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Campinas
2019
CONRADO AUGUSTO FANTINI
Campinas
2019
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA
A ata da defesa com as respectivas assinaturas dos membros encontra-se no processo de vida
acadêmica do aluno.
Sou e serei eternamente grato pela luz que você reflete em minha vida.
AGRADECIMENTOS
E insisto bravamente...
(Paulo Freire)
Afinal,
(Eclesiastes, 10:11)
RESUMO
A inserção de uma etapa criogênica no ciclo térmico dos aços ferramenta é uma prática
utilizada no meio industrial, principalmente para eliminar a austenita retida e melhorar de
maneira significativa suas propriedades mecânicas e tribológicas. O tratamento térmico de
alívio de tensões, também referenciado como envelhecimento, é fundamental para evitar que
matrizes com geometrias complexas trinquem devido a gradientes térmicos durante o
resfriamento e, portanto, ele aparece em diversos trabalhos publicados. Entretanto, pesquisas
apontam que essa prática está diretamente relacionada a um efeito estabilizador da austenita
retida, embora não tenha sido explorada de forma isolada e sistemática pela literatura técnica
sobre tratamentos criogênicos. Desse modo, o presente trabalho se propôs a estudar de forma
alternativa os efeitos da combinação das etapas de tratamento criogênico e de alívio de
tensões no ciclo térmico do aço ferramenta para trabalho a frio AISI D2 sem a influência de
carbonetos primários e eutéticos, por meio de um projeto de liga referenciado como AMD2
(Aço com a composição da Matriz do Aço AISI D2), permitindo, portanto, por meio de um
material mais homogêneo, separar as variáveis de influência da matriz e destes carbonetos.
Variaram-se as temperaturas de tratamento criogênico e os tempos de permanência nessas
temperaturas, sendo: criogênica (-196ºC, resfriamento em nitrogênio líquido) por 24 horas e
subzero (-80ºC, resfriamento em gelo seco) por 2 e 24 horas, respectivamente, analisando-se,
também, o efeito da etapa de alívio de tensões (130ºC/90 minutos) previamente ao tratamento
criogênico. As amostras com diferentes ciclos térmicos foram submetidas à caracterização
metalográfica, difração de raios-X e análises de composição química por espectroscopia de
energia dispersiva de raios-X (EDS). Na caracterização metalográfica as amostras foram
analisadas por microscopia óptica e microscopia eletrônica de varredura (MEV e MEV-FEG),
permitindo observar com nitidez os detalhes dos blocos de austenita retida dispersos na matriz
martensítica. A análise quantitativa dos espectros de difração de raios-X comprovou o intenso
efeito do tratamento de alívio de tensões na estabilização da austenita, constatando menor
fração volumétrica de austenita retida na amostra tratada em temperatura subzero quando
comparada às demais amostras, sugerindo um comportamento cinético em C da curva de
transformação martensítica. Os resultados obtidos para a relação c/a do reticulado cristalino
da martensita e a da austenita sugerem uma provável ocorrência de partição de carbono da
martensita supersaturada em carbono para a austenita retida. Os mapas de composição
química obtidos por EDS indicaram a presença de dois tipos principais de carbonetos
secundários distribuídos na microestrutura do material: aqueles que aparecem em maior
contraste em relação à matriz são carbonetos ricos em cromo (provavelmente do tipo M7C3), e
aqueles que aparecem em menor contraste são ricos em manganês e molibdênio
(provavelmente do tipo M2C), estando os demais elementos preferencialmente dispersos na
matriz.
The insertion of a cryogenic step in the thermal cycle of the tool steels is a practice used in the
industrial environment, mainly to eliminate the retained austenite and significantly improve
its mechanical and tribological properties. The stress relief thermal treatment, also referred to
as aging, is fundamental to prevent matrix with complex geometries from cracking due to
thermal gradients during cooling and, therefore, it appears in several published works.
However, research indicates that this practice is directly related to a stabilizing effect of the
retained austenite, although it has not been explored in an isolated and systematic way by the
technical literature on cryogenic treatments. In this way, the present work has proposed to
study in an alternative way the effects of the combination of cryogenic treatment and stress
relief steps in the thermal cycle of AISI D2 cold work tool steel without the influence of
primary and eutectic carbides, of an alloy project referenced as AMD2 (Steel with the
composition of the AISI D2 Steel Matrix), thus allowing, through a more homogeneous
material, to separate the influence variables of the matrix and these carbides. The cryogenic
treatment temperatures and residence times at these temperatures were: cryogenic (-196ºC,
cooling in liquid nitrogen) for 24 hours and subzero (-80ºC, cooling in dry ice) for 2 and 24
hours, respectively , also analyzing the effect of the stress relief stage (130ºC / 90 minutes)
prior to the cryogenic treatment. The samples with different thermal cycles were subjected to
metallographic characterization, X-ray diffraction and analysis of chemical composition by X-
ray dispersive energy spectroscopy (EDS). In the metallographic characterization the samples
were analyzed by optical microscopy and scanning electron microscopy (SEM and MEV-
FEG), allowing to observe with clarity the details of the retained austenite blocks dispersed in
the martensitic matrix. The quantitative analysis of the X-ray diffraction spectrum proved the
intense effect of the stress relief treatment on the austenite stabilization, noting a lower
volumetric fraction of austenite retained in the treated sample at subzero temperature when
compared to the other samples, suggesting a kinetic behavior in C of the martensitic
transformation curve. The results obtained for the c/a ratio crystal lattice of martensite and a
austenite suggest a probable carbon partitioning of the supersaturated martensite in carbon to
the retained austenite. The chemical composition maps obtained by EDS indicated the
presence of two main types secondary carbides distributed in the microstructure of the
material: those that appear in greater contrast to the matrix are carbides rich in chromium
(probably M7C3), and those that appear in lower contrast are rich in manganese and
molybdenum (probably M2C), the other elements being preferably dispersed in the matrix.
Figura 2.1 Curva de revenimento do aço AISI D2, obtida após tratamento
térmico de têmpera com temperatura de austenitização de 1030ºC, em
corpos de prova de 20 x 20 mm² (Villares Metals, 2003). 31
Figura 2.3 Imagem por microscopia óptica da microestrutura de: (a) ripa de
martensita em um aço com uma concentração muito baixa de carbono
(0,0049 % C em peso) – adaptado de MORITO et al., 2006; e (b)
placa de martensita em uma liga Fe – 1,86 % C em peso – adaptado
de KRAUSS, 1999. 36
Figura 2.6 Curvas de revenimento do aço AISI D2, com e sem tratamento
criogênico. Temperatura de austenitização de 1075ºC e tempo de
revenimento de 2 horas. Adaptado de MOORE, COLLINS, 1993. 47
Figura 2.9 Microestrutura do aço AISI D2 após têmpera, cuja matriz consiste
basicamente em martensita e austenita retida envolvidas por
carbonetos do tipo M7C3 não dissolvidos. Adaptado de
WIERSZYLLOWSKI, 2006. 56
Figura 4.2 Representação esquemática dos ciclos térmicos: (a) amostras T+AT,
T+AT+TSZ/24 e T+AT+TC/24; (b) amostra T+AT+TSZ/2+TC/24.
Aço AMD2. 65
Figura 5.1 Microestrutura das amostras: (a) T, (b) T+TSZ/24, (c) T+TC/24 e (d)
T+TSZ/2+TC/24, mostrando austenita retida e carbonetos
secundários presentes na matriz martensítica. Aço AMD2. Ataque:
Vilella Bain/15s. 72
Figura 5.2 Microestrutura das amostras: (a) T, (b) T+TSZ/24, (c) T+TC/24 e (d)
T+TSZ/2+TC/24. Aço AMD2. Ataque: Vilella Bain/15s. MEV –
elétrons retroespalhados. 73
Figura 5.3 Microestrutura das amostras: (a) T, (b) T+TSZ/24, (c) T+TC/24 e (d)
T+TSZ/2+TC/24, mostrando austenita retida e carbonetos
secundários presentes na matriz martensítica. Aço AMD2. Ataque:
Vilella Bain/15s. MEV – elétrons secundários. 74
Figura 5.4 Detalhe da Figura 5.3 (a), microestrutura da amostra T mostrando a
distribuição dos carbonetos secundários micrométricos na matriz
martensítica. As regiões com menor contraste em relação à matriz
(tons de cinza mais escuros) são austenita retida, uma vez que esta
não é atacada pelo reagente utilizado. Aço AMD2. Ataque: Vilella
Bain/15s. MEV-FEG – elétrons secundários. 75
Figura 5.7 Microestrutura das amostras: (a) T+AT, (b) T+AT+TSZ/24, (c)
T+AT+TC/24 e (d) T+AT+TSZ/2+TC/24, mostrando austenita retida
e carbonetos secundários presentes na matriz martensítica. Aço
AMD2. Ataque: Vilella Bain/15s. 78
Figura 5.8 Microestrutura das amostras: (a) T+AT, (b) T+AT+TSZ/24, (c)
T+AT+TC/24 e (d) T+AT+TSZ/2+TC/24. Aço AMD2. Ataque:
Vilella Bain/15s. MEV – elétrons retroespalhados. 79
Figura 5.9 Microestrutura das amostras: (a) T+AT, (b) T+AT+TSZ/24, (c)
T+AT+TC/24 e (d) T+AT+TSZ/2+TC/24, mostrando austenita retida
e carbonetos secundários presentes na matriz martensítica. Aço
AMD2. Ataque: Vilella Bain/15s. MEV – elétrons secundários. 80
Figura 5.10 Detalhe da Figura 5.9 (a), microestrutura da amostra T+AT
mostrando a distribuição dos carbonetos secundários micrométricos
na matriz martensítica. As regiões com menor contraste em relação à
matriz (tons de cinza mais escuros) são austenita retida, uma vez que
esta não é atacada pelo reagente utilizado. Aço AMD2. Ataque:
Vilella Bain/15s. MEV-FEG – elétrons secundários. 81
Figura 6.2 Destaque das Figuras 5.5 (amostra T+TSZ/24) e 5.6 (amostra
T+TSZ/2+TC/24), respectivamente, mostrando detalhes dos aspectos
morfológicos dos blocos de austenita entre as placas de martensita. 94
η Carboneto eta
α' Martensita
γ Austenita
γR Austenita retida
ε Carboneto épsilon
θ Cementita
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 25
1.1 Motivação... ................................................................................................... 26
3 OBJETIVOS................................................................................................. 61
5 RESULTADOS ............................................................................................ 72
5.1 Caracterização Metalográfica ........................................................................ 72
5.1.1 Primeira série de experimentos ...................................................................... 72
5.1.2 Segunda série de experimentos ...................................................................... 77
5.2 Difração de Raios-X ...................................................................................... 84
5.2.1 Análises quantitativas .................................................................................... 86
5.3 Mapas de Composição Química .................................................................... 86
6 DISCUSSÕES............................................................................................... 91
6.1 Primeira Série de Experimentos..................................................................... 91
6.2 Segunda Série de Experimentos..................................................................... 96
1 INTRODUÇÃO
Os aços ferramenta para trabalho a frio são ligas utilizadas a temperaturas próximas da
temperatura ambiente, destacando-se principalmente em operações de conformação mecânica,
cujas condições também requerem uma boa tenacidade acompanhada de uma elevada
resistência ao desgaste (TOTTEN, 2007). Esses materiais são frequentemente referenciados
como indeformáveis, uma vez que possuem menor tendência a distorções e trincas no
tratamento de têmpera, sendo classificados em três subdivisões gerais baseadas nos teores e
tipos de elementos de liga (alto C e alto Cr, endurecíveis ao ar e endurecíveis ao óleo), os
quais afetam sua temperabilidade e distribuição dos carbonetos incorporados na
microestrutura (TOTTEN, 2007). Uma vez que o presente trabalho trata especificamente do
aço ferramenta para trabalho a frio AISI D2, da classe alto C e alto Cr, haverá maior ênfase
sobre esse assunto no capítulo posterior.
1.1 Motivação
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Os aços ferramenta para trabalho a frio AISI D2 (série D – Die Steels) estão entre os
mais importantes na classificação de aços ferramenta, cuja aplicabilidade destaca-se por estar
presente em componentes que exigem uma excelente combinação entre resistência mecânica,
elevada dureza e resistência ao desgaste. Esses aços são muito utilizados em pentes para
laminação de roscas, punções, calibres, mandris, lâminas para corte a frio e fieiras para
trefilação, além de matrizes para corte, estampagem e embutimento (COSTA E SILVA, MEI,
2006).
A tenacidade deste aço é fortemente dependente da distribuição dos carbonetos do tipo
M7C3 formados durante a reação eutética de solidificação, os quais se apresentam grosseiros e
altamente anisotrópicos, cujas características morfológicas são determinantes no posterior
processamento do aço (MENDANHA et al., 2008). Como em todos os aços hipereutetóides,
as condições de austenitização influenciam fortemente a resposta ao tratamento térmico,
definindo a quantidade de carbono e de elementos de liga dissolvidos na austenita e presentes
sob a forma de carbonetos, além, evidentemente, do tamanho de grão austenítico (COSTA E
SILVA, MEI, 2006; CHI et al., 2016).
Os elementos microestruturais mais relevantes presentes nesses aços são a matriz
metálica e os carbonetos, os quais podem ser: i) eutéticos (geralmente com a estrutura bruta
de fundição quebrada após a conformação plástica); ii) secundários (carbonetos de estado
sólido precipitados durante tratamentos térmicos de homogeneização ou recozimento); e iii)
os carbonetos secundários de revenido, presentes na forma de finos precipitados
29
formação de filme passivo estável como nos aços inoxidáveis, uma vez que grande percentual
deste elemento encontra-se na forma de carbonetos, tanto no estado recozido, como no
temperado e revenido. Mesmo assim, os aços ferramenta AISI D2 apresentam excelente
resistência a ataques externos (ROBERTS, KRAUSS, KENNEDY, 1998). A composição
química nominal do aço AISI D2 é apresentada na Tabela 2.
A estrutura bruta de fundição do aço AISI D2 possui dendritas que compõem os grãos,
apresentando teores de cromo e carbono inferiores às regiões interdendríticas. Nos contornos
de dendrita há uma mistura eutética de carbonetos e austenita, remetendo, de certa forma, a
estrutura dos aços rápidos (ROBERTS, KRAUSS, KENNEDY, 1998; BOCCALINI,
GOLDENSTEIN, 2001).
A sequência de solidificação do aço AISI D2 inicia-se com a formação da austenita
primária, com o líquido sofrendo uma reação eutética para: γ + M7C3, a qual caracteriza o aço
como hipoeutético (METALS HANDBOOK, 1978). Em condições de resfriamento lento,
mantendo-se o equilíbrio termodinâmico até o estado sólido, a austenita sofre uma redução de
solubilidade de cromo e carbono e, consequentemente, ocorre a precipitação de carbonetos.
Atingindo-se a temperatura eutetóide, observa-se a decomposição da austenita em ferrita +
carboneto, sendo este último uma mistura do tipo M7C3 e M23C6 (METALS HANDBOOK,
1978).
Com o trabalho mecânico a quente dos lingotes, a estrutura de carbonetos eutéticos
sofre ruptura, cuja intensidade é proporcional ao grau de deformação. Quando o
forjamento/laminação é suficiente para quebrar esta estrutura celular, esses carbonetos
apresentam-se de maneira orientada na direção em que foram deformados (MENDANHA,
GOLDENSTEIN, PINEDO, 2003; MENDANHA, PINEDO, GOLDENSTEIN, 2003). O
forjamento nestes aços tende a eliminar parcialmente a estrutura celular/eutética, formando
uma estrutura bandeada de carbonetos, acarretando em uma distribuição mais homogênea dos
constituintes duros. Uma vez que a deformação deste aço é realizada a quente e, mediante a
eliminação da estrutura celular, haverá uma distribuição uniforme de carbonetos
31
esferoidizados que precipitam em solução sólida dentro dos grãos da matriz. Analogamente,
durante os tratamentos térmicos subsequentes a precipitação de carbonetos também será mais
uniforme (ROBERTS, KRAUSS, KENNEDY, 1998).
O estágio final no processamento de aços ferramenta para moldes e matrizes consiste
de um tratamento térmico de têmpera e revenimento, a fim de produzir uma combinação
ótima de suas propriedades mecânicas. O tratamento térmico de revenimento, logo após a
têmpera, é usualmente aplicado para os aços ferramenta com o objetivo de se atingir um
balanço entre tenacidade e dureza em função de sua aplicação final, além de promover o
fenômeno que é conhecido como endurecimento secundário, o qual se caracteriza pela
precipitação de carbonetos responsáveis pelo importante incremento na resistência ao
desgaste destes aços, cujo efeito também está relacionado à transformação da austenita retida
em martensita. Tal fenômeno foi primeiramente relatado por Bain e Jeffries, por meio de seus
estudos pioneiros na área (BHAT, GARRISON, ZACKAY, 1979).
De maneira geral, o aquecimento em altas temperaturas promove uma diminuição na
supersaturação de carbono presente na estrutura martensítica, permitindo a difusão de átomos
de elementos de liga substitucionais e favorecendo a precipitação de carbonetos. Desse modo,
a microestrutura final será composta de uma mistura de martensita, austenita retida e
carbonetos, complementam Dieter (1981) e Reed-Hill (1982).
A Figura 2.1 extraída do catálogo técnico da empresa Villares Metals (2003) mostra a
curva de revenimento típica para aço AISI D2, onde é possível notar a variação da dureza
mediante a influência da precipitação de carbonetos em diferentes temperaturas. Na
sequência, também é apresentado o seu diagrama de transformação isotérmica para a
decomposição da austenita, conforme mostra a Figura 2.2.
Figura 2.1 – Curva de revenimento do aço AISI D2, obtida após tratamento térmico de têmpera com
temperatura de austenitização de 1030ºC, em corpos de prova de 20 x 20 mm² (Villares Metals, 2003).
32
Como é possível observar, este diagrama apresenta uma baía entre duas regiões na
qual a austenita não se transforma, indicando sua alta estabilidade. A temperatura Mi (início
da transformação martensítica) é função do tempo e da temperatura de austenitização (esta
curva é apresentada esquematicamente de forma simplificada, sem a precipitação de
carbonetos na parte superior), explica Farina (2011).
Adicionalmente aos processos convencionais de tratamentos térmicos dos aços
ferramenta, tratamentos de resfriamento a temperaturas abaixo da temperatura ambiente vêm
se destacando nos últimos anos. A literatura recente tem apresentado diversos trabalhos
publicados na área enfatizando o efeito destes tratamentos, os quais são chamados de subzero
ou criogênicos. De acordo com Meng et al. (1994) e Oppenkowski, Weber e Theisen, (2010),
supõe-se que o tratamento criogênico modifica a forma de precipitação dos carbonetos
secundários de revenido no aquecimento subsequente, obtendo uma distribuição mais fina e
homogênea dos mesmos. No entanto, ainda não estão claros os mecanismos propostos para
explicar os fenômenos que ocorrem durante o tempo de permanência a temperatura criogênica
e no aquecimento subsequente (FARINA, 2011).
33
1. Por meio de modificação da composição química da liga, seja pela adição de novos
componentes ou pela alteração de suas concentrações;
diminui. Uma vez que o resfriamento seja interrompido as reações param e, quando o
resfriamento é reiniciado, a transformação recomeça, de modo que essas reações ocorrem
somente enquanto a temperatura está mudando (no resfriamento ou no aquecimento até a
temperatura ambiente), reitera Nishiyama (1978). Neste ponto cabe uma observação: assume-
se que a transformação seja atérmica, todavia, pode continuar ocorrendo ao aquecer a amostra
submetida a temperaturas muito baixas, nas quais não haveria energia disponível para a
reação, alerta Farina (2011).
Dependendo da composição da liga, a martensita pode assumir diversos formatos, de
modo que teor de carbono desempenha um papel importante na determinação de sua
morfologia predominante (MURATA, 2018). Observou-se experimentalmente que para aços
com baixo carbono a martensita apresenta a forma de ripas e contém uma elevada densidade
de discordâncias e, para aços com elevada concentração de carbono, esta apresenta o formato
de placas, contendo uma grande quantidade de maclas (KRAUSS, MARDER, 1971). A
Figura 2.3 mostra de maneira clara a distinção de ambas as morfologias.
Figura 2.3 – Imagem por microscopia óptica da microestrutura de: (a) ripa de martensita em um aço com uma
concentração muito baixa de carbono (0,0049 % C em peso) – adaptado de MORITO et al., 2006; e (b) placa de
martensita em uma liga Fe – 1,86 % C em peso – adaptado de KRAUSS, 1999.
energia de deformação mínima, de modo que, combinada com uma deformação não
homogênea em escala atômica (reticulado invariante), permite obter uma interface não
distorcida com um bom ajuste atômico (BOWLES, WAYMAN, 1972; WAYMAN, 1994,
BHADESHIA, HONEYCOMBE, 2006). Admite-se ainda que a deformação não homogênea
do reticulado invariante resulta do movimento de discordâncias vinculado à deformação por
escorregamento ou por maclação. Qualquer um desses processos é capaz de acomodar o
desajuste atômico, que de outro modo teria que ocorrer na interface austenita/martensita por
força de deformação, deixando de ser interface distorcida e acarretando na alteração
macroscópica de forma, explicam Bhadeshia e Honeycombe (2006).
A célula unitária pode ser convertida pela deformação de Bain, contraindo
aproximadamente 20% ao longo da direção [001] γ e expandindo cerca de 12% ao longo das
direções [110] γ e [1ī0] γ. Para isso não é necessário o processo de difusão, uma vez que o
átomo pode se mover a uma distância menor que a interatômica. Resumindo, o que Bain
propôs foi um cisalhamento simples, onde a célula achata-se em um eixo e expande-se nos
outros dois (BOWLES, WAYMAN, 1972; WAYMAN, 1994; BHADESHIA,
HONEYCOMBE, 2006).
No entanto, somente a deformação de Bain não é suficiente para que a interface da
martensita seja móvel. De acordo com Bhadeshia e Honeycombe (2006), é necessário
combinar essa deformação de Bain (B) com uma rotação de um corpo rígido (R) onde há
deformação homogênea com uma linha invariante macroscopicamente invisível, mas
microscopicamente possível, de modo que tanto a forma (P1) quanto a estrutura (P2) estejam
corretas, ou seja, R.B = P1.P2. Este parâmetro invariante acontece por deslizamento ou por
maclação, explicam Bhadeshia e Honeycombe (2006), resultando em martensita com muitos
degraus, apresentando várias camadas sobrepostas, causadas pela presença de inúmeras
discordâncias.
A Figura 2.4 mostra esquematicamente os aspectos fenomenológicos teóricos da
cristalografia da martensita, onde (a) representa o cristal da austenita, (b) tem uma estrutura
intermediária entre cúbica de corpo centrado ou tetragonal de corpo centrado e (c) apresenta
uma estrutura cúbica de corpo centrado, porém de maneira inconsistente. Aplicando-se uma
linha de deformação invariante, seja por maclação ou por deslizamento, é possível corrigir os
equívocos, resultando na forma e estrutura correta (BHADESHIA, HONEYCOMBE, 2006).
A estrutura martensítica do aço AISI D2 corresponde, aproximadamente, à estrutura
apresentada na Figura 2.5, na forma de placas e muitas maclas internas. Para a martensita em
38
forma de ripas, a austenita retida apresenta-se na forma de filmes entre as ripas, e, para a
martensita em forma de placas, a austenita retida apresenta-se na forma de blocos entre as
placas (FARINA, 2011).
Verifica-se, portanto, que quanto menor o teor de carbono na liga, mais refinada é a
estrutura martensítica. Em contrapartida, pode-se dizer que aumentando o teor de carbono na
austenita a temperatura Mi diminui, de modo que a transformação martensítica passa a ocorrer
em temperaturas mais baixas, produzindo uma martensita mais grosseira (desde que ainda
haja espaço para o seu crescimento), explica Farina (2011).
Figura 2.5 – Estrutura martensítica de um aço com 1,4% C. Adaptado de NISHIYAMA, 1978.
39
De acordo com Oppenkowski, Weber e Theisen (2010), esses resultados dão suporte
ao argumento de que a transformação martensítica seria desacelerada devido à temperatura
criogênica (-196ºC) e que seriam necessários tempos maiores para a transformação completa.
Todavia, esta hipótese não foi verificada em relação à fração volumétrica de austenita retida
(não medida), sendo somente uma tentativa de explicar o aumento na resistência ao desgaste
quando o tratamento criogênico foi realizado em tempos prolongados, acrescenta Farina
(2011).
2.4 Revenimento
Figura 2.6 – Curvas de revenimento do aço AISI D2, com e sem tratamento criogênico. Temperatura de
austenitização de 1075ºC e tempo de revenimento de 2 horas. Adaptado de MOORE, COLLINS, 1993.
tamanho dos carbonetos que poderiam ter sua precipitação modificada. Em um desses
artigos, intitulado “On the refinement of carbides precipitates by cryotreatment in AISI D2
steel” (DAS, DUTTA, RAY, 2009), os autores referem-se a carbonetos chamados de CSP
(Carbonetos Secundários Pequenos), os quais apresentam dimensões na faixa de 0,1 µm (100
nm) a 1 µm (1000 nm), conforme mostra a Figura 2.7. Carbonetos com este tamanho só
poderiam precipitar no campo γ + carbonetos, não havendo possibilidade destes carbonetos
(M7C3) dissolverem-se ou precipitarem em temperaturas criogênicas ou até mesmo em
temperaturas de revenimento, uma vez que seria necessária a difusão de elementos
substitucionais para tal transformação (FARINA, 2011).
Figura 2.7 – Micrografias representativas do aço AISI D2 tratado termicamente: (a) tratamento térmico
convencional; (b) subzero a -75ºC; (c) subzero a -125ºC; e (d) criogênico a -196ºC. Todas austenitizadas a
1020ºC e revenidas a 210ºC por duas horas, sendo o tratamento criogênico realizado entre a têmpera e o
revenimento. CSGs: Carbonetos Secundários Grandes; CSPs: Carbonetos Secundários Pequenos. Adaptado de
DAS, DUTTA, RAY, 2010.
Uma vez que o estado inicial desse aço apresenta uma estrutura eutética de carbonetos
provenientes da solidificação, os carbonetos secundários provavelmente precipitaram no
52
Figura 2.8 – Fração volumétrica de austenita retida em função da temperatura de tratamento criogênico. As
amostras foram submetidas a um tratamento isotérmico intermediário (envelhecimento) a 60ºC entre a têmpera e
o tratamento criogênico. Adaptado de MENG et al. (1994).
56
Figura 2.9 – Microestrutura do aço AISI D2 após têmpera, cuja matriz consiste basicamente em martensita e
austenita retida envolvidas por carbonetos do tipo M7C3 não dissolvidos. Adaptado de WIERSZYLLOWSKI,
2006.
57
3 OBJETIVOS
O presente trabalho tem como objetivo estudar o efeito das variáveis envolvidas no
ciclo de tratamento térmico do aço AMD2 contendo a etapa criogênica, com diferentes
combinações de tempo e temperatura, e, de modo específico, a relação entre o alívio de
tensões realizado antes do tratamento criogênico com o impacto causado diretamente na
estabilização térmica da austenita.
O efeito destas variáveis será analisado por meio de: i) caracterização
micro/nanoestrutural; ii) determinação da fração volumétrica de austenita retida; iii)
determinação do parâmetro c/a da martensita; e iv) caracterização por mapas de composição
química.
Para isso, serão utilizadas as técnicas de: i) microscopia óptica; ii) microscopia
eletrônica de varredura (MEV e MEV-FEG); iii) difração de raios-X; e iv) espectroscopia de
energia dispersiva de raios-X (EDS).
62
4 MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 Material
Os experimentos foram realizados com amostras de uma liga cuja composição química
é idêntica à da matriz do aço AISI D2, quando austenitizada a 1040ºC, referenciada como
AMD2 (Aço com a composição da Matriz do aço AISI D2), calculada com o auxílio do
software ThermoCalc®-TCW5 com a base de dados TCFE6, conforme é apresentada na
Tabela 6. A liga foi produzida em um forno de indução a vácuo, solidificada na forma de
lingote de aproximadamente 50 kg e laminada a quente na empresa Villares Metals S. A. –
Sumaré – Brasil. Foram obtidas barras com 19 mm de diâmetro, que após passarem por
recozimento e usinagem de desbaste, foram cortadas amostras com 16 mm de comprimento.
Tabela 6 – Composição química das ligas AMD2 e AISI D2, Fe – balanço, % em massa.
Liga C Mn Si Cr V Mo
AMD2 Calculado 0,59 0,37 0,39 6,82 0,23 0,62
AMD2 Obtido 0,58 0,37 0,42 6,90 0,23 0,62
AISI D2 1,50 0,30 0,25 12 0,6 0,95
4.2 Metodologia
Foram preparadas 4 amostras, as quais foram austenitizadas sob vácuo a 1040ºC por
40 minutos e resfriadas em óleo agitado. Os tratamentos subzero, a -80ºC por 2 e 24 horas,
respectivamente, foram realizados por imersão em gelo seco e os tratamentos criogênicos, a
-196ºC por 24 horas, foram realizados por imersão em nitrogênio líquido, sendo ambos
aquecidos em água (temperatura ambiente). Vale ressaltar que o intervalo entre a têmpera e a
etapa criogênica pode ser considerado como desprezível (inferior a cinco minutos), uma vez
que eles foram realizados sequencialmente. Os tratamentos térmicos foram realizados no
Centro de Pesquisas da empresa Villares Metals S. A. A Figura 4.1 mostra esquematicamente
63
(a)
(b)
Figura 4.1 – Representação esquemática dos ciclos térmicos: (a) amostras T, T+TSZ/24 e T+TC/24; (b) amostra
T+TSZ/2+TC/24. Aço AMD2.
64
Tabela 7 – Identificações das amostras com seus respectivos ciclos de tratamentos térmicos.
Amostra Ciclo Térmico
T 1040ºC/40 min (óleo)
T+TSZ/24 1040ºC/40 min (óleo) + -80ºC/24h
T+TC/24 1040ºC/40 min (óleo) + -196ºC/24h
T+TSZ/2+TC/24 1040ºC/40 min (óleo) + -80ºC/2h + -196ºC/24h
Tabela 8 – Identificações das amostras com seus respectivos ciclos de tratamentos térmicos.
Amostra Ciclo Térmico
T+AT 1040ºC/40 min (óleo) + 130ºC/1,5h
T+AT+TSZ/24 1040ºC/40 min (óleo) + 130ºC/1,5h + -80ºC/24h
T+AT+TC/24 1040ºC/40 min (óleo) + 130ºC/1,5h + -196ºC/24h
T+AT+TSZ/2+TC/24 1040ºC/40 min (óleo) + 130ºC/1,5h + -80ºC/2h + -196ºC/24h
65
(a)
(b)
Figura 4.2 – Representação esquemática dos ciclos térmicos: (a) amostras T+AT, T+AT+TSZ/24 e
T+AT+TC/24; (b) amostra T+AT+TSZ/2+TC/24. Aço AMD2.
66
quantificar as fases presentes. Foi utilizado um difratômetro da marca Philips, modelo X’Pert-
MPD, cujos parâmetros utilizados estão descritos na Tabela 9.
Os dados foram obtidos por meio de uma tabela contendo a intensidade da reflexão e
os seus respectivos ângulos 2θ, medidos pelo goniômetro. Os difratogramas foram
construídos utilizando-se o software Origin (versão 8.1) e os resultados foram apresentados na
forma gráfica com as intensidades no eixo das ordenadas e os ângulos de difração (2θ) no
eixo das abscissas. Os picos neste ensaio foram comparados com as fichas cristalográficas do
Inorganic Crystal Structure Database – ICSD, a fim de identificar as fases presentes e
avançar na caracterização do material.
Para a análise quantitativa foram consideradas somente as fases austenita retida e
martensita, devido ao ruído de fundo dos difratogramas impedirem a indexação dos
carbonetos presentes na matriz.
A análise quantitativa de fases foi realizada por meio da análise dos espectros de
difração de raios-X, aplicando-se o método da comparação direta, proposto por Cullity e
Stock (2001). Este método compara as intensidades relativas dos picos correspondentes aos
planos que geram intensidade máxima de difração, sendo, portanto, amplamente utilizado
principalmente nos casos em que a medição ocorre entre duas fases de mesma composição,
porém com diferentes estruturas cristalinas.
A intensidade difratada (I) depende da constante K2, a qual é independente da
composição e do volume de cada fase (Equação 4.1). Verifica-se, também, que a intensidade
difratada é função de R, o qual depende de θ, dos índices de Miller hkl e da composição
química da amostra (Equação 4.2).
68
𝐼0 𝐴𝜆3 µ0 2 𝑒 4
𝐾2 = ( ) [( ) ] [Eq. 4.1]
32𝜋𝑟 4𝜋 𝑚2
Onde:
1 2 1+𝑐𝑜𝑠2 2𝜃
𝑅 = ( 2 ) [|𝐹| 𝑝 ( )] (𝑒 −2𝑀 ) [Eq. 4.2]
𝜈 𝑠𝑒𝑛2 𝜃 𝑐𝑜𝑠 𝜃
Onde:
𝑠𝑒𝑛 𝜃 2
−2𝑀 −0,71 ( ) [Eq. 4.3]
𝑒 =𝑒 𝜆
Figura 4.3 – Fator de temperatura do ferro a 20ºC em função do comprimento de onda do feixe de raio-X
incidente (λ) e do ângulo Bragg (θ). Adaptado de Cullity e Stock, 2001.
Finalmente, segue:
𝐾2 𝑅
𝐼= [Eq. 4.4]
2µ
Onde:
𝐾2 𝑅𝛾 𝑐𝛾 𝐾2 𝑅𝛼 𝑐𝛼
𝐼𝛾 = [Eq. 4.5] e 𝐼𝛼 = [Eq. 4.6]
2µ𝑚 2µ𝑚
𝐼𝛾 𝑅𝛾 𝑐𝛾
= [Eq. 4.7]
𝐼𝛼 𝑅𝛼 𝑐𝛼
Sendo assim, o valor de cγ/cα pode ser obtido através da medição de Iγ/Iα e do cálculo
de Rγ e Rα, para o qual é necessário o conhecimento da estrutura cristalina e dos parâmetros de
rede de ambas as fases, conforme já especificado. Uma vez que o valor de cγ/cα é obtido, as
frações volumétricas (cγ e cα) podem ser facilmente calculadas através da relação representada
pela Equação 4.8:
𝑐𝛾 + 𝑐𝛼 = 1 [Eq. 4.8]
Com os dados obtidos a partir dos difratogramas, foi possível calcular os parâmetros
de rede da martensita e da austenita. Aplicando-se a Lei de Bragg (Equação 4.9) e
complementando os dados com metodologia desenvolvida por Cullity e Stock (2001),
71
Onde:
1 ℎ2 + 𝑘 2 𝑙2
= + [Eq. 4.10]
(𝑑ℎ𝑘𝑙 )2 𝑎2 𝑐2
1 ℎ2 + 𝑘 2 +𝑙 2
= [Eq. 4.11]
(𝑑ℎ𝑘𝑙 )2 𝑎2
5 RESULTADOS
Austenita Retida
Austenita
Retida
(c) (d)
Figura 5.1 – Microestrutura das amostras: (a) T, (b) T+TSZ/24, (c) T+TC/24 e (d) T+TSZ/2+TC/24, mostrando
austenita retida e carbonetos secundários presentes na matriz martensítica. Aço AMD2. Ataque: Vilella
Bain/15s.
73
A Figura 5.2 apresenta as imagens obtidas por MEV com elétrons retroespalhados,
visando um melhor discernimento dos contrastes de composição química entre os blocos de
austenita retida e a matriz martensítica. Na sequência, a Figura 5.3 apresenta as imagens
obtidas por MEV com elétrons secundários para essas mesmas amostras (mesma região de
análise). As Figuras de 5.4 a 5.6 mostram as microestruturas do aço AMD2 analisadas por
MEV-FEG1, cujos detalhes permitem destacar a presença de carbonetos secundários com
melhor nitidez, bem como as regiões não atacadas, as quais apresentam menor contraste em
relação à matriz (tons de cinza mais escuros), ou seja, regiões com austenita retida.
(a) (b)
(c) (d)
Figura 5.2 – Microestrutura das amostras: (a) T, (b) T+TSZ/24, (c) T+TC/24 e (d) T+TSZ/2+TC/24. Aço
AMD2. Ataque: Vilella Bain/15s. MEV – elétrons retroespalhados.
1
Excepcionalmente para a amostra T+TC/24 não foi possível realizar a análise por MEV-FEG. Em decorrência
da necessidade de reavaliar alguns resultados, foi necessário refazer o tratamento térmico dessa amostra, o que
impossibilitou haver tempo hábil para analisar sua microestrutura por meio desta técnica.
74
Austenita Retida
Austenita Retida
(a) (b)
Austenita Retida
Carbonetos Austenita
Secundários Retida
(c) (d)
Figura 5.3 – Microestrutura das amostras: (a) T, (b) T+TSZ/24, (c) T+TC/24 e (d) T+TSZ/2+TC/24, mostrando
austenita retida e carbonetos secundários presentes na matriz martensítica. Aço AMD2. Ataque: Vilella
Bain/15s. MEV – elétrons secundários.
75
Figura 5.4 – Detalhe da Figura 5.3 (a), microestrutura da amostra T mostrando a distribuição dos carbonetos
secundários micrométricos na matriz martensítica. As regiões com menor contraste em relação à matriz (tons de
cinza mais escuros) são austenita retida, uma vez que esta não é atacada pelo reagente utilizado. Aço AMD2.
Ataque: Vilella Bain/15s. MEV-FEG – elétrons secundários.
76
Figura 5.5 – Detalhe da Figura 5.3 (b), microestrutura da amostra T+TSZ/24 mostrando a distribuição dos
carbonetos secundários micrométricos na matriz martensítica. As regiões com menor contraste em relação à
matriz (tons de cinza mais escuros) são austenita retida, uma vez que esta não é atacada pelo reagente utilizado.
Aço AMD2. Ataque: Vilella Bain/15s. MEV-FEG – elétrons secundários.
77
Figura 5.6 – Detalhe da Figura 5.3 (d), microestrutura da amostra T+TSZ/2+TC/24 mostrando a distribuição dos
carbonetos secundários micrométricos na matriz martensítica. As regiões com menor contraste em relação à
matriz (tons de cinza mais escuros) são austenita retida, uma vez que esta não é atacada pelo reagente utilizado.
Aço AMD2. Ataque: Vilella Bain/15s. MEV-FEG – elétrons secundários.
Austenita Retida
Austenita Retida
(a) (b)
Austenita
Retida
Austenita Retida
(c) (d)
Figura 5.7 – Microestrutura das amostras: (a) T+AT, (b) T+AT+TSZ/24, (c) T+AT+TC/24 e (d)
T+AT+TSZ/2+TC/24, mostrando austenita retida e carbonetos secundários presentes na matriz martensítica. Aço
AMD2. Ataque: Vilella Bain/15s.
A Figura 5.8 apresenta as imagens obtidas por MEV com elétrons retroespalhados,
visando um melhor discernimento dos contrastes de composição química entre os blocos de
austenita retida e a matriz martensítica. Na sequência, a Figura 5.9 apresenta as imagens
obtidas por MEV com elétrons secundários para essas mesmas amostras (mesma região de
análise). As Figuras de 5.10 a 5.13 mostram as microestruturas do aço AMD2 analisadas por
MEV-FEG, cujos detalhes permitem destacar a presença de carbonetos secundários com
melhor nitidez, bem como as regiões não atacadas, as quais apresentam menor contraste em
relação à matriz (tons de cinza mais escuros), ou seja, regiões com austenita retida.
79
(a) (b)
(c) (d)
Figura 5.8 – Microestrutura das amostras: (a) T+AT, (b) T+AT+TSZ/24, (c) T+AT+TC/24 e (d)
T+AT+TSZ/2+TC/24. Aço AMD2. Ataque: Vilella Bain/15s. MEV – elétrons retroespalhados.
80
Carbonetos
Secundários
Austenita Retida
(a) (b)
Austenita
Retida Carbonetos
Secundários
(c) (d)
Figura 5.9 – Microestrutura das amostras: (a) T+AT, (b) T+AT+TSZ/24, (c) T+AT+TC/24 e (d)
T+AT+TSZ/2+TC/24, mostrando austenita retida e carbonetos secundários presentes na matriz martensítica. Aço
AMD2. Ataque: Vilella Bain/15s. MEV – elétrons secundários.
81
Figura 5.10 – Detalhe da Figura 5.9 (a), microestrutura da amostra T+AT mostrando a distribuição dos
carbonetos secundários micrométricos na matriz martensítica. As regiões com menor contraste em relação à
matriz (tons de cinza mais escuros) são austenita retida, uma vez que esta não é atacada pelo reagente utilizado.
Aço AMD2. Ataque: Vilella Bain/15s. MEV-FEG – elétrons secundários.
82
Figura 5.11 – Detalhe da Figura 5.9 (b), microestrutura da amostra T+AT+TSZ/24 mostrando a distribuição dos
carbonetos secundários micrométricos na matriz martensítica. As regiões com menor contraste em relação à
matriz (tons de cinza mais escuros) são austenita retida, uma vez que esta não é atacada pelo reagente utilizado.
Aço AMD2. Ataque: Vilella Bain/15s. MEV-FEG – elétrons secundários.
83
Figura 5.12 – Detalhe da Figura 5.9 (c), microestrutura da amostra T+AT+TC/24 mostrando a distribuição dos
carbonetos secundários micrométricos na matriz martensítica. As regiões com menor contraste em relação à
matriz (tons de cinza mais escuros) são austenita retida, uma vez que esta não é atacada pelo reagente utilizado.
Aço AMD2. Ataque: Vilella Bain/15s. MEV-FEG – elétrons secundários.
84
Figura 5.13 – Detalhe da Figura 5.9 (d), microestrutura da amostra T+AT+TSZ/2+TC/24 mostrando a
distribuição dos carbonetos secundários micrométricos na matriz martensítica. As regiões com menor contraste
em relação à matriz (tons de cinza mais escuros) são austenita retida, uma vez que esta não é atacada pelo
reagente utilizado. Aço AMD2. Ataque: Vilella Bain/15s. MEV-FEG – elétrons secundários.
T+TSZ/2+TC/24
T+TC/24
T+TSZ/24
T
Intensidade (u.a.)
0 20 40 60 80 100
2
Figura 5.14 – Difratogramas obtidos para as amostras referentes à primeira série de experimentos.
T+AT+TSZ/2+TC/24
T+AT+TC/24
T+AT+TSZ/24
T+AT
Intensidade (u.a.)
0 20 40 60 80 100
2
Figura 5.15 – Difratogramas obtidos para as amostras referentes à segunda série de experimentos.
86
carbonetos secundários. Com base nestes resultados é possível verificar uma distribuição não
uniforme destes elementos ao longo das regiões analisadas.
(c) Cr (d) V
(e) Mo (f) Si
Figura 5.16 – (a) Microestrutura representativa referente à região selecionada com elevada concentração de
carbonetos para realizar a análise de composição química. Mapa de composição química para os elementos: (b)
Fe; (c) Cr; (d) V; (e) Mo e (f) Si.
88
(c) Cr (d) Mo
(e) Mn (f) Si
Figura 5.17 – (a) Microestrutura representativa referente à região selecionada com elevada concentração de
carbonetos para realizar a análise de composição química. Mapa de composição química para os elementos: (b)
Fe; (c) Cr; (d) Mo; (e) Mn e (f) Si.
89
(c) Cr (d) Mo
(e) V (f) Mn
Figura 5.18 – (a) Microestrutura representativa referente à região selecionada com elevada concentração de
carbonetos para realizar a análise de composição química. Mapa de composição química para os elementos: (b)
Fe; (c) Cr; (d) Mo; (e) V e (f) Mn.
90
(c) Cr (d) Mo
(e) V (f) Mn
Figura 5.19 – (a) Microestrutura representativa referente à região selecionada com elevada concentração de
carbonetos para realizar a análise de composição química. Mapa de composição química para os elementos: (b)
Fe; (c) Cr; (d) Mo; (e) V e (f) Mn.
91
6 DISCUSSÕES
austenita retida para essas amostras, cuja representação gráfica pode ser observada
esquematicamente na Figura 6.1.
12
Fração Volumétrica de Austenita Retida (%)
10
Figura 6.1 – Representação gráfica das frações volumétricas de austenita retida referentes às amostras da
primeira série de experimentos.
[10ī]γ//[11ī]α (os autores não mencionaram a técnica utilizada e não fizeram nenhuma
discussão sobre essa observação, o que torna este resultado duvidoso e de caráter
improcedente).
Esses aspectos morfológicos dos blocos de austenita assemelham-se, sobretudo, aos
aspectos também observados por Rehan et al. (2017), quando os autores caracterizaram a
microestrutura de um aço ferramenta para trabalho a frio com composição química próxima à
do aço AMD2. Vale ressaltar que para obter detalhes da morfologia predominante dos blocos
de austenita deve-se recorrer à caracterização microestrutural por microscopia eletrônica de
transmissão (MET), a qual, entretanto, não faz parte da proposta técnica deste trabalho e por
isso é pautada como sugestão para trabalhos futuros.
94
Figura 6.2 – Destaque das Figuras 5.5 (amostra T+TSZ/24) e 5.6 (T+TSZ/2+TC/24), respectivamente,
mostrando detalhes dos aspectos morfológicos dos blocos de austenita entre as placas de martensita.
Outro ponto relevante deste trabalho que deve ser tratado com a devida atenção
concentra-se em desmistificar alguns conceitos equivocados citados por diversos artigos,
95
Figura 6.3 – Representação esquemática da estrutura do material na condição inicial: (a) grão com placas de
martensita e blocos de austenita retida; interfaces α’/γR e α’/α’; (b) representação das maclas internas na placa de
martensita; (c) estrutura modulada de martensita devido ao envelhecimento; interfaces α’ enriquecida em C / α’
empobrecida em C (FARINA, 2011).
16
Fração Volumétrica de Austenita Retida (%)
14
12
10
8
T+AT T+AT+TSZ/24 T+AT+TC/24 T+AT+TSZ/2+TC/24
Figura 6.4 – Representação gráfica das frações volumétricas de austenita retida referentes às amostras da
segunda série de experimentos.
Mi
Mi
Figura 6.5 – Atraso na transformação martensítica em função do tempo de permanência ao patamar isotérmico a
60ºC para um aço contendo 1,1%C – 0,2%Si – 0,3%Mn. Adaptado de Cohen, 1949 apud Roberts, Krauss e
Kennedy (1998).
Figura 6.6 – Representação esquemática do processo de têmpera e partição de carbono. Na sequência: redução
do parâmetro c do reticulado da martensita, indicando a queda da tetragonalidade de sua estrutura cristalina. Em
seguida, a figura mostra o fluxo de átomos de carbono deixando a estrutura martensítica e seguindo em direção a
austenita retida, representada pela estrutura cristalina CFC. Neste caso, destaca-se o respectivo aumento do
parâmetro a de seu reticulado cristalino, passando para a’, devido ao enriquecimento em carbono.
102
Carbonetos Secundários
Ricos em Cromo
Sob o ponto de vista de uma análise qualitativa, observa-se nitidamente que o ferro,
principal elemento que constitui a matriz, apresenta-se empobrecido nas regiões
correspondentes aos carbonetos, havendo em compensação um forte enriquecimento em
cromo, além de alguns traços de vanádio, concentrados nesses pontos (Figura 5.16). As
imagens obtidas por MEV revelam que tais carbonetos apresentam-se com maior contraste em
relação à matriz e aos demais carbonetos (regiões mais claras, em destaque).
Em outras regiões analisadas, as Figuras de 5.17 a 5.19 mostram que, além de
carbonetos ricos em cromo, há também carbonetos ricos em molibdênio e manganês,
apresentando uma elevada concentração destes elementos. Estes carbonetos apresentam-se
com menor contraste (tons de cinza mais escuros) na microestrutura quando comparados à
matriz e aos demais carbonetos secundários.
104
7 CONCLUSÕES
As conclusões do presente trabalho para o estudo desenvolvido com o aço AMD2, que
possui a composição da matriz do aço ferramenta para trabalho a frio AISI D2, podem ser
divididas em três grupos: i) transformação martensítica; ii) estabilização da austenita; e iii)
análise qualitativa dos carbonetos secundários micrométricos.
i) Transformação martensítica
2. Caracterização microestrutural por mapas de orientação cristalina obtidos por EBSD, para
verificar detalhes de alguma possível orientação preferencial da austenita retida em relação à
martensita, além de outros aspectos cristalográficos.
5. Alterar a posição da etapa de alívio de tensões no ciclo térmico, como, por exemplo, logo
após o tratamento criogênico. Pode-se, também, alterar a temperatura e o tempo de
permanência a esta etapa, verificando o impacto causado na fração volumétrica de austenita
retida.
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