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POR
RIO DE JANEIRO
TYPOGRAPHIA DE M. A. SILVA LIMA,
1853 RUA DE S. JOSÉ N. 8.
A MEU QUERIDO IRMÃO
J O A Q U I M PXBJTO BHASX£.
IÍ.
III.
IV.
V.
VI.
VII.
VIII.
IX.
X.
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XIII.
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ímpios, de alguns dos que lerem a ultima li-
nha, que deixamos escripla 1
Mas até quando a sociedade será de tal
modo organisada, que os homens espalhem
flores aos pés, e arrastem os carros das canto-
ras edansarinas, para significar os seus trium-
|>hos, e dêem um sorriso, ou apenas uma fra-
ca approvação á virtude em toda a bclleza de
sua simplicidade 1 !
As irmãs de caridade, mulheres pela mór
parte de uma grande inslrucção, bastariam
para impôr silencio aos q u e pretendem (mes-
mo em França, no seio de sua sociedade i l -
luslrada), que a instrucção da mulher ò mais
•prejudicial, que ulil ! Jamais a inslrucção da
mulher pôde ser prejudicial, quando tem por
base uma bem dirigida educação, lí se esta
regra apresenta excepção, como naturalmen-
te deve, é cila tão diminuta, que escapa á ge-
neralidade.
Apesar do apreço, cm que temos as m u -
lheres das Ires ultimas nações, em que tão
de passagem falíamos, reconhecemos todavia
que muito tem ainda a sociedade que fazer,
para que chegem ao aperfeiçoamento da edu-
cação, ali mesmo onde ella tão altamente so-
bresahe, á que recebem as mulheres dos ou-
tros paizes.
Assim, compartindo de coração as idéas, a
respeito tia mulher, do progressista e elo-
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quente Julio Michelet, concluiremos a nossa
ligeira analyse sobre ellas citando uma de
suas reflexões, que traz o sello do vivo enlhu-
siasmo de sua alma, impregnada do electris-
rno de uma convicção, a que se não pôde re-
sistir, quando uma vez se ouve a sua voz :
« Philosophes, physiologislcs, économistes,
hommes d'Etat, nous savons tous que l'ex-
cellencede la race, la force du peuple, lient
surtout au sort de Ia femme.
« Etre aimée, enfanter, puisenfanter mo-
ralement, élever l'homme, (ce temps barbare
ne l'entend pas bien encore); voilá 1'uffairõ
de la femme.
«Fons omnium viventium! Qu'est-ce qu'on
ajoulèra à cette grande parole ? . " . . . »
XIV.
XY.
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ção e de commercio que vai tão grandemente
desdobrando.
XVI.
XVII.
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XX.
XXI.
XXII.
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XXV.
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XXXII.
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XXXV.
XXXVI.
XXXVII.
XXXVIII.
XXXIX.
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XI,III.
XLIV. •
XLVI.
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LI.
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« A religião é a cadôa de ouro qae une a
terra ao céo » repelio o nosso marquez de
Maricá. Nós parodiaremos esla bel la máxi-
ma com a seguinte : A religião é a cadêa
indestructivel, que liga a mulher a seus
deveres, a corôa mais preciosa que lhe cin-
ge a fronte.
A mulher sem religião assemelha-se áquel-
las lindas flores de nauseante cheiro que
se deve admirar de longe , sendo que o
seu contacto infecciona o ar, que respi-
ramos.
E' a religião, que fortifica e realça as qua-
lidades feminis ; e ella ainda que sustenta e
consola todo o individuo nas circumstancias
mais ditíiceis da vida, a bússola invariavcl
que lhe indica os seus deveres, e o conduz
ao exacto cumprimento dei les.
Entretanto nada ha em nossa terra mais
desprezado pelos pais e pelos parochos do
que o ensino da religião 1
Onde no Brasil o assiduo cuidado de uns
e de outros de inspirarem á mocidade os sa-
lutares princípios da fé de Christo ?
Qual a freguezia cujo pastor observe pon-
tualmente os deveres que lhe impõe a sua
santa missão?
Não ha espirito religioso em nossa terra,
que não lastime o desregramento c a igno-
rância da mor parte do nosso clero. E' ain-
— ISO —
da este um filho posthumo do clero de sua
antiga metropole.
Nao temos a suhlime penna, nem a tarefa
do grande historiador A. Herculano para
esboçar sequer as calamidades, que acarreta
a qualquer paiz um clero ignorante e desmo-
ralisado. Seja-nos porêin pcrrnittido obser-
var de passagem, que é dessa fonte princi-
palmente, que manam os incentivos, senão
a causa primaria da desordem das gerações
que se têem até hoje succedido.
Podemos dizer, sem receio de que nos te-
nham por exagerados, que em nenhuma pa-
roclva do Brasil a nossa religião è devida-
mente ensinada á mocidade. A explicação do
cathecismo, de que com tanto interesse e
assiduidade se occupam os padres de França,
encarregados de diffundir a instrucção reli-
giosa por todas as classes da sociedade, è d e
tal sorte despresada no Brasil, que as nossas
grandes meninas, hábeis nas etiquetas dos
bailes e nos manejos para obterem a única
conquista a que aspiram, fazem a sua pri-
meira communhão se.n o conhecimento dos
principios de nossa santa fé !
Nunca esqueceremos a humiliação, que
sentimos (pela ignorancia dos nossos conter-
râneos nesse ponto) quando em Pariz u m a
antiga dama da casa de Luiz Philippe, a d -
mirando a instrucção de uma joven Brasilei-
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ra, que se achava ali ao mesmo fempo q u e
nós, disse-nos, com certa franqueza de que a
fizemos arrepender-se: Quesurpreendia-se ao
ver u m a moça do nosso paiz tão instruída,
quando a uma de nossas altas personagens,
chegando a França, foi necessário ensinar ató
o cathecismo 1
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