Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
Pensamento crítico
Brasília
Março de 2008
Especialização Gestão da Segurança da Informação e Comunicações
Na parte anterior vimos que os argumentos são tentativas de persuadir, usando afirmações. Temos
então que saber distinguir os diferentes tipos de afirmações e de prestar atenção às frases que parecem
afirmações, mas que não são. Uma frase é vaga se não for claro o que o locutor tinha em mente. A vagueza é algo
com que temos de viver, mas podemos aprender a reconhecer quando uma frase é demasiado vaga para a
argumentação. Contudo, é um mau argumento afirmar que as palavras nunca têm um significado preciso
porque não podemos traçar uma fronteira precisa.
Saber determinar se uma afirmação é subjetiva ou objetiva pode evitar muitos problemas, pois
deixaremos de debater os sentimentos alheios. Por outro lado, confundir o subjetivo com o objetivo conduz a
maus argumentos. Nossa reação a uma frase vaga é “O quê é isso?”, enquanto a nossa reação a uma frase
Pensamento Crítico. Prof. Walter Carnielli 3
Especialização Gestão da Segurança da Informação e Comunicações
ambígua, uma frase que tem dois ou mais significados claros, é “O que é que você quer dizer?”. As frases
ambíguas nunca devem ser tomadas como afirmações. Se quisermos argumentar uns com os outros, precisamos
eliminar a vagueza e a ambigüidade excessivas. Podemos fazê-lo reescrevendo os nossos argumentos ou falando
de modo mais preciso, ou podemos ser completamente explícitos e definir as palavras que estão causando o
problema. Uma definição não é uma afirmação, mas acrescentamo-la às vezes a um argumento para o clarificar.
As definições não devem decidir antecipadamente o que está em discussão; se uma definição for uma afirmação
escondida, chamamos-lhe definição persuasiva.
• Frases vagas, ambíguas e palavras-geléia
• Fronteira imprecisa como fonte de maus argumentos
• Vagueza e padrões
• Afirmações morais
• Confusão entre objetividade e subjetividade como fonte de maus argumentos
Alguns argumentos não passam bo terceiro teste por serem circulares ou por reafirmarem na conclusão,
de forma dissimulada, uma premissa. A este tipo de argumentos chamamos petição de princípio. Se as suas
premissas forem verdadeiras, um argumento válido garante que a sua conclusão é verdadeira. Se as suas
premissas forem verdadeiras, um argumento forte não garante mas torna altamente plausível que a sua
conclusão seja verdadeira. Em função da conclusão que queremos demonstrar e dos dados que temos à nossa
disposição, temos de decidir se será melhor apresentar um argumento válido ou um argumento forte. E isso será
fundamental na nossa tarefa de tomada de decisões.
• A conexão entre premissas e conclusão
• Testes para determinar se estamos perante um bom argumento
• Argumentos fortes ou argumentos válidos?
e todos, não figuram normalmente nos argumentos válidos, mas por vezes podem ter lugar em argumentos
fortes.
• “Todos” e “alguns”
• Contraditórias
• Algumas formas logicamente válidas e inválidas
• Entre um e todos
1.3.2. Falácias
Apresentaremos aqui um guia de falácias, exemplificando um sumário de maus argumentos.
Muitas vezes, as pessoas apresentam maus argumentos sem perceberem que são ruins; ou porque
nunca estudaram os rudimentos da argumentação, ou porque conhecem, mas estão enganadas. As pessoas não
se dão conta, por exemplo, que mudaram o assunto, ou que estão usando indevidamente as emoções.
Quando apresentamos um argumento, devemos estar preparados para ou defender. Temos de prever
objeções e imaginar contra-argumentos, e temos de lhes responder.
Há maneiras legítimas de refutar um argumento: atacar pelo menos uma das premissas, mostrar que o
argumento não é válido nem forte, ou atacar diretamente a conclusão.
Podemos também refutar um argumento mostrando que uma conclusão falsa ou absurda segue-se das
premissas usadas no argumento original. Para fazer isto, temos de ter a certeza que quaisquer outras afirmações
que usarmos de modo a obter a conclusão falsa ou absurda são plausíveis, e que o argumento que apresentamos
é forte ou válido.Mas é preciso não esquecer que refutar um argumento não mostra que a conclusão é falsa:
poderia muito bem haver um outro argumento, bem-feito, que chegasse à mesma conclusão.
Há quatro principais formas erradas que costumam ocorrer ao se tentar refutar um argumento: a
pseudo-refutação, os argumentos derrapantes e a ridicularização, e o pior de todos, a falácia do espantalho que
consiste em colocar palavras em boca alheia. Vamos mostrar vários exemplos que irão ilustrar como nos
defender de ataques desse tipo, e como evitar nós próprios aplicarmos golpes baixos.
• Violações das regras da discussão racional
• Petição de princípio
• Recurso ao ridículo
• Argumentos derrapantes
• Espantalho
• Mudança do ónus da prova
• Afirmações enviesadas
Mas há o outro lado da moeda: a analogias podem ser perigosas, e induzir a que tomemos decisões
completamente erradas.
A ilusão
O primeiro problema é a questão da ilusão, por onde podemos avaliar hipóteses de maneira superficial,
levando a surpresas que podem não ser agradáveis. As figuras abaixo ilustram essa possibilidade: e se estivermos
avaliando mal nossas premissas tal como avaliamos mal até aquilo que vemos (ou pensamos ver)?
Esta figura foi idealizada pelo psicologista italiano Gaetano Kanizsa, pesquisador dos fenômenos da
percepção, em 1955 Embora vejamos um triângulo branco encaixado nos três discos negros, este triângulo não
existe! Trata-se de uma ilusão criada por nosso cérebro, e ainda mais brilhante que o triãngulo realmente
desenhado.
Esta figura foi idealizada pelo psicologista alemão Walter Ehrenstein, e mostra também círculos
inexistentes formados pelas pontas dos segmentos retilíneos.
A analogia
Há um grande e acalorado debate envolvendo a polêmica gerada pelo uso de células embrionárias para
a obtenção de células-tronco. Grupos religiosos pressionam a sociedade e o governo pela proibição das
pesquisas com células embrionárias, alegando que se trata de destruição de vidas, enquanto cientistas tentam
estabelecer que destruir vidas seria de fato deixar de usar tais células embrionárias, já que elas remotamente
gerariam vida.
O principal ponto dos cientistas favoráveis à pesquisa com células embrionárias é a seguinte analogia: se
uma pessoa estiver num hospital e for constatada sua morte cerebral, e se a família estiver de acordo, os médicos
estão autorizados a retirar o coração e outros órgãos para transplante. Considera-se que a morte cerebral, por
uma convenção social, significa a morte real e irreversível do paciente (nunca ninguém viu um caso de reversão
da morte cerebral, embora não se possa provar que o paciente não tem de fato consciência).
A partir daí, se a ausência de atividade cerebral é ausência de vida, se tomarmos um óvulo com apenas
umas poucas células, nas quais não existe sistema nervoso central e portanto não existe nenhuma atividade
cerebral, por analogia com o caso anterior não existe vida, e portanto poder-se-ia usar o embrião da mesma
forma que se usam órgãos para transplante.
A pergunta é: seria essa analogia justificável?
E se não for, isso significa que os grupos religiosos e outros grupos que pressionam a sociedade e o
governo pela proibição das pesquisas com células embrionárias estão necessariamente corretos?