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UNIGRANRIO
Duque de Caxias
2010
Livros Grátis
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WANDERLEY CARREIRA DE SOUZA JUNIOR
Duque de Caxias - RJ
2010
.
CATALOGAÇÃO NA FONTE/BIBLIOTECA – UNIGRANRIO
CDD –370
DEDICATÓRIA
Quando criança, embora não fosse fã de Roberto Carlos, eu queria ter um milhão de amigos.
Obviamente, não cheguei a esse expressivo número. Não obstante, a sinergia proporcionada
pelos poucos amigos que possuo é suficiente o bastante para ultrapassar a milhão deles. Hoje,
um antigo sonho se realiza. Contudo, cabe lembrar que nada é feito sozinho. Tolos são
aqueles que pensam dessa forma. Destarte, preciso dividir o mérito dessa conquista, agradecer
e reconhecer aqueles que direta ou indiretamente me auxiliaram na concepção desse trabalho.
A começar pelos meus companheiros de turma: Alex Coelho, Sérgio Trindade e em especial
Andrea Lima e Valessa Lessa, pois sem eles não haveria a excelente turma, da qual fiz parte.
Aos amigos Wagner Bahia, Ricardo Gomes, Andre Alves, Charles Bessa, Paulo Silva e Helio
Thomaz que fizeram parte da “Família Laboratório”. Aos amigos do Dream Team:
Wellington Santos, Clara Simões, Amanda Assis, José Fernando, Sabrina Silva, Renan
Rosário, Andre Primo, Felipe Batista, Ana Carolina Abrahão, Lidiane Nascimento, Natália
Borba, Jailton Deveza e Bruno Quintanilha pela torcida e apoio e, em especial, ao Fábio
Felisberto pelas revisões ortográficas. A fraternal amiga Rosangela Henriques pelas
exaustivas revisões sugestões na composição desse texto e a escudeira Claudia Sampaio pela
captura e tratamento das imagens utilizadas durante muitas madrugadas. Aos demais amigos
da Fábrica de Lubrificantes Fernando Mackert, Tiago Silva e Gilson Rocha pelas palavras de
apoio e ânimo, não se esquecendo dos amigos Renato Chalub e Roberto Biato pelo
incontestável apoio nas semanas que antecederam a defesa da dissertação. Ao fraterno amigo,
professor Sergio Henrique, por se fazer presente nos momentos em que eu mais precisei. Ao
amigo Alex Beringuy pelas primeiras lições de informática. Ao amigo Alexandre Mendes
pelo incentivo e parceria a Marta Mendes pela indicação das referências bibliográficas. Ao
amigo e coordenador do Curso de Tecnologia em Gestão da Produção Industrial (IFRJ)
Marcelo Lacerda por conciliar meu horário de trabalho no IFRJ, para que eu pudesse atingir o
meu objetivo. Ao Leonardo Pardal pela vital ajuda no Congresso realizado na Espanha. Aos
professores Herbert Martins; Haydea Reis, Jacqueline Lima, Frederico Allan, Luiz Eduardo
por compartilharem suas experiências e fundamentar essa pesquisa e, em especial, aos
professores Marcelo Pedrosa, Zenildo Morais, Wilma Pinto e a professora Cristina Novikoff
por suas valorosas contribuições no delineamento metodológico dessa pesquisa. Aos
professores que fizeram parte da equipe de avaliação da T Wanc®©. Aos meus pais pela
torcida para que tudo desse certo e a minha esposa, Dayse Brum, pela compreensão, presença
e incondicional apoio nos finais de semana, Natal, Ano Novo, Carnaval, Páscoa, etc.
Finalmente, ao Grande Escritor dessa história: Deus, o qual me concedeu a força e
perseverança, como também me regalou com grandes seres humanos que foram vitais na
encenação de mais esse capítulo da minha vida e mais uma vez fez-me acreditar que um
somente evolui a partir de outros homens..
Jamais considere seus estudos como
uma obrigação, mas como uma
oportunidade invejável para aprender
a conhecer a influência libertadora
da beleza do reino do espírito, para o
seu próprio prazer pessoal e, para o
proveito da comunidade à qual o seu
futuro trabalho pertencer.
Albert Einstein
RESUMO
The product of this work is the result of a qualitative and quantitative research applied that
was aimed to develop a resource for the teaching of chemistry, from a periodic table
developed in Microsoft Excel - T Wanc®©. The methodology used in developing this action
resulted in an interpretative analysis of different instruments under which the teaching of
chemistry is founded, such as the Brazilian Law of Directives and Bases of National
Education (LDBEN), the Brazilian National Curriculum Parameters for Secondary Education
(PCNEM) Curriculum Guidelines for High School, chemistry books in the National Textbook
Program for high school (PNLEM) and websites dedicated to the Periodic Table. Later,
participants discussed the limitations of books and selected sites in the light of context and
interdisciplinarity has established a dialogue between the Periodic Table and issues such as
toxicology, geology, ecology, nutrition, physiology, among others, culminating in a didactic
proposal with a different approach from that commonly practiced by the textbooks. The
evaluation of the proposed application (T Wanc®©) by six teachers, who have ministers or the
content in question, signaled the possibility of its use as a teaching tool in chemistry class in
basic education.
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 13
2 REVISÃO DA LITERATURA ........................................................................................ 16
2.1 Conceitos Caros ao Ensino ........................................................................................... 16
2.1.1 Racionalidade, Ensino-aprendizagem, Interdisciplinaridade, Contextualização.......... 16
2.1.2 O Papel da Química na Educação ................................................................................ 20
2.2 A raiz da ciência Química: Tabela Periódica ............................................................... 23
2.3 Tabela Periódica: de Tales à IUPAC ............................................................................ 24
2.3.1 As Perguntas Movem o Mundo .................................................................................... 25
2.3.2 Alquimia e Iatroquímica ............................................................................................... 32
2.3.3 O “Re-Nascimento” de uma Ciência ............................................................................ 35
2.3.4 A Química do Século XVIII ......................................................................................... 37
2.3.5 A Química No Século XIX........................................................................................... 42
2.3.6 A Evolução da Tabela Periódica .................................................................................. 46
2.3.7 IUPAC Como Entidade Normalizadora ....................................................................... 63
3 METODOLOGIA ............................................................................................................. 67
3.1 Tipo de Estudo .............................................................................................................. 67
3.2 Questões de Pesquisa .................................................................................................... 68
3.3 Fases da Pesquisa ......................................................................................................... 69
3.3.1 Fase 1: Levantamento no Portal CAPES e artigos correlatos ...................................... 69
3.3.2 Fase 2: Revisão de Documentos Normativos ............................................................... 69
3.3.3 Fase 3: Levantamento de Livros Didáticos .................................................................. 70
3.3.4 Fase 4: Levantamento de Sites Dedicados ao Tema ..................................................... 70
3.3.5 Fase 5: Análise Interpretativa dos Livros e Sites .......................................................... 70
3.3.6 Fase 6: Fundamentação Teórica e Desenvolvimento da T Wanc®© no Excel.............. 72
3.3.7 Fase 7 - Experimentação da T Wanc®© ........................................................................ 75
3.4 Tratamento dos Dados .................................................................................................. 77
4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ............................................ 80
4.1 A Avaliação dos Livros Didáticos ................................................................................ 80
4.2 A avaliação dos sites..................................................................................................... 84
4.3 Experimentação Laboratorial da Versão Beta da T Wanc®© ....................................... 87
4.3.1 Análise do discurso docente: Perfil do Professor e Aulas sobre Tabela Periódica ...... 87
4.3.2 Análise do discurso docente: Avaliação da T Wanc®© pelos professores.................... 90
4.4 Apresentação da T Wanc®© .......................................................................................... 92
5 CONCLUSÕES .............................................................................................................. 108
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................... 110
Apêndice A: Tabela Periódica dos elementos segundo a IUPAC .......................................... 122
Apêndice B: Linha do Tempo - elementos químicos e a Tabela Periódica ............................ 123
Apêndice C: Os seis livros didáticos selecionados para avaliação do conteúdo Tabela
Periódica ................................................................................................................................. 125
Apêndice D: Matriz com os resultados da avaliação do capítulo Tabela Periódica dos seis
livros didáticos........................................................................................................................ 126
Apêndice E: Relação dos trinta sites selecionados para avaliação ......................................... 127
Apêndice F: Matriz com o resultado da avaliação dos sites selecionados ............................. 130
Apêndice G: Imagem de abertura dos sites avaliados ............................................................ 131
Apêndice H: Referências bibliográficas utilizadas na concepção da T Wanc®© ................... 132
Apêndice I: T Wanc®© – Tela de abertura ampliada .............................................................. 138
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Quadro 3.1: Questões para análise do discurso docente: perfil do professor ........................... 75
Quadro 3.2: Questões para análise do discurso docente: aulas sobre tabela periódica ............ 76
Quadro 3.3: Questões para análise do discurso docente: Avaliação da T Wanc®© .................. 77
Quadro 3.4: Detalhamento das categorias utilizadas na análise dos livros didáticos, sites e
discurso docente. ...................................................................................................................... 78
Quadro 3.5: Classificação das variáveis sob estudo: VCD e VCO .......................................... 79
LISTA DE GRÁFICOS
®: Marca registrada
1 INTRODUÇÃO
industriais e, principalmente, por se acreditar que a Tabela Periódica não é algo absoluto, fora
do espaço, fora do tempo e tampouco uma simples base de dados de onde se extraem apenas
“números”, pois sódio, potássio, rubídio, césio e frâncio, podem ser mais que um conjunto de
nomes e símbolos.
Por que “Química em Geral” [...]? Realmente, o título da dissertação pode causar
estranheza ou inquietação, mas seu objetivo é realmente esse. Chamar a atenção acerca do
potencial didático que a Tabela Periódica pode oferecer ao ensino da Química como ciência
do cotidiano, entendendo-se que os elementos químicos constituintes das substâncias hoje
conhecidas, encontram-se primariamente ordenados na Tabela Periódica. Dessa forma,
acredita-se que ela sirva de base para se discutir/aprender a “Química em Geral”, ou seja, uma
aproximação entre a Química e a sociedade a partir da classificação periódica dos elementos.
Nessa linha, os principais objetivos dessa pesquisa constituem-se em apresentar à comunidade
de professores um recurso paradidático para o ensino da Química e por meio dele, divulgar o
potencial didático do Microsoft Excel (MORAN et al., 2007) na perspectiva crítica
(progressista), como também ofertar um meio para que os elementos químicos sejam
trabalhados a partir de suas múltiplas relações com a sociedade, mediante um diálogo entre a
Tabela Periódica e diferentes temas, voltados para ciência, tecnologia, sociedade e meio
ambiente (CTSA) (CHAGAS, 1992; CHASSOT, 2001; CHRISPINO, 1994). A partir desses
dois objetivos, emergiram os seguintes objetivos específicos, a saber: i) Contribuir para novas
propostas de aplicações voltadas para o ensino por meio do uso eficiente dos laptops dos
professores; ii) Interpretar o capítulo Tabela Periódica presente nos livros didáticos a luz do
PCNEM, PCN+ e das Orientações Curriculares para o Ensino Médio; iii) Resgatar a evolução
da Tabela Periódica ao longo da história da Química e iv) Observar o que pensam os
professores a respeito do ensino do conteúdo Tabela Periódica e da T Wanc®©.
Obviamente, para se desenvolver esse projeto, fundamentado na contextualização e
interdisciplinaridade (BRASIL, 1996; 2002; 2006), foi preciso reunir diferentes subsídios, o
que envolveu à consulta a legislação vigente, estudo pormenorizado do capítulo “Tabela
Periódica dos livros didáticos de química, avaliação de sites dedicados ao assunto,
levantamento de bibliografias específicas, correlatas ao ensino de Química, dentre outros.
Dessa forma, o relato desse estudo é feito em cinco capítulos. No primeiro, que se refere a
introdução é apresentado um panorama de como a pesquisa foi concebida, a motivação para
sua realização, seus objetivos principais e secundários, justificativas bem como a estrutura
básica da dissertação. O segundo capítulo, fundamental em toda dissertação, destina-se à
revisão da literatura, o qual se encontra dividido em duas partes. Na primeira delas, discorre-
15
2 REVISÃO DA LITERATURA
interesse da sociedade moderna, como por exemplo: saúde, meio ambiente, trabalho, dentre
outros (MENEZES et al., 2002).
A contextualização ganhou força a partir da reforma do ensino médio, quando da
promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (BRASIL, 1996), que orienta para a
compreensão dos conhecimentos para uso cotidiano. Possui sua origem nas diretrizes que
estão definidas nos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (BRASIL, 1999),
que são orientações para os professores na aplicação desse modelo.
É fácil perceber que da perspectiva da contextualização deriva a
interdisciplinaridade, princípios organizadores de focos de desenvolvimento de uma
multiplicidade de relações entre pensamentos conceituais específicos a componentes
curriculares integrantes da área de Ciências Naturais (ZANON, 2008), cujos conceitos1 vêm
sendo introduzidos na literatura educacional há quase quarenta anos. E hoje, a LDBEN
(BRASIL, 1996) e os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (BRASIL,
1999) advogam explicitamente em seu favor.
Não obstante, Carlos (2007), em sua dissertação apontou a dificuldade em se
identificar no PCNEM uma clara definição do conceito de interdisciplinaridade, de modo a se
orientar a ação pedagógica dos professores de química, o que enreda a sua aplicação, pois,
sem saber “o que é” “como fazer” e “quando fazer”, fica mais difícil para o professor se
apropriar desse conceito e colocá-lo em prática apenas pela consulta a esses documentos.
Chassot (2008), também identificou um viés, ainda, muito “disciplinar” no PCNEM, pois o
documento apenas cita, mas não discute essa questão com o devido aprofundamento.
O que diferencia a disciplinaridade da interdisciplinaridade é que a primeira
“significa a exploração científica especializada de determinado domínio homogêneo de
estudo, isto é, um conjunto sistemático e organizado de conhecimentos que apresentam
características próprias nos planos do ensino, da formação, dos métodos e das matérias; esta
exploração consiste em fazer surgir novos conhecimentos que se substituem aos antigos”
(JAPIASSU, 1976 apud FRANSCISCHETT, 2005), enquanto a interdisciplinaridade
caracteriza-se pela intensidade das trocas entre os especialistas e pelo grau de integração real
das disciplinas no interior de um determinado campo (CARLOS, 2007; FRANSCISCHETT,
1
Segundo Carlos (2007) e Francischett (2005) a interdisciplinaridade surgiu na França e Itália, em meados da década de
sessenta do século XX, como uma tentativa de elucidação e classificação temática das propostas educacionais. No final desse
mesmo ano, seus conceitos não só chegaram ao Brasil, como também influenciaram a Lei de Diretrizes e Bases Nº 5.692/71.
Desde então, entre erros e acertos, sua presença no cenário educacional brasileiro tem se intensificado; principalmente após a
sanção da LDBEN Nº 9.394 (BRASIL, 1996) e redação dos PCN (BRASIL, 1999), PCN+ (BRASIL, 2002) e as Orientações
Curriculares para o Ensino Médio (BRASIL, 2006).
18
2005), ou seja, a interdisciplinaridade é uma relação simbiótica entre áreas do saber. Todavia,
essa inter-relação acontece em maior ou menor extensão. Por tal razão, para distinguir esses
níveis de relacionamento foram criadas quatro classes de interação, a saber: i)
multidisciplinaridade; ii) pluridisciplinaridade; iii) interdisciplinaridade; e iv)
transdisciplinaridade (CARLOS, 2007; FRANSCISCHETT, 2005), que denotam o grau de
interação entre as disciplinas. Nessa linha, tanto Francischett (2005) quanto Carlos (2007),
fundamentados em Japiassú, definem a multidisciplinaridade como o primeiro nível de
integração entre os conhecimentos disciplinares, a qual predomina nas atividades e práticas de
ensino das escolas. Contudo, essa prática é marcadamente fracionada, visto que ainda não se
explora a relação entre os conhecimentos disciplinares, de modo a fomentar a cooperação
entre as disciplinas. Já pluridisciplinaridade, carrega em si algum tipo de interação entre os
conhecimentos, embora eles ainda se situem num mesmo nível hierárquico, não havendo
ainda a coordenação proveniente de um nível hierarquicamente superior. Por seu turno, a
interdisciplinaridade representa a terceira classe de interação entre as disciplinas,
sistematizada pela presença de uma axiomática comum a um grupo de disciplinas conexas e
definidas no nível hierárquico imediatamente superior, o que introduz a noção de finalidade.
Finalmente, a transdisciplinaridade representa um nível de integração disciplinar além da
interdisciplinaridade, uma espécie de coordenação de todas as disciplinas e interdisciplinas,
sobre a base de uma axiomática geral, em um contexto mais abrangente, gerando uma
interpretação mais holística dos fatos e fenômenos.
Felizmente, ao se examinar as Orientações Educacionais Complementares aos
Parâmetros Curriculares Nacionais – Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias
(PCN+) (BRASIL, 2002), já se observa uma maior preocupação, embora tênue, em se
reconhecer que a interdisciplinaridade muitas vezes alinhada ao contexto no aprendizado
permeia a transdisciplinaridade:
A citação acima não denota uma oposição a especialização, pois essa também
continua sendo uma necessidade dos dias atuais, visto que as disciplinas e suas subdivisões
são resultados da evolução filosófica, científica e cultural do ser humano em resposta as
necessidades demandadas pela sociedade. Contudo, o diálogo interdisciplinar necessita
20
avançar, pois não é função da escola anterior à universidade formar especialistas e tampouco
cientistas, mas sim cidadãos que saibam ler a linguagem da natureza e da sociedade. Assim
sendo,
2
Dados do Educacenso (INEP, 2009) sinalizam para 634 520 alunos matriculados somente nas escolas de Ensino Médio do
Rio de Janeiro.
21
3
A título de informação, no livro Memória: como ensinar para o aluno lembrar, Marille Sprenger sugere sete passos (atingir,
refletir, recodificar, reforçar, treinar, rever e recuperar) para dinamizar o processo de ensino-aprendizagem.
22
x http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1076936-7823-
CONHECA+OS+ELEMENTOS+QUE+COMPOEM+A+TABELA+
PERIODICA,00.html.
x http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1150175-7823-
SAIBA+MAIS+SOBRE+A+ESTRUTURA+DA+TABELA+PERIOD
ICA,00.html.
extrema complexidade do mundo atual não mais permite que o ensino médio seja
apenas preparatório para um exame de seleção, em que o estudante é perito, porque
[está] treinado em resolver questões que exigem sempre a mesma resposta padrão.
[O dinamismo da sociedade] exige que o estudante se posicione, julgue e tome
decisões, e seja responsabilizado por isso. Essas são capacidades mentais
construídas nas interações sociais vivenciadas na escola, em situações complexas
que exigem novas formas de participação (BRASIL, 2006, p. 106).
Sob essa ótica, uma boa aula de Química não deveria ser avaliada pelo número de
exercícios de adestramento, mas sim pela qualidade das situações propostas, em que os
estudantes e os professores, em interação, teriam meios de produzir conhecimentos
contextualizados. Obviamente, essa produção exige do professor e do aluno conhecimentos
que possibilitem mais que um padrão de adestramento, mas sim uma discussão entre pares
para garantir estratégias de ensino mais eficientes, ou seja, uma verdadeira superação das
fronteiras disciplinares.
elementos, mas sim pelo modo como tais elementos se combinam entre si por meio de reações
químicas (Figura 2.1).
4
A Figura 2.1 foi gentilmente cedida pelo Dr Mark R. Leach (UK).
25
perfumes e produtos de beleza (BABOR et al., 1974); Cleópatra, por exemplo, pintava o
contorno dos olhos com um preparado à base de sulfeto de antimônio (VANIN, 2005).
Percebe-se que antes mesmo de qualquer definição ou conceituação, os elementos
químicos já faziam parte do cotidiano humano, seja do ponto de vista prático, que envolvia a
produção de moedas, armas e utensílios, como também do ponto de vista filosófico e
religioso. O conceito de elemento químico evoluiu paulatinamente, como também a
compreensão da estrutura e transformações da matéria. Durante muito tempo filósofos e
cientistas buscaram meios para explicar como e porque os elementos reagiam para formar
novas substâncias. Acredita-se que tenha sido na Grécia antiga, cerca de cinco séculos antes
da era Cristã, onde surgiram as primeiras indagações acerca da constituição do mundo
material. Os antigos gregos propuseram diferentes interpretações e desenvolveram várias
correntes filosóficas no intuito de prover explicações para o comportamento da natureza
(COTTON et al., 1968; MAIA et al., 2007). Dentre os principais filósofos gregos que se
preocuparam em definir a constituição da matéria e explicar o seu comportamento podem ser
destacados: Tales, Anaximandro, Anaxímenes, Heráclito, Empédocles, Platão, Aristóteles,
Leucipo, Demócrito e Epicuro (GLEISER, 2008; MARTINS, 2001; QUADBECK-SEEGER,
2007; STRATHERN, 2002).
Atribui-se a Tales de Mileto (625 a. C. - 547 a. C), os primeiros questionamentos a
respeito da constituição da matéria. Segundo ele, o elemento precursor do mundo material
seria a água, que ao ser resfriada, tornava-se densa e dava origem à terra, que ao ser aquecida
transformava-se em vapor e ar, que precipitavam sob a forma de chuva quando eram
novamente resfriados (GLEISER, 2008). Por meio desse ciclo contínuo nasciam as diversas
formas de vida vegetal e animal. Embora empírica, percebe-se que a concepção de Tales já
identificava a importância da água para a natureza em toda a sua abrangência. Por sua vez,
Anaximandro de Mileto (611 a. C – 546 a. C), um dos seguidores de Tales, postulou a
existência de uma entidade totalmente abstrata, dinâmica e universal, dotada de vida e
imortalidade, o ilimitado; de onde tudo nascia e fluía, não se restringindo apenas à Terra
(BALCHIN, 2009). Uma visão um tanto abstrata e inspiradora da natureza em constante
transformação. Já Anaxímenes de Mileto (585 a. C. 525 a. C.), discípulo de Anaximandro,
retomou o materialismo de Tales e postulou que o ar seria o elemento fundamental da matéria
e não a água, ou seja, um elemento não tão abstrato como o ilimitado de Anaximandro, porém
menos perceptível que a água proposta por Tales. Tudo sobrevinha do ar, por meio de seus
movimentos. À medida que o ar fosse comprimido, ele se materializaria em água. Quando a
água fosse comprimida, ela se transformaria em terra; que se ainda mais comprimida fosse, se
27
Figura 2.2: Os cinco sólidos platônicos: o tetraedro (fogo), o hexaedro (terra),o octaedro (ar), icosaedro (água) e
o dodecaedro (universo).
Fonte: elaborado pelo o autor.
Platão explicava a partir das faces dos poliedros ilustrados na Figura 2.2 as
transformações mútuas das raízes de Empédocles, com exceção da terra, representada pelo
cubo, raiz estável (SCIENTIFIC AMERICAN, [200?]). De fato, o tetraedro, octaedro e o
icosaedro por serem formados por triângulos equiláteros, prestavam-se muito bem a essa
explicação, que em parte
29
Figura 2.3: Os cinco elementos na visão de Aristóteles com suas respectivas propriedades associados aos
sólidos platônicos.
Fonte: Traduzido de QUADBECK-SEEGER (2007, p. 18).
2.3.1.4 O Atomismo
Nada vem do nada ou do que não existe, pois se assim não fosse, tudo nasceria de
tudo sem necessitar de sementes. Se o que se destrói não passasse a ser outra coisa,
passando a não existência, tudo já teria se acabado. Mas o Universo foi sempre tal
como é hoje, e como tal será sempre e nada existe em que possa converter-se; pois
fora do próprio Universo nada existe em que ele possa vir a se transformar ou com o
qual ele possa ser trocado. Há o vácuo, pois se ele não existisse, criando o espaço e a
extensão, não teriam os corpos um local para estar, nem onde se movimentar como
na verdade se movem. Os corpos uns são compostos e outros são simples, porém
estes podem também (...) vir a formar corpos compostos. São estes corpos simples
indivisíveis e imutáveis, que não podem passar a não existência, de tal maneira que
permanecem eternamente estáveis, mesmo quando se dissolvem os corpos
compostos. Deste modo, precisamente os princípios fundamentais de todas as coisas,
constituem as naturezas intrínsecas destes pequenos corpos, átomos, ou seja,
indivisíveis. O Universo é infinito pela grandeza do vácuo e pela quantidade destes
átomos. Os átomos se movem continuamente. Devem ter igual velocidade quando se
deslocam no vácuo, sem se tocar em nada, pois supondo que nada encontrem que os
detenha, nem os mais pesados correm mais que os mais leves, nem os menores que
os maiores. Os átomos não têm princípio já que eles e o vácuo são a causa de tudo.
Não têm nenhuma qualidade a não ser a configuração, a grandeza e o peso
(MARTINS, 2001 p. 5).
5
Tradução: Da natureza das coisas.
32
metade do século XVII, o atomismo não teve grandes repercussões, até que os experimentos
de Evangelista Torricelli (1608 - 1647) em 1640 e Otto von Guericke (1602 -1682)
comprovoram a existência do vácuo6 (MARTINS, 2001).
Por outro lado, as concepções de Aristóteles foram tão sólidas, que
malograram o atomismo por muito tempo por distintas razões. A principal delas, afora a
questão religiosa, era que as proposições do filósofo fundamentavam-se em propriedades
muito mais palpáveis; dessa forma, não era necessária a utilização de entidades tão abstratas,
como o átomo e o vácuo para explicar as transformações da natureza. Além disso, a
filosofia dos quatro elementos subsidiava a presciência das transformações das substâncias
em outras, como por exemplo:
É impossível afirmar com exatidão quando surgiu a alquimia, pois suas origens se
perdem e se confundem com a existência do próprio homem. É sabido que a extração de
alguns metais comuns e de seus minérios era praticada há muito tempo, assim como a
6
Em 1656, Guericke obteve a primeira prova experimental da existência do vácuo. Com uma bomba de ar modificada que ele
mesmo havia inventado, Guericke retirou o ar de dois hemisférios de metal que tinham sido postos em união somente com
graxa. A seguir ele atrelou um grupo de oito cavalos a cada um dos hemisférios e fez com que eles tentassem separar o
conjunto. Apesar de todo o esforço, os cavalos foram incapazes de separá-los. O que impedia a separação era a pressão
exercida pelo ar sobre a superfície externa dos hemisférios. Esta experiência foi feita na cidade alemã de Magdeburg e os
hemisférios passaram a ser conhecidos como hemisférios de Magdeburg (OBSERVATÓRIO NACIONAL, 2010).
33
preparação de princípios ativos derivados das plantas, para aplicações medicinais, envolvendo
uma prática involuntária da química, foi um aspecto importante para as civilizações primitivas
(VANIN, 2005).
Segundo Farias (2007), a hipótese mais provável acerca da origem da palavra
alquimia está no vocábulo árabe el-kimyâ que, por sua vez tem ascendência grega, cujo
significado é “a terra negra”; uma provável alusão as antigas e férteis margens do rio Nilo.
Dessa forma, a progênie da palavra alquimia sugere sua prática no Egito (MELLOR, 1955).
Por outro lado, alguns historiadores defendem a idéia que a palavra kimia, deriva do grego
chymia, que significa fundir um metal. Hipótese essa que remonta a uma prática alquímica
nos primórdios da civilização humana (FARIAS, 2007), uma vez que existem evidências que
ouro, ferro, cobre, prata, chumbo e estanho eram conhecidos antes do ano 3000 a. C
(PAULING, 1967). Independente de como, onde e quando a alquimia tenha surgido, é notório
que sua gênese está no conhecimento prático existente e acumulado ao longo da existência do
homem, que foi fortemente influenciado pelo misticismo envolvido nas transformações
químicas até então desconhecidas.
Os alquimistas ganharam notoriedade em parte da história da química ao buscar a
“Pedra Filosofal” e o “Elixir da Longa Vida”; substâncias essas que conseguiriam
respectivamente feitos notáveis, como a transmutação de metais em ouro e o princípio
responsável pela juventude eterna (imortalidade). Apesar desses sonhos inatingíveis, o
trabalho desenvolvido por eles foi de suma importância para humanidade, pois graças a seus
experimentos rudimentares, muitas substâncias foram descobertas, equipamentos foram
aperfeiçoados e novas técnicas laboratoriais foram desenvolvidas (BABOR et al., 1974;
VANIN, 2005).
A filosofia de Aristóteles fundiu-se com o conhecimento egípcio e posteriormente foi
ampliada pelos árabes após a conquista dos egípcios no ano 640 d. C. (BABOR et al., 1974;
MELLOR, 1955). O mais importante alquimista árabe foi Abu Moussah Diafar al Sofi Geber,
conhecido por Geber. Responsável por adicionar o mercúrio e o enxofre aos quatro elementos
de Aristóteles (CHASSOT, 2004; MELLOR, 1955). Sem dúvidas, o conhecimento adquirido
a partir das fontes Greco-egípcias, aliados a prática inerente aos árabes difundiu-se
paulatinamente por toda Europa (MELLOR, 1955). Nos séculos XII e XIII, surgiram as
primeiras traduções dos trabalhos árabes, especialmente na Espanha, e dessa forma, o
alquimismo elevou-se a uma posição de considerável importância. Dentre os principais nomes
desse período, destacam-se San Alberto Magno (1206 – 1280), considerado o Aristóteles da
Idade Média (BABOR et al., 1974), que preparou a potassa cáustica e descreveu o método
34
para se obter arsênico puro, cujo mérito do descobrimento lhe é concedido; Roger Bacon
(1214 – 1292), opositor de Aristóteles, considerado o difusor da pólvora no Ocidente,
Raymond Lully (1235 – 1315), descobridor do método de fabricação do álcool puro e Arnold
Vilanova (1232 – 1316), médico alquimista (BABOR et al., 1974), ao qual se atribuiu o
descobrimento das propriedades anti-sépticas e conservantes do álcool (aquavitae), bem como
publicação do texto De conservanda invetute et retardanda senectte7 (CHASSOT, 2004;
MELLOR, 1955; STRATHERN, 2002).
Após Magno, Bacon, Lully e Vilanova, a alquimia vivenciou um período, no qual
parte dos alquimistas concentrou suas atenções para o desenvolvimento do Elixir da Longa
Vida. Dentre os alquimistas dessa época, destaca-se a Figura de Paracelso8, cujo verdadeiro
nome era Theophrastus Bombastus von Hohenheim (1490 - 1541); principal ícone desse
segmento da alquimia, conhecido por iatroquímica (STRATHERN, 2002 ;TRINDADE et al.,
1989; VANIN, 2005). Entre erros e acertos, Paracelso não somente aplicou a alquimia à
medicina, como também demonstrou o efeito curativo de várias substâncias, afora direcionar
o pensamento alquimista para fins mais concretos, muito além da Pedra Filosofal (MELLOR,
1955; VANIN, 2005). Partidário da doutrina dos quatro elementos, Paracelso acreditava que
eles se manifestavam no corpo humano regidos pelos dois princípios anteriormente citados
(enxofre e mercúrio) conjugados a um terceiro princípio, o sal. A esses três princípios
filosóficos, denominou-se tria prima, cujo enxofre representava a cor e combustibilidade; o
sal significava a resistência ou incombustibilidade, enquanto o mercúrio (caráter metálico) era
o responsável pelo brilho e dureza da matéria. Por sua vez, as doenças eram o produto dos
desequilíbrios da tria prima no corpo humano (NEVES et al., 2008; TRINDADE et al.,
1989).
Paracelso foi pioneiro no emprego de medicamentos a base de ópio e substâncias a
base de ferro, enxofre, arsênico e cobre na cura de várias enfermidades, além de ter
empregado a mercúrioterapia no tratamento da sífilis9 (GLEISER, 2008; MELLOR, 1955).
Antes da iatroquímica, os remédios restringiam-se apenas às substâncias extraídas de plantas e
animais, pois não se concebia até então que ferro, enxofre e zinco pudessem debelar doenças.
Várias substâncias empregadas por Paracelso, ainda fazem parte do receituário médico de
nosso cotidiano, como por exemplo, o ferro; como antianêmico e o enxofre; como
7
Tradução: Sobre a conservação da juventude e o retardar da velhice.
8
Paracelso significa “além de” ou “maior que” Celso. Enciclopedista romano cujos escritos, do primeiro século da era cristã,
formavam a base da medicina da época, mesmo passados quinze séculos (GLEISER, 2008).
9
Na época dos grandes descobrimentos, a sífilis atingiu proporções devastadoras na Europa. Porém, não se sabe se ela foi
proveniente das Américas, do Oriente ou se somente então foi reconhecida como doença (GLEISER, 2008 p. 73).
35
antimicótico (VANIN, 2005). Foi também o autor da primeira monografia10 sobre as doenças
ocupacionais que acometiam os mineiros e operários das fundições, a qual foi publicada
postumamente, em 1567 (LING et al., 2005).
Muitas das concepções de Paracelso traziam em si as superstições e os misticismos
da alquimia, contudo seus sucessores discerniram em parte o misticismo do
experimentalismo, com destaque especial para Andreas Libavius (1540 – 1616), que em 1597
publicou o primeiro livro-texto de “química”, intitulado Alchemia (NEVES et al., 2008) e
Johann Baptista van Helmont (1577 – 1644), que fundamentado em experimentos
quantitativos com um pé de salgueiro11, não somente abandonou os princípios de Paracelso,
como também rejeitou os quatro elementos de Aristóteles e resgatou o pensamento de Tales
(STRATHERN, 2002). Van Helmont foi o primeiro alquimista a inteirar-se que muitas
reações químicas geravam gases e seus estudos nessa área influenciaram os trabalhos de
Robert Boyle (TRINDADE et al., 1989). Helmont, por exemplo, descobriu que o spiritus
sylvester12 (dióxido de carbono – CO2), substância formada durante a combustão dos vegetais
possuía as mesmas propriedades daquela originada no processo de fermentação do vinho, e
atribui-lhe o termo “gás”, a partir da pronúncia flamenga da palavra grega – chaos
(BALCHIN, 2009; MELLOR, 1955; TRINDADE et al., 1989).
10
Título original: On the miner’s sickness and other diseases of miners.
11
Segundo Balchin (2009), Helmont cultivou um pé de salgueiro que ficou protegido contra poeira e foi regado diariamente,
por cinco anos. Após esse período, ele retirou a planta do vaso e mediu sua massa, comparou-a com a massa inicial do
vegetal e chegou a conclusão de que toda a folhagem da árvore consistia inteiramente de água, e que esta fora
espontaneamente convertida pela árvore em sua própria substância.
12
Tradução: espírito da mata.
13
De rerum natura.
14
Newton estendeu às reações químicas as idéias desenvolvidas na mecânica e na ótica. Admitiu que as forças de atração ou
afinidades, que existem entre as partículas microscópicas de matéria como entre os planetas e os astros, são causa do referido
comportamento. A intensidade maior ou menor da força de atração entre duas categorias de partículas depende da propensão
maior ou menor que essas partículas têm de se unir entre si. A versão newtoniana da teoria das afinidades foi desenvolvida
por Geoffroy que idealizou uma tabela de afinidades para diferentes substâncias até então conhecidas (ROSMORDUC,
1988).
36
15
Tradução: O Químico Cético.
37
gases seriam dotados por diminutas partículas envolvidas por um enorme espaço vazio, razão
pela qual poderiam ser reduzidas a volumes menores (HAVEN, 2008). Destarte, com uma
visão experimental privilegiada, Robert Boyle acreditava que a natureza não se resumia nos
quatro elementos de Aristóteles e na tria prima de Paracelso, e a melhor forma de
identificar tais elementos era por meio da experimentação (VANIN, 2005).
[...] Segundo a definição de Boyle, um elemento era uma substância que não podia
ser decomposta em substâncias ainda mais primárias. Isso significa que, quando se
constatava que uma substância era um elemento, essa podia ser apenas uma situação
provisória. Era sempre possível que alguma outra pessoa encontrasse uma maneira
de decompor ainda mais a substância. Isso deixou Boyle em uma situação anômala.
Embora tivesse definido elemento, não sabia de fato o que era um. Ironicamente, era
perfeitamente possível que, com o aperfeiçoamento das técnicas químicas, todas as
substâncias até aquele ponto consideradas indivisíveis acabassem por ser
decompostas em apenas quatro elementos – muito semelhantes a terra, ar, fogo e
água [de Aristóteles]! (STRATHERN, 2002, p. 155).
O fogo sempre exerceu fascínio sobre o homem e a combustão sempre foi alvo da
especulação humana. Basta recordar que Heráclito, afirmara que o fogo era o princípio
subjacente a todas as substâncias e mudanças da matéria (GLEISER, 2008). Filósofos
anteriores acreditavam que o fogo estava presente em todas as substâncias inflamáveis,
visto que ele era um dos quatro elementos de Aristóteles (STRATHERN, 2002).
Nessa linha de raciocínio surgiu a teoria do flogisto que perdurou por boa parte
do século XVIII. Essa teoria teve suas origens nos ensinamentos do alquimista Johann
Joachim Becher (1635-1682) em oposição aos pensamentos de Paracelso, o qual
38
16
Do ponto de vista mineralógico as terras eram na verdade os nossos óxidos (TOLENTINO et al., 1997).
39
17
Trindade e Pugliesi (1989 p. 251) relatam que Robert Boyle e John Mayow (1641 – 1679) já haviam observado que os
metais quando calcinados ganhavam massa. Boyle atribuiu isso a incorporação de partículas de fogo pelos metais e por sua
vez Mayow denfendia que na calcinação os metais absorviam partículas nitro-aéreas.
40
Figura 2.4: Lista original das substâncias simples (“elementos”) segundo Lavoisier em 1789
Fonte: Trindade et al. (1989, p. 254).
18
Tradução: Tratado Elementar de Química.
41
acerca dos processos de combustão, e dessa forma contribui efetivamente para a derrocada da
teoria do flogisto (BALCHIN, 2009; NEVES et al., 2008). Além disso, Antoine Lavoisier
desenvolveu um sistema de nomenclatura química, como também apresentou uma lista de
substâncias que não poderiam ser subdivididas em frações menores (Figura 2.4), ordenadas
em quatro categorias distintas, a saber: a) substâncias simples que pertenciam aos três reinos e
que eram consideradas como elementos dos corpos: calórico, luz, oxigênio, azoto e
hidrogênio; b) substâncias simples não-metálicas oxidáveis e acidificáveis: enxofre, fósforo,
carbono, radical muriático, radical fluórico e radical borácico; c) substâncias simples
metálicas oxidáveis e acidificáveis; antimônio, arsênio, prata, bismuto, cobalto, cobre,
estanho, ferro, manganês, mercúrio, molibdênio, níquel, ouro, platina, chumbo, tungstênio; d)
substâncias simples salificáveis e terrosas: cal, magnésia, barita, alumina e sílica (SCERRI,
2007; TOLENTINO et al., 1997; TRINDADE et al., 1989).
Algumas substâncias listadas na Figura 2.4 foram posteriormente classificadas como
elementos químicos, outras como, por exemplo, a luz e o calórico, obviamente, foram
desconsiderados como tal. O rápido desenvolvimento de técnicas de separação e
caracterização das substâncias químicas permitiu a revisão da tabela proposta por Lavoisier.
Um bom exemplo dessa evolução foram os resultados obtidos por Humphry Davy (1778 –
1829) que descobriu em 1807, os elementos potássio e sódio ao aplicar eletricidade à potassa
e à soda (HAVEN, 2008). Substâncias que na época possuíam grande importância comercial,
na produção de vidro, sabão e pólvora e haviam resistido a todas as tentativas de
decomposição anteriores (TRINDADE et al., 1989; STRATHERN, 2002) e que foram
consideradas ainda como átomos por John Dalton até o início do século XIX (BRYSON,
2005; HAVEN, 2008; STRATHERN, 2002), conforme será visto mais adiante.
As teorias de Antoine Lavoisier eram suportadas por medições experimentais e seus
resultados eram facilmente reproduzidos por outros cientistas. Nos experimentos de
aquecimento19 e combustão, ele deu especial atenção à massa dos reagentes nas reações
químicas e nos produtos resultantes, ao constatar que a massa do produto da combustão era
sempre igual à massa dos reagentes: “porque nada se cria, nem nas operações da arte nem nas
da natureza e pode-se estabelecer, em princípio que, em toda operação há uma quantidade
igual de matéria antes e depois da operação [...]” (NEVES et al., 2008, p. 55), o que se resume
no princípio de conservação da matéria.
19
Antoine Lavoisier atingiu temperaturas próximas a 1700 ºC usando a luz solar. Temperaturas mais altas do que as obtidas
por qualquer um naquela época. Hoje, por exemplo, uma das fornalhas solares mais potentes em uso atualmente se encontra
em Sandia, Novo México, onde temperaturas próximas a 1700 ºC são obtidas (HINRICHS et al., 2003).
42
Mais que uma releitura do epicurismo, Dalton fez importantes asserções, que
possibilitaram o entendimento do que então era conhecido sobre a estequiometria das reações
químicas (NEVES et al., 2008). Embora não tenha sido um grande experimentador, as
contribuições de John Dalton para a compreensão atômica foram substanciais, pois suas
teorias inspiradas, especialmente, em Robert Boyle20, Antoine Lavoisier21 e Joseph Louis
Proust22 (1754 – 1826) proporcionaram à química uma estrutura lógica e racional,
desvinculada dos misticismos inerentes a alquimia e a teoria do flogisto que ainda se faziam
presentes (COTTON et al., 1968; GLEISER, 2008; HAVEN, 2008).
Dalton publicou, em 1808, a primeira parte do livro A new system of chemical
philosophy23 e a segunda em 1810 (POLO, 2000). Nessa publicação, John Dalton apresentou
a lei das proporções múltiplas e relacionou vinte átomos e as suas respectivas massas
20
Lei de Boyle.
21
Lei de Lavoisier ou lei da conservação da massa.
22
Em 1797, Joseph Louis Proust descobriu a partir da massa das substâncias, que os elementos sempre se combinam em
proporções definidas segundo suas respectivas massas, ou seja, as massas dos reagentes e as massas dos produtos que
participam da reação obedecem sempre a uma proporção constante, a qual corroborava com a Lei de Lavoisier. As
constatações de Proust foram generalizadas como a lei de proporções definidas ou Lei de Proust, a qual serviu como
evidência ao atomismo.
23
Tradução: Um novo sistema de filosofia da química
43
atômicas (Figura 2.5). Nessa obra, além de sistematizar seus pressupostos, ele propôs uma
simbologia para os átomos até então conhecidos24, representando-os por pequenos círculos,
pontos, traços e letras dispostos no interior desses círculos (NEVES et al., 2008; TRINDADE
et al., 1989).
Figura 2.5: Notação (pictogramas) usada por Dalton para representação dos átomos, publicadas em seu livro Um
Novo sistema filosófico da química.
Fonte: Adaptado de Neves et al. (2008. p. 63), Trindade et al. (1989, p. 256) e Gleiser (2008, p. 111)
24
Posteriormente verificou-se que alguns átomos considerados por Dalton como tal, não eram átomos.
44
25
Neves e Farias (2008) e Bryson (2005) registram que Berzelius adotou um notação sobrescrita para representar o número de
átomos presentes em um composto, tal como Cu2O e H2O, posteriormente essa notação foi modificada para Cu2O e H2O.
45
massas atômicas mais exatas que John Dalton (STRATHERN, 2002). Conforme mencionado,
as massas obtidas por Dalton foram estimadas com base na combinação do hidrogênio com
outros átomos. No entanto, o fato desse elemento formar um número limitado de compostos
binários e a proporcionalidade dos elementos em alguns compostos não ser exatamente
conhecida26 introduziram erros nas massas estimadas por John Dalton (BRYSON, 2005).
Simbologia de
H N O
Berzelius
Pictograma de
Dalton
Massas de
1 5 7
Dalton (1810)
Massas
1,0 14,0 16,0
em1872
Massas da
1,0079 14,007 15,999
IUPAC (2010)
Figura 2.6: Comparação entre algumas massas atômicas de Dalton e os valores já conhecidos em 1872
Dessa forma, Berzelius, em 1830, atribuiu o valor 100 para o oxigênio e o adotou
como um novo padrão na elaboração de uma nova tabela de massas atômicas, contudo esse
valor fez com que a massa dos elementos ficasse relativamente grande, logo não foi muito
bem aceito. Jean Servais Stas (1813-1891), em trabalhos feitos cuidadosamente a partir de
1850, assumiu o valor 16 para o oxigênio e recalculou os valores das massas atômicas
(MELLOR, 1955; PAULING, 1967). É importante observar na Figura 2.6 as diferenças entre
as massas de Dalton e aquelas de 1858 e a proximidade dessas últimas com os valores
atualmente orientados pela IUPAC.
Afora Berzelius e Stas, outros cientistas apresentaram especial interesse na
determinação das massas dos elementos. Nessa linha, destacam-se os trabalhos de Charles
Gerhardt (1816 – 1856) que assumiu que os gases eram compostos por moléculas diatômicas
26
Dalton desconhecia o número de átomos de hidrogênio e oxigênio presentes em uma molécula de água. Supôs,
por simplicidade, que a reação entre esses elementos era de 1:1, e concluiu, erroneamente, que o átomo de
oxigênio possuia cerca de sete vezes mais massa que o átomo de hidrogênio.
46
e corrigiu alguns valores das massas disponíveis que estavam duplicados. Pierre Louis Dulong
(1826 – 1919) e Alex Thérèse Pettit (1791 – 1820) que descobriram que o calor específico dos
elementos sólidos quando multiplicados por suas respectivas massas atômicas fornecia uma
constante (SCERRI, 2007) e principalmente Stanislau Cannizarro, que participou do
congresso de Karlsruhe27, em 1860, na Alemanha, onde teve a oportunidade de apresentar,
baseado na hipótese de Amedeo Avogadro28, uma definição clara acerca dos pesos atômicos
(massas atômicas), bem como importância da tabela de massas de Gerhardt, com ligeiras
modificações (POLO, 2000; TOLENTINO et al., 1997). Tempos depois, vários cientistas,
dentre eles, William Oding, Julius Lothar Meyer e Dmitri Ivanovitch Mendeleev participantes
do congresso de Karlsruhe (1860), aceitaram o peso atômico29 como uma característica
inerente a cada átomo e que as propriedades desses átomos seriam função do mesmo
(SCERRI, 2007; TOLENTINO et al., 1997). Com a descoberta de outros elementos,
identificação, separação e determinação de suas abundâncias isotópicas Theodore William
Richards (1868 - 1918) foi capaz de determinar ainda com maior exatidão o peso atômico dos
elementos químicos, trabalho esse reconhecido com o Prêmio Nobel de 1914 (SCERRI,
2007), já no século XX.
27
Segundo Tolentino e colaboradores (1997) e Polo (2000), o congresso de Karlsruhe foi o evento científico mais importante
da segunda metade do século XIX. Trata-se do primeiro congresso científico internacional da área de Química, com a
participação de 140 químicos de vários países. Dentre os principais objetivos do congresso estava a discussão acerca da
padronização das massas atômicas.
28
As idéias de Amadeo Avogadro, no início do século XIX, foram consideradas inapropriadas, pois com os conceitos da
época era impossível aceitar que dois átomos de hidrogênio poderiam combinar entre si para produzir uma molécula de
hidrogênio, uma vez que imaginava-se que os elementos reagiam por afinidade entre elementos distintos.
29
Entenda-se como massa atômica
47
Figura 2.7: Analogia entre as Tríades propostas de Döbreiner e a Tabela Periódica atual
Fonte: Elaborado pelo autor
Em 1843, vinte e seis anos antes de Mendeleev publicar seu influente sistema,
Leopold Gmelin (1788– 1853), fundamentado nos resultados de Döbereiner e calcado em
outros valores de pesos atômicos que não estavam disponíveis para seu predecessor não
somente propôs novas tríades, como também sugeriu essa denominação para esse conjunto de
três elementos. Enquanto Döbereiner não foi capaz de estabelecer o relacionamento entre
tríades que envolviam outros metais alcalinos terrosos, Gmelin distinguiu a relação entre
magnésio, bário e cálcio, ampliando assim esse e outros conjuntos de elementos (SCERRI,
2007). Embora Gmelin não tenha obtido êxito na ordenação dos elementos de transição, a
partir das quatro tríades desconexas de Döbereiner, ele desenvolveu um sistema em formato
de “V” dotado por cinqüenta e três elementos ordenados segundo a ordem crescente de seus
números atômicos (Figura 2.8).
O N H
F Cl Br I Na K Li
S Se Te Mg Ca Sr Ba
P As Sb Be Ce La
C B Bi Zr Th Al
Ti Ta W Sn Cd Zn
Mo V Cr U Mn Ni Fe
Bi Pb Ag Hg Cu
Os Ir Rh Pt Pd Au
Figura 2.8: Sistema em “V” proposto por Leopold Gmelin para ordenação dos elementos em 1843.
Fonte: Adptado de Scerri (2007 p. 45).
Para chamar a atenção do trabalho de Leopold Gmelin, Scerri (2007) propôs uma
reestruturação da Figura 2.8, por meio do deslocamento da extremidade esquerda do “V” para
baixo, conforme ilustrado na Figura 2.9, a seguir.
49
O N H
F Cl Br I
S Se Te
P As Sb
C B Bi
Ti Ta W
Mo V Cr U Mn Ni Fe
Bi Pb Ag Hg Cu
Os Ir Rh Pt Pd Au
Sn Cd Zn
Zr Th Al
Be Ce La
Mg Ca Sr Ba
Li Na K
A remoção do boro (B), bismuto (Bi) e dos elementos centrais e a rotação do sistema
“V” em 90° não compromete a ordenação proposta por Gmelin (Figura 2.10). Nesse arranjo,
percebe-se o claro posicionamento de vários elementos representativos em seus respectivos
grupos.
1 2 14 15 16 17
Li C F
Na Mg P S Cl
K Ca As Se Br
Sr Sb Te I
Ba
Figura 2.10: Analogia entre o sistema proposto por Leopold Gmelin e a Tabela Periódica atual
Fonte: Adptado de Scerri (2007, p. 47)
Tanto o sistema de Döbereiner (Figura 2.7) como o de Gmelin (Figura 2.8) não são
propriamente considerados como periódicos, pois não retratam de modo explícito a
periodicidade, contudo o posicionamento das tríades de Leopold Gmelin significou um
avanço na ordenação dos elementos baseado no crescimento do peso atômico.
50
Em 1862, cerca de trinta anos após Döbereiner propor as tríades, Alexander Emile
Béguyer De Chancourtois (1820 – 1886) desenhou um gráfico em formato helicoidal (espiral)
sobre um cilindro metálico.
30
Segundo Scerri (2007) e Sprosen (1969) apud Tolentino et al. (1997) existem duas hipóteses para a escolha dessa
denominação. A primeira delas seria pelo fato do elemento telúrio estar situado no centro do arranjo desenvolvido por Emile
De Chancourtois, já a segunda seria uma analogia a tellos, terra em grego, e como geólogo ele estaria voltado para classificar
os elementos da terra.
31
Tradução: As propriedades dos elementos são as propriedades dos números.
52
que foram ordenados em ordem crescente dos pesos atômicos recomendados por Cannizzaro32
(SCERRI, 2007). O sistema proposto (Figura 2.12) já contemplava elementos bastante
familiares, tais como flúor, cloro, bromo e iodo; cálcio, bário e estrôncio; nitrogênio, fósforo,
arsênio e bismuto; oxigênio, enxofre, selênio e telúrio dispostos em linhas horizontais, que
hoje equivalem aos grupos da tabela atual (SCERRI, 2007; TOLENTINO et al., 1997;
TRINDADE et al., 1989). Além disso, a ordenação de Odling agrupava cinqüenta e sete
elementos dos até então sessenta conhecidos e apresentava lacunas (“) para um futuro
preenchimento desses espaços com novos elementos.
Outro modelo de Tabela foi proposto em 1865 por John Alexander Reina Newlands
(1837 - 1898), que por analogia as notas musicais (dó, ré, mi, fá, sol, lá, si) sugeriu que os
elementos, poderiam ser agrupados em linhas verticais de sete elementos, na ordem crescente
de suas massas atômicas, assumindo a similaridade entre os elementos ao longo dessas linhas
horizontais. Segundo ele, o oitavo elemento a ser iniciado na coluna seguinte seria uma
espécie de repetição do primeiro, como as oitavas de um piano – Lei das Oitavas33
(BRYSON, 2005, PAULING, 1967; STRATHERN, 2002).
Figura 2.13: Tabela de Newlands ilustrando a lei das oitavas apresentada à Chemical Society em 1866
Nº Nº Nº Nº Nº Nº Nº Nº
H 1 F 8 Cl 15 Co/Ni 22 Br 29 Pd 36 I 42 Pt/Ir 50
Li 2 Na 9 K 16 Cu 23 Rb 30 Ag 37 Cs 44 Os 51
G Mg 10 Ca 17 Zn 24 Sr 31 Cd 38 Ba/V 45 Hg 52
Bo 4 Al 11 Cr 19 Y 25 Ce/La 32 U 39 Ta 46 Tl 53
C 5 Si 12 Ti 18 In 26 Zr 33 Sn 40 W 47 Pb 54
N 6 P 23 Mn 20 As 27 Di/Mo 34 Sb 41 Nb 48 Bi 55
O 7 S 14 Fe 21 Se 28 Ro/Ru 35 Te 43 Au 49 Th 56
Observa-se a inclusão de símbolos não convencionais do ponto de vista contemporâneo, saber: G para o glicínio, posteriormente chamado de
berílio; Bo para o boro; Di para o dídimio, o qual mais tarde mostrou-se ser uma mistura de terras raras; e Ro para o rhodio.
Na Figura 2.13 observa-se que o sódio figurava ao lado potássio. Já o glicínio (G)
estava ao lado do magnésio (Mg) e esse ao lado do cálcio (Ca). Por sua vez o boro estava ao
32
Semelhante a Lothar Meyer e Dmitri Mendeleev (TOLENTINO et al., 1997, p. 105, 107), William Odling participou do
congresso de Karlsruhe (1860), onde defendeu a importância da adoção de um único sistema de massas atômicas e após o
congresso, Odling tornou-se obstinado pelas idéias de Cannizzaro (SCERRI, 2007, p. 82).
33
Segundo Scerri (2007), a tabela de Odling antecedeu a versão final das Oitavas de Newlands, apresentada a London
Chemical Society em 1865.
54
lado do alumínio. O flúor (F), cloro (Cl), bromo (Br) e iodo (I) posicionados na mesma linha
horizontal (STRATHERN, 2002). Lamentavelmente, as idéias de Newlands estavam a frente
do seu tempo, o que fez com que a Lei das Oitavas fosse menosprezada por seus
contemporâneos, principalmente por ser análoga a escala de notas musicais, e dessa forma a
Chemical Society of London recusou-se a publicá-la no Journal of the Chemical Society34
(STRATHERN, 2002; BRYSON, 2005; GLEISER, 2008)
A Lei das Oitavas possuía limitações, pois não previa elementos futuros. Alguns
elementos, principalmente aqueles de maior massa, não enquadravam suas propriedades na
sequência estabelecida por Newlands (STRATHERN, 2002), como por exemplo, os metais
cobalto (Co) e níquel (Ni) intercalados entre cloro (Cl) e bromo (Br) (TOLENTINO et al.,
1997). Posteriormente percebeu-se que parte desse problema era devido à incorreção dos
pesos atômicos disponíveis na época (STRATHERN, 2002).
34
Em 1887, John Newlands obteve o reconhecimento do seu trabalho e recebeu a Medalha Dave pela Royal Society.
55
É notório que os trabalhos desenvolvidos por William Odling e Lothar Meyer eram
muito semelhantes à proposta de Dmitri Mendeleev (SCERRI, 2007; TOLENTINO et al.,
1997), que desenvolveu o sistema, que se tornou o pilar da classificação periódica atual. Em
57
1869, Mendeleev (1834 – 1907) ordenou os elementos em ordem crescente de seus pesos
atômicos e os distribuiu em oito colunas verticais e doze linhas horizontais (QUAM; QUAM,
1934). Esse arranjo, na versão manuscrita e impressa, pode ser observado na Figura 2.17, a
seguir:
a) b)
Figura 2.17: Primeira Tabela desenvolvida por Mendeleev, em 1869. a) versão manuscrita; b) versão impressa
Fonte: Reproduzido respectivamente de Gleiser (2008, p. 137) e Strathern (2002, p. 247).
Em 1871, Mendeleev publicou uma nova tabela e as lacunas observadas nesse novo
arranjo (Figura 2.18) denotam todos os elementos que ele julgava existir, mas que ainda não
havia sido descobertos. Cabe destacar que esse conceito também havia sido utilizado por
Lothar Meyer (Figura 2.14).
58
Com base nessa tabela Mendeleev previu com exatidão as propriedades dos
elementos do germânio (eka-silício), semelhante a Meyer e do gálio (eka-alumínio), até então
desconhecidos (TRINDADE et al., 1989). As fórmulas genéricas apresentadas no topo de
cada coluna da tabela representada na Figura 2.18 referem-se aos compostos formados pelos
elementos químicos constantes em cada coluna (BELTRAN et al., 1991). Por meio desse
sistema, ele demonstrou o valor da Tabela Periódica na sistematização do conhecimento
químico (BRYSON, 2005; GLEISER, 2008), como também na previsão do comportamento
químicos de novos elementos.
Em 1879, Mendeleev apresentou uma terceira versão para classificação periódica
(Figura 2.19), que era muito mais semelhante a Tabela Periódica atual. Nela estavam
contemplados os elementos descobertos após 1871, ano da publicação da sua segunda versão
(SCERRI, 2007; TOLENTINO et al., 1997).
59
Hoje o sistema de numeração dos grupos recomendado pela IUPAC é feito por meio
de algarismos arábicos de 1 até 18, começando a numeração da esquerda para a direita. Dessa
forma, os sistemas de numeração dos grupos, que empregam algarismos romanos, algarismos
arábicos associados às letras “A” e “B” são considerados obsoletos, desde 1988 (FLUKE,
1988), os quais consistem em uma herança de uma das tabelas propostas por Mendeleev
(TOLENTINO et al., 1997).
Tanto Meyer como Mendeleev avançaram mais que seus predecessores. Ambos
participaram do congresso de Karlsruhe juntamente com Odling e foram fortemente
influenciados pelas idéias de Cannizzaro (TOLENTINO et al., 1997). Trabalhando
independentemente, ambos descobriram a lei periódica (SCERRI, 2007). Lothar Meyer
propôs sua primeira tabela em 1864, que por seu turno foi capaz de demonstrar graficamente
o periodismo em função dos pesos atômicos (SCERRI, 2007; TRINDADE et al., 1989) e
apresentou uma segunda versão, expandida, apenas em 1872. Um ano antes, Mendeleev
publicou os resultados de suas pesquisas e, em 1871, lançou uma nova versão da sua tabela
(Figura 2.19) e chegou a um grau de exatidão que todos os seus contemporâneos não
alcançaram (BELTRAN et al., 1991). Talvez por isso a tabela periódica ficou quase que
exclusivamente ligada a sua imagem (TOLENTINO et al., 1997).
apenas coadjuvantes e que mereciam a mesma importância até então concedida aos pesos
atômicos (TOLENTINO et al., 1997).
Nessa linha, em 1913, Henry Moseley (1887 – 1915), ao estudar a emissão de raios-
X por átomos de diferentes elementos bombardeados por um feixe de elétrons acelerados por
forte campo elétrico, verificou que a radiação X emitida era inerente a cada elemento, quando
examinadas determinadas raias do espectro descontínuo dessa radiação (MOSELEY, 1913;
QUADBECK-SEEGER, 2007; TOLENTINO et al., 1997).
Antes de Seaborg
Terras raras
Pós Seaborg
Lantanídeos
Actnídeeos
Seaborg foi responsável por modificar o leiaute da Tabela Periódica (Figura 2.22)
(SCERRI, 2007). Nesse arranjo, os novos elementos apareciam como parte de uma série
iniciada pelo actínio e, por isso, foi chamada de série dos actinídeos, abaixo da série dos
lantanídeos.
Haja vista as discussões feitas acerca da evolução da Química como ciência (KUHN,
2007), a evolução do conceito de elemento químico e a caracterização dos elementos foi
possível constatar que a Tabela Periódica não surgiu de forma estanque, mas sim de modo
paulatino ao longo da evolução do homem e da própria ciência e graças ao acerbo trabalho de
cientistas como Boyle (1661); Lavoisier (1769), Dalton (1803), Avogadro (1811), Döbereiner
(1829), Cannizzaro (1860); Chancourtouis (1862); Newlands (1865), Mendeleev (1869),
Moseley (1912) dentre outros, que atualmente a Tabela Periódica pode ser considerada uma
das referências mais importantes da química.
Sem dúvida, os primeiros passos para a descoberta dos elementos que hoje estão
presentes na Tabela periódica foi dado pelo então alquimista Robert Boyle, ao questionar a
tria prima de Paracelso e os quatro elementos de Aristóteles. Felizmente, as idéias de Boyle
frutificaram-se cem anos depois, por intermédio de Antoine Lavoisier, o qual não só
suplantou a teoria do flogisto como direcionou a química quantitativamente. As influências do
experimentalismo de Lavoisier na retomada do atomismo por Dalton, as idéias de Gay-Lussac
e Avogadro e o desenvolvimento de novas técnicas analíticas, aliadas a um conjunto de pesos
atômicos padronizados (Congresso de Karlsruhe), possibilitaram o desenvolvimento de um
sistema periódico que se aplica a todos os elementos até então conhecidos e até mesmo para
35
A Chemical Society of London foi fundada em 1841 e a American Chemical Society foi criada em 1877 (BRYSON, 2005).
65
aqueles que poderão ser descobertos (POLO, 2000; SCERRI, 2007; TOLENTINO et al.,
1997). Nessa perspectiva histórica, o Apêndice A: Tabela Periódica dos elementos segundo a
IUPAC
36
Algumas proposições de Tabelas Periódicas apresentadas por Quam e Quam (1934, 1934a, 1934b): Brauner's Table (1902);
Rydberg Table (1913); Periodic Chart by Quam (1934) Rang's Periodic Table (1893); Werner's Periodic Table (1905);
Courtines' Periodic Classification (1925); Bayley's Periodic System (1882); Adam's Periodic Chart (1911); Margary's
Periodic Table (1921); Stareck's Natural Periodic System (1932); Baumhauer's Spiral (1870); Erdmann's Spiral Table (1902);
Nodder's Periodic Table (1920); Partington's Periodic Arrangements of the Elements (1920); Janet's Helicodial Classification
(1929); Crookes' Periodic Table model (1898); Emerson's Helix (1911); Periodic Table by Harkins and Hall (1916);
Schaltenbrand's Periodic Table (1920); Rixon's Diagram of the Periodic Table (1933); Spring's Diagram (1881); Flavitzky's
Arrangement (1887); Stephenson's Statistical Periodic Table (1929); Friend's Periodic System (1927); Vogel (1918),
Stintzing (1916)Caswell (1929), dentre outros.
67
3 METODOLOGIA
do ensino de Química? d) O Microsoft Excel pode ser utilizado como um recurso didático
para o ensino da química na educação básica?
37
Na época da pesquisa no portal CAPES as disssertações estavam disponíveis até o ano de 2006.
70
apoio dirigidos ao ensino de Química no Brasil, tais como o PCNEM (BRASIL, 1999), o
PCN+ Ensino Médio (BRASIL, 2002) e as Orientações Curriculares para o Ensino Médio
(BRASIL, 2006). As informações obtidas na pesquisa documental (Fase 1 e Fase 2)
juntamente com outros livros, serviram de base para a redação do capítulo Revisão de
Literatura.
Concomitante à etapa de avaliação dos livros didáticos foi realizada a seleção e pré-
análise de noventa sites dedicados ao tema. Devido à diversidade de sites, coube nessa fase a
aplicação de dois critérios de exclusão, baseados, sobretudo na fidedignidade e na pertinência
das informações veiculadas por tais meios, escolhendo-se trinta sites para avaliação final, que
se encontram detalhados no Apêndice E: Relação dos trinta sites selecionados para avaliação.
Figuram nesse conjunto os sites da Merck, IUPAC, ACS (American Chemical Society)38,
NIST (National Institute of Standards and Technology)39 e da NASA (National Aeronautics
and Space Administration) dentre outros considerados pertinentes ao escopo da dissertação.
38
Tradução: Sociedade Americana de Química.
39
Tradução: Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia.
71
Ausência
Presença
Categoria Item, Tema ou Questão Avaliado
x Elementos e Toxicidade
x Uso genérico sem discussão
ECI: Eixo Contextualizador
x Elementos na Alimentação
x Elementos na Medicina
x Elementos na Saúde
x Elementos na Atmosfera
x Elementos no Corpo Humano
x Perigos e Riscos dos Elementos
x Contraponto nas propriedades
x Exercícios Contextualizados e ou Interdisciplinares
x Elementos e Mineralogia
HED: Histórico e
x
Desenvolvimento
Ano descoberta
x Cronologia da descoberta
x Descobridor
x Origem do nome
x Relação com fatos históricos
x Tabelas anteriores
Classificatória
x Propriedades Periódicas
Descritivas e
Informações
x Propriedades Físicas
ICD:
x Números de Oxidação
s
x Números Quânticos
x ConFigura ção eletrônica
40
A tabela original da IUPAC encontra-se no Apêndice A: Tabela Periódica dos elementos segundo a IUPAC
72
Resposta
Ausência
Presença
Categoria Item, Tema ou Questão Avaliado
LCA: Linguagem
Atualizada
Científica
pendrives, laptops e uma infinidade de programas (JUCÁ, 2006), que vão desde aqueles mais
complexos até o popular Microsoft Office Home and Student 2007, que é constituído pelo
processador de textos Word 2007, o editor de apresentações Power Point 2007 e a planilha
eletrônica Excel 2007 (MICROSOFT, 2009; AQUINO, 2007).
Sem dúvidas, uma infinidade de softwares poderia ser utilizada para o
desenvolvimento desse projeto. Optou-se pelo Microsoft Excel por quatro razões básicas,
descritas a seguir: i) Programa de fácil de utilização; ii) Treinamento gratuito oferecido pelo
site do fabricante; iii) Disponível nos laptops fornecidos pelo governo do estado do Rio de
Janeiro aos professores; iv) Programa, considerado de baixo custo41.
41
Atualmente é possível adquiri-lo (SUBMARINO, 2010) por R$ 199,00, o que confere ao usuário o direito de instalá-lo em
três computadores diferentes, ou seja, um investimento de R$ 66,33 por licença ou usuário.
74
Base de Dados
Secundária
(BDS1)
Base de Dados
Principal (BDP)
Secundária
Base de Dados
Telas da T Wanc®©
(BDS2)
relacionadas a temas
específicos
Base de Dados
(BDP X BDSn)
Secundária
(BDS3)
Base de Dados
Secundária
(BDSn)
42
Além das ferramentas gráficas, o programa inclui uma interface intuitiva, suportada por funções, agrupadas em dez
categorias, descritas a seguir: a) Funções de bancos de dados; b) Funções de data e hora; c) Funções de engenharia; d)
Funções financeiras; e) Funções de informações; f) Funções lógicas; g) Funções de pesquisa e referência; h) Funções de
matemática e trigonométrica; i) Funções estatísticas; j) Funções de texto. Essas funções consistem em fórmulas ou ações pré-
escritas que assumem um valor ou mais valores, executa uma operação e retorna um valor ou mais valores, as quais podem
ser utilizadas separadamente ou em conjunto.
75
recebeu um tratamento gráfico e visual associado ao assunto tratado, por meio dos recursos
gráficos43 e de formatação disponíveis no programa (MICROSOFT, 2009).
43
O Excel oferece suporte para criação de diversos tipos de gráficos, cuja finalidade é exibir dados de distintas maneiras, de
modo que essas informações sejam significativas para uma determinada aplicação. Ao se criar um gráfico no programa é
possível selecionar uma variedade de opções, como por exemplo, gráficos de colunas, linhas, pizza, barras, área, dispersão
dentre outras opções de gráficos e seus respectivos subtipos ou até mesmo a combinação de mais de um modelo de gráfico.
Esses recursos foram utilizados sistematicamente na criação da T Wanc.
76
Quadro 3.2: Questões para análise do discurso docente: aulas sobre tabela periódica
Freqüentemente
Pergunta
Descrição da Pergunta
Raramente
Às vezes
Sempre
Nunca
P8 Tem (Teve) dificuldades em abordar o conteúdo Tabela Periódica?
Após responder aos dois primeiros conjuntos de questões (Quadro 3.1 e Quadro 3.2)
os professores tiveram a oportunidade de assistir um vídeo e o funcionamento da T Wanc®©,
que posteriormente foi instalada em seus respectivos computadores, por sete dias, para que
pudessem avaliá-la de maneira mais aprofundada. Nessa etapa, embora a tabela estivesse
protegida por uma senha, que impedia a sua utilização além do período estabelecido, foi
recomendado aos professores que a planilha não fosse utilizada em aulas formais e tampouco
compartilhada com outros colegas ou alunos. Passado o período de testes, os professores
foram convidados a responder ao terceiro conjunto de perguntas (Quadro 3.3), fundamentadas
nos aspectos:
a) pedagógico-metodológico;
b) construção do conhecimento;
c) construção da cidadania e;
d) gráfico e visual.
77
Concordo Plenamente
Discordo Totalemnte
Pergunta
Descrição da Pergunta
Concordo
Discordo
Não sei
Percebo que a T Wanc®© está em consonância com conhecimentos
P 13
científicos atuais, veiculando informações e atualizadas.
Percebo que as informações da T Wanc®© são adequadas e não induzem a
P 14
aprendizagens equivocadas.
Percebo que a T Wanc®© incentiva o debate sobre as relações entre o
P 15
conhecimento popular e o conhecimento científico.
Percebo que a T Wanc®© incentiva a postura de conservação da saúde e
P 16
preservação dos recursos naturais.
Percebo que os conteúdos são propostos de modo contextualizado e são
P 17
relevantes para os alunos.
Percebo que os conteúdos são propostos de modo interdisciplinar e tem
P 18
conexão com o cotidiano dos alunos.
Percebo que o leiaute da T Wanc®© encoraja e desperta o interesse de sua
P 19
utilização.
P 20 Estou disposto a testar a T Wanc®© em minhas aulas de química
dimensões importantes de um fenômeno que se deseja destacar. Dessa forma, para tratamento
dos dados obtidos nas fases 5 e 7, foram criadas categorias para suportar a análise dos livros
didáticos e sites, bem como para avaliação do discurso docente (perfil do professor, aulas
sobre Tabela Periódica e avaliação da T Wanc®©).
Quadro 3.4: Detalhamento das categorias utilizadas na análise dos livros didáticos, sites e discurso docente.
Variável Categórica
• Análise do Discurso Docente: Aulas sobre Tabela Periódica
Ordinal
• Análise do Discurso Docente: Avaliação da T Wanc
(VCO)
Para tratamento das variáveis categóricas ordinais (VCO) (Quadro 3.5) utilizou-se a
escala de Likert (PEREIRA, 2004), de cinco pontos, considerando-se as questões
apresentadas no Quadro 3.2 e Quadro 3.3. A escala de Likert que foi utilizada fundamentou-se
em duas séries padrão de respostas (Quadro 3.4): a) Sempre, freqüentemente; às vezes,
raramente nunca e; b) Concordo plenamente; concordo; não sei; discordo; discordo
totalmente.
Com base nessa padronização, no próximo capítulo são consolidados e apresentados
os resultados das avaliações das fases 5 e 7, baseando-se em Miles e Huberman apud Pereira
(2004 p. 77) que por se tratar de uma pesquisa mista (CRESWELL, 2007 apud NOVIKOFF,
2007) orientam para que esse tipo de análise, seja calcada tanto por representações gráficas
quanto em narrativas. Dessa forma, os dados obtidos serão apresentados primariamente por
meio de gráficos de barras (BASTOS et al., 2006; PEREIRA, 2004) e com um breve relato,
incluindo uma descrição um pouco mais detalhada de uma das situações de ensino-
aprendizagem na perspectiva crítica (progressista) proporcionada pela T Wanc®©, que
corresponde a fase 6 da pesquisa.
80
4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO
DOS RESULTADOS
IUPAC (FLUKE, 1988; IUPAC, 2007), no que se refere à estruturação dos grupos, ou seja, os
livros não adotam a linguagem científica padronizada (Gráfico 4.1 – Linguagem Descritivas
Científica). Em sua maioria, a abordagem dos grupos ainda é feita pela antiga recomendação
da IUPAC. Não há orientações que a divisão em blocos A e B encontram-se em desuso, desde
1985 (FLUKE, 1988). Parte dos livros analisados ainda mantêm a classificação da Sociedade
Americana de Química (ACS) para as famílias IA até VIIIA e para famílias IB até VIIIB, sem
qualquer menção a esse tipo de classificação (SCERRI, 2007).
Os autores fazem uso da antiga classificação da IUPAC para explicar que o número
de cada família do grupo A corresponde ao número de elétrons presentes no último nível de
energia do elemento. Por exemplo, o lítio (Li, família 1A) possui apenas um elétron no seu
último nível de energia (Gráfico 4.1 – Informações Descritivas e Classificatórias). Essa
situação é explicada pelo fato de que os elementos representativos seguem as regras da
periodicidade e esse conteúdo ainda é bastante exigido nos vestibulares (BELTRAN et al.,
1991; ZANON, 2008).
Gráfico 4.2: Resultado da avaliação do eixo contextualizador e interdisciplinar dos seis livros
Fonte: Elaborado pelo autor
Os ametais são classificados como uma classe de elementos que não apresentam
brilho característico. Contudo, nem todos os livros citam como exceção o iodo e o carbono, na
forma de diamante, que apresentam brilho característico e não conduzem bem o calor e a
83
eletricidade, mas que o carbono sob a forma de grafite (alótropo do carbono) é um bom
condutor de eletricidade e também empregado como lubrificante (KOTZ et al., 1998;
MASTERTON et al., 1989).
Percebeu-se um claro favorecimento dos elementos representativos em detrimento
aos demais elementos. Contudo, as substâncias nas mais diversas formas, em nosso cotidiano
não se constituem apenas de elementos representativos, mas também elementos de transição e
transição interna (SHEREVE et al., 2008). Na maioria das situações propostas praticamente
não se discute o porquê da utilização de um determinado elemento químico em uma aplicação
ou as conseqüências do seu uso inadequado, como por exemplo: a) o processo de
eutrofização, causado por nutrientes a base dos elementos nitrogênio (N); fósforo (P) e
potássio (K) quando utilizados indiscriminadamente na agricultura (BAIRD, 2002; BRAGA
et al., 2005; BRANCO, 2004; ODUM, 1988); b) o porquê da importância de uma alimentação
rica em cálcio para pessoas acima de 50 anos e quais são os alimentos mais ricos nesse
elemento, ou seja, os elementos necessários a uma vida saudável (WHITNEY et al., 2008) e,
c) elementos de transição e sua importância na indústria siderúrgica (SOUZA, 1989), na
pigmentação de tintas e outros materiais (SHEREVE et al., 2008); d) aspecto toxicológicos
dos elementos (OIT, 200X), dentre tantos outros temas possíveis (Gráfico 4.1 – Eixo
Contextualizador e Interdisciplinar e Gráfico 4.2).
Outra situação que merece destaque é a representação alarmante que alguns autores
apregoam a alguns elementos químicos, como por exemplo, o mercúrio (Hg) e o chumbo (Pb)
em relação as suas conseqüências desastrosas no meio ambiente, sem sequer referenciar que
esses elementos também possuem importância na sociedade, na utilização em medidores de
pressão arterial e termômetros, no caso do mercúrio e; em baterias e na radiologia como meio
de proteção no caso do chumbo. Na verdade, os elementos químicos precisam ser
representados sob o aspecto positivo e negativo, pois como Paracelso asseverava que “Todas
as substâncias são venenos, não há uma que não o seja. Somente a dose determina que uma
dada substância não seja veneno” (LING et al., 2005), o que nos dias atuais poderia ser
interpretado como sendo a concentração, uso responsável e descarte correto dos elementos
químicos e suas respectivas substâncias.
Observou-se que na maior parte dos livros não existe menção clara sobre a origem e
a formação dos elementos no universo (TEIXEIRA et al., 2009) e principalmente a questão da
abundância e a disponibilidade desses elementos na natureza (solo, água e ar), uma vez que
parte deles é encontrada em grandes proporções, outros são extremamente raros e estão
ameaçados de esgotamento, tal como o urânio (TEIXEIRA et al., 2009).
84
44
Exercícios Contextualizadores e Interdisciplinares
85
A maior parte dos sites estudados encontra-se em inglês, o que pode ser considerado
uma barreira técnica para muitos professores e alunos. Alguns deles podem ser encontrados
em espanhol (MERCK, [200?]) e também em português, Tabela Periódica Wikipedia
(WIKIPEDIA, 2008) ou pelo menos parte dele em português como o Webelements
(WINTER, 2009) facilitando a utilização do seu conteúdo, mesmo considerando-se alguns
erros de tradução.
O WebElements (WINTER, 2009) é um portal em inglês com uma vasta quantidade
de informações sobre os elementos químicos e pode ser considerado o mais completo dos
trinta sites avaliados. Tanto que outros sites direcionam links para essa página ou a
referenciam ou simplesmente fazem um “corte colagem” de suas informações O site The
Chemogenesis Web Book (2009), também em inglês, é o portal que detém o mais abrangente
acervo de proposições de tabelas periódicas, desde épocas remotas até 2010, podendo ser
considerado uma exceção nessa questão e uma referência no assunto.
Cabe ressaltar que algumas páginas analisadas possuíam excesso de informações,
como também um leiaute pobre e pouco didático, o que certamente não estimula ou favorece
sua a utilização, além de links inválidos. Situações que dificultaram o processo de análise.
Semelhante aos livros, a maioria dos sites não apresenta o desenvolvimento histórico
da Tabela Periódica (Gráfico 4.3 – Histórico e Desenvolvimento) e tampouco uma clara
86
referência a IUPAC como entidade normalizadora. Observa-se que as tabelas veiculadas por
tais meios não correspondem exatamente a tabela constante no site da IUPAC (FLUKE, 1988;
IUPAC, 2007) no que se refere a estruturação dos grupos, ou seja, não se adota uma
linguagem científica padronizada (Gráfico 4.3 – Linguagem Científica Atualizada). A
abordagem dos grupos também é feita pela antiga recomendação da IUPAC, e não há menção
que a divisão em bloco A e B encontram-se em desuso, desde 1985 (FLUKE, 1988). Alguns
sites ainda mantêm a classificação da Sociedade Americana de Química (ACS) para as
famílias IA até VIIIA e para famílias IB até VIIIB, sem qualquer menção a essa classificação
(SCERRI, 2007), quanto a sua obsolescência.
Gráfico 4.4: Resultado da avaliação eixo contextualizador e interdisciplinar dos trinta sites
Fonte: Elaborado pelo autor
87
Não obstante, observa-se uma peculiaridade nos sites avaliados, tanto em português
como em inglês, que é a ausência de discussão acerca dos elementos químicos e as suas
relações com a sociedade (CHAGAS, 1992; CHASSOT, 2001; 1990; CHRISPINO, 1994), na
categoria eixo contextualizador e interdisciplinar (Gráfico 4.3 – Eixo Contextulaizado r e
Interdisciplinar e Gráfico 4.4). Em várias situações apresenta-se o elemento e a sua imagem
associada a um objeto, como por exemplo, o elemento tungstênio associado a uma lâmpada
incandescente, mas não há a conexão entre tais representações, ou seja, por que o tungstênio
está associado a uma lâmpada de tal natureza? Nesse ponto, falta a conexão entre a
propriedade descritiva, ponto de fusão, e as condições de operação de uma lâmpada
incandescente (alta temperatura), e a conseqüente necessidade de utilização de um material de
elevado ponto de fusão (KOTZ et al., 1998).
Situações como as apontadas acima fazem, com que as imagens e as informações
acerca dos elementos assumam um caráter descritivo e classificatório (Gráfico 4.3 –
Informações Descritivas e Classificatórias) em detrimentos a temas de fundamental
importância para a formação do cidadão (Gráfico 4.4), se encerrando na racionalidade
instrumental (NOVIKOFF et al., 2009). Fato também observado durante a análise dos livros
didáticos. No que concerne aos exercícios, percebe-se a ausência de questões relacionadas a
áreas afins a química (Gráfico 4.4 - Exercícios C&I). Uma condição esperada, visto que pela
própria natureza dos sites eles possuem apenas caráter informativo e não se atem as atividades
de fixação (Gráfico 4.4).
Em síntese pode-se afirmar que os sites (Gráfico 4.4) apresentam um comportamento
semelhante aos livros didáticos (Gráfico 4.2) e, principalmente se for considerado que as
páginas da internet normalmente são desenvolvidas com base na literatura disponível. Os
resultados da avaliação dos sites, bem como a tela de abertura de cada um deles, encontram-se
respectivamente disponíveis para consulta no Apêndice F e no Apêndice G.
ensino pública (83%) ou particular (17%), todos apontam para dificuldades em se ministrar o
conteúdo “Tabela Periódica”, ao longo de suas trajetórias profissionais (Gráfico 4.6) em
maior ou menor extensão (P 5). A “causa” da dificuldade indicada pelos professores é a falta
de interesse pelo tema em questão por parte dos alunos (P 4).
Observa-se no Gráfico 4.5 que os seis professores acreditam que a adoção de um
aplicativo específico (P 9), facilitaria o processo de ensino-aprendizagem de conteúdo
“Tabela Periódica”. Todavia, até então esses professores ainda não haviam despertado o
interesse em desenvolver alguma aplicação no Microsoft Excel voltada para ensino-
aprendizagem de Química (P 12), apesar de todos eles possuírem o programa Microsoft Excel
instalado em seus respectivos computadores (P 10), porém a grande maioria não sabe utilizá-
lo (P 11).
A partir do Gráfico 4.6 constata-se a maioria dos professores não relaciona a Tabela
Periódica com o cotidiano dos alunos (P 7) e não fazem a sua relação com outras disciplinas
89
(P 8), como também não resgatam a evolução da Tabela Periódica ao longo da história da
Química (P 6). Três professores declararam informalmente, que um dos motivos para não se
abordar a evolução da Tabela Periódica ao longo da história da química é a falta de tempo e
conseqüente dificuldade em se cumprir os programas estabelecidos.
Segundo Dallacosta e colaboradores (1998), a raiz da questão relativa ao aprendizado
da Tabela Periódica está associada: i) ao modo como o processo de ensino aprendizagem é
desenvolvido; ii) à preocupação excessiva de se cumprir extensos programas, distantes da
realidade do aluno e iii) ao enfoque excessivo no campo submicroscópico e por aulas
predominantemente expositivas, nas quais, comumente a Tabela Periódica é tratada fora da
realidade do aluno, de forma absoluta e atemporal como se fosse uma simples base de dados
de onde se extraem apenas massas atômicas, números atômicos e eletronegatividades
(EICHLER et al., 2000).
nessa ferramenta em potencial, uma vez que nos cursos de licenciatura, a prática da
informática, no caso do Microsoft Excel voltado para o ensino, ainda permanece relegada ao
segundo plano (GABINIL et al., 2007).
Não se trata de inundar as escolas [...] de computadores, como que caídos de pára-
quedas. Numerosos estudos [....] mostram como a simples informatização leva
apenas a que as mesmas bobagens sejam feitas com maior rapidez, além do acúmulo
de equipamento sofisticado utilizado como máquinas de escrever. Trata-se de
organizar a assimilação produtiva de um conjunto de instrumentos poderosos que só
poderão funcionar efetivamente ao promovermos a mudança, no sentido mais amplo
[...]. (DOWBOR, 2001, p. 15).
®©
Figura 4.1: Tela de abertura contendo o detalhamento dos temas que são tratados na T Wanc .
Fonte: Elaborado pelo autor
A forma de utilização da T Wanc®© é determinada pelo professor, que pode optar por
utilizá-la como um todo ou apenas partes dela, de acordo com as suas necessidades, tempo
disponível e principalmente em função dos objetivos de ensino-aprendizagem almejados. A
Figura 4.2 ilustra genericamente, algumas das possibilidades de temas que podem ser tratados
a partir da T Wanc®©, iniciando-se a partir de axiomas, que podem ser traduzidos pela
presença de um determinado elemento na natureza e as suas possibilidades de inter-relações
com os eixos Ciência, Tecnologia, Sociedade e Meio Ambiente.
Figura 4.2: Axioma genérico considerando a interação de um átomo genérico e as suas inter-relações
Fonte: Baseado em Silverthorn (2010)
®©
Figura 4.3: T Wanc Classificação geral dos elementos químicos
Fonte: Elaborado pelo autor
Na tela representada pela Figura 4.3 é possível estratificar os ametais, gases nobres,
hidrogênio, actinídeos, lantanídeos, metais alcalinos, alcalinos terrosos e metalóides. Ao se
clicar sobre cada elemento químico é apresentado o seu nome, como também é possível
consultar a tabela no formato alongado, ao se clicar no botão “Tabela Expandida” (Figura
4.4).
®©
Figura 4.4: T Wanc Classificação geral dos elementos químicos – Expansão dos lantanídeos e actinídeos
®©
Figura 4.5: T Wanc Tabela e a linguagem padronizada da química – Número Atômico
Fonte: Elaborado pelo autor
®©
Figura 4.6 T Wanc Tabela e a linguagem padronizada da química – Símbolo
Fonte: Elaborado pelo autor
Figura 4.7: Informações obtidas para o elemento cálcio (Ca) a partir do site NIST Webbok.
Fonte: NIST WEBBOK (2008).
Nesse caso, percebe-se que o número atômico não foi tratado pura e simplesmente
com um número, mas sim com a sua devida importância e inter-relação com os demais
assuntos que envolvem a questão, da identificação do elemento, inclusive aquela, atualmente
98
empregada, sob o ponto de vista global, que é a utilização do número CAS (NIST
WEBBOOK 2008).
®©
Figura 4.8: T Wanc Elementos Químicos e Nutrição
Fonte: Elaborado pelo autor
45
O hyperlink é uma palavra ou Figura que permite o acesso direto a uma parte específica de um documento ou arquivo.
100
macrominerais necessárias ao corpo humano (WHITNEY et al., 2008) em uma tela específica
a esse propósito (Figura 4.10).
Na tela Elementos Químicos e Nutrição – Fontes naturais (Figura 4.10), são
discutidas as melhores e piores fontes dos elementos químicos por quilocalorias, por meio do
uso de ferramentas gráficas: gráficos de barras, colunas e setores. As informações relativas a
cada elemento é acessada a partir do nome do elemento.
®©
Figura 4.10: T Wanc Elementos Químicos e Nutrição – Fontes naturais
Fonte: Elaborado pelo autor
exibido, por meio de um gráfico denominado por “dietômetro”, permitindo mais uma vez o
emprego das ferramentas gráficas e funções de cálculo do Microsoft Excel no
desenvolvimento de recursos gráficos voltados para o ensino da Química, nesse caso com
interface com as questões nutricionais relacionadas aos elementos químicos.
Entende-se por dieta equilibrada aquela que oferece a quantidade certa de nutrientes,
garantindo a nutrição adequada ao organismo (WHITNEY, et al., 2008). Uma dieta saudável
pode reduzir o risco do surgimento de doenças crônicas como a constipação, diabetes,
doenças cardiovasculares, entre outras favorecendo a qualidade de vida (HERLIHY et al.,
2002; SACKHEIM et al., 2001). Indubitavelmente, a qualidade dos alimentos ingeridos deve
ser observada, pois uma dieta equilibrada em gorduras é fundamental para o bem estar do ser
humano (WHITNEY, et al., 2008).
®©
Figura 4.11: T Wanc Elementos Químicos e Nutrição – Simulação de dietas
Fonte: Elaborado pelo autor
®©
Figura 4.12: T Wanc Elementos Químicos e Nutrição – Resultado da simulação de uma dieta
Fonte: Elaborado pelo autor
O relatório estratifica cada fonte do elemento, por meio de uma legenda colorida, na
qual se encontram identificados por um código de cor as fontes dos alimentos empregados na
dieta: pães e cereais, hortaliças, frutas, leite e seus derivados, leguminosas, nozes e sementes,
carnes brancas, vermelhas, ovos e outros, como também aquelas que são consideradas como
fontes excelentes para o elemento cálcio, como a amêndoa, a couve chinesa e a sardinha com
espinhas (WHITNEY et al., 2008).
No desenvolvimento dessa tela tomou-se extremo cuidado em sinalizar para o
usuário que essas informações possuem apenas objetivos didáticos. Dessa forma, existe uma
mensagem de alerta que informa sobre a finalidade didática do relatório e não terapêutica.
Figura 4.13: Detalhe da legenda usada identificação dos tipos de alimentos usados na dieta
Fonte: Elaborado pelo autor
103
Dessa forma, acredita-se que situações como as apresentadas na Figura 4.14, as quais
induzem a automedicação promovida pela mídia, podem ser melhor discutidas, assumindo-se
um enfoque preventivo aos invés do remediativo, que geralmente é mais custoso e arriscado,
pois não se mede as conseqüências do uso abusivo de medicamentos em detrimento a uma
alimentação saudável.
Figura 4.14: Propaganda em favor do uso de medicamentos à base de cálcio para tratamento sintomático contra a
osteoporose, uma doença que atinge mais de vinte e cinco milhões de pessoas no mundo.
Fonte: Folha Universal (2010, p. 13)
homens. A doença progride lentamente e raramente apresenta sintomas antes que aconteça
algo de maior gravidade, como uma fratura espontânea, isto é, não relacionada a traumas ou
quedas (TORTORA et al., 2006; WHITNEY et al., 2008).
Contudo, a osteoporose pode ter sua evolução retardada por medidas preventivas,
principalmente no que se refere a alimentação (WHITNEY et al., 2008). Porém, o uso
abusivo de cálcio pode acarretar sérios danos ao organismo que vão desde constipação, risco
aumentado de formação de cálculos nos rins, disfunção renal até as interferências de outros
macrominerais e microminerais no corpo humano (FRANCO, 2008; SANTOS, 2008;
WHITNEY et al., 2008).
Toda essa discussão em torno do elemento cálcio, partindo-se da Tabela Periódica
convencional é aplicável aos demais elementos que apresentam funções específicas no corpo
humano, tal como o sódio, potássio, zinco, fósforo, magnésio, enxofre, dentre outros. Da
mesma forma que uma dieta balanceada em cálcio é necessária para mantenabilidade da saúde
humana, o mesmo conceito é aplicável a nutrição vegetal, que envolvem macronutrientes e
micronutrientes, conforme ilustrado na Figura 4.15, a seguir.
®©
Figura 4.15: T Wanc Elementos e Agricultura
Fonte: Elaborado pelo autor
Por meio da tela: Elementos e Agricultura é possível discutir também a função dos
macronutrientes e micronutrientes na nutrição vegetal, bem como as conseqüências da
105
carência desses elementos para o desenvolvimento dessas espécies. Nesse caso, seguindo a
base axiomática (CARLOS, 2007; FRANSCISCHETT, 2005) definida inicialmente, também
foi considerado o elemento cálcio e o carbono, de maneira a correlacioná-los com a nutrição
humana a partir do consumo de vegetais, que são ricos em cálcio, tal como a couve chinesa
(WHITNEY et al., 2008), mas que possuem dependência ao ciclo biogeoquímico tanto do
cálcio como do carbono que estão intimamente relacionados (Figura 4.16).
®©
Figura 4.16: T Wanc Tabela periódica e os ciclos biogeoquímicos
Fonte: Elaborado pelo autor
No solo, sob a forma iônica (Ca²⁺), é absorvido pelos vegetais e, por meio das
cadeias alimentares, passa para os animais. Dessa forma, a principal fonte de cálcio para aos
vegetais é o solo e, esse pode perdê-lo para atmosfera, pelos ventos que carregam minúsculas
partículas de solo e pela ação lixiviadora das chuvas, que o arrastam para os cursos d’água
(TEIXEIRA et al., 2009; UZINIAN et al., 2008). No oceano, o cálcio que é absorvido pelos
seres marinhos serve para construção de suas estruturas protetoras, tais como: conchas,
carapaças, escamas, espinhas (UZINIAN et al., 2008). Com a morte desses seres vivos, ocorre
a deposição desse material calcáreo, rico em cálcio, no fundo dos oceanos, o que propicia a
formação de novas rochas. Os movimentos da crosta terrestre favorecem o afloramento desse
material, tornado o elemento cálcio novamente disponível para os seres vivos (ODUM, 1988;
LENZI et al., 2009; SARIEGO, 1994; SCARLATO et al., 1992; UZINIAN et al., 2008).
®©
Figura 4.17: T Wanc Tabela Periódica e ciclo biogeoquímico do cálcio
Fonte: Tela desenvolvida pelo autor baseado em Uzunian e Birner (2008)
Enfim, para se ter boa saúde, os seres vivos dependem da assimilação de vários
elementos químicos em diferentes proporções e todos esses elementos encontram-se nas
rochas, nas águas e no ar, servindo como nutrientes tanto para vegetais como para os animais
(TEIXEIRA et al., 2009). Com base no exposto, acredita-se que a T Wanc®© possui uma
107
5 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
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122
Apêndice B: Linha do Tempo - elementos químicos e a Tabela Periódica
XV
1453 Queda de Constantinopla
1460
1470
1480
1490 Colombo chega a América
1500 Cabral chega ao Brasil
1510 Reforma religiosa
1520 Destruição dos Astecas
1530 Capitanias hereditárias
1540 As revoluções das orbitas celestes de Copérnico
XVI
1550 Destruição dos Incas
1560
Renascimento
1570
1580
1590 O livro Alchemia de Andreas Libavius
1600 1610: Galileu descobre as quatro luas Pierre Gassend e a divulgação do epicurismo
1610 de Júptier
1620 1640: Estudos sob pressão atmosférica O Novum Organum scientarum de Francis Bacon
1630 1656: Prova da existência do vácuo
1640
XVII
1650
1660 O Químico Cético de Robert Boyle
Renascimento
1670 As A Terra Pinguis de Johan Becher
1680
1690 P As leis de Newton
1700 1735: Classificação da natureza O flogisto de George Stahl
1710 (Carolus Linnaeus)
1720 1752: Natureza da eletricidade
1730 Co, Pt Lançadeira volante 1785: Lei da força elétrica
1740 XVIII 1796: Vacina contra varíola
Iluminismo
1750 Ni, Mg, Bi, Zn 1799: Pilha voltaica Estudo sobre o gás “fixo” – CO2 (Josepph Black)
123
Alguns Acontecimentos Algumas Contribuições Científicas Algumas Infuências Filosóficas ou Científicas
Década Elemento Identificado na Década Século
Históricos na Década No Periodo Observadas na Década
1760 H 1799: Humpry Davy demonstra as Estudo sobre o ar “inflamável” – H2 (Henry Cavendish)
1770 N, O, Cl, Mn, Ba Independência dos EUA propriedades do óxido nitroso O ar deflogisticado (O2) de Joseph Priestley.
1780 Mo, W, Te, Zr, U Primeira ponte de ferro O Tratado Elementar de Química de Antoine Lavoisier
1789 Revolução Francesa
1790 Ti, Y Be
1800 V, Nb, Ta, Rh, Pa, Os, Ir, Ce, K, Na, B, Ca, Sr, Ru, Ba Revolução Industrial 1800: Infravermelho A retomada do atomismo por John Dalton, Gay-Lussac,
1810 I, Th, Li, Se, Cd Corte portuguesa no Brasil 1801: Ultravioleta A hipótese de Amedeo Avogadro
1820 Si, Al, Br Independência do Brasill 1806: Ligações Eletroquímicas A simbologia proposta por Jacob Berzelius
1830 La Lei das fábricas 1811: Leid de Avogadro As Tríades de Döbereiner
1840 Er 1825: A lei de Ampère O sistema de Leopold Gmelin
1850 Máquina de costura 1833: Leis da Eletrólise ( M. Faraday)
1860 Cs, Rb, Tl, In, He 1864: Radiação eletromagnética Stanislao Cannizzaro e o congresso de Karlsruhe
1861 1895: Raios-X
1862 1896: Radioatividade O Parafuso Telúrico de Alexandre De Chancourtois
1897: Raios catódicos (elétron)
1863
1864 As Oitavas de John Newlands
XIX
1865 A tabela de William Odling
1866
1867
1868
1869 Abertura do Canal de Suez As tabelas de Dimitri Mendeleev e Lothar Meyer
1870 Ga, Ho, Yb, Sc, Tm
1871
1876 Primerio telefone
1879 Primeira lâmpada
1880 Gd, Pr, Nd, Ge, F, Dy Primeiro Automóvel
1890 Ar, He, Kr, Ne, Xe, Po, Ra, Ac Os gases nobres de William Ramsay, Lord Rayleigh
1900 Rn, Eu, Lu 1905: A relatividade de Albert Einsten A teoria quantica de Max Planck
1910 Pa Primeira Guerra Mundial 1907: Datação radioativa Henri Moseley e a releitura da lei periódica
1920 Hf, Re, Tc A Grande Depressão 1913: Os isótopos A mecânica ondulatória de Erwin Schrödinger
1930 Fr Segunda Guerra Mundial 1919: A criação da IUPAC
1940 Np, At, Pu, Cm, Am, Pm, Bk Início da Guerra Fria 1925: O Princípio da Exclusão Glen Seaborg e os actnídeos
XX
1950 Cf, Es, Fm, Md, No “Corrida” espacial 1927: O Princípio da Incerteza
1960 Lr, Rf, Db Inicio da Guerra do Vietnã 1932: O Neutron de James Chadwick
1970 Sg Fim da Guerra do Vietnã 1939: A Fissão nuclear
1980 Bh, Mt, Hs Queda do Muro de Berlim 1942: O primeiro reator nuclear
1962: Os quarks
1990 Ds, Rg, 112 Fim da Guerra Fria
2000 Crise econômica
2010
XXI
2020
Legenda • Idade antiga: 3500 a. C – 476 •Idade Média: 476 – 1453 • Idade Moderna: 1453 – 1789 • Idade Contemporânea: 1789 – atualidade
Fonte: Elaborado pelo autor, baseado em Babor et al (1974); Scerri (2007), Furtado (2009) e Balchin (2009).
124
Apêndice C: Os seis livros didáticos selecionados para avaliação do conteúdo Tabela Periódica
Ano
Autor Título Vol Editora PNLEM
(Edição)
2005
MORTMER, F; MACHADO, A. Química Único Scipione Sim
(1. ed)
2005
NOBREGA, O. et al Química Único Ática Sim
(1. ed)
2005
BIANCHI, J. et al Universo da Química Único FTD Sim
(1. ed)
2005
FELTRE, R. Química Três Moderna Sim
(6. ed)
2003
CANTO, E; PERUZZO, F. Química na Abordagem do Cotidiano Três Moderna Sim
(2. ed)
2005
SANTOS, W. et al Química e Sociedade Único Nova Geração Sim
(1. ed)
Fonte: Elaborado pelo autor
125
Apêndice D: Matriz com os resultados da avaliação do capítulo Tabela Periódica dos seis livros didáticos
Publicações Avaliadas
Tipo Itens Avaliados
Livro A Livro B Livro C Livro D Livro E Livro F S im Não
ECI Elementos e T oxicidade N N N N N N 0% 100%
ECI Uso genérico sem discussão S S S S S S 100% 0%
ECI Elementos na Agricultura N N N N N N 0% 100%
ECI Elementos no Meio Ambiente N N N N N N 0% 100%
ECI Elementos na Informática N N N N N N 0% 100%
ECI Elementos na Alimentação N N N N N N 0% 100%
ECI Elementos na Medicina N N N N N N 0% 100%
ECI Elementos na Saúde N N N N N N 0% 100%
ECI Elementos na Atmosfera N N N N N N 0% 100%
ECI Elementos no Corpo humano N N N N N N 0% 100%
ECI Perigos e Risco dos Elementos N N N N N N 0% 100%
ECI Contraponto nas propriedades N N N N N N 0% 100%
ECI Exercícios C&I S S S S S S 100% 0%
ECI Elementos e Mineralogia N N N S N S 33% 67%
HED Ano descoberta S N N N N N 17% 83%
HED Cronologia da descoberta N N N N N N 0% 100%
HED Descobridor N N N S N N 17% 83%
HED Origem do nome S N N S N N 33% 67%
HED Relação com fatos históricos N N N N N N 0% 100%
HED T abelas anteriores N N N N N N 0% 100%
IDC Propriedades Periódicas S S S S S S 100% 0%
IDC Propriedades Físicas e Químcas S S S S S S 100% 0%
IDC Configuração eletrônica S S S S S S 100% 0%
LCA T abela Alinhada com a IUPAC N N N S N S 33% 67%
Legenda: ECI: Eixo Contextualizado e Interdisciplinar; HED: Histórico e Desenvolvimento; IDC: Informações Descritivas e Classificatórias; LCA: Linguagem Cientifica Atualizada; N: Indica ausência; S: Indica presença
126
Apêndice E: Relação dos trinta sites selecionados para avaliação
Código
Nome do site Avaliado Endereço Eletrônico Idioma
do Site
S6 It’s Elemental – The Periodic Table of Elements. (GAGNON, 200X) http://education.jlab.org/itselemental/index.html Inglês
http://www.animatedsoftware.com/elearning/Periodic%20Ta
S7 Animated Periodic Table (RUSSEL, [200?]) Inglês
ble/AnimatedPeriodicTable.swf
http://www.physics.nist.gov/PhysRefData/Elements/cover.ht
S9 NIST Elemental Data Index (NIST, 2005) Inglês
ml
127
Código
Nome do site Avaliado Endereço Eletrônico Idioma
do Site
S 15 Eni Generalic Periodic Table of the Elements (GENERALIC, 2008) http://www.ktf-split.hr/periodni/en/index.html Inglês
S 18 Integral Scientist Modern Standard Periodic Table (QIVTX, 2003) http://www.qivx.com/ispt/ptw_st.php Inglês
S 23 Corrosion Source Periodic Table of Elements (CORROSION SOURCE, 2000) http://www.corrosionsource.com/handbook/periodic/ Inglês
128
Código
Nome do site Avaliado Endereço Eletrônico Idioma
do Site
129
Apêndice F: Matriz com o resultado da avaliação dos sites selecionados46
Sites Avaliados
Tipo Itens Avaliados
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 S im Não
ECI Elementos e T oxicidade N N N N S N N N N N N N N N N N N N N N N N S N N N N N N N 7% 93%
ECI Uso genérico sem discussão S N N S S S N N N N S S N N N N S N N S S S S N N N N N N N 37% 63%
ECI Elementos na Agricultura N N N N S N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N 3% 97%
ECI Elementos no Meio Ambiente S N N N S N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N 7% 93%
ECI Elementos na Informática N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N 0% 100%
ECI Elementos na Alimentação N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N 0% 100%
ECI Elementos na Medicina N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N 0% 100%
ECI Elementos na Saúde S N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N 3% 97%
ECI Elementos na Atmosfera S N N N S N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N 7% 93%
ECI Elementos no Corpo humano S N N N S N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N 7% 93%
ECI Perigos e Risco dos Elementos S N N N S N N N N N S S N N N N N S N N N N S N N N N N N N 20% 80%
ECI Contraponto nas propriedades N N N N S N N N N N N N N N N N N N N N N N S N N N N N N N 7% 93%
ECI Exercícios C&I N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N S N N N N N N N 3% 97%
ECI Elementos e Mineralogia N N N N S N N N N N N N N N N N N N N N N S S N N N N S N N 13% 87%
HED Ano descoberta S S S S S S N S N S S S S N S S S S S S N S S S S N N S N N 73% 27%
HED Cronologia da descoberta N S N N N N N N N N N N N N N N S N N S N S N N N N N N N N 13% 87%
HED Descobridor S S S S S S N N N S S S S N S S S S S S N N S N N N N S S N 63% 37%
HED Origem do nome S S N S S S N N N S S S S N S N S S S S S N S N N N N N N N 53% 47%
HED Relação com fatos históricos N S N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N 3% 97%
HED T abelas anteriores N N N N N N N N N S N N N N N N S S N N N N S N N N N N N S 17% 83%
IDC Propriedades Periódicas S S S S S S S S N N S S S S N S S S S S S S S N N S S S S S 83% 17%
IDC Propriedades Físicas S S S S S S S S S N N S S S N S S S S S N S S N N S S S S S 80% 20%
IDC Números de Oxidação S S S S S N S S N N N S N S N S S S S N N S S N N S N N N S 57% 43%
IDC Números Quânticos S S N S S N S S N N N N N N N N S S S N N S N N N N N N N S 37% 63%
IDC Configuração eletrônica S S N S S S S S N N N S N S N S S S S N N S N N N N N N S S 53% 47%
LCA T abela Alinhada com a IUPAC N N S N N N N N N N N N N N N N S N S N N S N N S N N N N N 17% 83%
Legenda: ECI: Eixo Contextualizado e Interdisciplinar; HED: Histórico e Desenvolvimento; IDC: Informações Descritivas e Classificatórias; LCA: Linguagem Cientifica Atualizada; N: Indica ausência; S: Indica presença
46
Site 1: WebElements Periodic Table; Site 2: Visual Elements Periodic Table; Site 3: Merck Periodic Table of the Elements; Site 4: Periodic Table Live!; Site 5: Environmental Chemistry Periodic Table of Elements;
Site 6: It’s Elemental – The Periodic Table of Elements; Site 7: Animated Periodic Table; Site 8: Interactive Periodic Table; Site 9: NIST Elemental Data Index; Site 10: Elementymology & Elements Multidict; Site 11:
Radiochemistry Society Periodic Table of the Elements; Site 12: Wikipedia; Site 13: Chemical Elements Interactive Periodic Table of the Elements; Site 14: Genesis Education: Modeling the Periodic Table Interactive
Simulation; Site 15: Eni Generalic Periodic Table of the Elements; Site 16: Mokeur’s Periodic Table; Site 17: The chemogenesis web book; Site 18: Integral Scientist Modern Standard Periodic Table; Site 19: Chemi
Cool Periodic Table; Site 20: Visual Entities Periodic Table Applet; Site 21: CRC Periodic Table Online; Site 22: Michael Dayah’s Periodic Table of Elements; Site 23: Corrosion Source Periodic Table of Elements;
Site 24: David’s Whizzy Periodic Table; Site 25: IUPAC Periodic Table; Site 26: WebQC Periodic Table of Chemical Elements; Site 27: Rembar Periodic Table of the Elements; Site 28: Tabela Periódica Online; Site
29: Tabela do CDCC USP; Site 30: Tabela ACS.
130
Apêndice G: Imagem de abertura dos sites avaliados
131
Apêndice H: Referências bibliográficas utilizadas na concepção da T Wanc®©
Agricultura TOMA, Henrique Eisi. Química Bioinorgânica. São Paulo: USP/OEA, 1984.
Alimentação FRANCO, Guilherme. Tabela de Composição dos Alimentos. 9. ed. São Paulo: Atheneu, 2008.
Alimentação WHITNEY, Ellie; ROLFES, Sharon Rady. Nutrição 1: Entendendo os nutrientes. 10. ed. Tradução: All
Tasks. Vol. 1. São Paulo: Cengage Learning, 2008.
Atmosfera HINES, Eric. Resumão Meteorologia. Série de Geociência. n. 3. Tradução Maria Ignez T. França. São
Paulo: Barros, Fisher & Associados, 2009.
Evolução da Química e a linha do tempo GLEISER, Marcelo. Poeira das Estrelas. São Paulo: Globo, 2006.
Evolução da Química e a linha do tempo TRINDADE, Diamantino, PUGLIESI, Marcio. Química Básica Teórica. São Paulo: Ícone, 1989.
Evolução da Química e a linha do tempo QUADBECK-SEEGER, Hans-Jürgen. World of the Elements Elements of the Word. Tradução: José
Oliveira. Wiley-Verlag Gmb & Co. KGaA, 2007.
Evolução da Química e a linha do tempo ROSMORDUC, Jean. Uma História da Física e da Química: de Tales a Einstein. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar, 1988.
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Decifrando a Terra. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009.
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História
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Meio Ambiente BRAGA, Benedito et al. Introdução à Engenharia Ambiental: o desafio do desenvolvimento sustententável.
2. ed. São Paulo: Peason Prentice Hall, 2005.
Meio Ambiente BRANCO, Samuel Murgel. O Meio Ambiente em Debate. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2004.
Meio Ambiente SCARLATO, Francisco, PONTIN, Joel. Do Nicho ao Lixo: ambiente, sociedade e educação. São Paulo:
Atual, 1992.
Meio-Ambiente SARIEGO, José. As Ameaças ao Planeta Azul. São Paulo: Scipione, 1994
Meio Ambiente ROGERS, Peter. Preparando-se para Enfrentar a Crise da Água. [S. l]: Scientific American Brasil. p. 60-
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Meio-Ambiente/Histórico BURSZTYN, Marcel; PERSEGONA, Marcelo. A Grande Transformação Ambiental: uma cronologia da
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Meio-Ambiente/Histórico DURAND, Marie-Françoise et al. Atlas da Mundialização: compreender o espaço contemporâneo.
Tradução Carlos Roberto Sanches Milani. São Paulo: Saraiva, 2009.
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Tradução: Maria Regina Borges-Osório. Porto Alegre: Artmed, 2006.
Saúde HERLIHY, Barbara, MAEBIUS; Nancy. Anatomia e Fisiologia do Corpo Humano Saudável e Enfermo.
Tradução: Edson Aparecido Liberti. São Paulo: Manole, 2002.
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Apêndice I: T Wanc®© – Tela de abertura ampliada
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