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Nela, a educação é confundida com a instrução, que por sua vez adota como sinônimo a
didática. A figura central é o professor, que instrui e ensina os alunos de forma diretiva, sem dar a
oportunidade de ser questionado.
É também denominada por Paulo Freire (1975; 1996), como educação bancária: o
professor “deposita” conhecimentos, informações, dados, fatos, conceitos nos alunos. Aos alunos
cabe a tarefa de acumular de forma passiva o que foi depositado. Assim, o cérebro dos alunos é
tido apenas como um receptáculo dos depósitos do professor.
Essa concepção entende que a sociedade já está pronta e não necessita de mudanças.
Repare que, para haver essa perpetuação, o ensino pode acontecer de duas formas:
1. uma em que o próprio aluno determina sua aprendizagem (espontaneísta);
2. outra, denominada tecnicista, em que o professor é o responsável por conduzir a aprendizagem
do aluno, utilizando técnicas de ensino pré-estabelecidas. Para essas formas de educação, a escola
assume o papel de modeladora do comportamento deixando o aluno completamente livre, ou
usando de técnicas específicas para o treinamento dos alunos.
No primeiro caso, espontaneísmo, a sociedade molda o indivíduo ao buscar o
autodesenvolvimento e a realização pessoal do aluno. Essa é a tendência pedagógica
escolanovista, em que a escola procura adequar as necessidades individuais ao meio social.
No segundo caso, tecnicismo, essa responsabilidade é outorgada ao professor, que o faz
utilizando-se de técnicas pré-estabelecidas pela sociedade.
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A escola tecnicista procura utilizar os mesmos mecanismos postos a serviço das fábricas,
ao admitir que “seu interesse imediato é o de produzir indivíduos ‘competentes’ para o mercado
de trabalho, transmitindo, eficientemente, informações precisas, objetivas e rápidas” (LUCKESI,
1994, p. 61).
Assim, a escola é o local destinado para a educação formal. Ela procura treinar a formação dos
alunos, direcionando o comportamento rumo às finalidades de caráter social. Ao se tornar bastante objetiva,
provoca uma educação fragmentada e mecanicista.
Note que o termo formação, muito utilizado para definir os fins da atividade escolar, expressa bem
o papel de reproduzir o sistema que a escola desempenha, tendo em vista que formar quer dizer dar
a forma a, padronizar um modelo.
No ensino espontaneísta, os próprios condicionantes sociais, econômicos e políticos encarregam-se
dessa ação formadora, aplicada na escola.
Já no ensino tecnicista, esses condicionantes estão presentes na figura do professor, portanto, ele
é o responsável por dar a forma ao aluno quando ensina na escola.
Para Vygotsky (2003), tudo na natureza ocorre de forma dialética: o confronto das
contradições é a essência do desenvolvimento das crianças e a força para conscientização
individual para atuar na transformação social. Por isso, a dialética é o caminho mais viável para
a contribuição do desenvolvimento crítico e autônomo do indivíduo.
Pensando assim, a educação é intencionalmente mediadora na construção da aprendizagem
do aluno, e essa mediação deve ser revelada pelo professor ao apresentar as contradições e
conflitos.
Dessa maneira é que haverá a ajuda para uma verdadeira aprendizagem significativa com
liberdade e consciência.
Na educação como transformação da sociedade, a escola posiciona-
se como um local em que se oferece ao aluno a oportunidade de perceber as múltiplas formas da
realidade e de ser agente dessa realidade.
Essa influência permite a conscientização sobre a necessidade da transformação da
sociedade. Como as percepções da realidade apóiam-se em percepções anteriores, será que não
podemos pensar que essa educação é na verdade uma reeducação?
Observe a reflexão de Vygotsky (2003, p. 283) que se segue.
A educação nunca se inicia em um terreno vazio, nunca
começa a forjar reações totalmente novas,
nunca realiza o primeiro impulso. Ao contrário, sempre parte
de formas de comportamento já dados e
preparados e se refere apenas às suas modificações, sempre
tende a modificar, porém nunca a criar algo totalmente novo.
Nesse sentido, a educação é a reeducação do que já foi
realizado.
Veja que na educação transformadora é impossível fazer analogias entre ensino e
instrução. O ensino é o criador de condições metodológicas e organizativas para o
desenvolvimento do processo de aprendizagem, sem esquecer do entendimento crítico e reflexivo
dos problemas sociais (SOUSA, 2004).
A seguir, abordaremos a história da didática no mundo e o desenvolvimento
da didática no Brasil.
1.3 Visão Histórica da Didática
Preparado para iniciarmos a nossa viagem pela história da didática?
1.3.1 A Didática no Mundo
No século XVII, em resposta à crise social que acontece, o campo de estudo chamado
didática é criado.
A ascensão de uma poderosa classe social, a burguesia, que faz oposição ao sistema feudal,
modifica e oferece uma nova visão de homem e de mundo.
Surge o Realismo, que faz um novo ordenamento às ciências e, com isso, a substituição da
fé pela razão, derrubando os preconceitos religiosos, que distorcem a compreensão da realidade.
Há um fortalecimento da convicção de que o homem é capaz de aprender e de ser educado,
quando é preparado para o estudo e para a pesquisa.
Para exemplificar, veja, a seguir, um texto elaborado para ensinar o filho do Imperador
Carlos Magno (CARRAHER, 2003).
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Observe que a Escola Nova surgiu como um movimento de reação à pedagogia tradicional. A sua
proposta de educação estava voltada para a instigação da mudança social e não acontecia apenas
em um lugar do mundo, a idéia foi disseminada e adotada em vários países, inclusive no Brasil.
Era o momento de uma escola ativa, com experiências produtivas e concretas. Portanto, o ensino
deveria proporcionar a liberdade do desenvolvimento de capacidades e interesses individuais.
No século XIX, dentro do Iluminismo, aconteciam duas posições antagônicas para a educação: uma
elitista burguesa e capitalista (positivista) e outra popular e socialista (marxista).
Com o fim do Iluminismo, houve a necessidade do aprofundamento de cada uma dessas propostas
educacionais, para que as duas posições conquistassem os seus espaços.
2º passo: associação — acontece quando o aluno compara o conteúdo apresentado com outro já assimilado
anteriormente;
3º passo: sistematização — é a generalização do conteúdo, quando há a sua ordenação;
4º passo: aplicação — é a verificação na realidade concreta.
Outro representante do tecnicismo é Skinner, um comportamentalista, ou behaviorista. Para ele, a
realidade é um fenômeno objetivo, o mundo já é construído e o homem é produto do meio. O meio, por sua
vez, pode ser manipulado para se mudar o comportamento.
Skinner entende que a educação deverá transmitir conhecimentos, comportamentos éticos, práticas
sociais, habilidades consideradas básicas para a manipulação e controle do ambiente. Considera o controle
e o diretivismo do comportamento humano inquestionáveis.
Portanto, o homem é um ser manipulável.
Gadotti (1993) também cita Pistrak, educador russo da época da revolução, para elucidar a
educação socialista. Nas suas idéias estão a auto-organização e o trabalho coletivo, como modo de superar
o autoritarismo professoral da escola burguesa. Propõe, ainda, o método dialético, inspirado no plano
social, para que o aluno compreenda o real.
Perceba que essa visão educacional
(...) exigia a formação de homens vinculados ao
presente, inalienados, mais preocupados em criar o
futuro do que em cultuar o passado, e cuja busca do
bem comum superasse o individualismo e o egoísmo
(GADOTTI, 1993, p. 123).
Outro autor do pensamento educacional socialista, que teve suas idéias bastante difundidas, foi
Antonio Gramsci.
Ele defendia a capacidade das pessoas trabalharem intelectual e manualmente numa organização
educacional única, ligada diretamente às instituições produtivas e culturais. Para isso, criticava duramente
as escolas profissionais que acentuavam as diferenças sociais tradicionais.
Portanto, a didática do século XIX oscila entre esses dois modos de interpretar a educação:
1. ênfase no método, como caminho que conduz do não-saber ao saber, caminho formal descoberto pela
razão humana;
2. ou ênfase no sujeito, que seria induzido pelos professores, atuando como militantes, para seduzir os
alunos a aprender pelo caminho com curiosidade e motivação.
A partir do final do século XX, os processos unilaterais da aprendizagem são questionados: tanto o
que define o professor como responsável pela aprendizagem do aluno, por meio da transmissão do
conhecimento, quanto aquele que coloca a aquisição do conhecimento realizada pelos próprios alunos.
Assim, a didática não pode mais ser enfática no ensino ou na aprendizagem de forma isolada.
Surge, então, uma nova maneira de pensá-la: focar os estudos na articulação entre teoria e prática do
processo ensino-aprendizagem, levando em consideração todos os seus aspectos influentes (sociais,
econômicos e políticos).
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Mesmo com a expulsão dos jesuítas não houve alterações nos movimentos pedagógicos no Brasil.
Esse fato só ocorreu em 1890, com a reforma de Benjamin Constant. Ela suprimiu o ensino religioso nas
escolas públicas; introduziu disciplinas científicas nos currículos escolares e o Estado passou a assumir a
laicidade, sob a influência do positivismo.
Veiga (1989a, p. 45) esclarece que
(...) na ótica educacional não há possibilidade de se
desenvolverem propostas mais progressistas ligadas
às camadas populares, dada a pequena força
do setor proletariado.
A pedagogia tradicional perdurou até a Revolução de 1930. Isso propiciou a organização da escola
com o objetivo de difundir a instrução, adotando-se os cinco passos formais de Herbart.
Nesse momento histórico do Brasil, a escola cumpriu seu papel social e político de reprodução da
realidade social, concretizando a discriminação social e a dominação.
Na década de 20, com a influência do desenvolvimento cultural que aconteceu no Brasil e a crise
mundial da economia capitalista, surgiu a necessidade de se repensar as forças econômicas e políticas.
Dessa maneira, procurou-se desencadear a modernidade também na educação, para um ensino com
mais qualidade, abrindo-se o caminho para a penetração do escolanovismo com o Manifesto dos Pioneiros
da Escola Nova (1932).
Nessa época, a didática entra como disciplina dos cursos de formação de professores em nível
superior.
A partir de 1941, o curso de didática passa a ser considerado um curso independente, realizado
após o término do bacharelado, proporcionando ao indivíduo a licenciatura.
Em 1942, com a Reforma Capanema, houve o desenvolvimento da concepção humanista, porém,
com traços autoritários.
Observe que o alcance dos ideais da Escola Nova só é permitido ao grupo dominante. Preconiza-se
a solução de problemas educacionais numa perspectiva interna da escola, sem o interesse de considerar a
realidade em seus aspectos político, econômico e social.
Na verdade o que se procura é a difusão da Escola Nova no ensino da elite dominante, mas
Nesse percurso, identificamos dois caminhos: a Escola Nova e a escola socialista. Isso fica evidente
no conflito de idéias a respeito das escolas particulares e escolas públicas.
As escolas católicas adotam idéias pedagógicas renovadoras, como o método montessoriano. As
escolas públicas desenvolvem o modelo socialista, mais crítico a respeito de aspectos reais como a
economia e a política. Em 1964, com a deposição de Jango Goulart, é predominante a idéia da preparação
de recursos humanos necessários à implementação do crescimento econômico e tecnológico da sociedade.
Assim, fortifica-se o caminho para a didática tecnicista, que perdurou durante toda a Ditadura Militar.
Note que o currículo esportivo que prevaleceu nesse período foi intencional.
(...) a política educacional dos anos da ditadura militar
contribuiu para esta permanência devido às
preocupações com a ocupação útil do tempo livre,
com a educação integral da criança e com os valores
morais de um mundo em crise (NEIRA; NUNES,
2006, p. 111).
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O eixo central do processo educativo passa a ser o aluno e não mais o professor, ou o conteúdo.
Assim, os interesses do aluno são levados em consideração, provocando experiências de aprendizagem.
O professor da concepção escolanovista passa a ser um facilitador da aprendizagem e deve auxiliar
o desenvolvimento livre e espontâneo do aluno. Seu papel não é dirigir, mas aconselhar e
orientar os alunos.
O aluno como um sujeito ativo, aprende pela descoberta espontânea, e, com liberdade para
aprender, participa das experiências de aprendizagem de maneira ativa e desenvolve iniciativa própria.
Repare que a utilização do método não-diretivo é de suma importância para que se implemente a
atitude de confiança e respeito pelo aluno.
Como se observa, o professor tem a autonomia de criar seu próprio método, que precisa ser único e
autêntico para relacionar-se com o caráter individual do aluno. Devem ser oferecidas atividades livres
que atendam ao ritmo próprio do aluno, assim como promover o trabalho em grupo.
Mas, no método proposto pelo professor, há de se levar em conta as características pertinentes do aluno,
como a sua idade e a sua capacidade e habilidade intelectual, “(...) tendo em vista desenvolver- lhe a
inteligência e formar-lhe o caráter e a personalidade” (LIBÂNEO, 1991, p. 67).
Portanto, nessa concepção, o ensino também é unilateral, pois o aluno domina completamente o
ambiente, ele é o centro do ensino.
Embora indispensáveis, os conteúdos não são transmitidos pelo professor, mas os próprios alunos
aventuram-se na busca dos conhecimentos.
Parte da premissa de que o conhecimento é inerente à atividade humana. O ser humano tem uma
curiosidade natural para o conhecimento.
Por este ponto de vista, as experimentações se tornam fundamentais para que o aluno adquira
conhecimentos. E essas experimentações têm que advir da realidade vivida, pois possuem significados
reais e concretos para o aluno e servem como ponto inicial para as mudanças de comportamentos.
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Coll e Colomina (1996) registram que a concepção pedagógica, que preconiza um ensino reduzido
à transmissão de conhecimentos e à aprendizagem resumida em receber esses mesmos conhecimentos
e assimilá-los, está cada vez mais ultrapassada. Numa perspectiva contrária, na concepção de que o
conhecimento é construído pelo próprio aluno, mediante um complexo processo interativo, devem ser
considerados: o aluno, os conteúdos e o professor.
Notadamente, esse último deve atuar como mediador entre os outros dois elementos. De acordo
com essa posição pedagógica, haverá condições mais expressivas de proporcionar um desenvolvimento
da aprendizagem mais completa. A educação deve ser mediada para contribuir para que os alunos e alunas
atuem, de maneira construtiva, entre si e com o contexto.
Observe que a intervenção do professor é de suma importância no processo ensino-aprendizagem,
em todas as etapas da educação básica, e deve estar em consonância com a determinação de
Matui (1995, p. 187):
O papel do professor é encorajar o aluno através de atividades que lhe causem desequilíbrio ou o
coloquem em ação. O aluno é que está construindo o conhecimento, mas o professor entra como mediador
dessa construção, não só apresentando a matéria e atividades, mas questionando, interrogando e
fazendo o aluno pensar por comparação, por seriação, por classificação, por causalidade, por
reversibilidade etc.
Nessa concepção, o aluno é um sujeito ativo e criativo, que se envolve no processo de investigação
e discussão coletiva para construir o conhecimento.
Dessa maneira, ele posiciona-se criticamente e com autonomia nas vivências das discussões
coletivas, tornando-se co-participativo do processo ensino-aprendizagem, ao utilizar a relação dialógica
com o professor e com os outros alunos.
As ações, reflexões e discussões dialógicas, de maneira livre e responsável, levam à
conscientização de um indivíduo comprometido com as transformações que ocorrem consigo. Com isso,
ele torna-se também responsável pela sua aprendizagem e a dos outros.
As interações entre os alunos acontecem de modo variado. Quando as reflexões e discussões
acontecem em grupo, o ritmo da aprendizagem tende a seguir mais uniformemente do que se ocorresse
de maneira individual. Por isso, não interessa a quantidade de interações que ocorrem, mas a qualidade
dessas interações.
Note que os conteúdos culturais universais podem ser passados ou buscados, contudo a elaboração
e o desenvolvimento do conhecimento fazem parte do processo de conscientização.
Mas o que interessa é a relação desse conhecimento com vários contextos. Então, eles deverão ser
reavaliados sempre, e servirão para novas ações, reflexões e críticas.
Os desafios propostos aos alunos devem ser por situações-problema, que não podem aceitar
modelos de respostas ou respostas únicas. Não há receitas ou modelos de respostas, mas tantas
respostas quantos forem os desafios, sendo igualmente possível encontrar respostas diferentes
para um mesmo desafio. A resposta que o homem dá a cada desafio não só modifica a realidade em
que está inserido, como também modifica a si próprio, cada vez mais e de maneira sempre diferente
(perspectiva interacionista na elaboração do conhecimento) (MIZUKAMI, 1986, p. 91).
Perceba que as situações-problema devem ser abertas e amplas, para que os alunos aventurem-se
por várias soluções possíveis, recorrendo a seus conhecimentos prévios para planejar, e interagindo com os
colegas e os objetos para tomar decisões. Assim, um problema é sempre uma situação de alguma forma
surpreendente (POZO ET al., 1998).
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Como podemos verificar, para que o processo educacional seja entendido na sua plenitude, a
didática não pode mais atuar de forma isolada de outros conhecimentos. Então, a articulação entre os
conhecimentos filosóficos, sociológicos e antropológicos com a prática pedagógica deve acontecer
constantemente. No quadro lateral, aprofunde o tema.
Perrenoud (2001) vai mais além, considerando que a formação dos professores poderia ser melhor
se houvesse conexões com os saberes enraizados nas ciências humanas e sociais, assim como na psicologia
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da Educação Física é o movimento humano. Como o ser humano sente a necessidade de se movimentar
para interagir com os outros em prol de seu desenvolvimento, então “o desenvolvimento da criança é
ativamente guiado pela experiência social” (FONSECA; MENDES, 1987, p. 210).
Portanto, o movimento é uma necessidade do ser humano. Agora, é preciso situar a Educação
Física no contexto educacional. Porém, a sociedade classifica a atuação em Educação Física de acordo com
a sua colocação no mercado de trabalho. Alguns falam que o professor de Educação Física é “um
educador”. Outros dizem que o professor “é um profissional da área paramédica”. Mais recentemente
insistem alguns que o profissional da área de Educação Física é um pesquisador, um “cientista do
movimento humano”. As caracterizações são inúmeras!
O erro que todas elas cometem é que tomam a função diária do profissional da Educação Física, de
acordo com sua colocação do mercado de trabalho, como característica fundamental do papel social do
professor de Educação Física (GUIRALDELLI JUNIOR, 1998, p. 52).
b) Em seguida, pergunta aos alunos: Em quanto tempo vocês conseguem apresentar três respostas
para a situação-problema?
Repare que os alunos não trabalham em busca de uma única resposta, mas para
fundamentar suas respostas elaboradas. Por exemplo: o menor número de cédulas pode ser
interpretado como o menor número de cédulas de cada valor. Também podem trocar duas notas de
R$50,00 por uma de R$100,00, embora essa última não conste das notas apresentadas pelo
professor.
O professor pode, ainda, propor outra situação como, por exemplo, trocas com o maior
número de cédulas. Percebemos que na primeira situação-problema a intervenção do professor é
mais acentuada do que na segunda, pois os alunos já conseguem raciocinar de forma mais
autônoma do que antes. Então, estão avançando da zona de desenvolvimento proximal para a zona
de desenvolvimento real.
Essa forma de atuar do professor faz a ligação entre o aluno e o conhecimento a ser
construído, provocando a curiosidade dos alunos na busca de soluções. Note que a situação-
problema envolve conhecimentos que os alunos já compreendem, que no caso são as quatro
operações básicas. Mas não é só isso. Os alunos precisam organizar como utilizar esses
conhecimentos, e nessa organização as discussões a respeito da elaboração das respostas são
fundamentais. Quando procuram as respostas, os alunos defendem suas fundamentações e forçam
a compreensão dos outros para essas fundamentações.
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Portanto, a utilização dos conhecimentos não fica mecanizada e sim construída, e a atuação
do professor é a mediação dessa construção.
b) Em seguida, pergunta aos alunos: Em quanto tempo vocês conseguem apresentar três respostas
para a situação-problema?
Repare que os alunos não trabalham em busca de uma única resposta, mas para
fundamentar suas respostas elaboradas. Por exemplo: o menor número de cédulas pode ser
interpretado como o menor número de cédulas de cada valor. Também podem trocar duas notas de
R$50,00 por uma de R$100,00, embora essa última não conste das notas apresentadas pelo
professor.
O professor pode, ainda, propor outra situação como, por exemplo, trocas com o maior
número de cédulas. Percebemos que na primeira situação-problema a intervenção do professor é
mais acentuada do que na segunda, pois os alunos já conseguem raciocinar de forma mais
autônoma do que antes. Então, estão avançando da zona de desenvolvimento proximal para a zona
de desenvolvimento real.
Essa forma de atuar do professor faz a ligação entre o aluno e o conhecimento a ser
construído, provocando a curiosidade dos alunos na busca de soluções. Note que a situação-
problema envolve conhecimentos que os alunos já compreendem, que no caso são as quatro
operações básicas.
Mas não é só isso. Os alunos precisam organizar como utilizar esses conhecimentos, e
nessa organização as discussões a respeito da elaboração das respostas são fundamentais. Quando
procuram as respostas, os alunos defendem suas fundamentações e forçam a compreensão dos
outros para essas fundamentações.
Portanto, a utilização dos conhecimentos não fica mecanizada e sim construída, e a atuação
do professor é a mediação dessa construção. Veja que como, por um bom tempo, a Educação
Física foi confundida como aplicação de atividades, nem sempre houve a preocupação em elaborar
objetivos educacionais para elas: era a atividade pela atividade.
É de suma importância você perceber a necessidade de utilizar referenciais, que auxiliem a
interpretar o que acontece no ambiente escolar. Se você dispõe de conhecimentos desse tipo,
poderá usá-los ao planejar as suas aulas, e, posteriormente, realizar uma avaliação do que
aconteceu.
Em uma educação transformadora, para que a didática esteja em consonância com uma
abordagem interacionista, veja que você precisa abandonar antigas formas de agir. É preciso evitar
facilitações, atalhos e encurtamentos, que obstaculizam ou evitam o esforço reconstrutivo, em particular o
esforço de argumentar. Não é boa didática “resolver dúvidas”, oferecer macetes, facilitar atalhos, encurtar o
raciocínio. Em termos de teoria da emancipação, “sentir-se perdido” é etapa fundamental e pedagógica,
porque leva à iniciativa própria, sempre sob orientação (DEMO, 2004, p. 93).
Sabemos que a educação escolar é intencional e dependente das ações do professor.
Observe que essas ações não podem apenas vir de experiências práticas do cotidiano do
profissional, mas que é preciso teorizar essa prática e praticar as teorias de autores referenciados.
Portanto, é preciso planejar as ações educativas que servirão de discussões durante o
processo educativo. Efetivamente, educar na escola representa, entre outras coisas, em exercer uma
influência sobre os destinatários da ação educativa com a finalidade de orientar as suas ações e os seus
comportamentos a uma determinada direção (SALVADOR et al., 2000, p. 10).
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3.1 Introdução
Você ainda se lembra das aulas de Educação Física do Ensino Fundamental e Médio?
Recorda-se das interações entre professor, alunos e movimentos? Quer exemplos? Oportunidades
em que o professor organizava os jogos, as filas, ou as tarefas em que seriam realizados
movimentos pelos alunos.
Agora, enfatizaremos aspectos que favorecem essas relações, destacando a fundamentação
teórica que subsidia as atuações práticas dos envolvidos no processo ensino-aprendizagem. Para a
sua melhor compreensão, dividimos esta Unidade em duas partes: a primeira, diz respeito aos
paradigmas dos movimentos no contexto educacional; a segunda, discutirá as concepções de
ensino aplicadas aos paradigmas dos movimentos.
O terceiro exemplo ocorre em uma aula que tem como tema a Ginástica Artística. Leia os
procedimentos que se seguem. O professor fala aos alunos:
(P) – Hoje vocês vão realizar a “parada de mãos”, mais conhecida como “bananeira”. Como vocês
sabem, a pessoa deve ficar com o corpo em posição invertida, ou seja, de cabeça para baixo,
apoiando as mãos no chão. O corpo todo tem que estar estendido, tanto os braços como o tronco e
as pernas, entenderam?
(A) – Entendemos.
Após esse início, em que o professor apresenta o conceito da “parada de mãos”, ele
continua falando aos seus alunos.
(P) – Vejam só como se faz esse movimento. Eu só vou demonstrar uma única vez, portanto,
fiquem em silêncio e prestem bastante atenção em como eu vou realizar a “parada de mãos”.
Nesse momento, o professor fica à frente de todos, para que eles possam observar o
modelo do movimento, e executa a “parada de mãos”. Após a execução ele fala aos alunos:
(P) – Viram? Primeiro, eu posicionei as mãos no chão na largura dos ombros Depois, ergui o meu
tronco e apoiei os joelhos nos braços e posicionei minha cabeça à frente das mãos, formando um
triângulo eqüilátero. Quando o meu tronco estava reto na vertical, aí eu comecei a elevar as pernas
até que elas ficassem completamente estendidas.
Entenderam?
(A) – Siiiiiiim.
Então, o professor comenta:
(P) – Como é um movimento muito complexo, vamos começar por partes. Primeiro eu quero que
todos vocês posicionem as mãos no chão na largura dos ombros. Estão preparados? Atenção!
Começar!
Espera um tempinho e apresenta o reforço:
(P) – Muito bem! Agora, vamos para a segunda etapa que é apoiar os joelhos nos braços e a
cabeça à frente das mãos, formando um triângulo eqüilátero. Passado algum tempo de observação
da execução da etapa solicitada, ele volta a reforçar:
(P) – Muito bom mesmo! Agora chegou a hora de completar o movimento, estendendo o corpo na
vertical. Só que, nessa etapa, é necessário que vocês fiquem em grupos de três pessoas, para que
uma realize o movimento e as outras duas, uma de cada lado, dêem a segurança para ninguém se
machucar. Eu aviso quando vocês irão trocar. Podem começar! A seguir, veja o quarto exemplo.
O professor reúne os alunos e diz para eles:
(P) – Hoje, vocês irão trabalhar o arremesso no handebol. É preciso que vocês variem as formas
de arremesso. Acrescentem apenas uma regra, para que no jogo ocorra essa variação. Os alunos
começam a discutir sobre a regra, colocam suas opiniões, que são analisadas por todos, e decidem:
(A) – Cada arremesso deve ser diferente do arremesso anterior.
Os alunos começam a jogar. O professor percebe que só três formas de arremessos estão
acontecendo: com salto de frente, rasteiro de frente e quicado de frente. O professor espera mais
alguns minutos e resolve colocar uma outra regra.
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(P) – Agora, não valerá o ponto se o arremesso repetir uma forma que já foi realizada pela equipe.
Então, os alunos começam a inventar várias formas de arremessos. Observe o último exemplo
prático que se segue.
O professor chama os alunos para perto e fala:
(P) – Hoje, vocês vão jogar um voleibol com as seguintes regras:
a) todos deverão estar participando do jogo;
b) deve haver o mínimo de quatro e o máximo de seis toques de pessoas diferentes por jogada;
c) quem passar a bola para o outro lado deverá estar em contato com pelo menos dois outros
colegas;
d) o jogo será interrompido se a bola parar ou cair no chão, ou, ainda, se não houver o
cumprimento das regras. Vamos ver quanto tempo vocês conseguem jogar sem deixar a bola sair
de jogo.
Durante o jogo os alunos não conseguem jogar mais de dez segundos sem que haja a
interrupção. Sendo assim, eles decidem que um elemento de cada equipe será encarregado de
passar a bola para o outro lado, enquanto que os outros ficarão com a responsabilidade
de realizar o contato com ele. O tempo de jogo aumenta, mas o professor percebe que só alguns
alunos estão tocando na bola, enquanto os outros só correm para ficar em contato com o passador
de bola. Então, ele resolve modificar o jogo e desafia:
(P) – Vamos ver em quanto tempo vocês conseguem com que todos passem a bola para o outro
lado sem que o jogo seja interrompido.
O professor paralisa o jogo e zera o tempo toda vez que acontece alguma infração às regras
estipuladas, ou que a bola sai de jogo. Durante a aula foram apresentadas e testadas várias
situações sugeridas pelos próprios alunos. Quando uma idéia aumentava o tempo de bola em jogo
eles a repetiam ou a aperfeiçoavam. Mas, quando uma idéia diminuía esse tempo eles logo a
descartavam e procuravam outra solução.
No próximo tópico, vamos relacionar as concepções de ensino com as correntes da
Educação Física escolar.
3.2.1 Concepções de Ensino
As concepções de ensino estão diretamente relacionadas com as tomadas de decisões que
ocorrem durante o processo educacional. Por isso, temos apenas duas concepções de ensino:
1. quando o professor toma a maioria das decisões nesse processo, sem permitir que os
alunos tomem decisões, denominada concepção de ensino fechado;
2. quando o professor delega as tomadas de decisões aos alunos, chamada de concepção de
ensino aberto. Essas concepções de ensino referem-se, especificamente, à dimensão técnica do
processo ensino-aprendizagem, ou seja, à forma como é decidida a organização e
operacionalização dos componentes do processo: objetivos, conteúdos, metodologia e avaliação.
Quanto mais o professor assume a responsabilidade de determinar as questões teóricas e
práticas desse processo, ele é considerado um ensino fechado.
Quanto mais o professor permite e solicita a participação dos alunos no processo
educativo, ou seja, começa a dividir a responsabilidade, mais fica evidente a concepção de ensino
aberto. Anteriormente, você viu quatro exemplos de situações de aula. Qual será a relação do que
foi visto com o que você está estudando agora?
seu grupo. As formas de movimento fornecidas deverão ser trabalhadas livremente pelos alunos,
de acordo com um contexto de organização social já determinado pelo professor, ou a ser
encontrado por eles, alunos.
Por exemplo, quando elaboramos um desafio para o grupo: vocês conseguirão com que
todos executem pelo menos um toque por cima e uma manchete em trinta passagens de bola? As
formas de movimento a serem encontradas pelos próprios alunos deverão estar em um contexto de
organização social a ser preparado pelos alunos, ou já determinado pelo professor.
Por exemplo, quando é determinada uma regra em que cada jogada deve ter no mínimo três
formas motoras diferentes de golpear a bola de voleibol. Observe que ao apresentar situações-
problema, nas quais os alunos determinam a forma de movimento, o professor utiliza a concepção
de ensino aberto, e oportuniza a relação dos alunos com o movimento lúdico, criativo, impressivo-
expressivo.
Assim, os próprios alunos interpretam os problemas e agem conforme suas habilidades,
não havendo motivos para exclusões. As intervenções do professor atuam como mediadoras do
processo de construção da aprendizagem, pois abrem:
(...) aos alunos a possibilidade de agirem autonomamente, visando a
criatividade, a comunicação e a cooperação. Aqui o aluno se torna sujeito
de seu próprio processo de aprendizagem (HILDEBRANDT; LAGING,
1986, p. 7).
Portanto, não se deve pensar em concepção de ensino aberto quando se deixa o aluno livre
para fazer o que bem quiser, sem planejamento. Isso não é ensino aberto, e sim espontaneísmo.
Você se lembra, quando nas aulas de Educação Física, todos da turma repetiam os mesmos
movimentos várias vezes? Por exemplo, o movimento da bandeja no basquetebol. E quando era
solicitado que você corresse de várias maneiras? Por exemplo, de frente, de costas e de lado. O
foco principal nessas aulas era o movimento. Por isso, o movimento era utilizado como um fim do
processo ensino-aprendizagem.
Você, também, deve lembrar-se de quando havia a seguinte regra no jogo: que só valeria o
ponto se todos tivessem tocado na bola. Ou, ainda, quando você tinha que carregar o colega, de
qualquer maneira, até certo ponto da quadra. Nessas aulas, o foco principal era a participação de
todos e a confiança no colega. Porém, isso acontecia apenas quando havia o movimento. Por isso,
ele era utilizado como um meio do processo ensino-aprendizagem. Dessa maneira, você já deve
ter observado que as aulas de Educação Física podem utilizar o movimento de duas maneiras:
1. como um fim em si mesmo, em que o foco principal da aula é a ação motora;
2. como um meio do processo ensino-aprendizagem, em que o foco central passa a ser o
desenvolvimento cognitivo (aspectos relacionados à utilização da mente), afetivo (relacionado
com sentimentos e emoções), ou social (relacionado com interações entre os participantes).
Perceba que, na atuação com o desenvolvimento motor, o aluno pode assumir o papel
central no processo ensino-aprendizagem. Nessa situação, adota-se a concepção de ensino aberto
ao permitir que o aluno participe, interferindo no planejamento da instrução e vivenciando
inúmeras possibilidades de movimentos a partir da própria percepção. Sendo assim, a escola
perceptivo-motora permite que se utilize tanto a concepção de ensino fechado como a concepção
de ensino aberto.
Para isso, é necessário que se adote uma concepção aberta de ensino, na qual o professor
assume o papel de facilitador da aprendizagem e o aluno torna-se o centro do processo, como
indica Lapierre (1989, p. 99): “o educador faz proposições à criança, e esta responde lhe
favoravelmente ou não”. Perceba que a metodologia a ser adotada deve orientar-se segundo as
necessidades do aluno, conforme a teoria de Wallon:
(...) tendo por objeto a psicogênese da pessoa concreta, a teoria walloniana, se utiliza como instrumento
para a reflexão pedagógica, suscita uma prática que atenda as necessidades da criança nos planos afetivo,
cognitivo e motor e que promova o seu desenvolvimento em todos esses níveis (GALVÃO, 1996, p. 97).
Deve, ainda, compreender o movimento em dois aspectos, evidenciados por Wallon: a
previsão (fator de antecipação) e a execução (fator de controle), sem dissociar os planos afetivo,
cognitivo e motor da consciência da ação e vice-versa. Podemos citar como exemplo o trabalho
com formas de arremesso. Nessa situação, o professor incentiva o aluno a se envolver
afetivamente e permite que ele pense como variar as ações pretendidas antes de vivenciá-las
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(previsão). O aluno decide, de acordo com a sua livre expressão e estado emocional, quais as
formas e a ordem nas quais os movimentos irão ser efetuados, servindo como auto-análise dessa
realização (execução).
É um documento provocativo e não obrigatório. Foi elaborado para ser dialético e instigar
a discussão da prática, inclusive, do professor de Educação Física. Portanto, não se pode esperar
que esteja voltado para uma educação como redenção ou como reprodução. Mas, sim, em
consonância com uma educação comprometida com a transformação social. Os princípios dos
PCN são: princípio da inclusão, que busca reverter o quadro de classificação dos alunos em aptos
e inaptos, procurando evidenciar mudanças nas formas do planejamento educacional; princípio da
diversidade, que está relacionado à ampliação das formas de interações que ocorrem entre os
conhecimentos da cultura corporal de movimento e os sujeitos da aprendizagem; categorias de
conteúdos: conceituais, procedimentais e atitudinais.
Nesse último princípio, verifica-se um avanço significativo no entendimento das
dimensões do ser humano, não ficando apenas no comportamental. Perceba que essas categorias
deverão ser evidenciadas igualmente durante todo o processo educativo e balizam a aprendizagem,
a organização e a avaliação desse processo.
Talvez, a significância maior esteja em assumir os conteúdos atitudinais como parte
integrante e essencial na realidade concreta das vivências do processo educacional. Com isso, os
conteúdos atitudinais saem do contexto oculto, como eram vistos antigamente, para um contexto
de ação na realidade concreta dos alunos.
Com as categorias de conteúdos, vemos a estreita ligação entre os PCN e a LDB, que em
seu art. 32, inciso III, afirma: art. 32. III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem,
tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores
(BRASIL, 2008, p. 14).
Assim, a aquisição dos conteúdos conceituais (conhecimentos), procedimentais
(habilidades) e atitudinais (formação de valores e atitudes) é de primordial importância no
desenvolvimento da aprendizagem dos alunos.
Percebemos claramente a opção pelas abordagens críticasnos PCN de Educação Física, ao
adotar como referência o termo cultura corporal de movimento e a contribuição para o exercício
da cidadania, quando, no processo ensino-aprendizagem, envolve a multidimensionalidade do ser
humano.
Dessa maneira, amplia a visão de oportunidades de conteúdos que podem ser trabalhados,
inclusive, aqueles que não fazem parte da cultura do aluno. Note que essa maneira de tratar os
conteúdos torna-se importante, pois tira o peso da Educação Física de ser um ensino conteudista,
ou voltado apenas para o movimento.
Na seleção de conteúdos deixa de enfatizar a parte esportivista, priorizando o
conhecimento do corpo biológico. Nos PCN do ensino médio isso é mais evidente, centrando as
competências e as habilidades na área da saúde.
Os blocos de conteúdos são divididos em três: conhecimentos sobre o corpo; esportes,
jogos, lutas e ginásticas; atividades rítmicas e expressivas.
Observe que o bloco de conhecimentos sobre o corpo possui conteúdos que estão incluídos
nos demais, mas que também podem ser abordados e tratados separadamente. O grande avanço em
relação à avaliação está na importância dada ao aspecto qualitativo, característica de uma
educação interacionista. Veja que o aspecto quantitativo é uma característica da educação
tradicional ou tecnicista.
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Na verdade não basta fazer (ter habilidade), é preciso saber fazer (ter competência).
Portanto, quando se fala que hoje em dia, na educação, não trabalhamos mais com objetivos e sim
com competências e habilidades, é feita uma referência à categoria dos conteúdos procedimentais.
Os defensores dessa visão caem na ingenuidade de reduzir o processo ensino-aprendizagem a
simplesmente fazer com que os alunos realizem tarefas.
Veja que isso é importante numa abordagem interacionista, voltada para a educação como
forma de transformação social, mas, para o exercício da cidadania, é necessário muito mais do que
adquirir habilidades e desenvolver competências.
interações do professor visam oferecer aos alunos a oportunidade de trabalhar mais vezes com os
conteúdos conceituais, para que haja a estabilização dos conteúdos atitudinais.
Portanto, a intervenção do professor deve acontecer nos procedimentos dos alunos. Quanto
mais o professor intervir mais ele estará agindo como mediador da aprendizagem. Veja os
esquemas que se seguem.