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ÍNDICE

APRESENTAÇÃO .....................................................................03
INTRODUÇÃO ..........................................................................05
01. Estudo do Tabernáculo .................................................07
02. Vida Cheia do Espírito Santo ......................................146
03. A Genealogia de Cristo ...............................................180
04. Sansão e a Juventude Cristã ......................................199
05. A Grande Vitória ...........................................................232
06. A Última Semana de Cristo .........................................259
07. Barnabé de Chipre .......................................................304
08. A Oração Muda as Coisas ...........................................329
09. Anticristo o Ditador Mundial .......................................350
10. 569 Pensamentos de Rui Barbosa .............................376
11. Técnicas de Leitura .....................................................485
12. Técnicas de Memorização ...........................................719
13. A Vinha de Nabote .......................................................546
14. O Maná no Deserto ......................................................553
15. Apolo de Alexandria ....................................................564
16. O Atleta Espiritual ........................................................572
17. Cristo a Rosa de Sarom ..............................................578
18. Vencendo a Tentação ..................................................583
19. O Advogado dos Pecadores .......................................589
20. A Cruz de Cristo ...........................................................596
21. As seis cidades de Refúgio ........................................601

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APRESENTAÇÃO

Venho de forma inexpugnante fazer notório ao público de língua


portuguesa que essa obra possui um teor inexterminável, e, é a fina flor
dos tratados teológicos que surgiu da pena escriturística do talentoso
teólogo Genésio Santos, que extraiu de seus veios inesgotáveis as
gemas mais raras para o enriquecimento do cristão hodierno. Ela não
surgiu de relance, o autor como mergulhador aguerrido foi no mais
profundo das águas oceânicas azuladas da revelação bíblica e quando
veio à tona nos trouxe esse baú cheio de riquezas reluzentes do
conhecimento bíblico.

Tesouro de Estudos Bíblicos é na verdade minúcias


incomensuráveis acerca do Livro Sagrado que tonificará os seus
leitores porque é vitamina para a alma e cultura para a mente. Prefacio
esta obra com a mais profusa satisfação, porque conheço tanto o autor
quanto a obra. Vale a pena adquiri-la.

Pr. Jonatas Câmara


Manaus - AM.

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INTRODUÇÃO

Este Tesouro de Estudos Bíblicos é parte de um acervo


de milhares de tratados que possuo em meu arquivo, e que
durante trinta e oito anos venho preparando e usando em
Congressos, Seminários, Escolas Bíblicas, Faculdades
Teológicas e Convenções de ministros evangélicos tanto no
Brasil como no exterior.
Agora coloco a disposição dos pregadores, mestres,
jornalistas e de todos que fazem uso da oratória secular e
eclesiástica. São assuntos diversos e repletos de
curiosidades, informações, tipologias, cultura bíblica e
pensamentos esplendorosos. Acredito piamente que os
estudos aqui inseridos trarão edificação espiritual e
conhecimentos aos leitores de um modo geral.

Rev. Genésio Santos

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MENSAGEM
TEMA: estudo do tabernáculo
TEXTO:

INTRODUÇÃO

A tipologia do Tabernáculo é uma figura das coisas que


se encontram no céu, de coisas futuras e do ministério
profícuo do Senhor Jesus Cristo e da adoração da igreja.
Quando passamos estudar essa revelação divina contida na
Bíblia Sagrada através de materiais, cores, números e objetos,
começamos a entender os propósitos de Deus através dos
tempos. Se examinarmos com tenacidade esse palácio
eremita, contemplaremos o plano salvífico de Cristo em todos
os seus pormenores. A determinação divina para a construção
do Tabernáculo é o clímax do livro do Êxodo. Quem ignora a
tipologia do mesmo, terá estorvos exegéticos ao se deparar
com o livro de Hebreus e textos similares. É, portanto, de
grande valia que o tipologista estude com obduração a matéria
que doravante será elucidada.

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1. A ORIGEM DO VOCÁBULO TABERNÁCULO

Há duas palavras hebraicas que designam, as quais são:


“Mishkan” - “lugar de morar” e outra "Ohel” - “tenda de
encontro”. No grego "skené" e no latim "tabernaculum" que
significa “uma construção portátil em forma de tenda” Ex 25.8-
9. Os patriarcas hebreus habitavam em tendas Gn 12.8; 13.3;
25.27. O Tabernáculo não era só o templo de Deus, mas,
também o palácio do Rei invisível. Era na realidade a
habitação de Jeová e ao mesmo tempo apontava para a
pessoa, ministério e obra de Cristo. Entre os israelitas o
Tabernáculo era o santuário transportável onde se realizava o
culto público durante a peregrinação no deserto e prosseguiu
até o reinado de Salomão. Era o lugar marcado para o
encontro de Deus com o seu povo Ex 25-30; 35-40. Quem
estuda o Tabernáculo de maneira detalhada verá três coisas:
Cristo, a igreja e o cristão.

1.1. Títulos Aplicados Ao Tabernáculo

a) Santuário Ex 25.8-9;

b) Tabernáculo Ex 25.9;

c) Tabernáculo do Senhor Js 22.19; 1 Rs 2.28;

d) Tabernáculo do testemunho Nm 1.50; At 7.44;

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e) Tenda da congregação Ex 27.21; 33.7;

f) Tabernáculo de Siló Sl 78.60;

g) Tenda de José Sl 78.67;

h) Templo do Senhor 1 Sm 1.9; 3.3;

i) Casa do Senhor Js 6.24;

j) Santuário terrestre Hb 9.1;

k) Tenda da revelação Ex 29.43;

l) Casa de Deus Jz 18.31;

m) Tenda Ex 40.2.

1.2. Obra Por Administração

a) Engenheiro arquiteto: Deus;

b) Mestre responsável: Moisés;

c) Construtor efetivo: Bezaleel e Aoliabe;

d) Material aplicado: Ouro, prata, madeira e pedras preciosas;

e) Capital empregado: O que o povo puder ajuntar;

f) Obra a ser construída: Tabernáculo;

g) Local da obra: No sopé do monte Sinai;

h) Término da construção: Ano 1.442 a.C;


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i) Modelo típico: Tenda oriental;

j) Finalidade da obra: Adoração e encontro com Jeová.

Para Moisés e Davi o Senhor proporcionou a planta em


suas minudências Ex 25.9; 1 Cr 28.19. A medida usada na
época era o côvado que equivalia 50 cm. Esta medida era
tomada do cotovelo até à ponta do dedo mediano de um
homem. Ao contrário das religiões pagãs, não havia no
Tabernáculo nenhum objeto de adoração que representasse a
Deus. É necessário que seja ressaltado que o corpo humano
foi simbolizado como um Tabernáculo 2 Co 5.1; 2 Pe 1. O
detalhe dado por Jeová atendia uma perfeita simetria
tipológica. A obediência muda às coisas, e, ela constitui a
perfeita liberdade. Deus ordenou: “Assim mesmo o fareis” Ex
25.9, e eles obedeceram: “Assim a fizeram” Ex 29.43.

1.4. A Representatividade Geral Do Tabernáculo

a) Era semelhança e a sombra das coisas celestiais Hb 8.5;

b) Era uma figura tipológica de coisas vindouras Hb 9-10;

c) Era o centro da vida nacional judaica;

d) Prefigurava muitos ensinos da fé cristã.

e) A Festa dos Tabernáculos

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Segundo os preceitos da lei mosaica foi observada
durante 7 dias. Iniciava no dia 15 e se estendia até o dia 22 de
setembro-outubro Ex 23.16; Dt 16.13-15, 17; Lv 23.33-34. O
primeiro dia era o dia de santa convocação. Ofereciam
sacrifícios todos os dias e ofertas queimadas no oitavo. Frutos
das árvores, ramos de palmeiras. Habitavam em tendas de
ramos no período de 7 dias, para lembrar que os pais assim
fizeram no deserto. Enfim, era uma festa memorial e de ação
de graças pelos frutos recolhidos.

2. A SUPREMA OFERTA DA HISTÓRIA

Os israelitas levantaram uma afortunada oferta jamais


vista na história. Descobrimos não só a riqueza acumulada
pelo povo, mas, a voluntariedade em contribuir Ex 25.1-5;
36.5-7. Era comum naquele tempo dádivas para o santuário de
qualquer deus, mas, com tanta inteligência e voluntariedade
talvez jamais povo algum tenha colaborado como os israelitas.
Não foi preciso descer ao Egito, ou ir às nações vizinhas
açambarcar fundos para a construção do Tabernáculo. Depois
de tudo arrecadado Bezaleel cujo nome significa “na sombra
de Deus”, foi o superintendente da construção, e Aoliabe que
quer dizer “tenda de meu pai” foi seu auxiliar direto.

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2.1. Os Materiais Arrecadados

Cada material mencionado na lista exigida por Deus tem


seu respectivo significado. A escolha dos materiais não foi
feita de maneira aleatória porque tinha sua significância
tipológica. Nada é mencionado na Bíblia por mero acaso Ex
25.1-8.

3. O PÁTIO

Era a área que circundava o Tabernáculo denominado


também de átrio Ex 27.9 ARA; 38.9. No latim “atrium”, era uma
área fechada retangular e descoberta ao redor do próprio
Tabernáculo Ex 27.9-19; 38.9-20. Na parte oriental do átrio
ficava a praça dos adoradores, e na metade ocidental ficava o
Tabernáculo propriamente dito. A área do Tabernáculo
ocupava apenas 6% da área do pátio.

3.1. A Cerca

O Tabernáculo era separado do povo pela cerca que era


constituída de 60 colunas de bronze Ex 27.1,11-13: Ela
representa a separação entre Deus e o homem Is 59.2. Servia
para marcar os limites externos de sua santidade, assim, como
fora feito ao redor do monte Sinai quando Jeová se revelara

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Ex 19.12; Is 59.2. Enquanto estivermos no pátio estaremos
protegidos pelo sacrifício de Jesus 1 Jo 5.4.

3.1.1. Suas dimensões Ex 27.18

Nas instruções dadas a Moisés para a construção do


Tabernáculo, o Senhor começou pelo Santo dos Santos e
encerrou no pátio 1 Ts 5.23.

a) Comprimento: 100 cv. = 50m;

b) Largura: 50 cv. = 25m;

c) Altura: 5 cv. = 2,5m.

3.2. As Colunas

Eram feitas de bronze. Esse metal é traduzido como latão


em outras versões bíblicas. O termo hebraico “hasmal” em Ez
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1.4, traduz em nossa versão “metal”, denotando o latão
verdadeiro. No Tabernáculo as colunas e as bases eram de
bronze. Cerca de 2.350 kg de bronze foi empregado em
lugares que precisavam de resistência e força Ex 38.29.

3.2.1. O bronze é uma liga de cobre e zinco, e, é fundido a


1.985° C.

O bronze é o tipo da manifestação da ira de Deus sobre o


seu Filho. Ilustra o julgamento do pecado Is 53.6; 1 Pe 2.24.
Cristo foi incendiado na cruz levando o castigo da humanidade
e suportando o fogo da ira divina 2 Co 5.21. No Apocalipse
Jesus aparece glorificado tendo os pés como bronze pronto
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para massacrar seus adversários Ap 1.15; 2.18. Veja na
sequência os sete tipos de julgamentos:

a) O juízo dos pecados da humanidade Jo 12.31;

b) O juízo do cristão pelo cristão 1 Co 11.31-32;

c) O juízo das obras do cristão 2 Co 5.10;

d) O juízo de Israel durante a grande tribulação Dn 12.1;

e) O juízo das nações vivas Mt 25.31-46;

f) O juízo do Diabo e seus anjos 1 Co 6.3; 2 Pe 2.4; Ap 20.10;

g) O juízo dos pecadores perdidos Ap 20.1-15.

Há uma divergência entre os estudiosos se as colunas


eram todas de bronze ou de madeira revestida desse metal Ex
38.10. É uma amostra da nossa completa insignificância Sl
103.4; 113.7; Is 40.15.

3.2.2. Eram apoiadas em bases de bronze Ex 38.31

Pareciam com as sapatas usadas na construção civil que


servem para apoiar as colunas. O cristão está sustentado
sobre a obra perfeita de Cristo Ef 5.2; Hb 10.12; 13.15.

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3.2.3. As colunas ficavam na posição vertical

O homem fica em pé na presença do Senhor depois do


pecado ser julgado 1 Ts 3.8; 1 Co 7.37; 2 Co 1.24; 1 Pe 5.10.

3.2.4. Elas serviam para sustentar as cortinas de linho

O cristão como coluna no edifício de Deus tem por


responsabilidade exclusiva de revelar Jesus em sua vida
através do comportamento diário Mt 5.16. Na medida em que
vivemos a maneira de Deus nos tornamos em colunas firmes
em seu precioso reino.

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3.2.5. Ficavam escondidas atrás das cortinas

Não é necessário que sejamos vistos ou aplaudidos pelos


homens Jo 3.30; At 3.12; 1 Co 15.10. Estamos escondidos
literalmente em Cristo Cl 3.3.

3.2.6. As faixas embelezavam as colunas Ex 27.11

Pelo resgate alcançamos à beleza do homem interior 1


Pe 3.4. A lealdade e a santificação do cristão são as faixas
decorativas que propagam a doutrina de Deus através de seu
modus vivendi Tt 2.10.

3.2.7 Os ganchos Ex 38.17 ARA

Eram recurvados para cima e colocados nas


extremidades das colunas servindo para prender os varais
onde as cortinas eram apoiadas. O resgate prende e sustenta
o nosso testemunho quotidiano e o cristianismo através dos
séculos.

3.2.8. As Vergas Ex 27.17; 38.17 Bíblia Viva.

As colunas eram unidas por meio dessas vergas ou varas


de prata. O ato redentivo de Cristo é a razão da união dos
cristãos 1 Co 12.12-13; Ef 2.12-16.

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3.2.9. Os Colchetes Ex 38.10

Eram feitos de prata e serviam para prender as cortinas


nas colunas. A prata aponta para o “resgate” que é a doutrina
fundamental da fé cristã Mc 10.45; 1 Pe 1.18. A oferta de prata
atingiu a soma de 3 toneladas Ex 38.25. José e Jesus foram
vendidos por preço de prata Gn 37.28; Lv 27.5; Mt 26.14-26. É
de notório saber que nos materiais relacionados à Nova
Jerusalém a prata não é citada porque os salvos já estarão
glorificados Ap 21.9-27; 22.

3.2.10. A coberta das cabeças e as molduras Ex 38.19

Esse agrupado formava o clímax da beleza das colunas.


O que coroa a nossa vida de êxito é a bendita esperança da
volta de Jesus 1 Ts 2.19; 3.13; Tt 2.13.

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3.2.11. As cordas ligavam as colunas aos pregos

A fé é o nosso elo de ligação com Cristo que nos tornam


imbatíveis At 14.22; Rm 5.2; 1 Co 2.5; 16.13 Hb 11.1.

3.2.12. Os Pregos Ex 38.31

Eram chamados também de estacas Ex 27.19 ARA.


Como as tendas não possuem alicerces precisam de estacas
enfiadas ao chão para dar sustentabilidade e para esticar as
cordas. As promessas de Deus são como esteios que dão
estabilidade à nossa vida cristã Rm 14.4; Cl 3.3; 1 Ts 4.14. Os
pregos falam da crucificação de Jesus e dos objetos que o
fixaram no madeiro. Cristo é o prego Is 22.23, a metade
enterrada fala de sua morte e a outra exposta refere-se a sua
ressurreição 2 Co 5.15.

3.3. As Cortinas

O branco resplandecente era a cor real e sacerdotal entre


os judeus Ec 9.8; Mc 9.3; Ap 3.4. Somente quando um israelita
aproximava da cortina branca do pátio podia perceber que sua
roupa estava suja o ser humano que julga inerrante, quando
se avizinha da justiça lúcida de Cristo passa a perceber que é
um trapo de imundícia enlameado e emporcalhado Is 64.6; Jo
8.7; Rm 13.12.

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3.3.1. As cortinas eram mais altas do que o visitante que
delas se aproximasse

O homem passa a se sentir muito pequeno e impotente


quando se aproxima da santidade e da justiça divina Is 43.26.
Qualquer estrangeiro que chegasse próximo delas morreria
Nm 3.38; Ef 2.13.

3.3.2. As cortinas separavam a área sagrada do lado


externo do Tabernáculo

A vida de pecado desmorona a cerca protecional do


cristão que é formada pelas obras de justiça deixando-o
desvalido e arrefecido Pv 25.28. O bom testemunho do cristão
fará com que as pessoas glorifiquem a Deus Mt 5.13, e a

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nossa vida de santidade provocará nas pessoas a
necessidade de entrar pela porta Jo 10.9.

3.4. A Entrada

A entrada do pátio funcionava como porta. Quem


aproximava da cerca no afã de adentrar ao pátio deveria
passar pela porta. Cristo veio prover acesso para nós até o
Santo dos Santos na presença de Jeová Rm 5.2; Ef 2.18; 3.12;
Hb 6.18-19. O trajeto está livre. Aleluia! Na entrada do pátio
passavam os israelitas; na entrada do Santuário os sacerdotes
e na entrada do Santo dos Santos o sumo sacerdote Ex 27.9-
19; 38.9-20; Lv 9.1-6; 6.9. Sl 65.4, 96.8 Jo 10.9; Ef 2.11-13; Hb
10.19-22.

I----I 10 METROS I-----I

7,5 M 7,5 M

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3.4.1. Suas dimensões Ex 38.18

a) Largura: 20 cv. = 10 m

O amor ilimitado de Deus proporciona uma porta tão


magnífica como essa de acesso a todos que queiram adentrá-
la. Hoje, ela encontra-se aberta e acessível, mas, o tempo virá
a que será fechada Gn 7.16; Mt 25.10; 2. Co 6.2; 1 Tm 2.4.

b) Altura: 5 cv. = 2,5 m

A entrada não sendo alta em relação a sua largura


expressa que Deus exige humildade 1 Pe 5.5.

3.4.2. As quatro colunas Ex 38.19

Elas revelam a universalidade, a plenitude e a


oportunidade dada por Cristo à humanidade. É uma indicação
de que a oportunidade dada por Deus é para todos os homens
At 4.12.

3.5. As Cortinas Ex 38.18

O colorido descomunal das cortinas indica a multiforme


graça de Deus e sua sabedoria em planejar a salvação do
homem Ef 3.10; 1 Pe 4.10.

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3.5.1. Púrpura

Este nome significa “veste de fazenda roxa”. A púrpura é


composta da cor violácea e de todos os tons entre o
carmesim. Obtinha-se de várias conchas marinhas. Na
antiguidade somente os reis e pessoas ricas podiam adquirir o
tecido desse material Dn 5.7; Lc 16.19. No livro de Mateus
Jesus é chamado de Filho de Davi 14 vezes. A púrpura fala de
realeza: “Jesus é rei”, ele é o Filho de Davi Mt 1.1. Portanto,
indica o “Evangelho de Mateus” onde Ele é apresentado como
“Rei” Mt 2.2.

3.5.2. Carmesim

Era extraído de um inseto chamado “coccus ilícis”. Os


árabes dão o nome “kermes”, de onde originou o vocábulo
português “carmesim”. Somente a fêmea “quercus cocifera”
produzia a matéria colorante e tinha aparência da ervilha.
Cristo foi o verme esmagado Sl 22.6; 1 Pe 4.1, portanto, indica
o “Evangelho de Marcos,” onde Ele é apresentado como Servo
Mc 10.45.

3.5.3. Branco

O nome científico é: “linun usitatíssimum”. Depois de


tratado, o fio da película produz o linho. Depois de a fibra ser

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submetida a um tratamento especial, era tecida. Foi exigido
por Deus por ser leve e fresco. O linho torcido demonstra a
inflexibilidade da justiça e da santidade de Cristo Ex 27.9; At
13.35; 1 Jo 2.20.

3.5.4. Azul

No Livro de João fala-se dezoito vezes sobre o céu. A


fonte de alegria do Emanuel estava nas alturas Jo 3.13. A cor
azul representa o “Evangelho de João” onde Jesus é descrito
como: “Vindo de Deus” Jo 3.2. Em todos os aspectos é um
simbolismo da celestialidade de Jesus Jo 3.31. Ele veio do céu
e sacrificou-se pela humanidade Ef 5.2; Hb 9.26.

3.6. As Entradas Simbólicas

A entrada do pátio ficava para banda do oriente, leste ou


levante que é o lado do nascimento do sol, indicando a
majestade augusta de Cristo o sol da justiça Ml 4.2; Ap 1.16.
As três entradas representam as três declarações feitas por
Jesus em Jo 14.6:
3.6.1. A entrada para o pátio Ex 27.15-16

Acesso à salvação (caminho) Ef 2.8-9; 2 Ts 2.13; 2 Tm


2.10; Hb 2.10.

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3.6.2. A entrada para o santuário Ex 26.37

Acesso ao serviço (verdade) Rm 12.6-8; 1 Co 3.8; 15.58;


16.9; Ap 2.2.

3.6.3. A entrada para o Santo dos Santos Ex 26.32

Acesso à Comunhão (vida) Hb 6.20; 1 Jo 1.3,5-6.

4. O ALTAR DOS HOLOCAUSTOS

As peças de bronze que ficavam no pátio: o altar dos


holocaustos Ex 27.1-8, e a bacia de bronze eram tipos da obra
redentora de Cristo na terra. As do Santuário: a mesa, o altar
do incenso e o castiçal são representações dele glorificado no
céu e de sua obra em favor dos crentes. Antes de Cristo
assentar em sua glória dourada, primeiro ele passou pelo
sofrimento brônzeo no Calvário. Uniformemente se
padecermos com Ele na vida brônzea da tribulação também
com Ele reinaremos. O altar em si é um modelo pessoal de
Cristo em sua vida; e o holocausto de sua morte. Se alguém
atrevesse adentrar ao pátio e driblasse passando pelo altar
morreria imediatamente. A maneira como as seis peças foram
posicionadas no Tabernáculo tinha a configuração de uma
cruz semelhante uma espada romana:

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Oeste

Arca da aliança

Sul Castiçal — Altar do incenso — Mesa pães Norte

Bacia de bronze

Altar dos holocaustos

Leste

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4.1. Nomes Aplicados Ao Altar Dos Holocaustos

Altar no hebraico “mizbeah” significa “lugar de sacrifício”,


derivado de “zabahah” que significa “matar para o sacrifício”
Ex 27.8; 38.1-8 - isto fala do sacrifício perfeito que Cristo
realizou na cruz do Calvário em nosso lugar. Era o único
usado para sacrifício, assim também o sacrifício de Jesus foi o
único Hb 10.12.

a) Altar de bronze Ex 39.39;

b) Altar de Deus Sl 43.4;

c) Altar do Senhor Ml 2.13;

d) Altar Ex 30.20.

4.2. A Posição Do Altar No Átrio

4.2.1. Ficava ao oriente do Tabernáculo

Apontava para a esperança de um substituto perfeito -


Cristo. Estava apoiado na areia. Qualquer israelita que
adentrasse ao pátio independente da posição social poderia
ter acesso a ele. Cristo é para todos.

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4.2.2. O altar dos holocaustos era a primeira peça da
entrada e a maior de todas.

A morte de Cristo é o primeiro ato a ser reconhecido e o


maior ponto de reflexão do cristão. O altar ficando logo na
entrada do pátio dava a entender que o povo só poderia
aproximar de Jeová por meio do sacrifício. As primeiras
verdades que o novo converso deve conhecer quando vem
para igreja é entender o sacrifício vicário realizado na cruz.
Estava situado na metade oriental do pátio como objeto central

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de todas as atrações. Ninguém tinha acesso a Deus se
primeiro não passasse por ele; da mesma forma, no tempo da
graça o pecador não vai a Deus sem passar pelo sacrifício de
Cristo Hb 9.22; 1 Jo 1.7; Ap 1.5.

4.3. As Dimensões Do Altar Ex 27.1.

Todas às outras cinco peças do Tabernáculo cabiam


dentro do altar. Sabemos literalmente que todas as bênçãos
que recebemos estão inclusas na morte de Cristo Jo 15.13.

a) Comprimento: 5 cv. = 2,5 m.

Tanto o comprimento como a largura era na base de


cinco. Esse número representa a graça; portanto, a graça de
Deus foi manifestada na cruz Ef 3.17-19; 2 Tm 1.9. Fala da
extensão do sacrifício vicário do princípio ao fim Ap 13.8.

b) Largura: 5 cv. = 2,5 m.

O sacrifício de Cristo é extensivo a todos os povos Ef


2.13-14.

c) Altura: 3 cv. = 1,5m

O altar tinha o dobro da altura do propiciatório. A


expiação de Cristo além de nos redimir exalta a Deus Jo 17.4.
Os três côvados apontam para as três pessoas da trindade
envolvidas no sacrifício:
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 O Pai doou seu Filho Jo 3.16;
 O Filho se entregou Gl 2.2;
 Foi oferecido mediante o Espírito eterno Hb 9.14.

4.4. O Formato

As nações antigas faziam altares triangulares, redondos e


quadrangulares. O modelo do altar dos holocaustos era
quadrado sinalizando efetivamente o sacrifício de Jesus cuja
validade é universal Jo 1.29. Podemos ver nesta parte uma
amostra da eficácia de sua obra vicária. O altar era o local de
três coisas fundamentais: Julgamento, Redenção e
Consagração.

4.5. Tipologia Geral Do Altar Dos Holocaustos

4.5.1. Não tinha degraus Ex 20.26

O homem não pode chegar até Deus pelos seus esforços


naturais, ele acabará expondo a vergonha de sua nudez Gn
3.10; Mc 14.51-52; Ap 3.18.

4.5.2. Foi feito da madeira de acácia uma árvore desértica


Ex 27.1

Símbolo adequado de Jesus em sua humanidade: “raiz


de uma terra seca” Is 53.2. A acácia era incorruptível - a

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humanidade de Cristo foi real, perfeita e sem pecado Hb 4.15.
A madeira era oriunda da terra, Cristo é a semente da mulher
Gn 3.15 e denominado: “feito da terra” Is 4.2. O altar não
atraía, a mensagem da cruz é incompreendida e rejeitada 1 Co
1.18,21; Fp 3.18.

4.5.3. Eram revestidas de bronze: Ele protegia a madeira


para não ser incinerada

A natureza humana de Cristo suportou o abrasamento da


ira de Deus porque foi sustentado pelo seu magnânimo poder
Lm 1.13. Ele foi assemelhado à sarça; ardeu nas chamas da
ira e não se consumiu. O bronze fala da manifestação do juízo
divino sobre Cristo; por isso, que ele chegou a clamar: “Elí, Elí
Lama Sabactâni” Mt 27.46.

4.5.4. Tinha quatro pontas Ex 27.2

As pontas tipificam a universalidade do poder sacrificial


de Jesus, a proteção e o seu refúgio 1 Rs 2.28; Mt 11.28-30. A
cruz também tinha quatro pontas 1 Co 1.18. Os chifres eram
fortes e suportavam a força dos animais e dos homens. Cristo
é onipotente e oferece segurança para os que confiam nele 1
Co 1.24; Ef 1.19. Se caso um dos chifres quebrasse o altar
perderia a sua eficácia Am 3.14 O sangue da vítima era
passado nos chifres do altar para eliminar o pecado da vida do
31
ofertante Lv 16.18. Somente o sangue do Cordeiro de Deus
pode apagar a culpa do homem Jo 1.29. Suas pontas
recebiam sangue por ocasião da consagração dos sacerdotes
e no dia da expiação. Os animais selecionados para o
sacrifício eram amarrados em seus chifres Sl 118.7. Cristo
permaneceu crucificado por amor. Se a morte não pode
segurá-lo no túmulo muito menos os cravos o segurariam no
patíbulo Jo 10.11. Ele era uma espécie de cidade de refúgio
em miniatura. Eles tipificam a proteção e o poder do perdão Jr
17.1. Os chifres são falam do poder triunfal de Cristo como
Salvador e redentor 1 Sm 2.1; 2 Sm 22.3; Sl 122.9 Mt 28.8; Cl
2.15; Ap 5.6. O Pai celeste permitiu que Seu próprio Filho
fosse cravado na cruz com as cordas do amor e da compaixão
Os 11.4. As quatro pontas combinam muito bem com os
quatro aspectos da redenção:

a) Propiciação - Para aplacar a ira de Deus e levar a culpa da


violação da lei. Esta parte tinha haver somente com Deus Rm
3.25.
32
b) Substituição

Cristo levou a culpabilidade do homem. Em Levítico


capítulo 16 encontramos no dia da Expiação o ato da
substituição. Arão colocava as mãos sobre a cabeça do bode
e confessava os pecados do povo.

c) Reconciliação

Consiste da mudança da relação de inimizade entre Deus


e o homem onde eles passam a ser amigos entre si Rm 5.10;
Ef 2.16; Cl 1.20.

d) Resgate

Todos nós estávamos vendidos ao pecado. Cristo veio


nos resgatar. O resgate foi completo e suficientemente para o
espírito, a alma e o corpo e para nos livrar da pena, do
domínio do pecado, da carne, do mundo e de Satanás Mt
20.28.

4.5.5. As argolas Externas Ex 27.7

Eram quatro correspondem às quatro doutrinas


fundamentais que estão entrelaçadas com o sacrifício de
Jesus, as quais são:

a) Arrependimento;

33
b) Regeneração;

c) Justificação;

d) Santificação.

4.5.6. As Quatro argolas internas Ex 27.4-6

Elas serviam para sustentar o crivo dentro do cerco do


altar; essas argolas tinham o formato de uma aliança – é uma
alusão incontestável da nova Aliança que Jesus estabeleceu
com a humanidade 1 Co 11.25. As quatro argolas indicam o
valor da nova aliança nos quatro cantos do globo.

4.5.7. Os varais Ex 27.6

Eram apenas dois, eles serviam para transportar o altar


durante as jornadas e, deviam permanecer enfiados nas
argolas. Os cristãos são varais espirituais que devem fazer
conhecida a todas às nações a mensagem da cruz de Cristo
que são os dois varais que levam avante a salvação a todos
os homens 1 Co 2.2; 9.16; 15.3-4.

4.5.8. As caldeirinhas

Eram recipientes que serviam para aquecer a água - isto


quer significar que a mensagem do Calvário deve estar
sempre fervendo em nossa lembrança: “fazei isto em memória
de mim” 1 Co 11.24.
34
4.5.9. As pás Ex 27.3

Eram peças chatas com rebordos laterais usados como


instrumentos de limpeza, é uma menção da retirada de Jesus
da cruz Jo 19.38.

4.5.10. As bacias Ex 27.3

Serviam para colocar o sangue do animal imolado e


tinham outras finalidades – é um sinal da eficácia do sangue
de Jesus em todo o planeta Terra redondo como bacia para a
purificação das mazelas humanas Is 40.26; 1 Jo 1.7.
35
4.5.11. Os garfos Ex 27.3

Geralmente os garfos eram compostos de três dentes 1


Sm 2.13. A tricotomia humana também é constituída de três
partes: corpo, alma e espírito 1 Ts 5.23. Devemos nos render
em sacrifício espiritual diuturnamente Rm 12.1. Serviam para
transportar as carnes dos animais para cima do crivo do altar -
falam dos instrumentos que serviram para colocar o corpo de
Jesus no madeiro. Eram úteis para manter em ordem as
carnes dos animais sobre o altar. Podemos ver aqui que o
sacrifício de Jesus foi planejado e não inesperado Ap 13.8. As
carnes deviam permanecer no centro do fogo do altar. Jesus
esteve centrado na vontade do pai e todas as profecias foram
cumpridas minuciosamente Mt 26.24; Lc 18.31; Jo 4.34; Fp
2.8.

4.5.12. Os braseiros Ex 27.3

Eram vasos de bronze usados para transportar brasas;


lembram-nos os vários tipos de dores que o Mestre padeceu:
morais, psicológicas, físicas e espirituais Is 53.3. No momento
quando ele assumiu os pecados da humanidade tornou-se
numa brasa de dores. As brasas que serviam para queimar o
incenso no santuário eram transferidas do altar dos
holocaustos pelos braseiros At 2.23; 4.28. O incenso era
36
queimado com as brasas desse altar, expressa a fragrância do
nome de Cristo Ct 1.3; Ef 5.2. As três utilidades básicas dos
braseiros: transportar fogo; era instrumento de revelação e de
intercessão.

4.5.13. O crivo Ex 27.4

Tinha aparência de uma peneira Am 9.9. Servia para


evitar que a carne caísse sobre as brasas. O sacrifício de
Jesus foi oferecido com amor porque senão tornaria inválido.
O crivo ficava no meio do altar. A morte de Jesus marcou uma
nova história para a humanidade. O crivo ou grelha tinha a
mesma altura do propiciatório que era a tampa que ficava na
parte superior da arca da aliança. O crivo aponta para a justiça
divina e o propiciatório para sua infinita misericórdia. Convém
afirmar que a justiça e a misericórdia têm as mesmas
dimensões Sl 110.1. O crivo ficava no meio do altar e a cruz
de Cristo também estava no meio Mt 27.38; Jo 19.18. O crivo
servia para separar o altar em duas partes, uma inferior e
outra superior. Uniformemente o Senhor sofreu três horas de
dia e três na escuridão das trevas preternaturais Mc 15.25; Mt
27.45.

37
4.5.14. As leis dos holocaustos Lv 6.8-13

a) O sacerdote não podia subir pelos degraus do altar Ex


20.26

Para evitar que o povo enxergasse a nudez quando fosse


sacrificar. A prática do culto a Jesus Cristo é pura. Os pagãos
prestavam cultos aos seus deuses praticando a prostituição. A
lenha era colocada em cima da grelha, e a carne do sacrifício
sobreposta em cima da lenha, e a parte oca era o receptáculo
das cinzas.

b) A vítima deveria ser imaculada Ex 12.5

Durante quatro dias o cordeiro era observado. Sobre o


altar dos holocaustos eram sacrificados animais sem defeito

38
algum e sem manchas tais como bode, carneiro, ou um
pombinho Lc 1.13-17. Cristo fora inspecionado pelo
Governador Pilatos e nada foi encontrado que o

incriminasse Jo 18.38; 1 Pe 2.22. Cristo é o Cordeiro impoluto


e imaculado Jo 1.29; 8.46.

c) O ofertante devia colocar as mãos sobre a cabeça da


vítima ao fazer a confissão da culpa

O novo convertido deve confessar seus pecados e


proclamar publicamente que Cristo é o seu Salvador Rm 10.9-
10; 1 Jo 2.1-2.

d) O sangue era derramado na base do altar e escoava


pelo chão Ex 29.12

Não só os homens bem como também a natureza do


planeta precisam ser redimidos Rm 8.20-22; Ef 1.7. O nosso
redentor de maneira extraordinária derramou a sua alma na
morte Is 53.12.5 – O sacrifico era oferecido de manhã e à
tardinha: É uma alusão a nossa necessidade de aproximarmos
arrependidos do sacrifício de Cristo quando pecarmos 1 Jo
1.7-9.

e) Deveria ser todo queimado Lv 6.9

O sacrifício de Jesus foi total Is 53.10.


39
f) As cinzas eram removidas para um lugar limpo fora do
arraial Lv 6.12.

A oferta era queimada até tornar em cinzas. Determina a


obra consumada por Cristo, e, em relação a nós temos que
tornar o velho homem em cinzas. Elas representam também o
ato de humilhação Gn 18.27; Jn 3.6; Jó 42.6; Fp 2.7-8. O
corpo do Mestre foi sepultado num túmulo novo fora dos
muros de Jerusalém Lv 6.10-11; Mt 27.60; Hb 13.12.

g) O fogo contínuo Lv 6.13.

A constância do fogo sobre o altar é uma lembrança para


os salvos que jamais poderão esquecer aquele ardente juízo
divino que caiu sobre o Messias 1 Co 11.26; Ap 5.6. No Salmo
22 encontramos detalhes importantíssimos da tipologia
profética do que recairia sobre o Messias sacrificado. O fogo
tipifica a ira divina no juízo Mt 27.45-46. Outras ocasiões em
que o fogo caiu do céu:

• Nas cidades de Sodoma e Gomorra Gn 19.24;

• Na penha em Ofra dos abiezritas Jz 6.21;

• No altar no monte Carmelo 1 Rs 18.38.

40
h) A fumaça. Aponta para a aceitação divina como cheiro
suave.

i) Não havia cadeira no Tabernáculo. A obra redentora não


havia sido consumada e o trabalho sacrificial era contínuo e
exaustivo Hb 10.11.

j) A cobertura do altar dos holocaustos

Foi fabricada com os incensários dos 250 rebeldes que


se levantaram contra Moisés e Arão Nm 16.38-40

Nota:

Não podemos ficar somente em volta do altar nas


experiências com Deus porque temos de palmilhar o caminho
salpicado de sangue e avançarmos em direção ao santo dos
Santos cujo véu já foi rompido e tocarmos na arca de sua
profunda comunhão e adoração. Vamos agora para a pia de
bronze!

5. A BACIA DE BRONZE

O altar de bronze indicava a salvação por meio do


sacrifício e a bacia o progresso da santificação EX 30.17-211
Ts 4.3; Hb 12.14. Os sacerdotes entendiam plenamente que
se não estivessem purificados não poderiam em hipótese
alguma exercer o sacerdócio porque correriam risco de morte
41
Ex 30.21; 1 Pe 2.5,9. Santo Agostinho expressou: “O mais
importante dos requisitos do pregador é a santidade de vida, a
qual não pode ser substituída por nenhuma regra de arte”.
Lavar as mãos é a santificação para o serviço; lavar os pés é a
santificação da conduta pessoal Ex 30.21.

5.1. Nomes Aplicados À Bacia De Bronze

a) Pia de cobre Ex 30.18;

b) Bacia de bronze Ex 30.18 ARC;

c) Lavatório de cobre – Toráh;

d) Tanque de bronze;
42
e) Bacia para abluções;

f) Mar de bronze;

g) Kiór no hebraico.

5.2. Formato

A bacia era um recipiente que possuía torneiras na parte


exterior. Tudo, pois indica que o seu formato era circular
significando a eternidade de Cristo 1 Tm 1.17 ARA.

5.3. Dimensões

Nos textos do Sinai não encontramos quais foram às


dimensões da pia, como também não conhecemos todo o
excelso poder regenerador da Palavra do Senhor Jesus Cristo
Ef 5.26; Tt 3.5; Hb 4.12.

5.4. Localização

Ela ficava no átrio entre o altar dos holocaustos e as


cinco colunas da entrada do Santuário. Para o sacerdote

43
adentrar ao lugar Santo, deveria passar por ela, lavar as mãos
e os pés que são símbolos do serviço e da conduta no andar.
Para chegarmos a Deus primeiramente devemos passar pelo
altar dos holocaustos (o Calvário) e depois nos dirigirmos em
direção a pia de cobre (regeneração). A água da pia diz muito
bem do poder purificador da Palavra que nos purificam e nos
santificam em todos os nossos caminhos Sl 119:9 e Jo 17.19.

5.5. Material

A bacia fala da Palavra de Deus e o bronze de sua


solidificação no cumprimento 1 Sm 3.19; 1 Rs 4.13; 2 Rs
10.10; Mt 24.35; 1 Pe 1.25. O bronze polido servia como
espelho por causa do brilho Ap 1.15. Ele era polido e refletia
luz: é uma ilustração da iluminação do Espírito através do
julgamento no Calvário.

5.5.1. Foi fabricada com os espelhos ofertados pelas


mulheres Ex 38.8

No Egito os espelhos serviam para demonstrar a graça e


a beleza da mulher israelita. O objeto que servia para admirar
a vaidade própria, passou a servir de auto juízo e para fazer
ver as imperfeições pessoais. O uso do espelho é para
melhorar o aspecto pessoal quando alguém tem um encontro
marcado. Fitados na Palavra de Deus nos preparamos para
44
encontrar com o nosso noivo amado. A entrega dos espelhos
para o fabrico da bacia era uma demonstração mais gloriosa
do que a própria aparência pessoal 1 Pe 3.3. A Bíblia é o único
livro que lê a nossa vida e reflete as nossas faltas Tg 1.22-25;
Hb 4.12.

5.5.2. Alguns tipos da água na bacia.

A água da bacia era utilizada para a lavagem cerimonial dos


sacerdotes Ex 30.21; para lavar algumas partes das vítimas Lv
1.13 e para limpar o altar. Na linguagem figurada de Jesus,
banhar-se - fala da regeneração ou conversão; e lavar-se -
expressa a santificação diária Jo 13.10.

a) É um tipo de Cristo o grande purificador que elimina a


contaminação, a mancha e a ruga Jo 13.18; Ef 5.25-27.

b) Simboliza o poder purificador da Palavra de Deus que


erradica as impurezas Sl 119.9; Jo 15.3; Jo 17.7; Ef 5.16.

c) A água dentro da pia lembra a santificação interior 1 Ts


5.23;

d) Do batismo cristão Ef 4.5.

e) Do novo nascimento Jo 3.3.

45
5.5.3. Os sacerdotes deviam lavar as mãos antes e depois
de algum sacrifício para adentrarem ao santuário

A santificação diária foi exigida e não sugerida. Os


sacerdotes cristãos devem manter os corações e as mãos
santas no exercício da adoração e do serviço 1 Tm 2.8; Sl
26.6; Tt 3.5. No altar podemos ser purificados pelo sangue e
na bacia santificados pela água da Palavra Jo 15.3; Hb 10.22.
O altar era para os pecadores recém-chegados no pátio e a
bacia para os sacerdotes. A falta de santificação bloqueia e
deixa o trabalho do obreiro ineficaz. A santificação e o caráter
intrépido eram as duas qualificações exigidas para que os
sacerdotes pudessem ministrar no Tabernáculo. Na atualidade
não se exige muitos dos obreiros esses cuidados especiais 1
Pe 1.6; 2 Co 7.1..

5.5.4. As três classes de adoradores

a) Os ungidos Ex 30.22-33;

b) Os purificados Ex 30.17-21;

c) Os remidos Ex 30.11-16.

5.5.5. Na lista dos cuidados especiais dos coatitas para


com as peças do Tabernáculo não aparece à bacia de
bronze Nm 4

46
A regeneração ocorre na vida do cristão apenas uma vez
e não se repete mais 1 Co 6.11. Enquanto estivermos na
travessia do deserto deste mundo necessitaremos da bacia de
bronze que é a Palavra que nos santifica e nos purifica Sl
119.9,11.

5.5.6. A bacia de bronze não era coberta como as demais


peças quando transportada

Isto fala da Palavra de Deus que é sempre revelada e


não oculta como julgam muitas pessoas desinformadas Mt
11.25; Lc 18.10; 1 Co 4.1; Ef 6.19; Ap 1.1. A bacia de bronze é
o local onde nos preparamos para o exercício do ministério no
lugar santo.

5.5.7. A trajetória do cristão no Tabernáculo

a) Porta do átrio – decisão;

b) Altar de bronze – salvação;

c) Bacia de bronze – santificação;

d) Mesa dos pães asmos – Alimentação;

e) Altar do incenso – Intercessão;

f) Candelabro – Testemunho;

g) Arca da aliança – Adoração.


47
Abriremos agora a cortina do Santuário e adentraremos
para realizar o serviço cristão. Prepare-se!

6. A TENDA DA CONGREGAÇÃO

O Tabernáculo era dividido em duas partes: Santuário ou


lugar Santo, e Santo dos Santos ou lugar Santíssimo.

6.1. O Santuário E Suas Dimensões

a) Comprimento: 10m;

48
b) Largura: 5m;

c) Altura: 5m;

d) Formato

Era de um retângulo. Retângulo. É um paralelogramo


cujos lados formam ângulos retos entre si e que, por isso,
possui dois pares de lados da mesma medida. É um tipo de
que somos todos iguais na presença de Deus.

6.2. As Tábuas Do Tabernáculo Ex 26.15-30

49
6.2.1. As Dimensões das tábuas

a) Comprimento: 10 c.v. = 5 m

Fala do crescimento da igreja de Cristo quando todos


vivem unidos perenemente e graciosamente num só propósito
At 2.41,44, 46; 4.4,31; 6.7; Ef 4.3.

b) Largura: 1,5 cv. = 75 cm

Essa medida sendo incompleta é uma informação de que


não podemos ser individualistas no reino e nas atividades
cristãs, mas, ajustados coletivamente At 17.15-16. Somente
unido, o corpo de Cristo desenvolverá e crescerá
triunfantemente At 3.1; 13.21; 1 Co 1.1.

6.2.2. A Origem da madeira

A árvore de acácia ou cetim tinha suas raízes arraigada


na terra tipificando o estado do homem natural que é vinculado
a esse mundo Jo 3.31; 1 Co 15.47; Ef 2.2. Ela vinha da
floresta e era de natureza desértica. É um tipo de Cristo em
sua humanidade descrito pelo profeta messiânico: “raiz duma
terra seca” Is 53.2; Lc 23.31. Nós viemos também da floresta
do pecado e vivíamos no deserto sem Deus Dt 32.10; Ef 2.12.

50
Árvore De Acácia No Deserto

6.2.3. As tábuas eram todas de uma mesma medida

Diante de Deus como filhos somos todos iguais


independentemente de cor, cultura ou posição social Rm 8.29;
Ef 2.21-22; 4.13; Cl 3.11; 1 Pe 2.5..

6.2.4. Bezaleel cujo nome significa “na sombra de Deus”


foi quem selecionou com muito cuidado as árvores e
trabalhou caprichosamente

É o Espírito Santo quem convence o pecador trazendo-


lhe restauração, santificação e trabalha primorosamente no
51
aperfeiçoamento de seu caráter Rm 8.30; 15.16; 2 Ts 2.13; 1
Pe 1.2. Desde que nos entregamos a Cristo, o Espírito Santo
está trabalhando esmeradamente em nosso corpo, alma e
espírito 1 Pé 1.2.

6.2.5. A árvore de acácia crescia desafiando as


tempestades de areia aprofundando ainda mais suas
raízes

Flávio Josefo disse que esta madeira era forte e durável;


por isso os egípcios empregavam a madeira acácia na
construção de navios. As provações borrascosas da vida veem
para que percebamos como somos débeis e para que sejamos
aprovados, firmes e pacientes como a acácia da Península do
Sinai Rm 5.3-5; Tg 1.2-3.

6.2.6. A madeira de acácia era dura e muito resistente

É um tipo da natureza humana transformada e fortalecida


nos padrões de Deus após a ressurreição espiritual. No novo
estilo de vida em Cristo devemos ser fortes como a acácia Jl
3.10; Ef 6.10; Cl 1.11; Tg 5.8..

6.2.7. As 48 tábuas que é o resultado de 4 x 12 formavam


um só Tabernáculo

52
Na realidade os cristãos são inúmeros, mas, formam um
só corpo, a igreja 1 Co 10.17. No corpo de Cristo somos um
número par e não um número ímpar. O número 48 representa
universalidade dos crentes de todas as épocas incorporados
na matemática seletiva de Deus formando um só templo.

6.2.8. As árvores foram cortadas, acepilhadas e lavradas


Devemos entender que é por meio do arrependimento e
da conversão que morremos para o mundo e somos
vivificados e trabalhados laboriosamente através do Espírito e
nos tornamos em colunas na casa de Deus; Rm 6.8; 8.29; Ef
4.13; 2 Tm 2.11.

6.2.9. As árvores eram independentes, mas, agora


estavam lado a lado uma das outras

Quando somos desatrelados do orgulho e da


autossuficiência e do individualismo nos tornamos um em
Cristo Jo 17.21; At 8.1-5; 21.8; 15.36-39; Ef 2.22; 2 Tm 4.11.

6.2.10. As tábuas eram revestidas de ouro

Ouro no hebraico “zahau,” esse minério era encontrado


especialmente no aluvião do deserto oriental do Egito. Os
israelitas provavelmente devem ter removido vasta quantidade
por ocasião do êxodo. O povo judaico contribuiu com 1

53
tonelada de ouro Ex 38.24. Esse metal fala especificamente da
divindade de Cristo. Devemos ser paramentados da natureza
divina para que sejamos blindados contra a ação do velho
homem Rm 13.14; 2 Co 5.4,15; Gl 2.20; Ef 4.24; 2 Pe 1.4; Ap
3.18. A natureza humana deve ser escondida pelo banho de
ouro da graça divina Gl 2.20.

6.2.11. A areia do deserto não tinha solidez para sustentar


as tábuas

Isto quer significar que as obras humanas, seus projetos


e ideais são frágeis para executar tão grande ação redentora
como Cristo realizara At 4.12; 1 Co 1.25.
54
6.2.12. Cada tábua tinha dois encaixes em forma de pinos
e descansava em bases de prata Ex 26.17

A palavra “encaixes” ou “coiceiras” na língua hebraica


significa “mãos”. Podemos ver aqui as mãos de Cristo
crucificadas nos trazendo salvação Jo 20.27; Ap 5.6. Os
encaixes são representações da salvação e de sua segurança
alicerçadas na obra expiatória de Cristo que nos dá
propugnáculo espiritual Ef 6.17; Fp 1.27-28; 2.12; 2 Ts 2.13.

6.2.13. Eram 96 bases de prata para 48 colunas

Cada base pesava 34 Kg. Elas foram arrecadadas do


dinheiro da expiação por ocasião do recenseamento Ex 30.12-
15. É uma indicação da expiação de Cristo que é a base
55
fundamental para manter a igreja firme e indestrutível 1 Co
3.11; 2 Tm 2.19; 1 Pe 1.18-19.
6.2.14. As bases de prata ficavam enterradas na areia
Cristo para nos salvar ele humilhou e desceu as regiões
mais profundas da terra Ef 4.9. Hoje podemos dizer como Jó:
“Já achei resgate” 33.24.

6.2.15. As Tábuas Eram Desvinculadas da Terra Pelas


Bases de Prata

Somos desvencilhados do mundo e de seu sistema


corruptor, maligno e putrefato porque estamos firmados na
redenção de Cristo 1 Co 2.12; Gl 1.4; 2.20.

6.2.16. Eram colocadas verticalmente

O Espírito nos levantou da lama do pecado e nos colocou


em pé diante de Deus Ez 2.1; Rm 11.20; 14.4; 1 Co 2.5; 16.13;
2 Co 1.24.

56
6.2.17. As tábuas unificadas formavam a habitação de
Deus e não de Moisés e Arão

É uma demonstração definitiva de que a igreja é de Cristo


e não propriedade exclusiva e herança familiar como julgam
muitos líderes na atualidade exercendo o nepotismo
eclesiástico Mt 16.18; At 20.28; Rm 16.16; 1 Co 15.9; 1 Pe 5.4.

6.2.18. As tábuas foram trabalhadas esmeradamente para


serem utilizadas na armação das paredes do Tabernáculo

Os cristãos turistas que não congregam e que evitam ter


responsabilidades na casa de Deus deveriam conhecer essa
particularidade representada nas tábuas da tenda da
congregação At 20.24; Rm 16.12; 1 Co 15.10,57; Cl 4.17; 2
Tm 4.5,9-12; Hb 10.25.

6.2.19. As tábuas dos cantos eram parecidas com


estruturas para a esquina dando firmeza e alinhamento Ez
41.26

Cristo a pedra angular ensinou-nos de forma simétrica a


vivermos com firmeza, unidade e retidão Sl 118.22; Is 28.16; 1
Pe 2.6-8.

57
6.2.20. Havia dos lados norte, sul e oeste cinco travessas
de madeira revestida de ouro

Os três lados é um tipo da trindade representada pelo


número 3 na atuação unificadora da igreja 2 Co 13.13.

6.2.21. As duas travessas superiores e as duas inferiores


eram mais curtas e serviam para unir e sustentar as
tábuas

Cada cristão deve esforçar-se para promover a união do


povo de Deus Jz 20.11; 2 Cr 3.12; Ez 1.9; Jo 17.23; At 4.32; Ef
4.3 ARA. Encontramos em At 2.42 as quatro dinâmicas
unificadoras da igreja de Cristo:

a) Doutrina dos apóstolos;

b) Partir do pão;

c) Comunhão;

d) Orações.

6.2.22. A travessa do meio atravessava de uma à outra


extremidade promovendo uniformidade e dando estrutura
às tábuas Ex 26.26-29

Isto diz de Cristo e de sua eternidade unificadora Jo 1.1;


17.21; Ap 1.8. Na Bíblia sempre encontramos Jesus no meio

58
Mt 18.20; Lc 2.46; 6.8; 22.27; 24.36; Jo 8.9; 19.18; 20.19; Ap
1.13; 2.1; 5.6; 7.17. Cada crente que permite o Mestre reinar e
dominar sua vida através da obediência e submissão
promoverá de forma veraz a unidade da igreja Fp 2.2-3.

6.2.23. As tábuas eram unidas por argolas de ouro

Os crentes são ligados uns aos outros através da nova


aliança Hb 9.15, e da obra do Espírito pelo elo do amor Cl 1.8.
No sentido vertical estamos unidos ao Senhor e no horizontal
aos irmãos em Cristo Cl 3.14-15.

6.2.24. A entrada do santuário não era fechada de tábuas,


mas, havia cinco colunas

A porta da adoração está aberta aos sacerdotes da nova


aliança. Muitos crentes são tábuas na corporificação do
edifício divino, agora, outros são colunas de esteio na obra Sl
144.12; Gl 2.9; 1 Tm 3.15; Ap 3.12. O número 5 tipifica a
responsabilidade, a graça e a elegância das atividades
ministeriais que são os cinco dedos da mão direita de Deus
operando para o aperfeiçoamento dos santos Ef 4.11-12.

a) Apóstolos;

b) Profetas;

c) Evangelistas;
59
d) Pastores;

e) Doutores.

6.3. As Cortinas Da Tenda Da Congregação

É curioso notarmos que a construção do Tabernáculo


iniciou de cima para baixo, ou seja, com as cortinas Ex 26.1-
14. Isso é uma demonstração clara de que a habitação de
Deus com os homens é uma iniciativa exclusiva dele Ex
25.8,45; Jo 1.14; Ap 21.3..

A cobertura do Tabernáculo começou com a mais


atraente e terminou o com a menos fascinante que fica

60
exposta. Em relação às coisas de Deus quanto mais revelação
buscarmos mais beleza contemplaremos. O teto do
Tabernáculo era chato diz bem da exaltação de Cristo Cl 3.1; 1
Ts 4.17.

6.3.1. Primeira cobertura: linho fino torcido Ex 26.1-6.


Desde 2500 anos a.C. o linho era cultivado no Egito. É
uma planta herbácea que chega a atingir um metro de altura e
pertence à família das lináceas. Os israelitas aprenderam a
arte de entrelaçá-lo durante o cativeiro. A planta do linho
servia para três coisas: fazer roupas, alimentar as pessoas e
61
para tratamento. Cristo em sua humanização veio nos trazer
roupas espirituais Ap 3.18; alimentar-nos 1 Tm 4.6 ARA; e
saúde Mt 8.7. A composição dos materiais usados nas cortinas
é uma referência a excelência humana de Jesus e ao seu
eterno poder.

 As medidas das cortinas Ex 26.2

- Comprimento: 20 cv = 14;

- Largura: 4 cv = 2 m.

a) O linho é uma planta que ao ser cultivada precisa de


bastante umidade

Cristo foi regado com bastante graça e verdade Jo 1.14.

b) O linho era cortado quando começava a florescer

Jesus morreu quando ainda estava em plena jovialidade.


Em sua humanidade ele foi imaculado e o único perfeito em
caráter, natureza e constituição Sl 16.10; Jo 8.29; 2 Co 5.21.

c) Quando maduro era atado em molhos para ser


conduzido à eira

O Mestre foi apanhado no Getsêmani e conduzido para a


eira dos interrogatórios civil e religioso no tempo certo Mt
26.57-68.

62
d) Ao fim de três semanas de molho, era retirado da água
e estendido para secar ao sol

Cristo o nosso linho passou três dias no mundo invisível


dos mortos e ressurgiu resplandecendo como o sol Ef 4.9.

e) Para corar o linho era enfiado em água quente e cinza


No patíbulo da cruz Jesus sofreu a fervura das dores
naturais, morais, psicológicas e espirituais e passou pelas
cinzas de: ”Está consumado” Jo 19.30, como homem de dores
efetuando a nossa justiça Is 53.3.

f) O óleo de linhaça é usado na culinária sendo rico em


ômega 3, 6,9

O ômega 3 a ameniza a depressão, é bom para o estado


de ânimo e para memória. Ômega 6 ajuda no desenvolvimento
humano, é usado como suplemento alimentar. Ômega 9 ajuda
prolongar a vida previne uma variedade de tumores, doenças
cardíacas e o câncer. Cristo é a linhaça divina e o ômega
eterno que verteu o óleo curador no Getsêmani e na cruz que
é eficaz para eliminar todo tipo de mal Is 53.4-5; At 10.38; Sl
45.7; Hb 1.9.

g) A cortina de linho foi decorada com figuras de


querubins que foram bordados habilmente

63
Quem estivesse na parte interna e olhasse para cima, era
como se estivesse olhando dentro do céu. A beleza do teto
atraia o olhar dos sacerdotes. O cristão que vive em plena
comunhão com Deus tem seu olhar voltado para cima Cl 3.1,
acaba vendo o céu aberto At 7.55-56. Os querubins tipificam a
soberania da justiça do governo divino, e, eles mesmos a
executam. As tipologias dos quatro rostos dos querubins falam
dos ofícios de Cristo Ez 10.14; Ap 4.7; 5.5.

 Leão: a realeza Mt 2.2 – Evangelho de Mateus.

 Bezerro: o sacrifício Mc 10.45 – Evangelho de Marcos.

 Homem: a inteligência Lc 19.10 – Evangelho de Lucas.

 Águia: a celestialidade Jo 3.31 – Evangelho de João.

h) O linho era leve e branco

64
Em sua humanidade o Senhor Jesus foi perfeito,
imaculado e santo. Espelha a pureza e a retidão de vida 1 Jo
3.3-5; Ap 3.5; 15.6; 19.8. Além de expressar sua pureza e
perfeição, representa também o “Evangelho de Lucas” onde
Ele é chamado de: “O Filho do Homem” Lc 19.10. Os cristãos
como sacerdotes devem:

 Pensar no que é justo Fp 4.8;

 Ser cheios do fruto de justiça Fp 1.1;

 Praticar a justiça Ap 19.8.

i) O ajuntamento das cortinas Ex 26.5

Fala da composição da igreja por judeus e gentios 1 Co


10.32.

j) Eram dez cortinas, mas, formavam um só Tabernáculo


Ex 26.6

A igreja tem inúmeros membros, mas, forma um só corpo


1 Co 12.12.

k) As cinquenta laçadas de azul Ex 26.5

É uma evidência do pentecostes que quer dizer “50”. A


cor azul fala que essa experiência é proveniente do céu At 2.2.

l) Os cinquenta colchetes de ouro Ex 26.6


65
Revelam a graça e a natureza divina manifestada pelos
dons e pelo fruto do Espírito que enriquecem a vida do cristão
1 Co 12.7-11; Gl 5.22.

m) Os colchetes de ouro com a cortina branca


Expressavam a santidade e a divindade do Senhor Jesus.

6.3.2 Segunda cobertura: pêlos de cabras Ex 26.7

Eram maiores do que as de linho 1 metro chegando a


tocar no chão do átrio ao redor do Tabernáculo para evitar a
penetração da luz natural externa. Quem tem experiência com
a eficácia do sacrifício do Mestre, não quer jamais envolver
com as coisas do mundo de fora. Essas cortinas referem-se a
Cristo em sua humanidade sujeito a dor e a tristeza. A cabra
ou o bode no geral apontam para o sacrifício de Jesus pelo
pecado Rm 5.9; Hb 9. 14,26-28; 10.17.

a) As medidas das cortinas Ex 26.8

 Comprimento: 30 cv = 15 m

Representa o stipe crucis, o pau vertical da cruz. E o sacrifício


de Cristo de eternidade a eternidade Ap 4.3; 5.6.13.8.

 Largura: 4 cv = 2 m.

66
É um simbolismo do patíbulo, o pau horizontal da cruz.
Cristo nasceu como estrela no Oriente Mt 2.2, e morreu como
o sol declinando para o ocidente Lc 23.45.

b) Na caprinocultura palestínica a cabra negra era mais


numerosa do que a branca Ct 1.5; 4.1: O saco de cilício era
feito dos pelos das cabras negras da província da Cilícia
Ap 6.12

Quando Cristo morreu apareceu a escuridade tipificada


nessa cor Lc 23 45.

c) As cortinas de pelos de cabras eram onze Ex 26.7

A soma tipológica 5+6 = 11. O número 5 significa “a


graça” e o 6 representa “o homem”. Portanto, temos aqui a
graça manifestada na vida do homem pelo oferecimento de
Cristo como o holocausto pelos pecados de Seu povo. A cabra
era usada como oferta pelo pecado Lv 16.5;

d) As cortinas de pelos de cabras eram onze e se tornaram


maiores do que as de linho que eram dez Ex 26.1,7

Os dez mandamentos foram violados. Isto quer dizer que


a expiação foi maior do que as consequências do pecado Rm
5.20; Ef 1.7.

67
e) As 50 laçadas de azul e os colchetes de bronze Ex
26.10-11

Salientam que Jesus sendo de origem celestial e para


nos dar acesso ao Pai julgou os nossos pecados no madeiro 1
Pe 2.24. Ele sofreu na cruz o fogo da ira divina para nos
sustentar eternamente Is 53.5-6; Zc 13.7.

f) Essas cortinas separavam a tenda de seus arredores


Isso diz bem da totalidade do comportamento do nosso
Emanuel em viver separado do mundo. A sua dedicação ao
Pai fez que ele se desvencilhasse dos maus hábitos dos
humanos. Nós também precisamos viver e ser radicais quando
ao mundo e o pecado que nos rodeiam.

6.3.3. Terceira cobertura: peles de carneiros tintas de


vermelho Ex 26.14

a) O carneiro é um animal que representa o sacrifício


substitutivo Gn 22.12-13: Esse animal deveria ser imolado
para que sua pele fosse usada Hb 9.22. A cor vermelha
aplicada na pele de carneiro sugere categoricamente a Cristo
que ofereceu a si mesmo como substituto sacrificial Jo 1.29;
Hb 2.9,17; 1 Jo 1.7.

68
b) Por ocasião da consagração dos sacerdotes um
carneiro era sacrificado Lv 8.2

A expressão máxima dessa figura exprime a consagração


total e o afeto a Deus até a morte Lc 2.26; 23.33.

c) As peles eram tingidas de vermelho Ex 26.14

Reforça o derramamento de sangue no Calvário sendo o


Senhor consagrado em sua morte Hb 13.12-13. Foi necessária
a humilhação como a sua glorificação Fp 2.8; Hb 1.3.

6.3.4. Quarta cobertura – peles de texugo Ex 26.14

A palavra hebraica que traduz peles de texugo é


“tachash”. Muitos estudiosos pensam ser o "Dugong" ou boi
marinho.

a) Esse animal vivia nas profundezas do mar Vermelho e


vinha á tona de vez em quando

Jesus em sua encarnação veio e mergulhou no mar da


morte e subiu por meio da ressurreição e da ascensão Lc 24.6;
At 1.9-10.

b) Essa cobertura foi à única que era vista do lado de fora

A crucificação de Jesus também foi pública Lm 1.12; Lc


23.35.

69
c) A pele de texugo era acinzentada

Quando Cristo nasceu à cor cinza relacionada com o


resgate apareceu na palavra profética de Simeão: ”E uma
espada traspassará também a tua própria alma” Lc 2.35.

d) O texugo é um animal misterioso citado na Bíblia

A encarnação de Cristo também foi um mistério Jo 1.14.

e) A pele do tachash era impermeabilizada tal qual a


madeira betumada na parte interna da arca de Noé Gn 6.14

Cristo entrou nas águas da morte e elas não puderam


penetrá-lo Ap 1.18.

f) O couro do texugo era tosco e curtido, não tinha


nenhuma beleza e nem medidas Ex 26.14

Cristo foi tosquiado pelos algozes na penumbra do


madeiro e seus sofrimentos foram imensuráveis Is 53.7. O
homem natural não tem olhos e nem coração para apreciar o
Filho do Homem Is 53.2; Mc 6.3; Jo 1.10-11,46; 9.9. O mundo
também não consegue fitar a beleza da igreja Ct 1.5-6; Ef
5.25-27. Como disse Mackintosh: “Quando o Senhor Jesus
passou por este mundo, quão poucos tiveram os olhos
ungidos com o colírio celestial para penetrarem e apreciarem o
profundo mistério de seu caráter”. Agora nós podemos dizer
70
enfaticamente: “Vimos a sua glória, glória como do unigênito
do pai” Jo 1.14.

g) Essa cobertura era uma proteção que evitava a poluição


interna do Tabernáculo

Jesus viveu uma vida santa e, para nos santificar


padeceu fora dos muros da cidade Mt 27.19; Lc 23.13-15,39-
41; At 7.52; Hb 4.15; 1 Pe 2.22; 2 Co 1.1; Hb 13.12.

h) Essa cortina resistia todo tipo de clima e as


tempestades de areia

Cristo em sua encarnação e morte pode defrontar com


todo tipo de ataques do Diabo e dos homens tornando assim,
o nosso eterno Defensor Gn 15.1; Sl 41.2; 61.2-3; Jo 10.18.

7. A MESA DOS PÃES ASMOS

O ponto pitoresco dessa mesa era mostrar o pão


colocado diante de Jeová EX 25.23-30; 37.10-16; Lv 24.5-9;
Hb 9.2. Era o lugar de provisão e também de comunhão. Os
três irmãos e amigos de Jesus que eram residentes em
Betânia figuram as três peças do santuário:

• Lázaro: “era um dos que estavam à mesa com ele” Jo 12.2:


Mesa dos pães asmos.

• Maria: “a casa encheu do cheiro” Jo 12.3: Altar do incenso.


71
• Marta: “e Marta servia” Jo 12.3: Candelabro.

7.1. Nomes Aplicados À Mesa

a) Mesa Ex 26.35;

b) Mesa de puro ouro Lv 24.6 ARA;

c) Mesa pura Lv 24.6 ARC;

d) Mesa dos pães da proposição Ex 25.30;

e) Mesa dos pães asmos;

f) Mesa da presença;

g) Mesa do pão contínuo.

Era a única peça que o sacerdote não passava sangue


em suas pontas. Quando somos justificados pelo sangue de
Cristo no Calvário passamos a nos alimentar dele sem
sentirmos nenhuma culpa.

7.2. As Medidas Da Mesa Ex 26.23

a) Comprimento: 2 cv. = 1 m

O pão infinito Jo 6.35.

b) Largura: 1 cv. = 50 cm

O pão para as nações Jo 6.33.

c) Altura: 1,5 cv. = 75 cm


72
O pão celeste Jo 6.32.

7.3. Tipologia Geral Da Mesa

7.3.1. A árvore de acácia era sinuosa e baixa

A tortuosidade ensina que Cristo apesar de não ter


pecado, se fez pecado por nós 2 Co 5.21, e a pequena
estatura diz de sua tamanha humilhação At 8.33. Para
alimentarmos o mundo como bons despenseiros 1 Co 4.1; 1
Pe 4.10 é preciso mortificar a nossa velha natureza moldando-
a a maneira de Deus Sl 139.24; 2 Co 5.4. A madeira de acácia
ou cetim representa a natureza humana de Cristo. Para tornar-
se o verdadeiro alimento das nações ele teve que humanizar-
se Jo 1.14.

7.3.2. Ouro puro

O verdadeiro alimento de justiça. Ele é o Pão divino.


Precisamos estar cobertos com a natureza divina para não
deixarmos transparecer no trabalho de Deus a nossa natureza
velha que escandaliza e prejudica o crescimento da obra Rm
13.14.

7.3.3. A coroa de ouro Ex 25.24

Foi fabricada com a especialidade de evitar que os pães


caíssem e se contaminassem. Essa coroa fala da realeza de
73
Cristo exaltado Hb 1.3. Aqui na terra usou uma coroa de
espinhos Mc 15.17, mas, agora está coroado de glória e
majestade Ap 14.14. Ele é o Rei da alimentação espiritual Mc
6.30-44; Jo 6.57.

7.3.4. A moldura Ex 25.25

Era uma base plana que circundava a mesa abaixo da


coroa ligando ao mesmo tempo as quatro pernas para
proteger os pães para não caírem no chão do santuário.
Estamos firmes na presença de Deus porque Cristo tem nos
segurado e moldado o nosso caráter e nos dando integridade
Jo 10.27-29; Rm 5.10. A largura era de uma mão (8 cm) Ex
37.12. Estamos seguros pelas mãos do Mestre e nos
tornamos em instrumentos valiosos Mt 8.3,15; 9.18,25; At
19.11; Ap 1.16,17; 2.1. A moldura embelezava a mesa. É um
tipo da mesa espiritual enfeitada e preparada abundantemente
Sl 23.5; 78.19; Mt 8.11; Lc 22.30; 1 Co 10.21.

7.3.5. Os dois varais e as quatro argolas de ouro

As argolas lembram a nova aliança de Cristo com os


salvos e os varais de seu caráter e de sua constante presença
entre nós Mt 18.20; Ap 2.1; 2 Co 3.6 ARA; Hb 8.6.

74
7.3.6. Os quatro pés Ex 37.13

No arco de Tito em Roma a mesa aparece com os pés


em forma de garra. Os quatro pés ilustram o Evangelho pleno
que alimenta o mundo no afã de atrair os homens para a mesa
de comunhão com Cristo.

7.3.7. A altura da mesa era similar a da grelha do altar dos


holocaustos e da arca da aliança

Ambas tinham 75 cm de altura Ex 25.23; 25.10; 27.1,5.


No altar fomos salvos; na mesa nos alimentamos e na arca
adoramos a Deus face a face Hb 6.19.

7.3.8. As dimensões da mesa eram pequenas

Apesar de a população mundial ser vultosa, são poucos


aqueles que se nutrem do veraz pão do céu.

7.3.9. Ao lado da mesa ficava o pão e o vinho

O pão representava o fruto do trabalho e o vinho


originado da vinha denotava a nação de Israel Is 5.5,7. No
memorial da santa ceia alimentamos espiritualmente do corpo
e do sangue do Senhor Jo 6.51,53; 1 Co 11.24-25.

75
7.3.10. A Posição da mesa no Santuário

Ela ficava a direita na entrada do santuário para a banda


do norte. Hoje, Cristo o pão nutriente que sacia a fome do seu
povo está entronizado a direita do Pai Mc 16.19; At 7.56; Hb
8.1; 10.12; 12.2; 1 Pe 3.22. O lado do norte é o lugar de onde
vem o inimigo Jr 1.14, Cristo nos alimenta e derrota os nossos
adversários Sl 61.3.

7.3.11. A luz do candelabro iluminava a mesa

Somente sendo iluminados pelo candelabro da revelação


da Palavra de Deus é que passamos, a saber, que a Bíblia é o
alimento divino Jó 34.3; 1 Tm 4.6 ARA.

7.4. Nomes Dados Ao Pão

a) Pão da proposição Ex 39.36;

b) Pão de Deus Lv 21.8;

76
c) Pão sagrado;

d) Pão contínuo;

e) Pão da face;

f) Pão da presença.

7.5. Tipologia Do Pão

7.5.1. Era feito de flor de farinha Lv 24.5. Os sacerdotes


usavam duas dízimas de farinha que corresponde a 6 litros
para cada pão. Os dois gômeres de maná colhido na sexta
feira pelos israelitas Ex 16.22 correspondem as duas dízimas
de farinha usadas na confeitaria do pão ilustrando a suficiência
de Cristo Jo 6.57. A flor de farinha fala de sua perfeição Hb
7.28. Jesus é o único pão perfeito para satisfazer a fome
espiritual do homem criado no sexto dia. Cristo o Pão da vida
foi natural de Belém que significa “casa do pão” Mt 2.1. Da
casa do pão saiu o Pão para nutrir a humanidade Jo 6.35.

77
7.5.2. Não tinha fermento Lv 2.11

Fala de sua sinceridade e verdade 1 Co 5.6-8.

7.5.3. Havia incenso entre as fileiras dos pães Lv 24.7

O incenso aponta para a fragrância permanente de Cristo


e a consagração de sua humanidade ao Pai 8.29; Ct 1.12; Ef
5.2. Aqui há uma advertência para os pregadores para que
eles reguem o ministério da Palavra com a fragrância da
oração para que suas mensagens não venham e se tornem
em marmita fria, indigesta e nauseante Cl 4.3.

7.5.4. Os pães tinham a configuração de bolos achatados

Jesus foi amassado com os açoites, com as palavras e


com a massificação hostil na cruz Mt 17.12; At 1.3; 26.23.

7.5.5. Os pães eram brancos

Jesus é santo e um dos atributos de sua divindade é a


santidade Hb 7.26.

7.5.6. O trigo era moído amassado e levado ao forno

Cristo como trigo Jo 12.24, passou pelo moinho do


sofrimento Mc 14.35-36; Jo 12.27. Lc 22.44 e foi assado na
fornalha do juízo divino Jo 12.31-33; 1 Co 6.20.

78
7.5.7. Os pães eram furados

A tradição rabínica afirmava que os pães eram perfurados


para facilitar a penetração do calor para não deixar nenhuma
parte crua. Cristo o nosso Pão foi ferido em várias partes de
seu corpo pelas mãos dos carrascos desalmados. Ele foi
ferido no rosto Mt 26.67; na cabeça Mt 27.29; no lado Jo
19.34; nas mãos e nos pés Cl 23.33 e na alma Cl 2.35.

7.5.8. Os pães colocados na mesa eram quentes

O Senhor nos nutre todos os dias com novas


experiências tanto na vida pessoal At 8.39; 22.17, como nos
cultos públicos 1 Co 14.26.

7.5.9. Os pães tinham o mesmo tamanho

Cristo e o Pai são um em todos os atributos da divindade


Jo 17.21. Somos todos iguais quando contemplados por esse
Deus amoroso Gl 3.28.

7.5.10. Os pães eram colocados em ordem

Era uma demonstração de que às doze tribos dependiam


completamente da providência divina. Jesus o ícone da
nutrição espiritual alimenta os homens na seguinte ordem:

a) Meninos: leite - os primeiros rudimentos da doutrina Hb


5.12;
79
b) Adultos: sólido mantimento – desenvolvendo cada dia na
Palavra Os 6.3;

c) Mestres: mistérios do reino – revelações extraordinárias


Dn 2.30.

7.5.11. Pão da proposição

O pão de Deus, nutrição para a vida do cristão como


sacerdote-crente 1 Pe 2.9; Ap 1.6. Era um constante
agradecimento a Jeová o grande mantenedor das doze tribos
Ez 16.19; Os 2.8..

7.5.12. Eram doze pães

Simbolizavam as doze tribos Lv 24.8 a unidade nacional 1


Rs 18.31, e a vida dos cristãos autênticos que estão sempre
em comunhão e na dependência de Deus Sl 123.2..

7.5.13. Cada pão era colocado um sobre o outro

Cristo deixou a humanidade perplexa da maneira


sucessiva como se apresentava: como Criança Cl 2.40,47;
Homem Cl 8.25; Mestre Jo 3.2; Profeta Jo 4.19; Salvador Jo
4.42; Messias Jo 1.41; e Rei imortal 1 Tm 1.17. Posso ver
também nesta tipologia a unidade da igreja de Cristo At 2.46; 1
Co 10.17.

80
7.5.14. Os sete dias Lv 24.8

Mostram a perfeição do gozo do Pai em nos alimentar


através do Filho. Antes da substituição dos pães no dia de
sábado os sacerdotes erguiam a mesa para mostrar que
Jeová é uma divindade e que não come. Nas religiões pagãs
da antiguidade era oferecido alimento aos deuses. O
sacerdote crente deve alimentar da Palavra e transmitir para a
igreja uma mensagem nova e cheia de nutrientes espirituais
para erradicar o raquitismo espiritual Js 1.8; Sl 1.2; At 6.4; Ap
10.9. Somos convidados a participar dessa mesa inaudita.
Mefibosete cujo nome significa “vergonha destruidora” foi
perdoado, exaltado e convidado a banquetear-se diariamente
na mesa real 2 Sm 9.7,10, 11,13; 1 Co 1.9; 1 Tm 4.6; Ap 2.7.

7.5.15. A igreja como pão

É chamada de “um só pão” 1 Co 10.17.

7.5.16. O maná foi chamado de pão do céu Sl 105.40

Cristo o mantenedor da vida Jo 6.48-50. Alimentarmos de


Cristo é tão salutar que podemos expressar: “Senhor dá-nos
sempre desse pão” Jo 6.34.

81
8. O ALTAR DO INCENSO

Na relação dos móveis do Tabernáculo o altar do incenso


ficou como um dos últimos para fazer notória a sua
importância EX 30.1-10. No altar de bronze contemplamos a
eficácia do sacrifício de Cristo, no altar do incenso o valor de
sua intercessão. Este altar tornou-se o símbolo mais claro da
estreita comunhão de Deus com o homem através da oração.

8.1. Nomes Aplicados Ao Altar

a) Altar do incenso Ex 30.1;

b) Altar de ouro Ex 40.26.

8.2. Suas Dimensões

a) Comprimento: 1 cv. = 50 cm. A intercessão de Cristo


quando esteve encarnado até ao arrebatamento da igreja Jo
17.9; 1 Jo 2.1.

82
b) Largura: 1 cv. = 50 cm

Cristo principiou Cl 3.21 e terminou seu ministério orando


Cl 23.46. Precisamos da intercessão do nascer ao pôr do sol
Sl 55.17.

c) Altura: 2 cv. = 1 m

A oração de Cristo tem endereço certo. O trono do Pai Jo


11.42; Hb 4.16.

8.3. Tipologia Geral Do Altar Do Incenso

8.3.1. Madeira de cetim Ex 30.1

A natureza humana de Cristo e o seu ministério


intercessório terreno Jo 17.

8.3.2. Ouro puro Ex 30.2

Seu ministério sacerdotal celestial depois de entronizado


a direita do Pai 1 Jo 2.1. As nossas orações ficam sobre os
seus cuidados. Como sacerdotes da nova aliança oferecemos
sacrifícios de louvor e adoração Hb 13.15.

8.3.3. As quatro pontas do altar Ex 30.3

Coisa maravilhosa é que Jesus tem o poder de responder


as orações feitas nos quatro cantos do mundo porque em sua
humanidade conheceu as nossas fraquezas Hb 2.18; 4.5..
83
8.3.4. As quatro argolas de ouro Ex 30.4

As quatro argolas que sustentam as nossas orações


diante do trono da graça são:

a) Confissão 1 Jo 1.9;

b) Arrependimento Ap 2.5;

c) Lágrimas Cl 7.44.

d) Humildade 1 Pe 5.6.

8.3.5. Os dois varais Ex 30.5

Serviam para conduzir o altar em todas as jornadas pelo


deserto. Os dois varais que levam as nossas orações até a
presença de Deus são: a intercessão do Espírito Santo aqui na
terra Rm 8.26, e a de Cristo perante o Pai Rm 8.34.

8.3.6. Essa peça era a primeira a ser contemplada quando


se adentrava ao santuário EX 30.1-10– 36

O altar é o padrão de Cristo o nosso mediador e


intercessor. Somente poderemos chegar diante da presença
do Pai por meio da intercessão do Filho. A oração mediadora
de Cristo cobre o propiciatório com a fumaça da intercessão
passamos a ser aceitos por Deus 1 Tm 2.5.

84
8.3.7. Posicionava diante do véu em frente à arca

A oração só tem valor por causa do sacrifício de Jesus


Hb 10.20. À distância hoje entre nós e Cristo o nosso
intercessor é apenas a oração Jr 33.3. Disse J. Blanchard:
“Nada está fora do alcance da oração, a não ser aquilo que
está fora da vontade de Deus” Tg 4.3. A posição dos
sacerdotes crentes hoje é junto ao altar de ouro queimando o
incenso da oração por meio do quebrantamento e das
lágrimas At 20.19,31.

8.3.8. O altar é um tipo de Cristo o nosso intercessor


Abaixo veremos algumas de suas intercessões:

a) Intercedeu por Pedro Cl 22.31-32;

b) Intercedeu pelos seus discípulos Jo 17.20;

c) Intercedeu pelos não crentes Jo 17.20;

d) Intercedeu pelos carrascos no Calvário Cl 23.34;

e) Intercede atualmente por nós diante do trono de Deus Hb


7.25.

Entre o altar do incenso e arca da aliança ficava o véu. O


véu era o símbolo de Cristo como o grande intercessor e
mediador entre Deus e os homens Hb 10.19-20; 1 Tm 2.5-6.

85
8.3.9. As brasas que ardiam no altar do incenso vinham do
altar dos holocaustos

As nossas orações são queimadas no quebrantamento


da intercessão e aceitas diante do Pai por causa do sofrimento
de Cristo na cruz Sl 141.2.

8.4. A Composição Do Incenso Ex 30.34-38

8.4.1. Estoraque

É a tradução da palavra hebraica “nataph”, significa


“gota”, “pingo”. Produz flores iguais as da laranjeira, na cor, no
tamanho e na fragrância. O estoraque preto é o famoso e
valioso bálsamo aromático da Ásia Menor; ele é obtido do
Liquidambar Orientalis. Uma planta de caule alto que vegeta
nas impenetráveis florestas anatólicas do Marmaris. A oração
como arma secreta do cristão penetra em qualquer localidade.
Para a oração não há distância e nem barreiras At 12.5. É uma
resina quando queimada produz uma fumaça com propriedade
microbicida. O perfume da oração em cujo coração queima
com os gemidos da adoração e do louvor conquista todas as
coisas e derrota os inimigos. A oração aceita por Deus tem
poder ofensivo contra os inimigos do evangelho At 13.10 -11.

86
8.4.2. Onicha

É o opérculo da concha de um molusco chamado


strombe que, sendo queimado, produz certo perfume. Era
encontrado nas profundezas do mar Vermelho. Isto fala da
oração que deve ser feita do mais profundo da alma Sl 130.1.
A onicha possui uma espécie de garras em sua concha. É uma
referência as nossas proteções interiores que devem ser
queimadas na oração para que haja uma entrega in totum ao
Senhor. Quando nos tornamos indefesos, seremos blindados
com a proteção divina para derrotarmos todos os gigantes
desta vida que nos afrontam 1 Sm 17.39,45, 50.

8.4.3. Gálbano

Trata-se de uma resina odorífera retirada de uma planta


umbelífera vinda da Síria e da Pérsia, quando queimada

87
produz um cheiro desagradável, mas combinada com outras
especiarias, produz um cheiro agradabilíssimo e ativo. A
oração feita somente com o formalismo prático e humano
cheira mal diante de Deus. Quando ela é mesclada com a
intercessão do Espírito passa a exalar um aroma
agradabilíssimo Rm 8.26.

8.4.4. Franquicenso

Esse nome é provavelmente devido ao fato de ter sido


reintroduzido na Europa pelos Francos, já o olíbano é derivado
do árabe AL-lubán que significa "o leite", em referência à seiva
leitosa que sai ao golpear essa árvore. É obtido de uma
pequena árvore por intermédio de cortes ao crepúsculo da
tarde e durante a noite, o processo é lento e a resina amarga.
A nossa oração só pode obter verdadeira aceitação por causa
do sofrimento amargo de Cristo no Calvário. A resina de
olíbano tem algo de especial, ela fala de devoção, inspiração,
beleza, harmonia e fé. Há séculos o olíbano é queimado. Na
88
antiguidade era altamente valioso por sua fragrância. Martinho
Lutero asseverou: A oração é a coisa mais importante em
minha vida. Se, porventura, negligencio a oração por um
simples dia, sinto logo o esmaecimento do fogo da fé”.

8.4.5. Temperado com sal

O sal tem a capacidade de preservação. O incenso


preparado com sal dava mais durabilidade. Isto nos fala da
oração que está sobre os cuidados de Jesus. Segundo o
Talmud: “O “ketóret”, o incenso, era tão forte que podia ser
sentido o seu cheiro à distância e promovia temor em todo o
arraial”. Quando ouvimos algum irmão orar com lágrimas e
humildade também ficamos com temor 2 Tm 1.4.

89
8.5. Tipologia Geral Do Incenso

8.5.1. O Incenso contínuo Ex 30.8

Era oferecido duas vezes por dia Ex 30.7-8, isto quando o


sacerdote colocava as lâmpadas em ordem; combina muito
bem com a expressão paulina: “Orai sem cessar” 1 Ts 5.17.

8.5.2. O incenso estranho Ex 30.9

Era uma fórmula diferente da original. Era um incenso


caseiro feito para uso pessoal. Aplica-se a um culto puramente
sobre o efeito do esforço humano baseado em formalidades.
Uma oração fria, vazia e sem quebrantamento torna-se
estranha diante do Senhor. Pode ser também um culto onde a
adoração ao Senhor é substituída por qualquer interesse
pessoal. O incenso era um segredo só para o Senhor.

8.5.3. O incenso era queimado de manhã e a tarde Ex 30.7-


8

Na atual dispensação as nossas orações e adoração não


há limite e nem tempo determinado e lugar Jo 4.23; Ef 5.20; 1
Ts 5.17. A. W. Tozer disse: “A maior tragédia é que Deus criou
o homem para adorá-lo, formou-o para tocar a harpa da
adoração diante de sua face, dia e noite, mas ele falhou,
deixando cair à harpa; e ela jaz sem som a seus pés”.

90
8.5.4. O incenso exalava seu aroma dentro e fora da tenda
Todas as áreas de atividades na igreja precisam ser
cobertas de oração para que haja progresso e proteção Cl 1.9.

8.5.5. A queima do incenso estava ligada com a ordem das


lâmpadas do candelabro Ex 30.7

Enquanto brilhamos como luzeiros neste mundo


tenebroso 1 Ts 5.5; Fp 2.15, precisamos ao mesmo tempo
exalar o bom cheiro de Cristo Ct 1.3; 2 Co 2.14-15.

8.5.6. Uma vez por ano no dia da expiação o sangue era


aplicado sobre o altar Ex 30.10

As nossas orações são ouvidas porque o preço de


sangue foi pago no madeiro.

9. O CASTIÇAL DE OURO

9.1. Definição Do Vocábulo Castiçal

No hebraico é “menorâh” e no latim “cadelabrum”,


significa lampadário com ramificações Ex 25.31-40. A menorâh
91
tornou-se símbolo do judaísmo. O cristão é um castiçal
espiritual Mt 5.14. Na escultura do arco de Tito em Roma está
uma apresentação razoável do castiçal original. No texto de Ex
37.17-24 encontramos uma segunda instrução divina para que
a fabricação do castiçal fosse executada com impecabilidade.
Sua única exclusividade era iluminar a haste central e também
o segundo compartimento chamado Santuário que continha a
mesa e o altar do incenso. Cada cristão brilha na semelhança
de Seu Mestre com uma abrangência global Jo 8.12; Mt 5.14-
16. No Tabernáculo havia apenas um castiçal Ex 25.31, e no
Templo de Salomão havia dez 2 Cr 4.7. O castiçal é uma
representação do ministério da igreja iluminando o mundo com
um testemunho veraz Ef 5.8-9.

9.2. A Configuração Do Castiçal

O modelo do castiçal foi inspirado num pé de


amendoeira. Seu nome científico é “amygdalus”, chega atingir
92
de 6-12 m de altura, possui copa em formato piramidal, o
tronco é curto, as folhas bem visíveis, de 20-30 cm de
comprimento. Os hebreus chamavam a amendoeira de
“despertador”; ela é a primeira árvore a florescer na primavera.
Para os hebreus é um símbolo de vida nova, e o termo
hebraico que designa luz significa também amêndoa ou
amendoeira. Tornou-se o símbolo da vigilância e do
cumprimento da Palavra de Deus Jr 1.11. A cidade de Betel
antes se chamava Luz por causa de grandes quantidades de
amendoeiras com suas flores brancas Gn 28.19.

Um pé de amendoeira

93
Flor de amendoeira

9.3. Nomes Aplicados Ao Castiçal

a) Castiçal Ex 25.31 ARC;

b) Candelabro Ex 37.17 ARA;

c) Candeeiro Lv 24.4;

d) Castiçal puro Lv 24.4.

e) Lâmpada de Deus 1 Sm 3.3;

9.4. Suas Dimensões

9.4.1. Era imensurável

A única peça do santuário que não tinha medida era o


castiçal. A iluminação e a direção do Espírito são imensuráveis
Jo 3.34. Supostas medidas: Flávio Josefo historiador judeu
afirmou que o castiçal tinha 1,52 de altura e 1 m de largura na
parte superior.
94
9.4.2. A Posição Do Castiçal No Santuário. Ficava a
esquerda logo na entrada do Santuário para a banda do
sul em direção ao Egito Jr 13.19

O Egito é uma representação do mundo. Jesus é o


grande lampadário celeste que veio iluminar o mundo
enegrecido Mt 4.16. A igreja está comissionada não de viver
segundo o curso deste mundo, mas, iluminá-lo Mt 5.13.

9.5. Tipologia Geral Do Castiçal

9.5.1. Foi feito de uma só peça de ouro martelado Ex 25.31

Foi fabricado de uma só massa de 50 kg de ouro Ex


25.30. O ouro aponta a divindade de Cristo como já vimos
anteriormente; batido, seu sofrimento que produziu a luz
refletora e afogueada do Espírito no dia de pentecostes.
Podemos acentuar com segurança que não há pentecostes
sem o Calvário. É no poder pentecostal que as lâmpadas
espirituais acendem fulgurantemente. Cristo foi forjado a
martelo com duros golpes do juízo divino na fornalha dorida do
Calvário Is 53.7; Hb 5.8. O derramamento do Espírito no dia de
pentecostes foi um e-mail sobrenatural enviado avisando a
chegada de Cristo glorificado no trono Is 42.6; Jo 7.39. O
caráter cristão também é moldado pelas marteladas das
provações Rm 8.18; 2 Co 1.6; 1 Pe 4.12-13. Todas as canas
95
eram sustentadas por essa base sólida. Cristo é o baluarte da
igreja e do universo Sl 89.14; 104.5; Pv 10.25; 1 Co 3.11; Ef
2.20; 2 Tm 2.19. Como Leão da tribo de Judá está entronizado
de maneira inabalável Hb 1.3.

9.5.2. Pedestal ou pé Ex 25.31

9.5.3. A cana central Ex 25.34

Sem ela as demais não permaneceriam em pé. Ela,


mesma isolada era chamada de castiçal, as seis canas laterais
se ligavam nela. Com ou sem o homem, Cristo é eterno e
imortal, nós precisamos estar ligados nele para reproduzirmos
a luz de sua bendita graça Jo 15.1-5; At 1.8. Havia na cana
central quatro copos enquanto que nas outras tinham três Ex
25.32. O número quatro está ligado à plenitude e a criação Cl
1.15; Ap 4.6. Era mais ornamentada e um pouco mais alta do
que as outras hastes laterais que serviam para projetar luz
nela. Assim como o Espírito Santo Santo glorifica a Cristo Jo
16.14, o estilo de vida santa de seus servos também o
enaltecerá 1 Co 6.20; 2 Ts 1.12; 1 Pe 4.11,16.

9.5.4. As seis canas Ex 25.32

Eram curvadas para cima indicando a nossa completa


dependência da luz do alto Tg 1.17. Eram da mesma altura

96
apesar de algumas serem maiores que outras. Em Cristo
todos os homens estão nivelados independentemente de
cultura ou posição social Rm 10.12; 1 Co 12.13. As seis canas
formavam uma unidade. Foram decoradas em alto relevo com
os frutos, os cálices e as flores da amendoeira. Somos as
canas do castiçal e as varas da videira Jo 15.4.

9.5.5. As três canas de cada lado com flores de


amendoeira Ex 25.33

É um tipo da ressurreição de Cristo ao terceiro dia Mt


20.19. Diz o texto de Ex 25.33: “Numa cana” + “Na outra” = 2.
Encontramos aqui o número 2 que é em numerologia o
símbolo do testemunho. Pela ressurreição de Cristo
representada nas flores, passamos produzir fruto Rm 7.4.

9.5.6. As sete canas

O número 7 aponta para sua perfeita manifestação


iluminadora Jo 8.12; 2 Tm 1.10. O Espírito Santo também
brilha em sua plenitude septuforme Ap 1.4.

9.5.7. As copas Ex 25.31

Foram chamadas também de cálices. É um perfil do


cristão repleto de dons e das graças concedidas pelo Espírito
Santo. Representam os nove dons 1 Co 12.8-10, e o fruto do

97
Espírito Gl 5.22-23. Comunicação da vida plena em Cristo Sl
23.5.

9.5.8. As maçãs Ex 25.31; 37.17

Eram bocais que tinham a forma de amêndoas. Eram


semelhantes ao formato da ilha de Creta. O azeite puro era
colocado nelas para alimentar os pavios. Frutificação espiritual
ilimitada Jo 15.8.

9.5.9. As flores Ex 25.31

Eram brancas demonstrando a graciosidade da luz que


brilha em nosso interior. A beleza da adoração Sl 96.9. As
flores estavam juntas das maçãs e próximas do azeite. A vara
de Arão que havia florescido e essas flores falam da
ressurreição do Senhor que antecedeu o zênite do
pentecostes At 2. As flores apontam à beleza de uma vida
vivenciada com o Senhor Sl 92.12.

9.5.10. Os espevitadores Ex 25.38

Tinham o formato de uma pinça ou tenaz, eram usados


para desbastar os pavios queimados. Os pavios incinerados
eram retirados e ajustados para que pudessem brilhar com
maior refulgência. Na atualidade precisamos ser renovados e
ter uma vida avivada. Não podemos viver alimentados com o

98
saudosismo das experiências do passado, mas, atualizar a
nossa comunhão com o Senhor Fp 3.13-14.

9.5.11. Os apagadores Ex 25.38

Literalmente “pegadores de fogo”. Eram bandejas para


pinças que serviam para guardar os resíduos dos pavios.

9.5.12. Os pavios

Segundo a tradição judaica eram feitos com as vestes


envelhecidas dos sacerdotes e, eram umedecidas com o puro
azeite para alimentar o fogo na produção da luz. Os pavios
eram carbonizados pelo tempo devido à combustão e
acabavam precisando de espevitação. Cristo o nosso sumo
Sacerdote de vez em quando faz uma espevitação espiritual
removendo de nossas vidas às impurezas deste mundo
emporcalhado. Os nossos pavios são aparados pela tenaz da
doutrina de Cristo, por uma revelação e pelo dom de profecia 1
Co 14.3. Os pavios apontam para a nossa fé que condiciona a
nossa vida espiritual. “Pouca fé” Mt 14.31, pavio incinerado ou
lâmpada quase apagando 1 Sm 3.3; “Grande fé” Mt 8.10,
pavio inflamado ou fé santíssima Jd 3.

99
9.5.13. O Óleo de Azeite Puro Lv 24.2

A Toráh prescreve que o azeite mais puro é o que deveria


ser usado no candelabro. As primeiras e mais puras gotas do
azeite eram destinadas para tal fim. Na vida comum o azeite
mais puro é usado na alimentação e o da sobra para a
iluminação. Entre o povo de Israel naqueles dias era o
contrário. Refere-se à unção do Espírito Santo, que é o
sustento brilhante da vida do cristão. Pode faltar tudo na vida
do crente, menos a unção 1 Jo 20,27. Vale dizer: A unção do
Espírito é o combustível que alimenta o testemunho da igreja
na terra. A ausência de unção provoca a murmuração. A
murmuração é o cântico da engrenagem da fé que se
ressecou, enferrujou-se e inutilizou-se.

9.5.14. As lâmpadas deveriam estar em ordem Ex 27.20;


30.7-8

Os sacerdotes tinham que alimentar as lâmpadas de


manhã e à tarde para que elas não se apagassem. Jesus tem
todo cuidado com o nosso brilho para que ele não venha
enegrecer. Temos que manter o brilho e o equilíbrio espiritual
diariamente tanto nos momentos de alegria e de tribulação e
uma vida em constante testemunho At 5.41; 16.24-25; Fp
4.11-12.
100
9.5.15. O castiçal iluminava a mesa e o altar do incenso
Enquanto prestamos um trabalho espiritual (altar) 1 Co
15.17, mantendo comunhão com o Senhor (mesa) 1 Co 1.9,
andando na luz de sua graça (castiçal) 1 Jo 1.7, seremos
recompensados grandiosamente 1 Co 15.58.

9.5.16. A luz natural era exclusa do santuário

O sacerdote só conseguia transitar dentro do Lugar Santo


por causa da luz do castiçal. O andar diário do cristão deve ser
conduzido por esse farol celestial. Grandes decisões em
nossas vidas são tomadas pela direção refulgente da luz
divina que ilumina a nossa estrada Sl 119.105; 1 Co 2.14; 2 Co
4.6. A pregação da Palavra de Deus é a lâmpada celeste que
ilumina a igreja tem que voltar a brilhar em muitos púlpitos Sl
12.6; 18.30; Sl 119.16,28, 74; 2 Tm 4.2; Rm 10.8. Há
pregadores que falam de tudo menos a Palavra At 14.1; Ef
6.19.

9.5.17. As sete lâmpadas Ex 25.37

Eram sete lâmpadas, mas, funcionavam como uma Ex


27.20; 1 Sm 3.3. É uma expressão que denota o Espírito
Santo atuando em sua plenitude. Nenhum obreiro poderá ter
êxito em seu ministério ou sobreviver sem a luz do Espírito.
Estas sete lâmpadas são os sete olhos de Cristo Ap 5.6 sob o
101
olhar harmonioso do Espírito Is 11.2. Cada lâmpada saía de
uma flor. A luz do nosso testemunho será refulgente se
demonstrarmos integridade e caráter santos 1 Ts 4.3.

9.5.18. Jesus o grande castiçal

Lemos que durante a Festa dos Tabernáculos quatro


grandes candelabros de ouro, na forma de candeeiros de
vários ramos, projetavam luz sobre toda a cidade. É possível,
portanto, que tal iluminação, durante a festa, tenha dado
motivo a esta ilustração de Jesus: “... Eu sou a luz do
mundo...” Jo 8.12. Jesus como castiçal:

a) Resplandeceu na estrada de Damasco At 26.13.15;

b) Veio para nos iluminar Jo 3.19;

c) É o único castiçal para a humanidade Jo 8.12;

d) Será a grande Lâmpada da Nova Jerusalém Ap 21.23.

10. O VÉU

Véu no hebraico “pãrõkheth” é um termo usado para


designar exclusivamente essa cortina Ex 26.31-33; 38.35-36.
A sua finalidade era separar o Santuário do Santo dos Santos
e ocultar a arca da aliança e o propiciatório.

102
10.1. Nomes Aplicados Ao Véu

A cortina do átrio não era contada como parte integrante


da habitação; por isso, o véu da entrada do Santuário é
chamado de primeiro Hb 9.2, e do Santo dos Santos o
segundo Hb 9.3.

a) Véu Ex 25.33;

b) Segundo véu Hb 9.3;

c) Tela sagrada – teólogos.

10.2. A Confecção Do Véu

a) Azul: A origem celestial de Jesus;

b) Púrpura: A sua realeza;

c) Carmesim: O seu sacrifício;


103
d) Linho Fino: A sua perfeição;

e) Decorado com querubins - O caráter de Cristo.

10.3. As Suas Dimensões

O véu tinha cinco metros de altura, nenhum homem


poderia tocar na parte superior onde estavam os colchetes de
ouro: Uniformemente nenhum homem poderia tocar em Jesus
se não tivesse autorização de cima Mt 26.53-54; Jo 19.11.

a) Largura: 12 cm;

b) Comprimento: 5 m;

c) Altura: 5 m.

d) Resistência

Foi confeccionado de linho torcido, nem dois cavalos e


nem catorze homens podiam esfrangalhá-lo.

10.4. O Uso Do Véu Nos Templos Judaicos

a) Tabernáculo Ex 26.33;

b) Templo de Salomão 1 Rs 6.16;

c) Templo de Zorobabel Ed 6; Ag 2;

d) Templo de Herodes Mt 27.51.

e) Templo Tribulacional Mt 24.15; 2 Ts 2.4.


104
10.5. Tipologia do véu

10.5.1. Um tipo do corpo de Cristo Hb 10.20

O véu quando se rasgou foi uma demonstração indicativa


como sinal visível que Jeová se revelou no Cristo crucificado,
à nova, imaculada e perfeita tenda da carne Jo 1.4.

10.5.2. Símbolo expressivo

“Ninguém será justificado diante dele pelas obras da lei


Rm 3.20; Hb 9.8”.

10.5.3. Foi rasgado de alto a baixo Mt 27.51

A mesma mão que escreveu nas tábuas da Lei Ex 31.18


e na enfeitada parede do palácio real de Belsazar na Babilônia
Dn 5.5, agora, inaugurava um novo tempo. O véu que foi
rasgado ao meio quando Jesus morreu foi do interior do
Templo de Herodes Cl 23.45; Jo 2.20. É identificado no grego
por “katapétasma”. O caminho da adoração ilimitada que leva
a vida do crente foi aberto pela virtude do sacrifício expiatório
do Messias Hb 10.20. A expressão textual que diz: “de alto a
baixo”, indica que este caminho foi aberto por iniciativa de
Deus.

105
10.5.4. O véu foi costurado

Tudo indica com decorrer da história que o véu foi


pespontado porque o ritualismo no Templo Herodiano
continuou até a destruição de Jerusalém no ano 70 d.C. Os
legalistas não valorizaram essa iniciativa divina, pelo contrário,
continuaram preconizando o galacionismo Gl 6.6-8.

10.5.5. Um novo caminho foi aberto

Os israelitas adoravam nas portas de suas tendas com o


olhar voltado para o Tabernáculo Ex 33.8. Hoje temos o
privilégio de penetrar diante do trono da graça sem estorvo
algum.

A humanidade de Cristo servia como véu que


preconizava a santidade de Deus Cl 1.19; 2.9. Sua morte pode
dar fim ao cerimonialismo sacrificial e ele adentrou ao céu
como Sumo Sacerdote e supremo representante da igreja
universal de Cristo Hb 9.24.

11. O SANTO DOS SANTOS

O frescor sentido no interior do Lugar Santíssimo servia


de lenitivo para quem vivia no calor do deserto Sl 17.8. Esse
lugar era escuríssimo 1 Rs 8.12. O Santo dos Santos tinha o
formato de um cubo similar ao da Nova Jerusalém Ap 21.16.

106
11.1. Nomes aplicados

a) Lugar santíssimo Ex 26.34;

b) Santuário Lv 16.2-3;

c) Segundo Tabernáculo Hb 9.7;

d) Santo dos Santos Ex 23.33 ARA;

e) Santuário Interno;

f) Sala do trono de Jeová;

g) Câmara mais interior;

h) Troféu hostil – filisteus.

11.2. As Suas Dimensões

a) Comprimento: 5m;

b) Altura: 5m;

c) Largura: 5m.
107
11.3. Formato

Era quadrado. No hebraico “raba” e no grego


“tetrágonos”. É um retângulo com os quatro lados iguais. É um
tipo da completa e perfeita manifestação da glória de Deus. A
Nova Jerusalém vista por João é quadrada Ap 21.16. Nenhum
homem nos dias do sacerdócio arônico podia assentar dentro
do Santo dos Santos. Já estamos assentados nas regiões
celestiais em Cristo e no milênio reinaremos com ele. Que
privilégio!

12. A ARCA DA ALIANÇA

O termo hebraico usado para arca é “Aron” que significa:


“caixa destinada a guardar intacto o que é posto dentro dela
Ex 25.10-17”. Arca é um acróstico das palavras hebraicas
108
“Aron Kodesh”. O vocábulo arca referindo a da aliança é citado
292 vezes na Bíblia, a primeira em Ex 25.10 e a última Ap
11.19. Era a única peça que ficava no Santo dos Santos que
se tornou em objeto central do culto Ex 25.10-16; 37.16; Hb
9.4. Ela servia como símbolo da presença divina e orientadora
do Senhor. Era considerada o trono do Deus invisível que
encontraria e comunicaria com o seu povo.

12.1. Nomes Aplicados À Arca

a) Arca de Deus - Aron Hashen 1 Sm 3.3;

b) Arca da aliança - Arom Habrit Nm 10.33;

c) Arca de testemunho - Arom Haedut Nm 7.89;

d) Arca sagrada - Arom hacdesh 2 Cr 35.3;

e) Arca da força - Arom oz 2 Cr 6.41;

f) Arca de Jeová 1 Rs 2.26;

109
g) Arca do Senhor 1 Rs 2.26;

h) Arca do eterno Sl 132.8;

12.2. Tipologia Geral Da Arca

A construção da arca tinha como objetivo guardar o


chamado “Testemunho” ou “tábuas do testemunho” Ex 31.18;
32.15. A lista dos utensílios do Tabernáculo inicia com a arca
da aliança. Tudo começa com Deus operando em direção do
ser humano. Em se tratando de culto, o homem inicia na
direção de Jeová. Diferentemente do pátio que era o lugar de
salvação, o santuário de serviço, o Santo dos Santos era o
local de comunhão e adoração profundas. As vitórias de Israel
eram outorgadas pela presença de Jeová Ex 33.16. Seu
formato era a de um retângulo, uma caixa ou baú. A arca era
um tipo de Cristo Sl 40.8; Mt 18.20.

12.2.1. A madeira de acácia coberta de ouro

Na madeira vemos a figura da humanidade incorruptível


de Jesus Cristo. E o no ouro a sua divindade como em outras
ocasiões.

12.2.2. Coroa de ouro

O Senhor Jesus nasceu com a característica real. O


profeta Isaías já havia profetizado o senhorio dele: “e o
110
principado está sobre os seus ombros” Is 9.6. Jesus é rei Rei
Mt 2.2; 21.5; 25.34; 1 Tm 1.17; 6.15; Ap 1.5; 17.14.

a) Sua natureza real Mt 2.2;

b) Na entrada em Jerusalém foi aclamado Rei Jo 12.13,15;

c) O Governador Pilatos, o apresentou como Rei Jo 19.14;

d) A inscrição abreviada pregada na cruz em três idiomas


(INRI) o declarava como Rei Jo 19.19. Sua abrangência real
foi fulgurante: letras gregas - Rei sobre a ciência; letras
romanas – Rei sobre o governo humano; letras hebraicas –
Rei sobre a religião Cl 23.38.

e) Foi recebido na glória como rei Sl 110.1;

f) Em sua vinda em glória virá como Rei dos reis e Senhor dos
senhores Ap 19.16;

g) No milênio assumirá o seu reinado terrestre Mt 25.31.

12.2.3. Forrada de ouro por dentro e por fora Ex 25.11

Era encontrado mais ouro na arca do que na mesa e no


altar do incenso; isto diz da nossa progressão na comunhão
com Cristo que é maior e mais profunda. A vida interior do
cristão deve ser tão pura como é demonstrada no exterior. O

111
ouro por dentro é um protótipo da divindade de Jesus não
reconhecida pelos judeus Jo 1.11.

12.2.4. Forrada de ouro por fora

A divindade de Jesus revelada aos gentios Jo 1.12.

12.2.5. As varas e as argolas

Expressam o caráter itinerante de Jesus Mt 4.23.

12.2.6. Não podiam retirar as varas

A presença inarredável de Cristo do seio da igreja Ap 2.1.

2.2.7. Ela servia de guia para o povo no deserto Nm 10.33

Quando a presença de Deus torna-se a bússola


orientadora na trajetória da nossa vida encontramos descanso
em meio às procelas.

12.2.8. A distância entre a multidão e a arca

Ela ficava distante cerca de 1 km Js 3.4; Jo 10.4; Pv


10.22.

12.2.9. Como a arca era conduzida

Quando em viagem ela era carregada nos ombros dos


sacerdotes da família de Coate Nm 7.9; 1 Cr 15.15. É glorioso

112
conviver com a presença de Deus, mas, é preciso muita
responsabilidade, cuidado e vigilância.

12.2.10. As palavras que eram proferidas quando a arca se


locomovia Nm 10.35-36

a) Quando se levantava: “levanta-te Senhor...”.

b) Quando pousava: “volta ó Senhor...”.

No Templo de Salomão ela foi introduzida no lugar


Santíssimo 1 Rs 8.6 e, no templo edificado por Zorobabel, o
Santo dos Santos estava vazio porque o exército da Babilônia
ao destruir Jerusalém em 586 a.C. acabou consumindo os
móveis sagrados.

12.3. Os Objetos Guardados Na Arca Hb 9.4

12.3.1. As tábuas da Lei

A única pessoa que conseguiu guardar a lei em sua


totalidade foi Jesus Cristo Sl 40.7-8; Mt 5.17; Rm 10.4. A lei no
interior da Arca significa a plenitude da deidade habitando
corporalmente em Cristo Cl 2.9. É a lei divina que rege a
aliança com Deus. Antes de Israel ter entrado em Canaã, o
livro da Lei era posto ao lado da arca Dt 31.26. Podemos dizer
como o salmista Davi: “A tua Lei está dentro do meu coração”
Sl 40.8.
113
12.3.2. O vaso com o maná

Ao adentrar no deserto Israel foi suprido de água e de


pão que é uma representação da sustentação espiritual. A
provisão divina para o seu povo fala do memorial do Senhor
em suprir todas as necessidades dos remidos Sl 23.1; Fp 4.13.
O maná é uma amostra de Cristo o supridor de todas as
nossas necessidades. Veja abaixo a tipologia:

114
O MANÁ CRISTO O PÃO DO CÉU

Miúdo Ex 16.14 O despojamento de Cristo Fp 2.7

Redondo Ex 16.14 A sempternidade de Cristo Ap 1.18

Branco Ex 16.31 A pureza de Cristo Hb 7.26

Como Geada Ex 16.14 A fineza de Cristo Jo 6.63

Como semente do coentro Ex 16.31 A essência de Cristo Ct 1.3

Como azeite Nm 11.8 A soberania de Cristo Jo 3.34

Bolos de mel Ex 16.31 A afetuosidade de Cristo Ct 2.3

Bdélio Nm 11.7 A Formosura de Cristo 1 Pe 2.7

O Maná tinha todas as vitaminas A Palavra de Cristo Dt 8.3

O maná ficava escondido Hb 9.4 Cristo é o maná escondido Ap


2.7

12.3.2. A vara de Arão florescida

Aparentemente a vara cortada parecia morta, mas,


floresceu na madrugada. Cristo passou três noites no túmulo;
no domingo de manhã floresceu através da ressurreição. As
flores surgiram como sinal do chamado de Deus. As varas
eram iguais, a diferença era a vida apresentada na vara de
Arão. A prosperidade do nosso ministério está na vida de
Deus. Quando o Senhor vocaciona alguém para o exercício
115
ministerial é para que cada um venha permanecer no lugar e
na posição em que foi chamado. A vida floresceu na escuridão
da noite fria. Os que são chamados por Deus passam pela
noite lúgubre das provações para que o caráter seja
amadurecido para os grandes projetos. Foi à noite que a vara
floresceu e produziu frutos. Os frutos representam o ministério
frutífero de Cristo Is 53.11; Jo 17.12; Hb 7.24-25. Nas
intempéries da vida são mostradas as flores da nossa vocação
e os frutos da aprovação do nosso chamado. A vara simboliza
a autoridade da nossa vocação eclesiástica Jo 15.5,16; 1Co
9.1; Cl 1.5-6.

12.4. O propiciatório

No hebraico “kapporet” e no grego “hilasterion” não


significa apenas “tampa para cobrir”, tem também a idéia de
um lugar onde se operavam as expiações Ex 25.17-22. O
propiciatório era o lugar de perdão para o povo judaico,
apontava para Cristo Rm 3.25. Os querubins nada tinham a
ver com a idolatria porque ficavam escondidos atrás do véu. O
ouro expressa a divindade de Cristo; batido, o sofrimento dele.
O trono do juízo tornou no lugar da graça com a aspersão de
sangue.

116
12.4.1. As suas dimensões

a) Comprimento: 1,25

A misericórdia divina do princípio ao fim.

b) Largura: 75 cm

O Cristo que propicia os pecados de toda gente do


oriente ao ocidente.

12.4.2. Os dois querubins

a) Olhavam um para o outro

A perfeita concordância angelical sobre a redenção do


homem. Eles aparecem como protetores da glória do Senhor
Gn 3.24; Ap 4.6-9.

b) Olhavam para o propiciatório

A alegria angelical ao ver um pecador se arrependendo


Lc 15.10; 1 Pe 1.12.

12.4.3. Era de uma só peça batida

Cristo como ouro divino foi batido na bigorna do


sofrimento para tornar-se o único Salvador da humanidade At
4.12.

117
12.4.4. Lugar da glória

Era o trono e o púlpito de Jeová.

12.5. Milagres Relacionados Com A Arca Do Concerto

12.5.1. O rio Jordão foi dividido Js 3.1-3; 4.7

Jordão significa “o que desce”; é um simbolismo daqueles


que descem à sepultura. Esse rio fazia divisão entre a
Transjordânia do lado oriental e Canaã propriamente dita do
lado ocidental. O Jordão indica a separação e a morte. A
presença de Deus faz com que morramos para o mundo Cl
2.12. Assim como a arca ficou no meio do rio até que a
multidão atravessasse, no dia da nossa morte caso ocorra
antes do arrebatamento, ele estará conosco nos garantindo
segurança e paz Fp 1.21. A nossa vitória é garantida pela
presença do Senhor Ex 33.14.15.

12.5.2. A queda dos muros de Jericó Js 6.6-20

Os muros eram verdadeiras fortalezas que protegiam a


cidade dos ataques dos inimigos foram implodidas
silenciosamente e sucumbiu aos olhos do povo de Deus. A
presença do Senhor é a garantia da nossa conquista diária
contra os inimigos mais ferrenhos. Existe em nossas vidas
dois grandes inimigos: Satanás e o ego. Somos controlados ou

118
por Satanás, ou pelo eu, ou por Deus. O controle de Satanás é
a escravidão; o controle do eu é a futilidade; o controle de
Deus é a vitória. Os inimigos quando percebem a presença de
Deus em nossas vidas sentem-se derrotados Js 2.9-11; Sl
68.7-8.

12.5.3. A arca foi desprezada no reinado de Saul 1 Sm 7.1-


6

A razão do fracasso espiritual na vida de muitos obreiros


e que eles substituíram o poder de Deus pela experiência
própria, pelo poder político e financeiro.

12.5.4. A queda de Dagom 1 Sm 5.1-4

O deus nacional dos filisteus que tinha o corpo de peixe e a


cabeça de homem despencou mutilado de maneira
espalhafatosa no solo da derrota em seu próprio santuário. Na
presença do Senhor a idolatria não pode subsistir Ex 12.12.

12.5.5. Esteve em Quiriate - Jearim por vinte anos 1 Sm


7.1-2

Esse nome significa “cidade dos bosques” se refere à


presença suavizante de Jesus.

12.5.6. Esteve na casa de Obede – Edom 2 Sm 6.11-12

119
Obede-Edom significa “escravo de Edom”. A presença de
Deus traz libertação, prosperidade e paz.

12.5.7. Davi fez uma tenda para ela 1 Cr 15.1

O que temos feito para acolhermos a presença do


Senhor?

12.5.8. Salomão a levou para o interior do templo em meio


a grandes louvores 1 Rs 8.1-6; 2 Cr 5.2-9

Todo crente deve demonstrar espontaneamente a alegria


que sente pela presença do Senhor. Tristeza e nostalgia não
combinam com a vida de um crente renovado.

12.5.9. A captura da arca trouxe enormes tragédias

Quando a arca foi arrebatada pelos filisteus a casa de Eli


foi subitamente tomada por catástrofes indescritíveis. Hofni e
Finéias morreram 1 Sm 4.1; o sacerdote Eli perdeu a posição
oficial caindo da cadeira e veio a óbito com o pescoço
quebrado 1 Sm 4.18. Sua nora morreu no momento do parto e
o significado do nome de seu filho marcou a história de seu
povo: Icabô, que quer dizer “foi-se a glória de Israel” 1 Sm
4.21. Se a presença de Deus habitar constantemente em
nossas vidas seremos vitoriosos e triunfantes Sl 16.11; 31.20;
68.1; 105.4.

120
13. AS VESTES DO SUMO SACERDOTE

O Sumo sacerdote Arão e seus quatro filhos são traços


de Cristo e de seus servos no sacerdócio cristão nesse século
presente 1 Pe 2.9; Ap 1.6. Os sacerdotes precisavam ter um
parentesco com o Sumo Sacerdote Hb 2.11. Nós sacerdotes
temos um grande parentesco com Cristo Hb 2.17. O Sumo
Sacerdote era o supremo pontífice representante da nação
hebraica e os sacerdotes eram os seus auxiliares Ex 6.23.
Seus nomes e seus significados:

a) Arão - significa “inteligente”;

b) Nadabe: significa “pai de liberalidade”;

c) Abiú: significa “Deus é pai”;

d) Eleazar: significa “Deus ajudou”;

121
e) Itamar: significa “costa da palmeira”.

A vestimenta usada por Arão evidencia a dignidade do


caráter de Cristo e sua obra. Somente um homem dotado,
capacitado e de elevado caráter espiritual poderia adentrar ao
lugar Santo e o Santíssimo. De nada valia aquela indumentária
eclesiástica se cujo homem fosse um devasso. Um sacerdote
de vida contraditória não ficaria impune se adentrasse a tenda
da congregação Ex 30.20-21. As vestimentas eram
apresentadas como santas Ex 28.2, indicando, portanto, a
justiça de Cristo Ap 19.8. A vestimenta era identificada como
glória e ornamento Ex 28.2. Sem ela os sacerdotes e o Sumo
Sacerdote não poderiam administrar o ofício sacerdotal no
Santuário e no Santo dos Santos Ex 28.1-43. O capítulo 28 de
Êxodo é um manual de alfaiataria eclesiástica. A razão pela
qual não aparece nessa indumentária às sandálias, é que tudo
indica que tanto os sacerdotes e o sumo sacerdote
desempenhavam suas funções descalços baseados no que
Jeová havia dito por ocasião da chamada de Moisés: “... tira os
teus sapatos de teus pés; porque o lugar em que tu estás é
terra santa” Ex 3.5.

122
13.1. Os Calções De Linho

Era uma espécie de ceroula que ia dos lombos até as


coxas no intuito de guardar as partes íntimas Ex 28.42. Além
de tipificar a espontaneidade do serviço prestado era uma
indicação de isenção de imoralidade no culto. Na religião
Greco - romana grande parte dos cultos era realizado por
prostitutas sacerdotisas.

13.2. A Túnica

Era a maior peça do trajo, ficando por baixo do manto do


éfode; as mangas eram estreitas e aproximavam dos pés Ex
28.39. O linho além de ser leve era branco e cobria todo o
corpo. Os mandamentos de Cristo não são pesados e sua
santidade e justiça devem atingir as três esferas da vida
123
humana: corpo, alma e espírito 1 Ts 5.23; 1 Jo 5.3. O linho em
sua mais fiel interpretação textual refere-se os atos de justiça
dos santos Rm 9.30; Ap 19.8.

13.3. O Éfode

Conhecido também por estola sacerdotal Ex 28.6-12;


39.2-7. A palavra éfode no hebraico significa “cobertura”. Sua
semelhança era a de um avental bordado, formado de duas
partes, frente e costas, ligados nos ombros e sustentados por
um cinto multicolor. Nos ombros estavam acopladas duas
pedras de ônix onde estavam gravados os nomes das doze
tribos de Israel de acordo com o nascimento de cada filho.
Cristo nos carrega em seus ombros onde residem à força de
seu principado pastoral e governamental Is 9.6; Mt 11.28-30;
Lc 15.5. Seu feitio era composto de:

a) Linho torcido: Justiça e pureza;

b) Ouro: Divindade;

c) Azul: Origem celestial;

d) Púrpura: Realeza;

e) Carmesim: Sacrifício.

124
13.4. O Peitoral

O termo peitoral no hebraico “hoshen” exprime “objeto


belo” Ex 28.13-30. Suas dimensões eram 45 X 22,5 cm, ao ser
dobrado ao meio tornava-se um quadrado de 22,5 cm de lado.
No Egito era usado o triângulo na Mesopotâmia o retângulo e
entre os hebreus o quadrado. O quadrado tipifica a perfeição
de Cristo. Era também conhecido por peitoral do juízo Ex
28.30. Segundo registros tradicionais da Toráh o peitoral
continha na extremidade os nomes de Abraão, Isaque e Jacó,
e na extremidade inferior as palavras: “Shivtê Israel” que quer
dizer tribos de Israel. Afirmou Spurgeon: “Como o peitoral, com
os nomes das tribos de Israel, era o adorno mais brilhante
vestido pelo sumo sacerdote, assim são os nomes dos eleitos
de Cristo as mais preciosas jóias que Ele tem tão perto do Seu
coração”.

Algumas pedras do peitoral foram extraídas da lama no


profundo do mar, outras em cavernas escuras e gélidas jamais
encontradas pelos homens e longe da claridade da luz. Não
tinha beleza e nenhuma validade. Foram extraídas, lavadas,
transportadas, lapidadas e se tornaram em glória e ornamento.
Não foi assim que sucedeu conosco amados?! Muitos de nós
viemos de situações horripilantes e de lugares lúgubres, mas

125
quando fomos lapidados por Cristo pela regeneração
recebemos o brilho espiritual pela santificação e nos tornamos
em colunas da verdade Cl 1.13; 1 Tm 3.15; Ap 3.12.

Os fundamentos dos muros da Nova Jerusalém são


adornados com essas mesmas pedras preciosas do peitoral
Ap 21.19-20. Os nomes inscritos nas pedras do peitoral do
juízo é uma referência à maneira afetiva e individual com que
o Senhor nos trata Is 43.1; 45.3-4; 49.16. O peitoral estava
fixado em seu lugar por duas cadeiazinhas de ouro presas nas
pedras de ônix nos ombros do éfode. E na parte inferior era
seguro por tiras azuis ligadas ao éfode.

13.5. As Ombreiras

As duas ombreiras eram feitas de pedras de ônix. Eram


importadas da terra de Havilá onde eram produzidas
abundantemente Gn 2.12 ARA. As pedras eram grandes
126
broches que sustentavam o peitoral na parte superior e
serviam para juntar as duas peças do éfode. Além de serem
finas, suas cores eram preta e branca. Quando Cristo nos
encontrou, carregou nossos fardos em seus ombros e nos
transportou das trevas para o seu reino de pureza e santidade.
Eram lapidadas sob a forma de selos Ex 28.11. Fomos
lapidados pelo Espírito Santo e selados para a redenção e
recebemos autoridade espiritual Ef 4.30. Em cada pedra
daquela eram gravados seis nomes das tribos de Israel. O
sumo sacerdote levava os nomes das doze tribos nos ombros
e sobre o peitoral. Cristo o nosso eterno Sumo Sacerdote
apresenta-nos diariamente diante do Pai, porque em sua
missão vicária ele tem ombro e peito para tal fim. Somos
levados por ele sobre seu coração, um lugar de afeição Jo
15.9; Rm 8.35; Ef 3.19.

13.6. Urim E Tumim

Urim significa “luzes” e Tumim “perfeições” Ex 28.30.


Luzes e Perfeições nos falam de Cristo a Luz do mundo e
Homem Perfeito. Esses nomes são literalmente iniciados com
a primeira e a última letra do alfabeto hebraico: “Alef - ‫ ”א‬quer
dizer “boi” - fala de força e submissão, corresponde o número
1, mostrando a primazia de Cristo Is 44.6; Ap 1.17. E “tau”

127
significa “cruz” revela o sofrimento e corresponde o numeral
400 que simboliza a escravidão Gn 15.13; sendo assim,
através da cruz, Cristo livrou-nos da escravidão do pecado Rm
6.20; da morte Hb 2.15 e da enfermidade Lc 13.16. Essas
duas pedras eram tiradas, sacudidas e mediante a luz emitida
o sumo sacerdote obtinha um sim ou não da parte de Jeová
acerca do que era consultado Nm 27.21; Dt 33.8 1 Sm 14.36-
45; 23.9-14; 30.7-8; 1 Sm 28.6. Deparamos com Cristo
personalizado nas pedras urim e tumim como luz que trás a
revelação da perfeição de Deus Dt 8.13; Sl 18.30; Jó 37.16; Mt
5.48; Tg 1.17.

13.7. Curiosidades Gemátricas

As palavras pronunciadas pelo escriba Esdras na língua


hebraica sob inspiração divina se referem a Jesus Cristo Ed
2.63:

128
Um Sacerdote 75

Com Urim 287

E Tumim 526

Total: 888

O número 888 é o valor numérico do nome Jesus que na


língua grega tem o mesmo valor em todas as letras.

13.8. Cálculos Segundo O Dr. Christian Chen

O número 8 também está ligado ao Senhorio e Soberania


de Jesus Cristo. Pela gematria, os seguintes nomes dele estão
marcados com o número 8 como um fator:

Jesus 8 x 111 = 888

Cristo 8 x 185 = 1.480

Senhor 8 x 100 = 800

Nosso Senhor 8 x 221 = 1.768

Salvador 8 x 8 x 22 = 1.408

Emanuel 8 x 8 x 8 x 50 = 25.600

Messias 8 x 82 = 656

Filho 8 x 110 = 880

129
13.9. O Manto Do Éfode

Conhecido também por sobrepeliz. Um manto curto, sem


mangas e que descia até os joelhos Ex 28.31-35; Ez 39.22-26.
Foi confeccionado de azul, dando a entender a celestialidade
de Cristo. Era a terceira peça vestida pelo sumo sacerdote
após a túnica de linho que indicava a justiça dele.

13.10. As Romãs E As Campainhas Ex 28.33-35

As romãs foram confeccionadas de pano azul, púrpura e


de carmesim decorando a barra do manto enquanto que as
setenta e uma campainhas de ouro tilintavam. Por causa da
riqueza de suas sementes que produz e da cor vermelha
brilhante do fruto, a romã tornou-se o símbolo da plenitude de
vida e da frutificação espiritual. Da mesma forma que a romã
adquire a cor de púrpura, a igreja tornou-se pelo sangue
redentivo, vermelha e brilhante Ct 4.3,13; 6.7; 8.2. Produzimos
frutos a 100, 60 e a 30 por causa do sangue brilhante de Cristo
Mt 13.8; Jo 15.16. A campainha tilintando é uma maneira de
expressar o testemunho de Cristo por meio da igreja e de sua
Palavra que ecoa nos rincões mais distantes da terra. Uma
campainha e uma romã alternadamente expressam que
enquanto testemunhamos produzimos frutos.

130
13.11. O Cinto

Essa peça semelhante uma faixa decorativa e


complementada com bordados explicitava a santidade, a
origem celestial, a realeza e a divindade de Cristo Ex 28.8.
Podemos ver no colorido do cinto a beleza e a dignidade do
serviço de Cristo e da igreja vencedora Jo 13.4-5; 1 Pe 1.13;
Ef 6.14. Em outra passagem bíblica o cinto nos faz lembrar o
trabalho e a vigilância espiritual Lc 12.35-43. Os dois cintos
que seriam usados pelo Messias segundo a linguagem
figurada de Isaías: um lombar - representando a justiça; e
outro renal - tipificando a verdade Is 11.5. Na ilha de Patmos o
Senhor glorificado apareceu exibindo um cinto de ouro
demonstrando a sua missão de Sumo Sacerdote eterno Ap
1.13.

13.12. A Mitra Ex 28.4

A palavra hebraica que descreve a mitra é “misnepheth”.


Tinha a forma de um turbante, um diadema, uma tiara, um
gorro e uma coroa. A mitra do sacerdote cristão é o capacete
da salvação Ef 6.17. Era uma representação da autoridade e
do governo das coisas sagradas que o sumo sacerdote
representava diante de Deus e da nação israelita Ex 29.6. Era

131
uma cobertura para a cabeça exemplificando a submissão de
Cristo ao Pai Sl 40.7; Fp 2.8.

13.13. A Lâmina De Ouro

O termo hebraico relacionado com essa lâmina significa


“brilho” Sl132. 18. A inscrição gravada sobre ela: “Santidade
ao Senhor”, dizia das atividades exercidas pelo sumo
sacerdote tais como: reconciliação, expiação e sacrifício
promovendo a santificação da nação inteira Ex 28.36-38; Lv
19.2. A lâmina tinha por símbolo o esplendor real Zc 3.5. A
função do sumo sacerdote era a de rei e sacerdote, um tipo
legítimo de Jesus e dos cristãos autênticos Hb 12.14; Ap 1.6.
A lâmina era fixada na mitra com uma faixa azulada mostrando
que a santidade tem sua origem no céu e não que ela seja um
mero produto das relações humanas e da etiqueta social Hb
12.14; 1 Ts 5.23.

NOTA:

Segundo informações da tradição hebraica, quando as


vestes sacerdotais envelheciam eram desfiadas e com os
respectivos fios eram feitos os pavios para as sete hastes do
candelabro.

132
14. A COMPOSIÇÃO DO ÓLEO PRECIOSO

As especiarias usadas na composição do óleo precioso


eram valiosas quanto ao ouro Ex 30.22-24.

14.1. Mirra - 500 Siclos = 3 Kg

É um arbusto espinhento, produz pequenos frutos como à


ameixa. A goma era produzida por incisão e naquele tempo
era muito cobiçada. Mirra em hebraico “mor” e no grego
“Smirna”. Foi um dos três presentes dados pelos magos a
Jesus Mt 2.11. É o símbolo da alegria no sofrimento At 5.41.

a) A unção só vem até nós quando conhecemos o sofrimento


e o quebrantamento de Deus 1 Jo 2.20.

b) Não há maneira de termos a unção sem a mirra 1 Jo 2.27.

c) Quando passamos sentir a dor e o sofrimento alheio é que a


unção manifesta de maneira enfática 2 Co 4.12.

14.2. Canela Aromática - 250 Siclos = 1,5 Kg

A casca da canela era usada como elemento perfumador


do azeite: Fala do amor de Cristo que deve estar em nossas
133
vidas 2 Co 2.15-16. O Espírito Santo produz em nossos
corações o perfume do louvor e da adoração.

14.3. Cálamo Aromático - 250 Siclos = 1,5 Kg

A palavra “gâmah” quer dizer “reto” “próprio”. Uma vida


de retidão e santificação abre as portas para um grande
avivamento. É uma cana que atinge 60 cm de altura, com um
colmo com juntas e gomos. Enquanto cresce, enche o ar de
fragrância suave. A igreja primitiva tinha o poder de atrair as
multidões porque estava cheia da fragrância de Cristo At 2.47.

14.4. Cássia - 500 Siclos = 3 Kg

A substância era transformada em pó feito da casca e da


raiz. Era um artigo do comércio da cidade de Tiro. Seu nome

134
“gôdod” quer dizer “curvado”. Fala das provas que nos
quebram. Quando nos dobramos e reverenciamos a unção
vem. Quem é experimentado nas provações aprende
submeter-se a Deus.

14.5. Azeite - 1 Him = 5 Lt

É chamado no hebraico “shemen”, “graxa” ou “unguento”.


Esse azeite é extraído da oliveira. É o símbolo da pessoa do
Espírito Santo Gn 8.10-11. Precisamos entender a diferença
do Espírito em nós e sobre nós.

14.6. As Múltiplas Utilidades Do Óleo

a) A unção do sacerdote o capacitava a conservar o povo em


comunhão com Deus e com os irmãos.

135
b) O óleo da consagração descia pela cabeça, escorria por
todo o corpo Ex 29.7; Lv 8.12; Ec 9.8.

c) O óleo era usado para ungir a tenda, os móveis e os


utensílios Ex 30.26-29.

d) Esse óleo era usado na consagração dos sacerdotes, reis e


profetas.

e) O leproso curado era restaurado a comunhão com a


sociedade por meio da unção Lv 14.14-17.

f) O óleo tornou o símbolo do Espírito Santo que unge o


homem para o serviço espiritual At 1.8.

g) O homem comum não podia ser ungido com o óleo


precioso.

h) O óleo não se mistura com outros líquidos - a igreja ungida


também não se mistura com o mundo.

i) O azeite nada sempre na superfície - quem é cheio da unção


sempre estará assentado nas regiões celestiais em comunhão
com o Senhor.

j) O óleo que Cristo ungiu seu povo é de alegria Sl 45.7.

k) O óleo era de grande valor, tinha peso e medida. A unção


valoriza o homem, trás peso de graça e o usa sem medida.

136
15. O LEVANTAMENTO DO TABERNÁCULO

Sendo o Tabernáculo uma tenda portátil, foram


escolhidas as famílias de Gerson, Coate e Merari para armá-lo
e desarmá-lo onde Deus exigisse que o levantassem Nm 4. No
acampamento o Tabernáculo ficava sempre no meio das doze
tribos querendo indicar que o Senhor deseja habitar no centro
de nossas vidas.

15.1. Locais Onde O Tabernáculo Foi Levantado

a) A primeira vez foi no dia 1º de abril de 1.442 a.C., no sopé


do monte Sinai segundo os melhores cronologistas Ex 40.1-2.

b) Em Gilgal Js 5.10;

c) Em Siló 1 Sm 1.9;

d) Na cidade de Nobe 1 Sm 21.1-6;

e) No alto de Gibeão 1 Cr 21.29.

137
16. A BÚSSOLA DO POVO DE DEUS

A palavra nuvem no hebraico “anan” e no grego “neféle”


significa agregado de vapores condensados na atmosfera. Só
que a nuvem que guiava o povo de Deus era a glória
Shequinah Ex 40.34-38.

16.1. Nomes Aplicados À Nuvem

a) Nuvem Ex 34.5;

b) Pilar de nuvem e coluna de fogo Ex 13.22; 33.9-10;

c) Nuvem do Senhor Nm 10.34;

d) Presença de Deus Ex 33.14-15.

16.2. Os Propósitos Da Nuvem

a) Regular os movimentos na viagem Ex 40.36-37;

b) Guiar o povo pelo deserto Ex 13.21;

c) Defendê-lo dos inimigos Ex 14.19; Sl 105.39;

d) Escurecer o caminho e neutralizar os adversários Ex 14.20;

e) Era a glória de Deus sobre o propiciatório Lv 16.2.

A nuvem oferecia para o povo de Deus duas coisas


importantes: direção e proteção. Isto fala do papel proposital
do Espírito Santo Jo 14.26. Sem a nuvem os israelitas não

138
chegariam a Canaã, semelhantemente, não chegaremos a
Canaã celestial sem o Espírito Santo.

17. O TABERNÁCULO EM VIAGEM

a) Destino: À terra prometida Ex 3.7,8.

b) Bússola: A nuvem de dia e a coluna de fogo à noite Ex


13.20-22; 14.19,20.

c) Governador: Moisés.

d) Sumo sacerdote: Arão.

e) Sacerdotes: Nadabe, Abiú, Eleazar e Itamar.

f) O Ministério dos coatitas: Suas atividades - Nm 4.1-20.

g) O Ministério dos gersonitas: Suas Atividades - Nm 4.22-


28.

h) O Ministério dos meraritas: Suas Atividades - Nm 4.29-33.

18. O ACAMPAMENTO DAS TRIBOS AO REDOR DO


TABERNÁCULO

139
140
AS TENDAS DA BANDA DO ORIENTE NM 2.3-9

TRIBOS INSÍGNIA HOMENS

Judá 74.600 Nm 2.4

Issacar 54.400 Nm 2.5

Zebulom 57.400 Nm 2.8

TOTAL: 186.400 Nm 2.9

141
AS TENDAS DA BANDA DO SUL NM 2.10

TRIBOS INSÌGNIA HOMENS

Rubem 46.500 Nm 2.11

Simeão 59.300 Nm 2.13

Gade 45.650 Nm 2.15

TOTAL: 151.450 Nm 2.16

142
AS TENDAS DA BANDA DO OCIDENTE NM 2.18

TRIBOS INSÍGNIA HOMENS

Efraim 40.500 Nm 2.19

Manassés ...................... 32.200 Nm 2.21

Benjamim 35.400 Nm 2.2- 3

TOTAL: 108.100 Nm 2.24

143
AS TENDAS DA BANDA DO NORTE NM 2.25

TRIBO INSÍGNIA HOMENS

Dã 62.700 Nm 2.26

Aser 41.500 Nm 2.28

Naftali 53.400 Nm 2.30

TOTAL: 157.600 Nm 2.31

144
CONCLUSÃO

Chegamos ao término deste estudo, creio piamente que


ele pode contribuir de alguma maneira com o enriquecimento
espiritual do preclaro leitor. Brevemente transcenderemos
além do véu eterno e estaremos para sempre com o nosso
querido Sumo Sacerdote. Que Deus possa iluminá-lo com o
refletor de sua divina graça concedendo-lhe maior
profundidade, revelação e clareza acerca das riquezas
fundamentais contidas em Sua santa Palavra. Amém!

145
02
MENSAGEM
TEMA: UMA VIDA CHEIA DO ESPÍRITO
TEXTO: At 4.31
I
NTRODUÇÃO
Ser cheio do Espírito Santo é um dever e não uma opção
Ef 5.18. O assunto que será aqui desenvolvido é de suma
importância para quem aprecia uma "temática
paracletológica", e tem experiência com o poder do Espírito
Santo. Quando o povo de Deus peregrinou no deserto por
quatro décadas foi guiado de dia pela nuvem e à noite pela
coluna de fogo Ex 13.21-22. A nuvem oferecia para o povo
duas coisas importantes: "direção" e "proteção," isto fala do
papel proposital do Espírito Santo Jo 16.13. Ele é o antítipo
nuvem. As águas do tanque de Betesda, quando movidas por
um anjo, tornavam-se curativas. Os discípulos de Jesus
cheios do Espírito tornaram-se instrumentos nas mãos de
Deus, destinados à cura das nações. O Espírito Santo é a
força motriz da nossa vida. É o dínamo que põe em
movimento todas as faculdades da alma. A experiência com o
Espírito é fundamental na vida de qualquer cristão. Porém, o

146
conhecimento da doutrina do Espírito Santo também é
fundamental para qualquer cristão. Quem não entender
poderá "apagar o Espírito" em sua vida 1 Ts 5.19.

1. OS ATOS DOS APÓSTOLOS OU OS ATOS DO ESPÍRITO


SANTO

Tradicionalmente, o livro ostenta o título usual de "Atos


dos Apóstolos". Esta tradição remonta a Irineu, Bispo de Lião,
na Gália, na última parte do segundo século d.C. O autor deste
livro também escreveu o terceiro evangelho, e o destinatário,
em ambos os documentos, a um certo Teófilo, amigo de Deus.
Originalmente, o provável é que o autor não tenha colocado
título em nenhum dos seus dois trabalhos. Ele provavelmente
usava números para designar os seus dois escritos. O
evangelho de Lucas era o volume I, o os Atos dos Apóstolos, o
volume II. Alguns eruditos da antiguidade acostumavam
chamá-lo de: "Atos do Espírito Santo", por ser mencionado
nele, cinqüenta e cinco vezes a atuação do Espírito Santo e dá
detalhes importantes para basearmos a nossa doutrina
pentecostal. “O livro dos Atos é a pedra chave que vincula as
duas porções do Novo Testamento, isto é, o evangelho,
conforme os primeiros cristãos diziam... a única ponte que
dispomos para atravessar o abismo aparentemente

147
intransponível que separa Jesus de Paulo, Cristo do
cristianismo e o Evangelho de Jesus e o Evangelho sobre a
pessoa de Jesus” (H. J. Cadbury).

1.1. O Livro De Atos Tem:


a) Capítulos 28;
b) Versículos 1017;
2. PENSAMENTOS SOBRE O ESPÍRITO SANTO
2.1. A razão pela qual tantos cristãos são fracos está em que
buscam o poder em si mesmos, em vez de buscá-lo no
Espírito Santo. - R. A. Torrey
2.2.- Um pregador com a alma inflamada com o Espírito pode
incendiar em Seara diferente. - Gilberto Évora
2.3.- Assim como o sangue de Cristo é a fonte de todo mérito,
de igual modo, o Espírito Santo é a fonte de toda a vida
espiritual. – Flavel
2.4. O Espírito é a ponte entre Jesus Cristo, a palavra e os
discípulos, a palavra tornada carne. - Stanley Jones
2.5. O Espírito Santo é o nosso companheiro interior. - Jowett
3. O ESPÍRITO SANTO EM CADA LIVRO DA BÍBLIA

VELHO TESTAMENTO
Gn.............................................................. O incubador da vida
Ex.......................................................A inspiração de Bezaleel

148
Lv........................................................................O fogo do altar
Nm...............................................................O autor da profecia
Dt...................................................................A força de Moisés
Js..............................................................O Encorajador divino
Jz............................................O restaurador das nossas forças
Rt....................................................O companheiro inseparável
1, 2 Sm.......................................................A lâmpada de Israel
1, 2 Rs.................................................................O arrebatador
1, 2 Cr.....................................................O fortalecedor dos reis
Ed..........................................................O revificador dos cultos
Ne...........................................................O amante do seu povo
Et.......................................................O provedor da última hora
Jó....................................................O amigo nas horas incertas
Sl.........................................................................O alvo de Davi
Pv.............................................................................A torre forte
Ec.......................................................O consumidor da vaidade
Ct...............................................................O viveiro de Hesbom
Is......................................................O purificador de Jerusalém
Jr.....................................A tocha viva que arde continuamente
Lm...................................................O colecionador de lágrimas
Ez..................................................................O autor das visões
Dn............................................................O mestre das orações
Os..............................................................O perdoador infalível
149
Jl...................................................A fonte do poder pentecostal
Am.....................................................................O fogo contínuo
Ob..........................................................O habitante das alturas
Jn.................................................O que anima os evangelistas
Mq..................................................................O orvalho de Sião
Na...........................................O portador da espada flamejante
Hc.........................................................A salvação do seu povo
Sf...........................................................O provedor da verdade
Ag...........................................................A glória da última casa
Zc........................................................O quebrantador de Israel
Ml..............................................................O que reveste o Elias

NOVO TESTAMENTO

Mt............................................................A testemunha infalível


Mc...............................................................A unção do Messias
Lc.....................................................................A reposta do alto
Jo..................................................................O Paracleto Divino
At.................................................................A promessa do alto
Rm.........................................................O grande ressuscitador
1, 2 Co ..................................................O distribuidor dos dons
Gl........................................................................O superior a lei

150
Ef..........................................................................O selo celeste
Fp........................................................A paixão dos pregadores
Cl..........................................O arauto dos tesouros escondidos
1, 2 Ts..................................................O que detém o anticristo
1, 2 Tm.............................................O guarda do bom depósito
Tt.......................................................................O guia da igreja
Fm...................................................................O conselheiro fiel
Hb............................................................O arauto da redenção
Tg. .........................................O preservador da coroa de glória
1, 2 Pe...............................................O inspirador insubstituível
1, 2 , 3 Jo.........................O grande testificador do amor ágape
Jd.......................................................................O locutor divino
Ap....................................................O conclamador ininterrupto

151
4. NOMES APLICADOS AO ESPÍRITO SANTO
1. Consolador Jo 14.16
2. Espírito de santidade Rm 1.4
3. Espírito eterno Hb 9.14-15
4. Espírito de juízo Is 4.4
5. Espírito voluntário Sl 51.12
6. Espírito de conhecimento Is 11.2
7. Espírito Santo Sl 51.11
8. Espírito de graça Zc 12.10
9. Espírito do Senhor Is 11.2
10. Espírito da verdade Jo 14.17
11. Espírito de graça Zc 12.10
12. Espírito de vida Rm 8.2
13. Bom Espírito Ne 9.20
14. Espírito de temor Is 11.2
15. Poder do alto Lc 1.35
16. Espírito de inteligência Is 11.2
17. Deus At 5.3-4
18. Espírito do Senhor Deus Is 61.1
19. Espírito de adoção Rm 8.15
20. Espírito de fortaleza Is 11.2
21. Espírito de Cristo 1 Pe 1.11
22. Espírito de sabedoria Is 11.2
23. Espírito de conselho Is 11.2
24. Sete espíritos de Deus Ap 1.4
25. Espírito de glória 1 Pe 4.14
26. Espírito do Pai Mt 10.20
27. Espírito de Deus Gn 1.2
28. Espírito da profecia Ap 19.10

152
5. A PERSONALIDADE DO ESPÍRITO SANTO

O Espírito Santo é uma pessoa e não uma simples


influência como ensinam freneticamente as falsas
testemunhas de Jeová. A própria Bíblia assevera, que o
Espírito Santo é uma Pessoa Mt 28.19; 2 Co 13.13. Ele tem os
atributos de uma pessoa que são cinco, a saber: pensar,
sentir, querer, consciência própria e direção própria. Sabemos
perfeitamente que o vento não possui os atributos de uma
pessoa. Na Bíblia dos russelitas, o nome do Espírito Santo
inicia-se com letra minúscula.

5.1. Os Atributos De Uma Personalidade

5.1.1. O poder de pensar Rm 8.27;

5.1.2. O poder de saber 1 Co 2.10;

5.1.3. O poder de querer 1 Co 12.11.

5.2. As Atividades Pessoais Do Espírito Santo

5.2.1. Ele administra At 20.28;

5.2.2. Ele ama Rm 15.30;

5.2.3. Ele separa At 13.2.

153
5.3. Espírito Santo Pode Ser Tratado Pessoalmente

5.3.1. Ele pode ser entristecido Ef 4.30;

5.3.2. Ele pode resistido At 7.51;

5.3.3. Ele pode ser blasfemado Mt 12.31.


6. O ESPÍRITO SANTO A TERCEIRA PESSOA DA
TRINDADE

"O Espírito Santo está relacionado com o Pai e o Filho em


igualdade de ser, posição e responsabilidade. Por motivos
totalmente não relacionados com a posição ou capacidade
das pessoas da divindade, o Filho recebeu o segundo lugar e
o Espírito o terceiro, a ordem na qual o título inteiro e completo
de Deus aparece no Novo Testamento. Cada característica de
Deus pertence ao Espírito como pertence ao Pai e ao Filho.
Quanto à maneira do seu ser, a doutrina ortodoxa é que,
assim como Cristo é Deus por uma eterna filiação, o Espírito é
Deus por procedência do Pai e do Filho". Lewis Chafer

6.1. O Credo De Nicena


"E eu creio no Espírito Santo, o Senhor e doador da
vida, que procede do Pai e do Filho que junto com o Pai e o
Filho, é adorado e glorificado".

154
6.2. O Credo Atanasiano
"O espírito Santo vem do Pai e do Filho, não foi feito,
nem criado, nem gerado, mas procedente".
6.3.- Artigos Da Igreja Inglesa
"O Espírito Santo, procedente do Pai e do Filho, é da
mesma substância, majestade e glória do Pai e do Filho. Deus
verdadeiro e eterno”. Assim como o hálito vital de um homem
tem uma emanação contínua e não se separa nunca
totalmente da pessoa, nem o abandona, assim o Espírito do
Pai e do Filho procede deles através de uma contínua
emanação divina, mas permanecendo com eles.
7. OS SÍMBOLOS DO ESPÍRITO SANTO

Símbolo de acordo com o Oxford Dictionary: “É algo


reputado por consenso geral como representação ou memória
natural de alguma coisa por possuir qualidades análogas ou
por associação de fato ou no pensamento.” É algum objeto
material, representando verdades morais e espirituais. É
usado em geral na linguagem e nas atividades dos homens.
Muitas coisas conhecidas servem de ilustração às atividades
do Espírito Santo. Sua operação é representada no N.
Testamento, por meio de vários símbolos, a saber:

155
7.1. Pomba Mt 3.16
A pomba é o símbolo da brandura, paciência, suavidade,
pureza e paz, o que é peculiar, ao Espírito Santo. Como a
pomba é o símbolo universal da paz; assim o Espírito Santo é
o agente para trazer a paz aos corações Gl 5.22. Tristram
enumera quatro espécies existentes na Palestina: a pomba
dos bosques; a pomba dos troncos; a pomba das rochas e a
pomba rola. “Pairar” em Gn 1.2, tem o sentido de "chocar".
Seria como se o Espírito a semelhança de uma ave estivesse
chocando o mundo para ele nascer.
7.1.1. Simplicidade
Ilustra a beleza espiritual e a delicadeza do Espírito
Santo. Onde ele domina desaparece toda a malícia.
7.1.2. A pomba não aprecia as regiões frias
Da mesma forma, o Espírito Santo não aprecia um culto
frio e desprovido de alegria celestial.
7.1.3. É uma ave resistente, tem músculos peitorais muito
desenvolvidos
Isto denota o poder do Espírito Santo atuando em prol
do seu povo Is 11.2; At 1.8.
7.1.4. As asas são largas e fortes, permitindo atingir a
velocidade média de 50 km por hora

156
Aplica-se a rapidez da operação do Espírito Santo em
mobilizar o seu povo: "E de repente veio do céu...” At 2.2.
7.1.5. A cauda da pomba é quadrada
Isto fala da esfera da operação do Espírito Santo, que
são, os quatro cantos da terra, nesta presente dispensação.
7.1.6. Os pés têm quatro dedos, bem adaptados para a
marcha
Em numerologia este resultado 4 x 2 = 8 fala de um novo
começo em contraste com o velho. Assim podemos dizer que
com o derramamento do Espírito Santo, marcou o início da
igreja cristã. Ela marcha vitoriosamente pela atuação pomposa
do divino Paracleto At 10.44-45.
7.1.7. A maioria emite um canto suave e monótono
(arrulho)
É verdade que o Espírito Santo inspira-nos a cantar
"cânticos espirituais" Ef 5.19, mas, o seu cântico diuturno é:
"... Aba, Pai..." Gl 4.6.
7.1.8. Efetua várias posturas
Isto fala da multiplicidade de operações do Espírito.
7.1.9. Sua voz gemente
Fala da intercessão ininterrupta do Espírito Santo pelos
cristãos Is 38.14; 59.11; Rm 8.26.

157
7.1.10. No séc., XVI criavam-se na Índia e na Europa 16
raças distintas, a mais interessante é, sem dúvida a dos
pombos correios
O Espírito Santo é o mensageiro celestial, que nos
informa tudo o que se passa na glória Jo 16.13; 1 Co 2.11. Ele
não cessa de falar-nos, e sim, nós que deixamos de ouví-lo Ap
2.11.

Hino 185.3 H.C.

Vem, Tu, Consolador"

Inspira e dá fervor às orações.

Espírito de paz afasta Satanás,

E plena graça traz aos corações

7.2. Selo Ef 1.13


Os selos cinzelados eram comuns nos tempos antigos. A
verdadeira importância do selo é jurídica: o dono aplicava sua
marca às suas posses, aos seus animais e também aos seus
escravos. Um negociante ia ao porto selecionar certa madeira
e então marcava com seu selo, um sinal de reconhecimento
da possessão. Mais tarde mandava seu servo com o selo, e

158
ele trazia a madeira que tivesse a marca correspondente 2 Tm
2.19. Entre os pagãos, os devotos desta ou daquela divindade
recebiam uma marca sobre a pele, uma espécie de tatuagem,
que assinalava que pertenciam àquela divindade. Era uma
espécie de selo. Nos tempos bíblicos era uma marca que
assinalava a posse ou o direito. Pelo Espírito pertencemos a
Deus. O Selo ou marca servia para tornar conhecido ou
identificado aquilo que era selado. Deus conhece os que são
dele porque têm o selo do Espírito Santo. O Espírito Santo
como selo, serve de consolo para o cristão, na certeza de que
é conhecido pelo Pai celestial. Devemos ter o máximo
cuidado, para que a impressão deste selo divino não se
apague em nossas vidas Ef 4.30.

7.3. Vento At 2.2

Biblicamente o vento é o emblema familiar do Espírito


Santo Ez 37.9; Jo 3.8; 20.22, simbolizando a sua obra
regeneradora no coração humano. Não se vê esse Vento
divino, mas se sente operando no mais profundo da alma.
Pelo sopro do Espírito, o pecador é convencido e abraça
Jesus, e o cristão é vitorioso e mantém uma comunhão mais
estreita com Deus.

159
7.3.1. O vento refresca
O Espírito Santo é a razão do refrigério espiritual.
7.3.2. O vento sopra em todas as direções
Isto assevera a multiforme operação do Espírito Jo 3.5.
7.3.3. O vento penetra no recinto vazio
Para que o coração seja cheio do Espírito Santo Ef 5.18,
é necessário, esvaziá-lo de todo o pecado.
7.4. O Óleo
Era o conhecidíssimo azeite de oliveira, extraído na
parte oriental de Jerusalém, cujo local chama-se "Getsêmani"
que significa “prensa de azeite”.
7.4.1. Era usado na consagração dos reis em Israel 1 Sm
10: 1 Sm 16.13
Estamos reinando com Cristo por causa da unção do
Espírito Ap 1.6: 1 Jo 2.27.
7.4.2. O óleo era usado no candelabro com a finalidade de
produzir luz Ex 27.20
Se quisermos manter um testemunho vivo de Cristo
perante os homens, jamais poderá faltar esse precioso óleo 1
Jo 2.20.
7.4.3. O óleo era empregado como remédio Lc 10.34
O único remédio para um cristão seco e vazio é a unção
do Espírito.
160
7.4.4. Era usado para apartar os carneiros quando
brigavam Sl 23.3; Sl 133.2
A unção do Espírito sobre os cristãos é o meio pelo qual
o Senhor tem usado para aproximá-los uns dos outros
harmoniosamente. Como o sacerdote ungido com o óleo se
santificava, nós somos santificados pela unção do Espírito
Santo 1 Pe 1.2.
7.5. Fogo At 2.3
O vocábulo fogo é usualmente representado no Antigo
Testamento, e no Novo por "pyr". Esta palavra significa o
estado de combustão, e também seus aspectos visíveis. No
A.T. o fogo é o símbolo da presença de Deus. No N. T. o fogo
simboliza a obra purificadora do Espírito Santo. O fogo tipifica
também a penetração do Espírito.
7.5.1. É um elemento necessário à vida
Como o fogo é indispensável à vida material, assim
também é o fogo do Espírito na esfera espiritual.
7.5.2. No conforto do lar Jr 36.22
Se os lares cristãos provassem mais desta divina lareira,
muitos males hodiernos seriam praticamente evitados.
7.5.3. No preparo do alimento Ex 16.23

161
Uma pregação se não for aquecida pelo fogo do Espírito,
não passa de uma prosopopéia de Cícero orador romano 1 Co
2.4.
7.5.4. O fogo atrai
A igreja coreana pastoreada pelo Rev. Paul Y. Cho tem
atraído todo o mundo, porque lá está um grande incêndio do
Espírito.
7.6. Água Is 44.3
A chuva e o orvalho são, também, símbolos do Espírito,
porque fertilizam, refrescam e são abundantes. A água tem a
função de dessedentar, limpar e trazer vida. A água é a
responsável pela produção de frutos na estação própria. O
Espírito Santo faz o crente produzir os frutos espirituais. Isaías
disse com muita propriedade: "Serás como um jardim regado
e como um manancial, cujas águas nunca faltam" Is 58.11. O
orvalho é o emblema da força do povo de Deus Sl 110.3.
8. A TIPOLOGIA DA POMBA NA ARCA DE NOÉ
A atuação do Espírito Santo no V. Testamento Gn 8.10-
11. Quando a pomba foi solta pela primeira vez por Noé,
tipifica a operação do Espírito Santo na criação do mundo.
"...a pomba voltou... e eis, arrancada, uma folha de oliveira no
seu bico..." Gn 8.11. Aqui tipologicamente aplica-se a atuação
do Espírito Santo "desde Adão até João Batista". O ramo de
162
oliveira fala da paz reinante. O Espírito Santo é mencionado
cerca de 81 vezes no Antigo Testamento. Treze das 81
referências se encontram no Pentatêuco; catorze em Isaías;
doze em Ezequiel; sete em Juízes; sete em 1 Samuel e cinco
nos salmos. Dos 39 livros do Velho Testamento, apenas 16
não fazem referência ao Espírito Santo.
8.1. A Operação Espírito Santo No Pentateuco
8.1.1. José Gn 41.38
O nome significa "possa ele acrescentar". Foi justamente
o que sucedeu com José, o Senhor acrescentou-lhe muita
sabedoria e graça na administração egípcia, porque ele foi
cheio do Espírito Santo. Se os governantes hodiernos fossem
possuídos pelo Espírito Santo, o quadro econômico nacional e
internacional seria outro.
8.1.2. Bezaleel Ex 31.3; 35.31
O nome quer dizer "na sombra de Deus". Podemos
acrescer que ser cheio do Espírito, é estar na sombra do
Onipotente Sl 91.10. Nunca houve na história das profissões,
um homem que atuasse com tamanha sabedoria e
desempenho, como Bezaleel, na construção do tabernáculo. A
grande virtude desse exímio profissional foi repartir os seus
conhecimentos com os demais Ex 35.34.

163
8.1.3. Moisés Is 63.11; Nm 11.17
O nome significa "tirado das águas". Para que o homem
seja cheio do Espírito, é necessário que primeiramente seja
tirado das águas do pecado. Se Moisés vivesse hoje, ele
seria, um conferencista internacional na área de
"administração em massa". Para controlar, mais de três
milhões de pessoas no deserto, Moisés precisou ser cheio de
sabedoria e do Espírito Santo. Lembre-se, liderar na cidade
em meio aos recursos é uma coisa, e no deserto é outra.
8.1.4. Os setenta anciãos Nm 11.17,25, 26,29
Moisés com toda sabedoria, graça e unção, precisou de
setenta homens cheios do Espírito Santo, para ajudá-lo no
comando do povo em direção à terra de Canaã. Do Espírito
que estava em Moisés, o Senhor repartiu com os setenta.
Seguindo este pensamento, notamos que Moisés era
desprovido de jactância, não ciumou dos setenta profetizarem.
Atualmente muitos líderes evangélicos ciúmam, quando veem
ao lado, algum companheiro prosperar; a princípio, Josué
tinha esse espírito mesquinho Nm 11.28-29.
8.1.5. Josué Nm 27.18; Dt 34.9
O nome significa "Jeová é salvação". Como vimos nas
referências acima citadas, Josué foi cheio do Espírito Santo
pela imposição das mãos do profeta Moisés. É necessário que
164
haja nas reuniões de avivamento a imposição de mãos At
8.17,19. Calebe e Josué só conseguiram penetrar na terra de
Canaã porque tiveram o Espírito Santo Nm 26.65.
8.2. A operação do Espírito Santo nos livros históricos
8.2.1. Otniel Jz 3.9
O nome significa "leão de Deus". Por mais simples que
seja o cristão, se estiver cheio do Espírito Santo, ele será forte
como um leão. Otniel pode julgar as causas de Israel e ser
vitorioso sobre Cusã-Risataim, porque veio sobre ele o
Espírito do Senhor.
8.2.2. Gideão Jz 6.34
O nome quer dizer "malhador". Gideão era
verdadeiramente interessado nas causas de seu povo, por
isso, foi revestido com o poder do alto. O Senhor tem
procurado nesses últimos dias, servos que estejam
interessados em libertar os pecadores da situação caótica-
espiritual em que estão vivendo.
8.2.3. Jeftá Jz 11.29
O nome significa "libertador". Se estivermos cheios do
Espírito Santo, seremos os libertadores do mundo atual Mt
10.4-8. Jeftá cheio do poder empreendeu uma viagem
atravessando:

165
a) Gileade
Quer dizer "áspero, escabroso". Poderemos atravessar
os vales das dificuldades que defrontamos no dia-a-dia e
atravessá-los se estivermos gozando do poder do alto.
b) Manasses
Quer dizer "o que faz esquecer". No Egito, o patriarca
José pode esquecer-se dos sofrimentos que passara com
seus irmãos; por isso, colocou o nome no filho mais velho de
Manassés (ocupou a região ao leste do mar da Galiléia). Jeftá
atravessou a região da herança de Manassés, assim também
esqueceremos os problemas que defronta-nos por causa da
unção do Espírito que paira sobre nós. Somente com o poder
do alto, é que atravessaremos vitoriosamente este mundo.
8.2.4. Sansão Jz 13.25; 14.6; 15.14.
O nome significa "pequeno sol". Somente cheios do
Espírito Santo é que brilharemos como o sol Mt 5.14-16. Pelo
Espírito Sansão foi:
a) Impelido para o campo
Aqueles que possuem uma chamada missionária, não
são impelidos por si mesmos, e sim, por aquele que impeliu a
Sansão At 13.4.

166
b) Vitorioso sobre o leão
Satanás jamais obterá vitória sobre um cristão possuído
pelo Espírito Santo 1 Jo 2.14.
c) Triunfante sobre os asquelonitas
Essa conquista de Sansão denota a nossa vitória sobre
os prazeres mundanos. Ascalom era a cidade dos prazeres
sensuais na terra dos filisteus.
d) Livre das cordas dos leítas
Hoje podemos proclamar a nossa liberdade, porque
somos possuídos pelo Espírito do Senhor 2 Co 3.17.
8.2.5. Saul 1 Sm 10.6,10; 11.6.
Foi o primeiro monarca de Israel. Reinou quatro décadas
consecutivas com a capital estabelecida na cidade de
Jerusalém. A princípio, foi visitado pelo Espírito do Senhor,
sendo assim, manteve até certo ponto uma carreira brilhante
no governo judaico. O Espírito Santo atuou na vida de Saul
assim:
a) Mudou-lhe em outro homem
O Espírito habita sobre o cristão é para mudar-lhe de
vida, assim como ocorreu com o apóstolo Pedro At 2.14. Saul
iniciou bem e terminou mal 1Sm 16.14. O importante na
carreira cristã é iniciar e terminar bem 2 Tm 4.7.

167
b) Apoderou-se dele
O Espírito do Senhor se apoderará de nós, não para que
sejamos orgulhosos, mas para prestarmos um serviço mais
produtivo.
8.2.6. Davi 1 Sm 16.13
O Espírito do Senhor operou de uma forma toda especial
na vida de Davi cujo nome que dizer "amado". Foi conhecido
com o título: "O homem segundo o coração de Deus" 1 Sm
13.14; At 13.22. O homem sobre quem pousa o Espírito
Santo, sua vida é marcada por virtudes maravilhosas. A vida
espiritual de Davi ficou marcada assim: ... "E desde aquele dia
em diante...". Nobre leitor! Deixe, o Espírito Santo marcar a
sua vida espiritual!
a) A atuação do Espírito Santo na vida de Davi
 Foi inspirado pelo Espírito 2 Sm 23.2;
 Rogou a permanência do Espírito Sl 51.11;
 Davi reconhecia a onipresença do Espírito Sl 139.7;
 Daví era guiado pelo Espírito Sl 143.10.
8.3. A Operação Do Espírito Santo Na Vida Dos Profetas
Literários
8.3.1. Ezequiel Ez 2.2
O nome significa "Deus é fortaleza". Ezequiel é
conhecido como o "profeta das visões", porque toda a sua
168
vida foi envolvida com Espírito Santo. É bom notarmos a
afinidade de Ezequiel com o Espírito numa expressão que é
comum em seu livro: "... então entrou em mim o Espírito..." Ez
3.24.

a) A atuação do Espírito Santo na vida de Ezequiel

 O Espírito entrou em Ezequiel Ez 2.2;


 O Espírito levantou Ezequiel Ez 3.12;
 O Espírito levou Ezequiel Ez 3.14;
 O Espírito falou com Ezequiel Ez 3.24;
 O Espírito arrebatou Ezequiel Ez 8.3;
 O Espírito levou Ezequiel Ez 11.1.
 O Espírito caiu sobre Ezequiel Ez 11.5;
 O Espírito transportou Ezequiel numa visão Ez 11.24;
 O Espírito e a experiência de Ezequiel no vale de ossos
secos Ez 37.9;
 O Espírito levou Ezequiel ao templo Ez 43.5.

8.3.2. Joel 2.28-29

O nome significa "Deus é forte". É conhecido como o


profeta do avivamento; profeta pentecostal e profeta das vivas
chamas. Ele pode ver pelos olhos da fé "o derramamento do
Espírito Santo" no dia de Pentecostes 6 de junho At 2.15-20.
169
8.3.3. Miquéias Mq 3.8
Era natural de Moraste, cidade ocidental da tribo de Judá,
pouco distante de Gate Mq 1.1. Era um homem simples, mas,
cheio do Espírito Santo. Há riqueza maior do que essa?
9. A ATUAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO NO NOVO
TESTAMENTO
9.1. Nos Livros Biográficos
9.1.1. João Batista Lc 1.15
João foi cheio do Espírito quando ainda era embrião;
como não foi depois do nascimento? Nas igrejas atuais as
crianças não contam com o privilégio inerente aos adultos;
muitas vezes são desconsideradas. O casal Zacarias e Isabel
preocupava com o poderoso João. O nazireu não vivia para
agradar à carne, mas para satisfazer à alma, justamente como
devem fazer aqueles que almejam ser verdadeiramente
grandes devem fugir das concupiscências da carne e serem
cheios do Espírito Santo. Podemos descobrir uma verdade no
texto supracitado que, o que torna o homem grande é ser
cheio do Espírito Santo.
9.1.2. Jesus Lc 4.1
Jesus foi vitorioso no desenrolar do seu ministério
terreno, obteve a atuação do Espírito Santo. Sendo Ele o Filho
de Deus, pode desfrutar da presença animadora e
170
consoladora do Espírito Santo em sua vida. Por isso que o
Senhor ordenou aos discípulos que ficassem em Jerusalém.

9.1.3. O Espírito Santo no desenrolar do ministério de


Jesus:

a) Foi gerado pelo Espírito Mt 1.20;

b) Foi conduzido pelo Espírito Mt 4.1;

c) Foi cheio do Espírito Lc 4.1;

d) Foi enviado pelo Espírito Mt 12.18;

e) Foi usado pelo Espírito Mt 12.28;

f) Foi ungido pelo Espírito Mc 1.10; At 10.38;

g) Foi famoso pelo Espírito Lc 4.14;

h) Foi um evangelista autorizado pelo Espírito Lc 4.18;

i) Foi o proclamador da dádiva do Espírito Lc 11.13;

j) Foi impulsionado alegremente pelo Espírito Lc 10.21;

171
9.2. A Operação Do Espírito Santo No Livro Histórico De
Atos

9.2.1. Pedro At 4.8

Aquele que outrora negara seu Mestre perante uma


criada, agora revestido do poder não calou diante dos
principais do povo e nem tão pouco diante dos anciãos de
Israel. O cristão quando recebe o batismo com o Espírito
Santo, não cala e nem teme quem quer que seja At 5.29.
Triste é para aquele que passa anos a fio sem ter uma
experiência com o poder de Deus.
PEDRO ANTES E DEPOIS DO DIA DE PENTECOSTES
ANTES DEPOIS
Jactancioso Humilde
Incrédulo Confiante
Mterialista Espiritual
Inconformado Conformado
Imperdoável Perdoador
Dormente Despertado

9.2.2. Paulo At 9.17; 13,9


Paulo teve uma profunda afinidade com o Espírito Santo.
Suas viagens eram traçadas amiúde pelo Espírito At 16.6,7;
29.23. Com muita propriedade ele pode acrescentar: “... na
virtude do Espírito de Deus: de maneira que desde Jerusalém,

172
e arredores, até ao Ilírico, tenho pregado o evangelho de
Jesus Cristo" Rm 15.19. As obras realizadas no poder do
Espírito Santo tornam-se imortais e mais divulgadas do que as
pirâmides do Egito. Quem quiser tornar-se imortal, faça
apenas um gesto no controle do Espírito Santo. É melhor um
cristão de joelhos ao sabor das lágrimas do pentecostes, do
que um mosteiro repleto de monges a meditar. O fogo do
pentecostes deixa a marca inapagável do sucesso no
entardecer da carreira cristã 2 Tm 4.7.

9.2.3. Barnabé At 13.1,4

O nome significa "Filho da consolação". Foi justamente o


papel desempenhado por Barnabé; consolar os fracos e
recuperar os não competentes. Quando o Espírito Santo
prevalece na vida do cristão é para promover a consolação e a
edificação espiritual. Nesta presente época de desespero e
incertezas, o mundo está carecendo de obreiros dessa estirpe.
É hora de amarmos mais, e apegarmos mais uns aos outros
Rm 12.10. A vida de Barnabé foi pautada pelo poder
incandescente do Espírito Santo. Somente cheios do Espírito
Santo é que o ser humano fará o que Barnabé pode realizar.

a) Foi desprovido da avareza At 4.36;

173
b) Apresentou Paulo à comunidade cristã At 9.27;

c) Deu oportunidade a Paulo At 11.25;

d) Foi convocado pelo Espírito a realizar a primeira viagem


missionária At 13.2;

e) Era respeitado pela igreja mãe em Jerusalém At 15.22;

f) Foi eloqüentemente usado pelo Espírito Santo At 14.1.

9.2.4. Estevão At 6.5,8

O nome significa "coroa". O que levou aquele primeiro


mártir do cristianismo a morrer lapidado e não recuar foi à
augusta presença do Espírito Santo. Somente cheios do
Espírito, é que prevaleceremos nesta presente época. O que
me chamou mais atenção na vida espiritual de Estevão, é que
ele soube manter-se cheio do Espírito Santo nas três fases de
sua vida:

a) Como diácono At 6.5;

b) Como evangelista At 6.8;

c) Como mártir At 7.55.

174
10. HOMENS CHEIOS DO ESPÍRITO SANTO

O quadro dos homens cheios do Espírito, não o


encontramos apenas, nas páginas inapagáveis do livro de
Atos, mas, encontramos também na vida de vários servos de
Deus.

10.1. Dw

ight Moody

A benção me sobreveio repentinamente, como se fora


um relâmpago. Durante meses eu vinha sentindo fome e sede
de poder. Recebi a gloriosa promessa do alto caminhando no
meio da rua".

10.2. Carlos Finney

“Quando me voltei e estava prestes a assentar-me perto


da lareira, recebi o poderoso batismo com o Espírito Santo. O
Espírito desceu sobre mim de uma maneira que parecia
atravessar-me o corpo e a alma. Chorei em voz de alegria e
de amor”. Carlos tinha o costume de orar durante quatro horas
no dia.

175
10.3. Guilherme Bramwell

“Quando me encontrava na casa de um amigo, em


Liverpool, assentado numa cadeira, então o céu desceu à
terra e encheu a minha alma. A minha alma tornou-se então
toda maravilhosa de amor e louvor”. A sede de receber poder
era tão grande, que certa feita lutou com Deus pelo espaço de
trinta e seis horas, abrindo um buraco na areia.

10.4. Oswald Smith

“O fogo do alto veio sobre mim, e com o coração cheio


de indizível amor, e o rosto banhado em lágrimas pareceu-me
que o corpo inteiro era banhado no Espírito Santo.”

10.5. João Smith

Manchou inúmeras vezes as paredes de seu próprio


quarto com as lágrimas, derramadas em busca de poder.

10.6. Eduardo Payson

Desgastou as tábuas dos lados de seu leito com os


joelhos onde agonizava e sofria em busca do verdadeiro
pentecostes. Sua vida era tão cheia de poder que muitas
vezes ia andando na rua e o povo pulava nele achando que

176
estava incendiado pelo fogo natural, enquanto eram as
chamas do Espírito Santo.

10.7. Genésio Santos

Jamais esquecerei aquela manhã ensolarada do dia


26/12/76, quando fui poderosamente visitado pelo poder do
alto. Eu não mais estava com os pés fixos no solo, e os meus
ossos, pareciam que estava derretendo; a minha língua
proferiu palavras afogueadas e tive visões de Deus. De
quando em quando, eu percorria as ruas louvando a Deus, as
lágrimas brotavam novamente. Graças a Deus que até o
presente momento, ainda posso sentir a chama pentecostal
arder na minha alma.
11. FRASES PODEROSAS

11.1. Não são os graus acadêmicos que fazem o homem, mas


a unção do Espírito Santo.

11.2. Que são as almas sem a graça do Espírito Santo? São


mortas, do mesmo modo como aqueles ramos nos quais
circula a seiva vivificadora.

11.3. O Espírito Santo em nós é uma coisa e o Espírito Santo


sobre nós é outra.

177
11.4. Quem trabalha sem a unção, quem trabalha sem ser
ungido, quem trabalha sem que o Espírito Santo esteja sobre
ele, no fim perde tempo.

11.5. O fato é que somos vasos fendidos e precisamos estar


sempre de baixo da fonte para conservarmos cheios de Cristo
e para ter sempre uma provisão.

11.6. O erro que muitas vezes incorremos, é de querer


trabalhar para o Senhor com a graça que Ele nos deu há dez
anos atrás.

11.7. Não é o árduo trabalho que enfraquece e debilita um


pastor, mas, é a fadiga de trabalhar sem o poder.

11.8. A dificuldade encontrada por Deus é descobrir homens


que se disponham a pagar o preço.

11.9. A autossuficiência é o grande obstáculo. Tem se sabido


de caso de homens que se trancaram em seus aposentos,
recusando-se a sair e a alimentar-se até que Deus viesse ao
encontro deles, tão intenso foi esse desejo.

11.10. Mas vivemos tão atarefados... Há tanta correria e


pressa... Jamais aprendemos quão importante é ficarmos
quietos perante o Senhor.
178
11.11. Estás ministrando impelido pela energia da carne ou
pelo poder do Espírito?

11.12. A oração é a atmosfera natural de todo o autêntico


avivamento espiritual.

11.13. O Espírito Santo esta com maior desejo de encher-nos


da sua graça do que nós sermos cheios dele.

12. COMO RECEBER O PODER DO ESPÍRITO SANTO

12.1. Estar ansioso para receber o poder;

12.2. Entregar-se completamente à oração;

12.3. Crer que esta bênção é para você;

12.4. Estar disposto a abandonar o pecado;

12.5. Implorar com jejuns;

12.6. Ter fé, expectante;

12.7. Esperar com paciência.

Pergunte sempre: “A minha experiência cristã está atualizada com o poder

do alto”?

179
03
MENSAGEM
TEMA: A GENEALOGIA DE CRISTO
TEXTO: Mt 1.1-17

INTRODUÇÃO
A nação de Israel nos dias em que Cristo palmilhou na
terra, esperava por um rei que a redimiria da opressão crassa
do império romano, contudo, muitos deles não acreditavam
que Jesus era esse Rei profetizado pelos profetas do Velho
Testamento. Mateus frisou em seu livro para provar
categoricamente que Jesus era realmente esse homem.
1. DADOS BIOGRÁFICOS DE MATEUS
1.1. Nome
O autor chamado “Mateus”, no hebraico é “Matitia” e no
grego “Mataion” que quer dizer “dom de Jeová”, aparece
apenas cinco vezes no Novo Testamento Mt 9.9; Mt 10.3; Mc
3.18; Lc 6.15; At 1.13. Seu nome primitivo antes de encontrar
a Cristo na coletoria de Cafarnaum era Levi, que significa
“adesão”; e aparece quatro vezes nos evangelhos Mc 2.14-
15; Lc 5.27- 29.

180
1.2. Filiação
O pai de Mateus chamava- se Alfeu, no grego Alphaios e
no aramaico Halfay que significa “passageiro ou transitório” Mc
2.14. Acerca de Alfeu o progenitor de Mateus nada se sabe.
Acerca da mãe de Mateus nenhum evangelho a menciona.
1.3. Profissão
A palavra publicano no grego neotestamentário é
“telõnês,” significa coletor de impostos ou de alfândega em
favor dos romanos; empregado por um contrator de cobrança
de impostos. Geralmente os publicanos vinham dentre a
população nativa, e suas práticas geralmente eram extorsivas
Lc 19.8, e as condições foram implicadas no conselho dado
por João Batista Lc 3.13. Jesus referiu- se aos publicanos
como portadores de atitudes egoísticas Mt 5.46. Mateus ao
seguir as pegadas de Cristo deixou de ser um coletor
ganancioso que só recebia, para ser um distribuidor da graça
de Cristo. Nem as dracmas e os denários que recolhia podiam
comparar com a refulgência da glória de Deus. Mateus deixou
de representar o império econômico de Roma para apresentar
ao mundo Cristo como o Messias prometido.
1.4. Morte
O que sabemos através da herança literária é muito
pouco sobre os últimos dias de Mateus. A tradição declara
181
que, após Mateus pregar bastante para os de sua pátria, foi
para outras nações, e que a Etiópia foi o centro de suas
atividades missionárias. Nesse país africano Mateus recebeu
uma estocada de lança nas costelas e morreu.
1.5. Símbolo
O símbolo que representa o apóstolo Mateus é uma
lança no sentido vertical.
2. FATOS RELACIONADOS AO LIVRO DE MATEUS
2.1. Autoria
Alguns estudiosos duvidam da autenticidade da autoria
do livro de Mateus; outros dizem que o material usado por ele
em seu evangelho é uma cópia do evangelho de Marcos.
Mateus conviveu pessoalmente com Jesus; e, Marcos não.
Ninguém melhor do que o evangelista Mateus podia descrever
acerca de Jesus. Como publicano era um minucioso
controlador de mercadorias. Ele deixou as anotações
econômicas da atividade de um publicano para ser um
biógrafo do Rei dos reis e Senhor dos senhores.
2.2. Tema
Cada evangelista apresenta Jesus num ponto de vista
próprio. O livro de Mateus trás consigo o tema que pode ser
definido assim: “Cristo o Rei Prometido”. A palavra rei ocorre
22 vezes em seu livro Mt 24.2.
182
2.3 . Data
O evangelho de Mateus foi escrito no ano 60 d.C., de
acordo com os melhores cronologistas. Jesus Cristo
profetizava sobre o cerco e a destruição de Jerusalém que
aconteceria no ano 70 d.C., Mt 24.2.
2.4. Capítulos
O livro de Mateus contém 28 capítulos que são
verdadeiras pepitas douradas da revelação divina.
2.5 . Versículos
O livro possui 1071 versículos ao longo dos vinte e oito
capítulos e 19 páginas de acordo com a Bíblia Almeida revista
corrigida editada pela IBB.
2.6 . Destinatário
O material literário escrito por Mateus foi endereçado
diretamente para os seus conterrâneos judeus. Os israelitas
esperavam naqueles dias um rei que os arrebatasse das
garras do poder romano; por isso, Mateus apresenta Jesus
como Rei.
2.7 . Frase Característica
“Para que se cumprisse,” esta expressão ocorre 14
vezes em Mateus; a primeira em Mt 1.22 e a última em Mt
27.9.

183
2.8 . Curiosidades Do Livro De Mateus
a) Jesus é chamado Filho de Davi por sete vezes nesse livro;
b) O trono de glória é referido somente em Mateus 19.28;
c) Só em Mateus Jerusalém é chamada cidade Santa 4.5;
d) Há 70 referências ao Velho Testamento;
e) A narrativa sobre a morte e a ressurreição de Jesus Cristo
ocupa 25% da literatura de Mateus;
f) A palavra reino encontra-se 55 vezes e reino dos céus 32.
Nota tipológica
O leão que é a figura do primeiro ser vivente em Ap 4.7
representa o evangelho segundo São Mateus onde Jesus é o
Rei do universo. A primeira cortina de púrpura que ficava
localizada na entrada do átrio do tabernáculo de Moisés
também representa Jesus como rei em Mateus.
3. A GENEALOGIA DE CRISTO
3.1. A Importância Da Genealogia
Genealogia é uma lista de nomes que indica os
antepassados ou os descendentes de um indivíduo ou de
diversos. A palavra “genealogia” é a tradução do vocábulo
hebraico yahas. A importância da genealogia como prova de
descendência aparece na exclusão do sacerdócio depois do
exílio, daqueles que não podiam provar sua descendência
sacerdotal a partir das genealogias Ed 2.59-63; Ne 7.61-65.
184
Encontramos as genealogias do Antigo Testamento nos
seguintes livros: no Pentateuco, Crônicas, Esdras e em
Neemias. A genealogia de Lucas vai de Jesus a Adão em
ordem ascendente. Devido a uma variante que há nas
genealogias os cristãos primitivos andavam polemizando entre
si o que puderam receber uma reprimenda do apóstolo Paulo
1 Tm 1.4; Tt 3.9. O fator prioritário das genealogias de Mateus
e de Lucas é que elas podem provar que Jesus existiu e que
Ele é oriundo da tribo de Judá Hb 7.14, e o possuidor das
credenciais de realeza para reinar no milênio Ap 20.4, e
eternamente na casa de Davi Lc 1.32. Teologicamente falando
a genealogia ilustra o registro dos santos no livro da vida Lc
10.20; Hb 12.23; Ap 3.5. As enumerações à esquerda dos
nomes a partir desta página não são subdivisões, e sim
citações dos versículos de Mateus capítulo l. Exemplo: 1.1.

3.1.1. Dados importantes quanto à árvore genealógica de


Cristo
A expressão “gerou” ocorre 28 vezes na lista
genealógica de Jesus Cristo. No grego é “egennésen”
significando não necessariamente a paternidade imediata, mas
meramente a descendência direta. Mateus ao apresentar
Cristo como o personagem maior aos judeus sempre traçou
características dele como o herdeiro do trono de Davi. Na
185
genealogia de Cristo aparecem os nomes de três mulheres:
Tamar, Raabe e Bate-Seba – mulher de Urias que foram
manchadas pelo pecado. Se Cristo pode colocar os nossos
nomes no livro da vida nos céus; porque não permitiria ter na
sua árvore genealógica os nomes de pecadoras para as quais
Ele viera.
Mateus usou o termo “deportação” e não “cativeiro” em
respeito à sensibilidade nacional dos judeus. As lembranças
do cativeiro de 70 anos provocavam nos israelitas dores
profusas.

AGRUPAMENTO TRÍPLICE

Grupo Período Tempo Reino

1 Abraão a Davi 1.000 anos Teocracia

2 Davi até a 400 anos Monarquia


deportação para
Babilônia

3 Deportação para 600 anos Hierarquia


Babilônia até
Cristo

186
a) Matemática genealógica
14 +14+14 = 42
O escritor Mateus fez um arranjo especial dividindo o
relato genealógico em três grupos de 14 gerações. Para que
essa uniformidade literária ocorresse omitiu três gerações.

b) A Gematria de Davi
Gematria era uma arte oriental que dava número ao nome
de um indivíduo.

+D–4
+V–6
+D–4
__________
14

187
DIAGRAMA GENEALÓGICO

Jorão Mt 1.8 Nomes que faltam


Acazias

Joás Nomes omitidos na árvore


genealógica de Cristo
1 Cr 3.10-16

Amazias

Uzias Mt 1.8

A GENEALOGIA DE CRISTO REGISTRADA EM MATEUS 1.1-


17
Livro da geração (vs.1)
É uma expressão que no livro hebraico significa não todo
o livro, mas uma tábua genealógica. Estão em foco os
versículos 1 a 17 do capítulo primeiro. Temos um exemplo em
Gn 5.1 onde “livro das gerações” se refere aos versículos 1 a
32, e não todo o livro de Gênesis.
Jesus (vs.1)
Esse nome é oriundo da língua hebraica que depois do
cativeiro veio significar “Jeová Salvador”. O nome Jesus

188
aparece “1150” vezes nas páginas do Novo testamento.
Encontramos no Novo Testamento dois personagens com o
mesmo nome do nosso Salvador. Um falso profeta da cidade
de Pafos na ilha de Chipre At 13.6 e um cristão de bom
testemunho residente em Colossos Cl 4.11.
Cristo (vs.1)
Esse nome é tradução do hebraico “Mâsiah” que significa
“ungido”, “consagrado”. Apartir do profeta Daniel, os judeus
acostumaram-se a chamar de Messias o futuro Redentor de
Israel Dn 9.25-26. O nome Cristo ocorre 523 vezes no Novo
Testamento. Cristo é o título do seu ofício.
Filho de Davi (vs.1)
Jesus não era Filho direto de Davi e sim por
descendência. Cristo como Filho de Davi é Rei. Os hebreus
jamais aceitariam um Messias que não fosse descendente de
Davi 1 Cr 17.11; Lc 1.32-33.
Filho de Abraão (vs.1)
Para que Deus desse a entrada de Cristo ao mundo Ele
usou a família de Abraão. Assim como Isaque subiu o monte
Moriá; Cristo como Filho de Abraão subiria o Calvário; Ele é o
nosso sacrifício perfeito.
Abraão (vs.1)

189
O nome significa “pai de uma grande multidão”. Cristo
viria como Filho de Abraão abraçar e cuidar dessa grande
multidão de salvos. Em Abraão vemos o Deus que promete.
Isaque (vs.2)
O nome significa “riso”. Cristo veio para fazer obras tão
profundas que chega a provocar risos nas pessoas. Em
Isaque vemos o Deus que cumpre as promessas.
Jacó (vs.2)
No hebraico “ya’aqob” filho de Isaque e Rebeca Gn
25.25; 27.36, irmão gêmeo de Esaú. Etimologia popular
“aquele que segura pelo calcanhar, que suplanta”. O maior
acontecimento que se deu na vida de Jacó foi às bordas do rio
Jaboque onde houve uma transformação de vida e de nome.
De Jacó “enganador” passou a se chamar Israel, “príncipe que
luta com Deus”. Em Jacó vemos o Deus que transforma Gn
32.28.
Judá (vs.2)
Foi o quarto filho de Jacó com Léia. Seu nome significa
“objeto de louvor”. O emblema da tribo de Judá era um leão o
que tipifica Jesus como Leão da tribo de Judá Ap 5:5.

190
TÁBUA COMPARATIVA ENTRE JUDÁ E JESUS CRISTO

JUDÁ

1. Foi o quarto filho de Jacó;


2. Não tomou parte na vingança contra Hamor;
3. Salvou a vida de José evitando sua morte;
4. Ofereceu ficar preso no lugar de seu irmão;
5. Gozou dos privilégios da primogenitura;
6. A tribo de Judá esteve presente no monte Gerizim para
abençoar;
7. A tribo de Judá ocupava a maior extensão territorial de Israel.

CRISTO

1. O quarto Homem da fornalha;


2. Nunca fez parte em vingança alguma;
3. Salvou-nos evitando assim a morte eterna de todos nós;
4. Foi o nosso substituto no ato sacrifical;
5. Nele podemos gozar os privilégios como: porção dobrada da
sua graça, sacerdócio e reinado;
6. É para sempre o abençoador do seu povo;
7. Nele gozaremos os privilégios de uma terra melhor e maior.

191
Tamar (vs.3)
O nome significa “palmeira”. Apesar de que a palmeira
simboliza na botânica tipológica “doçura e uma vida frutífera”,
Tamar cometeu um incesto com seu sogro Judá. Deus pode
apanhá-la num estado imoral torná-la em bênçãos em suas
mãos.
Farés e a Zará (vs.3)
Farés no hebraico “pereç” significa “brecha”. Zará no
hebraico “zerah” significa “clarão”. Encontramos a história
desses irmãos gêmeos em Gn 38.28-30. O Senhor Jesus
chamou-nos para abrir brechas no campo inimigo e sermos
um clarão de testemunho nesse mundo de trevas Fp 2.15.
Esrom (vs.3)
Seu nome significa “preso”. Estando inserido o seu nome
nesta genealogia dá a entender o ministério libertador de
Cristo que veio para dar liberdade aos presos Lc 4.19.
Aminadabe (vs.4)
O nome significa “parente generoso”. O Senhor Jesus é o
parente mais generoso que os cristãos da face da terra
puderam conhecer Mc 3.31-35.
Naassom (vs.4)
Foi o príncipe da tribo de Judá; sua irmã foi mulher do
sumo sacerdote Arão. Naassom foi o quinto ascendente da
192
linha genealógica de Davi: seu nome significa “encantador” o
que retrata a beleza do ministério de Cristo; em obras Mc 6.5
e em palavras Jo 7.46.
Salmom (vs.4)
Foi o bisavô do rei Davi, seu nome significa “lugar de
sombras”. Casou-se com a ex-prostituta de Jericó chamada
Raabe que quer dizer “ferocidade”. Raabe casando com um
príncipe de Judá teve sua vida mudada, assim como os
cristãos que fazem parte da noiva de Cristo tiveram suas vidas
transformadas. Raabe foi salva por causa do fio de escarlate
na janela no dia da destruição de Jericó; o que pode tipificar
que seremos livres da destruição deste mundo por causa do
fio redentor que é o sangue de Cristo Js 2.18; 1 Pe 1.18.
Boaz (vs.5)
No hebraico “felicidade” ou “rapidez”. Foi natural de
Belém de Judá. Suas características são por demais
permeadas no livro de Rute. A princípio teve compaixão de
Rute porque era pobre e depois acabou casando-se com ela
por volta 1360 a.C. Jesus Cristo o nosso parente remidor veio
ao mundo por compaixão de todos nós; transformando-nos em
sua noiva e casaremos com Ele nas Bodas após o
arrebatamento.

193
Obede (vs.5)
Nasceu cerca de 1300 a.C. Cinco personagens do Antigo
Testamento receberam esse nome que significa “adorador” o
que retrata o caráter de Jesus como o verdadeiro Mestre da
adoração Jo 4.23-24. Obede foi o avô do rei Davi.
Jessé (vs.5)
No original hebraico “yisay” que significa “rico.” O nome
Jessé aparece 46 vezes nas Escrituras. Era natural de Belém
de Judá e tinha oito filhos sendo Davi o caçula 1 Sm 17.12-14.
Tanto Saul como os revoltosos que não queriam ser
governados pela casa de Davi chamavam-lhe de “filho de
Jessé” 1 Sm 20.31; 2 Sm 20.1; 12.6; 2 Cr 10.16. Os humildes
serão sempre exaltados pelo Senhor. O desprezado Jessé pai
de Davi, teve a honra de ser inserido na genealogia de Jesus.
O próprio Messias é chamado “um rebento do tronco de
Jessé”, Is 11.1 ou” raiz de Jessé” Rm 15.12.
Davi (vs.6)
Esse nome fulgura nas páginas da Bíblia 1105 vezes. No
idioma hebraico significa “amado”. Foi homem de variadas
habilidades, tendo sido guerreiro, político, músico, escudeiro,
profeta, pastor e poeta. Davi era o oitavo filho de Jessé. Em
numerologia bíblica o número 8 significa o inicio de uma coisa
nova. Na genealogia de Mateus aqui apresentada Davi foi o
194
último das gerações dos grandes patriarcas que forma o
primeiro grupo de catorze gerações com duração de 1000
anos. Davi também foi o primeiro das gerações dos reis.
Nessa genealogia, apenas de Davi se diz “o rei”, porque foi
por intermédio dele que foi introduzido o reino com realeza. O
nome e a vida de Davi revelam as características de Cristo
como Rei e a nossa posição no reino como reis, Ap 1.6.
Salomão (vs.6)
Nasceu em Jerusalém, e seu pai deu-lhe o nome de
Salomão que quer dizer “pacífico,” por antecipação da paz e
tranquilidade que havia de caracterizar o reino de seu filho. O
significado do nome Salomão tipifica a paz oferecida por
Cristo aos seus servos hoje Jo 14.27 e durante o milênio. O
profeta Natã por ordem divina deu-lhe o nome de Jedidias,
que quer dizer “amado” Mt 3.17; Mc 9.7. O nascimento de
Salomão é o resultado de três itens: transgressão +
arrependimento + perdão = Salomão. Ele edificou a casa de
Deus. O ser humano perdoado faz parte do edifício divino.
Roboão (vs.7)
Foi filho de Salomão e Naamá. Foi o primeiro rei de Judá
depois do cisma do reino. A divisão deu-se na assembleia de
Siquém, quando Roboão recusou determinadas concessões 2

195
Rs 12:19. Seu nome significa “o povo cresce”. Com Roboão o
povo separou- se, somente Cristo poderia ajuntá-lo.

NOMES SIGNIFICADOS

Abias Deus é pai;


Asafe Coletor;
Josafá Jeová julgou;
Jorão Jeová sublime;
Uzias Força de Jeová;
Joatão Jeová mostrou- se
justo;
Acaz Ele tem sustentado;
Ezequias Jeová da fortaleza;
Manassés O que faz esquecer;
Amom Segurança
Josias Jeová sara.

Jeconias (vs. 11)


Foi o penúltimo rei de Judá entre os anos 609-597 a.C.
Em seu reinado Nabucodonosor apossou-se de Jerusalém
destronando-o do poder governamental. Jeconias representa
aqueles que um dia puderam usufruir do reinado de Cristo e
que de uma hora para outra foram destronados da posição
espiritual em que estavam. O nome significa “Jeová
estabelece”.
196
Deportação para a Babilônia (vs.11)
Os cativos fazem parte da genealogia de Cristo. Somente
o seu poder libertador poderá nos descativar do pecado e
desbabilonizar a mente dos amortecidos na idolatria. A missão
de Cristo é colocar o ser humano em liberdade Lc 4.18-19. A
expressão “deportação para Babilônia” aqui neste texto marca
o segundo grupo de catorze gerações que durou 600 anos.
Salatiel (vs. 12)
O nome quer dizer “pedi a Deus”.
Zorobabel (vs. 12)
No hebraico significa “nascido em Babilônia”. Zorobabel
foi um judeu babilônico que retornou a Palestina Ed 2.2. Atuou
em Jerusalém como governador da Judéia, durante o tempo
do rei persa Dario Histapes 552-486 a.C. Pode o homem ter
vivido na Babilônia dos prazeres, mas será restaurado
espiritualmente se retornar à Jerusalém da comunhão com o
Deus de Israel. Zorobabel liderou o povo na reconstrução do
templo de Deus Zc 4.7-10. O retorno a Jerusalém
proporcionou o preparo do povo na terra israelita para receber
a encarnação do Verbo de Deus que cumpriria a profecia de
Miquéias quanto ao lugar do seu nascimento Mq 5.2. Há
momentos que precisamos retornar da Babilônia para Judá.

197
Abiúde Pai digno de louvor
Eliaquim Jeová estabelece
Azor ...............................
Sadoque Auxiliador
Aquim Justo
Eliúde Jeová estabelecera
Eleazar Deus ajudou
Matã Donativo
Jacó Suplantador.

José, marido de Maria (vs.16)


O nome José significa “possa ele acrescentar”. O Senhor
Jesus encerra a quadragésima segunda geração dando a
entender-nos que ele é o descanso final. Não foi José que
“gerou” a Jesus, o texto afirma “Maria da qual nasceu Jesus
que se chama o Cristo” . Os descendentes de Jeconias
estavam proibidos pela profecia de Jeremias assumir o trono
de Davi Jr 22.28-30. Se o Senhor Jesus fosse gerado por José
ele não poderia assumir o reino sobre Israel. Mas sendo
nascido de Maria uma descendente de Davi passou a obter as
credenciais de Rei.
CONCLUSÃO
A genealogia de Mateus é um arsenal de exemplos para
aqueles que querem servir a Deus e terem seus nomes

198
04
MENSAGEM
TEMA: SANSÃO O JOVEM CARNAL
TEXTO: JZ 13 - 16

INTRODUÇÃO
Quem acompanha de perto a biografia de Sansão, verá o
segredo de sua força, e também, a sua malograda decepção
no ângulo espiritual por faltar-lhe a prudência. Sansão sendo
narizeu foi ocasionalmente espiritual, e algumas vezes
vitorioso, mas deu lugar ao segundo método da tentação que é
a concupiscência dos olhos, e esvaiu-se para o sexocentrismo,
e, no entanto, o que lhe restara, foi à derrota e a pudica
vergonha. Nada prendia Sansão; somente as paixões carnais,
foram as suas algemas. Quantos jovens que outrora foram
cheios do Espírito Santo, hoje, se encontram desnorteados
nas senzalas do pecado, porque foram levados pelas
correntezas da desobediência. Basta-nos dizer que o mundo é
um lugar muito pequeno para permitir a segurança do homem
que desobedece a Deus. Seria bom que todos os jovens
espirituais fizessem um estudo acurado sobre a vida de
Sansão, e analisassem o perigo que existe no galhofar com o

199
pecado. Jovem, é bom que tu lembres que é bela a vitória,
mas, como é cara!
1. A ORIGEM DOS FILISTEUS
Foram originados de Casluim filho de Misraim, filho de
Cão Gn 10.14; 1 Cr 1.12. De acordo com o tronco étnico das
nações Gn 10.13.14, podemos deferir que os filisteus tiveram
uma aproximação parentesca mui elevada com os egípcios. O
nome filisteu aparece na Bíblia 273 vezes e Filístia 8.
1.1. O Aspecto Geográfico
A região sudoeste da Palestina que ficava entre Jope e
Gaza era conhecida como planície da Filístia. Anteriormente
foi ocupada antes da conquista pelos Aveus Dt 2.23, e depois
expulsos pelos emigrantes da ilha de Caftor Jr 47.4; Am 9.7. O
auxiliar ministerial de Paulo em Creta, Tito, conhecia
profundamente o histórico etnológico dos Filisteus Tt 1.5. A
expressão paulina “... e de cidade em cidade ...” aponta para a
declaração histórica que diz que Creta por tantas cidades que
tivera foi chamada “ a ilha das cem cidades.”
1.2. A Pentápolis Dos Filisteus
A terra dos filisteus foi dividida em cinco cidades-
estados; cada qual tinha um príncipe e um deus com o nome
de Dagom Js 13.2-3; Jz 3.3; 1 Sm 6.16.

200
1.3. O Mar Dos Filisteus
O mar Mediterrâneo foi chamado também de mar dos
Filisteus, devido os filisteus habitarem na orla marítima Ex
23.31.
1.4. A Estrada Dos Filisteus
Era uma estrada internamente conhecida e fortificada
que saía do extremo oriental do delta egípcio e ia confinar com
Gaza ao sul de Canaã, numa extensão de 120 km. Um
soldado podia percorrê-la em dois dias e meio; uma multidão
como aquela que saíra do Egito Ex 12.37, gastaria quinze
dias. Era chamada estrada dos filisteus, porque ela estava
sobre o poder dos deles. Em suma, era uma estrada militar.
1.5. A Potência Filistéia
Nos dias de Davi, a região sudoeste de Israel foi
explorada por causa de suas minas de ferro; por isso, os
filisteus armaram-se efusivamente bem, e aos olhos das
nações circunvizinhas eles eram invencíveis 1 Sm 13.19.
1.6. A Planície Da Filístia
Era compreendida a faixa de terra ficando Jope e partes
de Sarom ao norte, e Gaza e o deserto ao sul; ao leste ficava
a Sefelá e partes da Judéia, ao oeste ficava o Mediterrâneo. A
planície supracitada contava com 80 km de comprimento e 25
a 16 Km de largura.
201
1.7. A Religião Filistéia
Os filisteus eram radicalmente politeístas, a sua religião
era uma miscelânea de deuses gregos e egípcios com um
pouquinho de sentimento religioso herdado dos camitas.
Dagom era o deus nacional. Tinha a cabeça de homem e o
corpo de peixe. A imagem de Dagom foi cunhada em moedas
que circulavam na terra dos filisteus. Da palavra hebraica
“dãghãn - cereal”, derivou o nome Dagom “deus da fertilidade”
Jz 16.23.
1.8. Os Filisteus Foram Alcunhados De:
1.8.1. Caftorins Dt 2.23;
1.8.2. Quereteus 1 Sm 30.14; Sf 2.5.
1.9. Definições Filistinas
1.9.1. Filístia
Significa “terra de estrangeiros”, é o nome usado na
Bíblia para designar a terra dos filisteus SL 60.8; 87.4; IS
14.29.
1.9.2. Filisteus
Significa “emigrantes”, é um adjetivo pátrio que se aplica
ao indivíduo nascido na Filístia Gn 26.18.
1.9.3. Palestina
Este nome foi derivado do termo Filístia Pelesheth no
tempo dos romanos. Palestina significa “terra dos filisteus”.
202
1.10. O Caráter Dos Filisteus
1.10.1. Orgulhosos Zc 9.6;
1.10.2. Idólatras Jr 16.23; 1 Sm 5.2;
1.10.3. Supersticiosos Is 2.6;
1.10.4. Guerreiros 1 Sm 17.1; 28.1.
2. A CAUSA DE ISRAEL TER SIDO OPRIMIDO
Israel como sempre pecara contra o Senhor, por isso,
ficou subjugado ao ferrenho jugo dos filisteus por um soma de
quarenta anos Jz 13.1. Quem faz a vontade de Deus, jamais
ficará submetido ao jugo do mundanismo e do pecado. O
número 40 em numerologia bíblica traduz o sentido de
provação. Convêm dizer que Israel foi provado quarenta anos.
A maneira que os filisteus usavam para por em cativeiro os
seus inimigos, era antagônica à dos moabitas, midianitas e
outros. Realizava-se pela infiltração... casamentos mistos,
comércio e outros contratos pacíficos, eram mais perigosos,
porque ameaçavam dominar integralmente a nação. O nosso
adversário na atualidade procura cativar os jovens crentes,
não é mais com drogas, vícios e coisas similares, e sim, com
casamentos ilícitos. Às vezes um jovem cristão é tentado a
afeiçoar-se por uma jovem mundana, e até mesmo chega a
casar-se; no entanto, o que se pode esperar é somente

203
frustração e desentendimento conjugal por serem contrárias às
opiniões religiosas.
3. O SENHOR PREPARA UM LIBERTADOR
O Senhor contemplara a situação espiritual do seu povo
e providenciou assazmente um libertador para tirar-lhes do
jugo do inimigo.
3.1. A Identidade Dos Progenitores De Sansão
3.1.1. Pai
Manoá significa “descanso”, isto quer dizer que através
de seu filho viria o descanso para o povo da promessa que a
tanto anelava.
3.1.2. Mãe
Seu nome não é mencionado na Bíblia Sagrada. Mesmo
sendo a mãe de Sansão uma crente anonimamente falando,
podemos contemplar inúmeras virtudes a serem imitadas. Não
nos preocupemos com a propagação do nosso nome, e sim
com o de nosso Senhor Jesus Cristo.
3.1.3. Nacionalidade
Israelita litealmente de nascimento.
3.1.4. Naturalidade
Vila de Zorá. Ficava no extremo oriental do antigo
território dos danitas, a 22 km ao oeste de Jerusalém, na
fronteira entre Dã e Judá. No livro de Jz são dedicados a
204
nobre história de Sansão 100 versículos. O nome Sansão
aparece 36 vezes na Bíblia. Sendo 35 no livro dos Juízes e
uma no de Hebreus. Vida conjugal das mais perfeitas
possíveis, sendo que a esposa de Manoá era estéril. Segundo
Josefo, Manoá era o principal da tribo de Dã e sua esposa
entre as mulheres danitas sobrepujavam-nas em beleza. Se
fossemos enumerar as qualidades da esposa de Manoá faltar-
nos-iam espaço.

REGIÃO ENTRE ZORÁ E ESTAOL NA ANTIGA TRIBO DE DÃ

4. A APARIÇÃO DO ANJO E AS INSTRUÇÕES DADAS AOS


PAIS DE SANSÃO JZ 13.3-5; 13.13-14
4.1. O Anjo Do Senhor
É um ser propriamente incriado e que também possui o
poder de perdoar e reter perdão. Esse anjo não pode ser
senão o Cristo pré-encarnado. O nome do Senhor nele está Ex
23.20-23. A expressão “Anjo do Senhor” aparece cerca de dez

205
vezes no capítulo 13 de juízes. Segundo Josefo, eles
tinham uma casa de campo para repouso temporário. A
mensagem do anjo foi sobremaneira poderosa, anunciando o
extermínio da esterilidade da mulher de Manoá. Quantos
jovens estéreis espiritualmente têm nos dias atuais, por faltar-
lhes denodo com as coisas celestiais! O cristão que tem um
relacionamento constante com Cristo jamais será estéril Jo
15.4-5.
4.2. O Nazireado De Sansão Jz 13.3-5
4.2.1. Nazireu
Esse termo deriva-se do hebraico “nazir” - que significa
“vinha não podada”. Portanto, homem ou mulher separado ou
consagrado especialmente para Deus.
4.2.2. Proibições ao nazireu:
a) Não podia envolver-se com vinho
Isto fala da falsa alegria que o jovem crente deve
esquivar-se.
b) Beber bebida forte
Excessos agressivos contra a verdade e cinismo
espiritual.
c) Beber vinagre
Fala da natureza irritável. Cristo ensinou-nos a sermos
mansos e humildes Mt 11.29.
206
d) Comer coisa imunda
Denota a separação constante do crente dos prazeres
macabros do mundo.
e) Cortar o cabelo
O cabelo é símbolo de “poderio” e “honra”. O jovem não
pode ficar sem a autoridade do Espírito, como o nazireu, não
podia ficar se os longos cabelos. O dia em que os cabelos de
Sansão foram cortados ele perdera a força Jz 6.19-20.
f) Não podia participar de um serviço fúnebre
O jovem cristão não pode aproximar-se mais do mundo
morto com intenção de admirá-lo ou prestar-lhe homenagem.
O que temos a fazer é ausentarmos dele para sempre.
5. AS SEMELHANÇAS ENTRE A CHAMADA DE SANSÃO E
A DO JOVEM CRISTÃO

SANSÃO O JOVEM CRISTÃO


Escolhido por Deus Jz 3.3-7 Ef 1.4; 1 Pe 2.9
Separado para Deus Nm 6.1-2 Rm 12.1-2
Consagrado para sempre Hb 6.4-8
Abstinha-se do vinho Jz 13.4 Ef 5.18
Criado segundo as instruções do Senhor Jz 13.8; 12.13.

207
6. MANOÁ OROU PEDINDO ORIENTAÇÃO A DEUS PARA
CRIAR SEU FILHO JZ 13.8
Eis, aí, uma bela lição que Manoá ensina aos pais, no
que tange a educação e a criação dos filhos. Essa oração é
recomendada a todo pai de família. Antes da criança ser
gerada Manoá já estava intercedendo a Deus por ela e
preocupado em como educá-la. Seria bom, que todo casal se
preocupasse com a intercessão pelos filhos para que tenham
dias melhores. O culto doméstico tem sido esquecido em
muitos lares e por isso têm existido prejuízos sem número em
nosso meio. Tu és preocupado e dedica-se a oração e ao
jejum pelo bem estar da sua família, caro leitor?
6.1. Manoá Recebe A Resposta Divina
Todo chefe de família fica deveras alegre quando sente e
sabe que as suas orações são respondidas pelo Senhor. A
minha mãe orou incessantemente por mim, para que Cristo me
salvasse, e, no entanto, ela não pode ver-me salvo porque
falecera. Mas as suas orações foram respondidas. Querido pai
de família, busque e clame ao Senhor constantemente para
que o teu desejo seja cumprido.
Quantos se comovem com a maravilhosa história e amor
palpitante de Jesus Cristo, que operou com tanto êxito em
Hudson Taylor, durante longos anos de seu trabalho
208
missionário na China! Diz-se de Tiago Taylor bisavô de
Hudson, na manhã do dia do seu casamento, enquanto sua
noiva o esperava, estava de joelhos tomado pelas palavras de
Josué: “Eu e minha casa serviremos ao Senhor”! E Deus
honrou a firme resolução de Tiago Taylor, e deu-lhes um lar,
que por fim produziu um dos missionários que mais honrou a
igreja de Cristo.
6.2. Manoá procura identificar o mensageiro
“... Qual é o teu nome?” Jz 13.17. Nome é a palavra
designativa de pessoa. O ser humano é identificado pelo
nome. Quando Manoá formulou a pergunta, é porque o nome
é considerado portador de força e da personalidade da
pessoa. Jacó quando atravessava o vau do Jaboque, naquela
luta gloriosa que tivera com a Anjo ele perguntou pelo seu
nome Gn 32.29. Por ocasião da construção do tabernáculo, o
Sumo sacerdote, deveria estar com o peitoral em ordem
porque levava sobre ele os nomes das doze tribos de Israel.
6.2.1.- Maravilhoso Jz 13.18
Quer dizer “incomunicável”. A palavra hebraica é oriunda
duma raiz que quer dizer “separado”, “inefável”. O ser humano
jamais poderá sondar ou perscrutar os mistérios infindáveis do
Senhor. A resposta dada pelo Anjo está relacionada com o

209
primeiro nome messiânico de Jesus Is 9.6. Cristo foi assim
profetizado e chamado porque Ele é:

a) Admirável;
b) Surpreendente;
c) Assombroso;
d) Prodigioso;
e) Fantástico;
f) Inaudito
g) Milagroso.
7. A OFERTA DE MANOÁ JZ 13.19-23
7.1. Um Cabrito
Isto fala de uma vida constantemente em sacrifício a
Deus Rm 12.1-2.
7.2. A oferta de manjares:
É um tipo da perfeição, isto nos lembra o que disse
Jesus: “sede vós perfeitos”... Mt 5.48.
7.3. As chamas do altar
Quer dizer que a oferta foi aceita por Deus. Como vai,
meu irmão, a chama do teu altar espiritual, está subindo ou os
ventos das lutas estão espalhando as chamas para que você
não atinja o objetivo?

210
7.4. O Anjo Subiu Na Chama Do Altar
Os seres celestiais são a prova de fogo. Quando formos
transformados, por ocasião do arrebatamento, recebermos um
corpo a prova de qualquer fenômeno da natureza 1 Jo 3.2.
Quando o homem contempla a glória de Deus, ele próprio
dobra-se perante a divindade. Se você estiver num culto e for
visitado pelo Senhor, logo você irá dobrar-se diante dele, não
é verdade? O casal pensava que iria morrer Jz 13.22.23. As
antigos acreditavam, se vissem algo sobrenatural aparecer-
lhes morreriam. Gideão temeu quando reconhecera a
presença do anjo do Senhor Jz 6.22.23. Quando os anjos
pautaram o céu atmosférico de Belém com lindas músicas
celestiais, proclamando aos pastores o nascimento de Jesus,
a primeira expressão foi: “não temais” Lc 2.10, porque eles
temiam.
7.4.1. Ver a Deus significa, portanto a morte Ex 33.20;
7.4.2. Ser banido da presença de Deus é a morte eterna Jo
3.5;
7.4.3. O certo é a visão salvadora por meio de Jesus que é a
expressa revelação do Pai Jo 1.18; 14.9.
7.5. O Belo Conselho
Quando Manoá exclamou que morreria, a esposa disse
que não; e sim, que o Senhor tinha aceitado de bom grado o
211
sacrifício por eles oferecido. Se as mulheres que dizem cristãs,
soubessem melhor aconselhar os esposos fazendo o papel da
mãe de Sansão, evitariam inúmeros males na vida dos
esposos. O mundo está escasso de mulheres conselheiras Jz
13.23.
8. O NASCIMENTO DE SANSÃO JZ 13.24
Segundo os entendidos, Sansão nasceu vinte anos após
a aparição do “Anjo do Senhor” a seus pais, no ano 1120 a.C.
Nascimentos por intervenção divina: o de Isaque Gn 18.11-16;
21.1-3; o de Samuel 1 Sm 1.26,27 e o de Sansão Jz 13.3,24.
8.1. Nome Dado Ao Menino Jz13. 24
O nome Sansão em hebraico... “shimshôn”, que significa
“pequeno sol”. Seus pais deram-lhe esse nome em
antecipação de sua força heróica e miraculosa cheia energia
como o sol Jz 5.31; Sl 19.5; 84.11. Ele foi o pequeno sol,
porque o grande é Cristo. Cada jovem deve ser um sol a
brilhar nesta era de densas trevas, morais, espirituais, sociais
e religiosas.
8.2. O Desenvolvimento Físico E Espiritual De Sansão Jz
13.24
8.2.1. E o menino cresceu
Desenvolveu-se bem e tornou-se invencível. A única
algema de Sansão foi a fome exagerada pelo sexo. Se um
212
jovem ficar alimentando a mente com pensamentos carnais o
seu fim será fatídico.
8.2.2. A benção do Senhor era sobre ele Jz 13.24
Seus pais oraram por ele para que fosse feliz. Os
progenitores de Sansão fizeram tudo para vê-lo abençoado e
viram-no até certo tempo, e depois, ele esvaiu-se pela
concupiscência da carne e o seu fim foi drástico. Às vezes
mesmo na igreja tem crente que reclama porque o pastor não
tem todos os filhos em sujeição a Palavra de Deus. Nós não
podemos obrigar os nossos filhos a serem crentes, e sim
ensiná-los, porque a decisão é pessoal. Quantos filhos que às
vezes estão frequentando os cultos há tanto tempo e que não
tiveram experiências com Deus.
8.2.3. O campo de Dã na experiência de sansão Jz 13.25.
Era um lugar aberto, próximo à cidade de Zorá, onde
Sansão era acostumado passar momentos de meditação na
presença de Deus. Realmente em lugares como aquele nos
convida a pensar no que Deus tem preparado para nós. O
local era conhecido como “campo de Dã”, não só porque
ficava na herança da Dã, e sim, por que aquela paragem foi
dedicada em homenagem ao progenitor da tribo.

213
9. O TRÁGICO CASAMENTO DE SANSÃO
O jovem pode ser um instrumento nas mãos do Senhor,
todavia, se for ludibriado pelo sentimento carnal e alienar-se
da orientação divina, o que lhe restará é a vergonha e a
derrota. Quantos que foram abençoadíssimos e que hoje estão
afastados da igreja por ficarem fora do plano legal que nos foi
traçado pela Palavra de Deus. Sansão no dizer de alguém,
não cuidava em honrar a Deus em todas as ocasiões. Quantos
que obedecem ao Senhor em muitas áreas da vida, menos no
matrimônio? Posso acentuar que ele foi espiritual
ocasionalmente, e isso é perigoso e terrível.
9.1. Os Motivos Que Levaram Sansão À Infelicidade
Conjugal:
9.1.1. Fugiu do plano divino casando-se com uma filistéia o
que protestado pela lei mosaica Ex 34.16; Dt 7.3.
9.1.2. Não ouvia os conselhos paternos, causando-lhes
desgosto e tristeza Jz 14.3.
9.1.3. Ele não buscou orientação divina, mas sim o apetite
carnal dos olhos Jz 14.3; 1 Jo 2.16; Gn 3.6; Mt 4.8.
9.1.4. E desceu a Timnate Jz 14.1
A cidade de Timnate ficava localizada na fronteira de
Judá pouco distante de Bete-Semes. Mais tarde os filisteus
ocuparam-na. Timnate distava a 7 km a sudoeste de Zorá.
214
Descer a Timnate é o emblema da queda espiritual
ocasionada pela evasão sexomaníaca. Era o nosso biografado
um moço que não gostava de andar na companhia dos pais.
Quando assim acontecer com os nossos filhos, poderemos
conjecturar que eles estão tomando outro caminho antagônico
ao prescrito na Palavra. Quando descia à cidade acima citada,
beirando a estrada foi surpreendido por um leão que saltou
pronto a esmagar-lhe; mas, Sansão era portador de uma força
incomensurável, deu-lhe um sôco e o matou. Jesus Cristo quer
que a juventude cristã seja possuidora de seu divino poder.
O leão saltando em Sansão representa todas as setas do
inimigo que vem para nos destruir1 Pe 5.8; Ef 6.16. Jovem,
não seja fraco, lute e vença, porque a vitória é sua 1 Jo 2.14.
Arrastou o leão morto e o atirou para fora da estrada. Quando
regressou de Timnate logo após ter apresentado a noiva a
seus pais, veio andando e quando chegou perto de onde havia
jogado o leão, ele parou e dirigiu-se para ver o cadáver, havia
sobre a carcaça do leão um enxame de abelhas. Além de
comer o mel, levou também para seus pais. Quantos cristãos
que vão bem na vida espiritual e que tem até vencido o leão,
passando-se o tempo aproximam-se novamente das coisas
mundanas e acham agradáveis a colméia dos prazeres
temporários e acabam afastando de Jesus. Queridos irmãos!
215
Não aceitem os favos ofertados por Satanás, porque eles
trarão amarguras terríveis.
10. O BANQUETE E O ENIGMA DE SANSÃO JZ 14.10-20
No banquete que oferecera por ocasião das bodas,
tornou a quebrar outra lei do nazireado. Onde há banquete há
vinho.
10.1. Enigma
Significa uma expressão que se entende só a custa de
muito esforço mental. Pronunciou o seu enigma para trinta
rapazes vadios, dizendo-lhes: “... do comedor saiu comida, e
doçura saiu do forte...” Jz 14.14. Este enigma foi imaginado
por Sansão quando descia para casar-se. O enlace
matrimonial quando não tem aprovação divina, logo no
princípio há discrepâncias.
A esposa do nosso analisado indiferente que era às
coisas de Deus, quando ameaçada pelos conterrâneos o traiu.
Sansão já havia prometido para quem interpretasse o enigma
os seguintes presentes: “... trinta lençóis e trinta mudas de
vestidos” Jz 14.12. Uma mulher chorando, por sete dias,
durante as bodas era coisa de afligir qualquer esposo. Querido
irmão, que o Senhor te livre de uma noiva acintosa. Ao sétimo
dia, Sansão foi surpreendido com a resposta dos rapazes que
formaram em voz uníssona um coral dizendo: “... que coisa há
216
mais do que o mel? que coisa há mais forte do que o leão?”
Existem coisas em nossas vidas que ninguém poderá saber, e
quando formos orar não podemos pronunciá-las verbalmente
para que o inimigo não fique sabendo.
11. SANSÃO COM TREZENTAS RAPOSAS FAZ UMA
DEVASSA NA SEARA FILISTINA J Z 15.5
O tempo da colheita do trigo naquela região da Palestina
seria no fim do mês de maio, nos dias da festa de pentecostes.
Os molhos estavam prontos como toda a cega do trigo para
serem levados para a eira. Havia inúmeras cavernas na
região, lugar preferido pelas raposas, que ao anoitecer saiam
à procura de galinhas e de outras presas. A raposa é o
símbolo da astúcia, por que não é fácil apanhá-la. O que
Sansão deve ter feito para apanhar trezentas raposas, é de
nos admirar! A expressão usada por Jesus: “... ide, e dizei
àquela raposa...” Lc 13.32, quer significar que o divino Mestre
era independente tanto dos esquemas de Herodes como dos
planos dos fariseus, e que o seu destino não podia ser
determinado por qualquer plano de terreno, por mais cruel que
fosse. Raposinhas Ct 2.15. São os pecadilhos que frequentam
os nossos corações, i, é um perigo tremendo porque devasta a
vinha do Senhor que está em flor. O nível espiritual do povo
nessa época estava tão sorrateiro, que não podendo alistar
217
trezentos soldados como fez Gideão, teve de apanhar
trezentas raposas. Das trezentas raposas que apanhara, fez
cento e cinquenta pares, amarrando a cauda de uma na outra
e no meio um tição aceso, e soltando-as na seara dos filisteus
trouxe um prejuízo incalculável. Jesus ateou em nossos
corações a chama do Espírito, e nos enviou de dois a dois a
colocarmos fogo na seara de Satanás, do pecado e do mundo,
para que as hostes infernais tenham prejuízos sem igual.
Levar uma vida cheia do Espírito Santo é sinônimo de derrota
para o Diabo.
12. TRÊS MIL HOMENS DE JUDÁ AMARRAM SANSÃO JZ
5.10-13
Os habitantes de Judá desceram para amarrar Sansão,
porque foram obrigados pelos filisteus, assim procederem. Os
seus conterrâneos não queriam matá-lo, e sim amarrá-lo.
Assim também sucede conosco, quantos que não podem nos
matar, falam mal de nós e querem amarrar-nos com as cordas
da difamação.
12.1. A Rocha De Etã Jz 15.8,11
Era um local rochoso pertencente a Simeão, com o nome
moderno de “Urtas”. Os inimigos não puderam ferí-lo porque
ele estava debaixo da proteção divina, e posicionado na rocha.

218
Se estivermos postados na rocha dos séculos que é Jesus
todos os laços e armadilhas de Satã serão desfeitos.
12.2. Mil Homens São Feridos Com Apenas Uma Queixada
De Um Jumento Jz 15.14-20
Sansão foi amarrado e entregue nas mãos dos filisteus
para ser morto. Quando os seus inimigos se aproximaram ele
apanhou uma queixada fresca dum jumento e decepou-os
corajosamente. Basta nas mãos daquele que é cheio do
Espírito Santo uma queixada 1 Co 10.4.

12.3. O Provérbio Usado Por Sansão Enquanto Lutava


“... com uma queixada de jumento um montão, dois
montões; com uma queixada de jumento feri a mil homens” Jz
15.16. Quando estivermos em plena luta ficaremos calados?
Claro, que não! Pronunciaremos a seguinte expressão: “A
vitória é nossa pelo sangue de Jesus”. A queixada usada por
Sansão representa na vida espiritual, a paciência. Acabando-

219
se a luta o protagonista lançou a queixada no chão e exclamou
dizendo: “Rama-Leí” que significa “alto da queixada”. Ele
pensava que após a luta morreria de sede, e que cairia nas
mãos dos incircuncisos filisteus. Mas o Senhor fez com que
brotasse uma corrente duma rocha ali próximo e ele foi
dessedentado. Geologicamente as covas que ali existem
parecem-se com o almofariz, que eram usadas para pisar os
grãos de trigo. Caro leitor se você tem passado por agruras
termitentes, receba agora a corrente da água viva que emana
de Cristo a rocha da eternidade, e seja fortalecido para
prosseguir a jornada.
13. A DESCIDA DE SANSÃO À GAZA
Gaza significa fortaleza, ficava situada no extremo
meridional da planície filistéia, foi uma das capitais dos
filisteus. De Zorá a Gaza 60 Km. Chegando Sansão na cidade,
não suportando as sensações eróticas entrou numa casa de
programa com e prostituiu com uma mulher ali. Cheio de
autoconfiança foi à semelhança de Salomão, ambos foram
eventualmente dominados pelos excessos eróticos. É óbvio
que ele foi o homem mais forte da história, e se classificou
entre os moralmente mais fraco.

220
13.1. Sansão Arranca O Portão De Gaza Jz 16.3
Os gazitas ficaram sabendo por informações, que
Sansão havia entrado na cidade, os residentes dali fecharam o
portão para que ele não saísse. A meia noite ele saiu e
arrancou as folhas com as ombreiras e as trancas e o portão
pôs tudo nos ombros e levou para o cimo do monte que dava
frente para Hebrom. Essa foi a pior humilhação que ele
poderia ter infligido em seus inimigos, porque os portões das
cidades simbolizavam o poder nacional. Às vezes satanás
arma ciladas para nos apanhar, e coloca em nossa frente o
portão da impossibilidade, mas no mesmo instante somos
fortalecidos pelo poder de Deus e arrancamo-lo. Aquele portão
pesava 1200 kg. O que não seria fácil trazê-lo de volta. Os
portões de Gaza é o símbolo das portas do inferno. Se havia
ido a Gaza com qualquer propósito elevado, não realizou o
serviço. A mulher atrapalhou. Só as duas fraquezas o
prendiam.
14. SANSÃO CASA COM DALILA E É TRAÍDO
CRUELMENTE JZ 16.4-22
A vida Espiritual de Sansão foi arruinada porque era fácil
afeiçoar-se por mulheres; e o jovem que sofre esse lúgubre
sentimento carnal, não prosperará Jz 16.4. O que mais nos

221
causa admiração é que ele não aprendia as lições da vida,
parecia cada vez mais inócuo e ingênuo.
14.1. Vale De Soreque
Significa “vinha escolhida”. È um amplo vale ao
ocidente de Jerusalém, que começa a 21 Km da mesma e o
mar Mediterrâneo. É uma das mais belas regiões do sul da
Palestina. Atualmente o vale tem o nome de “wady Sufar”. Foi
nesse referido vale que residia Dalila que significa
“veneradora”, “devotada”. Pode ser apelidada também de
“informante”. Aquela região encantadora tornou-se lugar
romântico para que o jovem desajuizado perdesse o que
recebera de Deus. Dá para ver em Sansão o tema do herói
forte, tornado fraco pelo seu amor por uma mulher a qual,
pelas suas artimanhas sedutoras, sabe arrancar ao herói o
segredo de sua vida.

Rio Soreque na Terra de Sansão

14.2. A Macabra Traição De Dalila Jz 16.5


Os príncipes filistinos viram em Dalila uma falha que há
em muitas mulheres hodiernas, que é a falta de amor e
222
consideração pela esposo. Ofereceram-lhe: “... um mil e cem
moedas de prata”, que pesava cerca de 70 kg. Foi a
semelhança de Judas, quando ouviu o tilintar das moedas o
coração começou a pulsar mais forte e não suportou. O que
teve de fazer foi lutar e extrair o segredo do seu coração.
Quem casar com quem não conhecesse a Deus será vendido
por preço irrisório.
14.3. As Tétricas Implorações Feitas Por Dalila Jz6. 6-22
O inexperiente juiz brincava com o pecado, e afinal, não
tinha temor de mentir. Mimar a tentação é como acariciar a
cabeça de uma cascavel. Nunca queiras brincar com o
pecado, para evitar males posteriores. Sansão mentiu três
vezes e quando disse a verdade foi surpreendido por seus
algozes.
14.3.1. A primeira imploração Jz16. 6-9
Dalila procurava descobrir o segredo de Sansão, não
porque ela ficaria honrada em ter um esposo herói, mas, com
intenções mefistofélicas, continuou importunado até que ele
acabou declarando: “... se me amarrassem com sete vergas
de vimes frescos, que ainda não estivessem secos, então, me
enfraqueceria e seria como qualquer outro homem” Jz 16.7.
Ela o amarrou e para desnorteá-lo, o despertou com gritos, e
os filisteus entraram na casa e Sansão quebrou as vergas com
223
facilidade como o fio de estopa se queima no calor do fogo.
Enquanto dormimos Satanás procura nos amarrar com os
seus laços e setas para tirar-nos a vida; mas o Anjo do Senhor
vem com a espada desembainhada e flamejante e só dá um
toque e tudo desaparece. Há nesse momento um poder
extraordinário para destruir todas as amarras do Diabo em sua
vida!
a) As sete vergas que o inimigo usa para amarrar o cristão

 Ódio;
 Calúnia;
 Inveja;
 Ciúme;
 Detração;
 Crítica;
 Ameaças.
14.3.2. A segunda imploração Jz 16.10-12
Dalila não se cansava de implorar o esposo a revelar-lhe
o segredo de sua força. Sansão pela segunda vez mentiu
dizendo: “... se me amarrassem fortemente com cordas novas,
com que se não houvesse feito obra nenhuma, então me
enfraqueceria, e seria como qualquer outro homem” Jz 16.11.
O amor erótico de Sansão cegou-lhe de tal maneira, que ele
224
não via o perigo nas artimanhas diabólicas de sua
companheira. Quantos que estão sendo atraídos por
aparentes belezas que o inimigo tem posto para aniquilá-los.
a) As cordas novas expressam
 As astúcias do diabo;
 Os dardos inflamados do maligno.
14.3.3. A terceira imploração Jz16. 13-15
Tudo indica que ela estava usada pelo diabo, foi
importunando o intrépido juiz e ele mentiu mais uma vez,
dizendo-lhe: “... se teceres sete tranças dos cabelos da minha
cabeça com os liços da teia” Jz 16.13. Sansão foi traído
porque dormira em duplo aspecto:
a) Sono natural Jz 16.14,20; Pv. 20.13
Quem dorme passando do limite acima de oito horas será
surpreendido pelas necessidades e perderá muitas
oportunidades. Uma hora perdida nunca mais será
recuperada.
b) Sono espiritual Ef 5.14
Dormiu de tal forma, que não distinguia o pecado de uma
vida equilibrada. Posso acentuar que o nosso analisado
dormia o sono da negligência.
 O que representa as sete tranças de Sansão?

225
A que se dizia ser sua amada, fez um trançado a moda
do pecado e segurou-lhe pelas tranças, e gritou mais uma vez,
anunciando a chegada dos filisteus. Mas o Senhor que é bom,
livrou-o mais uma vez. Nós não podemos aproveitar da
misericórdia de Deus, para que não venha males inesperados
como viera sobre Sansão. A brincadeira tornou-se mais séria,
aproximando-se do segredo de sua força, concedida por Deus.
O cabelo tecido de Sansão, fala de uma vida amarrada pelo
pecado. Veja:
- Desobediência;
- Apostasia;
- Desmazelo;
- Sacrilégio;
- Negligência;
- Irreverência
- Derrota.
14.3.4. A quarta imploração Jz 16.16-21
O inimigo jamais poderá descobrir o segredo da nossa
vitória. É mister que vigiemos par não termos um fim macabro
como foi o de Sansão Jz 16.17,18. Se ele estivesse de joelhos
em oração jamais seria derrotado. Mas foi destroçado, porque
estava sobre os joelhos de uma mulher sensual. Por três
vezes Sansão conseguiu iludi-la, evitando seus ardis sedutivos
226
e hipócritas, mas não fugiu a semelhança de José Gn 39.12.
Eventualmente, sendo pego fora de vigilância, explicou que ele
era nazireu e que seus cachos compridos eram o segredo de
sua potência energética Jz 16.17. Dalila importunou-lhe de tal
maneira que ele sentiu vontade até de morrer. É assim que o
Diabo quer fazer conosco, ele luta e trama laços e
tempestades para oprimir-nos e erradicar das nossas almas os
tesouros da eternidade.

AS DESSEMELHANÇAS ENTRE SANSÃO E JOSÉ

SANSÃO JOSÉ DO EGITO


Era desobediente aos pais Era submisso aos pais
Não apreciava a companhia dos pais Vivia com os pais
Orava esporadicamente Orava sempre
Não tinha sonhos e nem visões Era intérprete de sonhos
Brincava com o pecado Repudiava o pecado
Foi desaprovado no casamento Casou-se bem
Teve um triste fim Seu fim foi próspero
Era carnal Era espiritual
9. Era desajuizado Era conselheiro
10. Era imprudente Era prudente
a) O motivo do fracasso

227
“... Porque não sabia que já o Senhor se tinha retirado
dele” Jz 16.20. Quantos que cantam no coral, ou tocam na
banda e até mesmo são pregadores, e não sentem mais a
presença de Deus? Nobre leitor sentes ainda Cristo em tua
vida?
 Males que vieram em consequência da desobediência
Jz 16.21
- Quando um crente é derrotado, a primeira coisa que ele
perde é a visão espiritual 2 Co 4.4.
- Desceu à Gaza: isto fala do declínio na vida espiritual, moral
e social.
- Foi maniatado com duas cadeias de bronze. Escravidão
imposta devido o jugo do pecado e a tristeza espiritual, que
são as duas cadeias satânicas. Se tu estás desviado, deixe
agora que as cadeias caiam e sejas livre para servir? Jo 8.36.
- Andava moendo no cárcere, fazendo girar o moinho que era
a tarefa de um animal ou de um escravo. Cristo quando nos
salvou nos tirou do cárcere do pecado e do moinho da
incredulidade, e entregou em nossas mãos o arado do
evangelho da paz.
15. A FESTA SINISTRA JZ 16.23-31
O espetáculo promovido pelos filisteus tinha a finalidade
de zombar de Sansão e de afrontar o Deus de Israel. Não
228
suportando mais o escarnecimento, clamou ao Senhor e Ele o
ouviu Jz 16.28. A força retornou, mas que adianta ser forte e
sem visão? Que vergonha foi para aquele que ferira mil
homens e agora era guiado por um simples moço. O templo de
Dagom estava abarrotado com três mil expectadores,
cultuando-o, em ações de graças pela derrota de Sansão. O
inferno estava em festa pensando que Cristo estava derrotado,
mas de repente Ele apareceu como vencedor da morte e para
surpreender o folguedo de satanás Ap. 1.18.
16. SANSÃO ABRAÇA COM AS DUAS COULUNAS DO
TEMPLO DE DAGÔM E MORRE JZ 16.30
Sansão abraçou as duas colunas de madeira que
suportavam o telhado do pórtico em que os filisteus estavam
apostados para contemplar a cena. Ele puxou as duas colunas
para fora dos pedestais de pedra e o edifício veio abaixo.
Jesus Cristo, o Sansão das boas virtudes que lá na cruz do
Calvário abraçou as duas colunas que sustinham o império do
Diabo e o desmoronou: a morte e o inferno Ap 1.18.
a) A morte que matou Jz 16.30
Essa catástrofe dizimou inúmeros filisteus,
provavelmente contribuindo para a vitória dos israelitas na
batalha em Ebenézer, pouco depois 1 Sm 7. Um cálculo
aproximado indica que Sansão durante sua vida feriu mais de
229
1.100 pessoas Jz 14.19; 15.8,15, e na sua morte três mil. Com
a morte de Jesus, ele venceu mais inimigos do que em vida.
Através de sua morte provieram inumeráveis bênçãos:
salvação, cura, libertação, perdão e Santificação.
17. SANSÃO FOI DERROTADO PORQUE DEU OS
SEGUINTES PASSOS:
17.1. Perdeu o temor de Deus;
17.2. Buscou as más companhias de namoradas incrédulas;
17.3. Guardou pecados sem confessá-los;
17.4. Deixou-se ser levado por sentimentos pornográficos;
17.5. Esqueceu-se do voto de consagração;
17.6. Brincou com o poder do inimigo estando enfraquecido e
passou a ter quatro últimas amigas:
a) Cegueira
b) Prisão
c) Humilhação
d) Morte.
O segredo da decadência espiritual está no coração. É
indispensável reconhecê-la, confrontá-la e vencê-la, antes de
ser vencido Pv 14.14; 1 Co 9.27.

230
18. PORQUE O NOME DE SANSÃO APARECE NA
GALERIA DOS HERÓIS DA FÉ? HB 11.32
O que havia de verdadeiro em Sansão foi sua imensa fé
no Senhor numa época de dúvidas e de decadência espiritual,
e foi esta fé que honrou a Deus. Se Sansão tivesse nascido na
Grécia, seria um deus como Mercúrio ou outro qualquer. Os
israelitas, porém, não divinizavam os seus heróis. Que
sejamos fortes como Sansão na vida espiritual e que vigiemos
para não entrarmos no mesmo fracasso.

231
05

MENSAGEM
TEMA: A GRANDE VITÓRIA
TEXTO: 1 SM 17

INTRODUÇÃO
No mundo em que vivemos, todos procuram
incansavelmente obter vitória sobre os problemas de ordem
física, esportiva, moral, social e religiosa. Todos estão à
procura do triunfo, e ninguém pretende ser derrotado. A
grande vitória de que trataremos, se refere à conquista de
Davi contra Golias, que é o tipo da vitória do cristão sobre o
Diabo, o pecado e o mundo. Seria bom que aqueles que
reclamam quando estão submetidos às provações,
soubessem que não há vitórias sem conflitos, nem arco-íris
sem nuvens e temporais. O sucesso do cristianismo seria um
pouco mais atraente se os crentes vitoriosos parecessem mais
felizes. Se não há adversário, não há batalhas; se não há
batalhas, não há vitórias; se não há vitória, não há coroa. Nós
temos maior razão do que César para dizer: “Veni, vidi, vici”!
Eu vim, vi e venci! 1 Jo 2.13-14.

232
1. A BATALHA ENTRE OS ISRAELITAS E OS FILISTEUS

1.1. O Local Do Conflito

Os filisteus foram derrotados por Israel uns vintes anos


antes, numa campanha travada em Micmás. Agora novamente
os adversários de Israel provocam uma invasão e desafia o
seu Deus.
1.2. Socó

No hebraico Sôkoh significa “cerca de espinhos”. Fica


localizada na parte baixa de Judá Js 15.35; na extremidade do
vale do Carvalho, em posição de fácil defensiva.
Modernamente é a Shuweikeh, a 23 km a oeste de Belém. O
significado do nome sugere as tribulações que defrontamos. É
justamente, onde os espinhos estão a nos ferir, que sentimos
a divina consolação do Senhor.
1.3. Azeca

Ficava situada na planície de Sefelá, numa região


exuberante. O nome significa “campo cavado”. Foi fortificada
por Roboão 2 Cr 11.9, e uma das cidades reconstruídas
depois do exílio Ne 11.30. O local corresponde o atual Tell
Zakariyeh. O nome quer significar, que a vitória só é
alcançada depois de grandes esforços.

233
1.3. No Termo De Damim

Esse nome quer dizer “divisa de sangue” ou “o vale das


terras vermelho-escuras”, recebeu esse designativo por causa
das manchas avermelhadas do por ocasião da primavera que
imprime tanta beleza ao local. É chamado Pas-Damim, em 1
Cr 11.13. Fica a 8 km ao nordeste de Socó. Davi vencendo o
seu antagonista nas terras vermelhas, tipifica o cristão
vencendo Satanás pelo sangue de Jesus Ap 12.11.
1.4. Vale Do Carvalho

É também chamado de “Elá” e “Terebinto”. A região


recebeu o nome de uma certa árvore, que era abundante ali.
O vale é amplo com um monte de permeio que serviu para
separar os dois exércitos. A várzea mede 4 km de
comprimento por 2,5 de largura. O vale dá-nos um exemplo de
notável “humildade” 1 Pe 5.5. O carvalho exemplifica a força
do Senhor operando em nosso favor Jz 6.11; Am 2.9; 2 Cr
20.17.

2. AS PEÇAS DA ARMADURA DO GIGANTE GOLIAS 1SM


17.4-10

Golias, no hebraico “Golyat,” significa “Exílio”. Esse nome


é de origem edomita. Era um guerreiro afamado da vetusta

234
raça dos anaquins; um remanescente que se refugiou em
Gate, Gaza e Asdode, quando o comandante Josué os
extinguiu Js 22.21-22. Golias caracteriza o mundo atual que
está alienado de Deus, sem a sua graça e seu poder. Ele
retrata ainda mais, a autoconfiança, o orgulho, a pomposidade
e também a vaidade pessoal.
2.1. A Estatura De Golias 1 Sm 17.4

Se usarmos o côvado de 50 cm, e o palmo de 22,5 cm,


concluiremos metrológicamante que o afamado gigante tinha:
3, 22,5 m de altura. Em qualquer caso seria Golias o mais alto
de todos os homens cujo porte está registrado na história
universal. Douglas disse: “que tal fenômeno, apesar de ser
incomum, não é impossível, é confirmado pelo descobrimento,
na Palestina, de esqueletos humanos de estatura semelhante
e mais ou menos da mesma quadra”. O chinês Xi Shum de 55
anos, que mede 2,36 m nascido na Mongólia interior, província
no norte da China é mais baixo do que Golias 86,5 cm.
2.2. A Armadura

Golias, o guerreiro filistino, foi o combatente mais bem


equipado da época, por isso, foi condecorado com o título de
“campeão” 1 Sm 17.51.

235
2.2.1. O Capacete De Bronze

No hebraico “koba” era na forma duma carapuça com


alças que cobriam as orelhas e o pescoço. Originalmente era
fabricado de couro, mais tarde de bronze. O capacete de
bronze se restringia aos reis e aos líderes proeminentes.
Assim o rei Saul deu a Davi o seu próprio capacete de Bronze
1 Sm 17.38. Nas Escrituras, o capacete é o emblema da
“proteção”. O capacete de Golias tipifica a confiança e a
proteção depositadas nos recursos humanos. A cabeça do
cristão deve estar protegida com o capacete da Salvação,
porque todo corpo é governado por ela Is 59.17; Ef 6.17; 1 Ts
5.8.

2.2.2. A Couraça De Escamas 1 Sm 17.5

No hebraico shiryôn que quer dizer “o que brilha”.


Somente os líderes usavam couraças de bronze, enquanto os
soldados usavam as que eram fabricadas de couro e outros
materiais; era também a regra geral para a proteção ao corpo.
Golias era uma restrição, visto que era “campeão” do exército
filistino; portanto, possuía uma cota de malhas composta de
bronze, ela protegia o corpo até os joelhos. Os arqueólogos
descobriram em Nuzi, Mesopotâmia, uma couraça de bronze

236
datada de 1500 a.C. A couraça de Golias pesava cinco mil
siclos de bronze, ou seja, 90 kg.

a) Os soldados de Uzias usavam couraças 2 Cr 26.14;

b) Os jovens liderados por Neemias também usaram Ne 4.16.

2.2.3. Grevas de bronze 1 Sm 17.6

Eram feitas de chapas de bronze, protegiam as pernas,


dos joelhos ao solado dos pés. Com suas potentes caneleiras,
numa batalha, Golias podia quebrar facilmente as pernas de
seu adversário. Satanás está ornado com suas grevas, e, no
entanto, acha que é invencível; mas com o fogo do poder de
Deus que está sobre nós, elas não suportarão, porque serão
carbonizadas perante os campeões de Jeová Is 45.2-3. Não
temos que temer o aspecto repelente do inimigo, e, sim,
prosseguirmos no temor de Deus Tg 4.7. Se temermos ao
Senhor não teremos que temer a outrem. Na cruz do Calvário
o Senhor Jesus desbaratou as grevas do Diabo, originando
daí a nossa vitória!

2.2.4. O escudo de bronze 1 Sm 17.6

Golias, o grande campeão dos filisteus, não se ocupava


em defender-se a si mesmo; por isso, diz o texto: “que ele

237
trazia o escudo entre os ombros”. A cinco metros diante dele
ia o escudeiro 1 Sm 17.7. O escudo do gigante era conhecido
entre os guerreiros de sua época, por azagaia. O escudeiro
portava-se de um escudo chamado “paves”, que cobria o
corpo inteiro. Os paveses ornamentais de Salomão eram
fabricados de ouro puro 1 Rs 10.16-17. Podia ser feito de
madeira ou de vime trançado e às vezes de bronze 1 Rs
14.27. Os que eram de ouro puro podiam ser queimados Ez
39.9. O de couro era ungido com azeite para preservá-lo ou
para torná-lo mais reluzente Is 21.5. O escudo chamado “tira”
era tão grande que parecia uma porta. Esse era igualmente o
escudo para o qual às mães gregas apontavam e diziam a
seus filhos, que partiam para a guerra: “volta para casa e traz
esse escudo, ou volta nele”.
O escudeiro passava boa parte do dia, rebatendo as
lanças em pleno treino defensivo na terra de Gate, para
proteger o gigante nas batalhas afogueadas. Ele pode rebater
todas as flechas, menos a pedrinha de Davi, que foi atirada
com fé, e orientação divina. O escudo de satanás torna-se
impotente, quando dirigimos a ele a pedra da fé. Entre os
exércitos assírios e egípcios os escudeiros protegiam o
companheiro, nas refregas. Nas peças da armadura do cristão
pronunciadas por Paulo, a fé, é o grande escudo que o Senhor
238
proporcionou aos seus servos, para livrá-los dos embates
aversivos e constantes do Diabo Ef 6.16; I Jo 5.4.

a) Os escudos eram submetidos aos seguintes cuidados:

 Reunidos Jr 51.11;

 Descobertos Is 22.6;

 Consertados Jr 46.3;

 Ungidos 2 Sm 1.21; Is 21.5;

 Avermelhados Na 2.3

 Eram providos pelos reis de Israel 2 Cr 11.12;

 Era um prejuízo perdê-lo ou jogá-lo fora 2 Sm 1.21;

 Em tempos de paz, eram pendurados em torres Ez


27.10; Ct 4.4;

 Muito dos israelitas era habilidosos em manuseá-los 2 Cr


14.8; 25.5; 1 Cr 12.8, 24, 34.

2.2.5. A lança 1 Sm 17.7

A arte antiga demonstra que a lança era a arma


essencialmente ofensiva da infantaria. Uma pintura egípcia
(anep 12) mostra seu uso na caça. No hebraico a lança
239
chamava há nith destinava-se a servir de arma de ataque, de
dois modos: ou investindo contra o inimigo ou arremessando-a
de longe como se fosse um dardo.

a) A haste era como o órgão do tecelão

Tinha aproximadamente 2,10 m. A haste geralmente era


fabricada de madeira Setim.

b) A ponta da lança pesava “600 siclos de ferro”

Se a ponta não fosse metálica, era fabricada de ferro


como a de Golias que pesava 12 kg. Excluindo a lança, todas
as armas defensivas de Golias eram de bronze, enquanto que
as de ataque eram de ferro. Davi, não teve medo da lança de
seu adversário; na verdade era terrível, e suficiente para
estarrecer qualquer exímio guerreiro, porém ele confiava
naquele que era o seu escudo 2 Sm 22.31; Sl 7.10; 18.30;
59.11; 84.9,11. Não podemos ficar analisando o arsenal de
guerra que possui o nosso inimigo, e sim, confiarmos no
Senhor que provê a nossa vitória. Não importa quanto tempo
você está enfermo ou passando pelo vale da amargura, não
meças o mal, basta crer naquele que tudo pode Fp 4.13.

240
3. GOLIAS DESAFIA AS COMPANHIAS DE ISRAEL

Equipado com a armadura de bronze, e cheio de


prepotência, desce ao vale e pronuncia um desafio afrontivo
ao povo de Deus. O eminente filisteu estava acostumado
vencer célebres lutadores e esconjurar os deuses; ele não
sabia que entre o exército de Israel se encontrava um varão
de guerra, chamado Davi.

3.1. “... não sou eu filisteu?”

Naqueles dias ser chamado de filisteu era como se


dissesse hoje: sou europeu ou americano. Com estas palavras
mostrou-se sobremaneira embuido de muito orgulho e de
sobeja ignorância.

3.2. “... E Vós Servos De Saul?”

Calamitosamente, isto era pura verdade; tinham descido


da posição elevada de servos do Senhor para se tornarem
apenas servos de Saul. O profeta Samuel havia-os prevenido
de tudo isto e tinha-lhes dito que nada seriam porque haviam
perdido o contato com o Senhor Deus de Israel, como seu
Senhor e Rei. Quantos cristãos deixaram de ser servos do
Senhor para serem servos do dinheiro; da autoconfiança; da
prepotência; do poder mundano e da astúcia.
241
3.3. O Duelo Seria Individual E Não Coletivo 1Sm 17.8-10

Não houve lugar para uma guerra coletiva. Era um


encontro de homem a homem. Era um desafio perigoso e não
havia quem o enfrentasse. Quem é que iria encontrar-se com
uma montanha de carne revestida de bronze? Os israelitas
temeram o desafio individual proposto por Golias. A esperança
de todos era que surgisse uma guerra aberta e comum,
quando muitos se lançariam sobre o gigante e o matariam.
Lutas entre duas personagens representadas por dois
exércitos, para decidirem as questões, eram comuns nos
tempos antigos. Os grandes lutadores de Israel (Abner,
Jônatas e outros) não apareceram atemorizados por causa da
fama do antagonista. Cada cristão onde ele se encontrar será
o autêntico representante do reino de Deus. Como está o
cristianismo representado por você nobre leitor? Não devemos
temer o nosso inimigo, pela fama ou pelo alvoroço que ele
promove para atordoar-nos. O segredo da nossa vitória é:
“Sujeitai-vos, pois a Deus resisti ao Diabo, e ele fugirá de vós”
Tg 4.7.

4. A IDENTIDADE DE DAVI 1 SM 17.12-14

4.1. Pai

242
Jessé que significa “rico”

4.2. Mãe

O nome não é mencionado. Ela notabilizou-se pela sua


ternura e piedade Sl 86.16; 116.16.

4.3. Naturalidade

Belém da Judéia 1 Sm 17.12

4.4. Nacionalidade

Israelita

4.5. Profissão

Ovinocultor

4.6. Religião

Judaísmo

Davi teve sete irmãos e no registro genealógico da tribo


de Judá são citados os nomes 1 Sm 16.10-11; 1 Cr 2.13-15.
Há a omissão de um deles provavelmente por haver morrido
antes de ser elaborada a genealogia judaica; sendo assim,
Davi aparece como o sétimo filho Jessé.

1. Eliabe - Significa “Deus é pai”.


243
2. Abinadabe - Significa “pai de liberalidade”.

3. Siméia - Significa “afamado”.

4. Netanel - Significa “Deus tem dado”.

5. Radai - Significa “subjugado”.

6. Ozem - Significa “poderoso”.

5. O DESAFIO ESTARRECEDOR DO GIGANTE FILISTINO 1


SM 17.11,16, 24

O desafio de Golias provocou surpreendente inquietação


entre os israelitas. Quem é que iria encontrar-se com uma
montanha de carne revestida bronze? Durante o espaço de
quarenta dias, que é o tempo mais do que suficiente para
arrasar a moral de um exército. Golias apresentou-se oitenta
vezes com o propósito de amedrontar o exército israelita e
desdenhar o nome de Jeová. Onde estava Jonatas? Aquele
soldado herói, que havia agido com fé simples e energia,
porque não estava disposto agora a enfrentar o gigante frente
a frente? Faltava-lhe a fé sobrenatural que age acima das
impossibilidades humanas.

244
6. DAVI VAI AO CAMPO DE BATALHA 1SM 17.17-22

Davi não foi um homem desocupado, preocupou-se


sempre, com o rebanho que lhe fora confiado por Jessé seu
pai. O obreiro da seara do Mestre deve colocar também o
coração no rebanho espiritual que o Senhor lhe confiou Pv
27.23; 1 Pe 5.2. Davi apascentava as suas ovelhas justamente
no local onde Boaz encontrou-se com Rute sua bisavó, e
séculos mais tarde os pastores belemitas foram avisados do
nascimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, por
mensageiros celestiais Lc 2.13-20. O jovem efrateu foi
incumbido por Jessé seu pai de ir ao campo de batalha ver
como se passavam seus irmãos e levar-lhes algumas
encomendas, a saber:
6.1. “... Uma Efa De Grão Tostado...”.

Grãos de trigo tostado, era a comida do soldado, do


pastor, do viajante, enfim, de quem estivesse fora de casa por
um tempo mais delongado. Efa era uma medida para cereais,
sua capacidade equivalia a 39 litros. Nobre pregador, como
está o celeiro de sua alma? As almas estão famintas
clamando por uma mensagem que venha alimentá-las, dai-
lhes pão ao invés de grãos tostados (pipocas espirituais).
Muitos cultos de ensino em muitas igrejas não têm passado de
245
grãos tostados, doutrinas desprovidas de base bíblica e de
verdades teológicas. Há obreiro que não possui bagagem
bíblica e só faz contar historinhas. A razão de muitos templos
hodiernos estarem vazias e muitas reuniões oficiais não serem
frequentadas é por que o líder ao invés de levar uma
alimentação para as ovelhas, só leva palha seca. Observação:
nobres companheiros da milícia ministerial é bom ficarmos
advertidos que o povo sabe o que quer!
6.2. “... Dez Pães...”

Esse sim, além de alimentar, é o tipo da comida que dá


condição a subsistência. O pão é o emblema da alimentação
nutritiva. Davi levou dez pães que tipifica a alimentação
espiritual perfeita. Uma criança mal nutrida poderá crescer
raquítica e apresentar defeitos na estrutura orgânica; uma
igreja mal nutrida espiritualmente poderá causar enormes
defeitos em seu arcabouço doutrinário. Tem existido uma falta
de pregadores que preguem realmente a Palavra como ela é.
Os obreiros modernos não se preocupam mais com o jejum e
a oração e tampouco com uma leitura mais acurada da Bíblia.
A preocupação de muitos obreiros é adquirir status e viver
regaladamente.

246
6.3. “... Dez Queijos...”

Era fabricado na Palestina naquele tempo, mais com


leite de cabra do que com leite de vaca; tipifica a perfeita
mensagem para os novos integrantes do corpo de Cristo. Em
cada igreja deveria haver reuniões especiais para os novos
ingressantes ficarem inteirados das doutrinas fundamentais da
fé cristã. Um novo convertido deve ser bem discipulado.
7. AS SEIS CARACTERÍSTICAS QUE TORNARAM DAVI
NUM GRANDE VENCEDOR 1 SM 17.20, 22

7.4.1. Pronto: “de manhã cedo”.

7.4.2. Prevenido: “providenciou um guarda para o


rebanho”.

7.4.3. Corajoso: “e chegou ao lugar dos carros”.

7.4.4. Trabalhador: “e carregou-se e partiu”.

7.4.5. Obediente: “como Jessé lhe ordenara”.

7.4.6. Amoroso: “perguntou a seus irmãos se estavam bem.”


Davi foi ao campo de batalha rever seus irmãos e
com o intuito de regressar imediatamente para trazer
informações de seus irmãos ao velho pai Jessé. Seu pai
cobrou-lhe, dizendo: “... e tomarás o seu penhor” 1 Sm 17.18.
247
O penhor era uma amostra de algum objeto de uso pessoal
que constataria de que ele havia estado com seus irmãos.

8. PROMESSAS DE POLÍTICO 1 SM 17.25-27

A pior coisa para um homem que já desfrutou da


companhia e da proteção de Deus é viver distanciado de sua
graça protetora como no caso de Saul o monarca israelita.
Como nenhum soldado israelita estava querendo enfrentar o
gigante por que estavam amortecidos pelo medo proliferante,
Saul fez três promessas para reanimá-los. Prontificou-se a
pagar qualquer preço, já ia longe o tempo em que Saul
dependia do Senhor 1 Sm 11.7,13; agora colocava a sua
esperança no poder econômico e nas promessas terrenas.

8.1. Promessa De Enriquecimento

“... o rei enriquecerá de grandes riquezas...” Quem não


queria ficar rico de uma hora para outra.

8.2. Promessa De Casamento

“... e lhe dará a sua filha...”! Quem não queria ser genro
do rei Saul? Ser genro do rei corresponderia ser rico duas
vezes.

248
8.3. Promessa De Isenção De Impostos

“... e fará franca a casa de seu pai em Israel...”! Seria


por completo isento de impostos. Numa época de crise como
aquela, quem fosse isento de impostos teria um alívio sanador
na estrutura econômica. Jesus Cristo o rei da glória faz
promessas aos seus súditos não como fazem os políticos
modernos. Ele promete porque tem todas as condições
necessárias para cumprir Jo 14.13. As promessas contidas
nas sete cartas às igrejas da Ásia são dedicadas apenas para
o vencedor, veja:

8.3.1. Para o vencedor em Éfeso

“... dar-lhe-ei a comer da árvore da vida...” Ap 2.7;

8.3.2. Para o vencedor em Esmirna

“... não receberá o dano da segunda morte” Ap 2.11;

8.3.3. Para o vencedor em Pérgamo.

“... darei eu a comer do maná escondido... dar-lhe-ei a


estrela da manhã” Ap 2.26,28;

8.3.4. Para o vencedor em Tiatira

249
““... eu lhe darei poder sobre as nações... e dar-lhe-ei a
estrela da manhã Ap 2.26,28.

8.3.5. Para o vencedor em Sardes

““... Será vestido de vestes brancas, e de maneira


nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; e confessarei o
seu nome diante dos seus anjos Ap 3.5;

8.3.6. Para o vencedor em Filadélfia

“... eu o farei coluna no templo do meu Deus, e dele


nunca sairá; e escreverei sobre ele o nome do meu Deus, e o
nome da cidade do meu Deus, e também o meu novo nome”
Ap 3.12;

8.3.7. Para o vencedor em Laodicéia

“... lhe concederei que se assente comigo no meu trono”


Ap 3.21.

9. DAVI É INCOMPREENDIDO POR SEU IRMÃO MAIS


VELHO 1 SM 17.28-31

Eliabe cujo nome significa “Deus é pai”, era o irmão


primogênito de Davi, tinha uma natureza repelente, e uma
inveja inexplicável. Tudo, pois indica que Eliabe não

250
reconhecia que Samuel havia ungido Davi para substituir o
monarca Saul. Quantas pessoas que estão conosco e que
desmerecem o trabalho dos demais; que o Senhor nos livre
desta atitude abusiva!
9.1. Eliabe

“... por que desceste aqui?” v. 28. Ele não reconhecia


que a presença de Davi entre o exército era um plano de Deus
para desbaratar o incircunciso filisteu. Como Eliabe seria
ungido rei de Israel sendo que não era possuidor de
discernimento dos propósitos de Deus? O cristão deve estar
apto para discernir, quando o Senhor está agindo, e quando
ele está deixando de agir.
9.2. “... E Desviou-Se Dele...” V. 30.

Saindo Davi da presença desanimadora e provocante de


Eliabe, pode mostrar com isso, a sua capacidade de dominar-
se, que realmente foi a maior vitória do que aquela sobre
Golias. A grande virtude dum cristão, não é somente falar, e
sim, calar-se quando necessário Pv 11.12; 17.28; Ec 3.7.
Quantos males poderiam ser evitados, se tivessemos mais um
pouco de domínio próprio Tt 1.8.

251
10. DAVI ENCORAJA O REI SAUL E SE DISPÕE A
PELEJAR CONTRA O GIGANTE FILISTEU 1 SM 17.32-33

“E Davi disse a Saul: Não desfaleça o coração de


ninguém por causa dele; teu servo irá, e pelejará contra este
filisteu.” Fé preciosa! Não há dificuldade que a detenha. Nada
pode impedir o seu caminho. O que era o filisteu para Davi?
Nada! A sua imensa estatura, a sua armadura formidável,
eram apenas circunstâncias; e a fé nunca olha para as
circunstâncias, mas espelha em Deus. C.H.Mackintosh

10.1. Palavras De Um Homem De Poder

“... teu servo irá...” v.32.

10.2. Palavras De Um Homem Debilitado

“... contra este filisteu não poderás ir pelejar com ele...


pois tu ainda és moço...” v. 33. O Senhor não está preocupado
com a idade do homem para Ele usá-lo, e, sim com a
humildade e a disposição do indivíduo. Davi soube comportar-
se como servo fiel nas duas etapas da vida Sl 37.25. Saul não
acreditava na vitória de Davi só porque ele era moço, mas, o
segredo estava em sua afinidade com o Senhor: “... o Senhor
é com ele” 1 Sm 16.18. O que nós não podemos é

252
confundirmos idade com idoneidade. Alguém pode ser idoso e
não idôneo e alguém pode ser idôneo, porém não idoso.

11. DAVI RELEMBRA AS VITÓRIAS PASSADAS 1 SM


17.34-37

Davi era um jovem agradecido, e não se esquecia dos


benefícios do Senhor Sl 103.1-3. “Aprendemos com Davi a
darmos graças em tudo”. Cada sulco do livro dos salmos está
repleto de sementes de agradecimento. O Senhor agrada do
crente retributivo, porque a gratidão é a mais bela flor que
brota no jardim da alma. A mesma mão que havia libertado de
uma grande dificuldade livrá-lo-ia da outra. Davi tinha sentido
a apoteose da presença de Deus no campo dos pastores
antes de se apresentar em público como servo de Deus.

11.1. Os Dois Tipos De Linguagens

1.1.1. A linguagem da fé

“... O Senhor me livrou da mão do leão, e da do urso; ele me


livrará da mão deste filisteu...” 1 Sm 17.37.

11.1.2. A linguagem formal

“... vai-te embora, e o Senhor seja contigo” 1 Sm 17.38.

253
Se Saul realmente confiasse na proteção divina, não teria
oferecido sua armadura a Davi.
11.2. A Tipologia Dos Três Inimigos De Davi

11.2.1. O leão

Sabemos que a região do vale central da Palestina, onde


se situa o rio Jordão, era infestada de leões. Daví vencendo o
leão tipifica a vitória do crente sobre satanás 1 Pe 5.8; 1 Jo
2.13.

11.2.2. O urso

Geograficamente sabemos que os ursos desciam do


Líbano. O urso sírio era considerado mais feroz que o leão.
Davi vencendo também o urso tipifica o cristão vencendo as
paixões carnais 1 Pe 2.11.

11.2.3. O Golias

Não era menos atemorizado pelo povo que os dois


inimigos mencionados anteriormente. Davi não temia nenhum
e nem outro, porque a sua vitória vinha do Senhor. Davi
vencendo o Golias tipifica o crente vencendo o mundanismo 1
Jo 2.15-17. Podemos sumarizar que a fé nos acontecimentos

254
do passado desperta a coragem do crente para confiar no
poder de Deus a fim de resolver as crises do presente.
12. DAVI REJEITA A ARMADURA SAULÍNICA

Saul confiava em suas próprias armas.


2.1. As Armas Do Bom Combatente 1 Sm 17.40; 2 Co 10.4

As armas de Davi eram tão singelas, que ao olhar


comum, ele estava desprovido de segurança. As armas dos
crentes são espirituais.

12.1.1 “... cajado na mão...”.

Era uma vara comprida com a ponta curva; servia para


facilitar a caminhada e aproximar os cordeiros do pastor. O
cajado é o emblema da consolação Sl 23.4; 2 Co 2.17.

12.1.2. “... cinco seixos do ribeiro...”.

Eram pedras lisas, porque as águas se moviam e


alisavam-se umas nas outras, isto fala da nossa união Sl
133.1.

a) Eram brancas

Fala da nossa santificação Hb 12.14.

255
b) Eram cinco

Elas tipificam as cinco pedras do alforge espiritual que


são:
 Fé 2 Co 1.24;
 Coragem At 20.23-24;
 Jejum Mc 17.21;
 Oração Lm 3.29;

 Prudência Pv 9.10.

 c) Alforge

Sacola destinada a carregar provisões e objetos


necessários para viagem Mt 10.10. Era feito do couro de
cabrito. Tipifica o coração alegre do cristão que só carrega
coisas agradáveis Pv 15.13; Sl 108.1; Sl 45.1.

d) Funda

O uso da funda como arma é antiquíssimo, e não houve


mudança na sua técnica desde os tempos primitivos até os
tempos dos romanos. Consistia de um bolso vazio de couro ou
de outro material, preso a dois cordões de cerca de 30 a 45
cm de comprimento. O projétil era girado em volta e solto por
um dos cordões. Há registros bíblicos de fundibulários como

256
os benjamitas Jz 20.16. Os fundibulários integravam a
composição militar regular 2 Rs 3.25; 1 Cr 12.2; 2 Cr 26.14). O
fundibulário ambidestro era apreciado Jz 20.16. As pedras
geralmente eram redondas medindo de 5 a 8 cm de diâmetro.
A habilidade do fundibulário representa o manejo perfeito do
cristão com a Palavra viva do nosso Deus 2 Tm 2.15.

13. O TRIUNFO DE DAVI SOBRE GOLIAS 1 SM 17.48-51


A luta entre Davi e Golias foi um tanto curiosa, por que
tanto as armas como as crenças eram diferenciadas.

Davi Golias
Foi em nome do Senhor Foi em nome de Dagom,
Baalzebube e de Astarote
Era pequeno Era gigante
Era humilde Era exaltado e afrontador
Estava sem armas Estava bem armado
Foi vitorioso Foi derrotado

Davi era pequeno, mas, a sua fé era maior que o


gigante Golias. Se no fragor das lutas olharmos para as
nossas armas fraquejaremos; devemos fitar os olhos da fé no
Senhor o guerreiro valente Rm 8.37; 8.31; 2 Rs 6.16. Davi

257
revelou sua capacidade de guerra mantendo-se numa
distância distancia considerável.

13.1. A Vitória Do Povo De Israel Dependia Da:

13.1.1. Fé de Davi;

13.1.2. Rapidez e do acerto da pedra na testa do gigante;

13.1.3. Coragem de subir sobre o filisteu para cumprir o que


está registrado em Dt 28.13: “E o Senhor te porá por cabeça,
e não por cauda...”. Davi compreendia que com sua funda, e
com a bênção de Deus, era muito mais poderoso que o
orgulhoso Golias com sua espada, sua lança e seu escudo.
Precisamos cada dia desfrutarmos da gloriosa presença do
Senhor, porque a vida é uma luta em busca de vitória cada
vez maior. Amém!

258
06

MENSAGEM
TEMA: A ÚLTIMA SEMANA DE CRISTO
TEXTO: Mt 26 - 28

INTRODUÇÃO

O assunto que será tratado é por demais relevante, por se


relacionar com o sofrimento de Cristo. A nossa salvação é fruto
das dores pertinentes que foram infligidas sobre o divino
crucificado. Em suma, podemos acentuar que toda a dádiva
advinda sobre os cristãos tem as suas precedências nas dores
do Calvário. Convém que todos os que amam a redenção
fizessem um meticuloso estudo sobre o assunto que doravante
será convencionado. Confesso-lhes, que os milhares de temas
que tenho arquivado, este é o mais fascinante; é de extrair
lágrimas de qualquer coração que ama o plano redentor.

259
1. REUNIÃO DE CARÁTER PERSECUTIVO
Ao concluir o sermão escatológico no cimo do monte
das Oliveiras, Jesus voltou sua atenção para o passo decisivo;
sua crucificação. Os fanáticos contemporâneos de Cristo não
puderam fazer-lhe mal antes de findar o seu ministério público;
assim, os seus seguidores serão imortais até concluírem os
projetos divinos Mt 26.1-5; Mc 14.1-2; Lc 22.1-2.
1.1. O Local Da Reunião Mt 26.3
Foi numa das salas do palácio de Caifás, que reuniu o
concílio e a cúpula judaica, para traçar os planos ignominiosos
e prender a Jesus Cristo.
1.2. Os Participantes Da Reunião
Quando Daniel foi injuriado pelos políticos de sua época,
eles não puderam acusá-lo de culpa ou vício nenhum Dn 6.4.
Com fraude e com desculpas esfarrapadas lançaram sobre o
Filho do Homem absurdas acusações para maniatá-lo e até
mesmo crucificá-lo: “... com dolo...” Mt 26.4.. Daniel foi um tipo
de Cristo em sua perseguição. Os participantes da reunião
foram:
1.3. Os príncipes dos sacerdotes
Eram autoridades da religião judaica, descendentes da
tribo de Levi. Quando o Messias aparecesse eles seriam

260
encarregados de apresentá-lo ao público; eram eles, no dizer
de Cristo, os ocupantes da cadeira mosaica Mt 23.
1.4. Os Escribas
Eram os estenógrafos da época. Estavam ali com a
missão de criticar o salvador da humanidade. Eram também
hermeneutas da lei mosaica e de todo o Velho Testamento.
Essa classe apareceu e desenvolveu por ocasião do exílio na
Babilônia.
1.5. Anciãos Do Povo
Era um corpo de conselheiros em certas
circunstâncias para orientar o rei. Velavam pelo bem estar do
povo, e eram interrogados pelos membros do sinédrio.
1.6. O Sumo Sacerdote Caifás
Era o supremo pontífice representante da nação
judaica. O nome significa “depressão,” foi nomeado para
exercer tal função por Valério Gratus, no ano de 18 a.C., e
deposto do cargo no ano 36 d.C, por Vitélio, governador sírio.
Seu nome completo era José Caifás.
2. O BANQUETE EM BETÂNIA
Ao encerrar o sermão escatológico, Jesus Cristo
demandou-se com seus discípulos para a aldeia de Betânia
que estava a 3 km ao leste de Jerusalém Mt 26.6-13; Mc 14.3-
9; Jo 12.1.
261
2.1. O Motivo Do Banquete
O convite brotou de um coração agradecido e dócil de
Simão o ex-leproso, por reconhecer os benefícios curadores
de Cristo. Todos quantos foram alcançados pelas bênçãos de
Jesus deveriam oferecer um banquete de agradecimento.
Simão é o tipo dos pecadores agradecidos.
2.2. A Protagonista Da Ação Benéfica
Maria, como sempre, ficava aos pés de Cristo, para
prestar-lhe homenagens. Foi uma discípula de mente e
coração abertos, conhecendo profundamente a missão
sacrificial de Cristo, e, no entanto, foi à casa de Simão e
procedeu com a unção especial. Maria antecipou a ação
porque as mulheres que mais tarde foram ungir o Rabone
encontraram somente a sepultura vazia.
2.3. O Vaso De Alabastro
O vaso de alabastro era fabricado de alabastro, um
carbonato ou sulfato de cálcio, branco ou amarelado. Recebeu
esse nome devido ser encontrado numa antiga aldeia egípcia
cujo nome era Alabastrum.
2.3.1. O formato
Possuía a forma de um cubo, com a altura
aproximadamente de 20 cm. A tampa era fechada e no alto

262
tinha a forma de um botão de rosa; para usar o conteúdo,
deveria quebrá-la Mc 14.3.
2.3.2. O unguento de nardo puro
Não possuía composição, era puríssimo, extraia-se o
óleo das raízes de uma planta nativa da Índia, cujo nome
científico é: “Nardostachys Jatamansi”.
2.3.3. O peso de... um arratel...” Jo 12.3
O valor equivale a 350 gramas Mc 14.5. O trabalhador,
naquele tempo, era assalariado por um denário por dia. O
perfume equivalia a 300 dias de serviço, isto é, quase um ano
(o ano judaico era de 360 dias). Devido ao grande valor do
bálsamo, Judas foi impulsionado pela avareza e exclamou:
““... porque este desperdício! Mt 26.7.
2.3.4. O aroma
Era de um cheiro extremamente agradável. Segundo os
perfumistas orientais, o unguento era sentido a distância, por
isso, o apóstolo São João disse: “... e encheu-se a casa do
cheiro do unguento” Jo 12.3.
2.3.5. Lições extraídas da unção
a) O unguento era caríssimo, mas Maria derramou-o todo em
Jesus; esse ato nos ensina que devemos servir o divino
Mestre com toda a nossa força.

263
b) O unguento correspondia o salário de um trabalhador
durante um ano; temos que dar a Deus o de mais precioso,
ainda que custe a nossa vida.
c) Cristo foi ungido por completo; isto representa um ato de
dignidade real, Cristo é rei.
3. O PREÇO DA TRAIÇÃO
Enquanto Judas mostrou-se avarento vendendo a Cristo
por uma quantia insignificante, houve uma serva fiel que
quebrou o vaso de alabastro para mostrar ao nosso Senhor
que existem aqueles que o amam profundamente Mt 26.14-16;
Mc 14.10-11; Lc 22.3,4.
3.1. O Traidor
Judas Iscariotes. O nome significa “Judá, homem de
Queriote”, era natural de Queriote, cidade que ficava
localizada a 20 Km ao sul de Hebrom.
3.2. O Preço
Pelo valor das moedas que Judas recebeu para apontar
e trair a Cristo, ele mostrou-se ter um caráter muito
mesquinho.
3.2.1. José foi o tipo de Jesus, sendo vendido Gn 37.2;
3.2.2. Zacarias profetizou o valor da traição Zc 11.12;
3.2.3. Era o valor exato de um escravo na lei mosaica Ex
21.37.
264
As trinta moedas de prata, shekels, ou didracmas, que
valiam 120 denários, isto é, a quantia que Judas recebeu para
trair o Mestre, correspondia ao salário de 120 dias de um
trabalhador palestino da época.
3.3. AS CARACTERÍSTICAS DE JUDAS
3.3.1. Avarento Mt 26.14,15;
3.3.2. Hipócrita o Mc 12.5-6;
3.3.3. Traidor Mc 14.10;
3.3.4. Ladrão Jo 12.6;
3.3.5. Endemoninhado Lc 22.3;
3.3.6. Era o único que não era galileu Js 15.25; Am 2.2;
3.3.7. Suicida Mt 27.5;
3.2.8. Sempre foi o último da lista dos nomes dos apóstolos Mt
10.4; Lc 6.16. Foi identificado pelo adjetivo “traidor”;
3.3.9. Sentiu profundo remorso Mt 27.3-4.
4. A ÚLTIMA PÁSCOA
Jesus, como era um cidadão judeu, procurou cumprir
com os deveres festivos instituídos pela história hebraica Mt
26.17-30; Mc 14.12-26; Lc 22.7-23; 1 Co 11.23-29. Ao
encerrar o banquete e a unção na casa de Simão em Betânia,
Jesus e os discípulos seguiram para Jerusalém, passando por
Betfagé e logo alcançou o cimo do monte das Oliveiras e
atravessou o vale do Cedrom, provavelmente entrou na cidade
265
pela porta da água, e desceu ao sul do Tiropeom, passando
ao norte do tanque de Siloé e foi para o sudoeste onde estava
o cenáculo ornamentado, para a celebração da Páscoa. O
local onde participaram da ceia foi o mesmo onde mais tarde
receberam o batismo com o Espírito Santo At 2.1.
4.1. A Festa Dos Pães Asmos Mt 26.17
Por ocasião da festa da Páscoa, era celebrado sete dias
de pães asmos, comemorando assim a urgente saída do
Egito, quando não se podia preparar pães para a viagem, e os
filhos de Israel tomaram consigo a massa antes que levedasse
Ex 12.34. A festa durava cerca de sete dias (14 até 21 abril)
Ex 12.18. Quando todo o fermento era retirado das casas. Se
não fosse queimado, seria destruído de outra forma.
4.1.1. Os preparativos da páscoa e o seu simbolismo
a) O cordeiro pascoal
Simbolizava a proteção contra o anjo da morte no Egito.
b) Os pães sem levedura
Falavam da saída urgente da terra egípcia.
c) A água salgada
Lembrava-lhes as lágrimas e as águas do mar Vermelho.
d) As ervas amargosas
Lembravam-lhes as dores torturantes de um cativeiro
sem compaixão.
266
e) A sopa de frutas
Recordava-lhes a obrigação de fazer tijolos.
f) Os quatro copos de vinho
Recordavam-lhes as quatro promessas de Ex 6.6-7.
g) O cenáculo mobiliado Lc 22.12
Em quase todas as casas palestínicas da época, havia
uma sala reservada para fins festivos. Segundo os estudiosos,
o cenáculo onde Cristo participou da última páscoa, era
propriedade do pai de João Marcos. Os objetos que
ornamentavam um cenáculo eram os seguintes:
 Um divã (mesa pequena de 30 cm de altura);
 Alguns travesseiros para recosto;
 O piso era carpetado com pele de cabras;
 Os talheres sobre o divã;
 Um candelabro aceso com sete hastes.

5. AS TRÊS PRINCIPAIS TEORIAS SOBRE A SANTA CEIA


5.1. Transubstanciação
O nome significa “transformação da substância”. Essa
doutrina foi creditada e posta em prática pelos católicos, no
quarto concílio de Latrão, na cidade de Roma em 1215 d.C. O
primeiro defensor dessa tese foi Pascásio Radberto,

267
divulgando-a com o seguinte tema: “De Corpore et Sanguine
Domini”.
5.2. Consubstanciação
Foi a princípio defendida por Wyclif no ano de 1739. Ele
Dizia: “Pão e vinho continuam sendo pão e vinho, mas logo
terem sido abençoados recebem virtude”.
5.3. Memorial
A do memorial. Essa é a que nós os pentecostais
defendemos e, acima de tudo, cremos e pomos em prática.
Baseamos na afirmação de Jesus por ocasião da páscoa,
quando disse: “Fazei isto em memória de mim” Lc 22.19.
6. O HINO CANTADO POR JESUS E O SEU COLÉGIO
APOSTÓLICO
Segundo os hinólogos cristãos, eles cantaram a segunda
parte do Hallel, que vai do Salmo 115 até o 118. O que mais
me chama a atenção foi Cristo cantar, sabendo das dores que
lhe atravessariam dentro de pouco tempo. Cantar quando tudo
vai muito bem é fácil, cantar face aos problemas, não!
7. A AGONIA E A PRISÃO DE CRISTO NO GETSÊMANI
Logo ao encerrar o banquete pascoal e a santa ceia,
Jesus e os discípulos cantaram o hino Sl 115-118 e partiram
para a o Getsêmani. O Senhor Jesus havia advertido a Pedro

268
que ele o negaria incontestadamente Mt 26.36-56; Mc 14.32-
52; Lc 22.39-53; Jo 18.1-1.

Monte Das Oliveiras

7.1. O Local Da Agonia Mt 26.36


Getsêmani no aramaico é: “Gath Shemen” que significa
“um lugar de azeite”. Foi assim chamado, porque lá se
encontravam as pessoas para esmagar as azeitonas.
Geograficamente, fica situado na encosta ocidental no monte
das Oliveiras distando apenas 1,5 km do muro oriental de
Jerusalém. O jardim possui uma forma quadrada, isto é,
protegido por um muro erguido pelos latinos. Existe dentro
dele oito velhas oliveiras do tempo da ocupação de Jerusalém
pelos árabes no século dezessete antes de Cristo. O horto
moderno fica ao oeste da basílica da agonia. Como ali foi um
lugar de esmagar azeitonas para extrair o óleo que era de
suma importância na manutenção diária do povo judeu; assim
Jesus Cristo foi esmagado na prensa do pecado de todos nós,

269
e extraiu para a nossa felicidade o azeite pacífico da
redenção. O Éden foi o local onde o primeiro Adão cedeu à
tentação, e o Getsêmani foi o lugar onde o segundo Adão
prevaleceu sobre a tentação.

Jardim do Getsêmani

7.2. A Oração Feita Por Jesus Lc 22.44


O Senhor deixou os oito discípulos numa determinada
localidade do monte das Oliveiras, e convocou para sair
consigo Pedro, Tiago e João. Esses poderiam sentir com ele o
drama do que ia ocorrer dentro de um espaço de pequeno
tempo. O momento da agonia intensa se aproximava e Jesus
resolveu deixar os três ali e prosseguiu trinta e dois metros
adiante (um tiro de pedra), e o Mestre amado orou até receber
a redenção da humanidade.
7.3. O Símbolo Do Cálice Mt 26.39
Na literatura sagrada, o cálice é usado para simbolizar
angústia, tristeza, terror ou uma provação especial. Era
270
costume na Grécia antiga, matar os criminosos dando-lhes a
beber um cálice de veneno. Entre os sentenciados um saía
livre passando dele o cálice.
7.4. O Trio Adormecido Mt 26.40-43
O que levou o trio Pedro, Tiago e João a dormir foi a
profunda tristeza que sentiam no jardim. Sabemos que a carne
e o sangue não suportam muita tristeza nem muita alegria. Ali
onde estavam, não era local de dormir, e principalmente numa
hora angustiante como aquela. Que o Senhor venha nos
despertar nas horas angustiosas da vida. O melhor remédio
para quem dorme, quando vai orar de joelhos é postar-se em
pé Lc 22.46.
7.5. As Armas Usadas Pela Turba
Aquela turba foi comandada por Judas, que já conhecia o
lugar onde encontraria Jesus. Adentraram ao jardim, munidos
de armas como se fossem a procura de um inescrupuloso Mt
26.47; Mc 14.43; Lc 22.52; Jo 18.31. O comportamento e a
humildade de Cristo desmoronaram aqueles carrascos
desalmados. Eles foram equipados de:
7.5.1. Espadas
Eram fabricadas de folhas de metais. Por ocasião do
domínio romano na Palestina, os judeus assassinos

271
chamados de sicarii portavam debaixo da capa uma espada
curta e um pouco curva.
7.5.2. Varapaus
Eram compridos com a ponta recurvada, com
aproximadamente 1,80 m, parecendo um cajado.
7.5.3. Lanternas
Eram também chamadas de archotes, e eram feitas de
madeira de cedro e ocas na parte superior onde ficava o
azeite a ser queimado. Era lua cheia, mas algumas
localidades do jardim ficavam escuras e pensavam que Jesus
podia se retirar.
7.6. O Beijo Traidor Mt 26.49
““... e beijou-o, “no grego é “katephilesen”, indicando que
Judas realizou uma forte demonstração de afeição ao beijar a
Jesus”. É assim que acontece com aqueles que falam e se
levantam contra nós; na frente, abraçam-nos e até choram
conosco, mas ao ausentarem-se, ferem-nos, com palavras
desprovidas de misericórdia. Que o Senhor nos livre dessa
máscara diabólica!
7.7. Pedro Corta A Orelha De Malco Jo 18.10
Os discípulos tinham sido advertidos por Jesus quanto a
orar e vigiar, para não entrarem em tentação. Pedro não
vigiou, e quando lançaram mão para prender Jesus, ele
272
desembainhou a espada e cortou a orelha direita do servo do
sumo sacerdote cujo nome era Malco que significa “rei”. Cristo
curou a orelha do servo para mostrar a veracidade do seu
ensino quando proferido no monte Mt 5.41-44.
7.8. Doze Legiões De Anjos Mt 26.53
Em relação àquela multidão que veio prender Jesus, os
inimigos achavam que o Mestre estava desprovido de
segurança porque contava com apenas onze homens. Eles
esqueceram que Cristo é o Comandante do exército celeste e
que tinha naquele momento ao seu dispor mais de doze
legiões de anjos. Segundo a organização militar dos romanos,
uma legião era formada de 6.000 soldados. Se fizermos um
cálculo com doze legiões, ficará assim: 6000 x 12=72.000.
Cristo estava querendo dizer, se Ele quisesse contaria
naquele momento com 72.000 anjos. Um anjo foi o suficiente
para matar em uma só noite 185.000 soldados 2 Rs 19.35.
Para termos uma idéia do poder ofensivo do exército que o
general Jesus Cristo tinha ao seu dispor, calcularemos assim:
185.000 x 72.000 = 13.320.000, o total que morreria com a
ação dos anjos naquele instante. Aparentemente o Divino
Mestre estava sendo derrotado, mas foi dessa forma que Ele
conquistou a nossa vitória.

273
7.9. Cristo Perante o Sinédrio
Ao ser apanhado pela multidão no Getsêmani, Jesus
foi conduzido primeiramente a Anás, sumo-sacerdote de
honra, que era sogro de Caifás Mt 26.57-69; Mc 14.53-65; Lc
22.63-71; Jo 18.12-27.
7.9.1. Anás
Foi nomeado sumo-sacerdote no ano 6 d.C., por Quirino,
governador sírio, e deposto no ano 16 d.C., por Valérius
Gratus, procurador da Judéia. Mesmo não sendo considerado
pelos romanos, Anás era honrado pelos judeus por ser
considerado vitalício o cargo de sumo-sacerdote.
7.9.2. Cristo Na Casa De Caifás Mt 26.57
A casa tradicional de Caifás o sumo-sacerdote, situava-
se ao sul da porta de Sião imediatamente do lado de fora dos
atuais muros, bem próxima da esquina sudoeste da antiga
cidade. Tanto a casa de Anás como a de Caifás não ficavam
distantes do palácio.
7.9.3. O Local Do Julgamento
a) O sinédrio
Era a corte suprema de justiça dos judeus. Segundo
Flávio Josefo: “O sinédrio surgiu por volta do ano 57 d.C.,
quando Gabino, o governador na Síria dividiu a Palestina em
cinco distintas regiões Galileia, Samaria, Judéia, Decápolis,
274
Peréia”. Antes do Império Romano dominar a Palestina, o
sinédrio tinha o direito de condenar à morte, bem como
executar o condenado. Segundo Robertson: “O sinédrio era
constituído de setenta membros, fariseus e saduceus”.
b) Jesus é julgado
Os acusadores foram acusar Jesus, eles que foram
acusados. Ao julgar uma pessoa cheia de defeitos conhecida
pela opinião pública é fácil; mas, julgar alguém que nunca
pecou, é por demais impossível. Não eram “juízes” como
pretendiam ser, “mas promotores” da injustiça.
c) O julgamento foi ilegal
Os membros do sinédrio não podiam se reunir no período
noturno, somente depois do nascer do sol. O julgamento de
Jesus foi ilegal porque ocorreu à noite Mc 14.53-65; Mt 26.57.
 As falsas testemunhas Mt 26.60
Jesus foi condenado à morte por causa da inveja que
estava engendrada nos corações dos seus compatriotas.
Daniel foi lançado na cova dos leões injustamente Dn 6.4,
assim como Jesus foi sentenciado sem nada dever aos
romanos e aos judeus. Todas as acusações apresentadas
pelas falsas testemunhas não passaram de castelos de
cinzas.
 A posição de Jesus perante o tribunal Mt 26.62-68
275
Quando Jesus esteve atuando no ministério da Palavra;
Ele fez emudecer os seus interlocutores. Agora, perante o
tribunal ficou calado como exemplo para nós.
 Os Dois Tribunais
- Religioso
O julgamento foi baseado na seguinte pergunta: “És tu o
Cristo, filho de Deus Bendito?”
- Romano
O julgamento foi baseado sobre a pergunta: “Tu és o rei
dos judeus?”.
8. PEDRO NEGA A JESUS
Eu acho que o pior momento no quadro biográfico de
Pedro, foi quando ele forçosamente agiu contra a sua própria
consciência, negando que não conhecia aquele a quem não
se apartava até para dormir. Proferiu as seguintes palavras:
“... não o conheço, nem sei o que dizes...” Mc 14.68. O que lhe
proporcionou o alívio dessa culpa foi o choro, e acabou
perdoado pelo Senhor Jesus Cristo Mt 26.69-75; Mc 14.66-72;
Lc 22.54-62; Jo 18.15-18.
8.1. Os Sete Passos Que Levaram Pedro A Cair Nessa
Tragédia
8.1.1. A autoconfiança Mc 14.29;
8.1.2. O orgulho Mc 14.31;
276
8.1.3. O descuido Mc 14.37;
8.1.4. A vergonha Mc 14.54;
8.1.5. Procurou a roda dos escarnecedores Mc 14.54;
8.1.6. Negou a Cristo Mc 14.67-68.
8.1.7. Caiu em descomedido pecado Mc 14.71.
Hoje o galo que desperta a atenção daqueles que negam
a Cristo, é a consciência, que é o tribunal secreto do homem.
Que Deus nos conceda graça, para que nunca venhamos
negar a Cristo em hipótese alguma. Lembremo-nos de
Policarpo que preferiu enfrentar o fogo a negar o bendito
nome de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
9. JESUS PERANTE PILATOS E HERODES
Cristo compareceu perante o tribunal romano, que tinha
como presidente o conhecido Pilatos Mt 27.11-31; Mc 15.1-20;
Lc 23.1-25; Jo 18.28-40; 19.1-16. Nunca houve um juiz que
ficasse tão apoquentado como Pilatos naquela hora de
indecisão. Se condenasse Jesus, trairia a sua própria
consciência; porque pouco antes havia dito: “... não acho
culpa alguma neste homem” se o soltassem os judeus iriam
denunciá-lo ao imperador romano, dizendo-lhe: “Pilatos traiu a
Lex romana, apontando outro rei no lugar de César”. Para não
denegrir a sua popularidade, Pilatos mandou açoitar o
inocente que a pouco havia constatado a sua inocência.
277
9.1. Pilatos
O nome no latim significa: “armado com dardo”. Foi
nomeado por Tibério como o quinto procurador da Judéia, no
grego epitropos; depois da deposição de Arquelau, pelo
espaço de dez anos 26-36 d.C. Pilatos nomeava os sumos
sacerdotes, controlava o templo, seu fundo monetário e as
peças do vestuário do sumo sacerdote estavam em seu poder
e eram entregues por ocasião das festividades religiosas. Foi
deposto do cargo por Vitélio, o procônsul da Síria no ano 36
d.C., e levado para Roma a fim de prestar relatório de seus
atos perante o imperador. Quando estava em viagem para
Roma, Tibério faleceu, mas Calígula, o seu sucessor, exilou
Pilatos para Vienne da Gália, onde por desgosto agudo,
suicidou-se. Diz uma tradição que Prócla sua esposa tornou-
se cristã.
9.2. A Mulher De Pilatos Mt 27.19
A tradição antiga chama a mulher de Pilatos de Cláudia
Prócla, e diz que ela se preocupava pela fé judaica do povo,
que seu marido governava como administrador. Por muito
tempo, não se permitia um governador romano ser
acompanhado por sua esposa para uma terra sujeita a
perturbações intestinas. Porém, no tempo de Augusto em
diante, foi-lhe isso concedido, Tácito, 3.33.
278
9.3. Quem Foi Barrabás? Mt 27.15.
O nome significa “filho de um pai”; alguns comentadores
pensam também que o nome quer dizer “mestre”, “rabino”. Foi
um facínora Jo 18.40 aprisionado por fazer terrorismo político
homicida Mc15. 7; Lc 23.18. Barrabás representou a revolução
pela força e pela violência, onde os homens extravasam suas
paixões mais baixas. “Jesus representou a revolução
espiritual, mediante a persuasão e a implantação das
realidades espirituais nas almas dos homens,” Champlin. Os
homens desalmados escolheram a Barrabás no lugar de
Jesus, mostrando assim rejeição pelas coisas de espirituais.
9.4. Barrabás Sendo Solto Representa Duas Coisas:
9.4.1. Que os homens não sabem escolher;
9.4.2. Que Cristo veio substituir os pecadores.
9.5. Pilatos Apresenta Jesus Ao Povo Jo 19.13
9.5.1. Pavimento
No hebraico “Gábatá” e no grego “Litóstrotos” que
significa “pedras espalhadas”. Júlio César levava consigo, em
seus empreendimentos militares, um pavimento de mosaico
que era colocado para assinalar o local onde eram passadas
suas decisões judiciais. Porém, nesta conexão, “Gabatá”
sugere antes um lugar fixo.

279
Litóstrotos Local do julgamento de Cristo

9.5.2. Jesus perante Herodes Lc 23.5-11


Pilatos para se ver livre do julgamento de Jesus enviou-o
a Herodes Antipas, que, inclusive, foi o assassino de João
Batista, e que exercia jurisdição sobre a Galiléia, província do
Norte. Herodes alegrou-se ao ver Jesus, só que a alegria dele
foi momentânea e sarcástica. Pretendia ver por parte de
Jesus, apenas um milagre para satisfazer os seus instintos
repelentes; prova disso, é que logo ele passou a reprovar e
desprezar Jesus quando nenhum sinal viu, apenas o silêncio.
Pilatos reconciliou-se com Herodes Antipas, antes não se
entendiam por dois motivos: por serem diferentes os
temperamentos; e certa feita, Pilatos misturara com os seus
sacrifícios o sangue dos galileus; por isso, Herodes andava
revoltado com Pilatos Lc 13.1. Pilatos e Herodes fizeram-se

280
amigos por causa de Jesus. Isto pode provar a missão do
Divino Mestre entre os homens Lc 23.12.
10. HISTÓRICO SOBRE A CRUCIFICAÇÃO
10.1. Os Sofrimentos Preambulares
Antes do condenado ser levado ao local de suplício, era
submetido a torturas preambulares Mt 27.32-56; Mc 15.21-24;
Lc 23.26-49; Jo 19.17-37. No caso de Jesus, os soldados do
presidente começaram a torturá-lo da seguinte forma:
10.1.1. Despiram-lhe, vestindo uma capa de escarlata
Os imperadores romanos apreciavam a cor de escarlata,
por ser um vermelho vivo; assim como os judeus estimavam a
cor branca. Colocaram aquela capa em Jesus, depreciando a
sua postura de rei. A capa era prezada também por militares
da época.
10.1.2. Coroaram-lhe com uma coroa de espinhos Mt 27.29
A coroa foi confeccionada pelos próprios soldados, com
“spina christi”, que tem galhos cilíndricos e macios contendo
espinhos do tamanho de um dedo. Seria bom que todos os
governadores fossem altruístas como a rainha Vitória que
disse: “Gostaria de estar viva quando Jesus viesse, para
depositar aos seus pés a coroa da Inglaterra”.

281
10.1.3. Colocaram em sua mão uma cana Mt 27.29
Queriam, com aquele quadro zombador expressar que o
Divino Mestre estava com o cetro do governo judaico em suas
mãos. Brevemente Jesus regerá as nações com o cetro de
equidade Hb 1.8.

10.1.4. Cuspiram em seu rosto Mc 15.19


Querendo expressar o maior ato de desrespeito e
desprezo àquele que nunca ofendeu a ninguém.
10.1.5. Adoraram- lhe desrespeitosamente Mc 15.19
Faziam fila desprezando-o como se fosse um príncipe
despojado de seu poder. Um dia, aqueles joelhos zombadores
dobrar-se-ão perante o Cristo coroado de glória e poder Fp
2.10.
10.1.6. Açoitaram lhe inescrupulosamente Mt 27.26
Logo após ser dada a sentença, era costume que a
vítima fosse chicoteada com o “flagellum,” que composto de
um cabo curto ao qual estavam fixados dois grossos e
compridos látegos. A pequena distância de sua extremidade
livre estavam colocadas pequenas balas de chumbo ou ossos
de carneiro, “talí,” como os que serviam para jogar “ossinhos”
que eram os astrágados tirados das patas dos carneiros. Os
látegos cortavam mais ou menos a pele e as balas ou os
ossinhos nela imprimiam profundas contusões.
282
10.1.7. Deram inúmeras pancadas na cabeça de Jesus
com a cana que puseram em sua mão Mt 27.30
O tempo imperfeito, no original grego, indica pancadas
recebidas. Quando o Senhor Jesus recebia as pancadas na
cabeça, os espinhos pontiagudos e dilacerantes penetravam
em seu crânio.
10. 2. A Cruz E O Uso Da Crucificação
10. 2.1. O nome
Na língua grega, o vocábulo usado para designar a
crucificação é “stauros”, que significa, primariamente, um
poste reto ou uma trave e, secundariamente, um poste usado
como instrumento de castigo. A palavra cruz não se encontra
nas páginas do V. Testamento sendo que a crucificação era
praticada por muitas nações antigas tais como: Pérsia, Fenícia
e Roma. “Antes da era Cristã, a cruz, em qualquer de suas
formas, era usada como símbolo sagrado pelos caldeus,
fenícios, egípcios e por outras nações orientais,” J. Davis.
10.2.2. Os três tipos de cruz
A cruz não foi somente símbolo religioso, mas também
emblema heráldico, a partir da idade média. A cruz curta era
chamada “humilis” e a comprida “sublimis”.
a) A cruz decussata
Cruz de Sto. André tinha a forma de X.
283
b) A cruz comissa
Cruz de Sto. Antônio tinha a forma de T.
c) A cruz imissa
Cruz latina com seu formato familiar, a tradição aponta
ter sido a que os carrascos usaram para crucificar o Senhor
Jesus Cristo. A cruz tornou-se, oficialmente o símbolo do
cristianismo por volta do ano 350 d.C.
10.2.3. Alguns detalhes sobre a cruz
Era fabricada de madeira pesada; foi por isso que Simão
Cireneu teve que ajudar Jesus levar a cruz Mt 27.32.
a) Stipes crucis
Nome aplicado ao poste vertical como aparece no início
da frase. A palavra “stipes” significa “tronco de árvore”;
“estaca”, e, melhor, “estaca pontiaguda”. Media
aproximadamente 3 metros, e o peso era de
aproximadamente 80 kg. Essa peça permanecia fincada no
local de suplício.
b) Patibulum
O pau horizontal. Essa peça era móvel e era transportada
pelo condenado ao campo dos “stipes”. Media cerca de 1,80
metros e pesava em torno de 50 kg. Jesus carregou apenas o
“patibulum,” o pau horizontal Jo 19.17.

284
c) Sedile
Era um assento que ficava mais ou menos no meio do
stipes, onde a vítima era apoiada para dividir o peso do corpo.
Por isso disse Irineu, Bispo de Hierápolis: “A cruz tem cinco
extremidades; sobre a quinta descansa o crucificado”. Este
apoio era destinado a prolongar a agonia por diminuir a tração
sobre as mãos, causando tetania e asfixia.
d) O título Mt 27.37
Trata-se de uma tabuleta tosca em que se indicava com
letras de gesso claras e pretas, a culpa do condenado; às
vezes era conduzida por um arauto na frente do “patibulatus”
(o condenado conduzindo a cruz) ou pendurava-lhe ao
pescoço. Era usado também esse tipo de título, para divulgar
no império romano as notícias oficiais. O letreiro foi escrito em
três idiomas fluentes da época: grego, latim e hebraico. O
motivo pelo qual há uma variante no letreiro mencionado pelos
quatro evangelistas, é porque cada um escreveu em diferente
língua:
 “Este é Jesus, o rei dos judeus” Mt 27.37
Foi escrito em hebraico para os judeus.
 “O rei dos judeus” Mc 15.26
Foi escrito em latim para os romanos.
 “Este é o rei dos judeus Lc 23.38
285
Foi escrito em grego para os gregos.
“Jesus Nazareno, rei dos judeus” Jo 19.19
Foi escrito para toda a igreja. Pelo que entendemos,
tudo isto indica ser uma síntese das frases escritas pelos
evangelistas sinóticos. Esse título foi colocado na cruz antes
de ter sido erguida. O outro sentido da acusação posta sobre
a cabeça de Jesus era: “Eis aqui o traidor do estado e da
pessoa de César”. Os judeus não ficaram contentes
politicamente em relação ao letreiro colocado por Pilatos na
cruz; porque a declaração, segundo eles, ofendia o imperador
romano; e, por isso, consultaram o governador Pilatos e nada
conseguiram Jo 19.21-22.
10.2.4. O uso da crucificação
Como tormento, provém do oriente, tendo por inventores
os persas. Os gregos e romanos adotaram a crucificação dos
fenícios. As palavras tem sua origem do latim “crucifigo”,
“cravo numa cruz”.
a) Quem era destinado à crucificação?
 Os escravos, serville suplicium;
 Os livres que não eram romanos;
 Os prisioneiros apanhados nos campos de batalha
 Os revoltosos vencidos;
 Os desertores;
286
 Os ladrões;
 Os traidores.
Um cidadão romano era livre de morrer na cruz. Paulo,
condenado à morte, no governo de Nero, devido à sua
cidadania, foi decapitado na via Óstia, em Roma, enquanto
Pedro, envolvido na mesma sentença, por não ser romano, foi
crucificado Jo 21.18-19.
10.2.5. A crucificação em meio às grandes nações antigas
a) Alexandre, o Grande, mandou crucificar mil tírios.
b) No ano 167-166 a.C., Antíoco Epifânio o louco, crucificou
aqueles que não quiseram abandonar a crença judaica.
c) No ano 88 d.C., Alexandre Janeu crucificou 800 líderes
fariseus.
d) No ano 4 d.C., o general Varo, crucificou 2.000 insurgentes.
e) Por ocasião do cerco de Jerusalém por Tito no ano 70 d.C.,
foram tantos crucificados que faltaram tanto madeira como
espaço para erguerem as cruzes.
f) Floro, no ano 66 d.C., mandou executar na cruz 3.600
judeus, incluindo alguns de classe equestre. A morte por
crucificação foi abolida por completo do império romano por
Constantino, em 315 d.C. Era costume, entre os antigos,
queimar a cruz, logo após o condenado ser retirado dela pelos
parentes; isto quebra, por vez, a frase criada por Helena, mãe
287
do imperador Constantino, que dizia: “Ao regressar-me da
cruzada feita em Jerusalém, dei-me por satisfeita, porque lá
encontrei uma parte da cruz, que estava enterrada”.
10.2.6. Os termos crucificológicos usados na linguagem
teológica Paulina:
a) A cruz
É o resumo da verdadeira vida cristã 1 Co 1.17.
b) Crucificar a carne
É o símbolo da abnegação Gl 5.24.
c) A palavra da cruz
É o compêndio de todo o evangelho 1 Co 1.18.
d) Inimigos da cruz de Cristo
São aqueles que levam uma vida antagônica ao ensino
de Cristo Fp 3.18.
e) Estar crucificado com Cristo
É ser dependente totalmente dele; é estar ligado a Ele Gl
2.19.
f) O mundo está crucificado para mim
É viver no mundo sem o mundo viver em mim. É não ser
participante dos prazeres efêmeros daqui Gl 6.14.
10.2.7. Do Litóstrotos ao monte Calvário
a) O adjutor chamado Simão Cireneu Mt 27.32; Mc 15.21;
Lc 23.26
288
Jesus ao palmilhar alguns instantes na via dolorosa não
suportando o peso da cruz, por causa dos espancamentos
sofridos e por não haver dormido pela falta de sono; pelos
julgamentos; pelos diálogos desgastantes que lhe vinham
sugando as energias físicas e mentais, achou-se sobremodo
impotente a carregar o patíbulo. Por isso Simão foi obrigado a
carregar a cruz. Nenhum soldado se atreveria a levar cruz de
um patibulatus que seria rebaixar-se. Com aquele gesto de
amor e espírito serviçal, Simão tornou-se o tipo ideal do
discípulo que segue a Jesus carregando a sua cruz de cada
dia. Tudo, pois indica que, até aquele momento, Simão não
era convertido, mas creio que ao sentir o peso da cruz caiu
sobre ele a graça salvadora. Não somente ele foi agraciado
com a salvação como também seus dois conhecidíssimos
filhos Alexandre e Rufo Mc 15.21; Rm 16.13. Um Simão
abandonou a Cristo, mas, veio outro de terras longínquas para
servi-lo. Ele veio de:

Via Dolorosa

289
b) Cirene
Cidade fundada pelos dórios, no ano 632 d.C. Ficava
localizada na parte setentrional da África. Estava edificada
numa belíssima planície a poucos km ao sul do mar
Mediterrâneo. Era rica na produção de trigo, lã e tâmaras. A
melhor coisa que Cirene exportou foi Simão, o grande adjutor
de Cristo. Oportuna foi à declaração do teólogo Halley que
disse: “Qual não é, porém, seu orgulho no céu, por toda a
eternidade, quando se lembra de haver ajudado Jesus a levar
sua cruz!”.
c) O monte Calvário Mt 27.33; Mc 15.22; Lc 23.33; Jo 19.17
O termo Calvário deriva-se do latim “Calvária” quer dizer,
“crânio” e no grego “kranion”; esses termos traduzem o
aramaico “gulgotah”. Fica fora do muro, na parte norte, a 230
metros ao nordeste da porta de Damasco Hb 13.12; Jo 19.20.
É uma elevação com apenas 10 metros de altitude, com a
forma redonda e calva, possuindo a semelhança de uma
caveira humana. O túmulo do jardim foi identificado pela
primeira vez como local tradicional da crucificação, no ano
1849, pelo General Gordon, da Grã-Bretanha. Daí surgiu a
designação mui frequentemente usada pelos evangélicos,
para identificar o local tradicional da crucificação de Jesus:
“Calvário de Gordon”. A topografia orográfica do Calvário pode
290
representar os traços cranianos de Jesus, ao receber sobre si
as torturas do pagamento dos nossos pecados.

Monte Calvário

d) Cristo rejeita o vinho misturado com fel Mt 27.34; Mc


15.23
Na narração de Marcos, foi usada “mirra” em lugar de
“fel”, como descreve Mateus. A mirra melhorava o sabor do
vinho azedo, tal como o fel produzia um efeito admirável. Esse
tipo de bebida era usado para anestesiar o condenado das
dores cruciantes. Aquela mistura era um entorpecente usado
pelos antigos que procuravam cumprir o preceito do provérbio
que diz: “daí bebida forte aos que perecem e vinho aos
amargosos de espírito” Pv 31.6. Cristo preferiu ver tudo,
recusou o cálice da comiseração para aceitar o cálice do
sofrimento. “Cruz com anestesia não é cruz, é instrumento de
cirurgia,” Rubens Lopes. Se Cristo tivesse ingerido o

291
narcótico, ele não teria: orado pelos soldados desalmados;
salvo o ladrão que crera; recomendado sua querida mãe;
entregado seu espírito ao Pai e entregado livremente a sua
vida por nós.
e) As vestes foram repartidas em quatro partes Mt 27.35;
Mc 15.24; Lc 23.34; Jo 19.23,24
Era de praxe, entre os soldados romanos, ficar com as
vestes dos condenados. Possuíam o guarda-roupa da
maldade. Ao quartenion, Cristo deixou-lhes por herança, as
quatro peças que compunham o seu vestuário: o manto da
cabeça, as sandálias, o cinto e a capa quadrada; mas aos que
creram em seu nome, deixou-lhes por herança a vida eterna.
A túnica de Jesus era inconsútil querendo assim dizer que Ele
era totalmente diferente dos desejos e do comportamento dos
seus algozes. Cristo foi despido para vestir os homens das
vestimentas da salvação Sl 6l. 10. Os seus adversários
puderam extrair-lhe as vestes naturais, contudo, as suas
vestes espirituais eram intocáveis Sl 22.18.
f) Cristo entre dois ladrões Mt 27.44; Mc 15.27; Lc 23.39-
43; Is 53.12
Os pesquisadores e estudiosos, ao longo dos séculos,
têm procurado descobrir os nomes dos dois ladrões da cruz, e
os mais ventilados são os seguintes:
292
 O da direita
Dimas ou Zoaham: o converso se tornou o modelo mais
notável de conversão repentina. É bom que os desviados e
vaciladores vejam o perigo de decidirem-se na última hora.
Com a ajuda de Deus um deles ainda crera antes de morrer. E
tu sabes quando partirás para a eternidade?
 O da esquerda
Gestas ou Chammatha: se tornou o tipo verdadeiro da
incredulidade generalizada na mente e no coração dos
homens.
g) Jesus foi blasfemado por três categorias de
zombadores:
 Pecadores condenados - os ladrões;
 Pecadores ignorantes - os crucificados;
 Pecadores religiosos - os escribas e sacerdotes. Essa
foi a pior entre as três categorias, porque sendo conhecedores
teóricos das Escrituras, faltavam-lhes o bom censo e a visão
espiritual. Segundo a história romana “era costume cravar na
cruz criminosos em chusmas”. Para mostrar a ira que tinha por
Jesus, crucificaram no meio e não dos lados. Porque, segundo
eles, o Mestre era o principal.
10.2.7. Os sofrimentos finais
a) Os cravos
293
Podiam ser feitos de cobre ou de ferro. Na língua grega
eram chamados de “helos” Jo 20.25. De acordo com o
costume de crucificar; a mão direita era a primeira a ser
cravada, e, em seguida, à esquerda. Os cravos eram agudos
conhecidos por clavi trabales, media cada um cerca de 10 cm.
Mediante as afrontas sofridas por Jesus, o que pôde segurá-lo
no madeiro não foram os cravos, e sim, o seu profundo amor
por cada um de nós.
b) O vinagre Jo 19.29
Ofereceram a Jesus no lugar de água, um vinagre feito
de vinho azedo, que era a “posca romana,” que inclusive
servia de bebida para os soldados. Até que ponto pôde ir à
maleficidade daqueles filhos de belial; ao invés de
dessedentar o Filho de Deus, deram-lhe vinagre que é o
símbolo da irritabilidade. Levaram até à boca do Rabone uma
esponja embebida de vinagre e erguida por um hissope que
media 65 cm.
c) A fratura dos ossos Jo 19.31-33
Quando os soldados queriam apressar a morte do
condenado, eles aplicavam o castigo do “crucifragium” que era
o ato de quebrar as pernas dos condenados na cruz, e, esse
era um ato realizado mediante um cacete ou um pesado
martelo. A palavra traduzida “quebraram” no original significa
294
que fizeram em pedaços. Esse ato não era menos cruel do
que o da crucificação; Jesus não foi submetido ao ato do
“crucifragium, para cumprir o que acerca d’Ele fora predito
pelo salmista que dissera: “Ele lhe guarda todos os seus
ossos; nem sequer um deles se quebra” Sl 34.20”.
d) O golpe de misericórdia
A princípio, o nome aplicado ao ferimento final era “golpe
de misericórdia”. Era assim chamado porque aliviava para
sempre as dores do condenado, levando-o a morte. A lança
que penetrou no lado de Jesus media cerca de 1 metro.
e) Sangue e água Jo 19.34
Quando a lança penetrou pelo lado direito de Jesus,
atingiu a aurícula direita do coração transpassando-lhe o
pericárdio. O sangue e a água que saíram do seu lado indicam
que morrera de ruptura do coração. Os pais da igreja
costumavam declarar que “assim como Eva fora extraída do
lado direito de Adão, assim também a igreja e as cerimônias
da santa ceia e do batismo procedem do lado transpassado de
Jesus”. Alguns cardiologistas dizem-nos que quando o
coração de alguém se rompe, o sangue se junta no pericárdio;
que é o envoltório do coração dividindo-se então numa
espécie de sangue coagulado e soro aquoso. Os dois líquidos

295
simbolizam: o sangue, a remissão, a propiciação, água da
regeneração e a santificação.
11. AS SETE PALAVRAS DA CRUZ
As palavras pronunciadas por Jesus no alto da cruz
ficaram para sempre gravadas e escritas com pena de ouro.
Foram as sete palavras da cruz a expressão verbal e final
daquele que mesmo em dor pode comunicar aos homens e ao
Pai o heroísmo de sua missão salvífica.
11.1. A Primeira Palavra
“Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” Lc
23.34. Foi uma palavra de perdão.
11.2. A Segunda Palavra
“Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso”
Lc 23.43. Foi uma palavra de salvação.
11.3. A Terceira Palavra
“Mulher, eis aí o teu filho Jo 19.26-27”. Foi uma palavra
de cuidado fraternal.
11.4. A Quarta Palavra
“Eloí, Eloí, lamá sabactâni Mt 27.46”. Foi uma palavra de
desamparo momentâneo.
11.5. A Quinta Palavra
“Tenho sede”! Jo 19.28. Foi uma palavra de necessidade
orgânica.
296
11.6. A Sexta Palavra
“Está consumado!” Jo 19.30. Foi uma palavra de
consumação redentorial.
11.7. A Sétima Palavra
“Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito” Lc 23.46. Foi uma
palavra de recomendação.
12. OS SEIS MILAGRES DO CALVÁRIO
Os seis milagres que foram manifestados por ocasião da
morte de Jesus vieram confirmar o propósito de sua missão
aqui neste mundo. Ele morrera para dar-nos a vida eterna.
12.1. O Primeiro Milagre
As trevas preternaturais Lc 23.44. Quando Cristo nasceu,
a noite tornou-se dia e quando Ele morreu, o dia tornou-se em
noite. A escuridão não se tratava de um eclipse solar, porque
o mesmo não dura mais que alguns minutos e as trevas
duraram três horas. Astronomicamente falando, é impossível
um eclipse durante a lua cheia. Sabemos que no ciclo normal
da natureza a luz dissipa as trevas. Mas a escuridão do
Calvário sufocou o sol do meio dia! Era a natureza
protestando os maus desígnios dos seres humanos.
12.2. O Segundo Milagre
“O Véu Rasgou-Se De Alto A Baixo” Mc 15.38. O véu
aqui referido era o que estava no templo reconstruído por
297
Herodes o Grande, cuja construção durou por espaço de
quarenta e seis anos Jo 2.20. O véu não foi rasgado em
resultado do terremoto; se fosse, o templo teria sido destruído.
O véu foi rasgado de alto a baixo, apontando assim para a
iniciativa divina em abrir-nos o caminho do santo dos santos e
mostrar-nos os tesouros ocultos por tanto tempo desejados. O
véu desmantelando-se no próprio local era como se o ofício
sacerdotal fosse demitido, para dar lugar ao ofício sacerdotal
de Cristo.
12.3. O Terceiro Milagre
O Terremoto Mt 27.51. Veio no momento exato
autenticar a morte do Filho de Deus. Não foi o sismo originado
do fogo no interior da terra, mas foi a resposta ao bravio grito
do redentor da humanidade.
12.4. O Quarto Milagre
A abertura dos sepulcros Mt 27.52. Foram abertos com
o abalo do terremoto. Os sepulcros que foram abertos eram
somente de santos da antiga aliança. Ficaram abertos por três
dias, até Cristo ressuscitar e com ele um bom número de
santos.
12.5. O Quinto Milagre
A mortalha intacta Jo 20.6-8. Jesus saiu do envoltório de
linho tão facilmente como uma borboleta deixa o seu invólucro
298
filamentoso. Seu corpo glorificado é mais veloz que a luz
300.000 Km por segundo. Ali ficaram as mortalhas para provar
que o seu corpo não fora roubado. Se os discípulos tivessem
levado o corpo de Jesus, não teria deixado os panos e
tampouco bem arrumados como ficaram.
12.6. O Sexto Milagre
A ressurreição de muitos santos Mt 27.52. Eles foram
ressuscitados após a ressurreição de Jesus, que é o
primogênito dos mortos. O Divino Mestre ressuscitou para
comprovar a nossa ressurreição. Aqueles santos saíram de
suas sepulturas, mas apenas revivificados em seus corpos
naturais. O verdadeiro corpo da ressurreição, eles receberão
com todos os que são de Cristo de todas as épocas, por
ocasião do arrebatamento.
13. A SEPULTURA DE JESUS
Ao oeste da encosta do monte Calvário, havia um
sepulcro de propriedade familiar, do Senador José de
Arimatéia, o qual pedira a Pilatos o corpo de Jesus para
sepultá-lo nesse túmulo novo. Hodiernamente, o túmulo é
chamado de “túmulo de Gordon”, “túmulo do Jardim”, ou
“túmulo dos reis”. É uma sala com um espaço de 4,40 m X
3,20 m X 2,40 m de altura. José de Arimatéia é conhecido na
literatura de João como discípulo oculto Jo 19.38. Para muitos
299
estudiosos ele é considerado um covarde pelo anonimato,
mas para mim, ele foi corajoso, sendo o único a pedir a Pilatos
a permissão de levar o corpo de Jesus e sepultá-lo.
Nicodemos mostrou-se também cuidadoso, levando 50 kg de
perfume, para aromatizar o corpo de Jesus Jo 19.39. Sempre
aconteceram surpresas, de quem muitas vezes não
esperamos. Para todos os cristãos é o local sagrado donde
surgiu a garantia da nossa vida eterna.

A Entrada Do Túmulo De Cristo

300
A Parte Interna Da Sepultura De Jesus

14. A RESSURREIÇÃO DE JESUS É O TRIUNFO DO


CRISTIANISMO MT 28.1-18; MC 16.1-8; LC 24.1-12; JO
20.1-18
O termo ressurreição na língua grega é “anastasis”,
“érgesis” significando “levantar, erguer, surgir, sair de um local
ou de uma situação para outra”. No latim “ressurrectio”, o ato
de ressurgir, voltar à vida, reanimar-se. Na linguagem bíblica,
o termo ressurreição é entendido como “ressurgir dos mortos”
Mt 22.28-31.
14.1. Os dois símbolos cristãos absolutamente centrais são: a
cruz e a ressurreição. - Paul Tilic.
14.2. Nosso evangelho não termina num cadáver, mas num
conquistador; não numa tumba, mas numa vitória. - Stanley
Jones.

301
14.3. O maior argumento em favor do Cristo ressurreto é o
cristão vivo. - Winifred Kirkland.
14.4. O sinal de nossa fé é uma cruz vazia, um túmulo vazio,
“Ele não está aqui, mas ressuscitou!” - W. Ware.
14.5. Os evangelhos não explicam a ressurreição; todavia a
ressurreição explica os evangelhos. - John S. Whale.
14.6. O cristianismo é antagônico a todos os ísmos, porque o
fio dourado de sua doutrina é a ressurreição de Jesus. -
Genésio Santos
14.7. Sinopse Sobre A Ressurreição
14.7.1. Foi predita pelo rei Davi Sl 16.10;
14.7.2. Foi predita pelo profeta messiânico Is 26.19;
14.7.3. Foi predita pelo próprio Cristo Mt 20.19;
14.7.4. Para cumprimento das Escrituras Lc 24.45,46;
14.7.5. Para a esperança dos cristãos 1 Co 15.19;
14.7.6. Para eficiência do sermão que pregamos 1 Co 15.14;
14.7.7. Para provar a veracidade de Cristo como Filho Deus
Rm 1.4;
14.7.8. Pelo poder de Deus Rm 8.11;
14.7.9. Pelo poder do Espírito Santo 1 Pe 3.18;
14.7.10. Pelo poder do próprio Jesus Jo 10.18;
14.7.11. Os anjos Lc 24.4-7,23;
14.7.12. Os apóstolos At 1.22;
302
14.7.13. Os guardas do sepulcro Mt 28.1-15.

CONCLUSÃO
O Cristianismo é uma religião viva porque o seu
consolidador é vivo e reina para todo o sempre. A única
religião sem luto na história das religiões é o cristianismo; de
túmulo vazio para quem quiser comprovar.

303
07

MENSAGEM
TEMA: BARNABÉ DE CHIPRE
TEXTO: AT 4.36

INTRODUÇÃO
Estudar com seriedade os traços biográficos de Barnabé
de Chipre é conhecer o amor cristão encarnado na vida deste
homem de bem. Necessário se faz dizer que Barnabé foi uma
das mais importantes estrelas eclesiásticas do I século.
Sobressaiu-se pelo espírito altruísta e filantrópico que lhe fora
peculiar. O ministério cristão hodierno está em crise de lideres
como Barnabé de Chipre e Barzilai de Rogelim At 4.36; 2 Sm
19.31-32. Quando surgirem os Barnabés na presente
dispensação, os Paulos, aos milhares refulgirão com eficácia
para disseminarem com amor as sementes metamorfósicas do
evangelho.

304
1. A IDENTIDADE DE BARNABÉ
1.1. Nomes

1.1.1. José

Esse era o seu nome original e quer dizer “possa ele


acrescentar” At 4.36. O significado de seu nome exerceu forte
influência em seu trabalho. O nome José aparece 257 vezes
nas páginas da Bíblia.

HOMENS CHAMADOS JOSÉ NA BÍBLIA

a) José do Egito Gn 41.41

b) O Pai de um espia Nm 13.7

c) Um Filho de Asafe 1 Cr 25.2

d) Um casado com uma estrangeira Ed 10.42

e) Um sacerdote Ne 12.14

f) José, filho de Matatias Lc 3.24

g) José, filho de Jonã Lc 3.30

h) José de Maria Mt 1.16

i) José, irmão do Senhor Mt 13.55

j) José de Arimatéia Mt 27.57

k) José Barsabás. At 1.23

1.1.2. Barnabé

No hebraico “bar nabi” significa “filho da profecia” ou “da


consolação” At 4.36. Este apelido de José é oriundo de uma
305
palavra que é usada acerca do Espírito Santo para descrever
o seu ofício consolador, conselheiro e ajudador, que no
original grego aparece como “paracleto”; por conseguinte,
assinala Barnabé como um homem consolador, exortador,
defensor, como nos seguintes casos At 9.27; 15.37-39. No
texto acima, Lucas não se preocupa em apresentar uma
etimologia científica, mas apenas quis indicar o caráter do
personagem Lc 10.6. Esse nome em análise ocorre 29 vezes
no N. Testamento.

1.1.3. Júpiter

Recebeu esse pseudônimo por ocasião da primeira


viagem missionária com Paulo na cidade licaônica de Listra na
Galácia, logo após a restauração física de um coxo At 14.12.
Do lado de fora dos muros de Listra estava o templo de
Júpiter, o patrono da cidade. Os antigos imaginavam Júpiter
como um homem um tanto idoso, grandalhão, nobre e
majestoso, Crisóstomo disse que Barnabé era de aspecto
nobre e bem feito de corpo. Com o milagre realizado, os
listrenses quiseram deificá-lo com o nome da divindade local.

1.1.4. Naturalidade

Chipre ilha bastante montanhosa, separada por vales que


em certas ocasiões desenvolvem doenças perigosas. O nome
306
significa “cacho de uvas”. Foi famosa na antiguidade por
possuir minas de cobre em abundância. Seus primitivos
habitantes foram os descendentes de Quitim Gn 10.14. É a
terceira ilha do mar Mediterrâneo.

a) Suas dimensões

 Comprimento: 223 Km;

 Largura: varia entre 96 e 11 Km.

Vista Aérea Da Ilha De Chipre

1.1.5. A Ocupação No Judaísmo

307
Era levita. Homem de família judia, de classe sacerdotal,
que tinha se fixado em Chipre.

1.1.6. A Ocupação No Cristianismo

Barnabé foi um dos poucos elementos a ser chamado de


apóstolo, juntamente com os doze, o que exibe a excelência
geral de sua pessoa e de seu ministério At 14.14.

1.1.7. Estado Civil: Solteiro 1 Co 9.5-6.

1.1.8. O Parentesco

Era primo de Marcos o retrógrado. O termo grego usado


em Cl 4.10 é “anépsios” que significa “primo”, enquanto que a
idéia de sobrinho é tardia.

2. O PATRONO DA FILANTROPIA

A primeira vez que o texto sagrado faz referência a


Barnabé, ele aparece com um espírito filantrópico. No dizer de
Renan, ele foi o patrono da generosidade. Barnabé vivia
condignamente a verdadeira religião anunciada pelo apóstolo
São Tiago Tg 1.27; 2.15,16. Ao contemplar a necessidade de
alguns irmãos, vendeu um campo situado nas proximidades de
Jerusalém, e doou todo o dinheiro para sanar o sofrimento dos
pobres 1 Tm 6.17,19. Trazia consigo as palavras de Jesus que
disse: “... mais bem-aventurada coisa é dar do que receber” At
308
20.35. A lei mosaica que proibia aos levitas a propriedade de
terras Nm 18.20; Dt 10.9, parece ter caído em desuso Jr 32.7.
Os levitas tinham quarenta e duas cidades, além das seis
cidades de refúgio, nas quais poderiam habitar. Os judeus que
se convertiam ao cristianismo, nos tempos dos apóstolos, não
observavam mais essas leis judaicas. Daí, a razão de Barnabé
ser um levita proprietário de terras.

2.1. Socorreu Os Crentes Necessitados Da Judéia At


11.27-30

Dois fatores contribuíram para o fracasso financeiro e


alimentício dos crentes judeus, primeiro: a perseguição
acirrada que levou muitos irmãos a perderem suas
propriedades; segundo: a fome profetizada pelo profeta
Ágabo, e historiada por Suetônio (Claudius XIX), que fora
ocasionada por vários anos de escassas colheitas “... uma
grande fome em todo o mundo...” At 11.28, a palavra mundo
usada nesse texto é “oikumenen”, “terra habitada”, mas esta
designação naqueles dias era usada para referir ao mundo
romano, porque os romanos não consideravam que alguma
coisa fora do império fosse digna de ser mencionada. Conta o
historiador Josefo nas Antiguidades Judaicas, que muitos
habitantes da Judéia morreram dessa fome. A cidade de

309
Antioquia, naqueles tempos, era a terceira metrópole mundial
com cerca de 500.000 habitantes e economicamente
poderosa. Os cristãos dessa cidade eram bastante prósperos
e muito bem instruídos pelo apóstolo da filantropia. Com a
chegada do profeta Ágabo em Antioquia, sua profecia foi
aceita por todos e logo a igreja lançou mão duma grandiosa
coleta. Barnabé e Paulo foram encarregados de levá-la a
Jerusalém At 11.30; Gl 2.1. Os cristãos antioquianos eram
ternamente agradecidos aos crentes judeus por terem sido os
portadores da mensagem salvífica Gl 6.6.

3. PROMOTOR DE NOVOS VALORES AT 9.27; 11.25

Feliz é o cristão que pode ter ao seu lado um Barnabé,


despido de inveja e de vaidade egocêntrica. Certa feita alguém
expressou: “um homem só será um grande homem na sombra
de outro”. Isso ocorreu na vida de Paulo, porque ele estava
amparado pelo magnífico Barnabé.

3.1. Introduziu A Paulo No Seio Da Igreja Primitiva At 9.27

Paulo, ao principiar sua vida cristã, passou a sofrer


repulsa e desconfiança por parte da igreja. Os crentes
achavam que sua profissão de fé não passava de mera
fachada para melhor fustigar a comunidade cristã At 9.27.
Naquele momento crítico, surgiu o apóstolo das consolações
310
no cenário da vida de Paulo, dando-lhe a mão amiga,
tornando-se, assim, o avalista inconteste daquele que iria
inflamar o mundo romano com sua palavra e obras de poder.
Barnabé mostrou-se, como sempre, corajoso e sincero, e
Paulo ficou devendo muito por isso. Dessa forma pode cumprir
o que disse o profeta messiânico: “um ao outro ajudou, e ao
seu companheiro disse esforça-te” Is 41.6.

3.2. Promoveu Paulo Ao Santo Ministério

Pela expansão gloriosa da igreja na cidade de Antioquia,


o ministério de Jerusalém enviou para lá Barnabé o líder
aureolado de virtudes compatíveis, para exercer com precisão
um trabalho eficaz At 11.22-25. A primeira coisa que Barnabé
fez, quando chegou a Antioquia, foi lembrar-se de Paulo.
Calvino asseverou que Barnabé mostrava estar interessado
unicamente na proeminência de Cristo, pois que Barnabé
poderia ter guardado para si o primeiro lugar, e não obstante
ele trouxe Saulo para frente da cena. Quantos hoje querem
buscar os Saulos?

3.2.1- “... Buscar...”

No aoristo grego indica que foi feita uma busca detalhada


e rigorosa em todas as partes da região, até que fosse achado
o que se estava procurando. A mais proveitosa viagem do
311
promotor de novos valores não foi à ilha de Chipre, e sim à
Tarso, porque se lembrou e foi tirar do ostracismo aquele que
seria o príncipe dos apóstolos do Emanuel e campeão das
viagens missionárias. Abaixo temos uma lista de algumas
lembranças:

a) O copeiro demorou lembrar-se de José Gn 40.13-4; 41.1-


14;

b) Mefibosete não pensava em ser lembrado por Davi 2 Sm


9.8;

c) O pobre sábio da parábola de Salomão não foi lembrado Ec


9.14-15;

d) Paulo lembrava-se ardentemente de Timóteo 2 Tm 1.4.

3.2.2. Alguns Tipos Auto - Promotores

a) Absalão

É um tipo do obreiro que procura promover-se caluniando


os companheiros de ministério 2 Sm 15.1-6.

b) Adonias

Ofereceu um banquete para autopromover-se 1 Rs 1.5-


10.

c) Salomão
312
Promoveu e procurou matar Jeroboão ao mesmo tempo,
por ciúmes 1 Rs 11.28-40.

d) Jeroboão

Tipifica o líder que introduz no ministério pessoas cujas


vidas são reprovadas 1 Rs 12.31; 13.33.

e) Diótrefes

É o patrono daqueles que pensam que são proprietários


da igreja de Deus 3 Jo 9.

f) Há pessoas que a todo custo procuram adquirir o título de


ministro Jz 17.7-13.

3.3. Recuperou A Marcos

Quando Paulo e Barnabé empreenderam a primeira


viagem missionária, Marcos foi como cooperador, ou seja,
ministro da Palavra. Ao chegarem a Perge da Panfilia, Marcos
os abandonou retornando para Jerusalém. Algumas
suposições vão abaixo para análise do retroagimento de
Marcos:

a) Partiu para o trabalho fora de hora;

b) A saudade materna;

c) Achava que as viagens seriam turísticas;


313
d) Medo de contrair malária na costa sul da Panfilia;

e) Não se deu com a liderança de Paulo;

f) Ficou ressentido com a pregação aos gentios;

g) Não queria evangelizar a zona interior da Galácia;

h) Tinha medo dos assaltantes que infestavam a cordilheira do


Tauros no trecho entre Perge e Antioquia da Pisídia;

i) A falta de conforto que era constante;

j) Não tinha visão firme de sua chamada.

Ao limiar da segunda viagem, Paulo solicitou Barnabé ir


com ele, e não aceitou o ingresso de Marcos o retrógrado por
haver desvanecido na hora mais difícil quando precisavam
dele para o trabalho. O desejo de Barnabé era levar Marcos
junto com eles, pela vontade de dar ao jovem uma segunda
oportunidade para comprovar o seu valor. Paulo, porém, se
preocupava mais com a missão, e não dispôs a levar um
companheiro duvidoso. Paulo e Barnabé se desentenderam de
forma tão veemente acerca do fato que chegaram mesmo a
uma desavença temporária. Paulo devia mais a Barnabé do
que a qualquer outro indivíduo. Barnabé, também estava
rompendo com o maior espírito daquela época. O progresso
posterior de Marcos ao escrever o Segundo Evangelho provou
314
que Barnabé tivera razão de levá-lo consigo. Tanto a rigidez
de Paulo quanto a paciência de Barnabé contribuíram para a
recuperação espiritual e ministerial de João Marcos At 15.37-.
39; Fm 24; Cl 4.10; 2 Tm 4.11. Existe muitos Marcos
abandonados na estrada da vida que poderiam ser
aproveitados, e não são, por faltarem os Barnabés com um
espírito compreensivo para recuperá-los.

4. HOMEM DE GRANDES ENCARGOS

4.1. Supervisor Da Igreja Em Antioquia

Antioquia era conhecida também por “Antioquia do


Orontes”, para diferenciá-la da Antioquia da Pisídia At. 13.14.
Foi fundada por Seleuco Nicator, no ano 300 a.C. Ficava
localizada a 40 Km ao sul da embocadura do rio Orontes no
Mediterrâneo. O monte Casius ficava ao sul e a cidade dormia
ao sopé do monte Silfo. Crisóstomo informa-nos que Antioquia
contava nos dias de Barnabé, com cerca de 500.000
habitantes. Com a perseguição iniciada em At 8.4, tendo
prosseguimento em At 11.19, houve uma dispersão coletiva,
dando assim a inauguração das igrejas na Fenícia, Síria e
Antioquia. Em Antioquia houve um avivamento descomunal
com conversão em massa At 11.21. Sendo a igreja de
Jerusalém uma espécie de diretoria do movimento cristão,
315
enviou Barnabé a Antioquia, que já era figura renomada e de
grande confiança por ter sido um judeu helenista, que
compreendia o tipo de ministério levado a efeito fora de
Jerusalém e em territórios gentílicos, melhor do que um
apóstolo típico foi enviado para investigar as atividades de
seus compatriotas chiprianos At 11.19-22.

4.2. Atuante No Concílio De Jerusalém

Satanás intentou aplicar o golpe da divisão na igreja,


tornando-a em duas: primeira igreja cristã-judaica; segunda
igreja cristã-gentílica. O concílio de Jerusalém pode trazer uma
vitória surpreendente que perdura até os dias hodiernos. O
concílio se reuniu para receber uma comissão vinda da cidade
de Antioquia da Síria, com a finalidade precípua de resolver a
questão da circuncisão que lá surgira. Barnabé era um
convencional respeitadíssimo pelo seu currículo ministerial. Ao
levantar-se para falar na convenção, todos se silenciaram para
ouvi-lo. Ele não era um político eclesiástico cheio de manhas,
e sim, um homem de vida marcada pelo poder dos sinais e
prodígios At 15.2,12. Os concílios eram realizados com o
objetivo de melhorar a vida da igreja e de neutralizar o
fermento herético defendido pelos judaizantes. Hoje, muitas
convenções tem o cunho de celebrizar as estrelas

316
eclesiásticas e tratar de muitos assuntos pertinentes a
interesses próprios. Ao encerrar o concílio, Barnabé e Paulo
regressaram a Antioquia. A palavra de Barnabé era similar a
uma espada dourada e suas experiências a um bálsamo
raríssimo At 15.26.

5. SUA PLURALIDADE MINISTERIAL

Barnabé figurou-se no decorrer dos séculos como obreiro


eficaz por sua pluralidade ministerial. Poucos ministros no
mundo tiveram a oportunidade de serem aureolados com as
funções ministeriais que abaixo veremos:

5.1. Doutor Na Palavra

Ele não era um doutor cheio de orgulho e de sabedoria


humana, mas mestre cheio do Espírito Santo, que ensinava a
Palavra de Deus com toda intrepidez. No intervalo entre a
primeira e a segunda viagem, Barnabé exerceu um duplo
ministério: o da pregação e o do ensino 13.1; At 15.35. Dois
ministérios foram destacados com grande veemência; o da
profecia e o do ensino. O primeiro subtende uma mensagem
mais diretamente recebida de Deus, proveniente do Espírito
Santo. O último, que era o de Barnabé, implicava em uma
instrução mais sistemática, em que a razão e a reflexão
desempenhavam o seu devido papel. O refinado Barnabé
317
tinha em muita voga, as palavras do consagrado profeta
Daniel: “... e os que a muitos ensinam a justiça refulgirão como
as estrelas sempre o eternamente” Dn 12.3. A igreja que não
tem um ensino sadio e sistemático torna-se, por conseguinte,
presa fácil aos dentes caninos de Satã. É necessário que
oremos ao Senhor com profundo desejo para que Ele levante
em nossos dias, doutores na palavra para revigorar a igreja
com as vitaminas da sã doutrina.

5.2. Evangelista

Com a vocação celestial de granjear almas para o Reino


de Deus, aonde Barnabé chegava era capaz de reunir quase
toda uma cidade como aconteceu em Antioquia da Pisídia,
para ouvi-lo expor, com muita propriedade, os mistérios da
dispensação da graça At 13.44. Feliz, é o evangelista que
pode reunir quase toda uma cidade para ouvi-lo. O “dom da
palavra” era a arma divina do proveitoso ministério
evangelístico de Barnabé: “falava de tal modo” At 14.1. Muitas
mensagens, hoje, não comovem profundamente os ouvintes,
porque os pregadores não falam de tal modo. Seu ministério
evangelístico foi tão poderoso que adentrou até mesmo ao
palácio provincial de Chipre, e pôde fazer o procônsul Sérgio
Paulo crer maravilhado na doutrina do Senhor.

318
5.3. Apóstolo

Barnabé foi um dos pouquíssimos elementos a ser


chamado de apóstolo, juntamente com os doze, o que exibe a
excelência geral de sua pessoa e de seu dinâmico ministério
At 14.14.

5.4. Missionário

Seu grande amor pelas almas o levou a pensar com


maior propriedade em transmitir a mensagem da cruz a outros
povos do ocidente da Síria e ao norte de Chipre, sua terra
natal. Além de ser separado pelo Espírito, foi credenciado pela
igreja. Barnabé afastou-se da direção da grande igreja de
Antioquia para atender o chamado missionário nas atuais
terras da Turquia à procura de almas. Quantos pastores hoje
teriam a coragem de deixarem os seus trabalhos para serem
missionários em terras alheias e desconfortáveis?

5.5. Pastor

A igreja antioquiana era muito bem estruturada na


Palavra e por demais frutífera. O cajado ministerial de Barnabé
era ungido com a unção divina e manejado com a experiência
de vida cristã. Não foi um pastor consagrado ao santo
ministério por presentes e nem por bajulação; mas, foi elevado

319
ao santo ofício pela integridade e firmeza de caráter
compatível ao padrão eclesiástico At 11.24.

6. SUAS VIRTUDES PESSOAIS

6.1. Homem De Bem

“... homem de bem...” no sentido de possuir “coração


amplo”, “mente liberal” At 11.24. Quatro coisas tornaram
Barnabé num homem de bem:

6.1.2. Era Magnânimo

Não tinha espirito sectarista.

6.1.2. Era Generoso

Socorria os necessitados.

6.1.3. Era Espiritual

Cheio do Espírito e dos frutos do Espírito.

6.1.4. Cheio De Fé

Esperava coisas grandes e fazia grandes coisas para


Deus. O mundo eclesiástico está em crise de homem de bem.

6.2. Companheiro

No dizer do poeta Charles: “Não devemos preferir as más


companhias, pois somos mais inclinados a contrair os vícios

320
que as virtudes”. Pois em Barnabé, Paulo pode encontrar a
mais firme companhia para elevá-lo acima da mediocridade e
se tornar em campeão das santas missões At 13.14,50; 14:20;
15.25,26. O enfraquecido João Marcos encostou-se em
Barnabé e se tornou um destro biógrafo do Divino Emanuel.
Que o Senhor possa continuar levantando Barnabés, para o
consolo e engrandecimento do santo ministério.

6.2.1. Sua companhia encorajou Paulo a pregar na sinagoga


de Antioquia da Pisídia At. 13.40;

6.2.2. Ajudou os crentes novos convertidos de Listra a curar as


feridas de Paulo após o apedrejamento At 14.20;

6.2.3. Fez companhia a Paulo no momento da expulsão na


cidade Antioquia At 15.30;

6.2.4. Estava sempre junto a Paulo em todas as decisões At


15.25,26.

”Um irmão pode não ser um companheiro, mas um sincero

companheiro sempre será um irmão”. – Franklin

6.3. Submisso

Apesar de Barnabé haver tido uma chamada gloriosa do


Espírito Santo, submetia-se às decisões tomadas pelo

321
ministério de Antioquia da Síria At 13.3,26-27. O trecho
Selêucia-Pafos foi liderado por Barnabé. Sempre seu nome
aparecia primeiro At 13.1,2, 7. Após o milagre aplicado sobre o
falso profeta Bar-Jesus, Paulo assumiu a liderança; daí para
frente o nome de Paulo aparece primeiramente no lugar de
Barnabé At 13.9,13, 43, 46,50. Ao perder a liderança para
Paulo na ilha de Chipre, Barnabé não se encolerizou; pelo
contrário, ficou feliz e se alegrou bastante por ver seu aluno
em progresso espiritual e liderança eficaz.

6.4. Visitador

O Bom pastor é aquele que conhece o estado e o nome


de suas ovelhas Pv 27.23; Jo 10.3. Estando em Antioquia
alguns anos após encerrar a primeira cruzada missionária,
Barnabé estava ansioso para saber o estado espiritual dos
irmãos; empreendeu outra viagem. Para vergonha de muitos
ministros poucos são aqueles que conhecem os membros de
suas igrejas pelos nomes e seu estado espiritual. É necessário
o obreiro conhecer os princípios elementares das relações
humanas At 15.36.

6.4.1. Cuidados Que Devem Ser Tomados Ao Fazer Uma


Visita Pastoral:

a) Estar sempre acompanhado da esposa;


322
b) Evitar proferir piadas, críticas e conversas frívolas;

c) Não mostrar interesse demasiado pelos objetos alheios;

d) O tempo deve ser cronometrado para evitar desgastes;

e) Procurar saber do estado espiritual do membro;

f) Aconselhamento e oração antes de despedir-se.

6.5. Mordomo Do Tempo

A rede que Satanás tem usado para emaranhar a vida de


muitos ministros na atualidade é a malha da ociosidade At
12.25. Foi estando ocioso que Davi planejou o adultério com
Bete-Seba 2 Sm 11.1. Se o obreiro não aproveitar bem o
tempo, seu ministério será profundamente prejudicado.
Poucos são os que oram; poucos são os que leem; tudo isso
ocorre por falta de cronometrar e aproveitar bem o tempo.
Após entregar a grande oferta aos irmãos carentes de
Jerusalém, sem perda de tempo, Barnabé regressou à
Antioquia.

6.6. Falível

Se fizermos um estudo meticuloso de cada personagem


bíblico, detectarmos a falibilidade de cada um. Na pregação
feita em Listra na tentativa de justificar que não eram deuses,
Barnabé e Paulo disseram: “... nós também somos homens
323
como vós, sujeitos às mesmas paixões...” At 14.15. Acerca da
falibilidade do profeta Elias assim expressou Tiago: “... sujeito
às mesmas paixões que nós...” Tg 5.17. A falha de Barnabé
registrada na Bíblia foi a dissimulação, no grego “upokrisis;
que quer dizer “fingimento”, “demonstração externa”,
“hipocrisia” At 14.15; Gl 2.13”. Na estimativa dos legalistas os
gentios tiveram que se tornarem judeus, antes de se fazerem
cristãos. Tanto Pedro como Barnabé vieram a fazer parte
desse movimento. Pedro não poderia desculpar-se porque já
havia tido a visão do lençol. Barnabé deu um golpe mais
pesado à causa da liberdade cristã gentílica, do que mesmo a
vacilação de Pedro.

7. SUAS VIRTUDES ESPIRITUAIS

7.1. Perseverante Em Oração

Todos os grandes projetos nascem nos joelhos Jr 33.3.


Barnabé teve uma vida vitoriosa e exemplar porque jamais
negligenciou na batalha da oração. Sempre se distinguiu dos
crentes normais de Antioquia como homem de oração e de
poder At 13.2.. Reconhecia que o seu oficio de ministro do
santo evangelho tornava-o elevado e que jamais poderia orar
menos que os irmãos comuns. Como disse Spurgeon: “Dentre
todas as influências estruturadoras e que formam um honrado
324
homem de Deus no ministério, não sei de nenhuma outra que
seja mais poderosa que a sua familiaridade com o
propiciatório”. A oração fornecia força à alavanca que movia a
obra missionária em Antioquia.

7.1.1. Os Efeitos Da Oração Na Vida De Barnabé

a) Enquanto orava foi chamado à obra missionária At 13.3;

b) A oração tornou-o pregador de poder At 14.1;

c) Os sinais e prodígios eram comuns em seu ministério,


porque a oração foi o potente maquinismo que operou
maravilhas At. 15.12.

7.2. Dedicado Ao Jejum

As segundas e quintas-feiras eram os dias em que


Barnabé se mantinha em profunda separação dos gêneros
alimentícios, para abastecer-se do maná celestial. Todo
obreiro que é apático ao jejum jamais terá um ministério
brilhante e prodigioso, será apenas um pregador comum. O
jejum que é um exercício espiritual tem perdido sua
popularidade na oração secreta de muitos obreiros. No jejum
os apetites do corpo são negados e esses apetites sempre
impedirão as faculdades mais exaltadas da alma. A máxima
que diz que a alma brilha mais quanto menos for à atenção

325
dada ao corpo expressa a verdade. O jejum, quando
corretamente usado, sem dúvida alguma é de inestimável
valor no desenvolvimento espiritual e na busca pela orientação
divina. Eis ai, a razão do sucesso glorioso do ministério de
Barnabé, jejum e oração At 12.2-3.

7.3. Encorajador

A chegada de Barnabé em Antioquia da Síria foi um


bálsamo para a alma da nova igreja At 11.23; 13.43; 14.22.
Suas palavras eram verdadeiras fortalezas para os crentes
novos convertidos. Antes de ser expulso juntamente com
Paulo de Antioquia da Pisídia encorajaram de maneira
profunda e maravilhosa os irmãos a permanecerem na graça
viva do nosso Deus At 13.43. A estrutura dos crentes
listrenses estava abalada por haver contemplado Paulo
estendido e lapidado no chão, a presença de Barnabé foi um
consolo sui generis e suas palavras uma tônica eficaz At
14.22. Que o Senhor levante em nossos dias obreiros como
Barnabé, com a graça de encorajar os companheiros a
triunfarem sobre as tempestades da vida.

7.4. Alegre

A alegria de Barnabé contagiava o ambiente aonde


chegava At 11.23. É tão triste saber que há obreiros que suas
326
presenças produzem tristezas agudas. A alegria espiritual do
chipriota Barnabé era um óleo que lubrificava as vidas
enferrujadas com mau humor. Mesmo quando tudo parece
escuro em nossa volta a alegria do Espírito é a lâmpada que
desvanece as trevas At 13.52. A importância da alegria divina:
é a nossa força Ne 8.10: é obtida na presença do Senhor Sl
16.11; ela supera as tristezas Sl 30.5; é um vestido dado aos
fiéis Sl 132.6 e nos inspira buscar mais a Deus Is 12.3.

8. OS ÚLTIMOS DIAS DE BARNABÉ

Apartir da separação entre Barnabé e Paulo, seu nome


não se encontra mais na historia sagrada. Lucas virou sua
atenção biográfica para a equipe de Paulo e não a de
Barnabé. A viagem feita por Barnabé e Marcos para a ilha de
Chipre, só ficaremos sabendo dos seus frutos quando
estivermos perante o tribunal de Cristo. Tertuliano propunha
Barnabé como o autor legítimo do Livro de Hebreus. Clemente
de Alexandria chamava-o de um dos setenta chamados e
enviados por Jesus. Lc 10.1-11. A tradição revela que Barnabé
permaneceu em Chipre, em sua terra natal nos seus últimos
anos de vida, e que na cidade de Salamina encontrou o
martírio e morreu. Com a morte de Barnabé, Marcos passou a
ajudar o apóstolo Pedro, e esteve com ele em Babilônia 1 Pe

327
5.13. Depois de algum tempo Marcos reintegrou-se ao
ministério de Paulo, durante o seu primeiro aprisionamento em
Roma.

328
08

MENSAGEM
TEMA: A ORAÇÃO MUDA AS COISAS
TEXTO: LC 9.29
INTRODUÇÃO
A oração é o jejum são duas armas poderosíssimas
empregadas pelos valorosos servos de Deus no decorrer dos
séculos. As páginas biográficas da história estão, por
conseguinte, floridas de exemplos inapagáveis de homens que
souberam pagar o preço na oração e no jejum. De volta à
oração e ao jejum, é isso mesmo, que nós, os cristãos
hodiernos precisamos fazer. Porque a oração é a chave. A
oração trás a resposta de Deus e o jejum apressa a resposta
da oração. Os quartos de oração se encontram vazios e, os
calos dos joelhos fervorosos já desapareceram. O Senhor está
à procura de quem esteja na brecha Ez 22.30; Is 59.16. A
frieza que está campeando em muitos corações tem sua
origem no descuido para com a oração e o jejum. Confesso-
lhes, que ao elaborar este estudo; eu o fiz com o intuito de
auto disciplinar-me. O eco retumbante do Espírito em mim
ultimamente tem-me conclamado ininterruptamente a buscar

329
ao Senhor com maior dedicação. Preclaro aluno como tem
sido sua vida de oração e jejum?
1. O QUE É ORAÇÃO?
É o ato pelo qual o homem se dirige a Deus para prestar-
lhe homenagem ou reivindicar lhe benevolência. “A oração é o
meio que Deus nos concede para persuadi-lo a querer aquilo
que nós queremos, mas ela também deve ser o meio pelo
qual lhe peçamos que nos induza a querer aquilo que ele
quer” Vom Allmon. O que há de glorioso na oração é que o
eterno soberano nos convida a viver em suas pisadas de
amor.
2. PENSAMENTOS SOBRE A ORAÇÃO
2.1. O que o oxigênio é para os pulmões é a oração para a
alma.
2.2. É a melhor ginástica para a alma do cristão.
2.3. É o farol instintivo do espírito que aponta para a
imensidão do poder de Deus.
2.4. É aquilo que ninguém quer.
2.5. É a chave na mão da fé que abre a porta da caixa-forte
dos tesouros eternos de Deus.
2.6. Nunca o homem é tão grande como quando está de
joelhos.
2.7. É o fenômeno central da vida religiosa.
330
3. VOCABULÁRIO DAS SEGUINTES PALAVRAS
3.1. Clamar: implorar em voz altissonante Jr 33.3;
3.2. Invocar: chamar em auxílio Sl 17.6;
3.3. Suplicar: pedir com instância e humildade Ex 32.1;
3.4. Implorar: pedir humildemente Dt 3.23;
3.5. Orar: rogar a Deus 1 Sm 12.23;
3.6. Deprecar: pedir com insistência 1 Tm 2.1;
3.7. Interceder: intervir a favor de alguém Hb 7.25;
3.8. Rogar: pedir com perseverança Ex 33.18.
4. COMO RECUPERAR O DESEJO DE ORAR
Ficar sem orar é obter prejuízos na vida material e
espiritual. O homem é tendente a negligenciar no que tange
respeito à oração. O Diabo luta incessantemente, para ver em
escombros as nossas orações; o exemplo disso podemos ver
quando o príncipe do Reino da Pérsia lutou durante vinte e um
dias para interromper as orações do profeta Daniel Dn 10.12-
13. A única maneira de recuperar esse desejo é implorar ao
Senhor misericórdia e aplicar aa oração à sua vontade. O rei
Asa conclamou a nação judaica a voltar para o Deus Todo-
Poderoso, e todos de comum acordo aceitaram o desafio.
Nobre leitor, fazendo o que se segue o seu desejo de orar
será recuperado 2 Cr 15.12-15:

4.1. Suplique Misericórdia Divina


331
4.2. Deixe as lágrimas aparecerem com humildade;
4.3. Procure frequentar as reuniões de oração;
4.4. Procure dedicar-se a cantar hinos de oração;
4.5. Marque um horário de encontro com Deus e não falte.
5. O REAL SIGNIFICADO DA ORAÇÃO
Muitos são aqueles que não compreendem o real
significado da oração. Outros acham que a oração, é uma
válvula de escape quando se encontram cercados por
diversos problemas. Certo moço desavisado sobre a oração,
quando interrogado disse: “Oro quando quero alguma coisa e
acho que não posso adquiri-la doutra forma. A oração visa
levar-nos a uma comunhão mais estreita com o Senhor, e
assim nos posiciona cada vez mais em linha com a sua divina
vontade e propósitos. É ridículo, os cristãos, aproximarem do
Senhor simplesmente para reivindicar lhe bênçãos materiais,
ou como seja a expressão tiaguiana ““... pedis mal, para o
gastardes em vossos prazeres” Tg 4.3. Quando estivermos
em oração, devemos na maior parte do tempo, procurarmos
saber do Senhor, qual é a sua vontade para conosco. Foi
assim, que o grande Neemias portou-se perante Deus em
suas orações. Ele chorou, não por si mesmo, mas pelos
escombros dos antigos muros da cidade natal de seus pais.
Foi orando, jejuando e servindo ao Senhor, que Barnabé e
332
Saulo foram chamados pelo Espírito e realizaram a primeira
viagem, preocupados não consigo mesmos, e sim com a
grande seara.
6. AS CINCO FORMAS DE ORAÇÕES
A oração como temos visto, é uma disposição da mente,
uma atitude do coração, que Deus reconhece como tal, quer
se manifeste em silêncio meditação, em suspiros anelantes ou
em palavras audíveis Sl 62.8.
6.1. Oração Deprecatória
É a oração peticionária; o voltar-se para Deus no intento
de receber alguma coisa. É de suma importância que cada
cristão lute em oração, até alcançar do Senhor o que se
deseja 1 Tm 2.1; Fp 4.6.
6.2. Oração Gratulatória
Essa é a forma peticionária que mais precisamos
empregá-la nos dias de hoje, devido às inúmeras bênçãos
recebidas do Senhor. Paulo não se esquecia de agradecer a
Deus pelos benefícios recebidos Ef 5.20. Tenho feito oração
gratulatória, e tenho visto como é bom ser grato a Deus.
6.3. Oração Conversatória
Orar é conversar com o criador; é expor as nossas
dúvidas e temores abertamente. A oração difere da reza,
porque a última obedece a uma costumeira petição, enquanto
333
que a primeira é um diálogo aberto e atualizado. A oração
conversatória permite Jesus tomar as rédeas da nossa vida
por completo.
6.4. Oração Louvatória
No Velho Testamento era costume dos salmistas e
poetas, exteriorizarem seus anelos espirituais por meio do
louvor. Na presente dispensação, podemos orar ao Senhor
louvando-o, por meio de ações de graças e também por
cânticos espirituais. No livro dos Salmos, é comum a oração
louvatória Sl 33.1; 34.1,3; 103.1; 150.2.
6.5. Oração Inarticulatória
Como já frisamos, a oração é realmente uma atitude do
coração para com Deus. Como tal se expressa às vezes em
palavras, às vezes sem palavras, exatamente como acontece
entre dois entes queridos. A oração que dirigimos a Deus, não
é somente aquela que fazemos verbalmente e, sim, a
inarticulada. Há algo em nosso coração que não podemos
exteriorizar por meio de palavras Ef 6.18.
7. OS EFEITOS DA ORAÇÃO CONTÍNUA
Se quisermos alcançar êxito na oração, teremos que
fazê-la continuamente. Muitos crentes não alcançam sucesso
na oração, porque em plena batalha desvanecem. Ló foi livre
da destruição de Sodoma por causa da oração contínua e
334
intercessória do patriarca Abraão Gn 18.23-33. Martinho
Lutero não estava satisfeito com a doutrina corrente de sua
época e, para dar a solução a esse problema, ele passou
muito tempo em oração numa sala da torre do mosteiro negro.
Em resposta ao seu clamor contínuo veio a grande reforma.

Herodes Agripa I levantou uma grande perseguição contra


a igreja e matou Tiago a espada At 12.2. Diz o texto sagrado,
que Pedro foi metido num cárcere escuro e ficou algemado
entre dois soldados por algum tempo. Para retirar Pedro dali
era somente Herodes Agripa I ou Jesus Cristo: ““... mas a
igreja fazia contínua oração por ele a Deus vs.5b. Essa
reunião de oração foi feita na casa de Maria, mãe de Marcos
ao sul da porta de Sião e, o Senhor atendendo ao clamor
contínuo enviou apenas um anjo para libertá-lo At 12.6-12.
7.1. Os Quatro Segredos Da Oração Contínua Que Traz A
Resposta De Deus At 12.5

7.1.1. Oração unida: A igreja orava;


7.1.2. Oração fervorosa: A igreja fazia contínua oração;
7.1.3. Oração em espírito: A Deus;
7.1.4. Oração perseverante: Contínua.
Jesus, o grande mestre da oração, com intuito de mostrar
o valor da oração contínua, narrou duas parábolas que

335
imortalizaram: a do juiz iníquo Lc 18.1-8 e a do amigo
importuno Lc 11. 5-13.
7.2. Os Efeitos Da Oração Contínua
7.2.1. Coloca-nos em plena comunhão com Deus;
7.2.2. Proporciona-nos fervor espiritual;
7.2.3. Traz-nos vitórias constantes;
7.2.4. Dá-nos autoridade sobre os demônios;
7.2.5. Dissipa todas as dúvidas da nossa mente.

7.3. Termos Que Descrevem A Oração

7.3.1. Dobrar os joelhos Ef 3.14;


7.3.2. Apresentar perante o Senhor Sl 5.3;
7.3.3. Levantar a alma Sl 25.1;
7.3.4. Levantar as mãos Lm 3.41;
7.3.5. Derramar o coração Sl 62.8;
7.3.6. Derramar a alma 1 Sm 1.15;
7.3.7. Invocar o nome do Senhor Gn 12.8;
7.3.8. Clamar a Deus Sl 27.7;
7.3.9. Aproximar-se de Deus Sl 73.28;
7.3.10. Clamar ao Céu 2 Cr 32.20;
7.3.11. Suplicar ao Senhor Ex 32.11;
7.3.12. Buscar a Deus Jó 8.5;
7.3.13. Buscar a face do Senhor Sl 27.8.

336
8. OS INIMIGOS DA ORAÇÃO
Satanás sendo sabedor de que a oração torna-nos
sobremaneira poderosos, aplica alguns métodos, para ver se
consegue neutralizar as nossas orações. Se você querido
amigo quer ser vitorioso na oração deverá vencer o que se
segue:
8.1. Sono

Não refiro ao sono natural que é uma benção de Deus


para a recomposição das forças físicas Sl 3.5; 4.8; e sim, o
sono súbito durante o período de oração que é seta maligna.
Certo irmão, em determinada cidade estava em oração
quando foi surpreendido por um sono repentino, clamou pelo
sangue de Jesus e, no mesmo instante ouviu as gargalhadas
de Satanás. Esse fato pode comprovar que o inimigo é o autor
do sono no período de devoção cristã Mt 26.40.
8.1.1. O sono não dominava Davi Sl 132.4;
8.1.2. O sono fora do normal é diabólico Pv 20.1;
8.1.3. Jonas era sonolento Jn 1.6;
8.1.4. As virgens loucas dormiram e até adormeceram Mt
24.5;
8.1.5. O sono oculta a glória divina Lc 9.32;
8.1.6. O sono da negligência leva à morte Lc 9.32;
8.1.7. Não podemos dormir espiritualmente Rm 13.11.
337
8.2. Canseira
É bem verdade que depois de um dia delongado de
trabalho, o corpo fica na expectativa de descanso, por causa
da fadiga diurna. A canseira que aqui perlustro neste tópico, é
a fadiga relacionada com o momento de oração. Ela pode
surgir ao amanhecer, ao meio dia e também à noite. Somente
o Senhor poderá reabilitar as nossas forças espirituais,
apagando por completo essa segunda inimiga da oração Sl
18.2.
8.3. Desatenção
Se durante o período de oração não houver
concentração, o valor da súplica será anulado. As igrejas
atuais estão cheias de crentes desatenciosos e irreverentes
para com a oração; aproveitam o momento de clamor para
ausentarem-se do templo. Nobre leitor, se a tempo não
consegues adentrar ás portas do poder espiritual porque
andas desatento durante a oração, levanta-te e alcance agora
mesmo pela fé a autoridade do céu para vencer. Os prejuízos
de quem vive desatento no momento da oração:
8.3.1. Torna-se frio espiritualmente;
8.2.2. Torna-se triste;
8.3.3. Perde a segurança espiritual;
8.3.4. Torna-se fraco e desanimado.
338
Mesmo com o edito assinado e ameaçado de ser atirado
na cova dos leões, o profeta Daniel continuou atenciosamente
buscando a presença do Senhor. Mesmo com os acusadores
espiando-o pela janela, Daniel não desviou sua atenção da
oração fervorosa que fazia Dn 6.10-11.

8.4. Impaciência
Tanto pela experiência, bem como pela Bíblia, somos
sabedores de que para conversarmos com o Todo Poderoso,
é preciso que haja calma e profunda reflexão. Os impacientes
jamais poderão desfrutar do que há de melhor na oração, que
é a comunhão com Deus. Aquele que ajoelha com um joelho e
levanta com o outro, está longe de saber o real significado da
oração.
8.4.1. Homens que venceram os inimigos da oração
a) Abraão
Intercedendo por Ló e sua família Gn 18.23-33;
b) Moisés
Permaneceu o Senhor quarenta dias e quarenta noites
Ex 24.18
c) Paulo
Esteve três anos no deserto da Arábia Gl 1.17-18
d) Josué
Prostrou perante o Senhor um bom tempo Js 7.6-7;
339
e) A igreja primitiva
Ficou vários dias esperando a promessa do alto At 1.13-
14;
d) Charles Finney
Esse fervoroso evangelista orava quatro horas por dia;
e) João Hyde
Orava e demorava tanto na presença de Deus e quando
pensava em se retirar dizia: “Pai, é a tua vontade que eu me
retire?”
f) Guilherme Bramwell
Certa feita, ele orou e jejuou pelo espaço de trinta e seis
horas, e de vez em quando enfiava a cabeça na areia como a
avestruz em busca do poder do alto. Que o Senhor possa nos
despertar e proporcionar-nos paciência para estarmos aos
seus pés qual Maria Lc 10.42.
9. O PREGADOR E A SUA VIDA DE ORAÇÃO
Os pregadores são preletores privilegiados, pois, além de
contar com todos os requisitos exigidos pela oratória, contam
com a divina “unção espiritual”. Ela só é adquirida pelo manto
sagrado da oração Ef 6.18-19; At 4.29; Cl 4.3; 2 Ts 3.1. O
mensageiro que não ora pode ser comparado a uma noite
sem estrelas; a uma flor sem perfume e uma pintura sem
inspiração.
340
Aquele que deseja falar muito de Deus aos homens deve
falar muito dos homens a Deus. Um pregador que não é de
oração é despido por completo do poder do alto.
Particularmente eu acho muita coragem, um pregador assumir
o púlpito para pregar, sem ter passado um bom tempo pela
fornalha da oração. Spurgeon analisa da forma que se segue
a vida de oração do pregador:

9.1. Deve orar mais que os cristãos comuns, ou de outra


maneira estaria desqualificado.
9.2. Deve orar e se distinguir acima dos demais como homem
de oração.
9.3. Um homem estar no ofício mais elevado e ser o mais
baixo de alma é horrível.
9.4. Todas as nossas bibliotecas e escritórios são uma
simples vacuidade, comparados com os nossos quartos de
oração.
9.5. Muitas vezes os textos se negam a revelar os seus
tesouros, enquanto não os abrirmos com a chave da oração
Dn 9.23.
9.6. A oração é o potente maquinismo que opera a maravilha
do conhecimento de doutrinas misteriosas.
9.7. Usem a oração como vara de sondagem, e as fontes de
águas vivas saltarão das entranhas da Palavra de Deus.
341
9.8. As mais lindas frases pronunciadas no decorrer de um
sermão, não são as premeditadas, e sim, as que são ditas
sobre a inspiração do Espírito de Deus.
9.9. A lembrança das suas lutas em casa fortalece o pregador
agrilhoado quando no púlpito.
9.10. Certo pregador pode descobrir que o sucesso de seus
sermões dependia das orações de um leigo iletrado que ficava
sentado nos degraus do púlpito.
9.11. O homem que for de oração poderá ser uma muralha de
fogo ao redor do seu país, ser anjo de guarda e seu escudo.
9.12. O ministro que não ora fervorosamente pela obra que
realiza, só pode ser um homem fútil e vaidoso. Age como que
se considerado autossuficiente, e, portanto, como se não
precisasse apelar para Deus.
9.13. O pregador que negligencia orar só pode ser muito
desleixado quanto ao seu ministério. Será por certo um
simples palrador.
9.14. O pregador que não ora, não pode ser um daqueles que
aram bem e colhem messes abundantes. É um relé vadio, não
um trabalhador. Como pregador, tem nome de que vive e está
morto. Manqueja em sua vida como o coxo de provérbios,
cujas pernas eram desiguais, pois sua oração é mais curta
que a sua pregação.
342
9.15. Samaria, em crise de fome, tipifica um sermão sem a
oração; Jerusalém com suas festas repletas de substâncias
gordas e de tutano pode representar um sermão enriquecido
por ela. Alguns tem tentado imitar a unção por meio de
entonação e gemidos inaturais.
9.16. Aquele que pleiteia secretamente com Deus, sobre ele
pousa o orvalho do Senhor.
9.17. Deixem o seu velo na eira dos rogos até umedecer-se
com o orvalho do céu.
9.18. Seria muito proveitoso de vez em quando haver um
retiro só para pastores.
9.19. O pregador que vive em oração é comparado ao
Hermom, que em pleno deserto é coberto de neve e demais
frutífero.
9.20. O pregador que não ora perde para aquela figueira que
o Senhor amaldiçoou.
10. CRISTO O MESTRE DA ORAÇÃO
Mesmo sendo o Salvador da humanidade, o Cristo
eterno precisou viver sob a égide da oração. Seus inúmeros
milagres foram efetuados pelo poder adquirido no cimo do
monte das Oliveiras. Restaram como testemunhas oculares
das suas lágrimas, gemidos e agonia, apenas oito velhas
oliveiras que ali perduram. Sua preciosa vida tornou-se um
343
espelho perpétuo para refulgir sobre as gerações futuras a luz
da vitória adquirida sobre os joelhos da magnânima
intercessão. Para quem aspira vencer nesta vida, pode
contemplar no Senhor Jesus, o retrato fiel de um herói
prostrado e vitorioso sob o manto da doce oração.
10.1. Ele é o Mestre por excelência Lc 11.1; 16.1;
10.2. Escalava denodadamente o monte para orar Mt 13.23;
Mc 6.46; Lc 9.28;
10.3. Orava constantemente de madrugada Mc 1.35;
10.4. Era poderoso em oração Lc 3.21;
10.5. Procurava também o deserto Lc 5.16;
10.6. Sua oração era perseverante Lc 6.12;
10.7. Seu rosto transfigurava quando orava Lc 8.10;
10.8. Orava de joelhos e intensamente Lc 22.41,44;
10.9. Orava prostrado em reverência Mt 26.39;
10.10. O sono era vencido por ele quando orava Lc 22;
10.11. Ensinou-nos a orar pelos caluniadores Lc 6.28;
10.12. Apontou o local de oração Mt 6.6;
10.13. Ensinou a oração padrão Mt 6.9;
10.14. Delineou o valor da vigilância adjunta à oração Mt
26.41;
10.15. Ensinou-nos a perdoar durante o período de oração
Mc 11.25.
344
10.16. Suas derradeiras palavras foram uma oração breve Lc
23.46.
11. PAULO E SUA VIDA DE ORAÇÃO
Paulo, o grande herói neotestamentário; tornou-se o
maior pregador de renome universal; notabilizou-se pelas
curas extraordinárias que efetuara, porque trilhou o límpido
caminho da oração. Sua vida ministerial foi coroada de êxito
porque nunca negligenciou o santo dever da intercessão.
Somente através de uma vida de oração é que ele conseguiu
galgar o topo da escada da vitória: “Combati o bom combate,
acabei a carreira, guardei a fé 2 Tm 4.7”.
11.1. A Oração Em Seus Primeiros Passos
11.1.1. Iniciou a sua vida cristã de joelhos At 9.11;
11.1.2. Passou três anos consecutivos em oração Gl 1.18;
11.1.3. Foi separado para a obra missionária enquanto orava
At 13.3.
11.2. Os Locais Onde Orou
11.2.1. Na praia do mar Egeu At 20.36;
11.2.2. No templo At 22.17;
11.2.3. Na prisão At 16.24-25;
11.2.4. Na beira do rio At 16.13;
11.2.5. Em navios At 27.9,23;
11.2.6. No meio da rua At 16.18.
345
11.3. Os Efeitos De Suas Orações
11.3.1. Abriram as portas do cárcere filipense At 16.26;
11.3.2. Libertaram os endemoninhados At 16.8
11.3.3. Curaram os enfermos At 28.8.
11.4. Como Orava
11.4.1. Em línguas estranhas 1 Cor 14.14;
11.4.2. Com as mãos levantadas 1 Tm 2.8;
11.4.3. Fervorosamente At 22.17;
11.4.4. Continuamente 1 Ts 3.10; 5.17,25;
11.4.5. Acompanhado At 16.16;
11.4.6. Isoladamente At 20.16;
11.4.7. De joelhos At 20.36;
11.4.8. Sentado At 16.24;
11.4.9. Alegremente Fp 1.4;
11.4.10. Pela habilidade da oratória sagrada Ff 6.18; 2 Ts 3.1;
11.4.11. Empregando combate Rm 15.30.
12. AS POSTURAS EM ORAÇÃO
A Bíblia Sagrada não versa em torno de uma única
postura para se orar. O mais importante na oração não é a
postura, e sim, a maneira devocional como ela é dirigida. Os
adeptos analfabetos espirituais da congregação cristã no
Brasil, afirmam, que a única postura para se orar é a de
joelhos. Quando Jonas esteve no ventre do grande peixe, qual
346
foi a postura empregada por ele? Em suma, Deus olha para o
coração e não propriamente para a postura do corpo. Quando
o coração está bem diante de Deus, não há lugar para
atitudes desrespeitosas ou irreverentes da nossa parte na
presença do Senhor. Podemos orar:

12.1. Em pé 1 Re 8.22;
12.2. Prostrados Sl 95.6;
12.3. Ajoelhados 2 Cr 6.13;
12.4. De bruços Js 5.14;
12.5. Mãos estendidas Is 1.15;
12.6. Mãos levantadas Sl 28.2;
12.7. Deitados 2 Rs 20.1-2;
12.8. Cabeça entre as pernas 1 Rs 18.42;
12.9. De olhos abertos Sl 121.1;
12.10. Agarrados Gn 32.24.
13. COISAS QUE DEVEM ACOMPANHAR A ORAÇÃO
13.1. Humildade 1 Pe 5.5;
13.2. Fé Mc 11.24; Hb 11.6;
13.3. Retidão Tg 5.16;
13.4. Obediência 1 Jo 3.22;
13.5. Contrição 2 Cr 7.14;
13.6. Coração aberto Jr 29.13;
13.7. Lágrimas 2 Rs 20.5;
347
13.8. Arrependimento Jó 42.6;
13.9. Temor Pv 9.10;
13.10. Gratidão Rm 7.25.
14. AS ORAÇÕES BREVES REGISTRADAS NA BÍBLIA
14.1. A oração de Ezequias 2 Rs 20.2-3;
14.2. A oração do publicano Lc 18.13;
14.3. A oração de Jesus na cruz Lc 23.34;
14.4. A oração do ladrão moribundo Lc 23.42;
14.5. A oração de Estevão At 7.60;
14.6. A oração de Elias no monte Carmelo 1 Rs 18.36-37;
14.7. A oração de Jabes 1 Cr 4.10.
15. AS ORAÇÕES MAIS NOTÁVEIS DA HISTÓRIA BÍBLICA
15.1. A de Abraão por Sodoma Gn 18.23;
15.2. A de Jacó no vau do Jaboque Gn 32.22-28;
15.3. A de Davi pela construção do templo 2 Sm 7.18;
15.4. A de Salomão em Gibeão 1 Rs 3.6;
15.5. A de Ezequias na invasão de Senaqueribe 2 Rs 19.15;
15.6. A de Habacuque Hb 3.1.
16. PESSOAS QUE IMPORTUNARAM EM ORAÇÃO
16.1. Abraão Gn 18.32;
16.2. Jacó Gn 32.26;
16.3. Moisés Dt. 9.18;
16.4. A mulher siro-fenícia Mc 7.25;
348
16.5. Jesus Lc 22.44;
16.6. O régulo de Cafarnaum Jo 4.49;
16.7. A igreja primitiva At 12.5;
16.8. Elias Tg 5.17.
17. BÊNÇÃOS RESULTANTES DA ORAÇÃO
17.1. Visão espiritual;
17.2. Saúde plena;
17.3. Libertação;
17.4. Alegria espiritual;
17.5. Longevidade;
17.6. Comunhão perene;
17.7. Renovação espiritual;
17.8. Certeza de vida eterna;
17.9. Vitória sobre Satanás;

349
09

MENSAGEM
TEMA: ANTICRISTO O DITADOR MUNDIAL
TEXTO: 2 Ts 2.3-11

INTRODUÇÃO
É o grande personagem da literatura apocalíptica de
Daniel Dn 7. É o elemento com muitos traços herdados da
figura de Gog Ez 38. Representa o ponto culminante da
apostasia 1 Tm 4.1. Muitos escatologistas veem na besta do
apocalipse, uma ampliação desta doutrina Ap 13. A palavra
anticristo só se encontra nas epistolas joaninas, como o arqui-
inimigo de Cristo esperado para o fim dos tempos. A palavra
anticristo ocorre cinco vezes em 1 Jo 2.18; 2.22; 4.3; 2 Jo 7.
Ele surgirá imediatamente após o arrebatamento da igreja 2
Ts 2.7 e, será destruído na volta de Cristo em glória que
marcará o final da grande tribulação Ap 19.11-21.
1. DEFINIÇÃO DO VOCÁBULO ANTICRISTO
Na língua grega “anticristos” que significa “adversário de
Cristo”. Ele será a obra-prima de satanás, o dominador do
mundo, o assim chamado super-homem, o ditador, o profeta
de uma nova religião. O anticristo não será Satanás, mas
350
apenas virá segundo a sua eficácia 2 Ts 2.9. Ele será a última
desesperadora tentativa de Satanás para levar o mal a
dominar inteiramente o mundo. A força de “anti” como palavra
indica mais oposição do que alguém afirmar ser o Cristo.
2. NOMENCLATURAS ESCATOLÓGICAS QUE DESIGNAM
O ANTICRISTO
2.1. O anticristo 1 Jo 2.18;
2.2. A ponta pequena Dn 7.8;
2.3. O rei feroz de cara Dn 8.23-25;
2.4. O rei que fará segundo a sua própria vontade Dn11. 36;
2.5. É identificado pelo pronome “ele” Dn 9.27;
2.6. O personagem da última hora 1 Jo 2.18;
2.7. O homem do pecado 2 Ts 2.3;
2.8. O filho da perdição 2 Ts 2.3;
2.9. O iníquo 2 Ts 2.8;
2.10. O assolador Dn 9.27;
2.11. O mais robusto que os seus companheiros Dn 7.20;
2.12. O abominável Mt 24.15;
2.13. O ditador mundial Ap 13.7;
2.14. O autocêntrico Jo 5.43;
2.15. O belial Dn 7.23;
2.16. O rei obstinado Dn 7.23;
2.17. A besta Ap 13.4;
351
2.18. A besta leopardo Ap 13.2;
2.19. A besta que saiu do mar Ap 13.1;
2.20. O falso Cristo de satanás 1 Jo 2.22;
2.21. O cavaleiro equipado com arco Ap 6.2.
3. OS PROTÓTIPOS DO ANTICRISTO
3.1. Nabucodonosor
Era filho de Nabopolassar e rei da Babilônia. Capitaneou
uma bem sucedida revolta dos babilônios contra os assírios e
fundou o grande império em 625 a.C. O nome Nabucodonosor
significa “nebo defensor dos limites”. Tornou-se o primeiro
protótipo do anticristo pelos seguintes fatores: governou o
mundo todo de então; criou um sistema único de religião;
ordenou a adoração de imagem sobre pressão de morte; seu
número predileto era o seis; orgulhou-se do seu reinado e
durante sete anos viveu como animal.
3.2. Antíoco Epifânio
Era o filho menor de Antíoco III e Laodice. Subiu ao
trono em 175 a.C. Esse foi o rei selêucida que obteve má
fama por causa de sua interferência no estado e na adoração
dos judeus, ao ponto de torna-se um antigo protótipo do futuro
anticristo. Antíoco Epifânio sacrificou um porco sobre o altar
em Jerusalém, provocando desse modo a revolta dos

352
macabeus. Erigiu no templo dos judeus uma imagem de Zeus
o deus supremo da Grécia profanando o lugar santo.
3.3. Tito
Seu nome completo era Titus Flavius Vespasianus. Foi
imperador de Roma entre 78-81 d.C. Era filho do imperador
Vespasiano. O breve reinado de Tito que é um protótipo do
anticristo foi marcado por dois grandes desastres. O primeiro
foi a erupção do Vesúvio, em 70 d.C., e o outro foi o incêndio
de Roma e uma tremenda praga que feriu a cidade. Quando
Tito destruiu Jerusalém no ano 70 d.C., arrastou os abjetos
sagrados e o grande castiçal de ouro do templo através das
ruas de Roma.
3.4. Nero
Seu nome original era Lucius Domitus Ahenobarbus.
Mais tarde foi mudado para Nero Claudius Caesar Drusus
Germanicus. Nasceu em Antium na Itália em 15/12/37 d.C.
Era filho de Gneius Domitus Ahenobarbus e Agripina, irmã de
Calígula. A família de Nero era famosa por causa da coragem,
crueldade e altivez. Nero gastava sem conta com feras e lutas
de gladiadores, tratava seus empregados e escravos com
muita crueldade. Era adúltero, traidor, brutal e de natureza
leônica. Na língua sabina o nome Nero significava “valente e
forte”. Nero César (KSR NRWN) a soma dos valores
353
numéricos das letras hebraicas equivale = 666. Nero foi o leão
referido por Paulo 2 Tm 4.17. Foi assim chamado pela fome
que tinha de perseguir os servos de Deus do primeiro século.
Havia uma crença popular que afirmava que Nero voltaria a
reviver.
3.5. Adolf Hitler
Líder político, alemão nascido na Áustria em 1889-
1945. Responsável por um dos maiores genocídios da
história. Ao ordenar a invasão da Polônia em 1939, provocou
a 2a Guerra Mundial. Tornou-se protótipo do anticristo por sua
natureza felina e pela aversão que tinha pelo povo Judeu.
Mandou exterminar nos campos de concentrações cerca de 6
milhões de Judeus. Derrotado, em abril de 1945 com tropas
soviéticas, cercando Berlim, suicidou-se no bunker da
chancelaria.

Adolf Hitler

354
4. AS CARACTERÍSTICAS DO ANTICRISTO
Encontramos nessa lista que Paulo elaborou ao escrever
a Timóteo o perfil do caráter do anticristo 2 Tm 3.1-5.
Encontramos catalogadas aqui dezoito características que se
somarmos ficarão assim: 6+6+6=18

Egoísta Ingrato Cruel


Avarento Irreverente Inimigo
Jactancioso Desafeiçoado Atrevido
Arrogante Implacável Enfatuado
Blasfemador Caluniador Traidor
Desobediente Indomável Amigo dos
prazeres
6 6 6

4.1. Negará a divindade do Pai quanto do Filho;


4.2. Promoverá um ateísta mundial;
4.3. Terá uma sagacidade para induzir e enganar;
4.4. Será exaltado pelas maravilhas mentirosas;
4.5. Será um verdadeiro gênio embora um gênio do mal;
4.6. Portará de maneira egomaníaca;
4.7. Será o anticristo uma imitação da encarnação;
4.8. Terá que provar sua genealogia judaica;
4.9. Será um governo tirano e insensível;
355
4.10. O falso profeta será o seu precursor.
5. O PARALELO ENTRE CRISTO E O ANTICRISTO
Quando satanás não ataca o Reino de Deus frontalmente
ele usa a arma da imitação.

CRISTO ANTICRISTO
O verbo encarnado de Deus Será a encarnação do Diabo
A Segunda pessoa da trindade A Segunda pessoa da
divina trindade satânica
O Filho de Deus O filho do diabo
Governará a terra por mil anos Governará a terra por sete
anos
O cabeça da Igreja O cabeça da falsa religião
Jesus é o defensor de Israel Defenderá Israel por 42
meses
Veio em nome do Pai Virá em seu próprio nome
Recebeu autoridade do Pai Receberá autoridade do
dragão
É o leão da tribo de Judá É simbolizado pelo leão
Salvará o povo judeu Falso salvador dos judeus
Governará a terra através de Governará o mundo através
Jerusalém de Jerusalém
João Batista foi o seu precursor O falso profeta será o seu
precursor
Falou em nome do Pai Falará em nome do dragão
É o Príncipe da paz Trará falsa paz
Virá em glória sobre um cavalo Aparecerá montado num
branco cavalo branco

356
6. OS SÍMBOLOS PROFÉTICOS DO ANTICRISTO
O anticristo a fera dos últimos dias tem sido configurado
em vários aspectos animalescos. Ele tem sido zoofigurado
devido o seu caráter bestial, homicida, em querer servilizar a
humanidade. O anticristo será um gênio que abarcará o
sentido governamental dos quatro impérios mundiais Dn 7 e
no Ap13. 2 terá os característicos combinados das três feras.

6.1. Uma Besta


No original grego tem o significado de “animal selvagem”
o que representa muito bem a selvageria do anticristo. Na
língua portuguesa “besta” é o produto híbrido originado do
cruzamento do jumento com a égua. Animal de carga. Pessoa
muito estúpida. A palavra besta aparece 37 vezes no
Apocalipse.
6.2. Sete Cabeças
As sete cabeças citadas em Ap 17.9 são sete montes:
Quirinal, Esquilino, Viminal, Palatino, Capitolino, Célio e
Aventino. Agora as sete cabeças de Ap 13.1 falam da
inteligência descomunal do anticristo. Como um demônio tem
a força de sete homens o futuro ditador mundial pensará por
sete homens inteligentíssimos.

357
6.3. Dez Chifres Ap 13.1
Representam dez reis ou reinos que será uma
confederação de nações sobre a qual o anticristo dominará o
mundo Ap 13.1; Ap 17.12.

6.4. Dez Diademas Ap13. 1


A palavra diadema aparece por três vezes no livro do
Apocalipse 12.3; 13.1; 19.12. Essa peça era usada como
corda e servia de sinal de realeza. O anticristo usará 10
diademas como símbolo de domínio sobre um bloco de dez
nações Dn 7.24. O nosso soberano Salvador Jesus Cristo
aparecerá “com muitos diademas” em sua vinda em glória Ap
19.12, o que é o símbolo da universalidade de seu senhorio.

6.5. As Semelhanças Do Anticristo Com O Leopardo Ap


13.2
6.5.1. O leopardo é elegante
O anticristo terá uma performance e uma etiqueta
invejável. Suas palavras serão coma a prata e sua aparência
elegantérrima.
6.5.2. Esperto e astucioso
Será um espertalhão, terá uma astuciosidade
exorbitante. Conseguirá dominar a União Europeia, o mundo

358
político-religioso e fará uma aliança enganosa com os judeus
por um período de sete anos.
6.5.3. A cor do leopardo é um bronzeado claro
Na tipologia bíblica o bronze como metal fala do
julgamento do pecado, só que o anticristo é simbolizado na
cor do leopardo como o homem do pecado.
6.5.4. É animal carnívoro
Isto fala da famigerada vontade do anticristo de matar os
que não subalternizarem as suas ordens ateístas.
6.5.5. Incrivelmente forte
O anticristo deterá em seu comando o poder político,
religioso e militar. Será o maior déspota até então.
6.5.6. O leopardo tem o hábito de subir nas árvores
O anticristo terá uma grande sede de poder em todos os
aspectos; se entronizará no templo querendo ser adorado
como deus.
6.5.7. Os seus pés serão como os de um urso Ap 13.2
a) Onde o urso pisa fica a marca devido pesar cerca de
666 Kg
A marca do anticristo estará presente em toda a
transação comercial com o correspondente numérico 666.

359
b) A pancada do pé dianteiro de um urso pode matar um
homem
O anticristo castigará sem misericórdia aqueles que
não quiserem dobrar diante dele. Terá a agressividade de uma
pancada de um urso.
c) As garras de um urso podem ser vistas sempre, porque
ao contrário das do gato, as do urso não tem cobertura
O anticristo mostrará a sua ferocidade ursina para
massacrar na metade da grande tribulação. Sua maldade será
evidente em seu governo.
d) O urso tem cinco dedos
Isto se refere ao seu governo ditatorial que se
expandirá pelos cinco continentes.
e) O pé mede 40 cm de comprimento
Em numerologia bíblica o número 40 fala de provação,
o reinado do anticristo será de grande tribulação nos últimos
três anos e meio.
f) O urso anda lentamente
Isto tipifica a frieza mordaz do anticristo em massacrar
e pisar os que se oporem a sua falsa doutrina.
6.5.8. Boca como de um leão Ap 13.2
a) O leão tem trinta dentes

360
Isto fala da triturante ira do anticristo. O número trinta em
numerologia fala de avaliação, tudo que o futuro governo
mundial fizer antes terá uma afinada avaliação.

b) O bramido do leão é o mais temido do reino animal


As ordens governamentais do anticristo serão
respeitadíssimas por todo o mundo. Cristo o leão da tribo de
Judá fará estremecer o império do falso leão com a sua
presença e o destruirá com o assopro de sua boca 2 Ts 2.8.

ANTICRISTO A BESTA LEOPARDO AP 13.1-2

361
7. O ANTICRISTO JÁ ESTÁ NO MUNDO?
Nós somos a geração que pode provar o cumprimento dos
acontecimentos escatológicos alistados por Jesus em Mt 24.
O fim é chegado e o tempo está muito mais próximo do que
podemos imaginar. Estamos no apagar das luzes da
dispensação da graça.

O espírito opositor de satanás sempre esteve presente


no mundo. Agora que estamos no final da pista prontos para
decolarmos em direção à glória o espírito do anticristo está
fazendo de tudo para realizar uma devassa na vida espiritual
de muitos cristãos.
No dia três de Fevereiro de um mil novecentos e
sessenta e dois, apareceu uma das mais notáveis
constelações e milhares de pessoas temeram uma catástrofe
mundial. Um astrônomo indiano naquele dia afirmou ter
nascido um salvador do mundo. Uma vidente americana que
havia predito a morte do presidente Kennedy afirmou que no
dia 03/02/1962 às sete horas da manhã, nascera no oriente
médio o unificador mundial das religiões.
Há pouco tempo um certo macumbeiro converteu-se a
Jesus Cristo depois de uma discussão com um tranca-ruas
num centro de candomblé no Rio de Janeiro. Quando ele
perguntou ao demônio se o anticristo já estava no mundo e
362
qual era o seu nome. Ao que respondeu: o anticristo já esta no
mundo só que o nome dele não seria revelado porque não
tinha autorização de Satanás para revelar. Assim como o
macumbeiro queria saber o nome e foi-lhe negado, ao sair dali
procurou uma igreja e firmou-se com Jesus.
8. O ANTICRISTO SERÁ JUDEU?
Ele terá que ser um judeu e provar a sua genealogia. Os
israelitas só aceitarão um judeu como o messias soberano.
Irineu ensinava que o anticristo seria da tribo de Dã Gn 49.17.
Para reinar no milênio o Senhor Jesus Cristo terá que provar a
sua árvore genealógica. O texto de Mt 1.1-17 pode ser
chamado de “a carteira de identidade do Messias”.

A TRIBO DE DÃ O ANTICRISTO
Dã significa juiz Será um falso juiz
Envolveu-se com a idolatria A autolatria será mui grande
Ficava localizada na beira do mar A besta subiu do mar
É comparada a uma serpente Será guiado pela serpente
Transformou de serpente em leão Dt O leão-serpente
33.22; Gn 49.17
Conquistou muita terra Conquistará todas as nações
Teve um enorme exército Terá o controle de todos os
exércitos

363
9. A CONQUISTA PROGRESSIVA DO ANTICRISTO
O anticristo terá um crescimento de liderança exorbitante
e será progressivo, estratégico e sutil. No gráfico que se
segue veja como ele procederá em sua conquista mundial:

9.1. Ponta pequena


Isto fala de um pequeno poder governamental. Um reino
ou um país Dn 7.8.
9.2. Três pontas arrancadas
Aqui ele estará governando três reinos ou três países Dn 7.8.
9.3. Entrega de autoridade
Dez chefes de estados irão entregar-lhe toda autoridade
Ap 17.13.
9.4. Toda a tribo e língua e nação
Nesse período ele estará no apogeu de seu domínio
mundial Ap 13.7.
364
10. OS PROJETOS DO ANTICRISTO
10.1. Edificar um templo para os judeus no local da mesquita
de Omar em cima do monte Moriá no nordeste de Jerusalém.
Já existe uma escola para preparar jovens israelitas da tribo
de Levi, instruindo-os nos rituais antigos dos holocaustos.
Essa escola chama-se “Yeshiva Avodas Hakdesh” e foi
fundada em dezembro de 1970 pelo Rabi Hirsh Há-Cohen.
10.2. Dominar o mundo através da União Européia e do
império romano restaurado. Ele será o ministro supremo do
governo terrestre.
10.3. Acabar com a pregação do evangelho, varrendo todas
as Bíblias da terra.
10.4. Fustigar e matar todos aqueles que falarem em nome de
Jesus e que rejeitarem a marca 666.
10.5. Todos os templos religiosos, rádios e canais de TVs
mundiais estarão sobre o seu domínio.
10.6. Aniquilar a dívida externa de todos os países
devedores.
10.7. Criar um sistema de ordem econômica social que se
permita um paraíso na terra.
10.8. Criar uma rebelião mundial ateísta contra Deus o
Supremo do universo.
10.9. Elaborar um sistema monetário internacional inédito.
365
10.10. Criar um sistema numérico de crédito, operado por
cartão magnético válido mundialmente.
10.11. Controlar o mundo por um computador de última
geração tipo o neurocomputador opto eletrônico com
inteligência.
10.12. Marcar as pessoas do planeta na testa ou no punho
com o número que será gravado por sistema de raio laser. É
um processo rápido e indolor.
10.13. Fiscalizar as residências através do uso de fibras
óticas. O anticristo estará de olho na humanidade. Você estará
assistindo televisão. Mas, sim, sua televisão estará assistindo
você!
10.14. Enquanto o anticristo estará controlando a área política
o falso profeta controlará a área religiosa.

11. UNIÃO EUROPÉIA


O primeiro grande momento ocorreu no dia 25/03/1957,
data da assinatura do tratado de Roma no Palácio
Campidoglio. Foram integrados os seguintes países:
Alemanha, França, Itália, Bélgica, Holanda e Luxemburgo.
Depois disso a comunidade conheceu um primeiro
alargamento em 1963, com a entrada de outros três países:
Grã-Bretanha, Irlanda e Dinamarca. Em 1981 houve também o
ingresso da Grécia, e no ano de 1986 ingressaram a Espanha
366
e Portugal. Hoje o bloco econômico é formado por 27 países.
Atualmente representa a terceira maior associação econômica
em termos de produto interno bruto. Conhecida como
comunidade econômica Europeia (CEE), essa organização
passou formalmente a se chamada União Europeia em 1993,
quando o tratado de Maastricht entrou em vigor. Entrou em
vigor em Novembro de 1993 e prevê um mercado interno
único e um sistema financeiro e bancário comum, com moeda
própria chamada “Euro”- que entrou em circulação a partir 1
de janeiro de 2002. Também ficou garantida a cidadania única
aos habitantes dos países do bloco.

11.1. Os Quatro Direitos Básicos Dos Cidadãos Da “UE”


11.1.1. Livre circulação;
11.1.2. Assistência previdenciária;
11.1.3. Igualdade entre os homens e mulheres;
11.1.4. Melhores condições de trabalho.
Pelo o acordo de Schengen chegou ao final o controle de
fronteira entre os seus signatários.

11.2. Os Principais Organismos Da UE


11.2.1. A comissão Europeia

367
É o órgão executivo responsável pelo primeiro dos
tratados firmados pela UE. É composta por 16 comissários e
chefiada por uma espécie de primeiro ministro
11.2.2. Conselho de ministros
É o órgão legislativo da organização e coordena as
políticas econômicas gerais das nações participantes. É
formado pelos chanceleres desses países, que, a cada seis
meses, revezam-se em sua presidência. É nesse sistema que
os líderes passarão a autoridade ao anticristo “todos eles
assinarão um tratado entregando o seu poder e a sua força a
ele.” Ap 17.13.
11.2.3. O Parlamento Europeu
É consultado sobre todas as decisões a serem tomadas
pela UE e fiscaliza orçamento.
11.2.4. Membros
Alemanha, Áustria, Bélgica, Chipre, Dinamarca,
Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França,
Grécia, Holanda, Hungria, Irlanda, Itália, Letônia, Lituânia,
Luxemburgo, Malta, Polônia, Portugal, Reino Unido, República
tcheca e Suécia. De acordo com a profecia bíblica, dessas
nações apenas dez nos dias do anticristo estarão fazendo
parte desse bloco poderoso que é representado por dez
chifres Ap 17.12.
368
PARLAMENTO EUROPEU EM BRUXELAS NA BÉLGICA

12. O NÚMERO 666


Se fizermos a gematria de muitos nomes encontraremos
o número 666, mas somente um pode ser o anticristo.
Aproximadamente um nome em cada dez mil tem o valor
numérico 666. O número 6 é um a menos que o número
perfeito 7. E como o homem foi criado no 6º dia, sua
imperfeição já foi muito relacionada a esse número. Os três
números juntos indicam a trindade satânica: o dragão, a besta
e o falso profeta.
Este número está presentemente aparecendo em todos os
seguimentos da sociedade como amostra de que o anticristo
está para levantar-se no cenário mundial nos últimos dias. No
mundo invisível podemos sentir o Cristo que está voltando
369
para arrebatar o seu povo e o anticristo que está para se
levantar. O anticristo usará a ciência tecnológica, para prender
a humanidade em seus arquivos. Três números 6 um após o
outro falam de esforço e trabalho para atingir a perfeição.
Quando o número 6 aparecia só, os orientais viam nisso
desgraça, ruindade ou ruína. Agora o número 6 repetido três
vezes 666 significa um poder maligno muito forte. O número
666 é o mal elevado a mais alta potência. O número 6 está
intrinsecamente relacionado com o homem.

12.1. O homem foi criado no sexto dia Gn 1.26,31;


12.2. Ao homem foi determinado trabalhar seis dias Ez 20.9;
12.3. O escravo hebreu servia por seis anos Lv 25.3-14;
12.4. O número 666 aparece por duas vezes no Velho
Testamento, mas sem qualquer ligação profética com Ap
13.18;
12.5. Seiscentos e sessenta e seis talentos de ouro 1 Rs
10.14 equivale a 2.500 Kg;
12.6. Adonicão teve seiscentos e sessenta e seis filhos Ed
2.13.

370
13. A IMAGEM DA BESTA
O período gentílico iniciou com a adoração a imagem de
escultura e culminará com a adoração a imagem da besta ou
o anticristo. O poder de fazer imagens falar era bem
conhecido no mundo antigo. Acerca da figura de Simão o
mago At 8.9, foi tecido um rosário de lendas que conta como
ele fez estátuas falar. Alguns imperadores da antiga Roma
pagã erigiram imagens de si mesmos em muitas cidades do
reino como na antiga cidade de Pérgamo. O imperador
Domiciano de 81 a 96 d.C. é lembrado por haver sido o
primeiro imperador romano a assumir honras divinas durante
seu próprio período de vida.

A imagem da besta receberá o fôlego e não vida porque


somente Deus quem a dá At 17.25. Na cidade de Pionguiang
na Coréia do Norte encontra-se a gigantesca estátua do chefe
do partido norte-coreano Kim Il Sung. Ali eles prestam um
culto pessoal. Isso é apenas uma pequena amostra do culto
que a humanidade terá que prestar ao anticristo.

O anticristo Ap 6.2

371
14. O ANTICRISTO E OS DESVIADOS
No período tribulacional de sete anos o decreto
proibitivo da propagação da Palavra de Deus será de caráter
mundial. Se um desviado acha difícil servir a Cristo hoje no
período da dispensação da graça, na grande tribulação tudo
será angustia profunda. As duas testemunhas do capitulo
onze do Apocalipse serão mortas pelo anticristo em praça
pública e serão televisionadas para o mundo via satélite
diretamente de Jerusalém para amedrontar todos aqueles que
quiserem difundir a fé cristã durante o seu reinado. Hoje temos
a Palavra de Deus; muitos cultos de restauração espiritual;
programas evangélicos televisionados e radiofonizados;
reuniões apoteóticas de orações para o fortalecimento da fé
cristã, e naqueles dias macabros tudo isso será proibido
literalmente. Aconselho aqueles que se encontram desviados
e enfraquecidos espiritualmente a se fortificarem com a
vitamina celestial e a regressarem a Cristo sem tardar antes
que termine o grande dia da graça e caiam as negras nuvens
da grande tribulação, ou seja, a 70ª semanas proféticas de
Daniel.

372
NO PERÍODO DA
NO PERÍODO DA GRAÇA
GRANDE TRIBULAÇÃO
1. Hoje podemos pregar 1. Naquele dia tudo será
proibido
2. Naquele dia a Bíblia
2. Hoje podemos ler a Bíblia
será tirada
3. Hoje podemos cultuar ao ar 3. Naquele dia será
livre escondido
4. Hoje nossas reuniões são 4. Naquele dia tudo será
alegres tristeza
5. Hoje temos liberdade 5. Naquele dia haverá
torturas
6. Hoje temos o Espírito Santo 6. Naquele dia ele será
retirado
7. Hoje temos a luz de Cristo 7. Naquele dia haverá
escuridão
8. Naquele dia haverá
8. Hoje alcançamos misericórdia castigo, com selos,
trombetas e taças
9. Hoje somos selados pelo 9. Naquele dia haverá o
Espirito selo da besta
10. Hoje tudo é melhor 10. Naquele dia tudo será
pior

373
15. A DERROTA DO ANTICRISTO
A vinda de Cristo em glória será para estabelecer o
reino milenial desde há muito tempo esperado pelo povo
Judeu, bem como para livrar a nação de Israel do cerco na
famosa Batalha do Armagedom e para aniquilar o trono do
anticristo Ap 16.10. O inferno preparado para o Diabo e seus
anjos será batizado com o lançamento do anticristo e do falso
profeta Ap 19.20. Antigamente quando um líder político ia para
o campo de batalha cavalgava num cavalo de guerra e levava
consigo um cavalo branco; se ganhasse a guerra, ele voltaria
montado nele; se perdesse em caso de salvar-se voltaria no
mesmo cavalo. O nosso Cristo, guerreiro por excelência,
quando vier em glória estará montado no cavalo branco,
símbolo de vitória por antecedência. Os cristãos glorificados
virão com ele fazendo parte do chamado “exércitos no céu” Ap
19.13. Hoje sofremos, somos vilipendiados, rejeitados e
maltratados, mas naquele dia viremos vitoriosamente com o
Senhor. Jesus Cristo quando criança foi levado ao Egito sobre
um jumento, e quando entrou triunfalmente em Jerusalém foi
também montado sobre um jumento, mas, na batalha contra o
anticristo virá triunfantemente sobre o cavalo de vitória. Aquilo
que o anticristo não puder fazer durante a grande tribulação o
Senhor Jesus Cristo fará com sobras porque ele desde a
374
eternidade foi condecorado com o título de: “Governador das
nações”. A derrocada do anticristo será o início do triunfo
glorioso do reinado de Cristo. Será o governo da pedra
cortada sem mão que fez um grande monte e encheu a terra
Dn 2.35. O Seu reino será sem fim.

Vale do megido local da futura batalha do Armagedom

375
10
MENSAGEM
TEMA: OS 569 PENSAMENTOS MAIS NOTAVEIS DE RUI
BARBOSA
INTRODUÇÃO
Rui Barbosa foi a estrela fulgurante que cintilou no universo da
intelectualidade. Suas palavras e frases são pérolas rutilantes que
vieram enriquecer a cultura humana. Como um gênio de pequena
estatura a semelhança de Davi, combateu o gigantismo da corrupção
política, religiosa e social. Quando abria sua boca poderia ser
cognominado de João Crisóstomo (boca de ouro) brasileiro. Suas
expressões espontâneas e perlustradas foram uma Via-Láctea de
estrelas imorredouras que ficaram cinzeladas nos anais da história.
Como águia deslizou nas alturas da sabedoria na segunda conferência
de Haya, fazendo acrobacias intelectivas com esmero e naturalidade
deixando as delegações estrangeiras estarrecidas. A espada da palavra
reluziu afiadamente com o discurso translúcido onde pode defender de
forma convincente a igualdade jurídica das nações.
Nesta matéria você encontrará pensamentos e frases notáveis
que poderão ser ventilados em palestras, discursos, conferências e na
conversa diária. Além de enriquecer o seu vocabulário, será uma
portentosa neuróbica para seu exercício mental. As palavras do Dr. Rui
são verdadeiros trovões que rimbombam no mundo hodierno
despertando a sociedade letárgica para as verdades incontestes da
vida.
376
ABALAR
Nada avaria mais seriamente as instituições populares do
que os atos do poder que abalarem a confiança do povo no
respeito das leis pela autoridade.
2 - Abdicação
Resignei a cadeira de senador pela Bahia ministro durante
a eleição deste congresso, era meu dever devolver o mandato
ao eleitorado após nova lei eleitoral. Comunique amigos.
3- Abolição
A abolição desarmara da maior das suas forças a
autocracia imperial, cuja a estúpida centralização tinha feito
das nossas províncias meros compartimentos da casa do rei.
4- Abolicionismo
O abolicionismo degenerara da independência das suas
origens, adotando o culto da princesa redentora.
5- Abonador
O responsável é aquele, diz um; com ele ajustem as
contas. – Não! Retruca o outro, sancadilhando; a
responsabilidade é dele, e não minha. Um desses é o
responsável.

377
6- Absorvedor
O poder político é, de sua natureza, absorvente e
invasivo, mais invasivo e absorvedor ainda nas câmaras
legislativas do que no governo.
7- Abuso
Os abusos são todos compadres uns dos outros, e vivem
da proteção, que mutuamente se prestam.
8- Acusação
É sempre tempo de delindar uma acusação, quando a sua
realidade estriba em documentos, que se não destroem.
9- Adultério
O adultério, que deslustraria qualquer nação, e imprime
ao matrimônio o ignóbil caráter de um meio para a mútua
satisfação dos sentidos.
10 - Advogado
Legalidade e liberdade são as taludas da vocação do
advogado. Nelas se encerra, para ele, a síntese de todos os
mandamentos.
11- Afazer
Já vedes ao trabalho nada é impossível. Dele não há
extremos, que não sejam de esperar. Com ele nada pode
haver, de que desesperar.
378
12 - Afronta
Por que estas afrontas irreparáveis, que banem das almas
a misericórdia, que semeiam na sociedade o ódio fatal, que
eliminam das consciências o órgão do perdão?
13 - Agitador
Cada agitador é um autocrata, cada molécula inconsciente
da multidão um tirano.
14 - Agricultura
Nenhum gênero de louvor demanda, entre nós, tão séria
atenção dos poderes do Estado, como esse dos campos.
15 - Alavanca
Com todos os seus descontos, persuadidos estamos de
que a imprensa é um grande bem, talvez a mais forte alavanca
do bem no mundo moderno.
16 – Aleivosia
É uma inutilidade absoluta de defender-se contra a
calúnia; porque, se a esmagarmos, ressurgirá no outro dia
mais dilatada, e vivaz do que nunca.
17 - Alforriar
Dar liberdade ao negro, desinteressando-se, como se
desinteressaram absolutamente da sua sorte, não vinha a ser
mais do que alforriar os senhores.
379
18 - Alicerces
A república só se consolidará, entre nós, sobre alicerces
seguros, quando as suas funções se firmarem na democracia
do trabalho industrial, peça necessária ao mecanismo do
regime, que lhe trará o equilíbrio conveniente.
19 - Alumiar
Não faltou, na representação nacional, quem acendesse,
não o archote de luz avermelhada e fuliginosa, com o que se
ateiam as paixões, mas o farol da lealdade e da clareza, com
que se alumina o caminho da razão.
20 – Amadurecimento
Desde que a verdade chega a amadurecer com os
acontecimentos, cada embaraço com que trabalhamos por
contrariá-la, é um acréscimo de força para sua multiplicação.
21 - Ambiguidade
A ambiguidade na lei aproveita sempre ao mais poderoso
contra o mais fraco.
22 - Amigos
Amigos e inimigos estão, amiúde, em posições trocadas.
Uns nos querem mal, e fazem-nos bem. Outros nos almejam o
bem, e nos trazem o mal.

380
23 - Âncoras
Três âncoras deixou Deus ao homem: o amor da pátria, o
amor da liberdade, o amor da verdade.
24 - Andorinhas
Louvada seja a vossa edilidade, por haver respeitado essa
maravilha, e não ter desfeito a antiga pousada a esses alados
mensageiros.
25 - Anexim
Tem cabelos brancos o anexim, velho e revelho, onde a
sabedoria dos nossos maiores nos ensinava que em pessoa de
cetro não há vício secreto.
26 - Animação
A servidão em que temos vivido até hoje, a ausência
completa de animação política do país, tem-nos habituado a
desdenhar esses fatos, que, sob a modéstia de suas feições,
ocultam graves sistemas de regeneração pública.
27 - Anistia
A anistia é um sacrifício, mais ou menos extenso, do
princípio vitorioso à consolidação da paz.
28 - Antipolítica
Imaginai agora à distância a que não teríamos chegado
além, se a política, a má política, a política antipolítica, a
381
política dos violentos e dos incapazes não nos tivesse obstruído
pertinazmente o caminho.
29 - Aptidão
O gênio do poder não se sacia senão com a absorção da
consciência dos que o servem.
30 - Apoteose
A apoteose de Jesus é uma provocação ao ministério
público, o evangelho um atentado contra o Código Penal, o
cristianismo a milenária impunidade da calúnia contra os
magistrados de César, que hoje se chama República.
31- Aplausos
Hoje me aplaudirão os que naquele tempo me ultrajavam,
enquanto apologistas daquele tempo me cobrem de baldões.
32 - Aprender
Saber estudar, possuir a arte de aprender, habilitar-se a
navegar seguro por essas águas e através desses escolhos, já
é ser abastado nas posses, e ter aproveitado o tempo.
33 - Apropriação
Todos os meios são vossos. Eles não dispõem senão dos
que lhe deixa uma pusilanimidade inconcebível nas classes
espoliadas.

382
34 - Apupar
O direito de apupar não se concilia com o direito de ouvir.
35 - Argumentar
Sou o último de todos, sou um velho estudante, sou um
argumentador, mas como todos os homens que gostam de
raciocinar e argumentar, para mostrar quanto à lógica é
sacrificada.
36 - Armamentos
No século dos armamentos, a justiça ainda constitui a
maior força do mundo.
37 - Aparelhado
Da lei desejo eu que nunca se arrede o povo, e só com a
lei esteja armado.
38 - Arquimentira
Mentem no que asseveram e no que negam, no que
inculcam ou ocultam, no que acusam, ou advogam.
39 - Arquiteto
Verdade é que o poder, em nossa terra, não faz caso do
tempo, velho arquiteto obstinado de obras eternas.
40 - Arvorar
Na sociedade das nações, o Estado que se arvora em
constituir a seu arbítrio a lei, põe-se a si mesmo fora da lei.
383
41 - Aspiração
O sonho da minha vida nunca foi dirigir, mas confiar, e
servir: confiar nos mais fortes, servir sob os mais capazes, mas
servir com inteligência, numa religião que não me abastarde a
crença, que me esclareça, me eleve, e me fortifique.
42 - Assalariado
Contra um homem público, basta a voz de um assalariado
que não tem como garantia do que faz, senão a impunidade do
anônimo a que se acolhe.
43 - Assegurar
A justiça coroa a ordem jurídica, a ordem jurídica
assegura a responsabilidade, a responsabilidade constitui a
base das instituições livres.
44 - Assiduidade
É a assiduidade na educação metódica e sistemática de
nós mesmos o que descobre as grandes vocações.
45 - Atitude
A justiça é a minha atitude, sim, porque não dizê-lo?
Nesta triste condição de Cristo de comédia, pregado à cruz da
irrisão pelos que o tratavam de mestre.

384
46 - Atleta
O seu destino não é o desse que se insinuam, e cortejam,
mas o dos que se impõem, e conquistam.
47 - Audácia
A audácia é o espírito fatalista dos aventureiros, a quem
uma partida tira no jogo o que outra lhes dera.
48 - Auditório
Demóstenes se ensoberbecia de ter a Platão por ouvinte,
prezando em mais tamanha honra que a de senhorear por
auditório o mundo inteiro.
49 - Austeridade
Tão pouco valem, porém os livros sagrados, quando o
homem lhes perde o sentimento.
50 - Autocracia
Nunca ouvi dizer que as nações arruinadas pelo
despotismo perdessem, com a morte dos déspotas, o direito de
responsabilizá-los.
51 - Automatismo
Quando um resto de equidade judiciária contraria, de leve
que seja, o automatismo da máquina homicida, um decreto
unânime da convenção amolda o processo às conveniências da
oportunidade.
385
52 - Autoridade
O poder não é um antro: é um tablado. A autoridade não
é uma capa, mas um farol.
53 - Avantajados
Medindo de perto os grandes e os fortes, achei-os
menores e mais fracos do que a justiça e o direito.
54 - Avariose
Mas o mal, e, sobretudo, o mau político, o terrível
avariose brasileira, é essencialmente falso, falsídico, falsificador
e falsado.

BAHIA
A nossa Bahia de hoje, a amada Bahia nossa, cujo nome
não me aflora aos lábios, sem que o coração me veja lágrimas
de saudade e ternura, a heroína titânica de José Bonifácio.
56 - Banco
É o banco do Brasil, o esconderijo dos grandes
empréstimos nunca resgatados.
57 - Bandeira
A bandeira não é só emblema da guerra. É principalmente
o paládio augusto da paz na liberdade.

386
58 - Bem
No crepúsculo melancólico da morte, por entre as
sombras que baixam de todos os lados, silenciosas e densas, a
reminiscência de uma simples intenção benfazeja pode irrisar
de esperança a pupila marejada do aflito.
59 - Bíblia
Se eu colocar a Bíblia por cima dos meus livros, será a
coroa de todos; se eu colocá-la por baixo, será o alicerce; e se
eu colocá-la no meio será o coração de todos.
60 - Bom-senso
Quando se sacrifica o bom-senso e o senso moral a certos
interesses, vai-se tudo, perde-se tudo.
61- Bondade
Só há glória uma verdadeiramente digna deste nome: é a
de ser bom; e essa não conhece a soberba, nem a fatuidade.
62 - Brasil
São as células artísticas da vida nacional. É a multidão
que não adula, não teme, não corre, não recua, não deserta,
não se vende.
63 - Brio
Uma dignidade inalterável, move-se por caminhos, que
poucos tem logrado percorrer com felicidade.
387
64 - Busto
Um homem em metal ou pedra me parece duas vezes
morto. Muito pode valer a estátua pelo merecimento da obra
prima. Mas então o seu lugar adequado será no museu.

CABEDAL
Do mundo antigo só não pereceram, para o cabedal
estável do gênero humano, o cristianismo e a civilização grega,
de que a romana é um longo reflexo.
66 - Caducar
As instituições não caducam pela sua antiguidade;
caducam pela imoralidade dos homens que as respeitam, que
as encarnam e que as exercem.
67 - Calúnia
Deixai escrever contra vós o que quiserem. Cedo, ou
tarde, irromperá o vosso triunfo sobre a calúnia.
68 - Câmaras
Os negócios invadiram o sagrado recinto dos
procuradores da soberania nacional e os postos da vigia das
sentinelas do povo à obra dos seus servidores.

388
69 - Camaradagem
A amizade pode extinguir-se, pode sofrer abalos
profundos, romper-se totalmente, não deixar senão
recordações dolorosas; mas o homem de bem a respeitará
sempre, ainda depois de extinta, nos fatos íntimos que ela
cobriu e que se passaram no seu seio.
70 - Campo
Já é mais sagrado um campo de lavoura por ser a riqueza
de um escravizador, do que a vida de um homem, porque luta
pela liberdade de seus semelhantes.
71 - Caráter
O caráter dos homens, mal escolhidos para as posições
de alta confiança nacional, voluntariamente se oferece à
contaminação, de que a lei empenhou as mais eficazes
garantias em os abrigar.
72 - Carneiros
Se os nossos políticos ao fiarem-se no estribilho de que o
povo é de carneiros ou muares. Também os rebanhos das
alimárias mais sossegadas se alucinam, e, alucinados, podem
passar por cima dos tropeiros desmontados.

389
73 - Carvão
De carvões cobertos pela cinza da experiência não é que
se há de reanimar a lareira extinta.
74 - Castigo
A consciência popular, mãe dos adágios, não ignora a
regra de que quem mal vive, por onde peca, por aí se castigue.
75 - Castro Alves
A alma da sua poesia é a aspiração culminante do país.
Nos seus cantos geme pela liberdade o passado, pugna o
presente, e triunfa o porvir.
76 - Cataclismos
Ora, senhores, tais cataclismos não vem ao acaso, nem
de improviso. Resultam, necessariamente, da mais longa
atuação de causas continuadas.
77 - Cavador
O Brasil não aceita a cova, que lhe estão cavando os
cavadores do tesouro, a cova de onde o acabariam de roer até
os ossos os tatus – canastras da politicalha.
78 - Cédula
No dia em que houvermos estabelecido o recato
impenetrável da cédula eleitoral, teremos escoimado a eleição
das suas duas chagas: a intimidação e o suborno. A
390
publicidade é a servidão do votante. O segredo, a sua
independência.
79 - Censura
A acusação é apenas um infortúnio, enquanto não
verificada pela prova.
80 - Certeza
A convicção do bem, quando contrariada pela hostilidade
do erro ou do sofisma, assemelha-se a essas catadupas da
serra; vinha remoinhando, topou na barreira, que lhe
embargava o caminho, ferveu, empinou-se.
81- Charlatanismo
Milagres, nunca os houve porventura tantos em séculos
nenhum como neste. É um veio inesgotável de renda para o
ultramontaníssimo.
82 - Chocalho
Tanges diante da eternidade o chocalho de teus próprios
crimes.
83 - Ciência
Grande é a ciência, bem o creio; é a maior de todas as
grandezas; mas abaixo da outra: a divina, que lhe há de
sobrepairar eternamente.

391
84 - Ciclones
Nos ciclones da rua, onde muitas vezes o turbilhão se faz
da escória das paixões plebéias, de resíduos insalubres e
rasteiros.
85 - Cidadão
O cidadão que se ergue, propugnando, contra o poder
delirante, a liberdade extorquida, não representa uma vocação
do seu egoísmo: exerce verdadeira magistratura.
86 - Civilização
A civilização para que caminha o mundo e a felicidade a
que aspira a humanidade, nem se podem fazer com as
supremacias dos fortes, nem com as lágrimas dos vencidos,
mas hão de assentar na base larga do trabalho harmônico de
todos os povos.
87 - Civilismo
Civilismo quer dizer ordem civil, ordem jurídica, a saber:
governo da lei, contraposto ao governo do arbítrio, ao governo
da força, ao governo da espada.
88 - Coação
O intolerável da coação está infinitamente menos no seu
princípio que na sua prolongabilidade.

392
89 - Cobiça
Para sermos bons irmãos entre os nossos vizinhos,
cumpre assentar em coisa julgada que o Brasil nunca teve
cobiças nem perpetrou expansões territoriais.
90 - Coerência
A anarquia moral assume proporções inenarráveis, e o
meio de corrigi-la não é trair a coerência, nem faltar à justiça:
é edificar pela coerência a verdade e pela justiça fundar a paz.
91- Cólera
Na turba, agitada por uma tromba de cólera, reina a
cegueira dos oceanos desencadeados.
92 - Combate
Não sufoqueis a voz dos vossos impulsos mais nobres.
Não deixeis de trazer cingidos os rins e ter à mão as boas
armas da vossa dignidade, as santas armas da justiça, para o
combate do bom direito.
93 - Competência
Há uma coisa, que, no nosso país, não existe: é a
competência, o respeito das especialidades, a autoridade
adquirida, o pontificado do merecimento.

393
94 - Compromisso
Mas nas almas dominadas pelo senso da responsabilidade
a consciência de um poder pesa como fardo, e atua como
freio.
95 - Comunhão
Os equívocos políticos desunem, e inimizam, mas que a
comunhão nos ideais patrióticos aproxima.
96 - Consciência
Nela, dentro em nós, durante a elaboração gradual ou a
manifestação instantânea da idéia, vem cada impressão do
espírito denunciar-se, e traduzir-se por uma repercussão
inevitável.
97 - Confissões
Todas as confissões abrangidas no grêmio do evangelho
apresentam a mesma condição; em todas o contato com o
poder é um contato de morte.
98 - Conduta
Os meus atos são o fruto inevitável das minhas
convicções, e que as minhas convicções tem raízes inabaláveis
na minha consciência.

394
99 - Confessar
Não basta crer: é preciso crer definida e ativamente em
Deus, isto é, confessá-lo com firmeza, e praticá-lo com
perseverança.
100 - Confiar
Uma nação, que confia nos seus direitos, em vez de
confiar nos seus marinheiros e soldados, engana-se a si
mesma, e prepara a sua queda.
101 - Confidenciar
Sou daqueles que não se envergonham de confessar os
erros cometidos, ainda quando seja necessário arrepiar
caminho e voltar a melhor.
102 - Conflito
Os meios de guerra que mais de pronto forçar em a paz,
são, e hão de ser os mais humanos.
103 - Conforto
Um momento de conforto derramado numa só agonia, a
simpatia com que se enxuga uma só lágrima, bastam, às
vezes, para a salvação de um condenado.

395
104 - Conjuntura
O curandeiro, o feiticeiro e o salvador miraculoso de
situações perdidas são gestações espontâneas de estados
sociais semelhantes.
105 - Conselho
Todo pai é conselheiro natural. Todos os pais
aconselham, se bem que nem todos possam julgar pelo valor
dos seus conselhos.
06 - Contemporanizar
Podeis reformar o direito, a moral e a honra. Mas inverter
a realidade contemporânea, e caluniar a civilização que nos
ilumina, é um desvario de vermes.
107 - Continentes
Cortemos, pois, de uma vez as nossas ligações com estes
princípios restritivos que tendem a fazer de cada continente
uma parte destacada do resto do mundo.
108 - Consequente
É preciso ser forte e consequente no bem, para não
degenerar males em inesperados.

396
109 - Conquista
A própria vitória das armas, quando não embebida na
justiça, não dirime solidamente: apenas se sufoca, e adia, para
ulteriormente, renascer em novas guerras.
110 - Consagrar
A república, entre nós, se consagrou ao culto da mentira.
Só nos salvaremos, opondo a essa idolatria à religião da
verdade.
111- Conflagração
Maldita seja a guerra, que, reduzindo a moral a lacaia da
força, rebentou o senso íntimo dos povos, e envolveu em
trevas a consciência de uma parte da humanidade!
112 - Consolidação
Para consolidar uma constituição, é necessário enxergar-
lhe as máculas, de que o fanático não vê, e prever-lhe os
perigos, de que o otimista não cura.
113 - Conta
Que conta darão a Deus esses governos, senhores, de
tudo que ambicionaram, poderosos para tudo o que quiseram,
livres em tudo o de que cogitaram.

397
114 - Constituição
Uma constituição é, por assim dizer, a miniatura política
da fisionomia de uma nacionalidade. Quando não seja, pois,
um falso testemunho solenemente levantado ao povo a que se
destina, tem de lhe esboçar em grandes traços o sentimento
geral.
115 - Contradição
O homem não se contradiz, verdadeiramente, senão
quando contravém à substância das suas idéias essenciais.
116 – Contradizer
Concordar e animar nada custa. Contradizer e aconselhar
isto sim.
117 - Contrafação
A fraude eleitoral da política brasileira é como o elemento
servil na formação da nossa sociedade; está por toda a parte.
118 - Convencimento
Se na fé consiste a crença, na fé a segurança, na fé a
salvação, ninguém põe a sua fé senão onde tenha a convicção
de se achar a verdade.
119 - Convicção
Um homem de convicções honestas, com a intrepidez e a
pertinácia das suas convicções, necessariamente há de acabar
398
por se impor ao respeito de seu auditório, por mais adverso
que lhe seja.
120 - Coração
Para o coração, pois, não há passado, nem futuro, nem
ausência. Ausência, pretérito e porvir, tudo lhe é atualidade,
tudo presença.
121- Coragem
A coragem de matar é a do bruto, a do louco, a do
criminoso. A coragem de morrer é a do soldado, mas é
também a do missionário, a do juiz, a do advogado.
122 - Cortejador
Em mim, bem sabeis que não ides ter um cortejador;
mas, se vos mereço justiça, deveis estar certos de que podeis
contar com um amigo.
123 - Cosmos
Todo mundo, que nos circunda, o próprio mundo
material, o grande cosmos da criação toda e o pequeno do
nosso habitáculo, é menos efeito das causas que se percebem,
quedas que não se divisam.
124 - Covardia
O esmorecimento é a sepultura dos povos poltrões. Não
caveis a vossa própria cova.
399
125 - Crença
Da vitória do bem não duvidei jamais, porque nunca me
vacilou a crença na nossa justiça.
126 - Crianças
Por essas criaturinhas, Senhor, é que o nosso espírito se
peja de cuidados, e a nossa previsão, agora mesmo enoiteceria
de agouros funestos, se te não víssemos de permeio entre elas
e o futuro carregado e temeroso.
127 - Crimes
Não, o que nodoa uma sociedade não são os crimes que
nela se praticam, descobrem e punem; são os crimes impunes,
são os crimes perdoados, são os crimes animados,
galardoados, coroados com os triunfos pelas instituições.
128 - Criminalidade
Estudem o desenvolvimento da criminalidade militar entre
nós, e hão de verificar, tenho por certo, que a delinquência
adquiriu, nessa esfera, expansão notável e crescente, desde
que se varreu dos quartéis a influencia civilizadora do culto.
129 - Cristianismo
O cristianismo não é essa lei de bílis e corrupção de
fraude e crueldade.

400
130 - Cultor
Sou apenas um velho amigo do direito, um cultor,
laborioso, mas estéril, das letras, um humilíssimo obreiro das
ciências. Nada mais.
131 - Cursos
Nos cursos superiores, ao subir-lhes de ano em ano os
graus sucessivos, raro ouvireis palavras crentes.

DAR
Cada um dá o que tem. O meu era pouco. Não podia dar
mais. Mas dei com o coração inteiro, dei meramente, como
quem cumpre o que deve.
133 - Deus
Deus é a chave inevitável do universo, a incógnita dos
grandes problemas insolúveis. Deus é a necessidade das
necessidades.
134 - Decepção
Quando a decepção pública já não puder levantar as
mãos para os tribunais, acabará por pedir inspirações ao
desespero.

401
135 - Declaração
Nossa palavra será recolhida no regaço do tempo como
um oráculo de liberdade, ou como um agouro de ruína.
136 - Defesa
A guerra, legitimamente, não pode ser o extermínio, nem
a ambição: é simplesmente a defesa.
137 - Defensiva
Quando a ofensiva nos arrebata um direito, até onde o
exigir a recuperação deste, até aí deve ir à defensiva.
138 - Definhar
Se, pois, na legalidade e liberdade vivemos, definhando e
morrendo, quando a liberdade expira com a legalidade, na
legalidade e na liberdade temos o maior dos nossos interesses.
139 - Degenerados
Sempre me compadeci dos degenerados, que não
compreendem a própria honra senão como o reverso da
desonra alheia.
140 - Degradação
Quem terá então, num país regido por leis, autoridade de
degradá-lo? Se a sua reputação é uma pazada de lado vil,
porque o sonegam aos tribunais, vingadores do brio militar?

402
141- Delator
O delator obra com intuito malévolo: por ódio, ambição
ou cobiça. A delação é uma ação malfazeja, ditada por
interesses, ou não, e sempre vergonhosa.
142 - Demagogia
Os demagogos não perdem nunca as lições de
prepotência e desordem, que os governos lhes dão com os
atos.
143 - Demência
Nas fantasias da embriaguez; não há alcoolismo mais
cheio de demência do que o do poder pelo poder.
144 - Demérito
A ignomínia está em fraquear no propósito, não em
perecer no combate.
145 - Democracia
A democracia mesma, não disciplinada pelo direito, é
apenas uma das expressões da força, e talvez a pior delas.
146 - Depósito
Não há nada, que não se desnature ao contato do
despotismo. A seu lado até misericórdia assume a catadeira da
vingança insaciada.

403
147 - Derramar
Restituindo-nos a liberdade, portanto, é que a república
derramará nas consciências a paz, e lançará, em beneficio das
instituições, os fundamentos da verdadeira política
conservadora.
148 - Derrota
Mais vale a derrota acerba, mas veraz, do que a vitória,
onde os felizes se embriagam e se perdem.
149 - Desambição
Coloco a lei acima do arbítrio, a justiça acima das paixões,
o direito acima dos interesses, a clemência acima da força, o
dever cívico acima das conveniências e do medo, a liberdade
acima das ditaduras e das mazurcas.
150 - Desafeição
Amigos, não os tenho entre eles. Desafeiçoados,
adversários, inimigos, isso sim, e muitos.
151- Desembargador
Não sejas, pois desses magistrados, nas nações de quem
os outros penam como as almas do purgatório, ou arrastam
sonos esquecidos como as preguiças do mato.

404
152- Desentendimento
Guerra ou guerra. Guerra em ação ou guerra em ameaça.
Luta contra a guerra ou guerra. Sujeição à guerra ou
extermínio pela guerra.
153 - Desenvolvimento
Toda a civilização, pois, se encerra na liberdade, toda a
liberdade na segurança dos direitos individuais.
154 - Desigualdade
Tratar com desigualdade a iguais, ou a desiguais com
igualdade, seria desigualdade flagrante, e não igualdade real.
155 - Despedida
Umas apagam-se no declínio, outras na ascensão; umas
quando ainda se lhes não conhece bem o valor, outras quando
ele principia a entrar no domínio das tradições.
156 - Despejar
As baionetas vomitam de lado a lado as tremendas
ameaças da força armada. Da outra, a razão desarmada se
defende com a linguagem da lei.
157 - Desprezo
Há uma espécie de elevação da alma, disse um dia
Renan, “que só se adquire pelo hábito do desprezo”.

405
158 - Desterro
É menos no prender e no desterrar do que no desterrar e
prender indefinidamente que consiste o absolutismo.
159 - Desumanidade
O mais desumano, o mais truculento, o mais impudente
no desprezo dos deveres morais é o mais garantido.
160 - Desvalidos
No Brasil, porém, nunca se faz coisa boa senão de má
vontade, tarde e mal. Se há interesses em colisão, aos dos
desvalidos não se atende, senão quando os fracos, atinando
com o segredo da sua força, perdem o medo à do poder, para
confiar na própria.
161- Desvelo
No termômetro do zelo sobe ou desce a temperatura
segundo a altura do metal na cuba do ouro.
162 - Devastação
O Brasil não sofreu devastação da guerra. Mas é um país
moral, político e financeiramente devastado.
163 - Desvencilhar
A verdade se desvencilha por si mesma de todos os laços,
que a subtileza dos interesses lhe vai armando.

406
164 - Desviar
Apenas envolve-se com a política, entra a igreja a
desviar-se do Cristo, e a descer do primitivo esplendor.
165 - Deterioração
Não há, para qualquer sociedade, maior desgraça que a
de uma imprensa deteriorada, servilizada, ou mercantilizada.
166 - Detratar
Não pertenço certamente ao número daqueles que
reeditam calúnias monstruosas, supondo acobertar-se à
sombra dos seus autores, sem contar com as
responsabilidades de quem reproduz a acusação infamante.
167 - Dever
O dever sobrevive à esperança, e a paixão do bem
substitui com vantagem a confiança na vitória.
168 - Devoção
Entrai numa casa de oração. Lá está o luxo, a adoração
mecânica, a devoção sensual; profundo recolhimento da alma
diante do Deus vivo, não.
169 - Devotos
Toda ordem política estabelecida tem devotos que se
cevam na exploração dos seus defeitos

407
170 - Difamação
Se o difamado reage, dirão que se traiu; se emudece, lhe
apontarão no silencio a impossibilidade da defesa.
171- Dignidade
A lei e a nossa consciência são os dois únicos poderes
humanos, aos quais a nossa dignidade profissional se inclina.
172 - Dilacerar
Já se não sabe o que é a lei, nem onde está; porque a
constituição é um viveiro de abusos, onde pululam os
subtilizadores, e não há interesse político que se não vista com
um trapo da república dilacerada.
173 - Diploma
A denúncia formulada contra o meu diploma pelo
candidato vencido é a condenação esmagadora de si mesma.
174 - Diplomacia
Mas a diplomacia outra coisa não é que a política sob a
mais delicada, a mais fina, a mais elegante das suas formas.
175 - Direito
O direito não se compõe somente com o peso dos
exércitos. Também se impõe, e melhor, com a pressão dos
povos.

408
176 - Discussão
A primeira discussão não discute: é uma formalidade
silenciosa, terminada simbólicamente pelo sufrágio mudo.
177 - Dispnéia
A reiteração da afronta, ainda quando se lhe não rasteie o
sentido, o adverte de que alguma trama indigna se urde, no
escuro, contra o seu nome, e o obriga, em qualquer tempo que
ela se reproduza, a arrancar a máscara à calunia.
178 - Disposição
A política é que transformou o direito privado,
revolucionou o direito penal, instituiu o direito constitucional,
criou o direito internacional.
179 - Distribuição
Quando trabalha em distribuir com mais equanimidade a
riqueza pública, em obstar a que se concentrem nas mãos de
poucos somos tão enormes de capitais, que, praticamente,
acabam por se tornar inutilizáveis, e inversamente, quando se
ocupa em se desenvolver o bem estar desertados da fortuna, o
socialismo tem razão.
180 - Ditador
Um guia erudito, no salão das múmias no Cairo disse:
“aqui está o grande rei Sesóstris, que mesmo depois de três
409
mil anos tem o dedo levantado, na posição de quem dá
ordens”.
181- Ditadura
A fisionomia usual das revoluções é a violência. A índole
natural das ditaduras é a opressão.
182 - Divisão
Depois de nos habituarmos a não sentir a servidão, só
nos ocupam as divisões intestinas, só os grandes espetáculos
do fratricídio nos atraem.
183 - Divórcio
É o divórcio um mal, cujo desenvolvimento se opera à
custa das misérias, de que se nutre. O de que ele se alimenta,
são os vícios mais baixos de nossa natureza, os quais se
propagam, e desmedem, a maneira que se vai multiplicando a
procura desse recurso em satisfação de impetuosos e
depravados apetites.
184 - Domínio
O poder, no Brasil, não é senão uma toma de senzala,
acobertada de baixos pampas.

410
185 - Doutrina
As doutrinas perseguidoras sobrevivem à política que as
gerou, para perseguir amanhã nas mãos da política hoje
perseguida.
186 - Dúvida
A mesma dúvida, que nos arrastara das tribulações da fé
ao exclusivismo científico, pode reconduzir-nos do radicalismo
científico à placidez da fé.

ECONOMIA
A audácia, a ambição e a temperança trabalham para a
economia, e a economia vive da segurança cuja base é a
justiça.
188 - Educação
O ensino, como a justiça, como a administração, prospera
e vive muito mais relevante da verdade e moralidade, com que
se pratica, do que das grandes inovações e belas reformas que
se lhe consagram.
189 - Eleição
Para os que, em defesa de uma eleição perdida, se
exprimem desse modo, insultando no adversário a santidade

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lutuosa da viuvez, para esses, sim, é que será difícil encontrar
barreiras, que se não transponham, no sentimento humano.
190 - Eleições
É pelas eleições que se evitam as revoluções. Revoluções
e eleições são os dois meios de remover maus governos. O
povo que elege, não se revolta: aguarda a operação eleitoral,
para ter o governo que lhe sirva. Mas os que tiram ao povo a
eleição, lhe impõe a revolução.
191- Elemento
Se esse elemento se preserva, as instituições subsistem
incólumes com ele; se esse elemento se derranca, as
instituições estão perdidas.
192 - Eloquência
É a evidência alada, a inspiração resplandecente, a
convicção eletrizada, a verdade em erupção, em cachoeira, ou
em oceano, com as transparências da onda, as surpresas do
vento, os reflexos do céu e os descortinos do horizonte.
193 - Emancipação
Homens realmente livres não se pagam de fórmulas
mentidas, e acima de tudo, exerceram a opressão, que se
abrigue sob hipocrisias de especioso liberalismo.

412
194 - Embargar
A própria humanidade instruída, pode, sem embargo da
influencia das teorias, preservar ilesos certos sentimentos, que
recebemos dos entes mais caros.
195 – Embuste
Se a história se não faz a mentira, a política, de ordinário,
não faz com a impenitência da maldade.
196 - Emoção
Aos reflexos da palavra incendiada no calor das grandes
emoções veríamos então desfraldar-se esta bandeira, e soltar-
se aos ventos como as velas de um sonho alado, céus em fora,
rumo do futuro.
197 - Empatia
O sentimento cristão não é esse sentimento exclusivista,
proscritor, vingativo, que, ainda sob os braços de uma cruz,
ainda ao pé de um ataúde, tem palavras de maldição e de fel
para os que estão já diante da eterna justiça.
198 - Encarnação
Cristo entrou no mundo verdadeiramente como homem,
e, entretanto, por caminho impenetrado antes, ou depois.

413
199 - Encobrir
Nunca se deve encobrir ao público circunstância alguma,
quaisquer que sejam os inconvenientes de sua divulgação.
200 - Encorajamento
Nunca a descrença resfrie o coração, nunca vos
desmaiem reveses, antes sejam-vos estímulo e incentivo as
mais arremessadas aspirações, a mais atrevidos cometimentos;
animo! Que o futuro nos espera; que os espinhos se hão de
converter em flores, e as palmas do martírio se hão de trocar
em lauréis de triunfo.
201- Energias
O povo brasileiro não teria as energias do povo russo,
para se salvar da crise, de que este, talvez, se vai salvando.
202 - Enormidade
Medindo de perto os grandes e os fortes, achei-os
menores e mais fracos do que a justiça e o direito.
203 - Ensino
Parece, a demonstrar que o ensino é antes objeto de alta
raridade, de alta cortesia, de alto luxo, do que o pão e água da
verdade, fáceis, prontos e à mão para todos os espíritos.

414
204 - Equipolência
A regra da igualdade não consiste senão em aquinhoar
desigualdade aos desiguais, na medida em que se desigualam.
205 - Erros
Desconfiamos do entusiasmo, fértil de erros, que
multiplica injustiças, quando cuida promulgar sentença.
206 - Erudito
Um sabedor não é armário de sabedoria armazenada,
mas transformador reflexivo de aquisição dirigidas.
207- Escola
O trabalho e a escola são os fatores de uma grandeza real
e segura, o abrigo e a defesa contra todos os riscos possíveis.
208 - Escravaria
A escravidão gera escravidão, não só nos fatos sociais,
como nos espíritos. O cativeiro vinga-se da tirania que o
explora, afeiçoando-lhe a consciência a sua imagem.
209 - Escravidão
A escravidão é a força; pela força se alojou na lei; pela
dialética se desalojará, toda vez que a mínima falha
imperceptível como um ponto matemático, nos permita cravar-
lhe no ferro da couraça a cunha de um argumento.

415
210 - Escravismo
A escravidão era o alfa e o ômega da sociedade, que ela
nutria, o alicerce, e, juntamente, a cumeeira do Estado, o que
encerram.
211 - Escrita
Quando falo, ou escrevo, abro o meu coração, a minha
razão, a minha consciência, e deixo-os verter, em toda a
sinceridade.
212 - Escritor
O escritor curto em idéias e fatos será, naturalmente um
autor de histórias curtas, assim como de um sujeito de escasso
miolo na chola, de uma cabeça de coco velado.
213 - Escudar
As constituições não se adotam para tiranizar, mas para
escudar a consciência dos povos.
214 - Espada
A idolatria das espadas ambiciosas passou. Sucedeu-lhe o
culto da admiração e do reconhecimento aos vingadores da
dignidade humana contra todas as usurpações que a
conculcam no indivíduo ou no povo.

416
215 - Espólio
O Brasil não é só um baldio abandonado às experiências e
avidez dos aventureiros nacionais: é uma presa voluntária,
oferecida às liberalidades e intrigas da absorção estrangeira.
216 - Esposa
Caiu em letra morta à lei cristã, por onde a esposa era,
não um ente idêntico ao homem, mas uma companheira a ele
semelhante.
217 - Esposos
Amantes nunca dissentem um do outro. Mas esposos, que
não se saibam contrariar e advertir, é que não se sabem amar.
218 - Esquadrinhar
Não vos fique dúvida, que não esquadrinheis;
imperfeição, que não corrijais.
219 - Esquálida
A turba consultada nos comércios acerca de qualquer
assunto elevado é a mais esquálida exibição de imbecilidade, a
que, neste mundo, se pode assistir.
220 - Estabilidade
Ora, dessas tendências que atraem para a esta
estabilidade, a pacificação e a disciplina, sobram exemplos no
tipo desta vida, mal extinta e ainda quente.
417
221 - Estado
O mais sublime dever moral do estado não é guardar a
justiça, nem sustentar a moral: é aumentar o seu próprio
poder.
222 - Estatuaria
A estatuaria teve o seu tempo e seu meio na antiguidade;
porque a antiguidade era imaginativa e supersticiosa.
223 - Estima
A estima das instituições, como a das pessoas, se enraíza
pela liberdade da censura e pela franqueza da contradição, que
as idolatrias não toleram.
224 - Estímulo
Mas tende-vos firmes, presente, sede tenazes neste
propósito, não deserteis nunca mais o lugar.
225 - Estratolatria
O culto do estado precedeu o culto da força militar, a
estratolatria.
226 - Estrela
Mas que sociedade é esta, cuja consciência moral
mergulha em lama, ao menor capricho da força, as estrelas da
sua admiração?

418
227 - Estupidez
Num torrão onde o gênio é barato, e a estupidez
vasqueira, as missangas hão de ser preferidas aos diamantes,
como entre os aborígines da Costa de Guiné.
228 - Etilismo
O álcool, ele zomba da decência, das leis e da polícia,
abarca no domínio das suas emanações a sociedade inteira,
nivela sob a sua deprimente igualdade todas as classes,
mergulha na sua promiscuidade indiferente até os mais baixos
volutabros do lixo social.
229 - E.U. A
A salvação dos Estados Unidos está na divina grandeza da
sua justiça.
230 - Excêntricos
Os excêntricos de ontem não são os evangelistas de hoje?
As hipóteses de hoje não tem ser a ciência de amanhã?
231 - Executar
Uma coisa, porém, é fazer a lei; outra, executá-la.
232 - Exemplos
De nós devem partir os exemplos, exemplos que valem
mais que todas as leis.

419
233 - Expiação
Há épocas em que a vida é um suplício, em que a
existência é por si só uma expiação.
234 - Exportação
Em verdade não são pobres, financeiramente
considerados, os países que importam mais do que exportam,
antes, o são os que exportam mais do que importam.

235. FALSIDADE
A falsidade é elemento constitutivo do crime de calúnia, e,
uma vez que se prove a verdade dos fatos atribuídos, é claro
que não há crime.
Fator
O tempo, o maior e o mais certo fator da justiça na
ordem das cousas humanas, vinga a sagrada memória.
237 - Fatos
As doutrinas precedem aos atos. Os fatos materiais
emanam dos fatos morais. Os acontecimentos resultam da
ambiência de erros ou verdades.

420
238 - Fatuidade
O estrangeiro sorri da nossa fatuidade, descrê da nossa
civilização, estigmatiza o nosso caráter, aponta os episódios
inauditos da barbaria.
239 - Fé
O túmulo dos que caem com a fé e a justiça é a parte da
ressurreição.
240 - Fidelidade
Pela fidelidade às coisas antigas, a gente acaba por se
envergonhar da língua, da religião, da história, da
nacionalidade e do siso comum.
241- Federação
É o laço de unidade e o tipo normal de organização livre
da nação na imensidade e diversidade de um território como o
nosso.
242 - Federalismo
Renunciar o federalismo é emascular-se. Desistir do foro
republicano é prostituir-se. Conquistas destas não se revogam,
senão pelo processo porque se fazem os eunucos.
243 - Felicidade
A nossa felicidade consiste no sentimento da felicidade
alheia, generosamente criada por um ato nosso.
421
244 - Filosofia
Percorri as filosofias; mas nenhuma me saciou: não
encontrei o repouso em nenhuma.
245 - Flagelos
As ordens da lei é um instrumento de civilização. A
disposição do arbítrio, é o flagelo dos flagelos humanos.
246 - Força
A força militar se converte, naqueles que a possuem, em
tentação quase irresistível contra os vizinhos despercebidos.
247 - Formar
Meu espírito formou-se nas idéias políticas da Inglaterra e
sob influências intelectuais da França.
248 - Formas
Se as formas contem vãos princípios e aparências,
sofísticas, essas formas não podem ser respeitadas porque elas
são hipocrisias.
249 - Foro
A legislação militar não se aplica no foro comum, nem a
legislação comum se aplica no foro militar.
250 - Fortes
Os fortes defendem-se pela força que tem à mão, os
fracos, pela alegação dos direitos que se lhes não pode tirar.
422
251 - Fortuna
Bendito Deus, que me tem favorecido sempre com a
consciência do meu nada, para não conhecer nunca a vertigem
da fortuna, para não me embriagar jamais no capitoso licor da
vaidade.
252 - Fracos
Na ordem do mundo só se fala em direito entre iguais em
força. Entre fortes e fracos, os fortes fazem o que podem e os
fracos sofrem o que devem.
253 - Fragilidade
Se os fracos não tem a força das armas, que se armem
com a força do seu direito.
254 - Fraternidade
Os homens não inventaram, antes adulteraram a
fraternidade, de que o Cristo lhes dera a fórmula sublime,
ensinando-os a se amarem uns aos outros.
255 - Fratricídio
Lei que nega a noção de todas as leis, lei de
inconsciência, que autoriza a perfídia, consagra a brutalidade,
agaloa a insolência, eterniza o ódio, premia o roubo, coroa a
matança, organiza a devastação, semeia a barbaria.

423
256 - Fraude
As mais das vezes é a mulher que se abalança à fraude;
mas não raro se tenta o apetite de Adão com o exemplo das
habilidades de Eva.
257 - Fulminar
Cantem os maus intérpretes para o auditório gelado, ou
as bancadas ermas, e estarão fulminados ou profanadores da
inspiração, os parasitas da arte.
258 - Funcionários
O montepio dos funcionários federais não é a criação da
benevolência de um homem: é a expressão instintiva da
humanidade de uma época.
259 - Furtar
Na ironia do provérbio, e segundo o qual, quem pouco
furta é ladrão, quem muito furta é barão.
260 - Futilidade
Futilidade vaidade gigantesca agitando-se no vazio de
uma consciência deserta, ninguém te confundirá com o
desdém dos heróis, ou a palidez dos justos em presença da
morte.

424
GUARDA-COSTAS
Faz-se do liberto o guarda-costas político, o capanga
eleitoral. Aguçaram-se-lhe os maus instintos do ativismo servil
como educação da taberna, do bacamarte e da navalha.
262 - Gatuno
Se o fiel der em ladrão, não haverá, neste mundo, ladrão
tão perigoso. Porque bem poucos são os que dos seus guardas
se guardam.
263 - Gazua
Inventada a gazua, o que se segue não é que a polícia
deva acabar com a gazua, mas que a gazua de acabar com as
leis que protegem as gavetas.
264 - Generosidade
Aquele que pratica uma ação generosa, não pode fugir
aos corolários da honra.
265 – Gênio
As arrancadas mais altas do gênio mal se livram nos
longes da nossa atmosfera, de todas as partes envolvida e
distanciada pelo infinito.

425
266 - Glória
A ociosidade, a prodigalidade, a imoralidade geram a
pobreza; a pobreza gera o sofrimento; o sofrimento, a virtude;
a virtude, a admiração; a admiração, a glória.
267 - Golpes
Os golpes de estado não podem ter cerimônias com a lei,
nem perdem tempo em deferências com a autoridade
desarmada.
268 - Governista
Não pode ser o composto de uma tribuna e uma alcova,
de uma escola e um balcão, de uma pena e uma gazua, de
uma consciência e uma máscara.
269 - Governo
Nos programas de governo o que cabe, só e unicamente,
é o que estiver na competência da magistratura, cuja honra
pleiteia o candidato.
270 - Grandezas
Eu não conheço duas grandezas tão vizinhas pela sua
altitude, tão semelhantes pelas suas lições, tão paralelas na
sua eternidade, como estas: a justiça e a morte.

426
271- Guerra
Não é, porém, das nuvens que se pregou, em nossos
dias, o catecismo da guerra. É das cadeiras donde se
proporcionava a instrução à mocidade, donde os sábios
falavam aos sábios.

HAIA
A vibração com que a nossa pátria, do norte ao sul,
acompanhou a Conferência de Haia, mostra que o resolvemos,
e que, para estremecer por essas questões, compreendendo-as
intensamente, sobram ao nosso povo o tino, a simpatia, e a
vivacidade.
273 - Habeas-corpus
Este país não seria uma nação, mas uma escravaria digna
do seu vilipêndio, se o direito destas vítimas não encontrasse
um patrono para este habeas-corpus.
274 - Harmonia
A paz, entre nós por garantia o coração dos povos e os
seus grandes interesses, o seu comércio, a sua prosperidade, a
sua civilização.

427
275 - Heroísmo
Oxalá que nós também, meus concidadãos, nos
embebamos desse contágio regenerador, o bom contágio, o
contágio do verdadeiro heroísmo, do heroísmo humano, do
heroísmo liberal, do heroísmo cristão.
276 - Hipocrisia
A Hipocrisia é a capa de um indivíduo, a mônita de um
partido, ou a expressão passageira de uma época: não pode
ser a máscara da história de uma nação.
277 - Homero
A tradição viva da verdade militante é que há de ser o
Homero dessas glórias, tão cedo maculados pela má fé dos
interesses.
278 - Honra
A honra é ainda mais obrigatória nos que representam
nações do que nos que só se representam a si mesmos.
279 - Honradez
A grandeza depende mais do caráter que da educação; e
é nos campos de batalha que se forma o caráter.

428
280 - Horizonte
Na curva do horizonte recheado pelo sangue começa a se
anular a aurora de um mundo melhor. Cairão os governos do
arbítrio, e surgirão os governos da lei.
281- Hostilidade
Frequentes vezes as hostilidades precedem à
manifestação formal do rompimento.
282 - Humanidade
Não há meio termo entre servir a humanidade e transmitir
com exigências dos que não querem tolerá-la.

IDEAL
O ideal não se define, enxerga-se pelas clareiras que dão
para o infinito.
284 - Idéias
O homem que não possuir dentro da alma um campo de
idéias mais amplo do que ela, não pode governar
beneficamente.
285 - Ídolos
O homem, que não rende culto a ídolos religiosos, muito
menos queimará incenso a ídolos políticos.

429
286 - Ignomínia
Numa comunidade cujos membros abandonaram os seus
direitos, o estandarte nacional é a folha de parra da nudez da
sua ignomínia.
287 - Igualdade
O gênio da igualdade está profundamente inoculado, em
nossa pátria, nos hábitos, nas tendências, nas necessidades
populares.
288 - Imoralidade
Evita-se a imoralidade da fabricação política; mas não se
ousa reagir contra a imoralidade da fabricação jurídica.
289 - Imparcialidade
Os perseguidos, cuja causa o poder não ousasse confiar a
imparcialidade da justiça, penariam, esquecidos, nos cárceres,
nos desterros, enquanto durassem no governo as paixões e
nos seus instrumentos a baixeza.
290 - Imperador
Os que fizeram a República Federativa não tem
reivindicações contra as cinzas do velho imperador.
291- Imperfeição
É pela crítica das imperfeições da realidade que se
fortalecem as criações duráveis do homem.
430
292 - Impiedade
O juiz, que deixa cair na urna inapelável uma esfera
ímpia, não presente quantas palpitações do coração o
distanciam da reparação infalível.
293 - Imposto
Na guerra, como na guerra. O povo não é obrigado a
pagar senão o imposto que votou.
294 - Impotência
No meio das batalhas pessoais em que se debate a
impotência do parlamento, se viu reduzida a bradar pelas leis,
que se imolam, é contra os abusos, que se consumam.
295 - Imprensa
A grande escola da educação cívica é a imprensa. E daí,
dessa infinita galeria onde cabem todos, que o povo,
esclarecendo-se, observa, estuda, premeia, fulmina os que, em
nome dele, governam o país.
296 - Imprescindível
Não considero mais imprescindíveis à existência de um
povo os sacrifícios de guerra do que os exigidos para o
derramamento do ensino.

431
297 - Impunidade
Firmada a impunidade universal dos prepotentes,
corrompeu-se a fidelidade na administração do erário.
298 - Impureza
Mais longe estava Cristo da impureza do que os filósofos
estão perto da razão.
299 - Imputação
Há certas imputações que a dignidade de um homem
honesto refoge de considerar, ainda que por um momento;
mas, como não faltam pela superfície da terra almas
degeneradas, muitas vezes ao homem político é necessário
defrontar essas acusações e pulverizá-las.
300 - Incêndio
Do mesmo modo como o sino de rebate não tenha a
culpa do incêndio, que anuncia, não é responsável o jornal
pelas comoções, de que previne a imprevidência do poder.
301- Inculpabilidade
São bons os que pagam pelos maus, são os inerentes os
que respondem pelos culpados, são os ritmos que expiam os
crimes dos verdugos.

432
302 - Incredulidade
É debaixo dessa superfície que dormem os vulcões
inextinguíveis, as revoluções sinistras do servilismo, da
intolerância ou da corrupção.
303 - Incongruência
Não posso, entretanto deixar de notar a incongruência do
argumento em que se funda a censura, quando, ao mesmo
tempo que confessa nos fatos.
304 - Incompetência
A incompetência é a mais preciosa das qualidades da
administração, porque é a sócia natural da baixeza, do
fanatismo e da brutalidade.
305 - Incumbência
Não pertenço à escola dos que não refletem sobre as
suas responsabilidades, nem também à daqueles que para
evitar responsabilidades não hesitam em colocar-se ou dar
conselhos menos dignos.
306 - Índole
A índole mesquinha de nossa política tem convertido esse
reclamo da consciência nacional em arma de hostilidades.

433
307 - Infamador
Lavar, pois, com a confissão testamentária do infamador
o nome do infamado é caridade para com ambos.
308 - Inglaterra
Os Estados Unidos são apenas um ramo da Inglaterra, a
grande árvore da liberdade no mundo moderno.
309 - Injustiça
De Anás a Herodes o julgamento de Cristo é o espelho de
todas as deserções da justiça, corrompida pelas facções, pelos
demagogos e pelos governos.
310 - Instinto
Toda vez que se manifeste, o mais trivial instinto da
dignidade humana impõe ao agressor o dever de descobrir as
suas armas. E ao agredido assiste o direito de exigi-lo.
311 - Instituição
As boas instituições hão de se conservar, melhorando-se,
com as boas construções, refazendo os estragos do tempo, e
acomodando-se, com correr dele, aos novos hábitos e as novas
exigências de seus sucessivos habitadores.

434
312 - Instrução
Uma lei da divina harmonia que preside o mundo, prende
as grandes questões sociais; emancipar e instruir é a forma
dupla do mesmo pensamento político.
313 - Interpretação
Não é lícito, pois, entender os textos escritos em sentido
tal, que nos conduza a semelhante resultado, enquanto eles
forem susceptíveis de outra interpretação.
314 - Intelectualidade
Por menor que seja a safra intelectual de cada um, pode
ser um tesouro: um dia afortunado enriquece às vezes o
explorador.
315 - Intervencionismo
Adversário sou, também eu, do intervencionismo, que é a
frequência abusiva, a facilidade arbitrária, o vicioso excesso,
em suma, da intervenção.
316 - Irredutibilidade
Uma criatura pode ser o grão de areia, que eu sou, e ter,
entretanto, na sua quantidade mínima de substância cerebral
uma consciência irredutível.

435
317 - Irresponsabilidade
O domínio da espada se estabelece necessariamente o
governo da irresponsabilidade, o jubileu dos estados de sítio, a
extinção da ordem jurídica, a subalternização da justiça à
força.

JORNALISTA
Cada jornalista é, para o comum do povo, ao mesmo
tempo, um mestre de primeiras letras e um catedrático de
democracia em ação, um advogado e um sensor, um familiar e
um magistrado.
319 - Jogo
O jogo é o grande putrefator. Diátese conversora das
raças amenizadas pela sensualidade e pela preguiça, ele
entorpece, caleja e desviriliza os povos, nas fibras de cujo
organismo insinuou o seu germe proliferante e inextirpável.
320 - Jornal
Nenhum jornal poderá erguer uma ponta da cortina;
porque esses gestos da crônica íntima dos governos são
cautelosos, não afrontam a luz, não deixam papel, que os
denuncie, nem tem de ordinário outros presenciantes além dos
cúmplices e das vítimas.
436
321 - Judicial
O espírito jurídico é o caráter geral das grandes nações
senhoras de si mesmas.
322 - Juiz
O bom ladrão salvou-se. Mas não há salvação para o juiz
covarde.
323 - Juízo
Mas Deus, que a todos nos há de julgar: Deus, ante quem
os grandes deste mundo comparecerem tais quais são,
despojados do séquito dos seus cortesãos e lisonjeio: Deus
que mede, ele só, a extensão das nossas culpas, a força dos
impulsos que nos desvairam, a expiação que os resgata: Deus
pronunciará depois de nós, a sua sentença.
324 - Julgador
Pode alguém oficiar como julgador em matéria que
envolva, ou seja, capaz de envolver, a sua responsabilidade
pessoal?
325 - Julgamento
O julgamento de Cristo é o espelho de todas as deserções
da justiça corrompida pelas facções, pelos demagogos e pelos
governos.

437
LADRÃO
Entre dois ladrões crucificaram os judeus a Jesus: porque
não ousaram executá-lo entre dois burlões.
327 - Laranjal
A folhagem risonha do laranjal. De dia é toda oxigênio,
que aviventa, e perfumes inofensivos: de noite sob essas
exalações balsâmicas insinua-se o carbono que asfixia.
328 - Lategadas
Mas, então, era Jesus quem poluía as coisas sagradas,
quando, vencidas pela indignação divina a divina doçura do
cordeiro, varreu do templo, a lategadas, as traficâncias e os
vendilhões?
329 - Lavoura
Que sorte aguarda a nossa indústria agrícola, quando,
verificada a importância à rotina secular, o proprietário
inteligente carece de temperar a crise da deficiência de braços
com os processos da arte aperfeiçoada?
330 - Lealdade
Políticos sois, e deveis ser francamente, não no sentido
dos interesses da ambição, que convulsionam as facções, mas
no da fidelidade constitucional, que desacoroçoa as cabalas
insidiosas.
438
331- Legislador
É necessário que o legislador comece reformando a sua
vida, a sua moral, a pauta de seus atos.
332 - Lei
A característica da lei está no amparar a fraqueza contra
a força, a minoria contra a maioria, o direito contra o interesse,
o princípio contra a ocasião.
333 - Letra
Se a letra não obsta á liberdade, não é lícito excluí-la pelo
espírito da lei.
334 - Liberdade
As procelas, as trombas, os ciclones devastam, mas não
duram. O que não passa, é o oceano das verdades eternas da
liberdade.
335 - Libertação
Necessário será sempre que as duas liberdades
coexistiam, a maligna e a benfazeja, porque é mister que a do
mal sirva de estímulo à do bem.
336 - Língua
Quando não se tem que temer, é preciso ferrar uma vez
entre os dedos o réptil, fazê-lo vomitar a língua torpe, e
arrancar-lhe as presas.
439
337 - Linguagem
A inteireza do espírito começa por se caracterizar no
escrúpulo da linguagem.
338 - Lisonja
Não é licito dar a um homem o que ele não tem, para lhe
negar o que tem. Não é justo cumular um indivíduo de
grandezas, que lhe não cabem, para, logo após, o desdobrar
com achaques de que não padece.
339 - Livros
Os pobres, ao que parece, não entesouram livros:
compram baralhos, bebem, tunam e fumam na boemia, que é
barata.
340 - Locução
Os nossos governos vivem a tecer de palavras os seus
abusos, porque as maiores enormidades oficiais tem certeza de
iludir, se forem lustrosamente fraseadas.
341 - Loteria
Um povo, em cujo espírito morreu de todo a esperança,
para não ficar senão a esperança do jogador diante da batota
das loterias, é o último e o mais abjeto dos povos.

440
342 - Lucro
Com os grandes e fortes está o lucro; com os fracos e
humildes, o perigo.
343 - Lutas
O amargor das lutas é a lima dos sofrimentos que tira as
arestas da nossa vida, a expurga, a tempera, a notabiliza e
amadurece.
344 - Luxo
O rastaquerismo, entronizado na mais alta administração
da nossa terra, excedeu aqui o sublime do ridículo. Já não há
indignação, que nos salve, nem desprezo que nos vingue.
345 - Luzeiros
Quem quer que siga os luzeiros, as estrelas de Deus, verá
que elas fulguram, e não se apagam, enquanto nos não levam
ao sol.

MAJESTADES
As majestades da força nunca me inclinei. Mas sirvo às do
direito. Sirvo ao merecimento. Sirvo a razão. Sirvo à lei. Sirvo à
minha pátria. São essas as que eu reconheço neste mundo, e é
uma delas a com que em vós me encontro neste mundo.

441
347 - Magistrados
Se veda a função do juiz, não é para sentenciar, mas para
esquecer. Se suspende a ação da justiça, não é para usurpar,
mas para a mitigar.
348 - Magnanimidade
Só na prática em comum de atos heróicos a bem da
pátria é que uma nação logra torna-se, real e espiritualmente,
unida.
349 - Magoar
Para não mentir aos meus próprios votos de não mentir,
magôo, desgosto, e, muitas vezes, me inimizo com as próprias
causas, por cujos elevados interesses me abnego, e sacrifico.
350 - Maioria
Se o número não souber dar razão dos seus atos, se as
maiorias não se legitimarem pela inteligência e pela justiça, o
governo popular não será menos aviltante que o dos
autocratas.
351 - Mal
Mas o mal, e sobretudo o mal político, a terrível avariose
brasileira, é essencialmente falso, falsídico, falsificador e
refalsado. Varia o furta – cor da palavra insidiosa, fala todos os
idiomas da mentira.
442
352 - Maldade
O mal nunca venceu o bem, senão usurpando a este o
necessário para iludir, arredar, o adormecer, o fraudar, o
substituir, o vencer.
353 - Maledicência
Dizia-se outrora que nas casas de ruim conversação o
que se praticava, era a amizade desonesta.
354 - Malversação
A malversação não avulta, nem míngua, com a maior ou
menor monta dos bens malversados.
355 - Manjedoura
Tiveste por berço as palhas de um curral. A última das
mães sentir-se-ia humilhada, se houvesse de reclinar o fruto
do seu regaço no sítio abjeto, onde recebeste os primeiros
carinhos da tua.
356 - Manumissão
Deus não recusa a liberdade aos seus próprios negadores
mas, por isto mesmo, no fundo mais inviolável de toda a
liberdade está Deus, a sua garantia suprema.

443
357 - Mar
O mar é o grande avisador, pô-lo Deus a bramir junto ao
nosso sono, para nos pregar que não durmamos. Por ora a sua
proteção nos sorri, antes de se trocar em severidade.
358 - Marinha
A nulificação da nossa marinha é, portanto, um projeto e
começo de suicídio. Mas, pela parte de terra, a nossa situação
não será muito melhor.
359 - Mascates
Ao derredor do poder formigueja a multidão verbal, e os
governos se algum embaraço topam, é em dar vazão ao
número de mascates da palavra escrita.
360 - Mediocridade
Os governos arbitrários não se acomodam com a
autonomia da toga, nem com a independência dos juristas,
porque esses governos vivem rasteiramente da mediocridade,
da adulação e da mentira, da injustiça, da crueldade e da
desonra.
361- Mentira
Uma impregnação tal das consequências pela mentira que
se acaba por se não discernir a mentira da verdade, que os
contaminados acabam por mentir a si mesmos.
444
362 - Merecimento
Os povos têm, é verdade os governos que merecem. Mas,
também, os povos refletem, copiam e imitam os governos, que
tem.
363 - Mérito
A malignidade morde os melhores atos da minha vida. De
todos os méritos me tenho por vazio.
364 - Meta
A vaidade e a ambição põe sempre a meta dos nossos
desejos muito além da nossa capacidade.
365 - Milícia
Com a polícia e a milícia inteligentemente organizadas,
com um núcleo de exército sequestrado da política, instruído e
disciplinado, um país como o nosso não precisa de mais, para
assegurar a sua integridade.
366 - Miséria
Essa opulência do nosso território abençoado é a máscara
da miséria nacional.
367 - Mochos
A luz deslumbra os mochos. O talento é a luz; os néscios
e os parvos são mochos.

445
368 - Mocidade
Mocidade brasileira! Esperai, mas não arrefeçais, não vos
entregueis, não percais de vista a meta cintilante da vossa
estrela.
369 – Monarcas
Os monarcas constitucionais não gozam da
irresponsabilidade, senão porque não governam.
370 - Monarquia
As monarquias nominais podem ser de fato as melhores
Repúblicas, e que, na realidade, as repúblicas aparentes são
muitas vezes as piores tiranias.
371 - Monopólio
O monopólio do poder é, em certo sentido, uma garantia:
porque fixa a responsabilidade em uma fronte emitente, e
subtrai o império à avidez das paixões.
372 - Moral
Só a moral, portanto, é prática, só a justiça é eficaz. Só as
criações de uma e de outra perduram.
373 - Morte
A morte não extingue: transforma; não aniquila: renova;
não divorcia: aproxima.

446
374 - Multimâmio
Animal multimâmio, a que ora se chama nação, ora
administração, ora fazenda, orçamento, ou erário, e de cujos
peitos e dependuram, aos milhares, as crias vorazes na
mamadura, mamães e mamadores, para cuja gana insaciável
não há desmame.
375 - Mulher
Não se queixa, porque não forceja; não tem que resignar-
se, porque se não constrange; faz o bem como nós
respiramos, como as aves trinam, como o sol irradia.

NAÇÕES
Deus fez cada pátria completa em si mesma, e distribuiu
a humanidade em nações, para que cada qual viva na sua
casa.
377 - Naturalismo
O naturalismo cifra exclusivamente no testemunho dos
sentidos o critério da realidade.
378 - Nauta
Não se admitem surpresas para o nauta: há de adivinhar
a atmosfera como o barômetro, e pressentir a tormenta,

447
quando ela pinta apenas como uma mosca pequenina e
longínqua na transparência da imensidade.
379 - Navio
Prover-se de navios, sem homens, dizia Lorde Burleigh,
equivale a pendurar em postes, ao longo das praias,
armaduras para o inimigo.
380 - Negligência
A guerra voa no oceano como as procelas, e surpreende
com os seus raios a política fatalista dos países negligentes.
381- Neutralidade
Não quer dizer impassibilidade: quer dizer imparcialidade;
e não há imparcialidade entre o direito e a justiça.
382 - Nobreza
No próprio patriotismo armado o mais difícil da vocação, e
a sua dignidade, não está no matar, mas no morrer.

OBSERVADOR
Mas o observador é um ponto, que se reduz cada vez
mais no centro do horizonte sensível.

448
384 - Odiar
Não sei odiar os homens, por mais que deles me desiluda.
O mal é inexorável, pela consciência de ser caduco. O bem,
paciente e compassivo, pela certeza da sua eternidade.
385 - Ofendido
Desde que o ofendido pela calúnia exige a manifestação
clara da realidade, apelando para a honra do agressor, este,
homem de honra é, e crê nela, não se pode esquivar à
explicação franca dos fatos.
386 - Oligarquias
Nas autocracias, como nas oligarquias, o poder corre ao
encontro dos maus exemplos, como a limalha ao do ímã.
387 - Opiniões
Posso perdoar, e tenho perdoado aos homens, que
perseguem. Mas, nunca perdoarei as opiniões perseguidoras.
Porque os homens passam, e as opiniões duram, os homens
perecem, e as opiniões germinam.
388 - Opressão
O cativeiro é a treva espessa, em cujo fundo a
consciência se atrofia, pela necessidade de anular-se, pelo
hábito de não se exercer.

449
389 - Oração
Oração e trabalho são os recursos mais poderosos na
criação moral do homem.
390 - Orador
Como o Espírito do Senhor se liberava sobre as águas, a
sensação da eminência de um poder invisível paira sobre a
tribuna ocupada por um verdadeiro orador.
391- Ordem
Há, na esfera governativa, os triunfos do poder ao serviço
da força e os triunfos do poder ao serviço do direito.
392 - Organização
A organização e a preparação prévia são os elementos,
que determinam o triunfo na guerra. Aquele que aguardar a
hora derradeira, para se aprontar, está perdido antes da luta.
393 - Orgulho
Não conheço nada mais tolo e mau do que o orgulho,
nada mais duro e odioso do que a intolerância, nada mais
perigoso ou ridículo do que a vaidade.
394 - Outodoxia
Que venha a ser a outodoxia, senão um tesouro de
revoltas canonizadas pelo tempo?

450
PAGAMENTO
Estou bem pago enquanto o criador me reservar por todo
o futuro o regaço da vida moral, onde lancei a âncora entre a
família, a religião, a consciência e o trabalho.
396 - País
O interesse do país não está em ser governado consoante
a fórmula deste ou daquele sistema, senão sim em ser bem
governado; e os governos bons são os temperados e
fiscalizados pela discussão.
397 - Paixão
A paixão da verdade, senhores, é como as cachoeiras da
serra, aqueles borbotões d´água que rebetam e espadanam,
marulhando.
398 - Palavras
As multidões amam a eloquência, e bebem com delícia as
frases da palavra nos lábios dos grandes oradores.
399 - Pão
Disse o Cristo que o homem não vive só do pão. Sim;
porque vive do pão e do ideal. O pão é o ventre, centro da
vida orgânica. O ideal é o espírito, o órgão da vida eterna.

451
400 - Papa
Os púlpitos sublimam-no acima dos santos padres,
comparam-no aos maiores discípulos de Cristo, chamam-lhe de
coluna do templo, a lâmpada do santuário, o filho de Deus.
401 - Parecer
Sempre que uma opinião me escalda o espírito, é meu
costume deixá-la romper sob a mais ardente de suas formas.
402 - Parlamentarismo
Só no governo parlamentar existe o terreno capaz de dar
teatro a essas cruzadas morais, a essas lutas pelas idéias nas
regiões mais altas da palavra, onde elas se fecundam.
403 - Partidos
Deplorar os partidos, que são positivamente um bem e
uma necessidade congênita à sociedade humana, tanto
importa como reprovar a névoa e o vento, ou as forças que
equilibram o mundo.
404 – Passageiro
Como passageiro lançado à costa pelo naufrágio, depois
de ouvir gemer o mar tempestuoso, já não me assustaram
recifes.

452
405 - Pátria
A pátria não é de ninguém: são todas e cada qual tem no
seio dela o mesmo direito à idéia, à palavra, à associação.
406 - Patrimônio
No dia em que não houver no país quem pugne por esse
patrimônio, os nossos foros de homens livres valerão menos
do que a tanga dos escravos de guiné.
407 - Patriota
Todos os homens úteis à sua pátria hão de provar a
esponja de fel e vinagre. Mas só os curtos de inteligência e os
pequeninos de alma se tem aventurado à repressão.
408 - Patriotismo
É uma harmonia instintiva de vontades, uma desestudada
permuta de abnegações, um tecido vivente de almas
entrelaçadas.
409 - Paz
Não a paz opressora da conquista, mas a paz reparadora
do direito, a paz da misericórdia e da justiça. Misericórdia com
os erros. Justiça com os crimes.

453
410 - Pendor
Um pendor irresistível acende em nós a aspiração ardente
de consagrarmos os nossos esforços ao que é universal, de
fundirmos a nossa existência no que é permanente.
411- Pensador
Nenhum pensador, contudo, ainda se abalançou a
disputar que a administração venha a ser a primeira
necessidade e a característica fundamental das sociedades
organizadas.
412 - Pensamento
É o poder do pensamento, a vibração da fé, a energia
motriz das almas, esse fluído impalpável que vai, em outras
regiões, arder nos espíritos e agitar os viventes.
413 - Pequeninos
Mas o evangelho mesmo não soube reproduzir a
linguagem de Jesus às crianças... ou o próprio Jesus não lhes
soube falar, senão afagando-as.
414 - Percuciente
A espada percuciente do pontificado, que transmudara
um torrão esplendido em uma vasta necrópole, essa era a
humilde, a mansa, a perseguida.

454
415 - Perigos
Não vos temais senão dele (árbitro); fora da legalidade é
que se escondem os grandes perigos e se preparam os
naufrágios irremediáveis.
416 - Perseguidor
Nem todos trocam, na hora da perseguição, a amizade do
perseguido pelas graças do perseguidor.
417 - Perversão
Um país de imprensa degenerada ou degenerescente é,
portanto, um país cego e um país miasmado, um país de idéias
falsas e sentimentos pervertidos.
418 - Perspectiva
O homem cujo horizonte mental se confunde com o
horizonte visual dos partidos, nunca será capaz das virtudes
que assinalam os grandes regedores de povos: o equilíbrio
intelectual na luta, a firmeza nos reveses, a magnanimidade no
triunfo.
419 - Pestes
Mas as pestes morais circulam hoje o mundo com a
rapidez da eletricidade.

455
420 - Petrificar
Um povo cuja fé se petrificou, é um povo cuja liberdade
se perdeu.
421- Petrópolis
A encantadora cidade dos jardins, a pérola das nossas
montanhas, a filha do rei filósofo, poeta e cavaleiro.
422 - Pleito
Correi a conquista legal das urnas com todos os recursos
da vossa incontestável superioridade, e varrei com braço de
Hércules as estrebarias de águias da mentira eleitoral.
423 - Poderes
A inteligência, o direito, a religião, são os três poderes
legítimos no mundo. Eles representam de per si, o eu humano,
a sociedade humana, o destino humano.
424 - Polícia
Mas a polícia, quando se não põe a ladrar contra o zelo
dos que por ela chamam, escuta como se tivesse os ouvidos
encravados, deixa pender as orelhas, e vai meter o focinho na
mesma celha onde come o ladrão.
425 - Polidez
Polidez, inteligência, generosidade, tudo se esvai na
aluvião do elemento rebelde, a cuja passagem as qualidades
456
menos simpáticas da nossa natureza lhe acodem à tona em
sua mais íntima grosseria.
426 - Política
Essa nobre ciência, que engrandece os estados
constitucionais, degenerou entre nós em arte maquiavélica, em
instrumento mesquinho de paixões facciosas.
427 - Politicalha
A política é a higiene dos países moralmente sadios. A
politicalha, a malária dos povos de moralidade estragada.
428 - Politiquismo
O chavascal da politicalha, não passa de um sistema de
transfusão do sangue dos que trabalham para as veias dos que
governam.
429 - Pontificado
Em linguagem pontifícia, linguagem de deuses, a palavra
tem sempre significação diretamente oposta à idéia que traduz
em linguagem vulgar, linguagem de mortais, que somos.
430 - Potentados
Quando um homem se vota a defender os humildes
contra os potentados, por outro motivo não se concebe que
anteponha os fracos aos fortes, a não ser para servir à justiça.

457
431- Povoações
A consciência nacional forma-se bem longe, forma-se
nessas longínquas povoações silenciosas, aparentemente
indiferentes, e de cuja opinião tão pouco caso costumamos
fazer.
432 - Porto
A multiplicidade e a profundeza dos portos constituem
fonte nacional de riqueza. Mas, exatamente na razão da sua
acessibilidade eles vêm a ser origem de fraqueza na guerra
quando não cabalmente defendidos.
433 - Porvir
Não barganharemos o nosso porvir a troco de um
mesquinho prato de lentilhas.
434 - Precautelar
Pois, se da política é que nos queremos precaver,
buscando a justiça, como é que à política deixaríamos a última
palavra contra a justiça?
435 - Predomínio
O poder forte é aquele, cujo amor-próprio capitula a boa
mente diante da lei. A força da força tem a sua fraqueza
incurável na desestima.

458
436 - Preferência
Uniformes sejam as vossas preferências; e, uma vez
liquidadas, adscrevei-vos tenazmente ao nosso antigo preceito:
todos por um, um por todos.
437 - Preguiça
Nos tempos de preguiça e ociosidade cada indivíduo
nasce a regurgitar de qualidades geniais. Mal esfloraram os
primeiros livros, e já se sentem com força de escrever
tratados.
438 - Prelo
A imprensa é, sobretudo uma força de persuasão ou, uma
força de convicção; há de valer pelos dados com que entrar
em debates, pelos atos com que julgar, pelos documentos que
exibir ou pelos raciocínios que desenvolver.
439 - Preparação
A potência que levar a dianteira no período de
preparação, entra na guerra já com imenso ganho.
440 - Preservativo
Um pensamento bom, em que se fixe o espírito, “dizia
Bacon: “É o melhor preservativo contra as dores da morte”“.

459
441- Pressão
O que eu pressagio, e não ouso prognosticar, não é, pois,
o que eu desejaria promover, mas o que eu envidaria tudo por
evitar.
442 - Princípios
O sábio pesa os sistemas na balança dos princípios, não
na dos resultados. Mas o bom-senso vulgar segue, e seguirá
sempre caminho inverso.
443 - Protelar
Protelar é faltar ao dever, por influências de interesses
que não se podem confessar.
444 - Providência
Deus arrebata as criaturas na corrente caudalosa dos
fatos e submerge as resistências do nosso lado no abismo da
sua providência benfazeja e criadora.
445 - Presidencialismo
O presidencialismo brasileiro não é senão a ditadura em
estado crônico, a irresponsabilidade geral, a irresponsabilidade
consolidada, a irresponsabilidade sistemática do poder
executivo.

460
446 - Presunção
Não vos desacoroçoo do estudo, meus amigos: tão
somente vos acautelo da presunção.
447 - Pressão
A pressão formidável das idéias cresce de dia para dia em
volta de nós como o oceano previne de tempestades.
448 - Princípio
Se o Brasil tivesse imprimido na pedra angular da sua
independência e da sua organização política o mesmo princípio
cristão, o rumo da nossa civilização, a celeridade do nosso
progresso, a índole do nosso caráter seriam outros.
449 - Probidade
O homem público é o homem da confiança dos seus
concidadãos, o de quem eles esperam a ciência e o conselho, a
honestidade e a lisura, o desinteresse e a lealdade; é o vigia
da lei, o amigo da justiça, o sacerdote do civismo.
450 - Problema
Ou os governos se consagram com sinceridade a solução
do problema liberal, do problema democrático, do problema
social, ou serão inevitavelmente devorados pela esfinge do
moderno Édipo: o caos.

461
451- Processos
A falta de provas é tal, que os acusadores se vêem
obrigados a estrangular atropeladamente os processos.
452 - Produzir
A propósito de Dante: “A maior coisa que uma nação
pode fazer, é produzir grandes homens”.
453 - Profissional
Legalidade e liberdade são o oxigênio e hidrogênio da
nossa atmosfera profissional.
454 - Progresso
Nos resultados morais, que não cabem nos artigos de um
inventário, mas inclinam com um peso impalpável a concha da
balança no espírito do bom observador, e que consiste a
seriedade prática e a estabilidade orgânica do progresso.
455 - Prosperidade
O meu viver será sempre um mistério suspeito; porque eu
não vegeto na penúria dos ociosos; porque eu medro; porque
a face da minha existência irradia indícios de prosperidade.
456 - Prostíbulo
No lupanar o menos que se gasta é o equilíbrio da alma,
o menos que se arruína, é o ideal, o menos que se dissipa, é o
tempo.
462
457 - Prostrar
Diante de Deus, sim, prostre-se o pecador, e ore: porque,
se é bom, é também severo; é pai, mas há de ser
sentenciador; é a misericórdia, mas é, ao mesmo tempo, a
justiça.
458 - Protagonismo
O heroísmo não está na embriaguez impulsiva da
cegueira diante dos perigos, está na indiferença diante da
morte, pela verdade, pela honra, pelo bem.
459 - Proteção
A proteção constitucional da palavra escrita ou falada só
não se estende à prédica do crime.
460 - Prudência
Não quereria, porém, arriscar-me a perder o possível,
pouco que seja, por fazer do impossível caprichosa questão.
461- Público
O público infalivelmente honrará o homem de bem
vilmente caluniado, e desprezará o miserável caluniador,
condenado pela invencibilidade do seu silêncio.

463
462 - Punição
Logo, se, para os culpados, é uma redução da penalidade,
em que incorreriam, para os inocentes envolve a imposição de
castigo, que lhes não toca.
463 - Pusilanimidade
Advogado de um princípio sacrificado, advogado do
interesse público, não pode pactuar com a pusilanimidade das
conveniências particulares.
464 - Pústulas
Se abolidos os lupanares e estabelecerdes a censura de
costumes, as fezes da imoralidade comprimida rebentarão em
pústulas nos centros da vida social.

QUANTIDADE
Tanto vai, senhores, do ser grande pela quantidade a ser
grande pela qualidade.
466 - Queda
Os escândalos que se desgalgam dessas assomadas,
rolam agravados com o peso da sua enormidade e da sua
queda, arrasando a vergonha nas almas.

464
467 - Quietude
Divina coisa, senhores, é a paz, mas a paz nobre, a paz
com dignidade, a paz respeitada.
468 - Quero-quero
Este pássaro curioso, a que a natureza concedeu o
penacho da garça real, o vôo do corvo e a laringe do galo, tem
pela última dessas prendas, o dom de encher a soledade dos
descampados e sangas das macegas e canhadas com o grito
estrídulo, rechinante, profundo, onde o gênio pitoresco dos
gaúchos descobriu a fidelíssima onomatopéia, que o batiza.

RACIONALIDADE
A política radical aspira a plena e completa fruição da
liberdade: mas caminha para lá conquistando sucessivamente
as liberdades possíveis.
470 - Raízes
Os males, que hoje nos afligem, são raízes sobreviventes
das enfermidades do império. O próprio militarismo é um
legado seu.
471- Raridade
Os gênios são meteoros raros, nem sempre benéficos.

465
472 - Razão
A razão e a fé são os dois mundos, em que se
circunscreve a nossa existência espiritual.
473 - Reação
O dever da reação e do exemplo, na defesa da liberdade
e do punidor, que são irrenunciáveis, contra os arlútrios e
surpresas da força.
474- Realeza
A realeza parlamentar não é uma forma de governo
menos complexa, menos delicada, menos sutil do que
república presidencial.
475 - Recasar
Casem, para se divorciar, descasam, para se recasar, sem
que o homem tenha jamais o ciúme do passado, sem que a
mulher sinta o pudor.
476 - Reconquista
Se a nação se reconquista. Se um grande povo não se
envergonha de se deixar cavalgar e desonrar por meia dúzia
de ciganos pernósticos e arrojados.

466
477 - Redenção
Sabei alcançar para vós o que soubestes conseguir para
os africanos: a redenção, a reaquisição de vós mesmos, o
vosso lugar limpo na comunhão da humanidade livre.
478 – Redentora
O abolicionismo degenerara na independência das suas
origens, adotando o culto da princesa redentora, os cabeças da
causa vencedora adormeceram nos seus lauréis, é a república
racionária desde o seu começo imersa no egoísmo da política
do poder pelo poder.
479 - Reforma
Quando a seiva do espírito público entra a derramar-se no
gérmen de uma reforma, é porque a providência já a
abençoou.
480 - Regime
De todos os inimigos de um regime, o pior é o fetichista,
que, a poder de lhe admirar a forma, que não é nada, cada vez
mais lhe perderá de vista a substância que é tudo.
481- Regurgitar
Nos tempos de preguiça e ociosidade cada indivíduo
nasce a regurgitar de qualidades geniais.

467
482 - Reinvindicação
Povo brasileiro! Reclamai, e vos escutarão; exigí, e tereis;
ordenai, e sereis obedecidos; sabei querer, e tudo vos cederá.
483 - Reportagem
Mas nessas águas silenciosas só penetra a audácia dos
mergulhadores da imprensa, ou a fisga da reportagem
moderna.
484 - Repúblicas
A existência das repúblicas se mede pela existência da
justiça.
485 – Resignados
Não abusem da fraqueza dos humildes e resignados, se
não querem ter dessas surpresas, que desestribam os mais
fortes, e dão em terra com os mais seguros.
486 - Responsabilidade
O responsável é aquele, diz um; com ele ajustem as
contas. – Não! Retruca o outro, sancadilhando; a
responsabilidade é dele, e não minha. Um desses é o
responsável.
487 - Reputação
Nenhum país salva a sua reputação com os abafos,
capuzes e mantilhas da corrupção encapotada.
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488 - Ressurreição
A semelhança do rio, que, atravessando um lago,
prossegue além o seu curso cristalino, sem se perder na bacia
que transpõe, assim a vida, consagrada à fé, isto é, a Jesus
Cristo, vence os pantanais da morte, rompendo límpida e
transparente do outro lado.
489 - Retina
A retina exercida nas distâncias marinhas habitua-se a
sondar o infinito, com a do marinheiro e a do albatroz.
490 - Revolução
Juridicamente, revolução é a destruição da ordem. Mas,
também, juridicamente, a ordem é a lei. Logo, juridicamente,
na destruição da lei é que consiste a revolução.
491- Réu
É preciso instaurar a causa, encetar o processo, enunciar,
ao menos, em tribunal, a acusação, para converter em réu o
acusado.
492 - Ridículo
Aos espíritos elevados o ridículo nunca fez senão sorrir,
ou encolher os ombros.

469
493 - Risco
Como optar o risco, em lugar da vantagem, senão por
antepor o direito à iniquidade?
494 - Romanismo
O romanismo não é uma religião mas uma política, e a
mais viciosa, a mais sem escrúpulos, a mais funesta de todas
as políticas.
495 - Rótulo
Desconfiai dos rótulos, que mentem, meus amigos, e
habituai-vos a contrastear a mercadoria com o critério vivo do
nosso bom - censo.

SACRIFÍCIO
E não há sacrifícios, a que tão de molde assente esta
máxima, como os que tenderem à educação do país.
497 - Sacudir
Não é um acusado, que se defende, é um homem de
bem, que sacode sobre os caluniadores a poeira das suas
infâmias.
498 - Salário
O homem e a mulher, sujeitando os dois à mesma tarefa,
ao mesmo horário, ao mesmo regímen, não há por onde
470
coonestar a crassa absurdeza de, no tocante ao salário, se
colocar a mulher abaixo do homem. Nada tem que ver o sexo.
A igual trabalho salário igual.
499 - Salafrário
Mas os filhos da mentira, cada vez mais sem pejo. Sou eu
que prego a recusa do imposto; porque eu grito contra os
salafrários, cuja secura gargalaça as torneiras do tesouro como
as dos paus-d’água, na taberna, as garrafas de zurrapa.
500 - Semear
O que hoje semeais, colhereis amanhã. Semeais opressão
sereis oprimidos. Semeais o engano, sereis espoliados.
501- Sementes
É destas sementes, deste espírito jurídico, deste gosto
pelas questões de direito que se formam os povos capazes de
entreter instituições e mantê-las.
502 - Sanção
A ausência de uma autoridade, que, nas relações
internacionais, aplique a sanção do direito, é a grande fraqueza
das civilizações mais adiantadas.
503 - Sanha
O mais sanhoso demônio da guerra não é o que se
revolve, no torvelinho de balas e chamas, cruentando a liça
471
dos combates. É o que leva ao seio dos não combatentes as
cruezas da guerra.
504 - Santificação
Mas a suprema santificação da linguagem humana, abaixo
da prece, está no ensino da mocidade.
505 - Seguro
Sem a obrigação de seguro, ou caução, não há,
verdadeiramente, reparação assegurada aos acidentes de
trabalho.
506 - Seitas
A multiplicação renascente e progressiva das seitas no
seio das nações protestantes não é mais revolucionária do que
a letargia habitual do catolicismo entre nós.
507 - Sensatez
Uma constituição sensata não pode contemplar o
heroísmo como elemento ordinário no cálculo dos seus freios e
contrapesos.
508 - Separação
O fim do nosso trânsito pela terra não nos dói tanto,
senão pela idéia, com que nos acabrunha, de nos separar.

472
509 - Servidão
E eu não conheço servidão mais imoral do que nutrir uma
sociedade com sangue de suas veias, esteiar com a autoridade
de suas instituições, armar com todos os privilégios da
soberania religiosa uma tendência clerial incompatível com a
índole, com a prosperidade, com a educação do povo, que ela
vicia.
510 - Sexo
Mais sedutor, porém, ainda, e mais digno de bênçãos o
nome a que tem direito o sexo lindo; porque ele é a caridade
mesma.
511- Sino
O sino da liberdade não terá de dobrar sobre o sepulcro
dos juízes, mas sobre o ignominioso trespasse da república,
contra a qual, nas mãos da nação revoltada pela falta de
justiça, se levantarão as pedras das ruas.
512 - Soberania
É um poder que não está na dependência de outro, e
cujas colisões com as demais soberanias só se podem resolver
pelas armas, quando não for voluntário arbitramento.

473
513 - Soberba
Golias, o gigante de ferro e cobre e presunção insultava
as forças de Israel, mas, daí a pouco, a montanha de soberba
e bravaria desabava ao tiro da funda de um pegureiro.
514 - Socialismo
No socialismo, pois, como em todas as crenças de
partido, em todos os sistemas, em todas as terras, há um
fundo verdadeiro, com acessórios falsos, ou um fundo errôneo,
com acessórios justos.
515 - Sociedade
O dever geral a todos os membros da sociedade é
promoverem no seu seio a justiça e a paz assentada na justiça,
pois esta é a única espécie de paz que tem muito valor ou
pode ser durável.
516 - Sodoma
Não nos faltará jamais, para não termos saudades das
Gomorras e Sodomas da corrupção política e moral, a bendita
assistência do grande companheiro de todos os homens e a
sua voz na voz incorruptível do povo.
517 - Sofismar
Não há vantagem, nunca, em sofismar, a benefício de
interesses momentâneos, textos legislativos, textos
474
constitucionais cuja evidência se impõe ao espírito de todos os
homens de juízo e de moralidade.
518 - Sofrimento
A ira do paciente, feita de incalculáveis acumulações de
sofrimento comprimido, não tem limites e pode raiar pelas
divisas da loucura.
519 - Soldado
No grande soldado não aplaudimos senão o grande
cidadão. Sua farda é cívica; sua farda não o discrimina do
povo.
520 - Solidariedade
Não há sinal mais expressivo da civilização de um povo
que a sua solidariedade na tradição e no desenvolvimento, nas
aspirações e nas idéias, nas simpatias e nos dissabores.
521- Solução
Não nos lembramos, sequer, de que há, na América do
Sul, quem entenda que a solução do problema americano está
na dissolução do Brasil.
522 - Sombra
Ah! Brasil! Quantas oportunidades de sair da sombra te
fazem perder!

475
523 - Sono
Muito há que já não subtraio tanto às horas da cama,
para acrescentar às do estudo.
524 - Submissão
Quando uma legião embrulha a sua bandeira, a honra da
submissão nos legionários degenera em vilipêndio.
525 - Suborno
Os processos financeiros do suborno administrativo não
são diversos. No tesouro as saídas são sempre bem
escrituradas. Na matriz os rótulos de cada gasto condizem, de
ordinário, com as averbações do orçamento.
526 - Substância
Tem sido o sentimento religioso a inspiração, a
substância, ou o cimento das instituições livres, onde quer que
elas duram, enraízam-se, e florescem.
527 - Subsequência
O elemento servil é cunho negro de toda a nossa história,
e a extinção do elemento servil será a fímbria luminosa de todo
o nosso futuro.
528 - Superabundância
Só principia a superabundância, onde se começa a
descobrir a superfluidade.
476
529 - Surriada
Mas, como quer que seja, as incorreções da solfa em
todos os graus vão tendo assim a mesma errata no tribunal
definitivo da surriada.

TATUS-CANASTRAS
O Brasil não aceita a cova, que lhe estão cavando os
cavadores do tesouro, a cova onde o acabariam de roer até os
ossos os tatus – canastras da politicalha.
531- Têmpera
Com a brocha de limo em punho, sempre há de haver
homens de têmpera, que na baixem os olhos, e não temam de
pavor os seus esgares e os seus ribombos.
532 - Temperamento
Com o meu temperamento acanhado, retraído, e talvez
tímido ao contato das coisas delicadas, nunca me faltou a
coragem do coração, a coragem das idéias, a coragem do
patriotismo, a coragem da honra.
533 - Tempestades
Os trovões da sua voz reproduzem apenas os ecos das
tempestades de outrora.

477
534 - Tempo
O tempo não conhece dificuldades, a que não gaste as
arestas, não desate os nós, e não resolva enigmas.
535 - Temporada
O tempo é o continente insuprível dessa experiência
inicial, onde se educam os capitães do oceano.
536 - Teologia
As batalhas decisivas da teologia se dão fora das suas
fronteiras; que a causa da religião não se perde ou ganha nas
controvérsias meramente religiosas.
537 - Tergiversar
Não tergiverseis com as nossas responsabilidades, por
mais atribulações que vos empenham, e mais perigos que nos
exponham.
538 - Terras
Que vantagem há de uma federação, que possui terras, e
destarte não necessita de fazer-se em dinheiro, para acudir a
deveres tão sagrados!
539 - Tiranizados
Todos sabem quanto custam certas posições aos
tiranizados pela disciplina dos partidos; ela impõe muitas vezes

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sacrifícios cujas dolorosas heroicidades inspiram respeito ainda
aos adversários mais cruéis.
540 - Toga
A nobreza da toga é a nobreza sempre viva da justiça, de
onde mana igualmente a dignidade para a milícia da palavra e
a milícia da espada.
541- Trabalho
Tudo o que nasce do trabalho, é bom. Tudo o que se
amontoa pelo trabalho, é justo. Tudo o que se assenta no
trabalho é útil.
542 - Tradição
Mais vale entre dois povos uma tradição destas na sua
história que a escritura de um tratado de aliança nas suas
chancelarias.
543- Transviar
Os governos podem ser transviados aos mais ruinosos
erros pelas paixões que os desvairam, ou pelas facções que os
exploram.
544 - Tribuna
No governo do povo pelo povo a palavra é o grande
poder, a tribuna a força das forças.

479
545 - Tribunal
Os tribunais mais ilustres dependem, para a sua
respeitabilidade moral, da luz, que derramam sobre o espírito
público, do esclarecido assentimento, que neste conquistam.
546 - Triunfo
É o triunfo um premio, após o qual, sedento do licor
capitoso, se arremessa a nossa natureza na prelibação da
embriaguez.
547 - Trivialidade
Os homens são de seu natural propensos a desprezar a
trivialidade, e avaliar os bens deste mundo pela sua rareza.
548 - Túmulos
Nunca ergui a voz sobre um túmulo, parecendo-me
sempre que o silêncio era a linguagem de nos entendermos
com o mistério dos mortos.

VAIDADE
Mocidade vaidosa não chegará jamais a virilidade útil.
Onde os meninos camparem de doutores, os doutores não
passarão de meninos.

480
550 - Valer
No que valeram, pois, os de ontem, se está vendo o que
os de hoje podem valer.
551- Vassalagem
Privilégios da mentira, que, soberana inconcussa destes
reinos, não há prerrogativas que lhe bastem, para impor os
seus vassalos a humilhação brutal da sua vassalagem.
552 - Vaticanismo
A harmonia que nos depara o vaticanismo está em
harmonizarmo-nos com ele nós, não ele conosco. Ele tem a
diapasão e a craveira, nós somos apenas as cordas inertes do
instrumento.
553 - Veneno
O lento veneno do despotismo é pior do que as lutas
convulsivas da anarquia.
554 - Vênus
Enquanto a Vênus vaga nos destrói a moralidade
particular, o Vênus vago nos arruína a honestidade pública.
555 - Verdade
A fronte do sacerdote se verga para o cálice consagrado.
A do lavrador, para a terra. A do que espalha o grão da
verdade, para o sulco soaberto nas consciências novas.
481
556 - Veracidade
Damos a vida pela pátria. Deixamos a pátria pela
liberdade. Mas pátria e liberdade renunciamos pela verdade.
557 - Vibrar
Quando o coração me começou a vibrar dos sentimentos,
que me tem enchido a vida, o trabalho arfava acorrentado à
rocha da escravidão, onde lhe dilacerava as entranhas o abutre
da cobiça desumana.
558 - Vício
O vício arrecada sobre a atividade do ocioso quatro
espécies de impostos: a perda do tempo, a perda do estímulo,
a perda da saúde e a perda do dinheiro.
559 - Vidro
Queiram, ou não queiram, os que se consagram à vida
pública, até a sua vida particular deram paredes de vidro.
560 - Vigor
A força da força tem a fraqueza incurável na desestima da
nação, que a odeia. Quereis a estabilidade do poder? Fazei-o
dócil à justiça.
561- Vingador
São as ditaduras que detém o braço vingador das nações;
e, todavia, no tribunal da posteridade, ficam passando
482
iniquamente por autoras dos atentados, que não puderam
obstar.
562 - Violência
A lei de Caim é a lei do fratricídio. A lei do fratricídio é a
lei da guerra. A lei da guerra é a lei da força. A lei da força é a
lei da insídia, a lei do assalto, a lei da pilhagem, a lei da
bestialidade.
563 - Virtude
Transigi, quanto puderdes, nos limites do bom senso, da
boa-fé, da boa razão. Mas nunca abandoneis a boa causa da
vossa honra, pela qual deveríeis morrer, se com ela não
pudésseis triunfar.
564 - Viver
Ora, tudo é viver, previvendo, é existir, preexistindo é ver,
prevendo.
565 - Votação
O voto é a primeira arma do cidadão. Com ele vencereis.
Agora, se vô-lo roubarem, é outra coisa. Com ladrões, como
com ladrões.
566 - Voto
Mas a liberdade política, da qual a condição prática está
no voto, é o liame, que nesse feixe os enlaça a todos,
483
estabelecendo entre eles a união, por onde se conservam, e
impõe.

WASHINGTON
Um homem de presa qualquer, empurrado pela fortuna,
ou pela desgraça, até ao cimo da nossa autocracia, será por
eles aclamado Washington.
568 - Wilson
A nossa paz e a nossa esperança estão acima de tudo,
não na força, aliás colossal, dos Estados Unidos, mas nos
princípios de que a mensagem de Wilson levantou a bandeira.

569 - Zelo
Todo excesso de zelo é ridículo, assim como toda a
intrusão em esfera subalterna será sempre humilhante para a
majestade do poder.

484
11

MENSAGEM
TEMA: TÉCNICAS DE LEITURA

INTRODUÇÃO

O bom leitor possui uma larga visão do mundo em que


habita. O que não lê, é um cego que vive as apalpadelas não
podendo descortinar as belezas da vida. Só aprenderemos,
progrediremos e desenvolveremos nossas capacidades
intelectuais lendo. Posso dizer que aprenderemos a ler, lendo.
Seremos leitores eficazes, quando obtivermos a capacidade
de lermos, criticando, pesquisando a mensagem principal e
extraindo conclusões. Doravante você vai ler mais sem perder
a qualidade do assunto. Treinar e aprimorar-se é a palavra de
ordem.
1. O QUE OS GRANDES INTELECTUAIS DISSERAM
SOBRE A LEITURA
1.1. Os olhos do leitor são juizes severos mais do que os
ouvidos do espectador. Voltaire
1.2. O que lemos reflete o nosso caráter. Mattew Henry

485
1.3. Ler sem refletir assemelha-se comer sem digerir. Edmund
Burke
1.4. A leitura é para mente o que o exercício é para o corpo.
Joseph Addilson
1.5. Quem adquire o habito de ler constrói para si mesmo um
refugio contra quase todas as misérias da vida.
1.6. Mostre-me uma família de leitores, e lhe mostrarei o povo
que dirigirá o mundo. Napoleão
1.7. Até a minha chegada, aplica-te a leitura, a exortação, ao
ensino". Apóstolo Paulo.
2. O VALOR INCOMENSURÁVEL DA LEITURA
2.1. Melhora o nosso vocabulário;
2.2. Facilita a aquisição de experiência;
2.3. Amplia o conhecimento da língua;
2.4. Melhora a nossa redação;
2.5. Desperta a inteligência;
2.6. Aviva a imaginação;
2.7. Aumenta a cultura;
2. 8. Fornece-nos soluções de problemas já resolvidos por
outras pessoas.

486
3. AS LITERATURAS INDISPENSÁVEIS AO PREGADOR
3.1. Bíblia;
3.2. Dicionários bíblicos e seculares;
3.3. Manual bíblico;
3.4. Comentários bíblicos;
3.5. Teologia sistemática;
3.6. Biografias;
3.7. Livros científicos;
3.8. Manchetes;
3.9. Jornais;
3.10. Almanaque Abril e outros...
4. OS CUIDADOS PESSOAIS DO LEITOR
4.1. Dormir bem para não dormir sobre os livros;
4.2. Deve estar higienicamente preparado;
4.3. Usar roupas e calçados que não incomodem;
4.4. Se tiver problemas visuais consulte um oftalmologista;
4.5. Não ler ou estudar com fome a não ser que esteja
jejuando;
4.6. Atender ao telefone só em caso de extrema necessidade;
4.7. Após uma hora de leitura convém que o leitor faça uma
pausa;
4.8. A postura deve ser observada com muito cuidado.

487
5. LOCAL ADEQUADO PARA SE FAZER UMA LEITURA
5.1. O ambiente deve ser bem arejado;
5.2. O local deve ser bem aconchegante;
5.3. O lugar precisa ser bem iluminado;
5.4. A mesa deve ter uma altura e extensão adequada;
5. 5. O assento deve oferecer uma boa comodidade;
5.6. O lugar deve ser livre de qualquer ruído.
6. COISAS QUE DESMOTIVAM A LEITURA
6.1. Ficar conferindo a espessura do livro;
6.2. Contar as páginas para saber quantas faltam para
encerrar a leitura;
6.3. Achar que as letras são muito pequenas;
6.4. Saltar linhas e páginas com pressa de terminar a leitura;
6.5. Ler ouvindo música ou assistindo TV.
7. COMO FAZER UMA BOA LEITURA EM PÚBLICO
7.1. Uma boa leitura deve ser feita de palavras e nunca de
sílabas
Este tipo de leitura requer exercícios, e sempre que
aparecerem palavras novas devemos ler várias vezes, até
decorá-las, pois quando as mesmas aparecerem numa leitura
não precisaremos soletrá-las.

488
7.2. A leitura deve ser feita primeiramente com a mente, e
posteriormente pronunciada
A boca deve ficar distante da mente sempre atrás dela e
mantendo certa distância, para uma maior coordenação da
leitura.
7.3. A leitura deve ser feita de maneira lenta e nunca
apressadamente
É comum, uma pessoa ler um trecho ou versículos
bíblicos, e logo após não saber o que leu. Devemos ler de
maneira que o conhecimento fique retido em nossa mente. É
comum o esgotamento de energia nas leituras feitas
rapidamente e a absorção de conhecimento.
7.4. Observações Sobre Pontuação
7.4.1. A vírgula
Pausa leve e modulação suave
7.4.2. Ponto e vírgula
Pausa mais longa e modulação mais elevada.
7.4.3. Dois pontos
Pausa na penúltima, ou antes, da palavra onde está a
acentuação.
7.4.4. Interrogação
Modulação acentuada em toda a cláusula de interrogação
e pausa com modulação.
489
7.4.5. Exclamação
Modulação acentuada em toda cláusula de exclamação.
É usado com interjeição.
7.4.6. Ponto
Modulação acentuada e pausa longa.
8. COMO LER DE FORMA ATRAENTE
8.1. O ideal é que a forma de ler não seja monótona, mas
atraente e interpretando a passagem lida.
8.2. O exercício para se alcançar este objetivo é muito
simples, consiste nos três passos seguintes:
8.3.1. Sublinhar as palavras
Ao estudar as passagens, convém sublinhar as palavras
que, a seu ver, são as palavras chaves da passagem que vai
ler ante ao público. Exemplo: “Porque Deus amou o mundo
de tal maneira que deu seu Filho unigênito, para que todo
aquele que nele crê não pereça mais tenha a vida eterna”.
8.3.2. Praticar a leitura
Ler a passagem, dando ênfase às palavras sublinhadas e
observando a pontuação. É conveniente mesmo exagerar, no
exercício para poder aprendê-lo bem. Todavia, ante ao público
deve-se ler com mais naturalidade.

490
8.3.3. Ler em voz alta
Ler a passagem em voz alta; várias vezes antes de sair
para o culto, mesmo quando se vai repetir uma mensagem.
Ler é uma necessidade básica embora digamos que não
temos tempo para lê, somos obrigados a ler constantemente.

491
8.3.4. As diferenças entre os maus e os bons leitores

MAUS LEITORES BONS LEITORES

1. Não faz leitura de reconhecimen- 1. Folheia o livro para decidir se


to. vale a pena lê-lo.
2. Não faz resumos. 2. Faz resumos do livro.
3. Lê todo o livro no mesmo ritmo. 3. Procura o ritmo adequado à lei-
4. Jamais calcula a velocidade com tura do livro.
que lê. 4. Calcula a velocidade em que
5. Lê deitado na hora de dormir. está lendo.
5. Lê sentado e não lê quando está
6. Lê ouvindo música. cansado.
7. O objetivo é chegar ao final do li- 6. Lê no silêncio.
vro. 7. O objetivo é tirar proveito da
8. Lê apressadamente. leitura.
9. Lê muitos livros. 8. Lê com calma.
10. Lê sem atenção. 9. Lê bons livros.
11. Não se importa com as 10. Lê com atenção.
palavras cujo significado 11. Procura o significado das
desconhece. palavras que desconhece.
12. Não examina o livro. 12. Examina o prefácio, o índice, e
a orelha do livro.
13. Não se interessa em saber qual 13. Procura saber qual é o tipo de
é o tipo de livro que vai ler. livro que vai ler, antes de começar
a leitura.

492
MAUS LEITORES BONS LEITORES

1. Concentra-se nas palavras. 1. Concentra-se nas ideias.


2. Acompanha a leitura com movi- 2. Não move os lábios.
mentos dos lábios.
3. Move a cabeça à medida que lê. 3. Só move os olhos.

4. Possui pequeno campo visual. 4. Possui amplo campo visual.


5. Lê com o corpo em posição des- 5. Lê com o corpo na posição
confortável. correta.
6. Lê com o livro muito perto ou 6. Lê com o livro na distância
muito longe. adequada.
7. Lê com luz em excesso ou com 7. Lê com iluminação adequada.
luz insuficiente.
8. Lê sem descansar. 8. Lê com intervalos para
9. Lê sempre sobre o mesmo descanso.
assunto. 9. Não lê em veículos em
10. Lê em veículos em movimento. movimento.
10. Lê assuntos diversificados.
11. Lê sem concentração.
12. Lê sempre com a mesma 11. Concentra-se na leitura.
velocidade. 12. Varia a velocidade de acordo
13. Lê em voz alta. com o assunto.
14. Não tem expectativa quanto à 13. Lê silenciosamente.
obra. 14. Pensa no que espera do livro.
15. Volta com frequência ao início
da frase ou parágrafo. 15. Lê sempre para frente.

493
9. LER OBSERVANDO A ACENTUAÇÃO
Devemos ter muito cuidado ao lermos palavras
acentuadas. Os acentos podem mudar o sentido das palavras.
Exemplos: avô- avó; esta-está; nos-nós; etc.
9.1- Cuidado com as palavras: Êxodo, côvado, sátrapa,
pífaro Dn 3.1,2, 5; mister Lc 11.8; idólatras Ap 22.15); insípido.
10. COMO FAZER A PRÉ-LEITURA DE UM LIVRO
10.1. Saber o título;
10.2. O autor;
10.3. A editora;
10.4. A contracapa;
10.5. As orelhas;
10.6. A data da edição;
10.7. A categoria;
10.8. O índice;
10.9. A apresentação;
10.10. A dedicatória;
10.11. A introdução;
10.12. A bibliografia;
10.13. Ler os títulos e os subtítulos dos capítulos;
10.14. Os gráficos;
10.15. As palavras em negrito.

494
11. COMO FAZER A LEITURA DE UM LIVRO DA BÍBLIA
EX: O LIVRO DE ISAÍAS
11.1. Informações Essenciais
11.1.1. Autor: Isaías significa "Jeová salvou." Era filho de
Amoz;
11.1.2. Divisão bibliográfica: Profetas maiores;
11.1.3. Tema: o Messias prometido;
11.1.4. Data: 1-39 em 700 a.C., 40-66 em 681 a.C.,
11.1.5. Panorama: Isaías fala e escreve de Jerusalém;
11.1.6. Capítulos: 66;
11.1.7. Versículos: 1.292;
11.1.8. Versículo chave: Salvação;
11.1.9. Palavra chave: Salvação.
11.2. O Esboço Do Livro
11.2.1. Palavras de juízo 1.1-39.8;
a) Os de Israel e Judá;
b) Julgamento contra as nações ímpias;
c) O propósito do juízo de Deus;
d) As verdadeiras e as falsas esperanças de Jerusalém;
e) Eventos durante o reinado de Ezequias.
11.2.2. Palavras de conforto 40.1-66.24
a) Libertação de Israel do cativeiro;

495
b) O futuro redentor;
c) O futuro reino.
12. COMO REALIZAR A LEITURA DE UM CAPÍTULO DA
BÍBLIA
Ex: Mateus 3.1.12;
12.1. Leia primeiramente o capítulo todo;
12.2. Use caneta de várias cores;
12.3. Procure saber acerca do personagem principal;
12.4. Marque as palavras que são desconhecidas e procure
no dicionário os seus significados;
12.5. Grife as palavras do texto que são de ordens doutrinárias
para que sejam elaborados estudos bíblicos e pregações. Ex:
arrependimento, arrebatamento, salvação, oração e Jejum.
12.6. Marque as palavras bíblicas relacionadas com as
cidades, rios, grupos religiosos e outros...
12.7. Se o versículo for de uma expressão muito forte,
sublinhe-o todo, senão apenas uma parte.
13. COMO FAZER LEITURA DIFERENCIADA
13.1. Uma poesia;
13.2. Um noticiário;
13.3. Um salmo de fortaleza espiritual Sl 46;
13.4. Um salmo sereno Sl 23;

496
13.5. Saber diferenciar na leitura quando é o escritor que esta
dizendo e quando é o Senhor Jesus e os escritores outros. Ex:
Mt 16.13-16.
14. PRONÚNCIA
14.1. Pronunciar bem é expressar-se com clareza, nitidez e
precisão.
14.2. A pronúncia depende diretamente da articulação e esta é
que controla o ritmo e a modulação da palavra.
14.3. Todavia, não depende exclusivamente da perfeição com
que pronunciamos um fonema isolado, mas, também, nas
sílabas, na palavra e na frase.
14.4. Para que tenhamos uma pronúncia agradável, devemos
observar os seguintes detalhes:
14.1.1. Não falar muito depressa
A pronunciação para ser nítida exige que a palavra não
seja muito precipitada. A rapidez na pronunciação leva
fatalmente à supressão e ao desaparecimento de certas
sílabas. É impossível perceber-se mais de quatro sílabas em
um segundo.
14.1.2. Acentuar a articulação
Porque desta forma controlamos, como já dissemos, o ritmo e
a modulação ou o colorido da palavra.

497
14.1.3. Evitar vícios de pronúncia
a) Como, por exemplo: T e D que muitas pessoas pronunciam
defeituosamente (tchi – dji).
b) O R deve ser pronunciado com a vibração da ponta da
língua e não naturalmente.
c) O L final e intermediário não deve ser muito acentuado,
nem muito vocalizado, gerau em vez de geral.
d) Pronunciar com clareza os ditongos existentes em várias
palavras, tais como em: cabeleireiro; leiteiro; marceneiro;
caixeiro e cadeira.
e) Dar a devida atenção aos grupos consonantais, adv. de
advogado; abd, de abdicar, etc. Todo o cuidado é pouco para
não colocar uma vogal parasitária nestes grupos: Ex. Abs.
absolutamente. Quando se quer dar ênfase, acentua-se o a
dizendo absolutamente! E nunca abísolutamente.
f) Não colocar vogal onde não existe: nóis em lugar de nós,
vóis em lugar de vós, Jesuis em lugar de Jesus.
g) Suavizar as finais átonas: ex. tempo, o O final não deve ser
aberto: tempó, e nem tempu, com u agudo, mas com uma
vogal intermediária, para o que não temos representação
gráfica. Outro exemplo; palavras como saudade, em que não
é e, frisado, nem í agudo, mas uma vogal intermediária.

498
h) A pronúncia correta faz com que transmitamos os nossos
pensamentos e os nossos sentimentos com o mínimo de
esforço e o máximo de eficácia.
15. LEITURA EM VOZ ALTA
Infelizmente não temos cultivado o hábito de leitura em
voz alta. É através dela que educa o ouvido e, é um dos meios
de melhorar muito a articulação das palavras e a pronuncia em
geral.
15.1. Regras Para Se Fazer Uma Leitura Expressiva
15.1.1. Ler silenciosamente para conhecer o trecho e o seu
sentido;
15.1.2. Ler novamente para observar a pontuação e destacar
as palavras e as frases mais importantes;
15.1.3. Sentir o que o autor quis transmitir;
15.1.4. Ler em voz alta, articulando bem, observando que se
comece dentro da tessitura da voz normal, nem muito grave,
nem muito agudo, para que se opere naturalmente a
modulação, também chamada inflexão da voz;
15.1.5. Não ter pressa e pronunciar cuidadosamente, as
sílabas, pronunciando bem, palavra por palavra;
15.1.6. Reproduzir, ou recordar a leitura feita. Páginas
literárias escritas em prosa deverão ser selecionadas pelo
leitor para os seus exercícios de leitura.
499
16. A LEITURA PÚBLICA DAS ESCRITURAS
16.1. Outro momento solene no culto de adoração deve ser
aquele em que o ministro abre o Livro para dar de comer do
maná divino à faminta congregação. Quão importante é saber
fazê-lo bem!
16.2. A leitura da Bíblia oferece um campo vastíssimo para
enriquecimento do culto de adoração, é de lamentar o fato de
que, com tanta frequência, as Escrituras sejam tão mal lidas.
Meia vida gasta no estudo da Palavra de Deus já terá dado ao
pregador uma grande familiaridade com os detalhes mais
íntimos do Livro de Deus.
16.3. Os Cinco Requisitos Da Leitura Interpretativa
16.3.1. O leitor deve identificar-se plenamente com os
personagens que falam ou atuam no trecho bíblico em foco.
16.3.2. Por outro lado, o leitor deve aprender a fazer uso
inteligente da pausa.
16.3.3. Além disso, necessita determinar quais são as
palavras da passagem que devem receber maior ênfase na
leitura.

16.3.4. Finalmente, precisa variar a rapidez com que as


diferentes partes da passagem são lidas.

500
16.3.5. A identificação do leitor com os personagens que falam
ou atuam na passagem escolhida para ser lida se alcança
mediante o que alguém chamou de "imaginação histórica".
Queremos dizer que pelas asas de sua imaginação o leitor
procurará transladar-se para o tempo e o lugar dos
acontecimentos narrados na passagem, esforçando-se por
captar novamente toda a sua viva realidade.
16.3.6. O ministro deve ter uma chave para se fazer uma
leitura rápida e pausadamente
a) Uma pausa breve
Pode ser indicada por uma linha diagonal ou barra /.
b) Uma pausa mais longa
Com duas linhas diagonais: //.
c) As palavras que devem receber maior ênfase
Podem ser sublinhadas.
d) Uma velocidade “normal” na leitura
Pode ser indicada escrevendo-se a letra “N” acima da
primeira palavra da frase que deve ser lida dessa maneira.
e) Onde o passo deve será acelerado
Pode ser indicado escrevendo a letra “R,” para rápido. E
a letra “D” para “devagar” poderia indicar que a velocidade
deve ser diminuída para menos ao normal. Nesse esquema, a

501
cópia da parábola do filho pródigo ficaria mais ou menos
conforme segue:
N N N
“Disse-lhes mais: / Certo homem tinha dois filhos. / O mais
moço deles
R R N
disse ao pai: / Pai, / dá-me a parte dos bens que me toca. / /
Repartiu-lhes.
N R
pois, os seus haveres. / / Poucos dias depois, / o filho mais
moço. Ajuntando
R R R D
tudo, / partiu / para um país distante, / / e ali / / desperdiçou os
seus bens. /
D N N
vivendo dissolutamente. / / E, havendo ele dissipado tudo, /
houve naquela
D N
terra uma grande fome; e começou a passar necessidade. / /
Então foi
R N
encostar-se a um dos cidadãos daquele país, / o qual o
mandou para os seus
502
D D R
campos / a apascentar / porcos. / / E desejava encher o
estômago com as
D N
alfarrobas que os porcos comiam; / / e ninguém lhe dava nada.
/ / Caindo,
R N R
porém, em si, / disse: Quantos empregados / de meu pai / têm
abundância
D D R R
de pão, / / e eu / aqui /pereço de fome! / / Levantar-me-ei / irei
ter com meu pai /
N D D N
e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu / e diante de ti; / / já não
sou digno de
N
ser chamado teu filho; / / trata-me como um dos teus
empregados. / /
N N N N
Levantou-se, pois, / e foi para seu pai. / Estando ele ainda
longe, / seu pai o
N R R D

503
viu, / encheu-se de compaixão e, / correndo, / lançou-se-lhe ao
pescoço / e o
N D D N
beijou. / / Disse-lhe o filho: Pai, / pequei contra o céu / e diante
de ti; / já nãoN
sou digno de ser chamado teu filho. / / Mas o pai disse aos
seus servos: /
R R R
Trazei depressa a melhor roupa, / e vesti-lho, / e ponde-lhe um
anel no dedo,
R R R R
e alparcas nos pés; / trazei também o bezerro cevado / e
matai-o; /
N N D R
comamos, e regozijemo-nos, / / porque este / meu filho /
estava morto, / e revi
D R N
veu; / / tinha-se perdido, / e foi achado. / / E começaram a
regozijar-se."
Cada leitor terá que fazer sua própria interpretação da
passagem. Não pretendemos que este arranjo dado seja o
único que se poderia fazer com a parábola do filho pródigo.
Porém, de uma coisa estamos certos: Se o pregador se dá ao
504
trabalho de fazer semelhante preparação para sua leitura terá
um aumento marcado no interesse da congregação.
É necessário assinalar um erro muito comum no modo de
manejar o termo "disse" na leitura pública das Escrituras.
Tomemos, por exemplo, as palavras de Lucas 15.17: “Caindo,
porém, em si, disse: Quantos empregados de meu pai têm
abundância de pão, e eu aqui pereço de fome!” A maneira
comum de ler este trecho é como segue:
“Caindo, porém, em si, disse:
Quantos empregados de meu pai...”
Tal maneira de ler coloca ênfase demasiada no verbo "disse".
A leitura correta se faria assim:
“Caindo, porém, em si”,
disse: “Quantos empregados de meu pai...”
Nesta forma, o verbo "disse" está em posição fraca, que
realmente corresponde à sua função de simplesmente indicar
que as palavras que seguem constituem uma citação direta.
Uma leitura bem feita vale por uma pregação. Portanto,
prepare-se!

505
12

MENSAGEM
TEMA: TÉCNICAS DE MEMORIZAÇÃO

1. O QUE É O ENCÉFALO?
1.1. É a parte do sistema nervoso contida na cavidade do
crânio, que abrange o cérebro, o cerebelo, protuberância e o
bulbo raquiano;
1.2. É o principal órgão do corpo;
1.3. Possui uma constituição elaborada, é mais admirado do
que qualquer máquina já construída;

1.4. Ele recebe um permanente fluxo de sinais de outros


órgãos do corpo que o capacitam a controlar os processos
vitais do indivíduo;
506
1.5. Armazena informações de experiências passadas. Eis
porque se pode, aprender, decorar e pensar;
1.6. O encéfalo de uma pessoa adulta pesa cerca de 1,4 Kg;
1.7. O peso de um homem é 40 ou 50 vezes maior que de seu
encéfalo.
1.8. A Composição Do Encéfalo
1.8.1. Neurônios;
1.8.2. Células gliais;
1.8.3. Vasos sanguíneos.
1.9. As Três Divisões Principais Do Encéfalo
1.9.1. O prosencéfalo
Compreende o cérebro e o diencéfalo que fica na parte
mais alta e dianteira do crânio.
1.9.2. O mesencéfalo
É a parte do tronco encéfalico que fica entre a medula
oblonga e o diencéfalo.
1.9.3. O rombencéfalo
Fica na parte posterior e mais baixa do crânio.
2. A MÁQUINA CHAMADA CÉREBRO
É a parte maior e mais importante do encéfalo. Seu
peso equivale a 85% do peso total do encéfalo. O cérebro tem
certa semelhança com a metade de uma fruta de noz
descascada. O cérebro é recoberto pelo córtex cerebral, uma
507
fina camada de células nervosas (massa cinzenta) com cerca
de 3 ou 4 mm de espessura. As provas demonstram com
clareza que o cérebro não tem de entrar em declínio à medida
que envelhecemos. Em 1998, uma equipe de cientistas
americanos e suecos comprovou pela primeira vez que novas
células cerebrais são geradas nos adultos.
2.1. O Córtex
É a parte do cérebro responsável pelas faculdades da
memória, linguagem e pensamento abstrato. O hipocampo
coordena o recebimento das informações sensoriais que vem
do córtex, organizando-as em memórias. Embora fino, o
córtex é muito grande; estendido, cobriria toda a página de um
jornal e contém quantidade espantosa de células nervosas,
cerca de cem milhões em cada 6 centímetros quadrados. O
hipocampo peneira o fluxo de informações que vem do córtex,
escolhendo as que vai guardar e as que vai descartar.
3. COMO DESENVOLVER A CAPACIDADE CEREBRAL
3.1. Neuróbica
É uma nova forma de exercício cerebral projetada para
manter o cérebro ágil e saudável. Um exercício como a
natação torna o corpo mais apto em geral, capaz de fazer
qualquer exercício. Da mesma forma a neuróbica torna o
cérebro mais ágil e flexível. A neuróbica usa um método
508
baseado na maneira como o cérebro funciona, não apenas em
como fazer o cérebro funcionar. Lembre-se, um cérebro ativo
é um cérebro saudável.
3.2. O Nosso Cérebro Recebe, Organiza E Distribui
Informações Para Orientar Nossas Ações
Também arquiva informações importantes para o futuro.
O que acontece é que a maioria das pessoas passa pela vida
adulta empenhada numa série de rotinas excessivamente
invariáveis. Exploramos muito pouco a capacidade do cérebro
de fazer novas associações. Se você vai a pé ou de carro para
o trabalho sempre pelo mesmo caminho, todos os dias, usa os
mesmos circuitos do cérebro. Você sabia que o cérebro tem
fome de novidades? O que na realidade muita gente precisa é
estimulá-lo. Exploramos muito pouco a capacidade do cérebro
de fazer novas associações.
3.3. Porque Esquecemos?
Alguns psicólogos acreditam que o tempo, em si
mesmo, não acarreta perda da memória. Acreditam que são
os acontecimentos que ocasionam a dificuldade de lembrar. A
pessoa se lembrará de mais elementos de uma relação de
objetos 8 h depois, se decorá-los no momento de ir dormir do
que decorá-los pela manhã. Durante o sono o esquecimento é

509
menor do que durante o dia. Os acontecimentos diários
interferem na capacidade de lembrar o material aprendido.
3.4. Como Se Lembrar Das Coisas
Se a pessoa procura decorar a lista somente até ser
capaz de se lembrar de toda a lista apenas uma vez, pode não
se lembrar dela por muito tempo. Mas continua a memorizar a
lista por muito além do momento em que será que acontece
perfeitamente, então a pessoa se lembrará da lista por muito
mais tempo. A repetição oral durante o processo originado de
aprendizagem também ajuda a memorização. Enquanto
aprende a lista, a pessoa deve repetir os elementos nela
contidos diversas vezes seguidas para si mesma. É bom
salientar que o método de fortalecer a memória utilizando-se
de métodos formais ou mecânicos de decoração é chamado
de mnemônica. O caminho mais viável para a saúde cerebral
é usar a capacidade do cérebro produzir seus próprios
nutrientes naturais. A vida cotidiana é a academia da
neuróbica cerebral.
3.5. O Poder Do Cérebro Manifesta-Se Com Maior
Intensidade Nas Tarefas Novas Do Que Nas Rotineiras
3.5.1. As interações sociais têm efeitos positivos sobre a
saúde do cérebro;

510
3.5.2. Apanhe as chaves do apartamento guardadas na bolsa
sem olhar usando somente uma das mãos;
3.5.3. Exercite fazendo palavras cruzadas;
3.5.4. Fazer cursos para aprender outros idiomas;
3.5.5. Ao tomar banho fique com os olhos fechados, utilize
somente o tato;
3.5.6. Faça a barba com o barbeador de olhos fechados;
3.5.7. Se você e destro escreva com a mão esquerda para
ativar o lado direito do cérebro.
3.5.8. Escove os dentes com a mão não usual, inclusive abrir
e fechar o tubo de creme dental;
3.5.9. Abotoar a camisa, calçar o sapato ou se vestir usando
a mão não dominante;
3.5.10. O uso extensivo dos dedos com os olhos fechados
para fazer distinções entre objetos;
3.5.11. Assista a um programa de TV que você nunca
assistiu;
3.5.12. Use um trajeto diferente ao fazer a sua caminhada;
3.5.13. Mude o itinerário de ida e volta do trabalho;
3.5.14. Tente determinar os valores diferentes das moedas
usando apenas o tato;

511
3.5.15. Os adultos que perdem a visão. Eles aprendem a
distinguir as letras em braile porque seu córtex emprega mais
circuitos para processar as informações do tato;
3.5.16. De vez em quando aproveite para pôr o relógio no
outro pulso;
3.5.17. Mude os móveis domésticos de lugar de vez em
quando;
3.5.18. Mude de lugar o cesto de papel de seu escritório;
3.5.19. Escreva 20 palavras e forma frases com elas;
3.5.20. Grampeie papéis, ligue aparelhos e disque o telefone
com a mão oposta;
3.5.21. Nos balcões de carne, peixe ou frios peça aos
vendedores para ajudá-lo a escolher alguma coisa, evite os
embalados;
3.5.22. Procure alimentos que possam trazer de volta a
memória da infância;
3.5.23. Caminhar na rua exercita o cérebro muito mais que
ficar confinado numa esteira dentro de uma academia
3.5.24. Aprenda usar todos os seus dedos no teclado do
computador. Não fique catando as teclas.

512
4. A IMPORTÂNCIA DA MEMORIZAÇÃO PARA O
PREGADOR
4.1. A memorização é necessária devido à exiguidade do
tempo;
4.2. Evite dizer que tem uma memória fraca. Às vezes você é
distraído e não que a sua memória seja fraca;
4.3. As antigas civilizações já destacavam a memória como
um grande pilar para se adquirir conhecimento (gregos e
romanos);
4.4. Tenha atenção no que se tem observado. Nos mínimos
detalhes;
4.5. Procure observar fotos e paisagens;
4.6. A concentração é fundamental no processo de
memorização;
4.7. Facilitará a memorizar centenas de versículos que serão
usados durante a pregação;
4.8. Fixará com maior facilidade os nomes de pessoas
envolvidas em suas atividades eclesiásticas;
4.9. Armazenará os nomes das pessoas, das cidades e dos
objetos contidos no texto bíblico;
4.10. Citará com maior segurança os pensamentos
importantes dos maiores vultos da história;

513
4.11. Pregará com habilidade acerca das passagens históricas
da Bíblia com maior desenvoltura;
4.12. Gravará na memória centenas de números telefônicos
sem muito esforço.
5. EXERCÍCIOS DE MEMORIZAÇÃO
5.1. Faça uma lista com 30 palavras e decore de 5 em 5;
5.2. Desenhe o mapa do Brasil e escreva os nomes dos
estados várias vezes e depois os nomes das capitais;
5.3. Desenhe o mapa de Israel no período das doze tribos e
coloque os nomes de cada uma dentro de sua localidade,
repetindo várias vezes;
5.4. Imprima do computador quarenta figuras e coloque cinco
em cada folha e memorize-as;
5.5. Imprima 30 palavras em posições variadas numa folha de
papel e vai memorizando e depois escreva no verso as que
forem lembrando.
6. A MEMÓRIA
A memória é a faculdade de reter as sensações trans-
mitidas pelos cinco sentidos, às idéias e os pensamentos. Ela
é a faculdade que permite registrar tudo que diz respeito à
atividade do homem e, através de um processo inverso,
relembra o que necessitamos no momento. Sendo a
consciência uma faculdade elevada, a memorização exige
514
dela maior atenção e maior interesse. Este esforço é
compensado pela capacidade de poder recordar, com
facilidade, um estado que já passou, tornando-se apenas
elemento de uma experiência situada no passado, fora,
portanto, das preocupações conscientes do presente. Todavia,
convém não confundir os mecanismos naturais da memória
com o seu funcionamento na prática. Sabemos que existe a
memória natural, espontânea; mas a memória de que estamos
falando é aquela consciente que nos permite lembrar os fatos
e saber que os recordamos situando no tempo e no espaço,
dando-se o fenômeno da revivescência. Daí, ser um dos
princípios no processo de desenvolvimento da memória
compreender primeiro o fato para depois retê-lo. A nossa vida
social, espiritual e intelectual dependem muito da nossa
memória. Portanto, devemos atribuir grande importância à
memorização, que é uma função fundamental do espírito. O
enfraquecimento das funções da memória traz,
consequentemente, o enfraquecimento das funções e ati-
vidades do homem. Obviamente, o inverso é certo: o de-
senvolvimento das funções da nossa memória permitirá,
fatalmente, o enriquecimento ilimitado de nosso espírito,
contribuindo para o nosso progresso e desenvolvimento
harmônico. A necessidade cada vez maior de estar em dia
515
com as novas descobertas em todos os campos, com o
material noticioso, literário e científico cada vez mais
crescente, impõe-nos a obrigação de seguir um método para
ler e absorver rapidamente o máximo que pudermos. O campo
do saber é muito amplo, a curiosidade humana é muito
extensa, mas o importante é usar adequadamente esses
conhecimentos para tirar proveito no momento oportuno.
6.1. A Assimilação Dos Conhecimentos
A sua recordação quando deles necessitamos, é o
móvel principal da utilização de um método. Com ele teremos
facilitado a nossa tarefa e nos libertaremos de uma tensão
desnecessária, podendo usar mais livremente a nossa energia
mental em outros campos, aumentando o nosso rendimento
intelectual.
6.2. A Memória É De Fato Uma Faculdade Preciosa E De
Grande Valor
Ela ocupa um papel muito importante na nossa vida,
permitindo-nos assimilar e recordar tudo quanto interessa às
nossas atividades. Praticamente, é a ela que apelamos para
resolver nossos problemas.
6.3. O Fortalecimento Da Memória
Da mesma maneira que, através da cultura física,
desenvolvemos o nosso corpo podemos, como um método
516
seguro, fortalecer a nossa memória, que é uma faculdade
natural. Esse fortalecimento será uma das armas de que
disporemos durante a vida, evitando-nos muitos aborre-
cimentos. Partindo do princípio de que os fatos exteriores fi-
cam marcados em nosso inconsciente através dos nossos
cinco sentidos, cuja dupla função é captar os estímulos
internos do nosso organismo e provocar as sensações, os
métodos que iremos estudar mais adiante tem por finalidade
desenvolver a nossa capacidade de conservar o maior número
possível de imagens e por um tempo muito prolongado.
6.4. Os Exercícios De Memorização Têm Por Objetivo:
6.4.1. Possibilitar à pessoa interessada identificar, denominar,
comparar, conceituar e individualizar facilmente os fatos
situados nas diversas fases da vida.
6.4.2. O ensino da observação e da concentração mental tanto
no tempo como no espaço.
6.4.3. O fortalecimento da memória para não cair na
reminiscência, ou seja, na recordação incompleta dos fatos ou
a vaga lembrança de um estado.
6.4.4. Esses exercícios tendem a desenvolver a capacidade
de conservação e de evocação de um fato, ou de um de-
terminado estado de coisas. E, para que eles possam ser mais

517
bem compreendidos, convém antes lembrar que o processo
da memória pode dividir-se em quatro etapas:
1ª – Compreender processo consciente;
2ª – Registrar
Processos inconscientes;
3ª – Conversar
4ª – Evocar processo consciente.
6.4.5. Assim, depois de compreender ou tomar consciência de
um fato, nós o registramos na nossa mente, ou em forma de
imagem que concebemos pela inteligência, ou através de uma
sensação veiculada por um ou mais dos nossos sentidos.
6.4.6. O papel da memória é guardar tudo que foi registrado e
esta função chama-se retenção. Quando precisamos desses
registros, fazemos evocação do fato e assim recordamos.
6.4.7. O primeiro exercício visará, então, a uma compreensão
máxima para melhor retenção e conservação.
6.4.8. A concentração mental desempenha, portanto, um
papel muito importante no processo de registrar e conservar
as idéias.
6.4.9. A faculdade de concentração consiste em ficarmos
fixados sobre um tema determinado sem nos distrairmos com
qualquer outra coisa, a não ser o assunto tratado.
6.4.10. É a faculdade de convergir toda a nossa atenção para
o assunto a ser tratado. Portanto, a concentração é fun-
518
damental para a obtenção de bons resultados, especialmente
porque, no nosso pensamento, as idéias aparecem e se
sucedem sem fim.
6.4.11. Através da concentração conseguiremos rechaçar
energicamente tudo que for alheio ao objeto do nosso estudo,
neutralizando, por essa força, “as idéias parasitas” que
pretendem perturbar o nosso trabalho. E, concentrados,
teremos mais facilidade para estudar e analisar, em seus
mínimos detalhes, qualquer problema, encontrando-lhe as
melhores soluções.
6.5. 1º Exercício
Escolha um objeto qualquer que se encontre ao seu
redor, um livro, por exemplo. Agora, examine esse livro com
muita atenção, examine as suas dimensões, largura, altura,
comprimento, o formato, a cor da capa e outros detalhes.
Depois de conseguir ter a mente totalmente ocupada por esse
objeto, tudo o que se relaciona à sua forma, passe a
aprofundar a sua concentração numa segunda etapa deste
exercício: descobrir todos os seus mínimos detalhes. Usando
o objeto dado no exemplo anterior teremos nesta fase que
descobrir o nome do autor, o nome do livro, a edição, o ano, a
forma das letras usadas, as diferenças de tamanho, as cores
utilizadas, as gravuras etc. Depois de examinar esse livro sob
519
todos os seus ângulos, feche os olhos e tente visualizar
mentalmente tudo que você viu todas as impressões que
conservou do objeto examinado. Neste momento da
memorização nada mais existe a não ser o objeto.
No exercício seguinte, você utilizará mais de um objeto,
passando rapidamente de uma concentração para outra. Isto
tem importância em vista da variedade dos assuntos a serem
tratados e dos problemas a serem resolvidos em um tempo
relativamente curto.
6.6. 2° Exercício
a) Pense durante cinco minutos num assunto qualquer.
Passado esse tempo, escolha outro assunto, de preferência
do seu interesse imediato. Esgotados os cinco minutos, passe
novamente a pensar num outro tema, e assim por diante,
durante quinze a vinte minutos. Após uma pequena pausa,
tente recordar os assuntos pela ordem em que neles se
concentrou. Esses exercícios, de concentração têm por
finalidade desenvolver o poder de observação e
especialmente notar as transformações que cada objeto
apresenta, tanto no espaço como no tempo. Desta forma,
estaremos dando maior campo à nossa imaginação e
munindo-nos das armas necessárias para nos defendermos,
mesmo quando formos apanhados de improviso. Teremos
520
desenvolvido a nossa inteligência em profundidade e em
potencialidade.
6.7. 3° Exercício
O método audiovisual é uma combinação muito feliz
resultante de transformar as frases, as palavras, em imagens,
ou gráfico, partindo-se do princípio de que o registro das
imagens e dos gráficos na mente é mais intenso, mais
profundo. E quando o registro, a gravação, é melhor, mais fácil
é a evocação, a lembrança. Consequentemente, a recordação
é mais completa, mais perfeita. Em resumo, transformamos as
frases e idéias em desenhos e imagens visuais. Quando
necessitamos, evocamos então essas imagens por
associações de idéias e as re-transformamos, novamente, em
idéias e frases. Desta maneira, usando a nossa imaginação,
aprenderemos a pensar através de imagens, desenhos e
figuras, tornando mais agradável e menos trabalhosa a
memorização de um conhecimento, de uma conferência, de
um discurso ou de qualquer outra atividade de que necessi-
tamos guardar mentalmente. Resulta do que acabamos de
expor, que é de grande importância o poder de observação.
Mas, infelizmente, somos mais distraídos do que
observadores. Caminhamos sem prestar atenção aos
ensinamentos da vida. O espírito de observação parece estar
521
morrendo. É importante adquirir novamente esta faculdade
preciosa: observar. Observar para depois concentrar-nos e
procurarmos entender, compreender o “por quê” das coisas.
6.8. Para Desenvolver O Nosso Espírito De Observação,
Recomendamos Os Exercícios Seguintes:
a) Indo para o serviço, ou voltando para casa, sem prejuízo do
seu tempo, observe bem o caminho em todos os seus
ângulos, as pessoas, as lojas e estabelecimentos, o trânsito
nas diferentes horas, os lados opostos da rua, a iluminação, o
barulho, enfim tudo aquilo que merece a sua atenção. Procure
depois estudar e analisar o "por quê" das coisas observadas.
Talvez encontre soluções e faça sugestões para melhorar
esses fatos. Normalmente, estamos em contato com as
mesmas pessoas em casa, no caminho, no trabalho, no clube,
no grupo social mais próximo de nós. Procure observar
minuciosamente essas pessoas, lembrando-se do seu nome
completo, sua origem, sua idade. Depois, faça um estudo
rápido do tipo físico dessa pessoa, registrando sua altura, sua
forma física, analisando, particularmente, as características de
sua cabeça: a cor dos olhos, o nariz, ouvidos, a boca, o
cabelo, etc. Na medida do possível, examine as suas mãos, a
sua maneira de andar, os seus gestos, a sua voz, a maneira
de se vestir. Enfim, examine a pessoa sob todos os aspectos.
522
A cada dia, estude uma pessoa e tente analisar todos
esses detalhes. Num momento de repouso, experimente
lembrar-se dessa pessoa e de todos esses detalhes.
Estes exercícios simples, mas eficientes, irão proporcionar
maior poder de observação, indispensável para o
desenvolvimento da sua memória. Acabamos de apresentar
algumas técnicas que nos permitirão adquirir um rendimento
maior das nossas faculdades cerebrais. À medida que formos
praticando e nos aprofundando nessas técnicas,
perceberemos, certamente, um grande progresso. E a
satisfação de tomar consciência desse progresso compensará
o esforço que tivermos feito.
7. COMO DESENVOLVER A MEMÓRIA
É certo que existem diferenças individuais na capacidade
de memorizar; contudo, qualquer pessoa de inteligência
normal pode desenvolver muito tal capacidade e, para isso,
basta observar certos preceitos bastante simples. Devo insistir
em que a memória é susceptível de ser aperfeiçoada porque a
maior parte das pessoas gosta de colocar-se na posição
cômoda de desculpar seus esquecimentos alegando que isso
faz parte de sua própria natureza. “Eu nasci assim; que vou
fazer?” – é o que sempre dizem. Se alguém se aferra a esse

523
ponto torna-se impossível fazer qualquer coisa para melhorar
seu rendimento mental.
As outras pessoas podem desculpar quando você se
esquecer de algo, caro leitor; pois, afinal, esquecer-se é
humano. Sugiro, contudo, que você jamais se satisfaça com
uma simples desculpa com relação aos próprios
esquecimentos. De nada adianta ficar remoendo falhas
passadas; o que se tem a fazer é adotar medidas concretas
para que as mesmas não se repitam. Não existe (boa
memória)” – escrevem Joyce D. Brothers e Edward P. F.
Eagan em “Como Desenvolver a Memória” (Ed. Record),
existe apenas uma boa técnica de memória. “O cérebro –
pode ser comparado a um grande arquivo em que cada coisa
que você vê, ouve ou lê é imediatamente classificada e
arquivada”. O fato de ser ou não arquivada de maneira a ser
facilmente acessível no momento em que você quer depende
inteiramente de você. O interesse, uma forte motivação, é o
principal ingrediente de uma boa memória. Você deve
conhecer inúmeras pessoas que têm dificuldade em
memorizar seja o que for que lhes pareça aborrecido, mas que
se recordam com detalhes de jogos de futebol desenrolados
há dezenas de anos; chegam a lembrar-se da escalação dos
times, da contagem e dos goleadores! É importante reservar a
524
memória para as coisas que realmente merecem nossa
atenção. Pretender reter na cabeça detalhes e coisas
insignificantes serve apenas para dispersar a atenção e
prejudicar a memorização das coisas importantes.
É proverbial a distração dos grandes sábios com relação
às coisas triviais. Conta-se que Lord Macaulay, poeta e
historiador inglês, era capaz de repetir palavra por palavra; um
discurso que tivesse o dom de despertar seu interesse. Uma
conversa banal com um amigo, contudo, podia ser esquecida
imediatamente. O famoso maestro Artur Toscanini conhecia
de cor as partituras de centenas de sinfonias e óperas. Por
outro, lado; podia subir em um ônibus e logo esquecer seu
número. Destarte, o que se tem a fazer para desenvolver a
memória é aprender a esquecer! É preciso pôr de lado tudo o
que não merece ocupar nossa atenção. Existem outros sim,
uma série de coisas que precisam ser recordadas, mas que
não necessitamos reter em nossas mentes. Nesse sentido o
papel funciona como verdadeira extensão do cérebro, pois
podemos lançar nele, nossas preocupações, temores e
pequenas tarefas de rotina. Quanto mais usarmos anotações
para essas coisas melhor. A utilização de uma agenda para
registrar nossos compromissos e uma grande variedade de
outras pequenas coisas permite conservar a mente livre de
525
pequenas e desnecessárias preocupações e aplicar nossa
energia mental em assuntos mais importantes. Um artigo
publicado no jornal O Estado de S. Paulo de 12/01/69, refere-
se aos conselhos de um psiquiatra londrino: A mente liberta da
confusão exterior, sob a forma de minúcias, rotinas, horários e
problemas pessoais, encontra tempo para a sua principal
missão na vida: o pensamento criador, em outras palavras, a
solução dos problemas, o comando da ação, a descoberta dos
modos e meios. “Se você puder adquirir o hábito de pôr no
papel às coisas rotineiras da vida, de modo a que possa
conferir o seu tempo pelas suas anotações - diz o especialista
estará no caminho certo para vencer na vida. Milhares e
milhares de pessoas perdem horas preciosas preocupando-se
inutilmente com ninharias que, se tivessem sido anotadas, se
resolveriam por si mesmas”. No mesmo artigo, menciona-se a
recomendação dos psiquiatras de manter um diário para o
registro dos nossos problemas pessoais, deixando linhas em
branco para anotar a solução que vierem a ter, e de utilizar
uma pasta para os assuntos profissionais. Não se deve,
jamais acrescentam, misturar assuntos pessoais com os que
dizem respeito à nossa vida profissional. A confusão de
pensamentos é, precisamente, um dos maiores geradores de
tensão e deve ser evitada a qualquer custo. Preceituam,
526
também, o uso de um caderno de notas que funcione como
uma espécie de “cesta de papel das emoções de nossa
mente”. Servirá para o registro de pensamentos que nos vêm
ao espírito e que não encontram lugar adequado seja no diário
seja na pasta. “Ressentimentos, frustrações, coisas que
aspiramos realizar e temos consciência de nunca o poder. É
melhor que tudo isso esteja fora de nossa cabeça, no caderno
de notas”.
Como vemos, confirma-se a afirmação que fiz atrás de
que, livre de preocupações e más emoções, da “areia no
motor”, a mente torna-se apta para render o máximo em todos
os seus aspectos. Note-se, aliás, que todos esses aspectos
estão relacionados entre si, melhorando em um deles, todos
os outros serão também beneficiados. Por outro lado, a
memória pode ser inibida, como os outros processos mentais,
pelo excesso de motivação. É o que sucede quando
prestamos exames importantes ou quando nos apresentamos
para falar em público. O nervosismo que essas situações
acarretam parece paralisar nosso intelecto. Li certa feita, a
história de um homem que fugia de um dos países da “cortina
de ferro”, usando nome suposto. A extrema tensão do
momento em que embarcava no trem que o conduziria para
um local seguro fez com que se esquecesse do tal nome,
527
muito embora tivesse passado vários dias procurando
familiarizar-se com ele. Só quando conseguiu libertar-se um
pouco do nervosismo é que ele lhe veio à lembrança.
Nesses casos em que determinada lembrança parece
bloqueada, de nada adianta forçar a memória. Quanto mais
esforço, fizermos; mais inacessível vai se tornando aquilo que
queremos lembrar. O melhor que se tem a fazer é desviar a
atenção para outros assuntos até que, de repente, “estale” a
lembrança. A prática do relaxamento traz benefícios também
para a memória, seja para reter seja para evocar recordações.
Nas relações humanas é muito importante lembrar-se dos
nomes das pessoas com quem temos contato. “Se quiser
fazer que as pessoas gostem de você escreve Dale Carnegie
– a regra é: lembrar que o nome de um homem é para ele o
som mais doce e mais importante que existe no seu idioma”.
Frank Bettger, autor de “Do Fracasso ao Sucesso na Arte
de Vender” (publicado no Brasil pela Ibrasa, várias edições)
faz notar que, para lembrar nomes e fisionomias três passos
são importantes:
Impressão;
Repetição;
Associação.

528
Adverte, na maioria das vezes, não chegamos a ouvir,
clara e distintamente o nome das pessoas que nos são
apresentadas. Ocorre, portanto, uma deficiência de
observação e não, propriamente, de memória. Se o nome não
foi perfeitamente compreendido não há nada que impeça que
solicitemos e seja repetido ou, se necessário, soletrado.
Ouvindo nitidamente o nome e observado com cuidado a
fisionomia da pessoa, teremos fornecido à memória uma
impressão clara que ela terá facilidade em gravar. É bom
sistema, também, anotar o nome da pessoa apresentada,
depois que ela se afasta. Escrever auxilia a mente aguardar.
Se procurarmos repetir, sempre que possível, o nome das
pessoas, teremos oferecido outro precioso auxílio à memória.
Às vezes esquecemos o nome da pessoa apresentada alguns
segundos depois que o ouvimos. A repetição mental,
silenciosa, do nome logo após sua enunciação evita isso. A
associação mental é o processo básico pelo qual a memória
atua. Sempre que pudermos associar o nome com algum
objeto ou palavra, devemos fazê-lo. Frequentemente, ao
depararmos com uma fisionomia vagamente familiar,
perguntamos a nós mesmos “de onde é que eu conheço esse
camarada?” Súbito acode-nos a lembrança do local onde
estivemos em contato com essa pessoa e, então, todos os
529
detalhes apresentam-se nitidamente em nossa consciência.
Essa ligação de nomes e fisionomias com um determinado
ambiente ou por William com certas circunstâncias é, pois, o
processo natural que a mente usa para reter as lembranças;
nada mais temos a fazer, para aperfeiçoar o processo, do que
dar-lhe uma atenção consciente. Não resta dúvida, caro leitor,
que a mente pode ser bastante aperfeiçoada se cuidarmos
disso com entusiasmo e determinação. Fazê-lo está em suas
mãos. Ei-las: “Existe apenas uma coisa que realmente ensina
a mente humana e essa coisa é o emprego voluntário da
mente pelo próprio homem. Podemos ajudá-lo, podemos guiá-
lo, podemos fazer-lhe sugestões e, acima de tudo, podemos
dar-lhe uma inspiração, mas a única coisa que vale a pena ter
é aquela que ele adquire por seu próprio esforço e o resultado
é proporcional ao esforço que aplica para consegui-lo”.
8. COMO EXERCITAR A MEMÓRIA
A memória é a faculdade de conservar e de experi-
mentar, de novo; estados de consciência passados. A
recordação é, pois, um estado complexo, que supõe, para ser
perfeita: A conservação das impressões anteriores;
 Sua localização;
 Sua revivescência.

530
A recordação de um estado nada mais é senão esse
estado renascente; por isso é que deve conter todos os
requisitos acima mencionados, especialmente o revi-
vescimento. Porque pouco valor teria, na oratória, a
conservação das impressões anteriores, com a sua repro-
dução e localização no tempo e no espaço, se não se
completassem com as características da revivescência, isto é,
do calor da vida que esses estados passados possuíam. Há
memórias fotográficas, que conseguem reproduzir listas
enormes de nomes e datas. Mas, o que interessa ao orador,
sobretudo, é ter memória capaz de lembrar-lhe os itens do
esquema e os fatos e dados mais importantes do seu
discurso.
8.1. Para melhorar a memória, deve o orador exercitar-se
através de quatro meios conhecidos:
8.1.1. Repetição
A repetição, procurando colocar os nomes ou datas de
modo a facilitar a sua recordação. Assim, por exemplo, para
se lembrar os deveres do escoteiro, é interessante colocá-los
na ordem alfabética, repetindo-os nessa ordem, a saber:
alegre, alerta, asseado, cortês, econômico, honesto e leal.

531
8.1.2. Observação
A observação buscando o orador deter-se nas minúcias,
para melhor gravação do objeto visado. Assim,
exemplificando, referir-se-á com maior sensibilidade ao fato
histórico da Independência do Brasil, se demorar na
observação do quadro de Pedro Américo que o reproduziu.
Detendo-se, também, na observação atenta da fotografia de
alguém sobre o qual deva falar, gravará pormenores de sua
fisionomia, que lhe darão maior precisão e, mesmo,
eloquência no discurso, quando se referir às qualidades de
bondade ou de caráter do biografado.
8.1.3. Concentração
A concentração sobre um fato qualquer do objeto do
discurso consiste, indiscutivelmente, na sua memorização.
Quando o orador se concentra num acontecimento qualquer,
procurando localizá-lo no tempo e no espaço, para revivê-lo
dentro das condições exatas em que ele se dera, não apenas
o grava na memória, como o valoriza no seu discurso. Por
certo, carece de interesse o orador que não sente o que diz,
ou melhor, que não procurou concentrar-se sobre o fato que
deseja transmitir, e, por isto, não se identificou com ele. O
descobridor tem maior entusiasmo na sua exposição e
discorre com mais segurança sobre o assunto.
532
8.1.4. Associação de idéias
O processo associativo constitui a arte de associar idéias
cuja reprodução é difícil a outras que são facilmente
lembradas. Assim, se desejarmos reproduzir num discurso o
nome de alguém chamado “Otávio” e tivermos receio de
falhar, convém associarmos essa pessoa a um nosso amigo
que tenha nome idêntico. Lembrar a imagem desse amigo é
mais fácil do que guardarmos o seu nome; e a imagem sugere
o nome. Uma série enorme de associações de idéias pode fa-
zer o orador lembrar-se de dados e nomes que deverão ser
reproduzidos no seu discurso.
Ribot demonstra que a memória não supõe somente uma
modificação dos elementos nervosos, mas também,
associações dinâmicas entre si. Quanto mais repetida for à
associação, tanto mais a recordação será tenaz; é o que
explica que as recordações mais antigas sejam as últimas a
desaparecer (lei de regressão; certos velhos só conversam as
recordações da infância).
O jogo da associação de idéias é importantíssimo,
porque a vontade não tem o poder de sozinha, provocar o
renascimento de um estado passado. Sabemos que quanto
mais nos esforçamos para lembrar alguma coisa, mais ela nos
escapa. Se deixarmos de lado a vontade de recordar algo e
533
fixarmos a nossa atenção sobre uma determinada idéia, de
maneira a provocar o jogo da associação de idéias, o fato
poderá renascer. Assim, por exemplo, se nos escapa o nome
de uma pessoa conhecida, não nos lembraremos dela pelo
simples fato de querermos nos lembrar. Quando
abandonamos essa nossa vontade, o nome surge. Mas
poderemos, através de uma associação de idéias, conseguir
lembrar esse nome esquecido. Essa associação poderá ser
feita de vários modos, dos quais destacamos este, que é fácil
de ser aplicado: percorre-se o alfabeto, a começar pela letra
“a”, parando-se alguns segundos em cada letra, o suficiente
para se verificar se ela se associa ao nome que se deseja
recordar. Não havendo nenhuma resposta da mente, passa-se
a segunda e, assim, até à última letra. Pode-se, até, ao
pronunciá-la mentalmente, ligá-la a diversas sílabas, para
provocar a memória.
O exercício referido; como muitos outros que poderiam
ser feitos, demonstra que, realmente, a vontade não interfere
na memória, nada adiantando insistir, sem a ajuda de uma
idéia associada, na lembrança de algo.
A memória se manifesta de modo diverso nas pessoas.
Há aqueles que se recordam mais das imagens auditivas;
outras, das imagens visuais, e outras, ainda, das imagens
534
motoras. O conhecimento deste fato tem grande importância,
sobretudo, para o estudante. Quando se der mais valor a essa
particularidade, dividir-se-ão os estudantes de uma classe em
seções diferentes, para receber ensinamentos por métodos
diferentes. Aos que tenham melhor memória visual serão
aplicados métodos visuais, com a exibição de imagens; aos
que memorizem melhor através da audição, as gravações são
mais indicadas, e aos que tenham memória motora será
aplicado o método correspondente, permitindo-lhes a
movimentação. Aristóteles criara a sua escola filosófica e de
oratória dos “Peripatéticos”, porque lecionava melhor e os
seus discípulos o compreendiam mais facilmente, andando.
Evidentemente, não nos cabe, num livro sobre oratória, fazer
um estudo mais amplo sobre a memória. Afloramos o assunto,
porque é palpitante e preocupa todos aqueles que desejam
falar em público.
Lembremos, todavia, que é errônea a suposição de que
somente uma pessoa que possua excelente memória estará
em condições de discursar.
Como discursar não é recitar discurso, mas compô-lo,
estruturando as idéias e improvisando as palavras, resulta
evidente que uma memória normal é o suficiente para um
orador. É exatamente essa preocupação de ter uma memória
535
privilegiada para falar em público que faz com que muitos se
afastem da oratória.
Quem fala em público deve, ou saber os fatos e dados
que vai mencionar, ou levá-los anotados para uma consulta,
se necessário. O discurso não é uma peça que tenha que ser
desenvolvida sem nenhuma interrupção Existe, até uma figura
de ornato na oratória chamada comunicação, estudada no
segundo volume desta obra, pela qual o orador, em
determinado momento, interrompe o discurso e conversa com
auditório. Nessa conversa, ele poderá dizer, entre outras
coisas: “escapa-me, no momento, o nome, ou a data de algum
acontecimento; desculpem-me, mas quando me emociono,
tartamudeio um, pouco; e encetar outras comunicações com o
auditório”. Entendida a oratória por este modo, verifica-se que
ela está ao alcance de qualquer um, desde que disponha as
suas idéias de um modo claro e correto. O restante, inclusive
a memória, desenvolve-se à proporção que a pessoa fala em
público. Necessário é que se evite autossugestionar
negativamente, mas, ao contrário, procure confiar em si,
seguindo as instruções contidas no terceiro volume desta obra
sobre a eficiência pessoal.

536
9. O DESPERDÍCIO
Certa ocasião perguntaram a Carlyle o que ele pensava
sobre o homem. E, prontamente, respondeu: “Essa obra prima
da natureza, dotada de faculdades excepcionais, não faz
esforço para nascer, não aprende a viver e sofre para morrer”.
De certo modo, estava ele repetindo Sêneca, quando afirmava
que “o homem vive preocupado em viver muito e não em viver
bem, quando não depende dele viver muito, mas sim viver
bem”. Na realidade, o homem, de um modo geral, não
aprende a viver, mesmo porque ignora o potencial de
inteligência com que a natureza o dotou, ou melhor, cogita
muito pouco de explorar essa maravilha que é o seu cérebro.
Um cientista inglês - Gray Walter pondo em evidência a
importância do cérebro humano ,mesmo aquele do qual pouco
se exigiu, considerou e, se tivessem que construir um
aparelho que pudesse competir com esse órgão que pesa
apenas meio quilo, seriam gastos três quatrilhões de dólares,
ou seja, muitas vezes o orçamento dos Estados Unidos da
América do Norte, pesaria algumas centenas de quilos,
exigiria um milhão de watts de energia para funcionar e não
superaria o cérebro humano. Na espetacular viagem em-
preendida até à Lua, concebida pelo cérebro do homem,
enquanto os computadores eletrônicos enlouqueciam, a mente
537
humana continuava atenta e vigilante, corrigindo os defeitos
desses aparelhos de precisão quase absoluta. Se
deixássemos de lado as profundezas da mente, ou seja, o
subconsciente ou inconsciente, onde se localiza um campo
ainda misterioso para o homem, e nos ativéssemos apenas à
mente consciente alimentada pelos nossos cinco sentidos,
verificaríamos o quanto desperdiçamos da nossa capacidade
mental no trato das coisas que nos circundam. Aproveitamos
dela apenas 10%, como muito bem afirmou William James.
Assim, por exemplo, pelo tato, sabemos distinguir a superfície
dos objetos, identificando o aveludado de uma pétala de rosa
ou a aspereza do espinho, podendo ainda fazer distinções
mais precisas. Todavia, isto equivale apenas a 10% da nossa
capacidade táctil, porque o cego consegue ler com as pontas
dos dedos. Ele apenas desenvolveu uma capacidade antes
mal explorada. Pelo gosto, distinguimos os alimentos e os
identificamos, mas os experimentadores de bebidas não o dis-
tinguem apenas, pois são capazes de classificá-los e
reclassifica-los. Pela audição reconhecemos uma voz amiga,
percebemos o cair da chuva, mas o homem das selvas, por
uma necessidade de defesa, colocando seu ouvido no chão, é
capaz de ouvir ao longe o tropel de seu inimigo. O olfato nos
permite distinguir os odores, o que na realidade representa
538
apenas 10% da capacidade desse sentido. O bugre aspira o
ar e sente à distância a presença de uma fera. E o que dizer
então do sentido da vista! Contentamo-nos apenas em ver as
coisas que estão em nosso redor e não procurar enxergar
mais longe. O homem deixou de ser observador por força da
rotina. Quantas cenas existem diante de seus olhos oferecidas
pela natureza, ou mesmo pela engenharia, que ele não vê. No
entanto, dinamizando seu órgão visual, através de exercícios
sérios, verdadeiros e pertinazes, seria capaz de ler até duas
ou três mil palavras por minuto. Há até aqueles que
conseguem fotografar na retina uma folha de papel escrita e
tirando-lhe essa folha podem reproduzir o que nesse papel se
continha. Verdade é que muito se tem escrito sobre esse
assunto e há os que negam essa propriedade por parte da
vista humana, como existem os que a comprovam. Outro setor
em que há muita lamentação, cometendo-se uma grave
injustiça, é o da memória. Ouvimos comumente pessoas
dizerem que não têm memória, quando deveriam dizer que
não usam ou não desenvolvem a memória que têm. Se a
pessoa não tivesse memória teria se desintegrado
mentalmente, pois nunca saberia se identificar. Essa
identificação da pessoa através do tempo, sentindo-se sempre
a mesma, a despeito dos anos que passam, existe à conta
539
dessa memória que a própria pessoa diz não possuir. O que é
preciso é cultivar a memória, o que se torna possível através
dos quatro meios já mencionados: a repetição, a observação,
a concentração e a associação de idéias. Cada um desses
meios deve ser usado de acordo com o caso específico que
se apresente. Assim, por exemplo, um jovem sofria pelo fato
de não ter conseguido em duas tentativas passar nos ves-
tibulares da Escola Politécnica. Ele usava o processo da
repetição nos seus estudos, quando deveria usar, sobretudo,
o da observação e da concentração. Dizia ele que passava
grande parte da noite a repetir as lições contidas no livro e, na
hora oportuna, esquecia-se de grande parte do que decorara.
É que havia começado a decorar sem antes ter tido o cuida do
de despertar a sua curiosidade por aquilo que iria ler. A
curiosidade tem a faculdade de despertar o interesse por
aquilo que buscamos na leitura. Assim como não comemos
bem sem apetite, não assimilamos o que lemos sem
curiosidade. Esse moço trazia nas mãos um dos livros em que
costumava estudar. Tomamo-lo e o abrimos exatamente numa
página em que se desenhava uma máquina com a indicação
de suas peças. Explicamos-lhe que ele não poderia sentir
prazer na leitura daquele capítulo se antes não despertasse a
sua curiosidade para o funcionamento daquela máquina,
540
procurando descobrir o seu segredo. O tempo dedicado a
esse trabalho se compensaria pela exacerbação da sua
curiosidade em procurar a explicação no livro. Mesmo quando
não existam gráficos e máquinas à vista, sempre haverá sobre
o que fustigar a nossa curiosidade. Um acadêmico de Direito
quando vai estudar um ponto sobre o “pátrio poder”, por
exemplo, precisa, antes de ler a lição respectiva, indagar
mentalmente sobre esse instituto de direito, a sua importância
e o porquê do seu estudo. Só depois de verificar que pouco ou
nada sabe a respeito é que deverá se abeberar no livro. Con-
seguido o interesse pela leitura, ativa-se a observação e a
concentração, sem o que não seria possível a assimilação
daquilo que se pretende saber. O livro deixará de ser um
fardo, um inimigo do estudante, para ser o seu companheiro, o
segredo das suas vitórias. As técnicas para a memorização de
poesias, de nomes, de números existem estudadas e
ofertadas em livros especializados sobre o assunto, mas o
homem dificilmente sai de sua rotina. Se precisar fazer um
esforço para apanhar o livro e, se mais esforço lhe exige a
leitura, tudo isto fica esquecido, e o mundo que se descortina
nesses ensinamentos ficará, também, no olvido. Ele
continuará na sua vida insípida, no terra-terra de todos os
dias, usando mal a sua inteligência e, por isso mesmo,
541
confirmando o que disse Carlyle, não aprenderá a viver,
embora disponha de recursos para isto.
9.1. O Espacejamento
Para memorizar um nome, ou um número, ou um trecho
escrito, deve-se repeti-los mentalmente, ou falando com uma
pausa de trinta segundos entre uma repetição e outra. Assim,
evitar-se-á o que os psicólogos chamam eco da memória, que
se desfaz facilmente. Com esse intervalo entre uma repetição
e outra se sedimenta na mente o que se pretende memorizar.
Quando se repete algo com certo intervalo, o cérebro
ganha um tempo precioso para gravá-lo. Doutro modo, fica-se
apenas com o eco das palavras, de valor periférico e não
profundo.
A experiência ensina a validade desse processo, de-
nominado espacejamento, através da demonstração seguinte:
Se alguém repetir, sem interrupção, um mesmo número;
esquecê-lo-á pouco tempo depois de terminar a repetição.
Todavia, se a repetição for feita com intervalos de trinta
segundos, a memorização se faz de modo mais eficiente.
Qualquer pessoa poderá testar a validade do espacejamento
decorando um número de telefone. Repita o número,
mencionando-o sem nenhuma interrupção, e verificará que
logo ele será esquecido. Repita-o, agora, intervalando-o com
542
trinta segundos de pausa, e notará que, nesse intervalo, o
número se aprofundou na mente, que assim pode retê-lo.
9.2. Reminiscência
Consiste este método em revermos, periodicamente, as
coisas aprendidas, evitando-se, assim; o seu esquecimento.
Aliás, sabido é que, nas leituras subsequentes, grava-se de
modo mais eficiente do que na inicial.
A psicologia tem se ocupado bastante, Ultimamente,
com o estudo da memória, através de experiências inte-
ressantes. Assim, por exemplo, o psicólogo F. Nicolai,
testando o valor da reminiscência na memorização, apre-
sentou a um grupo de pessoas uma caixa fechada contendo
no seu interior objetos vários e diferentes entre si. Diante
delas, devidamente prevenidas de que deveriam observar
bem seu conteúdo, tirou a tampa da caixa. Depois, afastou a
caixa e perguntou que objetos tinham visto dentro dela.
Poucos eram os objetos identificados pelos observadores.
Mas, à proporção que a caixa era novamente aberta e
apresentada às pessoas, estas retinham de memória maior
número de objetos.
A experiência acima teve o condão de tranquilizar
aqueles que supõem não possuir boa memória, pelo simples
fato de terem lido uma ou duas vezes um mesmo texto e não
543
o terem decorado. Isto é perfeitamente natural. O que é
preciso é repetir mais vezes, usando técnicas como do
espacejamento, como acabamos de estudar.
As coisas que guardamos de memória vão, com o tempo,
sendo esquecidas. Só conseguimos sua revivescência
recordando-as periodicamente.
Os fatos ocorridos na nossa infância ficam meio es-
maecidos, não se apresentando as cenas bem definidas. Mas,
aquela reminiscência, que outra não é senão uma lembrança
indecisa na nossa memória irá se reavivar aos poucos, se nos
concentrarmos nos fatos que buscamos lembrar. Esse, aliás, é
um ótimo exercício para a memória.
Enfim, se desejarmos exercitar a nossa memória,
melhorando-a cada vez mais, procuremos nos lembrar de
fatos ocorridos no passado, recapitulemos uma poesia que
decoramos há algum tempo, ou um discurso que nos agradou;
forcemos, de qualquer modo, a memória, sob pena de
esquecermos que a possuímos. Um interessante e agradável
exercício para a memória é decorar uma poesia. Tente fazê-lo,
adotando esta técnica:
Leia, antes, a poesia e procure entendê-la. Divida-a,
depois, em três partes: a primeira, do início até a metade
aproximadamente; a segunda envolvendo o centro da peça, e
544
a terceira o final. Se a poesia for muito extensa, convém fazer
subdivisões. Na reprodução será mais fácil lembrar-se do
início e mais difícil o centro e o fim. Sabendo disso, dedique-
se mais a estas duas últimas partes da poesia.
A decoração feita linha por linha, embora seja mais fácil
no instante em que se processa, resultará em maior
dificuldade quando se tiver que reproduzir o texto. Pois, pela
descontinuidade do exercício, perde-se o nexo do todo.

545
13

MENSAGEM

TEMA: A VINHA DE NABOTE

TEXTO: 1 RS 21.1-29

INTRODUÇÃO

Os presentes que recebemos de Deus para o nosso


enriquecimento espiritual são cobiçados por Satanás. Esse
adversário sanguinário luta ininterruptamente, e usará todas as
estratégias para arrancar-nos as benesses divinas.

1. AS FAÇANHAS DO REI ACABE

1.1. Seu Reinado Foi Prolongado

Reinou 22 anos (874-852), em Israel tendo Samaria como


a capital administrativa.

1.2. Embelezou A Cidade de Samaria

Seu pai chamava-se Onri. Foi o fundador da cidade de


Samaria. Acabe orgulhava-se mais das estruturas da cidade
que reestruturara do que o poder de Deus que pairava sobre a

546
vida dos profetas que por ali circulavam. Nobre leitor, o que é
mais importante nesta vida para você? Estrelas do futebol
mundial, o seu clube, ou algum tipo de diversão? Muitas vezes
poderemos incorrer no erro de gostarmos mais da obra do
Senhor do que do Senhor da obra.

1.3. Era Irrefreavelmente Orgulhoso. Sua casa era de marfim e


edificou inúmeras cidades.

1.4. A mordomia, o luxo e os prazeres eram prioridades.

1.5. Era latifundiário invejoso e de ambição precipitada.

1.6. Desviado, descarado e irreverente.

2. NABOTE O JIZREELITA

2.1. Nome

Nabote é um nome de origem árabe que significa


“rebento”, “fruto”.

2.2. Profissão

Vinicultor.

3. SUA VINHA EM JESREEL

Ficava localizada na baixa Galiléia, e, era a região mais


famosa. Saía do sudoeste de Issacar no Jordão, e prosseguia
547
até ao norte; e pelo lado ocidental terminava no monte
Carmelo. Região exuberante e possuidora de uma visão
panorâmica deslumbrante e incomparável.

3.1. O Que Tipifica A Vinha de Nabote?

3.1.1. Autoridade espiritual.

3.1.2. Gozo da salvação.

3.1.3. Paixão pelas almas.

3.1.4. Intercessão acalorado.

3.1.5. O primeiro amor.

3.1.6. Desejo em servir a obra de Deus.

3.1.7. Uma vida cheia do Espírito Santo.

3.1.8. Os dons espirituais e os frutos do Espírito.

3.1.9. Um ministério aprovado e sem censura.

3.2. Nabote Valorizava A Sua Herança

3.2.1. Esaú valorizava mais uma refeição do que os direitos de


sua primogenitura.

3.2.2. Ruben era hedonista, por isso, valorizou mais o prazer,


agindo assim, perdeu inúmeras bênçãos.

548
3.2.3. Judas era materialista, deu mais valor a 30 moedas de
prata do que a sua salvação eterna.

3.2.4. O que você tem valorizado mais?

3.3. Nabote Não Se Relacionava Com O Sistema Corruptor


de Acabe

3.3.1. A Beleza do Palácio de Acabe Não O Fascinava

A vida de comunhão com Deus e um ministério frutífero


devem suplantar na vida de um cristão veraz a ambição pelos
bens terrenos. A arquitetura do palácio herodiano não
desmotivou os apóstolos de Cristo da carreira sacrificante que
aparentemente era sem recompensa. Heródoto escreveu dez
tomos demonstrando o encanto arquitetônico da cidade de
Atenas. Paulo resumiu tudo isto explicitando assim: ”Cidade
tão entregue à idolatria” At 17.16. As águas termais e o
comércio de Tessalônica chamaram mais a atenção de Demas
do que o labor do trabalho missionário 2 Tm 4.10. Disse
Joseph Alleine: “Não existe prova maior de que não somos
convertidos do que ter pelas coisas do mundo estima amor e
desejo”.

549
4. AS PROPOSTAS AMBICIOSAS DE ACABE

A todo custo ele queria apossar da vinha de Nabote quer


fosse comprando, trocando e até ameaçando-o de morte.

4.1. A Sugestão de Troca Patrimonial

Dizia Acabe: “Te darei por ela outra vinha melhor do que
ela.” O que Satanás tem de melhor para nos oferecer do que a
plena comunhão que desfrutamos com o Senhor? 1 Co 1.9.

4.2. A Proposta de Compra

“Dar-te-ei a sua valia em dinheiro”. Muitos cristãos têm


sido levados pelas águas turvas da ganância financeira, e têm-
se tornado pior do que os infiéis.

4.3. Qual Era O Objetivo de Acabe Adquirir Esse


Patrimônio?

Ele Pretendia fazer da vinha de Nabote uma horta. O


Diabo quer transtornar todos os nossos projetos brilhantes em
escombros. Em todas as dispensações ele procurou desviar
os homens que foram canais de Deus para interromper o
nascimento do Messias. O Senhor tem um plano contigo, o
nosso inimigo trabalhará inquietantemente para não vê-lo
cumprir em sua vida.

550
4.4. O Que Aconteceu Com Acabe Quando Nabote Não
Aceitou O Negócio? Ele ficou:

4.4.1. Desgostoso.

4.4.2. Intrigante.

4.4.3. Estressado.

4.4.4. Perturbado – virou o rosto.

4.4.5. Deprimido – não comeu.

4.4.6. Satanás fica desnorteado, enfurecido e vulcânico;

quando um cristão consagrado rejeita as suas ofertas.

5. A RECOMPENSA IMEDIATA DE ACABE

5.1. Abimeleque assassinou seus setenta irmãos sobre uma


pedra em Ofra. Mesmo que ele não morresse golpeado pela
espada quando pediu ao seu pajem de armas, não
sobreviveria com o crânio rachado por uma pedra Jz 9.5,53-
54.

5.2. Acabe matou a Nabote e morreu no final deste episódio 1


Rs 22.

551
5.3. Herodes praticou um infanticídio em Belém e morreu de
hidropisia em Jericó. Rejeitou o Cristo que é a água da vida e
morreu represado pelas águas de sua própria maldade.

5.4. Agripa I deu fim à vida terrena de Tiago, mas, morreu


devorado pelos vermes At 12.1,21-23.

CONCLUSÃO
Devemos exercer a bravura de Nabote. Se necessário
for, entregaremos a própria vida à morte do que perdermos a
nossa herança espiritual à Satanás e ao mundo.

552
14

MENSAGEM

TEMA: O MANÁ NO DESERTO

TEXTO: Ex 16.35

INTRODUÇÃO

O maná era um alimento enviado por Deus de maneira


sobrenatural que continha todas as substâncias para nutrir o
povo peregrino entre o Egito e Canaã num período de
quarenta anos ininterruptos. O povo israelita foi ensinado no
deserto a confiar na provisão divina. Tinha que dormir tranqüilo
mesmo não tendo pão em suas tendas e em nenhum outro
lugar do acampamento. Cristo em seu discurso afirmou
peremptoriamente que Ele é o pão da vida que é superior ao
maná Jo 6.32-34-49-51.

1. A ORIGEM DO VOCÁBULO MANÁ

Essa palavra é derivada do hebraico “manhu” que


significa: “que é isto?” Ex 16.15. Não acredito que o alimento
diário dos hebreus fosse à substância doce e resinosa da
árvore desértica conhecida pelos orientais por Tamarix
553
mannífera como afirmam vários estudiosos no afã de justificar
a inexistência do milagre divino enviado sobre o seu povo.
Essa substância não era suficiente para alimentar cerca de
3.000.000 de pessoas.

1.1. Nomes Dados Ao Maná

1.1.1. Trigo do céu Sl 78.24.

1.1.2. Pão dos anjos Sl 78.25 ARA.

1.1.3. Pão do céu Sl 105.40.

1.1.4. Manjar espiritual 1 Co 10.3.

1.1.5. Mel do ar – os árabes.

2. A GLORIOSA MANIFESTAÇÃO DO MANÁ NO DESERTO

Esse alimento provindo do céu foi manifestado pela


primeira vez 30 dias após a saída do povo judeu do Egito Ex
16.1. Quando a massa de fazer pães acabou em vez de
avançarem pelo deserto em busca da terra que manava leite e
mel, lembraram-se do Egito com vontade de comerem do
alimento que recebiam na condição de escravos. A pior
situação de um cristão é quando ele perde a visão espiritual do
futuro e fica fastio do cardápio divino e passa a apreciar a
culinária mundana. O Senhor em sua gloriosa providência
554
ordenou às nuvens do alto, e abriu as portas do céu fazendo
chover o maná para saciá-los, dando-lhes o trigo do céu. O
deserto de Sim ficava localizado entre Elim e o Sinai Ex 16.1;
17.1, Nm 33.11. É uma região estéril cheia de pedra e areia.
Foi nessa localidade inapropriada para a sobrevivência
humana que o Senhor Jeová Jirê cuidou de seu povo. O Velho
Testamento faz alusão a dezenove desertos diferentes. O
maná descia em forma de chuva para demonstrar a
abundância do suprimento divino. O orvalho caía primeiro para
esfriar a área desértica para que o maná não viesse derreter o
que dificultaria a sua colheita. Tanto o envio do maná quanto
as codornizes eram precedidos da manifestação da glória de
Deus Ex 16.7-8. O Senhor cuida de seu povo nos mínimos
detalhes. O orvalho na Bíblia é o símbolo da benção de Deus
que manifesta silenciosamente Os 14.5. Israel murmurou
contra Moisés e Arão no deserto após faltar alimento no
deserto de Sim Ex 16.4.

3. CARACTERÍSTICAS TIPOLÓGICAS DO MANÁ

Ao adentrar no deserto Israel foi suprido de água e de pão que é


uma representação metafórica da sustentação espiritual. A provisão
divina para o seu povo fala do memorial do Senhor em suprir todas as
necessidades dos remidos Sl 23.1; Fp 4.13. O maná é o tipo de Cristo o

555
supridor de todas nossas necessidades em todos os detalhes. Veja
abaixo:

MANÁ CRISTO

Moído Ex 16.14 A humildade de Cristo Fp 2.7

Redondo Ex 16.14 A eternidade de Cristo Ap


1.18

Branco Ex 16.31 A santidade de Cristo Hb


7.26

Como geada Ex 16.14 A vivacidade de Cristo Jo


6.63

Como semente do coentro A fragrância de Cristo Ct


1.3

Com azeite A unção de Cristo At 10.38

Parecido com bdélio Nm 11.7 A preciosidade de Cristo 1


Pe 2.7

O maná ficava escondido No presente Cristo está


escondido

O maná fortalecia Cristo o nosso fortificante Cl


1.11

556
4. A COLHEITA DO MANÁ

Os israelitas não tinham justificativas para murmurar da


providência de Deus porque eles acabaram de contemplar um
mês atrás a abertura do mar vermelho e as águas de Mara
serem saradas. O ser humano é falho, ingrato e fácil de
esquecer as benesses do Senhor Sl 103.2. A murmuração de
um cristão é pior do que a blasfêmia de um ateu. Segundo C.
H. Mackintosh: “Deviam ter recordado que era infinitamente
melhor estar com Deus no deserto do que nos fornos de tijolos
com Faraó”.

Cada cidadão devia colher 1 gômer que corresponde a um


décimo de uma efa", isto é, o volume equivalente a 43,2 ovos e a 3,7
litros ou a 506 cm³ que era a porção para a suas
necessidades. Podemos ver aqui a fonte expositada na oração
do pai nosso: “pão nosso de cada dia” Mt 6.11. Os sábios
judeus afirmam: “São duas as causas que desviam o ser
humano da vida espiritual: a extrema pobreza e a extrema
riqueza” Pv 30.8. Os rabinos ensinam que o envio do maná foi
o maior de todos os milagres, até mesmo superior a abertura
do mar Vermelho. A razão dessa afirmação é devido ele ter
descido todas as manhãs durante um período de quarenta
anos sem falhar. A manifestação do maná foi para provar duas
557
coisas: a ordem física e a ordem moral. Matar a fome e provar
sua obediência. É preciso lembrar que o maná da experiência
de ontem não serve para hoje e o de hoje não servirá para
amanhã. Precisamos estar atualizados com os milagres diários
do Senhor. A cada manhã devemos colher o maná da graça
divina antes que outras coisas venham encher o nosso
coração com as coisa vãs dessa vida Ex 16.21; Pv 8.17.

5. COMO O MANÁ ERA PREPARADO?

Poderia ser moído ou pulverizado como farinha, sendo


então cozido e transformado em pão. Cristo foi moído na cruz
através do sofrimento para tornar-se saboroso e nutritivo pão
da vida, que preserva da morte. Mas, apesar de Deus operar
maravilhosamente não deram ouvido à sua palavra e deixaram
parte do alimento para o outro dia, e estragou. De igual modo
ficaram perplexos quando o alimento não estragou no sábado
segundo a palavra de Deus Ex 16.20,27. Outro milagre ocorria
diariamente: quem colhia pouco não faltava, e quem colhia
muito, não sobrava Ex 16: 18. Os sábios do Talmude fazem esta
correlação, atribuindo ao maná às mesmas qualidades do leite
materno: Assim como o bebê degusta todos os paladares do mundo
no leite materno, o mesmo ocorreu com o maná. Quando os

558
israelitas cruzaram as fronteiras de Canaã e comeram da
novidade da terra o maná cessou Ex 16.35; Js 5.10-12.

6. O SÍMBOLO DO MANÁ ESCONDIDO

O maná foi guardado num vaso de ouro dentro da arca da


aliança. Os milagres de Deus não podem ser esquecidos. A
palavra de Deus é o maná que tem todos os nutrientes para
substancializar o nosso espírito no deserto desta vida. O maná
foi preservado por Deus para durar 40 anos sem se decompor,
porque de um dia para o outro criava bichos e exalava mal
odor. O deserto claudicante desta vida não é capaz de nos
alimentar, somente Cristo pode saciar-nos por toda eternidade.
O maná permaneceu por 500 anos dentro da arca da aliança
Hb 9.4. Cristo atualmente está oculto aos olhos humano sendo
um maná escondido, mas em sua aparição no arrebatamento
o veremos gloriosamente 1 Jo 3.2. Comer, pois do maná
escondido, é, pois, ter uma vida sustentada eternamente por
Jesus Cristo Ap 2.17.

7. LIÇÕES GERAIS QUE O MANÁ ENVIADO NO DESERTO


NOS ENSINA NA ATUALIDADE

559
O maná enviado por Deus e que alimentava o povo em
seu jornadear ao ser ingerido por um viajante ele sentia o
sabor que desejasse.

7.1. Ele foi um alimento adequado para o deserto. É um tipo


da provisão que Deus nos oferece em tempos de provações.

7.2. Na sexta feira que antecedia o sábado de descanso a


porção caía de forma dobrada. Quando confiamos na
providência divina eliminamos a ansiedade e as bênçãos são
duplicadas.

7.3. Quando somos submetidos a tramitar no deserto de Deus


o nosso caráter e a nossa fé são revelados. Confiamos ou
murmuraremos.

7.4. Toda abastança é precedida pela limitação enviada no


deserto.

7.5. A limitação da provisão no deserto não é alterada pela


oração e nem pelo jejum, é um teste mesmo!

7.6. O tempo de provação para Israel foi de 40 anos e o nosso


não sabemos, é variado e incompreendido.

7.7. Apesar do recurso no deserto da prova ser limitado não


estaremos sozinhos.

560
7.8. O nosso deserto será encurtado mediante o nosso
comportamento em relação a Deus.

7.9. Nesse tempo de deserto todos os dias teremos


experiências com a provisão divina.

7.10. No deserto não há terreno fértil, não há plantação e nem


colheita a dependência total do homem está em Deus.

7.11. O Egito é lugar de escravidão, o deserto lugar provisão e

Canaã é lugar abundância ilimitada.

7.12. Quando adentramos a Canaã da fartura em todos os


sentidos nada é dado por medida.

7.13. A pior situação apresentada pelos israelitas foi à


saudade do Egito. As lembranças do mundo e seus prazeres
amortecem o nosso caminhar espiritual.

7.14. O deserto é um local de terapia espiritual para expurgar


todo tipo de mazelas.

7.15. O murmurador é o coveiro e sua murmuração o caião.

7.16. Quando estamos afligidos pelo calor das provações é o


momento que o Diabo nos convida de volta para o Egito do
pecado.

561
7.17. Os momentos de provações desérticas são propícios
para nos fazer esquecer-se de tudo que o Senhor já deu.

7.18. Quando o vento frio das lutas sopra de maneira gélida é


testando o nosso grau de fé porque o mar das tribulações está
para abrir.

7.19. Os Desertos Pelos Quais Podemos Passar São:

7.19.1. Deserto do abandono.

7.19.2. Deserto das enfermidades crônicas.

7.19.3. Deserto do mau relacionamento conjugal.

7.19.4. Deserto do desemprego e do insucesso profissional.

7.19.5. Deserto das crises existenciais.

7.19.6. Deserto de crise financeira.

CONCLUSÃO

Nenhum cristão está isento de passar pelas experiências


no deserto. Todos os homens usados pelo Senhor são
eremitas experientes que aprenderam a confiar única e
exclusivamente nele. Se você se encontra no estágio do
deserto, deve vigiar não murmurar e aproveitar o momento
para extrair lições espirituais para toda a sua vida. Em Canaã

562
o maná cessa e se torna passado, você começa a viver das
novidades prometidas no tempo de aflição. Doravante será
abundância e não apenas provisões limitadas. Elimine
qualquer sensação de murmuração e faça como Moisés,
clame ao Senhor!

563
15

MENSAGEM

TEMA: APOLO DE ALEXANDRIA

TEXTO: At 18.24-28

INTRODUÇÃO

Apolo foi um grande presente de Deus para a Sua Igreja


na província da Ásia e na Acaia no sul da Grécia. Tornou-se
símbolo da apologética cristã ensinada nos seminários de hoje.
Em Apolo podemos encontrar acoplada a religião hebraica com
a cultura grega. Apolo fez estremecer as bacias marítimas do
mar Egeu e do Mediterrâneo quando abria sua boca em defesa
do messiado de Jesus Cristo.
1. A IDENTIDADE DE APOLO

1.1. A origem do nome

Forma abreviada de Apolônio ou Apolodoro que quer


dizer “Destruidor.” De acordo com a mitologia grega: Apolo foi
filho de Júpiter e de Latona, irmão gêmeo de Diana. Apolo
nasceu na ilha flutuante de Delos. Na adolescência, tomou sua

564
aljava e as terríveis flechas e se vingou da serpente Piton que
tão obstinadamente perseguira sua mãe. Apolo amou a Ninfa
Coronis que o tornou pai de Esculápio o deus da medicina.
Apolo é o deus da música, da poesia, da eloqüência e da
beleza máscula. O colosso de 185 metros de altitude erguido
na ilha de Rodes que tornou uma das sete maravilhas do
mundo era a estátua do deus Apolo. O nome de Apolo o
pregador fervoroso, aparece 10 vezes em Atos e nas epístolas
At 18.24; 19.1; 1 Co 1.12; 3.4,5, 6,22; 4.6;16.12; Tt 3.13.

1.2. Alexandria sua terra natal

Foi edificada por Alexandre o Grande em honra a seu


próprio nome no ano 332 a.C. Nos dias de Apolo a população
de Alexandria alcançou 1 milhão de habitantes. Foi a segunda
maior cidade do mundo antigo. A biblioteca com 500 mil rolos
de papiro ficava nessa cidade. Apolo obteve uma cultura
descomunal por conviver nela que agrupava três tipos de
povos: judeus, egípcios e gregos.

1.3. Local de sua conversão

No dia de Pentecostes estava presente em Jerusalém um


grupo que representava o Egito At 2.10. E aqueles que

565
converteram, tornaram-se missionários em suas próprias
terras. Daí, concluímos que a conversão de Apolo deu-se em
Alexandria no Egito.

2. AS CARACTERÍSTICAS DE APOLO DE ALEXANDRIA At


18. 24-28

2.1. Instruído

“Natural de Alexandria” (v.24).

Filo, filósofo e teólogo judeu, foi considerado o Moisés de


língua grega e o Platão de língua hebraica. Tinha sua escola
instalada nessa cidade. Alexandria tornou-se o grande centro
intelectual da dispersão judaica. Apolo foi criado em meio a
uma cultura avançada. Dessa forma, ele era portador de um
conhecimento ressaltado.

2.2. Eloqüente

“Falava ao íntimo” (v.24)

Eloqüência é a capacidade de transferir pensamentos e


emoções de um coração para outro. É a arte de dizer coisas
de tal modo que àqueles a quem se fala possam ouvi-las
sem trabalho, cansaço, nem dificuldade, antes com prazer e

566
com interesse suficientes para que o amor próprio os leve,
de bom grado, a refletir sobre elas.

2.3. Poderoso

“Manejava bem a Palavra” (v.24).

Adquiriu grande conhecimento das Escrituras em um


tempo, quando se estudava em manuscritos. Conhecia o
original hebraico bem como a versão Septuaginta (tradução
do hebraico para o grego). O que faz o homem de Deus ser
poderoso não são os graus acadêmicos ou os títulos
honoríficos, e, sim um grande conhecimento bíblico revestido
de temor e praticidade de vida.

2.4. Esforçado

“Fervoroso de espírito” (v.25)

Literalmente, isto é, cheio de entusiasmo. Enquanto


predicava a Palavra seu espírito fervia como uma panela em
ebulição Sl 45.1. Os púlpitos de hoje estão precisando de
pregadores fervorosos. Há muitas pregações monótonas que
parece uma missa rezada em latim pela lentidão do pregador
Rm 12.11.

567
2.5. Fiel

“Falava e ensinava diligentemente” (v.25).

Na pregação expositiva de Apolo não havia heresia.


Apesar de ter uma formação bíblica só do Velho Testamento,
não confrontava com os ensinos de Cristo nos evangelhos. Ele
estava logicamente credenciado para representar a doutrina
cristológica. Não podemos entregar o púlpito das nossas
igrejas a quem não fala com diligência.

2.6. Corajoso

“Falava ousadamente na sinagoga” (v.26)

Freqüentava assiduamente a casa de estudos judaicos na


cidade de Éfeso a fim de aproveitar a leitura do texto feita pelo
ministro do culto. Mostrou-se corajoso porque falar numa
sinagoga daquela, estaria correndo risco de vida e ser
apedrejado por blasfêmias. O cristão deve falar de Jesus em
qualquer lugar, quer seja na escola, no trabalho ou em
reuniões importantes sem envergonhar da mensagem da cruz.

2.7. Humilde

“Recebeu instruções de Priscila e Áquila” (v.26)

568
O grande homem é aquele que tem o coração aberto
para receber instruções para torná-lo mais sábio. O ignorante
não aprende porque acha que sabe tudo enquanto não sabe
nada Ec 7.16. Quantos cristãos tem tido prejuízos na vida
espiritual porque não param para aprender?! Há obreiro que
permanece na tribuna só se for para pregar. Apolo o gigante
da teologia cristã curvou-se serenamente para ouvir Priscila e
Áquila. Disse Orlando Boyer: “Se a Priscila e a Áquila faltavam
eloqüência, ainda venceram a inveja, amolando a espada do
grande Apolo.” Priscila e Áquila não trabalharam de tempo
integral. O ponto culminante deles foi aprimorar o poderoso
Apolo no caminho da verdade. Que casal de talento
inigualável! O que estava faltando para Apolo? Era conhecer, o
batismo com o Espírito Santo e a santificação através do
Espírito.

2.8. Dedicado

“Passou a Acaia” (v.27)


Sem ser sustentado por nenhuma agência missionária,
somente motivado por defender a fé cristã cruzou o mar Egeu
no sentido leste oeste e foi para Corinto a capital da Acaia
trabalhar com os cristãos neoconversos onde fez um brilhante

569
trabalho de discipulado. Muitos novos convertidos não
permanecem porque o discipulado em muitas igrejas não é
levado a sério. Paulo falou com inteireza quando se referiu a
Apolo: “Eu plantei, Apolo regou...” 1 Co 3.6.
2.9. Apologeta

“Disputava com os judeus” (v.28)


Seu método de debater defendendo podia ter a influência
da escola Judaico-Alexandrina-Alexandrina de interpretação
alegórica, que se tornou famosa por Filo. Apolo era poderoso
em apologética cristã. Provava o messianismo de Jesus Cristo,
sua divindade, seu poder miraculoso. Era versátil em
cristologia veterotestamentária. Os evangélicos da atualidade
não estão preparados para enfrentar e debater contra os
representantes das seitas heréticas devido o despreparo
bíblico.
3. NOTAS FINAIS SOBRE A VIDA DE APOLO

3.1. O grupo faccionista de Corinto

O favoritismo dos coríntios por causa de Apolo foi tão


grande que quase formaram uma seita em torno de seu nome
que poderia ser chamada de apoloísmo 1 Co 1.11,12. Apolo
permaneceu em Creta no Mediterrâneo até que o coração
570
faccioso dos coríntios fosse curado 1 Co 16.12. Há obreiros que
após serem transferidos ficam visitando e convidando os
amigos para acompanhá-los provocando confusão. O mestre
Apolo viveu envolvido com os doutores na Palavra como Zenas
Tt 3.13.

3.2. Nota bibliográfica

Grandes historiadores do cristianismo e até mesmo o


reformador Martinho Lutero asseveraram que Apolo foi o autor
da epístola aos hebreus.

3.3. O bispado de Apolo

A tradição primitiva afirmava que Apolo tornou-se bispo


de Cesaréia. Cidade esta, localizada na costa oeste de Israel.

CONCLUSÃO
De todas as virtudes que exornaram o caráter do grande
Apolo; a que sobrepujou, foi a de poderoso nas Escrituras. Se
os cristãos da atualidade tivessem mais familiaridade com a
Bíblia seriam mais fortes e grandes defensores bíblicos. Que o
Senhor da glória através de seu glorioso Espírito venha aguçar
o nosso apetite por sua divina Palavra. Amém!

571
16
MENSAGEM
TEMA: O ATLETA ESPIRITUAL

TEXTO: 1 Co 9.24

INTRODUÇÃO

O atletismo é o esporte mais importante dos Jogos


Olímpicos. A corrida de São Silvestre realizada em São Paulo
todos os anos no dia 31 de Dezembro, tem 15 Km de
percurso. Tornou-se aberta a atletas estrangeiros a partir de
1945. São Paulo, conhecendo a paixão atlética dos gregos,
aludiu com frequência à trajetória e os combates espirituais
do cristão a esta prática esportiva.

1. A PREPARAÇÃO DO ATLETA

Definição: No grego “Athletes” no latim “Athleta.”


Aquele que exercita na luta, para combater em festas
solenes. Lutador, homem de grande força física.

572
1.1. Manter a forma treinando diariamente

O jamaicano Donavan Bailey o maior velocista mundial,


conquistou uma medalha olímpica de ouro em 1996, em
Atlanta (EUA). Treina cotidianamente para não perder o
ritmo e a forma física. O atleta cristão deve exercitar
constantemente usando os elementos espirituais: oração,
jejum e a leitura da Palavra, para não enfraquecer na fé 1
Tm 4.7; Rm 4.20.

1.2. Alimentar adequadamente

A boa alimentação é o fator preponderante na vida do


atleta devido o grande desgaste físico. O cristão que
alimenta espiritualmente da comida celestial estará sempre
repondo suas energias para enfrentar os desafios da grande
pista da vida.

1.3. Manter o otimismo e o equilíbrio psicológico

O atleta cristão não pode perder o espírito de vitória


para que não seja vencido por antecipação, como afirmou
Monte-Cuccoli: “O maior sinal da derrota é quando já não se
crer na vitória” Jl 3.10; Pv 24.10.

573
2. A TRAJETÓRIA DO ATLETA

2.1. É cheia de obstáculos

Compete-nos treinar, agonizar e manter os olhos fixos no


alvo, saltando por cima de todos os impedimentos; na
linguagem atlética: corrida com obstáculos. A vida cristã é
um desafio sério e intenso Gl 5.7. Todos os grandes heróis
da fé tiveram grandes impedimentos, mas, nunca pararam
por causa deles.

2.2. Deve obedecer as regras

O atleta deve ser disciplinado, treinado, determinado,


fiel, constante, e obediente às regras. O atleta não pode agir
como quer. Deve correr dentro do limite das faixas da pista e
não obstruir os demais. Se não obedecer as regras, os seus
esforços serão invalidados. O cristão também deve ser
submisso às regras sagradas traçadas por Jesus Cristo para
que a sua jornada de fé não seja ilegítima. Só seremos
recompensados na eternidade se fizermos tudo de acordo
com a vontade do Senhor e não a nossa Jo 15.14; Rm
16.25,26.

574
2.3. Deve remover os embaraços Hb 12.1

O termo embaraço no grego tem o sentido de colocar


um roupão longo que se tornaria em empecilho na corrida.
Alguns embaraços que precisamos removê-los: coração
faccioso, fé volúvel, falta de comunhão espiritual e
indiferença para com os mistérios de Deus.

2.4. Deve progredir para o alvo Fp 3.14

O alvo em foco é a semelhança com Cristo. Os olhos de


Paulo o grande estavam fixados no prêmio celestial, e cada
músculo, estava enrijado ao máximo, a fim de que pudesse
ser um vencedor. Ele entrou na pista do desafio foi com o
intuito de ser laureado de galardões no tribunal de Cristo.

3. A PREMIAÇÃO DO ATLETA

Se os famosos atletas são premiados, remunerados e


honrados pelos grandes clubes como o craque Denílson
Oliveira que foi transferido do São Paulo para o Real Betis
(Espanha) por 36 milhões de dólares e, com um contrato de
2 anos por 127 milhões de dólares; muito mais Jesus Cristo
fará pelos seus dedicados atletas no grande dia da
concessão de prêmios.

575
3.1. O local da premiação

Na antiga Grécia existia o Bema que era um tribunal


conhecido que a princípio significava apenas “um degrau”, e
que mais tarde passou a indicar a “plataforma elevada” que
era o lugar de entregar os prêmios aos vencedores. O
atletismo espiritual exige dedicação e coragem. O local onde
haveremos de receber as nossas premiações por aquilo que
fizermos em prol da obra do Senhor aqui na terra será nos
ares após o arrebatamento 2 Co 5.10.

3.2. O valor da premiação

As moedas, as pedras preciosas do mundo são


ineficazes para recompensar aquilo que os cristãos estão
fazendo em prol do crescimento do Reino de Deus aqui neste
mundo. Somente os galardões que serão outorgados por
Cristo naquele dia locupletarão para sempre os seus servos
Ap 22.12.

3.3. O prêmio do atleta vencedor

O maior número de medalhas de ouro individuais nos


jogos da era moderna é dez, conquistadas por Raymond
Ewry (EUA), no atletismo de 1900 a 1908. Nas olimpíadas
gregas os prêmios eram geralmente uma coroa de flores,
576
mas, o vencedor também era recompensado com fama e
popularidade. As coroas que os atletas recebiam nas
competições eram feitas de ramos de oliveira ou então de
flores. Os fidedignos Atletas de Cristo receberão galardões e
coroas.

CONCLUSÃO

Os prêmios deste mundo são efêmeros e passageiros e


chegam a serem furtados como foi a taça Julis Rimet; mas, o
galardão que o atleta cristão receberá de Cristo ninguém
poderá usurpá-lo. Enquanto estivermos na pista do estádio
desta vida devemos ter muito cuidado para que a nossa
coroa não seja tomada por negligência espiritual Ap 3.11.
Amém!

577
17

MENSAGEM
TEMA: CRISTO, A ROSA DE SAROM

TEXTO: CT 2.1

INTRODUÇÃO

Cristo é a rosa vermelha e brilhante de Sarom que


desabrochou para perfumar e trazer vida ao ser putrefato,
tirando-o da lama do pecado e transformando-o em verdadeiro
cidadão do céu. Na linguagem teológica Paulina somos o bom
cheiro de Cristo porque recebemos esse aroma vital oriundo de
suas pétalas odoríferas de glória 2 Co 2.15.

578
1. DADOS GEOGRÁFICOS SOBRE A PLANÍCIE DE
SAROM

Sarom é o território compreendido entre Jope ao sul e o


Carmelo ao norte na costa do mar Mediterrâneo. Região
arenosa, com muitas dunas de areias avermelhadas e
brilhantes. A principal cidade de Sarom no Velho Testamento
foi Dor Js 11.2. A estrada principal entre o Egito e a Síria
passava por ela. A região é cheia de água subterrânea e o solo
é enriquecido. A rosa de Sarom na atualidade é identificada
pelos floristas israelenses com o nome de Tulipa Sharonenses.

2. FATOS OCORRIDOS EM SAROM

2.1. Enéias foi curado de paralisia At 9.32-35

O nome de Cristo é tão poderoso que pode eliminar todo o


tipo de paraplegismo físico e espiritual.

2.2. Dorcas foi ressuscitada pela instrumentalidade de


Pedro At 9.36-41

O exuberante cheiro de Jesus a rosa de Sarom acabou


com o mau odor da morte.

2.3. A casa de Filipe que tinha quatro filhas profetizas


ficava localizada em Sarom At 21.8,9

579
No lar onde Cristo desabrocha os filhos transformam em
profetas consagrados e passam a não ter mais tempo para as
vaidades nefandas deste mundo tenebroso.

2.4. Jope, a cidade portuária estava situada dentro da


planície de Sarom At 9.36.

Os que experimentam o adocicado perfume balsâmico de


Jesus passam a usar o porto missionário de Jope para exportar
para o mundo a sua graça redentora.

3. O ENCANTAMENTO DA ROSA DE SAROM

3.1. Nascia nos declives e florescia de modo galante

Cristo encantou o mundo com o seu florescimento por


meio da encarnação nascendo nos ladeirentos desse mundo.
As declividades na vida de Jesus: esvaziou de sua glória;
nasceu numa manjedoura; entrou em Jerusalém montado num
jumento, morreu crucificado e foi sepultado num túmulo
emprestado.

3.2. Era delicada e de perfume intenso

Na humildade de Jesus está concentrado o perfume que


atrai a humanidade.

3.3. A sua cor era brilhante e avermelhada

580
O sangue carmesim de Jesus a rosa de Sarom brilha
fulgurantemente nos quatro cantos do mundo como prova de
invencibilidade e purificação.

3.4. Era exportada para o mundo antigo com a


finalidade de embelezar os palácios reais.

Não somente os pobres como também os arquimilionários


precisam sentir o perfume de Cristo. Jesus penetrou nos
palácios da antiga Roma por meio da pregação e embelezou as
vidas mofadas da velha religião politeísta At 13.12; 28.7-10; Fp
4.22.

3.5. Sua beleza atraia os viajantes da costa do mar


Mediterrâneo

Somos cristãos não por termos medo da condenação


eterna, e sim, porque a beleza aurifulgente de Cristo nos
fascina e nos faz esquecer esse mundo enganador.

3.6. Ela simbolizava a fertilidade

O homem natural não pode produzir frutos espirituais


porque seu caráter está manchado pelo pecado. Quem está

581
arraigado em Jesus Cristo pode produzir frutos inimagináveis
por estar firmado no solo fértil da verdade.

3.7. Suas pétalas eram colocadas na água e serviam de


terapia para os olhos

A palavra vivificada por Jesus concentrada em suas pétalas


límpidas de amor serve de colírio espiritual para aclarar a visão
da humanidade.

3.8. Florescia junto aos espinhos e abrolhos

Jesus a preciosa flor celestial, trouxe o seu encanto


salvador a todos nós, sendo Ele farpado pelos espinhos das
dores calvarísticas e pelos abrolhos atormentadores de seus
algozes. Somos, por conseguinte filhos de Deus nascidos na
dor espinharenta de Cristo.

CONCLUSÃO

A vida com Cristo a rosa de Sarom tem outro sentido. Os


homens que vegetam nas sendas da promiscuidade precisam
aguçar o olfato espiritual e sentir o perfume desta rosa para
sobreviverem acima da mediocridade. Cristo é a rosa que não
é para ser colocada em vaso enfeitado e nem tampouco em
bolso de paletó, mas, em corações que se abrem para Ele
como as janelas da manhã!
582
18

MENSAGEM
TEMA: VENCENDO A TENTAÇÃO

TEXTO: 1 Co 10.13

INTRODUÇÃO

O homem só estará apto para ser verdadeiramente


representante de Cristo, quando puder vencer a tentação em
seus três aspectos. O Senhor Jesus ao derrotar o inimigo pode
proporcionar-nos autoridade para que também o vençamos.
1. O QUE É A TENTAÇÃO

Há uma palavra hebraica e duas gregas para descrever a


tentação: hb “Massâh”, quer dizer “teste”, “provação;” gr
Peirasmós, que significa “teste” ou “prova.” Definimos a
tentação como à indução para o mal por sugestões do Diabo
ou da sensualidade. O verbo tentar ocorre 42 vezes na Bíblia e

583
tentação 13. A tentação às vezes, é uma dura e temível prova,
por isso devemos pedir a Deus que nos seja poupada Mt 6.13;
26.41.
2. OS TRÊS ASPECTOS DA TENTAÇÃO

As tentações que encontramos na Bíblia estão em conexão


com a demonstração descrita pelo apóstolo São João em 1 Jo
2.16.
2.1. A Concupiscência da carne

É o desejo ardente da carne. Exemplo: “vem e deita-te


comigo irmã minha” 2 Sm 13.11.

2.2. A Concupiscência dos olhos

Exemplo: “E a mulher de Ló olhou para trás...” Gn 19.26.

2.3. A Soberba da vida

É a exibição das coisas materiais na vida presente.


Exemplo: “... não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei...
com a força do meu poder...” Dn. 4.30.

584
1 Jo 2.16

Concupiscência da Concupiscência Soberba da

Carne dos Olhos Vida

Desejável Gn
Eva Comer
3.6 Agradável aos olhos

Cobicei Js
Acã Ví Tomei
7.21

Trazer 2
Davi Sm Viu Entrou
11.2,4

Sansã Tomai-ma Jz
Vendo Tomar
o 14.2

Satan Manda Mt
Mostrou Darei
ás 4.3,8, 9

3. OS AGENTES DA TENTAÇÃO

3.1. O Diabo Jo 13.2

585
De todos os operantes da tentação esse é o principal
articulador da maldade. A Bíblia fala de sua armadilha
denominando-a: “... Laço do passarinheiro...” Sl 91.3. O Diabo
é o maior especialista em estratégias de derrota espiritual. É
incansável na tentação Lc 4.13.

3.2. A cobiça 1 Tm 6.9,10

Esse desejo de possuir algo a que não se tem direito tem


feito até mesmo muitos cristãos mergulharem no mar da
apostasia espiritual.

3.3. O mundanismo Nm 22.17

As honrarias mundanas e o espírito materialístico, tem


alcançado corações que outrora eram afogueados por Jesus. O
mundanismo leva o fanfarrão a exagerar o que possui a fim de
impressionar os que estão em sua volta. Vigie, pois!

4. OS HOMENS QUE DESAFIARAM A TENTAÇÃO

4.1. José do Egito Gn 39.7-13

Desafiou a tentação na área sexual, provando que apesar


de ser homem solteiro a comunhão com Deus é melhor.

586
4.2. Eliseu 2 Rs 5.15,16

Desafiou a tentação da ganância, dispensando o


grandioso presente de Naamã o general sírio. O valor
atualizado do presente é de aproximadamente 78.000 libras
esterlinas.

4.3. Martinho Lutero

Quando fez tremer o mundo religioso com a reforma; o


papa ofereceu-lhe muito ouro para que se calasse. Logo veio a
resposta: “O louco não gosta de ouro.” Quantas verdades são
hoje omitidas por muitos pastores porque eles estão
amordaçados pelo poder monetário.

5. COMO VENCER A TENTAÇÃO

5.1. Usando o escudo da fé Ef 6.16

Com ele podemos deter toda a força contrária que se atira


contra nós. Por mais envenenados que sejam os dardos dos
inimigos, eles serão apagados pela fé que vence o mundo 1 Jo
5.4.

587
5.2. Manejando a espada do Espírito Ef 6.17

Jesus derrotou satanás no deserto de Jericó, porque usou


com eficiência a espada da Palavra: “... está escrito...” Mt
4.4,6, 7. Conjecturas, teorias e falácias, nada disso resolve;
mas a Palavra de Deus proferida com autoridade traz a vitória.

5.3. clamando a Deus em oração Lm 3.29

A oração é a chave do sucesso e o posto de


abastecimento divino onde completamos o nosso tanque
espiritual com o combustível do céu para detonarmos todas as
tentações. O cristão fortalecido na oração jamais beliscará no
anzol da tentação.

CONCLUSÃO
Do monte Quarentena que fica localizado no deserto de
Jericó onde Jesus foi tentado dá para contemplar o monte
Calvário local da última batalha. Podemos ser tentados no
monte Quarentena pelo Diabo, mas, quando olhamos para o
Calvário recebemos forças para massacrá-lo. Amém!

588
19

MENSAGEM
TEMA: O ADVOGADO DOS PECADORES

TEXTO: 1 JO 2.1

INTRODUÇÃO

A palavra advogado no grego é parakletos, e no latim


advocatus, que quer dizer: “aquele que pleiteia a causa de
uma pessoa acusada.” Na sociedade hebraica não existia a
profissão de advogado. Nos tempos do Novo Testamento
podiam ser encontrados em todas as províncias romanas. O
Senhor Jesus Cristo como o nosso Defensor perfeito cuidou da
problemática do pecado. Sua missão expiatória mostrou
eficiência em nossa defesa.

589
1. O PECADOR NO BANCO DOS RÉUS

1.1. A natureza adâmica é cruel e leva o pecador a


cumprir a concupiscência da carne Gl 5.16

O homem natural que tenta ser religioso, sem a operação


do novo nascimento engana-se, e não atinge o objetivo da fé
Rm 8.8.

1.2. Deus intima o pecador a prestar depoimento Is


43.26

Diante do interrogatório de Deus ninguém pode esconder


e fraudar a verdade. O homem tem todas as oportunidades
para auto-justificar, e, no entanto só poderá apresentar o
trapo de imundícia Is 64.6.

1.3. O pecador já está processado Rm 3.23

O amontoado de impurezas e maldades do pecador em relação


à santidade de Deus tem formado um processo mui grande no
fórum da justiça divina, e por isso, está determinado a
comparecer no julgamento no dia do juízo final Ap 20.11-15.

1.4. A sentença do pecador já está determinada Jo


3.18.

590
Se o grande Deus Jeová expulsou Adão do Éden por um só
pecado, não nos permitirá adentrar aos céus conservando
pecados em nossas vidas.

1. A PROMOTORIA DO DIABO

2.1. Acusa o homem diariamente diante do tribunal do


céu Ap 12. 10.

A palavra Diabo quer dizer “acusador”, é isso mesmo o


que ele faz contra os servos de Deus querendo desmoralizá-los
perante o Senhor.

2.2. Alude em detalhes as falhas do pecador como réu


Zc 3. 1.

O promotor público das potestades do ar estava ali para


acusar as manchas e outras coisas na vida do sumo sacerdote
Josué. Ele não perdoa as mínimas falhas do ser humano,
sempre as lança em rosto para condená-lo.

2.3. Apresenta o processo do pecador acusando-o, e faz


de tudo para recusar o argumento de defesa Jó 1.9-10.

Todas as estratégias falsárias do Diabo são para colocar o


homem em confronto com Deus. O papel prioritário do inimigo

591
é fazer de tudo para que o réu seja condenado e possa receber
a sentença condenatória na prisão perpétua no lago de fogo
que é a carceragem dos irregenerados Ap 20.15.

2.4. O promotor Satanás está furioso para cirandar com


o réu Lc 22.31

O satanás aprecia cirandar o pecador fazendo-o passar


por sua peneira de destruição. Peneirar como o trigo. O trigo
era cirandado ao remover a sujeira e a palha, e para eliminar
os grãos partidos e secos. As tentações do Diabo servem para
revelar a força e a fraqueza dos cristãos.

3. CRISTO O ADVOGADO DOS PECADORES

O advogado tenta evitar ações jurídicas fornecendo


conselhos legais que tirem seus clientes das dificuldades.
3.1. O Dr. Jesus Cristo assumiu a causa do pecador
como Sua Is 53.4,5

Ele assumiu todas às nossas mazelas. Foi moído,


alquebrado e triturado na fornalha do sacrifício expiatório para
nos tornar isentos da culpa. Fomos justificados judicialmente
no Calvário.

592
3.2. Conseguiu anular a sentença que foi decretada
contra o pecador Rm 8.34

Nem Satanás, nem os demônios nem ninguém mais


neste mundo poderá recorrer e conseguir valer a morte do
pecador justificado e reconciliado pelo Advogado das nossas
almas. O Senhor Jesus eliminou por completo a nossa sentença
condenatória Rm 8.1.

3.3. O Dr. Jesus Cristo foi nomeado pelo Supremo


Tribunal de Justiça Celestial como Defensor dos
pecadores 1 Jo 2.1.

Ele é o Advogado que nunca perdeu uma causa. Da


crucificação até o arrebatamento exercerá a atividade de
Advogado dos pecadores. No juízo final, Ele não estará como
defensor, e sim como Juiz At 10.42.

3.4. Para que o nosso crime contra Deus fosse anulado,


o Dr. Jesus Cristo usou o recurso jurídico chamado
justificação Rm 3.24,25.

Ser justificado quer dizer, ser isentado de toda a culpa,


ser livrado de toda acusação. É a sentença de um tribunal a
favor do réu. Deus providenciou o suficiente para perdoar o

593
pecado, como para justificar o pecador; isto é, isentá-lo de
toda acusação. Quando o homem é justificado, Deus diz:
“Perdôo esta pessoa, e aceito na minha presença, como se
jamais tivesse pecado. Reputou-a justa, e a justifico plena e
completamente”.

3.4.1. Meios pelos quais o pecador é justificado:

> Pelo sangue de Cristo Rm 3.24-26;

> Pela fé Rm 3.28;

> Pela graça Rm 3.24;

> Por Cristo 2 Co 5.21;

> Pelo Espírito 1 Co 6.9,10.

CONCLUSÃO
O Senhor Dr. Jesus Cristo pode desfazer o processo
montado contra nós elaborado pelo Diabo. O trabalho
advocatício e justificador de Cristo são tão gloriosos que faz o
Pai não mais se lembrar dos nossos pecados Is 43.25.
Somente o céu pode nos oferecer este tão grande presente
que é a isenção da nossa culpa. Caro amigo! Você que está
atordoado por uma falha que cometeu, vai agora até a cruz e

594
obtenha o perdão e a defesa de Cristo o maior advogado da
história.

595
20

MENSAGEM

TEMA: A CRUZ DE CRISTO

TEXTO: 1 Co 1.17

INTRODUÇÃO

A cruz de Cristo é o melhor remédio, para eliminar as


epidemias morais, psicológicas e espirituais do homem. Se o
lenho atirado por Moisés nas águas amargas de Mara,
tornaram doces; muito mais efeito curativo produzirá no
coração absintoso da humanidade o poder da cruz de Cristo. A
cruz é a solução para sanar a parafernália do pecado na vida
humana. Ela é o ponto máximo revelado pelo amor de Deus
para soerguer o pecador da lama da degenerescência.

1. A ORIGEM DO NOME CRUZ

Na língua grega o vocábulo usado para designar a cruz é


“stauros”, que significa primeiramente um poste reto ou uma
trave e, secundariamente, um poste usado como instrumento
596
de castigo. A palavra cruz não se encontra nas páginas do
Velho Testamento sendo que a crucificação era praticada por
muitas nações antigas tais como: a Pérsia e a Fenícia. Antes da
era cristã, a cruz, em qualquer de suas formas, era usada
como símbolo sagrado pelos caldeus, fenícios, egípcios e por
outras nações orientais. A palavra cruz aparece 29 vezes no
Novo Testamento.
2. OS TRÊS TIPOS DE CRUZ

A cruz não foi somente usada como símbolo religioso, mas


também como emblema heráldico a partir da idade média. A
cruz curta era chamada “Humilis” e a comprida “sublimis.”.
2.1. A cruz decussata - cruz de Stº. André

Tinha a forma de um X.

2.2. A cruz comissa - cruz de Stº. Antônio

Tinha o molde de um T.

2.3. A cruz imissa - cruz latina

Tinha a configuração de uma espada†. A tradição aponta


ter sido a essa cruz que os carrascos usaram para crucificar o
Senhor Jesus Cristo. A cruz tornou-se oficialmente o símbolo
do cristianismo por volta do ano 350 d.C.
597
3. DETALHES SOBRE A CRUZ

3.1. Era fabricada de madeira pesada

Foi por isso que Simão Cireneu teve que ajudar Jesus
transportá-la para o Gólgota Mt 27.32.

3.2. Stipes crucis

A palavra “Stipes” significa “tronco de árvore”, “estaca”, e


melhor “estaca pontiaguda.” Era o nome aplicado ao poste
vertical que media 3 m, e pesava cerca de 80 Kg. Essa peça
permanecia fincada no local de suplício.

3.3. Patibulum

Essa peça era móvel, e era transportada pelo condenado


ao campo dos stipes. Era o nome dado ao pau horizontal e
media cerca de 1,80 m, e pesava em torno de 50 Kg.

3.4. Sedile

Era o assento que ficava mais ou menos no meio do


stipes, onde a vítima era apoiada para dividir o peso do corpo.
Era destinado a prolongar a agonia, por diminuir a tração sobre
as mãos, causando tetania e asfixia.

598
3.5. O letreiro

Foi escrito em três idiomas fluentes da época, latim, grego


e hebraico: “Iesus Nazareno Rei dos Iudeus” Jo 19.19. Esse
título foi colocado na cruz antes de ter sido erguida.

4. O TERMO CRUZ USADO NA TEOLOGIA PAULINA

4.1. A cruz

É o resumo da verdadeira vida cristã 1 Co 1.17.

4.2. Crucificar a carne

É o símbolo da abnegação Gl 5.24.

4.3. A Palavra da cruz

É o compêndio de todo o evangelho 1 Co 1.18.

4.4. Inimigos da cruz de Cristo

São aqueles que levam uma vida antagônica ao


ensino de Cristo Fp 3.18.

4.5. Está crucificado com Cristo

É ser totalmente dependente dEle é estar ligado a Ele Gl


2.19.

599
4.6. O mundo está crucificado para mim Gl 6.14

É viver no mundo sem o mundo viver em mim. É não ser


participante dos prazeres efêmeros desta vida.

5. PENSAMENTOS SOBRE A CRUZ

5.1. Quem na verdade contemplou a cruz de Cristo não pode


jamais falar de casos sem esperança - Morgan

5.2. Resumo minha teologia, num momento, a quatro


palavras: “Cristo morreu por mim!” - Spurgeon.

5.3. A cruz tem sido venerada, porque Jesus foi pregado nela,
mas a cruz sem o verbo não passaria de uma forca - François
Mauriac.

5.4. A cruz representava um instrumento de degradação, mas


Jesus a transformou em uma peça de dignidade - Paul e
Holdcraft.

CONCLUSÃO
A cruz é o elemento fundamental para a transformação
das gerações. Ela tem quatro pontas, representando o poder
regenerador de Cristo nos quatro cantos da terra. A cruz é o
maior remédio para as nações.

600
21

MENSAGEM

TEMA: AS SEIS CIDADES DE REFÚGIO


TEXTO: Js 20. 1–9

INTRODUÇÃO

As seis cidades de refúgio serviam de proteção em favor


do criminoso não culpado, ou cujo crime não tivesse sido
apurado adequadamente. Bem sabemos que a vingança é um
sentimento nato no homem, e esta vingança poderia ser
improcedente; pois o crime poderia ser impensado. O
refugiado não poderia sair da cidade. Se o fizesse, correria por
sua conta o que acontecesse, pois o vingador o apanharia, e
não haveria apelo para ele. Somente estando debaixo da
proteção do refúgio de Cristo o pecador estará para sempre
livre da sentença mortífera do pecado Jo 5.24.

601
1. A IMPORTÂNCIA DAS CIDADES DE REFÚGIO

1.1. Edificadas por determinação divina

Nas campinas de Moabe o Senhor instruiu a Moisés sobre


a edificação das cidades de refúgio Nm 35.9–34.

1.2. Segurança para o criminoso

Ao praticar um crime com ou sem pretensão o criminoso


automaticamente refugiava em uma das cidades mais
próximas de seu habitat. A cidade servia de refúgio tanto para
os filhos de Israel quanto para o estrangeiro (Nm 35.11). É um
tipo de Jesus Cristo que recebe todos que forem a Ele Jó 6.37.

1.3. A duração do refúgio

Um assassino não podia comprar sua vida por dinheiro,


assim também o homicida não podia comprar sua liberdade.
Ambos haviam concebido a morte de um ser humano, e só a
morte de um homem podia fazer a expiação pela morte. O fato
é que o que fazia expiação pela morte era a morte do sumo
sacerdote e não o exílio do homicida. Com a morte do sumo
sacerdote o homicida podia voltar para casa Nm 35.28; com a
morte de Jesus Cristo o nosso sumo sacerdote podemos voltar
à vida de pureza espiritual e não temer as acusações de
602
satanás e vivermos amparados pela lei da liberdade
encontrada em seu sangue remidor 2 Co 5.14,15.

2. AS TRÊS CIDADES DA TRANSJORDÂNIA

Em qualquer parte de Israel o homicida podia encontrar


amparo porque as cidades foram bem distribuídas. Jesus a
Cidadela divina pode ser encontrado em qualquer parte do
globo devido a sua onipresença Mt 18.20.
2.1. Bezer na tribo de Ruben Dt 4.43; JS 10.8

O nome significa “fortaleza” e aparece apenas 5 vezes na


Bíblia. A cidade de Bezer ficava localizada no platô do território
de Ruben. Temos nessa cidade o Senhor Jesus como a
fortaleza de todos os que nEle confiam. Para quem vinha do
Egito à Canaã, logo ao atravessar o território de Moabe a
contemplava. Para quem sai do Egito do pecado e atravessa a
Moabe dos desejos carnais pode vislumbrar Jesus Cristo o
nosso Bezer celestial.

2.2. Ramote na tribo de Gade Dt 4.43

O nome quer dizer “altura” e aparece 26 vezes nas


Escrituras. É a mesma Ramote - Gileade e Ramá-Mispe. Estava
localizada ao oriente do Jordão, ao sul do rio Jaboque e ao

603
nordeste de Penuel. O sentido de Ramote é “altura”,
“elevação”, refere-se a Jesus o nosso Ramote elevado à mão
direita de Deus. A expressão usada por Paulo: “exaltou” Fp
2.9; no original grego é “uperupsoo”, que quer dizer: “elevar
às mais elevadas alturas”, “exaltar excelsamente”. Quando o
pecador aproxima de Jesus o nosso Ramote espiritual, ele sai
do monturo da vida humana, e passa assumir uma posição
gloriosa Sl 113.7, 8; Ef 2.5, 6.

2.3. Golã na tribo de Manassés Js 20.8

Era uma cidade situada numa belíssima planície


pertencente à tribo de Manassés. Distava cerca de 30 Km ao
leste do mar da Galiléia. Foi também cidade levítica
pertencente à família dos Gersonitas Js 21.27. O nome Golã
aparece 4 vezes no santo Livro, e significa “exílio.” Jesus o
nosso Golã pagou o preço da solidão, da rejeição e da
humilhação para nos tornar em cidadãos do céu.
3. AS TRÊS CIDADES DE CANAÃ

No livro de Josué capítulo 20 registra a lei das cidades de


refúgio e fala da designação das três cidades ocidentais.

604
3.1. Quedes na tribo de Naftali Js 20.7

Foi uma cidadela importante de Naftali Js 19.37, situada


numa região serrana. Estava plantada ao oeste do monte
Gilboa e foi designada por ser tanto cidade levítica como
cidade de refúgio para as tribos setentrionais. O nome Quedes
significa “santo”, e aparece 12 vezes na Bíblia. Em Quedes
contemplamos Jesus o Santo de Deus que é o refúgio para os
impuros Ap 3.7. O atributo que preconiza a Jesus como o Filho
de Jeová, é a santidade Jo 8.46. A santidade é requerida dos
fiéis 1 Pe 1.16.
3.2. Siquém na tribo de Efraim Js 20.7

Cidade central de Israel, localizada perto das linhas


divisórias entre as tribos de Efraim e Manassés Js 17.7. O
multimilenar poço de Jacó não fica mui distante dali. O nome
Siquém aparece 42 vezes na Bíblia e significa “ombro.” Nesta
cidade de refúgio encontramos o Senhor Jesus tendo o
principado sobre os seus ombros Is 9.6. O profeta messiânico
fala do Menino que nos nasceu, mas ele já vê esse Menino,
esse Filho vestido de poder para governar, simbolizado pelas
vestes reais que cobrem os seus ombros Ef 1.21; Cl 1.16.

605
3.3. Hebrom na tribo de Judá Js 20.7

Seu nome primitivo era Quiriate-Arba Js. 14.15. Hebrom


fica a 32 Km ao sul de Jerusalém. O nome moderno é El-kalil,
“o amigo.” A Bíblia faz 69 referências a ela e significa “união”,
“companhia” e “camaradagem.” Temos nesta cidade de refúgio
um tipo de Jesus o nosso Amigo e Companheiro Lc 7.34; Is
13.13,15. Os amigos de Jesus são muitos neste mundo, porque
Ele tem sido o grande Amigo.

CONCLUSÃO
Para o homem: fracassado, desenganado, amedrontado e
desequilibrado psicologicamente Jesus é a Cidadela forte.
Aqueles que encontram abrigo no Filho de Deus não serão
vítimas de satanás. Enquanto estivermos escondidos nas asas
protetoras dEle nenhuma praga, maldição ou macumbaria nos
atingirão.

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