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SECRETARIA DE ESTADO DE SEGURANÇA PÚBLICA

INSTITUTO DE ENSINO DE SEGURANÇA DO PARÁ


CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO PARÁ
ACADEMIA BOMBEIRO MILITAR DO PARÁ

A QUÍMICA DO FOGO

Marituba/PA
2
2010
2
1
CAD BMMT Eraldo das Neves Moura
CAD BMTO Jeremias Fontinele da Silva

A QUÍMICA DO FOGO

Artigo apresentado a Disciplina Química II,


orientado pelo professor GILBERTO GRANA
da Academia Bombeiro Militar do Estado do
Pará – ABM “Capitão Antônio Veríssimo Ivo
de Abreu”, como requisito avaliativo ao 2°
Ano do Curso de Formação de Oficial
Bombeiro Militar.

Marituba/PA
2010

1
Alunos - Oficias do 2° ano da Academia Bombeiro Militar do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Pará.
3

SUMÁRIO

I. RESUMO.....................................................................................04

II. ABSTRACT.................................................................................04

III. INTRODUÇÃO...........................................................................05

IV. DESENVOLVIMENTO.............................................................06

V. CONCLUSÃO.............................................................................20

VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICA........................................21


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A QUÍMICA DO FOGO
Resumo

Uma das grandes conquistas do homem foi aprender a fazer e a controlar o fogo. Com isso, ele
passou a não temer mais o frio nem as trevas da noite. Conseguiu afugentar os animais que o
ameaçavam e comer sua carne de maneira mais apetitosa. Passou a fazer melhor os objetos de
barro (a cerâmica) e, mais tarde, a obter os metais. Fez também do fogo um destruidor do ambiente
e uma arma para matar o seu semelhante. Por isso, ainda, o fogo fascina e amedronta. Ao mesmo
tempo que nos remete ao passado longínquo, o fogo também é o presente, a modernidade, nos
motores dos automóveis, dos jatos e dos foguetes. O petróleo - motor do mundo atual - é seu
principal alimento. Vários materiais que utilizamos hoje, como o vidro, a porcelana, o cimento
armado, os metais, os plásticos etc., são fabricados com fogo. . No passado, as pessoas se
assentavam em volta da fogueira para conversarem, para trocarem idéias. O fogo estava no centro
do debate. Atualmente, as pessoas já não fazem isso com freqüência, porém o fogo é, agora, o
centro do debate. Neste artigo, iremos contar um pouco da química do fogo. Como os homens
foram aprendendo a fazê-lo, controlá-lo e a combatê-lo. Como a Ciência passou a compreendê-lo e
qual sua importância técnica atual.

Palavras-Chave: Fogo. Combate. Controle. Química do fogo. Fogo um destruidor.

Abstract
One of the great achievements of man was learning to make and control fire. With that, he no
longer fear the cold nor darkness of night. Managed to scare away the animals that threatened him
and eat his flesh in a more appetizing. Became the best clay objects (ceramic) and, later, to obtain
the metals. He also made a fire destroying the environment and a gun to kill his neighbor. So, also,
fascinates and frightens the fire. At the same time it brings us to the distant past, the fire is also
present, modernity, the engines of cars, jets and rockets. Oil - engine in the world today - is its
main food. Many materials we use today, such as glass, porcelain, concrete, metals, plastics etc.,
Are manufactured with fire. . In the past, people sat around the campfire to talk, to exchange
ideas.The fire was at the center of the debate. Nowadays, people no longer do this frequently, but
the fire is now the center of the debate. In this article, we'll tell some of the chemistry of fire. As
the men were learning to do it, control it and fight it. As science began to understand it and why is
it important current technique.

Keywords : Fire. Combat. Control. Chemistry of fire. A destructive fire.


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1. Introdução

Desde os primórdios que o Homem sempre foi ameaçado por riscos de diversos tipos e origens.
Com a descoberta do fogo abriram-se novas oportunidades à Humanidade, mas surgiu também o
risco de incêndio. As primeiras reações ao fogo foram apenas medidas de proteção: mecanismos
destinados a combater os incêndios quando e onde se manifestavam. Como exemplo, a
preocupação de egípcios, fenícios e hebreus no patrulhamento das suas cidades, em especial à
noite, para detectar e combater qualquer foco de incêndio. Foram os romanos que decretaram as
primeiras medidas preventivos contra incêndios, naquilo que hoje se designa por segurança
passiva. Após graves incêndios em 64 e 192 foram decretadas diversas medidas, tais como:
• proibição de construir acima de determinada altura;
• alargamento das ruas;
• construção de muros corta-fogo;
• criação de locais de abastecimento de água.
Contudo faz-se necessário compreender o fogo para depois pensamos em controlá-lo, este é o
objetivo deste artigo entender a química do fogo.
O fogo é um fenômeno quimicamente descrito como uma reação de combustão, constituindo um
caso particular das reações de oxidação. Conheça a química do fogo, especialmente do fogo
de vegetação, associado aos incêndios florestais.
O fogo é um fenômeno físico e químico que resulta da rápida combinação de um
comburente com um combustível e é caracterizado pela emissão de calor, luz e geralmente
chamas. Os fogos de vegetação, ou fogos florestais (termo mais associado aos grandes
fogos), correspondem a uma combustão que tem normalmente como comburente o oxigênio e
que consome combustíveis vegetais naturais, como o húmus, as espécies herbáceas, arbustivas e as
árvores.
Os fogos florestais distinguem-se de outras combustões (caso de combustões com outras
substâncias químicas) ao possuírem apenas o oxigênio como comburente e um grupo de
combustíveis relativamente homogêneos (constituído por substâncias praticamente idênticas, que
diferem principalmente na densidade e arranjo), diferenciando-se fundamentalmente das que
ocorrem em meios confinados, pelo fato dos fogos florestais terem propagação livre,
combustíveis naturais e os fatores que neles participam não estarem controlados.
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2. Desenvolvimento

Fenomenologia da Combustão

Para iniciamos nossa viagem é necessária definir alguns termos químico-físicos que serão tratados
neste artigo.
Reação Química é fenômeno em que uma ou mais matérias (reagentes) se decompõem e/ou
associam reagindo entre si, dando origem a outras matérias (produtos de reação). Os produtos da
reação não exibem as mesmas características (físicas e químicas) dos produtos que reagiram entre
si para lhes dar origem. Para que ocorra uma reação química é necessário que se verifiquem
determinadas condições, tais como uma determinada proporção entre os reagentes e as adequadas
condições ambientais.
Energia de ativação é quantidade de energia que é absorvida ou libertada quando decorre uma
determinada reação química, que se podem classificar em endotérmicas e exotérmica. Endotérmica
quando se verifica uma absorção da energia do exterior. Exotérmica quando se liberta a energia
para o exterior. A libertação de energia pode assumir as formas de dissipação de calor ou radiação
luminosa.
Catalisadores é um produto que, estando presente numa reação química, pode influenciar (positiva
ou negativamente) a velocidade dessa reação, sem, no entanto sofrer qualquer transformação no
decorrer da reação. Catalisador positivo: acelera a velocidade da reação Catalisadora negativo:
limita ou dificulta a progressão da reação.

Reação de Combustão

A reação de combustão é um caso particular de uma reação química de oxidação, onde os


reagentes são designados por combustível e por comburente. Estes reagentes combinam-se e
alteram a sua estrutura molecular, originando os chamados produtos da combustão. Esta
reação ocorre com libertação de energia, tendo, portanto, um caráter exotérmico. A
combustão consiste, na realidade, numa sucessão rápida de reações, a temperaturas elevadas.
Num fogo florestal, o oxigênio (O2) é normalmente o comburente. Considerando, por exemplo,
uma reação do oxigênio com a celulose, que é o principal constituinte da madeira, liberta-
se cerca de 16000 kJ de energia por cada kg de glicose consumida (a celulose é um
polímero constituído por cadeias de glicose – C6H12O6):

C6H12O6 + 6O2 --> 6CO2 + 6H2O + ENERGIA (Q = 16000 kJ/kg)


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Como o oxigênio é a única substância ativa deste processo, as equações químicas resultantes estão
corretas, mas apenas sob o ponto de vista estritamente químico. Podemos considerar outros
exemplos de reações de combustão, os da combustão do hidrogênio (H2), do monóxido de carbono
(CO) ou do metano (CH4):

2H2 + O2 --> 2H2O + ENERGIA (Q = 12100 kJ/m3)

2CO2 + O2 --> 2CO2 + ENERGIA (Q = 11970 kJ/m3)

CH4 + 2O2 --> CO2 + 2H2O + ENERGIA (Q = 12100 kJ/m3)

Quando se pretende calcular as energias libertadas, há que ter em conta que o ar não é
constituído por oxigênio puro, mas sim por uma mistura de gases, da qual cerca de 21% é
oxigênio (podendo reduzir-se a 15% durante o fogo) e 79% de azoto (N2) (1 mole de O2
corresponde a 3,76 de N2). O mesmo se aplica para o cálculo de caudais de gases.
É então evidente que as reações de combustão libertam muita energia. Esta energia já tem de
existir mesmo antes de se dar a reação, porque é uma grandeza que se conserva, como a
termodinâmica o comprova. Assim, os combustíveis têm de armazenar energia na sua estrutura
molecular.
Nos combustíveis florestais este fato é facilmente explicado, já que são formados através da reação
química que as plantas utilizam para a produção de biomassa, ou seja, a fotossíntese, expressa pela
seguinte equação:

6CO2 + 6H2O + RADIAÇÃO SOLAR --> C6H12O6 + 6O2

Na planta, a reação da água absorvida do solo com o dióxido de carbono da atmosfera,


promovida pela radiação solar, produz as moléculas de glicose, que ficam com a energia
proveniente do Sol armazenada, para além de se libertar oxigênio para a atmosfera. Apesar da
existência de uma relativa homogeneidade nos combustíveis florestais, dominados pela
glicose, existem algumas diferenças nos seus constituintes, que têm conseqüências na ocorrência
do fogo.
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O Triângulo do Fogo

As condições necessárias para a ocorrência da combustão podem ser descritas de forma


muito simples através do triângulo do fogo. Para haver combustão é necessária a presença
simultânea dos intervenientes dos três lados do triângulo, que são o comburente, o combustível e
a energia. A energia que é fornecida ao sistema – energia de ativação – pode vir em forma de
calor, de chama, de uma faísca, etc., mas não se equipara à libertada durante a combustão.

O Tetraedro do Fogo

A auto-sustentação da combustão é garantida pela reação em cadeia referida, dando origem a um


outro conceito. Para garantir a combustão contínua é necessário um quarto elemento: a reação em
cadeia
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Mecanismo geral de Reação

No processo global do fogo na vegetação existem vários aspectos que importa considerar
para produzir o esboço do mecanismo geral da reação:
♦ O combustível tem que sofrer transformações, à frente da e na própria zona
de reação, para que possa arder;
♦ A combustão é fisicamente heterogênea, podendo ocorrer com chama e/ou sem
chama;
♦ A zona de reação não é confinada e algumas das substâncias químicas
envolvidas na combustão podem escapar desta zona em vários estágios de transformação.
Numa combustão com chama, a zona da chama é especialmente importante, por ser o local do fogo
onde a atividade química é mais intensa e complexa.
Na combustão não se dá uma transição direta dos reagentes para os produtos, havendo antes uma
passagem por uma série de produtos intermédios. Aquilo que normalmente se descreve com
uma equação global de reações de combustão corresponde, na realidade, a um conjunto de
reações elementares seqüenciais, uma reação em cadeia em que se distinguem princípio, meio e
fim.
Nestas reações em cadeia a ignição é um processo iniciador, a propagação um processo de
ramificação e a extinção em processo terminal.
No início de processo, uma molécula estável fragmenta-se devido ao calor, originando-se
dois ou mais radicais. Por exemplo:

C3H8 --> C2H5 + CH3

A molécula de propano (C3H8) origina dois radicais muito instáveis, que interagem com outras
moléculas, tornando-se centros de cadeias envolvidas em novas reações, um processo em cascata
que leva à ocorrência de uma seqüência de ramificações.
Uma das reações mais significativas da propagação envolve o hidrogênio atômico (H) e o
oxigênio molecular, com a produção de oxigênio atômico (O) e um radical de hidroxilo (OH),
extremamente ativos:

H + O2 --> O + OH
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A propagação é garantida porque cada reação mantém ou multiplica o número de produtos


disponíveis para reações subseqüentes, numa seqüência de processos, sendo a zona de
chama a mais importante para a sua ocorrência.
A reação em cadeia termina com a inversão do processo, quando os centros das cadeias se
combinam com moléculas estáveis, conduzindo à extinção.
Verifica-se no exemplo seguinte a recombinação de dois radicais, freqüentemente em
presença de uma terceira molécula:

H + OH + N2 --> H2O + N2

Um átomo de hidrogênio recombinou-se com um radical OH, produzindo uma molécula de


água, na presença de uma molécula de N2, que absorveu parte da energia libertada na
recombinação. Estes processos ocorrem em locais distintos da zona de combustão: a iniciação das
cadeias ocorre à frente da zona de chama; as ramificações correspondentes à propagação do fogo
acontecem no interior da chama e o fim da formação das cadeias dá-se na retaguarda da zona de
chama, resultando na sua extinção.

Fases da Combustão

A combustão, para além do seu resultado geral, pode ser dividida em diferentes fases.
Contrariamente ao que seria de esperar, o processo inicia-se com uma reação endotérmica, fase
denominada por pré-ignição, quando é necessária uma fonte inicial de energia (incluída no
triângulo do fogo). Segue-se a fase de transição – a ignição – e, por fim, a última fase que é
exotérmica e que corresponde à combustão propriamente dita, que pode ser com e/ou sem chama.

Pré-Ignição

Nesta fase o combustível sofre pré-aquecimento e pirólise e fica apto a entrar em


combustão. Ocorre uma subida de temperatura e há libertação de voláteis e de água.
As conseqüências do pré-aquecimento verificam-se primeiro nos voláteis, que se libertam
logo a baixas temperaturas, e em seguida a água absorvida no combustível começa a libertar-se
por vaporização. A umidade do combustível poderá ser excessivamente alta, de modo a que todo o
calor disponível é gasto a evaporar água, não restando energia térmica para aquecer as partículas
até à temperatura de ignição.
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A pirólise é um processo (soma de processos) de degradação térmica, provocando a decomposição


química por ação do calor. Este processo no material lenhoso ocorre essencialmente através
de dois mecanismos competitivos. Um exemplo típico é o da pirólise da glicose.
A predominância de um ou outro destes mecanismos depende das propriedades dos
combustíveis e da temperatura na zona de reação. As temperaturas altas favorecem a
libertação de voláteis inflamáveis, enquanto que temperaturas mais baixas promovem a produção
de alcatrão e carvão.

Ignição

A ignição é uma fase instável e corresponde ao processo transitório que conduz à combustão, que é
de novo uma fase estável.
A ignição não se verifica a uma única temperatura. A forma do combustível,
nomeadamente a sua relação superfície/volume, está diretamente relacionada com a
quantidade de calor que pode ser absorvida por unidade de massa ou volume e por unidade de
tempo, da condutividade térmica dos combustíveis, e depende também de outros fatores físicos.
Após a carbonização da superfície do combustível, a incandescência inicia-se quando a
temperatura atinge os 500-600ºC, isto se a produção de voláteis não excluir o oxigênio da zona,
porque aqui ocorre sempre uma mistura de ar ambiente e voláteis pirolisados.
Se a mistura estiver no intervalo de inflamabilidade (nem demasiado rica em voláteis
pirolisados, nem demasiado pobre) e houver uma fonte de calor, os gases incendeiam-se e ardem
com chama. Se a mistura for demasiado rica, é preciso que seja diluída com ar (situação
frequente), ocorrendo chamas destacadas do combustível.
A mistura também pode ser excessivamente rica quando demasiado CO2 e/ou vapor de
água reduzirem as proporções de ar na mistura. Misturas demasiado pobres para permitirem
a ignição ocorrem quando a pirólise de voláteis cai abaixo de determinados mínimos, ou
quando o vento promove uma diluição demasiado rápida com o ar.
Em combustões florestais, o limite de inflamabilidade depende do tipo e quantidade de extrativos
voláteis, que variam com as espécies vegetais e com a estação do ano. A resposta de uma
partícula de combustível que sofre um processo de aquecimento pode assumir três formas:
não ignição (a partícula não chega a inflamar-se, porque a duração do aquecimento é
demasiado curta, ou a intensidade demasiado baixa para se atingir a temperatura de ignição);
ignição transitória (a combustão ocorre apenas enquanto se mantém a fonte de calor, situação
muito freqüente nos fogos florestais); ignição persistente (a combustão torna-se auto-
sustentada, isto é, permanece mesmo na ausência de fonte de calor).
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Combustão com Chama

A frente de chama é a parte mais “espetacular” de um incêndio florestal e também a mais


importante para a compreensão do fogo. A formação de chama requer calor e combustíveis
gasosos e quando o combustível se encontra à partida nesta fase, a taxa de combustão é função da
temperatura da zona de reação e das taxas de fluxo e mistura de ar aí existentes.
Com combustíveis predominantemente sólidos, a combustão pode ser parcial e heterogênea, e
exibir chama apenas quando a pirólise produz gases inflamáveis que podem ser
transportados para a zona de reação. Assim, a zona de pirólise pode ser distinta da zona
de combustão e as chamas podem estar ligadas ou desligadas do combustível.
A produção de chama ocorre dentro de determinados limites de temperatura e processos de mistura
gasosa. A baixas temperaturas, com misturas pobres em oxigênio e escassa produção de
gases, as chamas podem estar separadas da zona de vaporização e difusão ou nem sequer se
formar.
Todas as variáveis que afetam a ignição afetam também a combustão, como é o caso da
umidade dos combustíveis. O efeito principal da umidade sobre a combustão é, porém, a diluição
dos gases combustíveis produzidos por pirólise do material sólido.

Combustão sem Chama

A combustão sem chama, ou incandescente, é o processo dominante quando os voláteis foram já


expulsos do combustível celulósico, restando apenas um invólucro carbonoso. Pode acontecer,
ainda, quando o teor em cinzas é elevado e o de voláteis baixo (como, por exemplo, em solos
orgânicos), de modo que o aquecimento não produz misturas gasosas voláteis, ou a gravidade
específica do combustível é demasiado baixa para conduzir o calor com rapidez suficiente para
que se produza a mistura gasosa inflamável.
Na combustão incandescente, o oxigênio presente junto à superfície do combustível combina-se
diretamente com o carbono e produz CO, a uma temperatura ligeiramente inferior a 600ºC. Se a
temperatura atingir 650-700ºC e houver oxigênio suficiente, o CO é oxidado a CO2. A reação C-
CO pode dar-se em atmosferas com não mais de 5% de oxigênio, enquanto que a reação CO-CO2
e a combustão com chama exigem, pelo menos, 15% de oxigênio.
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A oxidação CO-CO2 liberta apenas 1/3 do calor da reação direta C-CO2. Daí que a
combustão por incandescência seja um processo relativamente mais frio do que a
combustão com chama. Ela é também freqüentemente acompanhada pela libertação abundante
de CO e completamente controlada pela difusão de oxigênio até junto da superfície do
combustível.
Esta combustão é típica de combustíveis de baixa densidade, e apresenta baixas perdas de
calor por condução, prosseguindo mesmo sob condições de elevado teor de umidade e baixa
concentração de O2, sob as quais nunca seria possível a formação de chamas.
São estas as características da combustão sem chama que explicam a sua persistência abaixo da
superfície do solo, por períodos prolongados. Como as taxas de reação são controladas pela
disponibilidade de oxigênio, ventos fortes podem elevar rapidamente a temperatura de um fogo
sem chama e inflamá-lo. Estes aspectos realçam a importância de se realizar um rescaldo eficaz
dos incêndios.

Produtos da Combustão

Os produtos da combustão variam com a constituição química dos combustíveis e conforme a


queima destes seja mais ou menos completa.
Nesta, fase, a zona mais ativa da reação, a chama, leva à oxidação completa ou parcial
dos voláteis. A combustão libera muitos gases aglomera outros (que têm maior massa
molar), produzindo a fuligem, e condensa outros, produzindo alcatrões e líquidos. O
aparecimento de fuligem é favorecido por combustíveis que proporcionalmente têm muito
carbono e pouco hidrogênio, sendo também favorecido em situações de pouco arejamento.
O Fumo que se observa a sair da zona de reação é constituído por vapor de água
condensado e partículas sólidas (partículas de combustível fragmentadas no processo e
sólidos produzidos na reação). Um Fumo branco pode ocorrer dever-se à elevada umidade
presente no combustível, ou significa que a combustão é completa, enquanto um fumo preto
indicia que a combustão é incompleta.
Fases de um Fogo

De que forma evolui um fogo?


Pode-se dizer que a evolução deste fenômeno passa por diversas fases:
 a fase de latência é caracterizada por uma energia de ativação suficiente em quantidade e
qualidade, uma situação térmica favorável, combustível suficiente e oxigênio com
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concentração suficiente (Um fogo não se pode desenvolver quando o teor de oxigênio no ar
é inferior a 10% em volume).
 a fase de arranque, cuja duração depende da inflamabilidade, da possibilidade de
propagação das chamas, da velocidade de decomposição dos materiais envolvidos no
incêndio, da geometria e volume dos locais, da possibilidade de dissipação do calor, da
ventilação, do tipo de superfície dos materiais (estrutura, porosidade) e da existência de
pontos de contacto entre os materiais;
 a fase de aceleração, em que aparecem gases e fumos, são emitidos gases tóxicos e
corrosivos e a velocidade de combustão cresce assim como a temperatura e as radiações
emitidas;
 a fase de combustão em que a temperatura cresce de uma maneira brutal, a velocidade da
combustão sobe exponencialmente, os gases libertados aumentam e aumenta a sua
velocidade de ascensão, alguns materiais atingem o ponto de auto-ignição, produzem
gases e vapores e inflamam-se espontaneamente;
 a fase de declínio ou de extinção, em que todo o local está em chamas e, se do exterior não
houver realimentação, o fogo decresce.

FORMAS DE COMBUSTÃO

COMBUSTÕES LENTAS - São as que se produzem sem emissão de luz e pouca emissão de
calor: A formação de ferrugem (Oxidação do ferro) A fermentação de substancias.
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COMBUSTÕES VIVAS - São as que se produzem com forte emissão de luz, com chamas e
incandescência ou seja, o fogo no seu aspecto normal.
CHAMA- É a combustão dos gases libertados em mistura com o comburente.
INCANDESCÊNCIA - É a combustão viva dos corpos sólidos.
IGNIÇÃO- É o inicio de uma combustão viva.
DEFLAGRAÇÃO - É uma combustão muito viva, cuja velocidade de propagação é menor que a
velocidade do som ( 340 m/s ): A combustão de vapores líquidos inflamáveis misturados no ar.
EXPLOSÃO - È uma combustão em que a velocidade de propagação é superior a velocidade do
som, e na qual uma mistura de gases com o ar está nas condições ideais.
COMBUSTÕES ESPONTÂNEAS - Caracterizam-se pela reacção química entre distintas
orgânicas.
RESULTADOS DA COMBUSTÃO:

FUMO - Aparece devido á combustão incompleta, na qual pequenas partículas se tornam visíveis,
variando estas de cor, tamanho e quantidade, podendo impedir a passagem da luz. O fumo pode ser
inflamado quando possui uma adequada proporção de calor e oxigênio. O fumo é irritante e pode
provocar danos no aparelho respiratório e irritação nos olhos de tal forma, que fluem as lágrimas
nos momentos de maior necessidade de visão. A cor do fumo varia conforme o combustível que
está em combustão. Assim, o fumo de cor branca ou cinzento pálido indica que arde livremente, O
fumo negro ou cinzento escuro indica normalmente um fogo com grande temperatura e falta de
Oxigênio. O fumo AMARELO, ROXO OU VIOLETA indica geralmente a presença de gases
tóxicos.
CHAMA - É a combustão dos gases libertados em mistura com o comburente.
CALOR - Para aqueles que combatem o fogo, o mais importante é o calor. Encontramos muitas
manifestações deste fenômeno, sendo ele o culpado de um sem número de incêndios. Pode-se dizer
que o calor é feito do movimento rápido das partículas conhecidas por moléculas que formam a
matéria.
GASES – Os gases são produto resultante da combustão, podendo ser tóxicos ou não. Os gases
emanados da combustão são:
Monóxido de Carbono
Dióxido de Carbono
Sulfureto de Hidrogênio
Dióxido de Nitrogênio e outros.
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Para além dos gases tóxicos já referidos outros são susceptíveis de aparecer conforme a
composição química do material combustível. Entre esses gases tóxicos destacam-se pela sua
toxidade e probabilidade de surgirem os seguintes:
Ácido fluorídrico; Ácido cianídrico ou Prússico; Ácido clorídrico; Amoníaco; Anidrido sulfuroso;
Cloro; Fosgénio; Vapores Nitrosos. O quadro que se segue apresenta os efeitos fisiológicos e as
respectivas concentrações expressas em ppm (partes por milhão). Nota: 1% = 10.000 ppm.

Efeitos fisiológicos de gases tóxicos em ppm


Perigoso dentro de Mortal em meia Imediatamente
Gás
meia a uma hora hora mortal
Ácido cianídrico – HCN 100 150 180 / 270
Ácido Clorídrico – HCL 1 000 / 2 000 2 000 1 300 / 2 000
Ácido fluorídrico – HF 50 / 250 250 ---
Ácido sulfídrico – H2S 300 600 1 000
Ácido sulfuroso – SO2 150 400 500 / 600
Amoníaco – NH3 500 2 200 2 500 / 5 00
Cloro – CL2 40 / 60 150 1 000
Dióxido de carbono – CO2 (a) 3 500 / 4 000 --- 6 000 / 7 000
Fósgénio – COCL2 25 30 50
Monóxido de carbono – CO 1 500 / 2 000 4 000 10 000
Vapores nitrosos – NO / NO2 100 / 150 --- 200 / 700
a) – Gás asfixiante

Gases Combustíveis (ou vapores inflamáveis)


Os gases e vapores combustíveis mais conhecidos são: o butano, o propano, o acetileno, o
hidrogênio, o monóxido de carbono e vapores de gasolina.
Em qualquer combustão e nomeadamente de um gás combustível, é necessário satisfazer o
Triângulo do Fogo (combustível + ar + fonte de ignição), mas é ainda necessário que o gás
combustível faça com o oxigênio do ar uma mistura em determinada percentagem. Todas as
pessoas conhecem as expressões de uma viatura estar “encharcada” ou “mistura pobre” e não
“pegar”. O que se passa neste caso é que a mistura de ar (oxigênio) e vapores de gasolina está
numa percentagem errada. No primeiro caso existe excesso de combustível e carência de oxigênio
e no segundo carência de combustível e excesso de oxigênio. Resumindo uma mistura de ar e um
combustível gasoso só se torna inflamável quanto está dentro de um determinado intervalo. Para o
caso dos vapores de gasolina este intervalo varia entre 1,3 % e 6,3 %, sendo o restante ar. Para o
monóxido de carbono estes valores já variam entre 12,5 e 74%. Estes valores são designados por
Limite Mínimo e Máximo de Inflamação (ou explosão). Ao intervalo entre estes valores designa-se
por Zona Inflamável.
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Limite Mínimo e Máximo de Inflamação de alguns gases e vapores combustíveis


Combustível Limite Mínimo Inflamação Limite Máximo Inflamação
Acetileno 1,5 % 82%
Acetona 2,5% 13%
Álcool etílico 3,5% 15%
Amoníaco 15% 28%
Benzina 0,7% 8%
Butano 1,5% 8,5%
Hidrogénio 4% 75,6%
Gás sulfídrico 4,3% 45,5%
Metano (gás natural) 5% 15%
Propano 2,1% 9,5%

Assim sendo podemos definir:


Limite Mínimo de Inflamação: É a quantidade mínima de gás combustível (ou vapor) que
misturado com o ar forma uma mistura inflamável.
Limite Máximo de Inflamação: É a quantidade máxima de gás combustível (ou vapor) que
misturado com o ar forma uma mistura inflamável.
Zona inflamável: É o intervalo compreendido entre o Limite Mínimo e Máximo de Inflamação.
DIFERENÇA ENTRE CALOR E TEMPERATURA: Para que se possa tornar mais simples fazer
esta diferença, vamos usar o seguinte exemplo: Dentro de uma casa existem uma peça de metal e
outra de madeira, as duas peças estão á mesma temperatura da habitação. Contudo se tocarmos em
ambas as peças ficaremos com a sensação de mais frio quando tocamos na peça de metal. A
explicação deste fenómeno deve-se ao facto do metal ser bom condutor de calor.
TRANSMISSÃO DE CALOR: Este fenómeno demonstra a capacidade de uma substância para
receber calor de outra. Assim o FOGO pode propagar-se por cinco métodos diferentes:
1) Condução: é o mecanismo de troca de calor que produz de um ponto a outro por contacto
directo, através de um corpo bom condutor de calor. Ex: Se aquecermos a extremidade de uma
barra metálica, ao fim de algum tempo o outro extremo também estará quente.
2) Convecção: É a transmissão de calor pelo ar em movimento. Estas correntes de circulação do ar
produzem-se devido á diferença de temperatura que existe nos diversos níveis de um incêndio,
quer dizer que o ar quente pesa menos e por isso encontrar-se-ão a níveis mais altos e mais altos e
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o ar frio pesa mais, logo, encontrar-se-á a níveis mais baixos. A expansão de um fogo por
convecção, provavelmente, tem mais influência do que os outros métodos quando tivermos de
definir a posição de ataque a um fogo. O calor produzido num edifício de grande altura em que
arde um piso intermédio expandir-se-á e elevar-se-á de uns níveis para outros. Deste modo, o calor
transmitido pela convecção tenderá, na maioria dos casos, na direção vertical, embora o ar possa
levar em qualquer direção.
3) RADIAÇÃO: é o processo de transmissão de calor de um corpo a outro através do espaço,
realizando-se a dita transmissão por via dos raios de calor. O calor irradiado não é absorvido pelo
ar, portanto, viajará no espaço até encontrar um corpo que por sua vez poderá emitir raios de calor.
O calor irradiado é uma das maiores fontes pela qual o fogo se estende e deverá ser prestada
atenção na hora do ataque ao fogo aos elementos que podem transmitir calor por este método. Ex:
O calor do Sol. Estes, são os 3 Processos Físicos de Transmissão de Calor
No entanto, o FOGO pode ainda transmitir-se e propagar-se através de:
4) DESLOCAMENTO DE CORPOS INFLAMADOS: Forma de transmissão que se dá pela queda
da matéria a arder, provocando novos focos de incêndio. Ex: faúlhas levadas pelo vento, queda de
árvores, animais que fogem com o pêlo a arder.
5) CORRENTE ELÉTRICA: é o caso dos incêndios provocados por curto circuitos nas instalações
elétricas. Uma ficha tripla pode sobreaquecer com carga excessiva, levando ao derretimento do
isolamento e provocar curto-circuito, com inicio de um foco de incêndio á distância.
CLASSIFICAÇÃO DAS SUBSTÂNCIAS:
Substâncias muito perigosas - São substâncias cujo ponto de inflamação é igual ou inferior a 25ºC.
Estas substâncias libertam gases ou vapores mesmo à temperatura ordinária podendo formar
misturas explosivas:
· Éter de petróleo
· Gasolina
· Acetona
· Benzina
·Álcool
Substâncias perigosas - São substância cujo ponto de inflamação está entre os 25º e 65º. Libertam
gases ou vapores inflamáveis em locais não protegidos:
· Aguarrás
· Aguardente
·Petróleo
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Substâncias não perigosas - São substâncias cujo ponto de inflamação é superior a 65ºC. Estas
substâncias só libertam gases ou vapores quando sujeitos à acção de uma fonte de calor:
· Gasóleo
· Óleos lubrificantes
· Fuelóleos

CARACTERÍSTICAS DOS COMBUSTÍVEIS LÍQUIDOS


Temperatura de inflamação - É a temperatura mínima a partir da qual os líquidos emitem uma
quantidade suficiente de vapores capazes de se inflamarem em contacto com uma chama, sendo
incapazes de arder quando retirada a chama.
Ponto de combustão/Temperatura de ignição - É a temperatura mínima a partir da qual os líquidos
emitem uma quantidade suficiente de vapores capazes de se inflamarem em contacto com uma
chama, mantendo-se a arder até que se consuma o combustível, quando retirada a chama. Ponto de
auto-combustão ou ignição - É a temperatura a partir da qual o líquido emite vapores que se
inflamam espontaneamente sem contacto com nenhuma chama.
No quadro apresentam-se as temperaturas características de alguns combustíveis mais comuns.
Temperatura deTemperatura de
Combustível Temperatura de Ignição
Inflamação Combustão
Gasolina - 40 º C - 20 º C 277 º C
Fuel oil 66 ºC 93 º C 230 º C
Madeira 204 ºC ---- 232 º C
Gasóleo 90 ºC 104 º C 330 º C
Álcool 13 ºC ---- 370 º C
Butano - 60 ºC ---- 430 º C
Benzeno - 12 ºC ---- 538 º C
Éter - 45 ºC ---- 170 º C

Conclusão

Percebe-se que ainda temos uma longa jornada em rumo ao elemento desconhecido que
hoje chamamos de “Fogo”, contudo o exposto neste artigo demonstra que inúmeras descobertas
foram realizadas em prol desta jornada.
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A química do fogo vem norteando o avanço tecnológico na área de controle do fogo.


Esperamos que estes avanços sejam motivados pela busca na melhoria do planeta e como tal da
humanidade para que as gerações vindouras vivam melhor em um mundo no qual a palavra
incêndio seja apenas um vocábulo léxico.

REFERÊNCIAS
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 CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO DISTRITO FEDERAL. Manual básico de

combate a incêndio. Brasília: out 2006.

 http://www.escbm.cbmerj.rj.gov.br/modules.php?

name=Downloads&da=lista_arquivos&cid=10;

 AECIO PEREIRA CHAGAS - A HISTÓRIA E A QUÍMICA DO FOGO;

 http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:5MHPwwgOBscJ:www.forma-

te.com/mediateca/download-document/619-quimica-

fogo.html+quimica+do+fogo&cd=4&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br;

 http://www.fcfrp.usp.br/Cipa-Aprendendo-01.htm;

 http://www.teses.usp.br/;

 http://profissaobombeiro.blogspot.com/search/label/Busca%20e%20Salvamento;

 http://www.ccb.polmil.sp.gov.br/index.php?

option=com_content&view=article&id=16&Itemid=29;

 http://www.bombeiros.pa.gov.br/index.php?

option=com_remository&Itemid=78&func=select&id=2;

 http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/handle/1843/MPBB-7PYEWE;

 http://bdtd2.ibict.br/;

 http://bdtd.bce.unb.br/tedesimplificado/tde_busca/index.php;

 http://webcache.googleusercontent.com/search?

q=cache:http://www.iq.unb.br/multisites/iq/media/apostilas/apostila_laboratorio_de_quimic

a_fundamental_114090.pdf.

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