandadas pelo idólatra Jeroboão.
Devido aos exílios e dispersões dos judeus, recebe o seu território as mais
vexatórias alcunhas. Todavia, com a criação do moderno Estado de Israel,
todo o escárnio que pesava sobre os descendentes de Jacó começou a ser
tirado. Hoje, quando viajamos àquelas sagradas paragens, dizemos
embevecidos: “Vou à Terra de Israel”. Israel é o nome da terra.

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3.1.5 - Terra de Judá
Depois de haver derrotado os cananeus, pôs-se Josué a dividir a Terra da
Promessa. À tribo de Judá, destinou ele uma herança no Sul de Canaã.
Esta região ficaria conhecida como a Terra de Judá.
Depois do cisma israelita, ocorrido em 931 a.C., a designação passou a
incluir também as terras habitadas pela tribo de Benjamim.
Terminado o cativeiro babilônico, em 538 a.C., o povo de Judá retorna à
sua herança, sob o comando de Zorobabel. Inspirados pela eficaz liderança
de Neemias, pela erudição de Esdras, pelo zelo do sumo sacerdote Josué
e pelo fervor dos profetas Ageu e Zacarias, os judeus reorganizam-se
nacionalmente nessas terras. A partir daí, as possessões abraâmicas, de
um modo geral, passaram a ser conhecidas como Terra de Judá, e, seus
habitantes, posto que oriundos de todas as tribos, começaram a ser
chamados de judeus.
3.1.6 - Terra Prometida
No século XX a.C., prometera Deus a Abraão: “Sai-te da tua terra, e da tua
parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. E far-te-ei
uma grande nação, e abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome e tu
serás uma bênção. E abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os
que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra.
Assim partiu Abrão, como o Senhor lhe tinha dito, e foi Ló com ele; e era
Abrão da idade de setenta e cinco anos, quando saiu de Harã” (Gn 12.1.4).
Tendo em vista os termos desta tão sublimada aliança, o território que
haveria de ser entregue a Israel ficou conhecido como a Terra Prometida.
Poético e trágico, evoca esse nome as mais elevadas recordações na alma
hebréia. Em virtude desse chão de promissões, os israelitas vêm
suspirando e chorando.
3.1.7 - Terra Santa
Zacarias, um dos mais escatológicos profetas do Antigo Testamento,
vaticinou: “Exulta, e alegra-te, ó filha de Sião, porque eis que venho, e
habitarei no meio de ti, diz o Senhor. E naquele dia, muitas nações se
ajuntarão ao Senhor, e serão o meu povo: e habitarei no meio de ti, e

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saberás que o Senhor dos Exércitos me enviou a ti. Então o Senhor
possuirá a Judá como sua porção na terra santa, e ainda escolherá
Jerusalém” (Zc 2.10-12).
Não obstante as guerras e apesar de todos os embates políticos e sociais,
Israel é conhecido como a Terra Santa. Os judeus veneram-na como o solo
de seus antepassados e o chão de sua milenar esperança. Têm-na os
cristãos como o berço do Salvador e o regaço da regeneração da raça
humana. Para os árabes, trata-se de um campo etéreo e permeado de
interrogações.
Milhares de caravanas judaicas, cristãs e árabes rumam à Terra Santa.
Nenhum outro país é tão místico quanto Israel! Visitá-lo constitui-se o
sonho de milhões de peregrinas almas.
3.1.8 - Palestina
O referido nome é proveniente da palavra “Filístia” que designava a faixa
de terra localizada no Sudeste de Canaã, ao largo do Mar Mediterrâneo. Os
filisteus eram ferrenhos adversários dos hebreus e causaram muitas
dificuldades a Saul e a Davi.
No período neotestamentário, o historiador Flávio Josefo cognominou todo
o território israelita de Palestina. E assim foi até a fundação do Estado de
Israel em 12 de maio de 1948. Atualmente, este é o nome pelo qual são
conhecidos os territórios governados pela autoridade palestina.
3.2 – Localização
Israel está localizado no continente asiático a 30° de latitude Norte. Em toda a
sua extensão ocidental, é banhado pelo Mar Ocidental. Tendo em vista o seu
posicionamento estratégico, constituiu-se, segundo Oswaldo Ronis, “num centro
de gravidade para o mundo e as civilizações da antiguidade”.
Acrescenta Ronis: “Do ponto de vista comercial, ficava na rota obrigatória do
tráfego entre o Oriente e o Ocidente, bem como entre o Norte e o Sul; e, do
ponto de vista político, igualmente passagem inevitável dos exércitos
conquistadores das grandes potências ao seu redor, razão pela qual estas se
interessavam por sua conquista e fortificação. Daí as devastações sofridas pela
Palestina em repetidas ocasiões a sua história”.

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3.3 – Limites
Nos tempos bíblicos, Israel limitava-se ao norte com a Síria e a Fenícia. A leste,
com partes da Síria e o deserto arábico. Ao sul, com a Arábia. A oeste, com o
Mar Mediterrâneo.
Tais limites, entretanto, variavam de acordo com as tendências políticas e os
movimentos militares de cada época. Constantemente, os israelitas tinham o seu
território alargado ou diminuído. No tempo de Salomão, as fronteiras de Israel
dilataram-se consideravelmente; iam do Rio do Egito ao Eufrates. Depois da
morte deste grande rei, contudo, as possessões hebraicas foram diminuindo até
serem absorvidas pelos grandes impérios.
O moderno Estado de Israel limita-se ao norte com o Líbano; a nordeste com a
Síria; a leste e a sudeste com a Jordânia; a sudoeste com o Egito. A oeste é
banhado pelo Mar Mediterrâneo. Na fronteira com a Jordânia, fica o Mar Morto.
Israel tem uma área de 20.700km².

3.4 – Relevo de Israel

3.4.1 – As Planícies
Planície é uma grande porção de terra, mais ou menos plana, de origem
sedimentar, geralmente de baixa altitude. Via de regra, os processos de
acumulação, numa planície, superam os de destruição.
Planície do Acre – localizada no extremo noroeste da costa israelense, a planície do
Acre estende-se até ao Monte Carmelo. A região, cujo nome em hebraico é Akko, e
significa “areia quente”, compreende uma faixa de terra que cerceia as montanhas entre
a Galiléia, o Mediterrâneo, o Sul de Tio até a Planície de Sarom. Trata-se de um solo
muito fértil, com exceção da parte praiana, onde as areias são demasiadamente
quentes.
Quando da divisão de Canaã, a planície do Acre coube por sorte à tribo de Aser (Js
19.25-28).

Planície de Dotã – localizada na 20Km ao norte de Samaria, a planície de Dotã


prolonga-se entre as serras meridionais desde o sudoeste de

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Esdrelom. Nesta planície, achavam-se os irmãos de José, quando o venderam aos
midianitas (Gn 37.17). Foi ainda em Dotã que se encontrava Eliseu quando os sírios
vieram prendê-lo (2 Rs 6.13).

Planície de Moabe – alta e acidentada, a Planície de Moabe estende-se desde as


montanhas que dominam o Mar Morto ao ocidente até à Arábia ao oriente. Ao sul, vai
desde a abertura do Arnom até Edom.
Por esta região, foram os israelitas expressamente proibidos de entrar, vendo-se por
isso obrigados a transitar pelo deserto de mesmo nome ao oriente (Dt 2.8,9).

Planície de Sarom – Sarom não é propriamente um nome semítico. O seu significado


evoca poesias e idílios: Zona de Bosques ou Bosques de Terebintos. A planície de
Sarom localiza-se entre o Sul do monte Carmelo e Jope. Com uma extensão de 85Km,
sua largura varia entre 15 a 22Km.
Na antiguidade, a região era conhecidíssima em virtude de seus bosques traiçoeiros e
pântanos palúdicos. O seu solo, entretanto, era coberto de lírios e flores exóticas. Os
pântanos e charcos de Sarom foram drenados no século XX pelo governo israelense.
Atualmente, constitui-se a área num dos mais ricos distritos agrícolas do Estado de
Israel. Seus laranjais são afamados em todo o mundo. Nessa planície, são encontradas
quatro flores vermelhas de grande beleza: anêmona, botão-de-ouro, tulipa e papoula.

Planície da Filístia – situada entre Jope e Gaza, no sudoeste de Israel, a Planície da


Filístia tem 75km de comprimento e 25km de largura. Nessa faixa de terra, habitavam as
aguerridos filisteus, inimigos mortais do povo israelita. A região era abundante em
cereais e frutas. Localizavam-se, nessa planície, as cinco principais cidades filistéias:
Gaza, Ascalom, Asdode, Gate e Ecrom.

Planície de Sefelá – situada entre a Filístia e as montanhas da Judéia, a Planície de


Sefelá é caracterizada por uma série de baixas colinas. A fertilidade de seu solo é
proverbial; são ainda abundantes os seus trigais, vinhedos e oliveiras. O significado
hebraico de Sefelá – terras baixas oumais baixas – realça a topografia da planície.
Sefelá foi o lar de Abraão e Isaque por longos anos.

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Planície do Armagedom – esta planície é conhecida também por Jezreel ou
Esdraelom. O Armagedom encontra-se na confluência de três vales, dos quais o mais
importante é Jezreel. Localizada entre os montes da Galiléia e os de Samaria, a planície
(a maior de Israel) é insuperável por sua formosura. Suavemente, alarga-se em direção
do Carmelo até repousar nos montes Líbanos.
A planície do Armagedom é uma das áreas mais estratégicas de Israel. Constitui-se ela
uma via de comunicação natural entre a cidade de Damasco e o Mar Mediterrâneo. Nos
tempos bíblicos, serviu de palco a renhidos combates. A planície é atravessada
longitudinalmente, de leste a oeste, pelo rio Kishon que desemboca no Mediterrâneo. O
Armagedom está ligado a um grande evento escatológico.

3.4.2 – Os Vales
Vale é uma depressão alongada entre montes ou quaisquer outras
superfícies. A palavra é bastante comum no Antigo Testamento.
Encontramo-la 188 vezes na escrituras hebraicas. No Novo Testamento,
contudo, é mencionada apenas uma vez. Lendo as Sagradas Escrituras,
concluímos serem os vales mui importantes para Israel.

Vale do Jordão – é o maior vale da Terra Santa. Começa no sopé do Monte Hermom,
no extremo norte, e vai até ao mar Morto, no extremo sul, recontando longitudinalmente
o território israelita. Esse vale, importantíssimo cenário na história do povo de Israel, é
na verdade uma grande fenda geológica.
Iniciando-se com uma largura de 100m, vai alargando-se até chegar a três quilômetros
nas imediações do Mar da Galiléia; e quando chega nos limites do Mar Morto, alcança o
seu ponto máximo: 15km. A partir daí, começa a estreitar-se novamente.
Através desse vale, corre o rio que lhe empresta o nome: o Jordão, onde foi o Senhor
Jesus batizado. É o vale mais profundo da Terra: encontra-se a 426m abaixo do nível
do Mar Mediterrâneo. Do Hermom, onde nasce, até ao Mar Morto, onde termina, tem o
Vale do Jordão uma extensão de 215km de extensão.

Vale de Jezreel – não há que se confundir o Vale de Jezreel com a planície de mesmo
nome. A confusão existe em decorrência da inexatidão de alguns geógrafos bíblicos. O
Vale de Jezreel começa nas nascentes do ribeiro de Jalud e termina no Vale do Jordão,
nas cercanias de Bete-Seã. Nos limites deste vale, localiza-se a moderna cidade de
Zerim.
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Vale do Acor – este vale, centralizado no Wadi Qumram, acha-se a 16km de Jericó, e
tem uma extensão de aproximadamente 7,5km. Em Acor, foi Acã apedrejado em
conseqüência de sua cobiça. Eis porque o nome deste vale, em hebraico, significa
perturbação, problema.

Vale da Bênção – localizado no território de Judá, o Vale da Bênção situa- se entre


Jerusalém e Hebrom, distante 7,5km a oeste de Tecoa e 11km de Belém. Foi neste vale
que o bom rei Josafá venceu uma coligação formada por Amom, Moabe e Edom (2 Cr
20.26). Este vale é conhecido também como Beraca que, em hebraico, significa
“bênção”.

Vale do Cedrom – Em Joel 3.2-12, o Cedom é identificado como o Vale de Josafá.


Como Josafá em hebraico significa “Deus julgou”, Cedom é visto, profeticamente, como
o Vale do Juízo Final. É aí que o Senhor reunirá todas as nações a fim de julgá-las
quanto ao trato que dispensaram a Israel.

Vale de Hinom – localiza-se no sul de Jerusalém junto à porta do Oleiro (Jr 19.2). Nos
tempos bíblicos, o Vale do Hinom servia como fronteira às tribos de Judá e Benjamim.
Infere-se ter sido Hinom o antigo proprietário deste vale, que corre de norte para sul a
oeste de Jerusalém.
No Vale de Hinom, o rei Davi derrotou os filisteus duas vezes (2 Sm 5.17-25 e 1 Cr 11;
14.9-16). Mais tarde, a região, que compreende uma área de 2,5km, serviria de palco ao
sacrifício de crianças ao deus Moloque (1 Rs 1.7; 2 Rs 16.3). Finalmente, no Hinom
seria reservado para o armazenamento e incineração do lixo da cidade. Como estava
sempre a arder, os judeus passaram a ver nele uma perfeita figura do castigo eterno.

Vale do Aijalom – foi palco de um dos maiores milagres já presenciados por qualquer
ser humano. Nesta região, deteve-se o sol a uma ordem de Josué, dando condições
estratégicas aos israelitas de infligirem fragorosa derrota aos amorreus (Js 10.12-15).
Aijalom localiza-se nas imediações de Sefelá, a 24km a noroeste de Jerusalém. Com
18km de comprimento e 9km de largura, o vale abrigou, no ano 70 de nossa era, as
tropas do general Tito. Daqui, os romanos saíram a destruir Jerusalém e o Santo
Templo.

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Vale do Escol – uma região fértil e abundante em vinhedos. Assim é o Vale de Escol,
cujo nome em hebraico significa “cacho”, está localizado nas proximidades de Hebrom.
Ainda hoje Escol é assinalado pela fertilidade. Não é raro encontrar aqui cachos de uvas
semelhantes àqueles que os espias levaram a Moisés (Nm 13.22-24).

Vale de Hebrom ou Manre – durante suas constantes e árduas peregrinações, Abraão


veio a fixar-se, certa feita, no Vale de Hebrom, onde ficava um lugar mui promissor:
Manre. Teve aí o nosso pai na fé ricas experiências: construiu um altar ao Senhor e
dEle recebeu a promessa de que, não obstante a avançada idade, ainda teria um filho
(Gn 18.1-15).

O VALE DE Hebrom também serviu de sepulcro à família patriarcal. Na sepultura de


Macpela, repousam os ossos de Sara, Abraão, Isaque, Lia e Jacó. Os doze patriarcas,
segundo Flávio Josefo, aí também repousam.
Localizado a 35km ao sul de Jerusalém, o Vale de Hebrom está a quase 1000m acima
do nível do Mediterrâneo. O seu nome primitivo era Quiriate Arba (Gn 23.2). Com os
seus 30km de comprimento, guarda muitos resquícios da era patriarcal como o famoso
Terebinto de Moré. Hebrom ainda é conhecido por este nome, e encontra-se sob a
tutela da autoridade palestina.

Vale de Sidim – no Vale de Sidim, localizado na extremidade meridional do Mar Morto,


ficavam a impenitentes Sodoma e Gomorra. Atualmente, o Vale de Sidim mostra-se
aridificado e quase sem vida. Nos dias de Ló, contudo, parecia o próprio Éden.

Vale do Soreque - era a terra natal de Dalila (Jz 16.4). Distante de Jerusalém 21km, por
este vale passava uma importante via de ligação entre a Cidade Santa e o
Mediterrâneo. Atualmente, o trajeto compreende uma estrada de ferro. Soreque
separava as tribos de Judá e de Dã. Nessa região, o Espírito do Senhor impelia Sansão,
de quando em quando, a lutar contra os filisteus.

Vale do Elá – conhecido também como o Vale de Terebintos, Elá fica a sudoeste de
Jerusalém entre Azeca e Socó. A região foi testemunha de encarniçadas batalhas entre
Israel e a Filística (1 Sm 17.2-19 e 21.9). Foi no Vale de Elá que Davi matou o soberbo
Golias. A história jamais será esquecida. O vale, todavia, quase nunca é lembrado.

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Vale de Siquém – O Poço de Jacó fica em Siquém. Com seus 12km de comprimento,
este vale, localizado entre os montes Gerizim e Ebal, bem no centro de Israel, explode
em exuberâncias. Suas muitas nascentes fazem- no uma perfeita imagem dos
mananciais da eternidade.
Siquém foi o primeiro lar do patriarca Abraão. Neste lugar, cujo nome em hebraico
significa ombro, Jacó armou a sua tenda ao voltar de Harã. Aqui foi sua filha, Diná,
deflorada por um imprudente e impulsivo príncipe. Por causa disso, os irmãos da jovem,
Simeão e Levi, passaram a cidade ao fio da espada. Neste solo, repousa os ossos de
José.

3.4.3 – Os Planaltos
Dois são os planaltos gerais da Palestina: o Planalto Central, que é como a
continuação dos montes Líbanos e corre pelo centro do país na direção
norte-sul; e o Planalto Oriental, que pode ser considerado como
continuação do Ante-Líbano, correndo na mesma direção do anterior. A
altitude de ambos varia entre 650 a 1300m.

Planalto Central – divide-se em três secções – Planalto de Naftali, que é a região da


Galiléia ao norte; Planalto de Efraim, a região de Samaria, ao centro; e Planalto de
Judá, ao sul, entre Betel e Hebrom.

Planalto Oriental – que fica ao oriente do Jordão, também subdivide-se em três partes
distintas – Planalto de Basan, ou Auran, desde o sul do monte Hermom até o vale por
onde corre o rio Yarmuque. É a região mais fértil para o plantio de trigo e pastagens de
gado; Planalto de Gileade, entre Yarmuque e Hesbon, cortado pelo rio Jaboque;
também região de grande fertilidade; e Planalto de Moabe, ao leste da última parte do
curso do Jordão e Mar Morto até o rio Arnon. Esta já é região mais rochosa entrecortada
de prados de exuberantes pastagens.

3.4.4 – Os Montes
A palavra monte vem do vocábulo latino monte e do grego oros, e tem o
seguinte significado: “Elevação notável de terreno acima do solo que a
cerca; serra”. John Davis assim o define: “Elevação natural da terra. A parte
da geografia que se dedica a cuidar dos montes é a orografia – oros,
montes + graphein, descrição. Orografia, portanto, é a ciência que se
dedica a descrever cientificamente os montes.
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O Pastor Enéas Tognini, um dos primeiros geógrafos bíblicos do Brasil, assim se refere
à importância da orografia israelita:
“Israel passou 400 anos no Baixo Egito, cujas terras são planas, onde não chove, pois
confina com o medonho deserto do Saara. Esse povo passaria, sob o comando de
Moisés, para Canaã, terra de montes e vales, e onde a chuva é abundante no inverno.
Os montes exerceram poderosa influência no povo que cantou em sua poesia ou prosa
os cumes e as elevações. A importância dos montes da Bíblia é muito grande. As
tábuas da Lei foram dadas por Deus a Moisés num monte; Arão morreu num monte;
também Moisés; a bênção e a maldição foram proclamadas em montes; João Batista
nasceu nas montanhas; Jesus nasceu na região montanhosa da Judéia; sua grande
batalha com o diabo foi num monte; num monte foi o seu maior sermão; transfigurou-
se num monte; agonizou num monte; foi crucificado num monte; e sepultado e
ressurecto num monte, e, ainda, ascendeu ao céu de um monte, e mais: voltará,
colocando seus pés no monte das Oliveiras”.

a) Montes de Judá – localizando-se al sul de Efraim, os montes de Judá constituem-


se numa série de elevações entre as quais há herbosos vales, e por onde correm
riachos que deságuam no Mar Morto e no Mediterrâneo. Eis os mais notórios
montes de Judá:

Monte Sião – ergue-se altivo e soberano. Localizado na parte leste de Jerusalém,


eleva-se a 800m em relação ao Mediterrâneo. É a mais alta montanha da Cidade Santa.
Constituía-se ainda o Monte Sião, em virtude de sua localização privilegiada, numa
fortaleza natural onde refugiavam-se os moradores de Jerusalém em tempos de
calamidade. Em Sião, encontra-se a sepultura do rei Davi.

Monte Moriá – Moriá é sinônimo de abnegação, renúncia e sacrifício. Neste monte, o


patriarca Abraão foi submetido à maior prova de sua vida. Localizado a leste de Sião, o
Moriá tem uma altitude média de 800m ao nível do Mediterrâneo. De forma alongada,
sua parte mais baixa era conhecida como Ofel.
O que significa Moriá? Em hebraico significa temor.

Monte das Oliveiras – situa-se no setor oriental de Jerusalém. Esse monte,


denominado “Mons Viri Galialei”, compõe uma cordilheira sem muita expressão, com
aproximadamente 3km de comprimento. Na parte ocidental do Monte das Oliveiras, fica
o Jardim do Getsêmani.
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Nos dias do Antigo Testamento, a sagrada elevação era coberta de oliveiras, vinhedos,
figueiras e uma séria de outras árvores frutíferas e ornamentais.

Monte da Tentação – distante 20km a leste de Jerusalém, o monte fica a quase 1000m
acima do nível do mar. Sua altura, contudo, não ultrapassa a 300m, por encontrar-se no
profundo Vale do Jordão. Caracterizado por ingrata aridez, possui inúmeras cavernas,
onde os monges refugiam-se até hoje para meditar.

b) Montes de Efraim – a região montanhosa de Efraim abrange a área ocupada


pelos efraimitas, pela metade dos manassitas e por uma parcela dos benjamitas.
Compreendida do planalto central, recebe a área ainda este nomes: Monte de Naftali,
Monte de Israel e Monte de Samaria. Eis os mais importantes montes de Efraim: Ebal
e Gerizim. Sobre estes montes, eram pronunciadas as maldições e as bênçãos sobre
os filhos de Israel. Ambas as elevações formam um perfeito anfiteatro.

Monte Ebal – situado a 52km ao norte de Jerusalém e 10km ao sudoeste de Samaria, o


Ebal possui um solo aridificado e pontilhado de escarpas. Tem 300m de altura e fica a
mais de 1000m acima do Mar Mediterrâneo. Nesse monte, foram erguidas as pedras
que serviriam de memorial à entrada de Israel em Canaã (Js 8.30-32).

Monte Gerizim – ao contrário do Ebal, é recoberto por reconfortante vegetação. Sua


altura é de 230m em relação ao Mediterrâneo, está situado a 940m de altitude. Nesse
monte, foram abertas muitas cisternas para captar as águas da chuva.

c) Montes de Naftali – a designação abarca todo o conjunto montanhoso do Norte de


Israel. Quando da conquista de Canaã, o território foi destinado às tribos
de Aser, Zebulom, Issacar e Naftali. Os naftalistas ficaram com uma
área mais extensa. Por causa disso, todas essas terras passaram a ser
Naftali. Os quatro mais importantes montes dessa região são:

Monte Carmelo – um dos mais renhidos combates entre a fé e a idolatria foi travado no
Carmelo (1 Rs 18). O Carmelo não é propriamente um monte. É apenas uma parte de
uma cordilheira de 30km de comprimento. Sua largura oscila entre 5 e 13km a começar
do Mediterrâneo em direção ao sudeste de Israel. O ponto mais elevado do monte não
atinge 600m.

Monte Tabor – localizado também na Galiléia, o Tabor tem 320m de altura. Trata-se de
um monte solitário, plantado na luxuriante Esdraelom. Visto do sul, lembra-nos um
semicírculo. Dista a apenas 10km de Nazaré e a 16km do mar da Galiléia.
FASTF – SEMINÁRIO DE TEOLOGIA – AVANÇADO I 14/46
Encontra-se a 615m acima do nível do Mar Mediterrâneo. De seu cume avistam-se
magníficas paisagens. O Tabor é muito importante no Antigo Testamento. Em suas
cercanias, os exércitos de Baraque combateram as forças de Sísera. Aí Gideão
colocaria em fuga os batalhões dos midianitas.

Monte Gilboa – com 13km de comprimento e uma largura que varia entre 5 a 8km, o
Monte Gilboa está situado no sudeste de Jezreel. No Monte Gilboa, cujo nome significa
fonte borbulhante em hebraico, morreram o rei Saul e seu filho Jônatas, quando
combatiam os filisteus.

Monte Hatim – localizado nas proximidades do Mar da Galiléia, o Monte Hatim compõe
os chamados Cornos de Hatim. Sua altitude não ultrapassa os 180m. É um lugar
bastante aprazível. De seu topo, pode- se avistar o mar da Galiléia. Seus dois picos
principais têm a aparência de chifres. Acredita-se ter sido esse o monte do qual Cristo
pronunciou o Sermão da Montanha. O Hatim é conhecido também como o Monte das
Bem-Aventuranças.

d) Montes Transjordanianos

Os Montes Transjordanianos são conhecidos também como Montes do Planalto. Eis as


suas principais elevações:

Monte de Gileade – trata-se de um conjunto montanhoso. Vai do sul do Rio Yarmuque


ao Mar Morto. O Gileade é dividido pelo Ribeiro de Jaboque, onde Jacó lutou com o
Anjo do Senhor. Essa foi a primeira região conquistada pelos israelitas; sua posse
coube à tribo de Gade. O profeta Elias é originário de Gileade. No tempo de Jesus, o
território era conhecido como Peréia. O nome dessa localidade surgiu em virtude do
encontro entre Jacó e Labão. O primeiro designou-a como Jegar- Saaduta. E o
segundo, Galeed. Ambas as nomenclaturas significam montão do testemunho. A região
era famosa por sua fertilidade. De seu solo, explodiam o trigo, a cevada, a oliveira e os
mais diversificados legumes. O seu bálsamo era procuradíssimo. Nos tempos bíblicos,
era este um provérbio mui comum: “Por acaso não há bálsamo em Gileade?” Hoje, o
território está em poder da Jordânia. Para os judeus ortodoxos, entretanto, Gileade é a
eterna possessão dos filhos de Israel.

Monte de Basam – Basam é um dilatado e fertilíssimo conjunto de montanhas. Ao


norte, limita-se com o monte Hermom. Ao leste, com a região desértica da Síria e da
Arábia. A oeste, com o Jordão e o Mar da Galiléia. E ao sul, com o Vale do Yarmuque.

FASTF – SEMINÁRIO DE TEOLOGIA – AVANÇADO I 15/46


Em virtude de sua fertilidade, as terras do Basam são, ainda hoje, pródigos celeiros para
a Síria e Israel. A região achava-se coberta de cedros e carvalhos nos tempos bíblicos.
E incontáveis rebanhos pasciam em suas vicejantes pastagens.

Monte Pisga – de cima deste monte, contemplou Moisés a Terra Prometida: “Então
subiu Moisés das campinas de Moabe ao Monte Nebo, ao cume de Pisga, que está
defronte de Jericó; e o Senhor mostrou-lhe toda a terra, desde Gileade até Dã. Assim
morreu ali Moisés, servo do Senhor, na terra de Moabe, conforme o dito do Senhor” (Dt
34.1,6). O Pisga está localizado na planície de Moabe. Dista 15km a leste da foz do Rio
Jordão. Moisés vislumbrou o solo da promissão de uma altura de 800m. O monte é
conhecido também como Nebo. Alguns autores, contudo, dizem haver na região dois
montes: o Pisga e o Nebo.

Monte Peor – o monte Peor está localizado nas imediações do Nebo. Em hebraico,
“Peor” significa abertura. Nesse monte era adorado um imoral e abominável ídolo. Do
Peor, tentou Balaão amaldiçoar os filhos de Israel.

d) Monte Hermom – Hermom significa mui provavelmente “sagrado” ou “proibido”. Este


monte domina toda a Terra Santa. Sua coroa de neve pode ser vista a milhares de
quilômetros. Era no Hermom que ficava o santuário-mor de Baal. Por isso Israel via-o
com muitas reservas, apesar de ser mencionado poeticamente por Davi: “Como o
orvalho do Hermom, que desce sobre os montes de Sião; porque ali o Senhor
ordenou a bênção, a vida para sempre” (Sl 133.3). Segundo a tradição, foi no Monte
Hermom que o Senhor Jesus transfigurou-se diante de seus discípulos. Seu orvalho é
de tal forma abundante que as tendas levantadas ao seu redor parecem ter estado sob forte
chuva. O monte é conhecido ainda por dois outros nomes: Siriom, em fenício, e Senir, na
antiga língua dos amorreus. Ambas as palavras significam “esplendor, majestade, beleza”.

Sobre o mais alto dos três cimos do Monte Hermom jazem os restos de um templo de
Baal que, provavelmente, foi destruído pelos israelitas em obediência a ordem divina:
“Destruireis por completo todos os lugares, onde as nações... serviram os seus deuses,
sobre as altas montanhas” (Dt 12.2). Do cimo do Hermom, os sacerdotes de Baal
obtinham uma perfeita vista do curso do Sol. E ao Sol dirigiam as suas adorações.

FASTF – SEMINÁRIO DE TEOLOGIA – AVANÇADO I 16/46


e) Monte Sinai – O Sinai é, na verdade, uma península montanhosa, localizada entre
os golfos de Suez e Ácaba. Nessa região, Deus apareceu a Moisés e o comissionou
a libertar Israel do jugo faraônico. Conhecido também como Horebe, o Monte Sinai
serviu de refúgio a Elias. A palavra Sinai tem duas significações possíveis: sarça
ardente e fendido. Nas Sagradas Escrituras, recebe o monte três diferentes
designações: Sinai, Horebe e Monte de Deus.

O Monte Sinai tem uma forma triangular. Seus vértices superiores repousam em dois
continentes: África e Ásia. Apesar de aridificado, o território tem os seus encantos
particulares. Os montes erguem-se soberanos e altivos. As areias, queimadas pelo sol,
mostram-se multicoloridas. O Sinai foi conquistado por Israel na Guerra dos Seis Dias,
em 1967. Devido às conversações de paz de Camp David, Nos Estados Unidos, a
região voltou à soberania egípcia.

3.4.5 – Os Desertos

A palavra deserto é originária do vocábulo latino desertu e significa, entre outras coisas,
“lugar desabitado, despovoado e ermo”. Segundo Aurélio, é uma “região natural
caracterizada por terreno arenoso e seca quase absoluta, e que apresenta, por isso,
pobreza de vegetação e fraca densidade populacional”.

Nas Sagradas Escrituras, os vocábulos traduzidos como “deserto” incluem não somente
as dunas, mas designam igualmente as terras plainas, as estepes e as áreas
apropriadas à criação de gado.

O vocábulo “deserto” pode ser encontrado 36 vezes como adjetivo e 284 como
substantivo no Antigo Testamento. Já no Novo Testamento, a mesma palavra aparece
12 vezes como adjetivo e 36 como substantivo.

A palavra hebraica mais traduzida como deserto é “midbar”. Ela tem vários significados:
região plana e apropriada à criação de gado; área meio fértil e meio árida; e deserto
propriamente dito. Eis mais alguns termos hebraicos traduzidos como deserto:
”yesimon” – território desértico; “orbáh” – aridez, desolação, ruína (castigo divino); “tohu”
– vazio; “siyyah” – terra árida.

Os principais desertos mencionados nas Sagradas Escrituras localizam-se no Sul e no


Oriente de Israel. Agrupam-se os primeiros na Península do Sinai. Os demais
encontram-se nas outras regiões do país.

FASTF – SEMINÁRIO DE TEOLOGIA – AVANÇADO I 17/46


a) Deserto do Sinai – os filhos de Israel caminharam pelo Sinai durante quarenta
anos. Nesse período, aprenderam a conviver com as agruras do deserto. Não
obstante a aridez daquele solo, nada lhes faltou. Supriu-lhes o Senhor todas as
necessidades. Durante o dia, eram amparados pela coluna de nuvem; durante a
noite, acompanhava-os a coluna de fogo. Foi no Sinai que Deus entregou as tábuas
da Lei a Moisés. O Sinai recebe, ainda, estes nomes: Sur, Parã, Cades, Zim e
Berseba. A península do Sinai localiza-se na faixa árida que cruza o norte da África
e o sudoeste da Ásia, ocupando uma área triangular de 61.000km² em pleno
território egípcio. Situa-se entre o golfo e o canal de Suez, a oeste; e o golfo de
Acaba e o deserto de Neguev, a leste. Ao norte, faz fronteira com o Mar
Mediterrâneo e ao sul, com o Mar Vermelho.

b) Deserto da Judéia – As áreas localizadas desde o Leste dos Montes de Judá até
ao Rio Jordão e ao Mar Morto formam o deserto da Judéia.

Subdivide-se este em vários desertos sem importância: Maon, Zife e En-Gedi. Nessas
paragens, perambulou Davi, perseguido pelo rei Saul. Eis mais alguns desertos de
Judá: Tecoa e Jeruel. Nesse território, o rei Josafá obteve estrondosa vitória sobre as
forças moabitas e amonitas. Foi aqui que o profeta Amós exerceu o seu ministério e
João Batista clamou contra seus contemporâneos.

c) Desertos de Jericó, Bete-Áven e Gabaom – o deserto de Jericó localiza-se no


território benjamita. A região forma um longo desfiladeiro de aproximadamente 15km
que desce de Jerusalém a Jericó. Nessa área, há muitas cavernas, onde se
escondiam os malfeitores. A região serviu de cenário para a Parábola do Bom
Samaritano narrada por Jesus Cristo. Bete-Áven e Gabaom são outros importantes
desertos de Jericó. Em Gabaom obteve Josué irretocável vitória sobre os primitivos
habitantes de Canaã.

3.5 – Hidrografia de Israel

Etimologicamente, a palavra hidrografia é formada por dois vocábulos gregos: “hidro” –


água; e “graphein” – descrever. A hidrografia, portanto, é a ciência que estuda todos os
corpos de água que há na superfície do globo. São objetos de seu estudo os oceanos,
mares, rios, lagos e geleiras.
FASTF – SEMINÁRIO DE TEOLOGIA – AVANÇADO I 18/46
Ela detém-se, ainda, nas propriedades físicas e químicas das águas. A hidrografia
encarrega-se, também, de elaborar cartas referentes às bacias fluviais, leitos de rios e
lagos e fundos de mares e oceanos.

A hidrografia da Palestina pode ser dividida em três partes, a saber: Mares, Lagos e
Rios.

3.5.1 – Mares

A hidrografia de Israel é composta por três mares: Mediterrâneo, Morto e da Galiléia.


Entre os hebreus, o “mar” compreendia qualquer grande massa de água. Eles o
consideravam criação do Senhor (Sl 24.1,2). No Dicionário de Geografia
Melhoramentos, temos esta definição: “parte dos oceanos que se caracteriza pela forma
particular de suas costas, pelo tamanho e modelo do relevo”. No Aurélio, é definido
como “a massa de águas salgadas do globo terrestre; cada uma das porções em que
está dividido o oceano; e, grande massa de água salgada situada no interior dum
continente”.

a) Mar Mediterrâneo – também conhecido na Bíblia como “O Mar Grande” e “Mar


Ocidental” Este mar banha toda a costa ocidental da Palestina. Por este mar foram
levados os famosos cedros do Líbano para Jope, destinados à construção do
templo de Salomão em Jerusalém. Neste mar foi lançado o profeta Jonas quando
fugia da missão recebida. Por suas águas navegou o apóstolo Paulo mais de uma
vez em suas viagens missionárias. Neste mar ficam as ilhas referidas na Bíblia, das
quais destacamos Chipre, Creta e Malta.

b) Mar Morto – também conhecido pelos nomes de “Mar Salgado”, “Mar Ocidental”,
“Mar de Ló”, “Alfaltite (Josefo)”, Mar do Arabá “e” Mar da Planície “(Dt 3.17, Jl 2.20,
2 Rs 14.25). Fica na foz do rio Jordão, entre os montes de Judá e os montes de
Moabe, na mais profunda depressão do globo. Encontra-se a mais de 400m abaixo
do nível do Mediterrâneo. Com 80km de comprimento por 17km de largura, o Mar
do Sal ocupa uma área de 1020km².

c) Mar da Galiléia – também conhecido pelos nomes de Mar de Quinerete (Nm 34.11),
Mar de Tiberíades (Jo 21.1 e Lago de Genezaré (Lc 5.1). Na verdade trata-se de um
lago de água doce, formado pelo rio Jordão, mas devido às suas dimensões
avantajadas e temporais violentos que freqüentemente o agitam, as populações
FASTF – SEMINÁRIO DE TEOLOGIA – AVANÇADO I 19/46
adjacentes o têm chamado de mar. É o segundo lago equilibrador das águas do
Jordão, sendo o primeiro e de Meron que fica 20km ao norte. Mede
aproximadamente 24km de comprimento por 14km de largura, tendo seu nível 225m
abaixo do nível do Mediterrâneo e profundidade média de 50m. Suas águas são
claras e muito piscosas. As suas margens ao lado oriental são montanhosas,
enquanto ao lado ocidental e na direção noroeste estendem-se planícies férteis com
cidades importantes, como Cafarnaum, Corazim, Magdala, Genezaré, Betsaida, Tiberíades
e outras. O clima da região, especialmente ao norte, é muito agradável, propício à lavoura e
pecuária. As cidades das margens do Mar da Galiléia e as próprias praias e águas deste,
foram palco de acontecimentos importantes do ministério terreno de Jesus, operando
milagres, apaziguando a tempestade, andando sobre o mar, alimentando milhares com a
multiplicação de pães, pronunciando preciosos ensinamentos (Sermão do Monte) e
aparecendo aos discípulos após a ressurreição.

d) Outros Mares

Mar Adriático – tomou emprestado o seu nome da antiga cidade romana de Ádria,
localizada na região italiana do Vêneto. No Novo Testamento, a sua denominação era
aplicada indistintamente a todo o mar aberto entre a Grécia e a Silícia. Localizado entre
a península italiana e a balcânica, o Adriático é um dos pequenos mares que formam o
Mediterrâneo. Abrange uma área de aproximadamente 130.000km², com extensão de
800km e largura média de 180km. Caracteriza-se o Adriático pelo baixo nível de
salinidade, sobretudo ao norte, onde recebem os rios Adigio, Pó e outros.

Mar Cáspio – assim chamado devido aos antigos habitantes da região (os caspis),
ocupa o extremo nordeste do mundo bíblico. Possui uma rica bacia petrolífera, uma
estratégica via de comunicação entre os países que o cercam e uma abundante fauna
ictiológica, aumentando consideravelmente sua importância econômica. Ocupando uma
superfície de 371.000km², estende-se no sentido norte-sul por 1.220km, e de leste para
oeste, apresenta uma largura média de 320km.

Mar Negro – ou Ponto Euxino, como era conhecido, importante canal de comunicação
entre a Europa Oriental e o Mediterrâneo, o Mar Negro estende-se, em forma ovalada,
por 461.000km². Sua largura chega a 1.200km. Embora não seja citado nas Escrituras
Sagradas, o Mar Negro aparece em todos os mapas bíblicos devido a sua proximidade
com as terras que serviram de cenário à História Sagrada.

FASTF – SEMINÁRIO DE TEOLOGIA – AVANÇADO I 20/46


3.5.2 – Lagos
Encontramos apenas um lago na Terra Santa. Trata-se do Lago de Merom. A palavra
lago vem do latim “lacus” e significa reservatório de água. O termo latino, contudo, é
oriundo deste vocábulo grego: “Lakkos” – fosso, poço. Geograficamente, os lagos são
constituídos de grandes massas de água concentradas em depressões topográficas,
cercadas de terra por todos os lados.

Lago Merom – é conhecido também como águas de Merom, conforme registra o livro
de Josué: “Todos estes reis se ajuntaram, e vieram e se acamparam junto à águas de
Merom, para pelejarem contra Israel” (Js 11.5-7). Formado pelas águas do Jordão, o
Lago de Merom tem 10km de comprimento por 6km de largura. Acha-se a 2m acima do
Mediterrâneo. Sua profundidade varia entre 3 e 4m. Hoje, o lago já não possui a sua
antiga forma por ter sido adaptado pela engenharia israelense às necessidades do país.
Merom fica a 20km do Mar da Galiléia.

3.5.3 – Rios
O Dicionário Aurélio define o que é um rio como “curso de água natural, de extensão
mais ou menos considerável, que se desloca de um nível mais alto para outro mais
baixo, aumentando progressivamente o seu volume até desaguar no mar, num lago, ou
noutro rio, e cujas características dependem do relevo, do regime de águas, etc.” O
hebraico possui diversos vocábulos usados para descrever um rio. Nahal significa, um
wadi ou vale dotado de uma corrente de água; no verão, transforma-se num leito seco
ou ravina, ainda que no inverno seja uma correnteza copiosa. O segundo termo,
“nãhãr”, é a palavra regular com o sentido de “rio” na língua hebraica.
Os rios palentínicos são distribuídos em duas bacias hidrográficas:

a) Bacia do Mediterrâneo - é composta pelos seguintes rios: Belus, Quisom, Caná,


Gaás, Serec e Besor.

Rio Belus - segundo se crê, trata-se de Sior Libnate referido em Josué 19.26. Corre
ao sudoeste dos termos de Asser na direção do Mediterrâneo despejando as
suas águas na baía de Acre, pouco ao sul da cidade de Aco (mais tarde denominada
Ptolemaide e Acre). É torrente que se manifesta somente na época das chuvas,
permanecendo seco o seu leito por quase dois terços do ano. É um dos chamados
“wadis” que são abundantes na Palestina.

FASTF – SEMINÁRIO DE TEOLOGIA – AVANÇADO I 21/46


Quisom – (ou Kishon) – este é o maior rio da Bacia do Mediterrâneo e o segundo da
Palestina. Nascendo das pequenas correntes de Gilboa e Tabor, montes da Galiléia, e
recolhendo outras águas da planície de Esdraelom, corre na direção noroeste ao largo
do monte Carmelo até desaguar no Mediterrâneo, na parte sul da baía de Acre. As suas
águas são impetuosas e perigosas durante o inverno, ao passo que no verão são
escassas. Foi junto deste rio que Baraque derrotou Sísera, sendo os cadáveres dos
seus soldados arrastados pela corrente do mesmo (Jz 5.21), e Elias matou os profetas
de Baal depois do célebre desafio no Monte Carmelo (1 Rs 18.40).

Caná – outro “wadi” ou torrente dos meses de chuvas, que nasce perto de Siquém e,
atravessando a planície de Saron, verte no Mediterrâneo 7km ao norte de Jope. É
mencionado em Josué 16.8 e 17.9 como limite entre as terras de Manassés e Efraim.

Gaás – é outro ribeiro, “wadi”, que atravessa a região de Saron na direção leste-oeste e
deságua no mediterrâneo perto de Jope. O seu nome provavelmente deve-se a um
monte, não identificado, perto do qual foi sepultado o grande líder Josué (Js 24.30),
quanto às referências bíblicas ao ribeiro encontramos em 2 Sm 23.30 e 1 Cr 11.32.

Sorac - nascendo nas montanhas de Judá, a sudoeste de Jerusalém, este “wadi”,


seguindo a direção noroeste, despeja suas águas no Mediterrâneo entre Jope e
Ascalom, ao norte da Filístia. Os flancos suaves do vale que ele percorre, por sinal largo
e fértil, são famosos pelos vinhedos de uma espécie de uva Síria muito apreciada.
Segundo Juizes 14.1-5 e 16.4, nas proximidades deste rio ficava Timná, cidade de
Dalila, mulher filistéia, que cavou a ruína de Sansão.

Besor – este é o mais volumoso de todos os “wadis” que desembocam no


Mediterrâneo. Nasce no sul das montanhas de Judá, passa ao largo de Berseba pelo
lado sul desta cidade e lança-se no mar a uns 8km ao sul da cidade de Gaza. Seu nome
moderno é wadi Sheriah. É mencionado nas Escrituras em 1 Samuel 30.1-25, no
episódio da libertação dos habitantes de Ziclague das mãos dos amalequitas, por Davi e
seus seiscentos homens, dos quais duzentos haviam ficado junto de Besor, cansados,
para guardar a bagagem.

b) Bacia do Jordão

A bacia do Jordão é formada pelos seguintes rios: Jordão, Querite, Cedrom, Iarmuque,
Jaboque e Arnom.

FASTF – SEMINÁRIO DE TEOLOGIA – AVANÇADO I 22/46


Jordão – e o rio principal da Palestina e corre na direção norte-sul, assim dividindo o
país em duas partes distintas – Canaã propriamente dita e Transjordânia. Seu nome
significa “declive” ou “o que desce”. O Jordão origina-se da confluência de quatro
pequenos rios, a 11km ao norte do Lago de Meron, cujas cabeceiras – menos as do
primeiro – encontram-se nos flancos ocidental e meridional do monte Hermon. São eles:
Bareithit, o mais ocidental e cujas fontes não se alimentam das torrentes do Hermon.
Hasbani, o mais longo com cerca de 40km de extensão, tem sua nascente na encosta
ocidental do Hermon a 520m de altitude. Ledan o mais volumoso porque origina-se de
muitas fontes nas proximidades da antiga cidade de Dã, no sopé meridional do Hermon,
e cujo leito pode ser considerado como o começo do vale do Jordão, por ser o braço
central das nascentes do grande rio. Banias, a mais oriental das quatro nascentes do
Jordão, a mais curta – de apenas 8km, porém a mais bela, que jorra de uma imensa
gruta na encosta meridional do Hermon, pouco ao norte da antiga cidade de Cesaréia
de Filipe, da qual hoje resta apenas uma pequena aldeia cujo nome moderno é Banias.

Costuma-se dividir o curso do Jordão em três trechos para um estudo mais detalhado:

- Primeiro Trecho, ou seja, a região das nascentes, é a que acabamos


de descrever nos seus aspectos mais setentrionais e que vai até o Lago
de Meron. Depois da junção das quatro nascentes o Jordão atravessa
uma planície pantanosa numa extensão de 11km e entra no Lago
deMeron. Neste trecho a sua largura varia muito e a profundidade vai de 3 a
4m;

- Segundo Trecho, também chamado o Jordão Superior, compreende o


rio entre o Lago de Meron e o Mar da Galiléia, extensão esta cerca de
20km. É um trecho quase reto, com um declive de 225m, o que torna as
suas águas impetuosas e provoca um enorme trabalho de erosão. A
força da impetuosidade das águas do Jordão neste trecho é tanta que
quase 20km Mar da Galiléia a dentro ainda se percebe a sua
correnteza. Neste trecho o terreno é rochoso, de vegetação média, e a
largura do rio varia entre 8 e 15m;

- Terceiro Trecho, estende-se do Mar da Galiléia ao Mar Morto numa


distância de 117km em linha reta e cerca de 340km pelo leito sinuoso
do rio, tendo uma largura que varia entre 25 e 35m, e 1 a 4m de
profundidade. Este trecho sofre um declive de 200m pelo qual o rio
desce precipitadamente, formando numerosos meandros e cascatas e
FASTF – SEMINÁRIO DE TEOLOGIA – AVANÇADO I 23/46
alargando o vale até 15km, como ocorre na altura de Jericó. Este vale é
limitado quase em toda a sua extensão por verdadeiras muralhas de
rocha calcárea, o que torna muito difícil a travessia do mesmo. Até ao
tempo dos romanos não havia pontes sobre o Jordão. De modo que a
travessia do mesmo era feita em certos lugares de margens mais rasas
e águas menos profundas, chamados vaus. Um desses vaus ficava
defronte de Jericó, outro perto da desembocadura do rio Jaboque, e o
terceiro nas proximidades de Sucot.

O rio Jordão, sob todos os pontos de vista – como geográfico, histórico,


político, econômico e religioso – é o rio mais importante do mundo
antigo. Está ligado à Revelação desde os dias de Abraão até os dias de
Jesus. Nas suas margens ocorreram numerosos e importantes
acontecimentos, como a separação das águas para o povo de Israel
entrar na Terra de Canaã, sob o comando de Josué (Js 3.9-17); a
permissão dada por Moisés às tribos de Rúben e Gade para ficarem na
Transjordânia (Nm 32.1-32); a história de Gideão, bem como a de Jefté
(Jz 7, 8, 10 e 11), as lutas políticas de Davi (2 Sm 17.24 e 19.18); a
travessia, em seco, dos profetas Elias e Elizeu (2 Rs 2.6-014); a cura de
Naamã, general sírio, que fora acometido de lepra (2 Rs 5.1-14); a
recuperação do machado de um “seminarista” (2 Rs 6.1-7); a anexação
dos territórios dos gaditas, rebuenitas e manassitas (Transjordânia) à
Síria pelo seu rei Hazael (2 Rs 10.32,33); o ministério de João Batista e
batismo de Jesus (Mc 1.5,9).

Querite – verdadeiramente não se trata de um rio perene, e sim de um “wadi”, torrente


das épocas de chuvas, que desce dos montes de Efraim e desemboca no Jordão, pela
margem ocidental, pouco ao norte de Jericó, depois de percorrer uma região agreste,
povoada de corvos e águias. Em alguma gruta nas margens deste ribeiro escondeu-se
o profeta Elias, por ordem do Senhor, onde foi sustentado pelos corvos que lhe levavam
pão e carne todos os dias pela manhã e à tarde (1 Rs 17.1-7).

Cedron – também este não é um rio perene, porém nas épocas de chuvas torna-se
uma torrente impetuosa. Nasce a dois quilômetros a noroeste de Jerusalém e, correndo
na direção sudeste, passa ao lado leste da Cidade Santa pelo vale de Josafá – que
separa esta do Monte das Oliveiras – e prossegue rumo sudeste até o Mar Morto, numa
distância de cerca de 40km, por um leito profundo e sinuoso. Os principais fatos bíblicos

FASTF – SEMINÁRIO DE TEOLOGIA – AVANÇADO I 24/46


relacionados com o ribeiro de Cedron são: a fuga de Davi por causa da revolta de
Absalão, seu filho (2 Sm 15.23) e a travessia de Jesus para o jardim de Getsêmani na
noite de sua agonia (Jo 18.1).

Iarmuque – este é o principal afluente oriental do Jordão, embora não esteja


mencionado na Bíblia. É formado por três braços, dos quais o mais setentrional recebe
águas abundantes das vertentes orientais e meridionais do monte Hermon e
desemboca no Jordão, ao sul do Mar da Galiléia.

Jaboque – é outro tributário oriental do Jordão. Nasce ao sul do monte Gileade, corre
para leste depois para norte e noroeste, descrevendo uma verdadeira simi-elipse, até
desaguar no Jordão, mais ou menos no meio do curso deste entre o Mar da Galiléia e o
Mar Morto, depois de ter percorrido cerca de 130km. É célebre na história bíblica pela
luta de Jacó com o anjo do Senhor, ocasião em que o nome deste foi mudado para
Israel (Gn 32.22-32).

Arnon – nasce nas montanhas de Moabe, ao leste do Mar Morto, despejando neste as
suas águas. Este rio primeiramente separava os Moabitas dos Amorreus e depois os
Moabitas do território da tribo de Ruben, ficando como limite meridional permanente dos
territórios israelitas da Transjordânia. Os profetas Isaias e Jeremias pronunciaram
condenações contra Moabe referindo-se a Arnon (Is 16.2; Jr 48.20). O missionário
alemão F.A. Klein, em 1868, achou a célebre Pedra Moabita nas ruínas da cidade de
Diobon que fica a 5km ao norte de Arnon. Esta pedra contém uma inscrição feita pelo
rei moabita Mesa em 850 a.C., em hebraico-fenício, que confirma a passagem bíblica
de (2 Rs 3.4-27).

3.6 – Clima

Israel localiza-se na faixa subtropical. Explica-se, portanto, a variedade de seu clima.


Genericamente, contudo, apenas duas estações sobressaem na Terra Santa; a chuvosa
e a seca. Ambas são acompanhadas, respectivamente, de muito frio e calor.

Nas montanhas, o clima é fresco e bastante ventilado. Na Cidade Santa, durante o


inverno, a temperatura chega a seis graus negativos com nevadas e geadas freqüentes.
No verão, os termômetros oscilam entre 14º e 29°.

Localizando-se ao ocidente do Mar Mediterrâneo, Israel conta com o refrigério de brisas


constantes, principalmente à noite. Durante o inverno, a temperatura baixa para menos
de 14° em Gaza e Jafa. No pico do verão, os termômetros chegam a registrar 34°. Em
algumas localidades situadas mais ao norte, o inverno torna-se insuportável.
FASTF – SEMINÁRIO DE TEOLOGIA – AVANÇADO I 25/46
Nos desertos de Israel, as temperaturas oscilam, no verão, entre 43°, 47°e 50°. Nessa
classificação, acha-se incluído o Vale do Jordão.

As correntes de ventos que varrem o Oriente Médio encarregam-se da formação do


clima da Terra Santa: as úmidas, do Mar Mediterrâneo; as frias, dos montes do Norte; e
as quentes, das regiões desérticas.

Os hebreus classificavam os ventos:


- Safon, portador de geadas;

- Quadim, propício à vegetação;

- do Oeste, encarrega-se das chuvas;

- Darom, mensageiro do calor.

- Sirô, proveniente da Arábia.

De algumas passagens bíblicas, infere-se que, no Oriente Médio, havia somente duas
estações: inverno e verão (Js 18.6).

Ao contrário do Egito, as chuvas em Israel são abundantes. As primeiras chuvas


começam em outubro e traduzem-se em fortes aguaceiros, principalmente no litoral.
Nas montanhas, as precipitações são fracas e finas.

No deserto de Israel as chuvas são raríssimas. Alguns estudiosos, porém, acreditam


que, no tempo de Herodes, o Grande, as chuvas não eram tão escassas nas regiões
desérticas. Isto porque, ele construiu uma fortaleza em Massada com grandes cisternas,
para captar a água proveniente das chuvas.

Eis a média das precipitações pluviais em Israel como um todo: 1090mm por ano. O
orvalho continua a cair na Terra Santa.

3.7 – Vegetação

A vegetação também é variável de região para região. Do interior do deserto, indo em


direção à costa e às montanhas, podem ser encontrados mato no deserto, estepes com
arbustos e capim, pradarias, floresta de transição e florestas em níveis mais altos.

Hoje em dia, a maior parte das florestas do Antigo Testamento já desapareceu, pois as
regiões foram desmatadas ao longo dos tempos. Onde cresciam árvores, agora existem
campos semeados ou simplesmente arbustos espinhentos. Somente nos últimos 50
anos começaram a reverter o processo de desflorestamento, salvando certo número dos
famosos cedros do Líbano e de algumas florestas de montanha no norte.
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3.8 – Fauna
As Sagradas Escrituras mencionam quase 130 nomes de animais selvagens e
domésticos.

3.8.1 - Animais

Os animais encontrados com mais freqüência nos tempos bíblicos:

a) Arganases – animais tímidos e pequenos, do tamanho de um coelho, com


graciosas orelhas e sem cauda. Vivem em colônias em regiões rochosas (Pv 30.26).

b) Bois e Vacas – já muito antes da chegada de Abraão a Canaã, criavam-se


rebanhos de bois e vacas para a produção de carne, leite e couro. Os bois puxavam
o arado do agricultor e sua debulhadeira, para debulhar o trigo. Esses fortes animais
eram atrelados a carroças e carretas. Os bois eram mortos para os sacrifícios do
tabernáculo e do templo. A riqueza de um homem era medida pelo número de bois
e ovelhas que possuía. Basã, a leste do Jordão, era famosa pelos seus rebanhos
(Gn 1.24; 13.2; Lv 1.2).

c) Camelos – O camelo é capaz de andar vários dias sem beber água. Em viagens
normais, transporta carga de cerca de 180kg, além do cavaleiro. A Bíblia o
menciona na história de Abraão, Jacó e Jó. Aos israelitas era proibido comer sua
carne (Gn 12.16; 30.43; Jó 1.3).

d) Cervos e Gazelas – Esses animais foram, para os escritores bíblicos, a imagem da


rapidez e da delicadeza. O gamo, a corça, a gazela e a cabra-montês, cuja cor de
areia os torna difíceis de ser percebidos, constituíam importante fonte de carne (Dt
12.15; Ct 2.8,9).

e) Jumentos e Mulas – o jumento é o herói da história de Balaão. Os jumentos


perdidos levaram Saul ao encontro decisivo com Samuel. Finalmente, Jesus montou
em um jumentinho para entrar em Jerusalém (Nm 22; 1 Sm 9.10; Zc 9.9; Mt 21.1-
11).

f) Leopardos – Isaías e Jeremias mencionam o leopardo, bem conhecido em Israel


nos tempos bíblicos, sua pele amarelada com manchas pretas ajuda-o a aproximar-
se da vítima sem ser visto, até mesmo em áreas abertas (Is 11.6; Jr 13.23).

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g) Leões – os leões viviam nas densas matas do vale do Jordão, constituindo um
perigo para rebanhos e homens. A força e a coragem dos leões fizeram deles um
símbolo de poder, tanto que o próprio Cristo é chamado de “leão da tribo de Judá”
(1 Sm 17.34-36; Dn 6.16-24; Ap 5.5).

h) Lobos – predadores ferozes e perigosos, geralmente se alimentam de animais


menores, mas também atacam e matam cervos, ovelhas e até bovinos. A Bíblia
chama de “lobos” os chefes cruéis e maus. Jesus descreveu seus seguidores como
“cordeiros no meio de lobos” (Is 65.25; Mt 7.15; Lc 10.3; At 20.29).

i) Ovelhas e Cabras – com a pele das cabras confeccionavam os odres padrão de


água. A lã preta de cabra servia para tecer os fortes tecidos das tendas. A lã das
ovelhas era tecida para túnicas e roupas quentes. Ovelhas e cabritos eram mortos
nos sacrifícios do tabernáculo e do templo. Freqüentemente, os pastores criavam
rebanhos mistos de ovelhas e cabras, protegiam-nos contra animais selvagens e os
levavam a pastos verdes e fontes de águas (Gn 27.9; Ex 26.7; Lv 1.10; 1 Sm 16.11;
Mt 25.32; Jo 10.1-12).

j) Raposas e Chacais – a raposa, caçadora solitária, gosta de frutas e


freqüentemente danifica as vinhas baixas. Os chacais andam em grupos noturnos à
procura de carniça e resíduos. As raposas da história de Sansão provavelmente
eram chacais (Jz 15.4).

k) Ursos Pardos – os ursos comem de tudo: frutas, raízes, ovos, colméias de


abelhas e formigas. Mas quando estão famintos podem atacar rebanhos de
ovelhas. Davi, quando pastor, teve de defendeu seu rebanho contra eles. A Bíblia
também conta como dois ursos atacaram um grupo de pessoas que zombavam do
profeta Eliseu. O urso marrom sírio ainda vive no Oriente Médio, mas não em
Israel (1 Sm 17.34-36; 2 Sm 17.8; 2 Rs 2.24).

3.8.2 – Aves
a) Águias e Abutres – Isaías e os salmistas falam da força e do vigor da águia. Ela
também era o emblema das legiões romanas. Provavelmente, Mateus tinha isso em
mente quando falou das águias que esperavam a queda de Jerusalém (Is 40.31; Sl
103.5; Mt 24.28).

b) Cegonhas – Alimentam-se principalmente de pequenos animais como serpentes,


peixes, ratinhos, minhocas e insetos (Jr 8.7).

FASTF – SEMINÁRIO DE TEOLOGIA – AVANÇADO I 28/46


c) Codornizes – forneceram carne aos israelitas durante o êxodo, quando da saída do
Egito. Duas vezes por ano bandos de codornizes atravessam essa região, migrando
para o norte, no verão, e para o sul, no inverno. Cansadas pela longa distância,
voam baixo, podendo ser facilmente capturadas (Ex 16.11-21; Nm 11.31-25).

d) Corujas - são predadoras noturnas. Durante a caça, voam silenciosamente e se


precipitam subitamente sobre pequenos animais, que são devorados. A Bíblia
descreve a coruja como o habitante de lugares desolados e em ruína (Lv 11.16; Is
34.11).

e) Corvos – após o dilúvio, Noé soltou um corvo para ver se a terra já estava seca. Em
época de fome, os corvos alimentaram Elias (Gn 8.7; 1 Rs 17.4).

f) Grous – grande ave cinzenta, com asas de 2,5m de envergadura, alimenta-se


principalmente de sementes e folhas.

g) Pardais – muitas vezes, o termo é usado para significar qualquer pássaro pequeno
comestível, mas algumas passagens referem-se especificamente ao pardal. Jesus
usou o pardal para mostrar o quanto Deus ama suas criaturas. Se o Senhor Deus
cuida até dos pardais mais pequenos, quanto mais cuidará das pessoas (Mt 10.29-
31; Lc 12.6,7).

h) Pavões – foram importados por Israel no tempo de Salomão e criados como aves
ornamentais, condizentes com o esplendor do palácio real (1 Rs 10.22).

i) Perdizes – o termo inclui três espécies: a perdiz das rochas, a perdiz do deserto e a
perdiz preta. Todas eram caçadas, pois sua carne e ovos eram um prato apreciado.
A perdiz das rochas esconde-se tão bem que é mais fácil ouvi-la do que vê-la (1 Sm
26.20; Jr 17.11).

j) Pombas e Rolas – são as aves mais comuns e importantes da Bíblia. Várias


espécies são nativas em Israel e outras aparecem como migratórias no inverno. Os
pobres, que não podiam sacrificar ovelhas ou cabras, ofereciam duas rolas, que
podiam ser compradas nos átrios do templo. Foi uma pomba que trouxe a Noé o
primeiro ramo verde depois do dilúvio. José e Maria, que eram pobres, ofereceram
duas rolas, ou dois pombinhos, no templo, quando da apresentação de Jesus. Ao
ser batizado, o Espírito Santo pousou sobre Jesus em forma de pomba. Jesus
expulsou os vendedores de pombas do templo (Gn 8. 8-12; Sl 55.7; Mt 3.16; 21.12;

FASTF – SEMINÁRIO DE TEOLOGIA – AVANÇADO I 29/46


Lc 2..24).

3.9 – Flora

A vegetação também é variável de região para região. Do interior do deserto, indo em


direção à costa e às montanhas, podem ser encontrados mato no deserto, estepes com
arbustos e capim, pradarias, floresta de transição e florestas em níveis mais altos.

a) Abeto e Pinheiro – a madeira dessas árvores sempre verdes, que cresciam nas
montanhas e colinas, foi utilizada na construção do templo, em convés de navios e
na fabricação de instrumentos musicais (Ez 27.5).

b) Acácia – madeira da qual foi feita a arca da aliança para o tabernáculo. É uma das
poucas árvores que crescem no deserto do Sinai (Ex 25.10).

c) Amendoeira – foi a primeira árvore frutífera a florescer em Israel. O seu fruto, além
de alimento apreciado, fornecia óleo. A referência mais conhecida é a da vara de
amendoeira de Arão que floresceu e produziu frutos no espaço de uma noite. Ainda
há a referência à vocação de Jeremias e à visão da amendoeira (Nm 17.8; Jr 1.11).

d) Canela – óleo destilado da casca da árvore homônima e usado para condimentar


alimentos e vinho (Ct 4.14; 8.2).

e) Cardos, Espinhos e Cizânias – cardos silvestres e espinhos são abundantes em


terras áridas com Israel. Mais de 120 espécies, algumas das quais com mais de
dois metros de altura. Espinhos como são representados aqui, foram usados para
fazer a coroa de escárnio de Jesus durante seu processo. A cizânia da parábola do
trigo e das ervas daninhas é o joio que no início se assemelha exatamente ao trigo (Gn
3.18; Mt 13.7; 24-30; Mc 15.17).

f) Carvalho - Absalão ficou preso nos galhos de um carvalho quando fugia do rei
Davi. Isaías utilizou a figura do carvalho para simbolizar a justiça, a santidade e a
perpetuidade do povo de Deus (2 Sm 18.9,10; 1 Rs 13.14; Is 2.13; 6.13; 61.3).

g) Cedro – árvore bela e gigantesca do Líbano que outrora crescia em grandes


florestas. No tempo de Salomão, o rei Hirão de Tipo exportava cedros em grande
quantidade. Podia ser esculpida e decorada, tendo servido para revestir o templo e
o palácio de Salomão (1 Rs 6.10; 7.12; Ez 27.5).

h) Cevada, Trigo, Painço, Espelta – constituíam boa parte da alimentação do Israel


antigo. O trigo fornecia a farinha e o pão, sendo usado para o pão oferecido pelos
FASTF – SEMINÁRIO DE TEOLOGIA – AVANÇADO I 30/46
sacerdotes a Deus. A cevada, que amadurece antes do trigo e, por isso, colhida no
começo do verão, era o alimento dos camponeses mais pobres.

A espelta é um tipo pobre de trigo, e o painço, que se parece com o centeio,


fornece o pior pão. Ezequiel menciona-o como alimento apropriado em tempo de
carestia (Ex 9.31, 32; Ez 4.9).

i) Cominho e Aneto – as sementes do cominho eram utilizadas para temperar a


carne e também como remédio para os olhos. Os fariseus ofereciam a Deus um
décimo de tudo, até dos temperos – menta, cominho, aneto – mas, segundo Jesus,
descuidavam-se do essencial: honestidade, justiça, misericórdia (Is 28.25-27; Mt
23.23).

j) Favas e Lentilhas – a fava pode ser cozida como verdura ou seca e reduzida à
farinha. A lentilha cresce em pequenas vagens chatas, semelhantes às das ervilhas,
é de cor avermelhada e geralmente usada em sopas ou cozidas (como o prato
preparado por Jacó para Esaú), mas também pode ser seca e reduzida à farinha
(Gn 25.34; 2 Sm 17.28; Ez 4.9).

k) Fel e Absinto - o fel é talvez o suco da papoula do ópio (Sl 69.21; Mt 27.34). O
absinto tem gosto amargo e é usado na Bíblia como símbolo da dor e da amargura
(Ap 8.11).

l) Figueira e Sicômoro – o figo era um fruto importante nos tempos bíblicos. O pastor
e profeta Amós cultivava sicômoros. A árvore na qual Zaqueu subiu para ver a
Jesus era uma espécie de figueira, um sicômoro (Am 7.14; Lc 19.4; Lc 13.6-9).

m) Hissopo – na cruz apresentaram a Jesus uma esponja embebida em vinagre e


colocada num maço de hissopo. No Antigo Testamento, o hissopo era usado para
aspergir o sangue dos sacrifícios e na vigília da Páscoa (Ex 12.21, 22; Jó 19.29).

n) Incenso – resina que se obtém descascando o tronco da árvore homônima e


perfurando-o. Exala um perfume suave quando aquecido ou queimado. Foi um dos
presentes oferecidos a Jesus pelos reis magos (Ex 30.34-38; Lv 2.1, 15, 16; Mt
2.11).

o) Linho – As roupas de linho são feitas de uma planta de flores azuis, que atinge
cerca de 45 cm de altura. O linho também era usado para as velas dos barcos. No
Egito e em Israel, seria para envolver cadáveres e para confecção de roupas finas
(Ex 26.1; Js 2.6; Pv 31.13; Ez 27.7; Mt 15.46; Jo 19.40).

FASTF – SEMINÁRIO DE TEOLOGIA – AVANÇADO I 31/46


p) Lírio do campo – quando Jesus falou dos lírios do campo talvez estivesse
pensando nas flores em geral, e não apenas em uma espécie em particular.

Na primavera, as encostas das colinas da Galiléia cobrem-se de flores de cores


vivas e variadas: anêmonas, açafrão, papoulas, narcisos e crisântemos amarelos
(Ct 5.13; 6.2,3; Mt 6.28).

q) Mamoneira – talvez tenha sido a planta que cresceu rapidamente para abrigar
Jonas do sol causticante. Era um arbusto que se caracterizava pelo rápido
crescimento (Jn 4.6).

r) Mirra – era usada como condimento, remédio e para a obtenção do óleo santo do
tabernáculo e do templo. Os magos trouxeram-na como presente a Jesus. Quando
da crucificação, fora oferecida ao Salvador, como analgésico, misturada a uma
bebida. José e Nicodemos embalsamaram o corpo de Jesus com mirra e aloés (Ex
30.23,24; Mt 2.11; Mc 15.23; Jo 19.39,40).

s) Mostarda - planta geralmente tem 120cm de altura, mas pode chegar até 460 cm.
Jesus disse que o reino de Deus é semelhante a um minúsculo grão de mostarda,
que se desenvolve e se transforma numa árvore.

Provavelmente, referia-se à mostarda preta, cujas sementes eram cultivadas para a


obtenção de óleo e como tempero (Mt 13.31,32).

t) Nardo – desta planta, que cresce na Índia, extrai-se um ungüento de perfume


suave. Era importado por Israel em jarras de alabastro seladas para conservar o
perfume. Foi este o precioso presente derramado por Maria em Jesus (Ct 4.14; Mc
14.3; Jo 12.3).

u) Oliveira – uma das maiores culturas do antigo Israel. A maior parte era levada em
cestos às prensas, de onde extraía-se seu azeite. O azeite de oliveira era utilizado
pela culinária, como combustível para as lamparinas e como loção emoliente para a
pele. No antigo Israel também era utilizado para ungir reis e sacerdotes,
simbolizando a escolha e a separação para uma missão especial. Foi uma das
árvores mencionadas no apólogo de Jotão. A oliveira pode viver centenas de anos.
Sua madeira pode ser esculpida e polida, servindo em obras ornamentais como no
templo de Salomão (Dt 24.20; Jz 9.8; 1 Sm 10.1; 1 Rs 17.12-16).

v) Palmeira (tamareira) – em Israel, a palmeira tornou-se símbolo nacional de vitória.


FASTF – SEMINÁRIO DE TEOLOGIA – AVANÇADO I 32/46
Nos Salmos, o justo é comparado a uma palmeira. O povo agitou suas folhas
quando Jesus entrou triunfalmente em Jerusalém.

w) Papiro – planta da família das ciperáceas, que crescia em terrenos alagadiços do


Delta do Nilo (e ainda cresce ao norte de Israel), da qual se fazia o papel do mundo
antigo. Grande parte dos originais da Bíblia foi escrita sobre papiros. Também eram
usados para fabricar embarcações e cestos (como aquele em que Moisés foi
colocado), cordas e sandálias.

x) Romãzeira – a sua figura era bordada em torno da orla da veste do sumo sacerdote
e esculpida nas pilastras do templo de Salomão (Ex 28.33; 1 Rs 7.20).

y) Rosa – provavelmente, refere-se ao narciso (Is 35.1) ou à tulipa das montanhas


(Ct 2.1).

z) Salgueiro e Álamo – os salgueiros são arbustos ou árvores baixas. O álamo


branco cresce rapidamente e faz muita sombra. Os salgueiros da Babilônia, ao lodo
dos quais os exilados faziam suas lamentações, eram provavelmente um tipo de
álamo. Jacó descascou ramos de álamo para enganar Labão (Gn 30.27; Sl 137.2).

Videira – os exploradores de Moisés trouxeram enormes cachos de uva como sinal de


fertilidade da terra da promessa. O vinho novo era colocado em odres novos ou em
recipientes de cerâmica, onde fermentava. A videira era um emblema nacional de Israel,
símbolo de paz e prosperidade. Jesus usou-a em cinco de suas parábolas e descreveu-
se a si mesmo como verdadeira videira, da qual dependem os ramos – seus seguidores
(Nm 13.20-24; Mt 9.17; 20.1-6. Jo 15.1).

IV – PRINCIPAIS CIDADES

4.1 – Belém

Belém significa “Casa do Pão”. Jacó chega até esse local e ali Raquel dá à luza seu
último filho, Benjamim, e morre de parto. Uma tradição relativamente antiga situa o
túmulo de Raquel em Belém e a ele se refere Gênesis 35.19. A história de Rute, no
Antigo Testamento, também se desenrolou em Belém. É a cidade de Davi. O profeta
Miquéias recordou a vocação messiânica de Belém (Mq 5.2). Na época em que Jesus
nasceu, era uma pequena cidade da Montanha de Judá, situada a cerca de 8km ao sul
FASTF – SEMINÁRIO DE TEOLOGIA – AVANÇADO I 33/46
de Jerusalém, no caminho de Hebrom.

4.2 – Berseba

Nessa cidade, Abraão fez aliança com Abimeleque. Nesse mesmo lugar, Isaque
recebeu a promessa de Deus (Gn 26.23,24). Jacó passou por ali, a caminho do Egito
(Gn 46.1-3). Na época dos juízes, o território ocupado tinha seus limites: de Dã a
Berseba, expressão muitas vezes encontrada no Antigo Testamento para designar a
terra de Israel. Berseba conservou sua tradição de hospitalidade aos viajantes do
oriente ao ocidente, e vice-versa.

4.3 – Betânia

Betânia pode significar “Casa do pobre” ou “Casa de graça”. Existem duas cidades com
o mesmo nome. Uma Betânia, para lá do Jordão, tem localização incerta e dista de
Jerusalém cerca de 30km. Desde cedo, foi venerada como o local em que Jesus foi
batizado e construiu-se ali uma capelinha. No Antigo Testamento, naquele local Josué
atravessou o Jordão com o povo de Israel. Foi lá também, que Elias subiu ao céu. A
outra Betânia fica próxima de Jerusalém, do outro lado do Monte das Oliveiras. No
tempo de Jesus, morava ali seu amigo Lázaro e suas irmãs, Marta e Maria. Era um
lugar de refúgio do Mestre (Mt 21.17). Foi ali que ocorreu o milagre da ressurreição de
Lázaro, onde também uma mulher ungiu Jesus com ungüento precioso (Mc 14.3-9).

4.4 – Betel

Betel é a união de beit – “a casa”, e Elohim – “Deus”. Significa, portanto, “casa de


Deus”. De Betel, Abraão peregrinou ao Neguebe e ao Egito. Voltou a Betel, de onde se
separou do sobrinho Ló, que desceu para o vale do Jordão. Ali Jacó teve a experiência
com a epifania de Deus e o chamou de Betel (Gn 28.16-19). Quando o reino de Israel foi
dividido em Norte e Sul, foram construídos dois templos: um em Dã e outro em Betel.
Em Betel, era adorado um deus em forma de touro, lembrando o episódio do bezerro de
ouro no deserto.

4.5 – Cafarnaum
FASTF – SEMINÁRIO DE TEOLOGIA – AVANÇADO I 34/46
Situada à margem norte-ocidental do lago de Genesaré, num terreno pouco mais árido,
era uma pequena cidade, no tempo de Jesus, dedicada à pesca e, até certo ponto,
importante por estar situada numa zona fronteiriça junto ao caminho que, a partir da
tetrarquia da Galiléia, se dirigia para os territórios da tetrarquia de Filipe. De fato, havia
ali serviços de alfândega (Mt 9.9) e uma guarnição militar (Mt 8.5-13).
Os apóstolos Pedro e André eram dessa cidade. Ali, Jesus curou numerosos doentes
(Mc 1.21-34; 2.1-12), inclusive a sogra de Pedro, o criado do centurião e o paralítico, no
episódio em que abriram o telhado para descê-lo até o lugar em que se encontrava
Jesus. Nessa cidade, Jesus pagou o imposto (Mt 17.24-27). Entretanto, havia
incredulidade no povo, tanto que Jesus proferiu palavras duras sobre a cidade (Mt
11.23).

4.6 – Cesaréia
Havia duas cidades com este nome: Cesaréia do Mar e Cesaréia de Filipe. Filipe
mandou construir a cidade na época do nascimento de Jesus e escolheu o lugar por sua
beleza e frescura, na base da montanha de Hermom. Em Cesaréia de Filipe aconteceu
a confissão de Pedro (Mt 16.13-20). Foi ali que a identidade de Jesus e a natureza de
sua missão foram reveladas pela primeira vez, com clareza e precisão. A Cesaréia
marítima é mais citada na Bíblia, pois era um porto da costa mediterrânea, a cinqüenta
quilômetros ao norte da atual Tel Aviv, sendo construída por Herodes, o Grande. Ali,
Pedro encontrou-se com Cornélio e lhe pregou as boas novas de salvação (At 10.1-8).

4.7 – Dotã

Hoje, Telll Dotán, a 8km de Yenin. José passou por ali à procura dos irmãos. Dali foi
levado para o Egito pela caravana de mercadores midianitas (Gn 37.17-28).

4.8 – Emaús

Sua localização é incerta. Lucas coloca a cidade a 11km de Jerusalém. Parece que era
a atual Amwas, pois dela testemunham Jerônimo e Orígenes, que viveram na Palestina.
Os dois discípulos que conversaram no caminho com Jesus já ressurecto eram de
Emaús (Lc 24.21).

FASTF – SEMINÁRIO DE TEOLOGIA – AVANÇADO I 35/46


4.9 – Hebrom

Aparece com o nome de Quiriate-Arba no tempo dos patriarcas, que iam


freqüentemente à cidade para o comércio ou para o abastecimento. Abraão acampou-
se perto desse importante lugar na Montanha de Judá, que ainda hoje conserva esse
nome e adquiriu uma gruta, a de Macpela, onde foram sepultados os seus próprios
ossos e os de Sara (Gn 23.2-9). Ali também estava o carvalhal de Manre. Jacó residiu
em Hebrom, de onde partiu José à procura de seus irmãos. Foi em Hebrom que Jacó foi
sepultado, com seus pais, mas parece haver outra tradição a esse respeito (Gn 50.5-
14). Hebrom foi dada a Calebe, na conquista da terra pelos israelitas. Nessa cidade,
Davi é aclamado rei (2 Sm 5.1- 5).

4.10 – Jericó

A cidade, situada no oásis do mesmo nome, sobre uma colina (Tell es-Sultan), não era,
na época, mais do que um pequeno povoado, facilmente conquistado. Destruída pelos
israelitas, já era a terceira cidade construída pelos hicsos, em 1600 a.C.
Aproximadamente em 1400 a.C., os israelitas a destruíram (Js 6.1- 21). As muralhas
eram construídas de tijolos secos ao sol e formadas por duas linhas paralelas,
separadas por 5m; a de dentro tinha 4m de largura e a de fora, 2,5m; a altura era de
10m.

Outra Jericó foi construída por volta do ano 700 a.C. (1 Rs 16.34). Perto dela, Elias foi
elevado ao céu (2 Rs 2.4-11). Ao tempo de Jesus, Jericó é várias vezes citada nos
evangelhos. João, o Batista, escolheu esse local para realizar seus batismos de
arrependimento. Bartimeu foi curado da cegueira e Zaqueu recebeu a Jesus em sua
casa (Lc 19.1-10). Ficava a 30km de Jerusalém, pela via romana, e possuía certa
importância, patrimônio do soberano. O caminho entre Jericó e Jerusalém era difícil e
com muitos perigos, pelo fato de se ter de descer em seu percurso de 1000m de altitude
e atravessar o deserto.

4.11 – Jerusalém

Encontra-se na montanha de Judá, a uma altitude de 760m. Nos tempos bíblicos,


estava cercada por dois vales profundos: o de Cedrom e o de Hinnom. A leste de
Cedrom encontra-se o Monte das Oliveiras (815m). Antes de ser conquistada por Davi,
Jerusalém era ocupada pelos jebuseus (997 a.C.).

Na época da volta do exílio, a cidade teve seus muros restaurados sob a liderança de
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Neemias e era menor do que a do tempo dos reis (Ne 3.1-32). Em 63 a.C., a cidade foi
tomada por Pompeu, general romano. Herodes, o Grande, transformou a cidade, sendo
sua obra mais importante a reconstrução do templo, o qual ergueu uma nova plataforma
ou esplanada, sustentada por muros, como o chamado “Muro das Lamentações”. Suas
dimensões eram maiores do que o templo anterior. Herodes também construiu a
Torre Antônia, sobre uma elevação, onde ficava a antiga fortaleza de Báris.

Nos evangelhos, é mencionada ainda a piscina de Betesda (Jo 5.2-4), junto da igreja de
Santa Ana, a leste da Torre Antônia, fora dos muros da cidade. É uma piscina dupla,
com cinco pórticos, quatro circundando-a de cada lado e outro no centro, separando
ambas as seções. Junto dela havia uma espécie de balneário, cujos restos foram
conservados. Na encosta oeste do Monte das Oliveiras, do outro lado de Cedrom, fica o
Jardim do Getsêmani.

As tropas romanas de Tito cercaram Jerusalém no ano 70, conquistaram a Torre


Antônia, penetraram no templo, destruindo-º Dominaram a cidade alta e Jerusalém foi
arrasada. Na época de Adriano (131 – 135), a cidade foi totalmente transformada,
recebendo o nome de Aelia Capitolina, em honra ao nome de família do imperador.

4.12 – Jope

Hoje Yaffo, um bairro ao sul de Tel Aviv. Na época de Jesus, era um porto tradicional
sem muita importância. Ali morava Tabita (Dorcas), ressuscitada por Pedro (At 9.36-43),
que ficou morando na cidade por algum tempo, quando o centurião Cornélio mandou
chamá-lo (At 10.5).

4.13 – Laquis

Foi uma antiga fortaleza que desafiou até os exércitos de Senaqueribe, da Assíria.
Laquis era, como Jericó, resultado de diversas edificações, umas sobre as outras. É a
moderna Tel Duweir, situada a 35km de Gaza, num planalto a 42m acima do vale. O rei
de Laquis uniu-se a outros quatro reis amorreus em combate a Josué, que os venceu.

4.14 – Nazaré

Nos dias de Jesus, era apenas uma pequena aldeia sem importância, na baixa Galiléia.
Nazaré ficava próxima a diversas estradas comerciais importantes e, por isso, vivia em
contato com o mundo da época. Não é citada no Antigo Testamento.

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Por isso, quando disseram a Natanael que Jesus era nazareno, ele exclamou: “Pode vir
alguma coisa boa de Nazaré?” (Jo 1.45,46). Foi nessa cidade que Jesus se ocultou
durante trinta anos de sua vida, antes de manifestar-se ao povo. Ali Jesus consagrou-se
a Deus, aprendeu a Torah e recebeu instruções preciosas de seus pais sobre Yahweh
(Mt 2.23; Lc 2.39,40).

4.15 – Samaria

Foi a antiga capital de Israel, reino do Norte. As obras de sua construção começaram
em torno de 875 a.C., pelo rei Onri, e continuaram com o seu filho, Acabe (1 Rs 16.24).
Ali foi construído um templo a Baal, por Acabe, onde ocorreram também o episódio da
vinha de Nabote e as várias intervenções de Elias (1 Rs 18). Os profetas Oséias e
Amós vaticinaram contra o luxo e a injustiça da cidade (Os 9.11-17; Am 3.9).

4.16 – Siquém

Seu nome significa “ombro” e fica a 65km ao norte de Jerusalém. Abraão a encontrou
ao percorrer os 50km de Siquém a Betel (Gn 12.6,7). Jacó comprou um campo perto de
Siquém (Gn 33.18-20). Josué convocou todas as tribos para uma assembléia naquela
localidade (Js 24.1). No tempo dos juízes, Siquém era um centro de culto cananeu.
Abimeleque proclamou-se rei em Siquém, mas o povo logo se revoltou contra ele (Jz
9.1-6). Antes de ser construído o templo em Jerusalém, Siquém era o centro religioso e
político para a unidade do povo. Depois da morte de Salomão, ali aconteceu uma
assembléia que dividiu o reino em dois: Israel e Judá. De Siquém, Jeroboão se fez
coroar o primeiro rei do reino do Norte (1 Rs 12).

4.17 – Tiberíades

Foi fundada no ano 18 d.C., por Herodes Antipas, em honra do imperador Tibério. Seu
palácio, estádio, teatro e termas (suas águas são termais) foram construídos no estilo
grego. Havia, no local em que foi erguido, muitos túmulos antigo, por isso os judeus não
apoiaram a construção da cidade. Mesmo assim, Herodes insistiu e conseguiu povoá-la
com judeus não tão radicais e com pessoas que viviam em busca de recompensas. No
ano 70, a cidade participou da revolta contra Roma, sendo poupada pelos romanos.

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