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Da Ideologia

Por Vitor Matias

É apenas à ignorância que se devem debitar tais coisas, ou aliam-se a ela a má fé e segundas intenções?
Será produto de uma deficiência do espírito, ou obedece a uma intencionalidade que não pode ser
confessada?[1]

Há algum tempo, o termo ideologia vem sendo evocado em discussões de cunho político, notavelmente
desde o advento das grandes manifestações e das simultâneas crises governamentais desde 2013. A partir
disso, especialmente entre os jovens envoltos num mar de suposta responsabilidade política e assediados
por partidos em busca de influência, inicia-se a corrida ideológica e a proliferação de vários centros e
grupos de “estudo” em busca de uma razão para acreditar que o país ainda pode salvar-se. O tempo
passou, e após certo período de instabilidade, outro problema surgiu: o embate entre os membros de
vários grupos e o crescimento da agressividade entre os normalmente menos habilitados a falar sobre
alguma coisa, carinhosamente apelidados de pão-com-ovo pela direita e mortadela pela esquerda.

Ideologias e seus tentáculos à parte, este não é um tema novo, embora o Brasil normalmente seja atrasado
até neste tipo de discussão. Ideologia é um termo cunhado até onde se sabe na época de Napoleão
Bonaparte, e significava um sistema de idéias abstratas que busca o aperfeiçoamento da sociedade
(direcionado pelo gosto dos governantes). John Adams (1735-1826), com razão, chamou-a de “ciência da
idiotice”. Mais tarde, Karl Marx (1818-1883) associou o termo à expressão dos interesses de uma
determinada classe, definidos segundo sua relação com a economia. Sendo assim, ideologia é apenas uma
apologia de interesses. Dentro do sistema materialista, a ideologia nos termos marxistas é a máscara
perfeita para a política.

Falamos de um sistema que interpreta a realidade com o fim de confortar o homem e não de descobrir a
verdade. Como sistemas não metafísicos, as escolas de pensamento derivadas do materialismo negam a
verdade enquanto absoluta e transcendente, e tendem a colocá-la como uma espécie de conluio – este que
dá a validade objetiva da verdade nesse sistema – e ela não faria mais que favorecer as classes
dominantes. Não há fatos, apenas interpretação ideológica; não há verdade, apenas os interesses de classe.
Este ponto foi bem observado por Russel Kirk (1918-1994):
“Kenneth Minogue, no livro Alien Powers: The Pure Theory of Ideology [Poderes Estrangeiros: A
Teoria Pura da Ideologia], utiliza o termo “ideologia” para “denotar qualquer doutrina que apresente a
verdade salvífica e oculta do mundo sob a forma de análise social. É característica de todas essas
doutrinas a incorporação de uma teoria geral dos erros de todas as outras.” Essa “verdade salvífica e
oculta” é uma fraude – um complexo de “mitos” artificiais e falsos, disfarçado de história, sobre a
sociedade por nós herdada”[2]

Muitos outros autores atentaram ao exame do conceito de ideologia. Mesmo aqueles que defendem sua
razão de ser necessariamente irão admitir um ponto fundamental: ela é falsa, ou, como disse Althusser
(1918-1990) em seu Ideologia e Aparelhos Ideológicos do Estado, é pura ilusão, puro sonho, um nada
cuja realidade reside em si própria enquanto construção imaginária.[3]

É curioso observar que um sistema assim só pode existir num meio onde não é admitida a existência da
verdade em sentido absoluto – o que peremptoriamente exclui as religiões, eminentemente transcendentes
enquanto pregam um fim externo ao homem baseados na verdade absoluta revelada. Em um sistema que
não admite a existência de verdades fora de sua própria construção, sobra apenas a falsificação voluntária
em torno do interesse. Podemos, agora, começar a sintetizar o termo.

Ideologia é um construto teórico ilusor que direciona seus fins à reforma da sociedade segundo sua
imagem, excluindo qualquer transcendência ou verdade para além de seu próprio sistema e objetivo
longínquo. O cerne das ideologias é a imanentização do eschaton, a redução dos fins a si mesma, o que
normalmente desemboca em utopias. A felicidade do homem, ou qualquer outro fim, devem estar sempre
englobados pelos ditames do sistema. Russel Kirk bem chamou a ideologia de religião invertida[4].

É curioso apontar que essa definição aproxima-se muito do que se conheceu como movimento gnóstico,
que, ao contrário do que alguns pregam, não foi apenas uma deturpação do cristianismo em seus
primeiros anos, mas uma modalidade de religião secular que procura alcançar a transcendência no tempo.
Um bom exemplo do pensamento gnóstico foi Joaquim de Fiore (1135-1202). Segundo Eric Voegelin
(1901-1985) em A Nova Ciência da Política — obra absolutamente indispensável para tratar do tema —
Fiore reduziu a salvação à história através do simbolismo da trindade.

“Joaquim rompeu com a concepção agostiniana da sociedade cristã ao aplicar o símbolo da Trindade ao
curso da história. Em sua especulação, a história da humanidade teve três períodos, correspondente às
três pessoas da Trindade. O primeiro foi a era do Pai; com o surgimento de Cristo teve início a era do
Filho. Mas esta não será a última, devendo a ela seguir-se a era do Espírito.”[5]

Atentemos que por seu aspecto imanentista, constantemente a ideologia se refere a um fim da história ou
um fim na história – precisamente o tema da escatologia – como foi descrito na mesma obra:

“Em sua escatologia trinitária, Joaquim criou o conjunto de símbolos que preside, até hoje, a auto-
interpretação da sociedade política moderna. O primeiro desses símbolos é a concepção da história
como uma sequência de três eras, das quais a última é claramente o Terceiro Reino final. É possível
reconhecer-se como variações desse símbolo a divisão da história em antiga, medieval e moderna; a
teoria de Turgot e de Comte acerca da sequência das fases teológica, metafísica e científica; a dialética
hegeliana dos três estágios de liberdade e realização espiritual auto-reflexiva; a dialética marxista dos
três estágios do comunismo primitivo, sociedade de classes e comunismo final; e por último, o símbolo
nacional-socialista do Terceiro Reino – embora este seja um caso especial, que exige maior atenção.”[6]

Um aspecto da relação do gnosticismo com a ideologia é sua propagação, que, como pode-se presumir e
confirmar pela observação, possui rápida adesão pelos jovens secularizados. A salvação não depende
mais de um Deus transcendente, mas sim dos ditames da ideologia e seus fins imanentes, como a
felicidade terrena, o fim da desigualdade, o fim do estado, a acumulação de donuts ou dinheiro numa vida
vazia. Há ideologias ao gosto do freguês, mas, indiscutivelmente, todas compartilham do mesmo vácuo
espiritual.

A destituição da autoridade de uma verdade exterior imutável produz outro fenômeno interessante: os
princípios éticos, retirados da transcendência em que depositam sua validade universal,são colocados
dentro do sistema ideológico. O sistema, por sua vez, passa a ditar o que é correto ou não, com ditames
acentuadamente relativos. O justo, destituído de seu referencial eterno, aceitaria o favorecimento dos
amigos como razão suficiente de sua qualidade. O ponto foi duramente criticado por Platão no livro I de A
República.

“Portanto, ele diz que a justiça consiste em fazer bem aos amigos e mal aos inimigos?”[7]

Nesse aspecto os fins realmente justificam os meios, mesmo que os meios sejam um holocausto. É um
pensamento extremamente cômodo para partidos políticos, dominados pelas ideologias..

Assim como religiões que possuem dissidentes heréticos, a ideologia costuma “botar alguns ovos” e se
ramificar, mantendo a premissa central intacta ou levemente alterada, como os galhos que crescem a
partir do tronco. Dentro de uma ideologia formam-se correntes. O todo eventualmente se tornará uma
subcultura, como bem observado por Olavo de Carvalho neste trecho:

“Investigando durante décadas a natureza do marxismo, acabei concluindo que ele não é só uma teoria,
uma “ideologia” ou um movimento político. É uma “cultura”, no sentido antropológico, um universo
inteiro de crenças, símbolos, valores, instituições, poderes formais e informais, regras de conduta,
padrões de discurso, hábitos conscientes e inconscientes, etc. Por isso é autofundante e auto-referente,
nada podendo compreender exceto nos seus próprios termos, não admitindo uma realidade para além do
seu próprio horizonte nem um critério de veracidade acima dos seus próprios fins autoproclamados.
Como toda cultura, ele tem na sua própria subsistência um valor que deve ser defendido a todo preço,
muito acima das exigências da verdade ou da moralidade, pois ele constitui a totalidade da qual verdade
e moralidade são elementos parciais, motivo pelo qual a pretensão de fazer-lhe cobranças em nome delas
soa aos seus ouvidos como uma intolerável e absurda revolta das partes contra o todo, uma violação
insensata da hierarquia ontológica.”[8]

Enquanto subcultura, mesmo aqueles que não compartilham dos mesmos objetivos ou valores das
ideologias acabam sendo infectados por ela numa espécie de simbiose à qual contribuem mesmo sem
intenção. Este é notavelmente o caso do feminismo. A grande maioria das mulheres que diz repudiá-lo
age como a mais radical das feministas — ou pior. Isto pode ainda ser observado nos trejeitos dos
seguidores de uma ideologia ou pessoas próximas a ela, como o tom de voz e o jeito de andar.

Ainda que possuam o mesmo cerne, os integrantes da dita subcultura formada debaixo das asas do dogma
costumam procurar meios de diferenciação e eventualmente guerreiam entre si. Daí surge uma gradação,
dos “extremos” aos “moderados”, diferenciando-se pelo tempo estimado para alcançar o objetivo –
quantas semanas se passarão até que o rei seja levado à forca? Tal oposição pode ser simulada, como
acontece na conhecida “estratégia das tesouras”.[9]

Os métodos e a linguagem mudam, mas o cerne permanece, funcionando como uma igreja de fé única
e características ritualísticas diversas. O fenômeno é visível na doutrina do Feminismo. As participantes
de algumas correntes criticam outras, mesmo que desejem a mesma coisa — às vezes inconscientemente.
A fim de forçar tal confusão, algumas ideologias procuram mesclar-se com outras e parasitar doutrinas.
São casos notórios a Teologia da Libertação, que procura interpretar o cristianismo à luz do materialismo
histórico-dialético, e o próprio feminismo, que deturpa a milenar doutrina do jusnaturalismo jurídico.

A este fenômeno convém chamar mimetismo ideológico. A doutrina assume formas variadas, embora
seus cânones se mantenham. Ele ocorre pela falácia da composição: o ideólogo acusa o adversário de
atacar um valor legítimo quando o que ele ataca, em verdade, é apenas a ideologia. É o caso, por
exemplo, de o marxista relacionar com o fascismo tudo o que se opõe ao socialismo. Do mesmo modo, a
feminista acusa seus oponentes de violar a igualdade de direitos.

Algo a se observar é que dentre as premissas centrais das ideologias há o aspecto mitológico. Mitos são
alegorias utilizadas na história sagrada para contar acontecimentos primordiais e revelar o mistério da
criação de modo que o homem possa contemplá-lo ainda que setorialmente.[10] Dentro da ideologia,
funciona como fundamentação e exemplificação da ideia que se procura induzir, como o clássico trecho
do Manifesto do Partido Comunista:

A história de todas as sociedades até hoje existentes é a história da luta de classes[11]

Dependendo do grau de verossimilhança, isso se reflete em grandes falsificações da história (algumas


vezes com anacronismos grosseiros, como o Jesus socialista[12], o Platão Fascista ou o Aristóteles
individualista), procurando adequar os fatos às ideias. É uma interessante inversão da definição de
verdade. A verdade é a adequação do intelecto à realidade; a Ideologia é a adequação da realidade ao
intelecto.

A mencionada Teologia da Libertação é o caso mais notório de um empreendimento levado à cabo pelos
ideólogos com o objetivo de coadunar a ideologia e a religião, num sincretismo comparável a sentar Baal
à direita de Cristo na Santa Ceia. Ignorando o fato da ideologia imanente não poder englobar a
transcendência, – característica capital da religião – alguns ideólogos procuram sincretiza-lá afirmando
que os postulados encontrados nos livros sagrados são idênticos ou no mínimo identificáveis com os
postulados da ideologia. Um caso notório é a tentativa hercúlea de alguns partidários do anarquismo de
livre mercado (ou anarcocapitalismo), que tentam espremer a bíblia dentro do sistema da ética de
autopropriedade ou ainda da praxeologia, o que dá origem a pequenas aberrações. Basta atentar ao fato de
que os pseudo-religiosos dessa vertente não amam sua religião, mas seguem sua religião pois esta
“concorda” com sua ideologia, e assim não servem a um Deus, mas a si mesmos.

E servir a si mesmo – neste sentido – é imanentizar o eschaton.

O modo mais prático de se adequar a realidade ao que se quer é corromper sua interpretação. Assim surge
o aspecto linguístico da ideologia, a corrupção de termos: o significado das palavras sofre um processo de
sofisma e ganha o significado desejado segundo os interesses “do partido”. A esmagadora maioria dos
termos ideológicos é composta de palavras com notória pobreza de significado, denotando grave
deficiência dialética e grave deficiência moral.

Isso remonta a uma questão notória na filosofia, rastreável, pelo menos, até o século XV: o vasto
problema das definições, em que dez autores possuem dez significados diferentes para a mesma palavra
em dez cosmovisões conflitantes. O termo “liberdade” é um dos exemplos mais conhecidos.

Há ainda uma consequência linguística do mimetismo: usar os termos corrompidos como se fossem os
originais e acusar-se ataques desferidos contra o primeiro como se fossem pelo segundo. Um exemplo
notório é o anarco-capitalismo, ao corromper os conceitos de vida, propriedade, liberdade e etc.

Essa corrupção terminológica contribui para o anacronismo grosseiro cometido pelas ideologias.

Assim, não nos é estranha a massiva confusão em discussões de cunho ideológico, quando há partes
realmente contrárias Num estado normal, a massa mais inculta dos integrantes do “partido” tende a se
tornar cada vez mais agressiva a detratores e perder a capacidade de raciocínio não-ideológico. Neste
aspecto, a ideologia se torna uma cosmovisão deformada. Toda ideologia é uma cosmovisão, mas nem
toda cosmovisão é uma ideologia. Negando constantemente tudo que contraria sua amada crença e
procurando auto justificação, o círculo ideológico cria um campo fértil a doenças psicológicas. É bem
conhecido o surto de depressão pelo qual passamos, boa parte com raiz na constante não-aceitação da
realidade. Há ainda a “aberração da compreensão” identificada por Bernard Lonergan (1904-1984):

“Chamemos escotose a tal aberração da compreensão, e escotoma ao ponto cego resultante.


Fundamentalmente, a escotose é um processo inconsciente. Não surge em atos conscientes, mas na
censura que governa a emergência dos conteúdos psíquicos. Apesar de tudo, o processo integral não nos
está oculto, porque a exclusão meramente espontânea de intelecções indesejadas não é igual à série total
de eventualidades. Sobrevém intelecções antagônicas. Podem ser aceitas como corretas, mas apenas
para sofrerem o eclipse que a distorção origina, ao excluir as ulteriores questões relevantes. E ainda,
Podem ser rejeitadas como incorretas, como meras ideias brilhantes sem uma sólida fundamentação nos
fatos; e essa rejeição tende a estar associada à racionalização da escotose e a um esforço por acumular
provas a seu favor.”[13]

Aqui se encerram as considerações acerca da definição de ideologia e alguns de seus efeitos. É comum a
confusão entre ideologia e cosmovisão, ou a exaltação da ideologia como parte necessária da vida. Nada
disso é verdade. Há vida sem ideologias, como a vida religiosa. A ideologia é uma cópia apodrecida da
religião e procura aproximar-se desta de modo parasitário, mas nunca será como ela, visto sua essencial
diferença de propósito. A religião é transcendente e a ideologia imanente; não há paridade entre ambas, e,
enquanto a religião procura salvar almas, a ideologia explicitamente as planta na terra, tentando
transformar carne em espírito numa alquimia medonha.

Subsumir o pensamento aos termos de uma jaula ideológica é assassinar a própria capacidade cognitiva, e
não verificar suas premissas é colocar grilhões em si mesmo. Muitas pessoas não abandonam a ideologia
apenas por não conseguirem se livrar de suas definições primárias.

Tomemos o ensinamento dos antigos como exemplo, e não nos deixemos perverter por discursos
ideológicos. Tomemos apenas a verdade como substrato das ações, pois ela mesmo prometeu nos libertar.

Bibliografia

Althusser, Louis. Ideologia e Aparelhos Ideológicos do Estado. Tradução de Joaquim José de Moura
Ramos. 1º Edição, Lisboa, Presença/Martins Fontes, 1980

Dos Santos, M.F. Origem dos Grandes Erros Filosóficos, 1º edição, São Paulo, Matese, 1965

Eliade, Mircea. O Sagrado e o Profano. Tradução de Rogério Fernandes. 4º edição, São Paulo, Martins
Fontes, 2013.

Kirk, Russel. A Política da Prudência. Tradução de Gustavo Santos e Márcia Xavier de Brito. 1º edição,
São Paulo, É Realizações Editora, 2013.

Lonergan, Bernard. INSIGHT – Um Estudo do Conhecimento Humano. Tradução de Mendo Castro


Henriques e Arthur Mourão. 1º edição, São Paulo, É Realizações Editora, 2010

Marx, Karl. O Manifesto do Partido Comunista. Álvaro Pitta. 5º edição, São Paulo, Boitempo Editorial,
2007.

Platão. A República. Tradução e notas de Maria Helena da Rocha Pereira. 14º edição, Lisboa, Fundação
Calouste Gulbenkian, 2014
Voegelin, Eric. A Nova Ciência da Política. Tradução de José Viegas Filho. 2º Edição, Brasília, Editora
da Universidade de Brasília, 1982.

_____________. Reflexões Autobiográficas. Tradução de Maria Inês de Carvalho. 1º Edição, São Paulo,
É Realizações Editora, 2015.

_____________ .Helenismo, Roma e Cristianismo Primitivo – História das Idéias Políticas – Volume 1.
Tradução de Mendo Castro Henriques. 1º edição, São Paulo, É Realizações Editora, 2012.

[1] Origem dos grandes problemas filosóficos p.4

[2] A Política da Prudência p.94

[3] Na Ideologia Alemã, esta fórmula figura num contexto francamente positivista. A ideologia é
então concebida como pura ilusão, puro sonho, isto é, nada. Toda a sua realidade está fora de si própria.
É pensada como uma construção imaginária cujo estatuto é exatamente semelhante ao estatuto teórico
do sonho nos autores anteriores a Freud. Para estes autores, o sonho era o resultado puramente
imaginário, isto é, nulo, de “resíduos diurnos”, apresentados numa composição e numa ordem arbitrárias,
por vezes «invertidas», numa palavra, “na desordem”. Para eles, o Sonho era o imaginário vazio e nulo
“construído” arbitrariamente, ao acaso, com resíduos da única realidade cheia e positiva, a do dia. Tal é,
na Ideologia Alemã, o estatuto exato da filosofia e da ideologia (pois que nesta obra a filosofia é a
ideologia por excelência). Ideologia e Aparelhos Ideológicos do Estado p.73

[4] A ideologia é uma religião invertida, negando a doutrina cristã de salvação pela graça, após a morte, e
pondo em seu lugar a salvação coletiva, aqui na Terra, por meio da revolução e da violência. A ideologia
herda o fanatismo que, algumas vezes, afetou a fé religiosa e aplica essa crença intolerante a
preocupações seculares. A Política da Prudência p.95

[5] A Nova Ciência da Política p.87

[6] Ibidem, 87-88

[7] A República 332d

[8] Olavo de Carvalho, “A Natureza do Marxismo”, Jornal da Tarde, 18 de dezembro de 2003

[9] Estratégias das tesouras é uma tática partidária onde um mesmo partido ramifica-se em dois afim de
criar uma oposição simulada, onde não importando em quem o eleitorado vote, a agenda permanece
intacta.

[10] Para uma boa introdução aos mitos e a história sagrada, ver Mircea Eliade, “O Sagrado e o Profano”,
Tradução de Rogério Fernandes. 4º edição, São Paulo, Martins Fontes, 2013.

[11] Karl Marx, “O Manifesto do Partido Comunista”, Álvaro Pitta. 5º edição, São Paulo, Boitempo
Editorial, 2007.

[12] Para uma refutação do mito do Jesus Socialista, ver Eric Voegelin, “Helenismo, Roma e Cristianismo
Primitivo – História das Idéias Políticas – Volume 1”. Tradução de Mendo Castro Henriques. 1º edição,
São Paulo, É Realizações Editora, 2012.

[13] INSIGHT – Um Estudo do Conhecimento Humano p.204

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