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ANO X Nº 50 I SETEMBRO DE 2019 WWW.FUNDECITRUS.COM.

BR

SUCESSO DO
MANEJO EXTERNO
FAZENDAS QUE ESTENDERAM O CONTROLE DO GREENING PARA ALÉM
DE SUAS DIVISAS APRESENTAM DIMINUIÇÃO DA CAPTURA DO PSILÍDEO
2 REVISTA
futuras Sustentabilidade
é pensar nas gerações

O Fundecitrus ajuda a desenvolver e levar


para o campo as melhores práticas agrícolas.
Com isso, as famílias que vivem da citricultura tiram seu
sustento da terra e entregam os benefícios nutricionais
da fruta e do suco para os consumidores.

REVISTA 3
PALAVRA DO PRESIDENTE

Sustentabilidade em
seu sentido mais amplo
Lourival Carmo Monaco A citricultura é um bom exem- sociedade. O fator tempo infe-
Presidente do Fundecitrus plo de evolução dentro do agro- lizmente é escasso.
negócio, porém seus contornos As reportagens da revista Ci-
e oportunidades se alternam em tricultor mostram como usar os
adaptação às novas visões e neces- conhecimentos para preservar a
sidades. No momento, os esfor- citricultura. Depois de anos de tra-
ços se voltam à sustentabilidade, balho e divulgação, o manejo do
em seu sentido mais amplo. greening deixa os limites das pro-
Nossos citricultores, o Fundeci- priedades e passa a ser compromis-
trus e os centros de pesquisas sem- so com o entorno, pois a laranja, o
pre se destacaram pela capacidade limão e a tangerina fazem parte de
de trabalhar pela sustentabilidade nossa cultura e história.
econômica, colocando nossa ci- Temos a técnica e sabemos
tricultura entre as mais compe- como ser eficientes no controle
titivas do mundo. O que dava a do greening, mas ainda não al-
sensação de conforto e competên- cançamos a eficácia para excluir a
cia passa a ser desafiado por uma ameaça aos empregos de cerca de
revisão das estratégias diante de 350 municípios em São Paulo e
um mercado em busca de novo Minas Gerais. Tratando-se de do-
produto, seja de custo, de quali- ença que demanda pulverizações
dade, de segurança alimentar, do frequentes, temos que entender o
trabalhador e do meio ambiente. projeto como estratégia para mi-
Essa visão sempre esteve pre- nimizar as aplicações e as conse-
sente na cadeia produtiva e em quentes distorções sobre o uso de
nossa legislação moderna, mas defensivos. Nossa realidade é pro-
não exercitamos nossos olhares duzir mais com menos. A pesqui-
para um modelo mais integra- sa nos ensinará as melhores com-
do. Esse é o desafio que deman- binações para o melhor uso dos
da dedicação e envolvimento da instrumentos disponíveis.

4 REVISTA
ÍNDICE

MARIA CLARA EPIFANIA

A REVISTA CITRICULTOR é uma


ADRIANO CARVALHO
publicação de distribuição gratuita entre
citricultores, editada pelo Fundo de Defesa
da Citricultura - Fundecitrus:
Avenida Dr. Adhemar Pereira de Barros,
201 - Vila Melhado - Araraquara (SP)
CEP: 14807-040 - Nº ISSN: 23172525

Contatos

8 10
Telefones:
0800 112 155 e (16) 3301-7064

E-mail:
comunicacao@fundecitrus.com.br ENTREVISTA SAFRA 2019/20

JONAS NUNES TASSO


Pequenos Reestimativa
Website: www.fundecitrus.com.br
citricultores fazem indica
Jornalista responsável: consórcio para produção
Beatriz Flório (MTb 81.250/SP) realizar ações 0,12% menor,
Reportagem e edição: externas contra o de 388,42

12
Beatriz Flório e Rodrigo Brandão greening na região milhões de
(Rebeca Propaganda) de Bebedouro (SP) caixas
Projeto gráfico:
Valmir Campos ARQUIVO FUNDECITRUS
GREENING
Assistentes: Ações externas de manejo
Camila Souza e Tainá Caetano diminuem captura de psilídeos
Tiragem: no interior das fazendas
4,5 mil exemplares
ARQUIVO FUNDECITRUS

20
LEVANTAMENTO
Greening cresce pelo
segundo ano consecutivo
e chega a 19,02%
Assista aos vídeos com informações
sobre o trabalho do Fundecitrus
e sobre o setor.
PINTA PRETA E
Toda quarta-feira, às 15h, CANCRO CÍTRICO

24
em nosso canal, Manejo integrado
youtube.com/fundecitrus começa com o início
das chuvas

REVISTA 5
NOTAS Acesse o canal do Fundecitrus no
YouTube, com vídeos semanais
sobre o trabalho da instituição e
informações sobre o setor citrícola

BICHO-FURÃO

Manual para controle sustentável


O Fundecitrus lançou, durante o workshop “Citricultura sustentá-
vel e controle de doenças e pragas”, o manual de manejo do bicho-fu-
rão. O material foi desenvolvido em parceria com pesquisadores da
Esalq/USP e traz informações sobre a praga e seu controle sustentável
no campo. Para fazer o download, acesse fundecitrus.com.br/comuni-
cacao/manuais.

CAMILA SOUZA

FLÓRIDA (EUA)

Safra 2018/19
produziu 71,6
milhões de caixas
A safra de laranja 2018/19 da Fló-
rida (EUA) foi encerrada em 71,6
milhões de caixas de acordo com o
Departamento de Agricultura dos
Estados Unidos (USDA, em inglês).
Após a recuperação dos danos causa-
dos à safra 2017/18 pelo furacão Irma,
o número é próximo do total produ-
zido na temporada 2016/17, quando
o estado colheu 68,85 milhões de cai-
GREENING xas. A estimativa para a safra 2019/20
será divulgada em 10 de outubro.
Ciclo de encontros de manejo
ARQUIVO FUNDECITRUS

Começou em setembro e segue até novembro o ciclo de encontros


de manejo sustentável do greening, promovido pelo Fundecitrus nas
regiões de cobertura do sistema de Alerta Fitossanitário. Cada evento
terá uma apresentação sobre a situação da doença na regional, uma pa-
lestra sobre atualizações de porta-enxerto na citricultura e duas apre-
sentações das Empresas Amigas do Citricultor (Bayer CropScience,
Cocamar, FMC, Firmenich, Ihara, Koppert, UPL e Syngenta).
Os primeiros encontros aconteceram em São José do Rio Preto,
Matão, Avaré e Novo Horizonte. Os próximos serão em Monte Azul
Paulista (10/10), Duartina (24/10), Aguaí (29/10), Pirajuí (07/11), Mogi
Mirim (21/11). A participação é gratuita.

6 REVISTA
PARCERIA

Fundecitrus e Embrapa assinam acordo inédito de


cooperação para fortalecer pesquisas para a citricultura
ROBINSON CIPRIANO ESTAÇÃO EXPERIMENTAL DE CITRICULTURA DE BEBEDOURO - EECB

PRESIDENTE DO FUNDECITRUS
DURANTE ASSINATURA DO ACORDO
Fundecitrus e Embrapa assinaram um
acordo de cooperação, em julho, para for-
talecer pesquisas, desenvolvimento e trans-
ferência de tecnologia para a citricultura e
para unir esforços para a sustentabilidade da
cadeia produtiva, ampliando ainda mais a
parceria entre as instituições. O acordo, que
tem duração de 10 anos, prevê a implemen- De acordo com o presidente do Fun- ESTAÇÃO
tação de uma Unidade Mista de Pesquisa decitrus, Lourival Monaco, o acordo irá EXPERIMENTAL DE
e Transferência de Tecnologia (UMIPTT) fortalecer a citricultura e contribuir com a BEBEDOURO (SP),
e envolve ainda a Fundação de Pesquisas sustentabilidade do setor, principalmente ONDE A UMIPTT
Agroindustriais de Bebedouro (Fupab). na atuação com os pequenos produtores.
"O grande desafio que temos pela fren-
ATUA EM PARCERIA
Dentre os objetivos iniciais está o fo-
mento de projetos estratégicos para o con- te está ligado à sustentabilidade, e só por
trole do greening, como melhoramento meio da cooperação mútua entre as insti-
genético, práticas de controle do psilídeo e tuições e a iniciativa privada é que conse-
otimização do sistema de monitoramento guiremos encarar esse desafio e as exigên-
regional do inseto. cias do mercado", ressaltou.

WORKSHOP

Citricultura sustentável e
controle de doenças e pragas
O workshop “Citricultura sustentável e controle de doenças
e pragas”, promovido pelo Fundecitrus em julho, reuniu 138
profissionais do setor em sua sede, em Araraquara (SP). O even-
to contou com a presença de especialistas em sustentabilidade,
que abordaram o tema dentro de seus três aspectos: ambiental,
econômico e social. Também foram apresentados os dados do
levantamento de doenças 2019 [veja nas páginas 20 a 22]. Em
breve, todas as apresentações estarão disponíveis em youtube.
com/fundecitrus.

REVISTA 7
ENTREVISTA

Conscientização
e união
PEQUENOS CITRICULTORES FAZEM CONSÓRCIO
PARA REALIZAR AÇÕES EXTERNAS CONTRA O
GREENING EM TAQUARAL E TAIÚVA (SP)

E
m Taquaral e Taiúva (SP), correu mais de 17 mil hectares cia dentro da propriedade. E os
municípios da região de e erradicou 2.084 das 2.250 resultados de pesquisas do Fun-
Bebedouro, seis peque- árvores de citros sem controle decitrus mostravam a grande
nos citricultores se uniram e murtas encontradas, uma efi- importância dos focos externos
para realizar ações de com- ciência de 93%. do psilídeo. Então, para conse-
bate ao greening do lado de A ação foi liderada pelo en- guir abranger um raio maior de
fora de suas fazendas. Com o genheiro agrônomo Danilo atuação, de cinco quilômetros
apoio do Fundecitrus, que ce- Yamane e apoiada pelo gerente das fazendas, e para viabilizar
deu um funcionário para atuar agrícola José Carlos Benedito, economicamente, nós tenta-
nas visitas de conscientização que falaram à Citricultor sobre mos unir os produtores.
sobre a doença e importância o trabalho e seus resultados.
da citricultura e para realizar José Carlos: A gente traba-
as propostas de troca de plan- COMO SURGIU A INICIATIVA DE lha junto com o Fundecitrus
tas, os produtores dividiram FAZER A AÇÃO EXTERNA? há muitos anos, e em uma das
igualmente todos os gastos reuniões que eu tive lá em Ara-
– mão-de-obra do motosser- Danilo: A ideia começou tro- raquara [SP] foi a minha deci-
rista, mudas de frutíferas e or- cando informações com o Fun- são [para participar das ações
namentais, herbicida, aluguel decitrus, porque a gente fazia externas]. Dentro da fazenda
e manutenção de máquinas e um manejo intensivo do gree- [em Taquaral], são nove casas
combustível – e cada um co- ning, principalmente o controle e cada uma tinha dois ou três
laborou com R$ 1.300. Entre do psilídeo, e já não conseguía- pés de limão, e os funcionários
abril e maio, o consórcio per- mos aumentar muito a eficiên- não pulverizavam, então eu er-

8 REVISTA
e os produtores que não partici-

MARIA CLARA EPIFANIA


param também acabaram sen-
do beneficiados.

E COMO VOCÊS ENGAJARAM OS


CITRICULTORES QUE ACEITARAM
PARTICIPAR DO CONSÓRCIO?

Danilo: Nós criamos um


grupo no Whatsapp e íamos
sempre enviando informações
e fotos ilustrando as erradica-
ções, então todos permaneciam
informados e viam que o pro-
A INCIDÊNCIA DE jeto estava caminhando. Trans-
GREENING NA REGIÃO DE parência é o principal.
BEBEDOURO É DE 8,15%.
EM PROPRIEDADES EM QUANTO TEMPO VOCÊS
PEQUENAS (ATÉ 10 ESPERAM PERCEBER OS
MIL ÁRVORES), MAIS RESULTADOS DO TRABALHO
AFETADAS PELAS ÁREAS EXTERNO?
EXTERNAS DEVIDO AO
“EFEITO DE BORDA”, O José Carlos: Com a elimi-
ÍNDICE SOBE PARA 31% nação desses criadouros exter-
nos, com certeza a migração
de psilídeos para os pomares
tende a diminuir bastante. E
radiquei. Isso começou dentro PRÓPRIOS CITRICULTORES? como a gente tenta manter a
da fazenda. população do inseto baixa den-
José Carlos: Exatamente, tro da propriedade, com certeza
FOI FÁCIL REUNIR OS porque até então eram mais os vamos aumentar a eficiência do
CITRICULTORES DA REGIÃO? grandes produtores que esta- manejo interno.
vam fazendo essas ações.
Danilo: Eu acho que foi Danilo: Nós esperamos que
um dos maiores desafios, mas Danilo: A conscientização haja um benefício praticamen-
usamos principalmente a cons- envolve muito o lado econômi- te imediato. Porque pra nós,
cientização, porque muitos não co: o manejo externo representa que somos pequenos, a pro-
tinham consciência da impor- um valor sempre muito baixo priedade inteira funciona como
tância do manejo externo, en- em relação ao custo da fazen- se fosse uma borda, então o
tão nós trouxemos resultados da [com o manejo do grening] impacto das áreas externas é
de pesquisas do Fundecitrus e diante dos benefícios que a muito maior do que em uma
conseguimos conscientizar es- gente consegue. Principalmente fazenda grande, e esse é um dos
ses produtores. quando a gente se une, esse cus- fatores que contribui para a di-
to se torna extremamente baixo. ficuldade de manejo. Eu acho
ENTÃO ALÉM DO TRABALHO Então por isso eu acho que essa que essa é uma nova evolução
DE CONSCIENTIZAÇÃO DA conscientização foi a pedra fun- da citricultura, passando da efi-
POPULAÇÃO, PARA ACEITAR damental para que conseguísse- ciência do manejo interno para
A TROCA DAS PLANTAS, FOI mos ter êxito. Nós conseguimos o manejo regional e agora para
NECESSÁRIO CONSCIENTIZAR OS abranger uma área interessante, o manejo externo.

REVISTA 9
PRODUÇÃO DE LARANJA 2019/20

Safra é reestimada em
388,42 milhões de caixas
NÚMERO É 0,12% MENOR QUE O INICIAL, ESTIMADO EM MAIO

A
primeira reestimativa da solo, porém, a partir de maio,
safra de laranja 2019/20 mês em que a safra foi iniciada,
do cinturão citrícola de as precipitações se tornaram es- ACESSE O
São Paulo e Triângulo/Sudoeste cassas e deram lugar ao tempo RELATÓRIO
Mineiro, divulgada pelo Funde- mais seco. De acordo com dados COMPLETO
citrus em 10 de setembro, indica da Somar Meteorologia, o volu-
produção de 388,42 milhões de me total acumulado no cinturão
caixas de 40,8 kg. O número é no período de maio a agosto foi
0,12% menor do que o estimado de 111 milímetros, 32% abaixo riedades, o tamanho médio de
em maio, e somente a produção da média histórica (1981-2010). 260 frutos por caixa projetado
das variedades precoces foi rees- O índice de chuvas variou em maio permanece inalterado.
timada. A colheita das demais bastante entre as regiões: quanto Ao todo, cerca de 35% da safra
variedades está em fase inicial, mais ao norte do parque citríco- 2019/20 foi colhida. A colheita
por isso os dados ainda não são la, menores os volumes absolu- das variedades precoces está pra-
representativos para revisão. Da tos. Na comparação com a mé- ticamente encerrada.
safra total, cerca de 27,14 mi- dia histórica, as chuvas ficaram A projeção da taxa de queda
lhões de caixas deverão ser pro- dentro da normalidade somente de frutos subiu de 17,50% para
duzidas no Triângulo Mineiro. na região de Votuporanga, nas 17,60%, em média, conside-
demais foram observados des- rando todas as variedades. Esse
REGIME DE CHUVAS vios negativos. pequeno ajuste deve-se ao au-
mento observado na queda das
Durante os primeiros meses FRUTOS POR CAIXA E TAXA variedades Valência Americana,
do ano, as chuvas no cinturão DE QUEDA Seleta e Pineapple. A segunda
citrícola foram significativas e reestimativa será divulgada em
mantiveram boa umidade do Considerando todas as va- 10 de dezembro.

PRECIPITAÇÃO ACUMULADA DE MAIO A AGOSTO E MÉDIA HISTÓRICA

279
230
200
174 174 217
143 149
ml

119 121 121 120 176


82 132 144
99 116
83 95
67
33 37
TMG BEB ALT VOT SJO MAT DUA BRO PFE LIM AVA ITG
MÉDIA HISTÓRICA ACUMULADA FONTE: FUNDECITRUS A PARTIR DE SOMAR METEOROLOGIA E CLIMATEMPO

10 REVISTA
GREENING

Resultados do
manejo externo
ELIMINAÇÃO DE PLANTAS DE CITROS E MURTAS AO REDOR DE POMARES
COMERCIAIS DIMINUI A CAPTURA DE PSILÍDEOS DENTRO DAS FAZENDAS

A
ARQUIVO FUNDECITRUS

nálises feitas pelo Fundecitrus


em fazendas localizadas nas
regiões de Araraquara e Santa
Cruz do Rio Pardo para avaliar a influ-
ência das ações externas de manejo do
greening na captura de psilídeos no
interior das fazendas mostraram que
a eliminação de plantas de citros sem
controle e de murtas em um raio de
cinco quilômetros a partir das divisas
diminui drasticamente o número de
insetos capturados e evita a ocorrên-
cia de picos populacionais nas pro-
priedades mesmo que a população do
inseto aumente consideravelmente na
região. Os dados são dos anos de 2017
e 2018 e as fazendas foram escolhidas
devido à erradicação da maioria das
plantas localizadas nas áreas externas
e pelo rigor do manejo do greening
adotado internamente.
“Os resultados evidenciam a im-
portância do controle externo dentro
do manejo do greening, com a elimi-
nação de plantas fontes de inóculo ao
redor dos pomares de citros maneja-
dos”, avalia o engenheiro agrônomo
do Fundecitrus Arthur Tomaseto, res-
ponsável pelas análises.
De acordo com o engenheiro agrô-
nomo do Fundecitrus Ivaldo Sala, es-

12 REVISTA
REDUÇÃO DA CAPTURA DE PSILÍDEOS NAS FAZENDAS

Em 2017, primeiro ano de avaliação, é possível ob-


tes resultados já afetam os índices de servar picos populacionais do psilídeo nas fazendas
greening em fazendas paulistas. "Em na região de Araraquara e Santa Cruz do Rio Pardo
propriedades que adotam um manejo
(círculos nas linhas pretas), que ocorreram entre o
interno rigoroso e o controle de fontes
final do inverno e primavera. Em 2018, o aumento
de contaminação externas de greening,
observa-se a redução significativa da do número de plantas de citros e murtas eliminadas
incidência da doença", afirma. nos arredores da propriedade (movimento indicado
Nos últimos anos, pesquisas do pela flecha verde) resulta em diminuição da captura
Fundecitrus apontaram a influência de psilídeos no interior das fazendas (movimento in-
de plantas de citros sem o controle dicado pela flecha vermelha).
recomendado e de murtas localiza-
das nos arredores dos pomares co-
merciais sobre o interior dessas pro-
FAZENDA NA REGIÃO DE ARARAQUARA
priedades. Isso porque o psilídeo se
alimenta e se reproduz nessas plantas 1.00 7.500
Pico
e migra para as fazendas, mesmo que populacional
Quanto mais
plantas
elas realizem o manejo interno rigo- 0.80
de psilídeos
erradicadas, 6.000
roso. “Hoje não é mais possível limi- menos psilídeos
PSILÍDEOS/ARMADILHAS

PLANTAS ERRADICADAS
capturados nas
tar o controle do greening ao interior 0.60 fazendas
4.500
das propriedades. O psilídeo não res-
peita cercas”, diz Sala. 0.40 3.000

CONTROLE EXTERNO 0.20 1.500

O controle externo do greening ba- 0.00 0


seia-se na atuação sobre as fontes de
inóculo localizadas do lado de fora
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dos pomares comerciais, em um raio 2017 2018


de cinco quilômetros. Para plantas de
citros sem o manejo recomendado
e murtas existentes em locais como
quintais, calçadas, chácaras, ranchos,
FAZENDA NA REGIÃO DE SANTA CRUZ DO RIO PARDO
tanto na área rural como na área
urbana, é feita a proposta de subs- 0.12
Quanto mais
25.000
Pico plantas erradicadas,
tituição gratuita por outras espécies populacional de menos psilídeos
capturados nas
frutíferas ou ornamentais, que não psilídeos 20.000
PSILÍDEOS/ARMADILHAS

PLANTAS ERRADICADAS

0.09 fazendas
são atrativas ao psilídeo. Em diversas
15.000
áreas, citricultores vizinhos se unem 0.06
para realizar o mapeamento e substi- 10.000
tuição dessas plantas com o apoio do
0.03 5.000
Fundecitrus, que faz a intermediação
com o poder público e a conscien- 0.00 0
tização da população sobre o poder
destrutivo do greening, como a doen-
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ça pode comprometer a produção e 2017 2018


os empregos gerados pela citricultura
e sobre a importância da substituição PSILÍDEOS/ARMADILHAS NA FAZENDA PLANTAS ERRADICADAS NA REGIÃO

das árvores.

REVISTA 13
GREENING

PICOS POPULACIONAIS NA REGIÃO


FAZENDA NA REGIÃO DE ARARAQUARA NÃO AFETAM AS FAZENDAS

0.80 Em 2017, ano em que as ações


Pico populacional
externas ainda estavam em fase
Pico populacional na região na região não afeta inicial em ambas as fazendas,
PSILÍDEOS/ARMADILHAS

afeta a fazenda antes do a fazenda depois


0.60 manejo externo quando há picos populacionais
do manejo externo
de psilídeos nas regiões, as arma-
0.40
dilhas internas também detectam
aumento da captura do inseto
(flecha vermelha). Em 2018, com
0.20 a intensificação do número de
plantas erradicadas, é possível
verificar que os picos populacio-
0.00 nais do psilídeo na região não
interferem e não são observados
nas fazendas (flecha verde), sem
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2017 2018 aumento na captura do inseto.


Vale ressaltar que as capturas nas
respectivas regiões (linhas cinzas)
não foram influenciadas pelas er-
radicações de plantas por estarem
FAZENDA NA REGIÃO DE SANTA CRUZ DO RIO PARDO alocadas sempre em quintais ou
propriedades sem manejo, sendo
0.50 dependentes exclusivamente das
Pico populacional na região influências climáticas e do fluxo
afeta a fazenda antes do Pico populacional
0.40 manejo externo na região não afeta vegetativo das plantas de citros.
a fazenda depois Além da diminuição do nú-
PSILÍDEOS/ARMADILHAS

do manejo externo
0.30
mero de psilídeos capturados,
verificou-se também redução
da porcentagem de armadilhas
0.20
com captura.

0.10

0.00
EM TODO O PARQUE
CITRÍCOLA, GRUPOS
MAR

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DEZ

DEZ
SET

SET
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JUL
FEV

2017 2018
FORMADOS POR
CITRICULTORES E
PSILÍDEOS/ARMADILHAS NA REGIÃO PSILÍDEOS/ARMADILHAS NA FAZENDA FUNDECITRUS TÊM
REALIZADO AÇÕES EXTERNAS
DE MANEJO DO GREENING
NAS ÁREAS RURAL E URBANA.
MAIS DE 341 MIL PLANTAS
JÁ FORAM SUBSTITUÍDAS. NA
FOTO, AÇÃO EM MONTE AZUL
PAULISTA (SP)

14 REVISTA
SALDO POSITIVO

No ano passado, o Fundecitrus


lançou o programa integrado de
combate ao greening #unidoscon-
traogreening, com foco no manejo
externo da doença, principalmente
nas áreas do parque citrícola de São
Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro
com maiores incidências.
De agosto de 2018 a agosto de
2019, equipes de trabalho formadas
por citricultores e Fundecitrus percor-
reram mais de 1 milhão de hectares,
o que corresponde a 46,7% da área
programada. Foram substituídas 341
mil plantas de citros e murtas, com
uma eficiência de aproximadamente
90%, e cerca de 250 mil plantas foram
eliminadas de pomares abandonados.
Em fazendas com o controle interno
e externo rigoroso do greening, houve
diminuição de 68% da população de
psilídeos de 2017 para 2018.

ARQUIVO FUNDECITRUS

REVISTA 15
GREENING

Prevenção das infecções


vindas de áreas externas
PROJETO BUSCA VALIDAR FORA DA FAZENDA
PACOTE DE MANEJO REDUÇÃO DA CHEGADA DO PSILÍDEO NO POMAR
INTEGRADO PARA REDUZIR
TRANSMISSÃO DO GREENING Protocolo de liberação de Tamarixia radiata

POR PSILÍDEOS QUE VÊM DE Momento para o controle regional do psilídeo


FORA DOS POMARES baseado no clima e na dinâmica de brotação
das plantas nos pomares não comerciais

D
INFECÇÕES esde maio, o Fundecitrus tra- pesquisadores do Fundecitrus, da
PRIMÁRIAS SÃO balha em pesquisas que ava- Escola Superior de Agricultura “Luiz
CAUSADAS POR liam a viabilidade técnica e de Queiroz” (Esalq/USP), do Centro
PSILÍDEOS QUE econômica de medidas de manejo in- de Estudos Avançados em Economia
ADQUIREM A tegrado para a diminuição das infec- Aplicada (Cepea/USP) e da Embrapa
BACTÉRIA DO ções primárias do greening, oriundas Mandioca e Fruticultura.
GREENING FORA de psilídeos que se contaminam em De acordo com o pesquisador do
DOS POMARES plantas doentes de fora dos pomares Fundecitrus Renato Bassanezi, res-
COMERCIAIS comerciais. O objetivo é obter um pa- ponsável pelo projeto, espera-se apri-
cote de técnicas e ações que possam morar a curto e médio prazo o ma-
ser recomendadas aos citricultores, nejo do greening para prevenção das
uma vez que as infecções primárias infecções primárias enquanto méto-
do greening são de difícil prevenção e dos curativos ou plantas resistentes à
não são completamente evitadas com bactéria ou repelentes ao psilídeo não
apenas uma medida de controle. estejam disponíveis. “Esse aprimora-
O projeto será financiado pela mento é essencial para a continuida-
Fundação de Amparo à Pesquisa de da citricultura paulista e nacional
do Estado de São Paulo (Fapesp). A no nível de competitividade e eficiên-
duração será de cinco anos e os tra- cia em que se encontra”, diz. “As ino-
balhos serão desenvolvidos por 12 vações avaliadas e validadas poderão

16 REVISTA
COMO SERÁ O PROJETO?

Avaliação Análise
custo- Pacote de
técnica e manejo
validação benefício
das medidas integrado
das medidas do greening
de manejo de manejo

DENTRO DA FAZENDA

REDUÇÃO DA PENETRAÇÃO DO PSILÍDEO NO POMAR REDUÇÃO DA TRANSMISSÃO DA BACTÉRIA

Plantio-isca na periferia dos pomares Caulim processado

Direção e densidade de plantio na Compostos repelentes ao psilídeo


faixa de borda

Erradicação ou não de plantas doentes na borda Uniformidade da brotação por poda e/ou
associada ao controle frequente do psilídeo combinação copa/porta-enxerto

Frequência de aplicação de inseticidas em


Pulverização de entorno de talhão função do estádio vegetativo

Largura da faixa de borda para pulverização Pulverização em área total x em ruas


mais frequente alternadas

ser imediatamente aplicadas no cam- No interior das fazendas, o foco MEDIDAS DE


po, inclusive por pequenos e médios são as ações aplicadas na faixa de MANEJO TERÃO
citricultores, reduzindo o impacto borda (primeiros 100 m dos talhões VIABILIDADE TÉCNICA
social da doença com a permanência localizados na divisa das proprie- E ECONÔMICA
destes na atividade”, completa. dades), local onde o psilídeo prefe- AVALIADAS
rencialmente se concentra ao chegar
FORA E DENTRO DAS FAZENDAS no pomar. Serão avaliadas medidas
para impedir a dispersão dos insetos
As medidas de controle testadas e seu acesso e alimentação nas plan-
no projeto serão para aplicação fora tas de citros, dentre elas plantio-isca
e dentro dos pomares. Nos arredores de murta e curry (ambas atrativas
das fazendas, serão avaliadas técnicas ao psilídeo); direção e densidade de
que podem ser aplicadas diretamen- plantio dos talhões de borda; mo-
te no controle das fontes de inóculo, mento, frequência e largura de faixa
como a elaboração de um protocolo mais adequados para o controle do
efetivo de liberação de Tamarixia ra- inseto vetor; uniformidade de brota-
diata, inimigo natural do psilídeo, e ções modelada por poda ou combi-
a previsão de risco de infecções base- nação copa/porta-enxerto; e uso do
ada no clima e na dinâmica de bro- caulim processado e de compostos
tação das plantas externas ao pomar. voláteis repelentes ao psilídeo.

REVISTA 17
C. E. FUNDECITRUS

TAINÁ CAETANO
FUNCIONÁRIOS DO FUNDECITRUS, DE FORMA VOLUNTÁRIA, REVITALIZAM
HORTA DE CENTRO EDUCACIONAL LIGADO À INSTITUIÇÃO

O
trabalho voluntário de fun- dável. “As crianças não comem ver-
cionários do Fundecitrus re- duras e legumes, mas a merendeira
vitalizou a horta do Centro observou que quando é plantado
de Educação (C.E.) Fundecitrus, em aqui, eles [estudantes] ficam mais
Araraquara (SP), que atende cerca de eufóricos, e a partir daí esse hábito
270 crianças de seis a 14 anos no con- alimentar pode mudar”, diz.
traturno escolar. Na primeira etapa, Para os funcionários do Funde-
realizada em junho, foram recupera- citrus, a ação foi gratificante. “Pu-
ASSISTA AO das as condições de plantio, com adu- demos interagir com a escola e tra-
VÍDEO DA AÇÃO bação do terreno e reestruturação dos zer não só a possibilidade de uma
canteiros. Em agosto, os próprios alu- alimentação mais saudável para as
nos ajudaram a plantar as sementes crianças, mas também a importância
e mudas de temperos, legumes e ver- da sustentabilidade e do meio am-
duras doadas pelo Fundecitrus. Toda biente”, comenta a analista de pes-
a produção será utilizada no preparo quisa Rosangela Kishi.
das refeições servidas diariamente aos O C.E. Fundecitrus foi criado há
estudantes e a horta também será usa- mais de 20 anos e fica em um ter-
da na oficina de educação ambiental. reno que pertence ao Fundecitrus.
A coordenadora do C.E. Funde- A instituição oferece à escola supor-
citrus, Rosângela Gonçalves, destaca te para melhoria da infraestrutura,
que, além de envolver os alunos no com reformas e consertos, doação de
“plantar, cuidar e colher”, a ação es- equipamentos e materiais, palestras
timula uma alimentação mais sau- e campanhas em prol dos alunos.

18 REVISTA
LEVANTAMENTO 0,31%
TRIÂNGULO MINEIRO
SEVERO

1,64%

NÍVEL DE SEVERIDADE
VOTUPORANGA 5,02% 8,15%
S. J. RIO PRETO 12,20% INTERMEDIÁRIO

BEBEDOURO ALTINÓPOLIS
17,29%
26,67%
MATÃO INICIAL
PORTO FERREIRA
32,43% 55,10%
DUARTINA BROTAS 48,30%
LIMEIRA
10,77%
AVARÉ
INCIDÊNCIA DE 1,09%
GREENING POR REGIÃO ITAPETININGA

Greening continua aumentando e


atinge 19% das laranjeiras de SP e MG
INCIDÊNCIA É 4,8% SUPERIOR À DE 2018; CONTROLE RIGOROSO, DENTRO
E FORA DAS FAZENDAS, SEGUE COMO PRINCIPAL RECOMENDAÇÃO

O
levantamento de doen- sar que atingimos um patamar O maior aumento da doen-
ças 2019 realizado pelo alto e que precisamos, de fato, ça ocorreu em Limeira e foi de
Fundecitrus mostra que impedir essa tendência de au- 42% (de 34,01% em 2018 para
o greening está presente em mento da doença, por isso o 48,30% em 2019). A doença
19,02% das laranjeiras do cintu- controle rígido deve continu- cresceu também nas regiões de
rão citrícola de São Paulo e Tri- ar, dentro e fora das fazendas, Altinópolis (+21%), Bebedouro
ângulo/Sudoeste Mineiro, o que para que o índice diminua nos (+20%) e São José do Rio Preto
corresponde a aproximadamen- próximos anos”, afirma. “A si- (+34%). Em Avaré, o índice é
te 37 milhões de árvores sinto- tuação é preocupante, princi- praticamente o mesmo do ano
máticas. É o segundo ano conse- palmente para os pequenos e anterior (11%). Pelo segundo
cutivo de crescimento: o índice médios citricultores localizados ano consecutivo, a incidência
é 4,8% maior do que o de 2018, nas regiões de maior incidên- caiu em Matão (-6%), Votupo-
estimado em 18,15%; em 2017 cia”, destaca (veja na pág. 22). ranga (-16%) e Itapetininga (-
a incidência era de 16,73%. As regiões com maiores inci- 37%) (veja o mapa acima).
De acordo com o gerente-geral dências de greening são Brotas “No entanto, não podemos
do Fundecitrus, Juliano Ayres, (55,10%), Limeira (48,30%), nos iludir com a falsa ideia de
o número indica tendência de Duartina (32,43%), Porto Ferrei- que a doença diminuiu ou se
crescimento. “É importante fri- ra (26,67%) e Matão (17,29%). estabilizou em alguns locais,

20 REVISTA
POMARES MAIS VELHOS TÊM INCIDÊNCIAS MAIORES

Nos pomares mais velhos a das propriedades é preocupante, tem permitido índices de greening
incidência de greening aumentou pois não permite que a incidência bem abaixo dos verificados em ou-
(veja o gráfico abaixo). da doença abaixe nos próximos tras regiões citrícolas do mundo,
“Esses resultados indicam que anos, o que resultará no aumento mas é necessário cumpri-lo à ris-
os produtores têm tido um maior da severidade dos sintomas, com ca. “Somos a única citricultura no
rigor no controle do greening nos agravamento das perdas de pro- mundo que se mantém competiti-
pomares jovens e menor rigor na dução e qualidade do suco, além va, com alta produtividade, na pre-
eliminação de plantas doentes nos de maiores riscos na implantação sença do greening. Com a adoção
pomares adultos”, explica o pes- de novos pomares”, alerta. rigorosa de todas as práticas de
quisador Renato Bassanezi. “A in- De acordo com o gerente-geral manejo que temos à disposição,
terrupção da eliminação de plantas do Fundecitrus, a instituição desen- graças à pesquisa, é possível con-
adultas com sintomas em parte volveu um pacote de manejo que trolar a doença”, diz Ayres.

30% INCIDÊNCIA DE GREENING POR GRUPO DE IDADE


26,26%
24,71% 24,99%
25%
(% das árvores sintomáticas)

22,99%

20%
19,21% 19,91%
18,70%
18,01%

15,88%
15,15%
15%

10% 9,09%
8,19% 8,44%
7,69%
6,50%
5%

2,29% 2,69% 2,46%


1,46%
1,13%
2015 2016 2017 2018 2019 2015 2016 2017 2018 201 9 2015 2016 2017 2018 201 9 2015 2016 2017 2018 201 9
0%
0 a 2 anos 3 a 5 anos 6 a 10 anos Acima de 10 anos

pois isso pode ser explicado midades norte e sul, a doença é para a implantação de novos po-
pelo maior plantio ou pela erra- encontrada em índices mais bai- mares. “A recomendação é que
dicação de pomares menos pro- xos. Isso deve-se principalmente os produtores busquem áreas
dutivos na região”, alerta Ayres. à temperatura: as altas tempera- com menores incidências para
“Vale lembrar que depois que turas observadas no Centro fa- iniciar novos plantios. É mais
uma árvore é contaminada não vorecem o desenvolvimento do difícil controlar o greening em
há cura, e a severidade dos sin- psilídeo e também a proliferação áreas com altos índices da doen-
tomas só aumenta com o passar da bactéria que causa o greening. ça por causa da forte pressão que
dos anos”, ressalta. Em locais do Norte, Noroeste e os psilídeos [inseto transmissor
Sudoeste ocorre o oposto: as tem- do greening] contaminados da
SITUAÇÃO CRÍTICA NA REGIÃO peraturas são menos favoráveis região podem exercer sobre o
CENTRAL para o inseto e para a bactéria. pomar”, explica. “O risco de se
De acordo com o pesquisador inviabilizar o negócio devido à
O mapa de incidência mostra do Fundecitrus Renato Bassane- incidência alta de greening em
que a região central do cinturão zi, essas informações são impor- um pomar novo plantado em
citrícola apresenta os maiores ín- tantes para guiar os citricultores uma região com alto índice da
dices de greening e que, nas extre- na escolha das melhores regiões doença é grande”, completa.

REVISTA 21
LEVANTAMENTO
POMARES MENORES SÃO OS MAIS AFETADOS
A incidência cresceu em poma- localizados nos 100 primeiros que a doença não inviabilize a
res menores: propriedades com até metros a partir da divisa das pro- produção e não ameace a con-
10 mil plantas apresentam 47,49% priedades: é neles que a maior tinuidade deles na citricultura”,
de árvores doentes, e proprieda- parte dos psilídeos vindos de fora enfatiza Ayres. “Nesse sentido, o
des com 10,1 mil a 100 mil plantas, dos pomares comerciais se insta- Fundecitrus tem investido na cria-
31,10% (veja o gráfico abaixo). “Es- la. Nas propriedades menores, a ção de convênios para realização
ses números são altíssimos e preo- maioria das plantas se encontra conjunta do controle externo,
cupantes”, comenta Ayres. na faixa de borda. “É necessário para a adoção das técnicas de
Isso é explicado principalmen- intensificar as ações para ajudar manejo integrado e para transfe-
te pelo chamado “efeito de bor- os pequenos e médios citricul- rência de novas tecnologias a es-
da”, que se refere aos talhões tores a controlar o greening para ses produtores”, pontua.

50% 47,49% INCIDÊNCIA DE GREENING POR FAIXA DE TAMANHO DA PROPRIEDADE


45%
(% das árvores sintomáticas)

40%

35%
35% 34%
31% 31%
31,10%
30% 29% 29%

25%
22%
21%
20% 18%
17% 16,17%
15% 15%
15%
10,23%
10%
10% 8%
6%
5%
5%

2015 2016 2017 2018 2019 2015 2016 2017 2018 201 9 2015 2016 2017 2018 201 9 2015 2016 2017 2018 201 9
0%
Até 10 mil árvores 10.1 a 100 mil árvores 100.1 a 200 mil árvores Acima de 200 mil árvores
(até 21 hectares estimados) (21,1 a 210 hectares estimados) (210,1 a 420 hectares (acima de 420 hectares
estimados) estimados)

O efeito do tamanho da pro-


priedade na incidência da doença
INCIDÊNCIA DE GREENING
EM PROPRIEDADES COM TMG
ocorreu em todas as regiões: o ín- 4,5%
dice é sempre maior em fazendas ATÉ 10 MIL ÁRVORES
pequenas, chegando a 74,44% em
Limeira e a 75,8% em Matão, que VOT
ficam na região central do cintu- 4,33% SJO BEB ALT
rão, a mais afetada (veja o mapa ao 23,6% 31,69% 25,96%
lado). “O manejo regional, por meio
do sistema de Alerta Fitossanitário MAT PFE
do Fundecitrus, é uma ferramenta 75,8% 48,44%
fundamental para minimizar o efei- DUA BRO
to de borda, pois quando diversas 69,23% LIM
60,76% 74,44%
propriedades pequenas realizam o Incidência (%)
controle simultâneo é como se elas 0,00 - 6,47
AVA
se tornassem uma só grande pro- 6,48 - 18,69 52,07%
priedade, com ampliação da pro- 18,70 - 27,07 ITG
teção contra o psilídeo”, explica o 27,08 - 51,00 9,64%
gerente-geral do Fundecitrus. 51,01 - 76,00

22 REVISTA
CANCRO CRESCE
E CVC SEGUE CONTROLADA
MANEJO INTEGRADO DEVE SER ADOTADO PARA EVITAR DANOS POR
CANCRO CÍTRICO; CVC NÃO DEVE CAUSAR PERDAS SIGNIFICATIVAS

O
cancro cítrico está presen- presença de lesões em frutos e a re- AUMENTO DO
te em 15,01% das árvores dução na produção pela queda pre- CANCRO CÍTRICO ERA
do cinturão citrícola de São matura das frutas. ESPERADO PELO FIM
Paulo e Triângulo/Sudoeste Minei- A incidência da CVC no parque DO PROGRAMA DE
ro, número 28% superior ao índice citrícola passou de 1,30%, em 2018, ERRADICAÇÃO, QUE
de 2018, de 11,71%. O aumento era para 1,71%, em 2019, mas o aumen- LEVOU À ADOÇÃO DO
esperado depois que São Paulo dei- to não é considerado significativo, e o SMR POR SP, EM 2017
xou de exigir a erradicação de plantas índice permanece baixíssimo, princi-
doentes e adotou o status fitossani- palmente quando comparado com a
tário de Área Sob Mitigação de Ris- década passada, quando a incidência
co (SMR), em 2017, que permite a da doença estava acima de 40%, o que
manutenção de plantas sintomáticas mostra que as medidas de manejo de-
nos pomares. A recomendação é que senvolvidas pela pesquisa têm sido
os citricultores adotem as medidas eficientes – as perdas por CVC devem
de manejo integrado para evitar a ser muito limitadas nesta safra.

INCIDÊNCIA DE CANCRO CÍTRICO E CVC POR REGIÃO (%)


TRIÂNGULO MINEIRO
BEBEDOURO
VOTUPORANGA
CC CVC
CC CVC
CC CVC 4,22 0,96 ALTINÓPOLIS
24,18 2,22
71,43 7,99 CC CVC
0,38 1,74
SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

CC CVC TMG PORTO FERREIRA

39,32 3,31 CC CVC


VOT
0,66 1,74
MATÃO SJO BEB ALT BROTAS
CC CVC
29,31 1,42 MAT CC CVC
PFE
3,59 0,78
DUA BRO
LIM
DUARTINA
LIMEIRA
CC CVC AVA
CC CVC
18,62 0,28 4,05 3,84
ITAPETININGA ITG
AVARÉ
CC CVC CC CVC
0,38 0,00 1,38 0,32

REVISTA 23
PINTA PRETA E CANCRO CÍTRICO

Início do controle
de doenças na
FRUTIFICAÇÃO
RECOMENDAÇÕES GARANTEM EFICIÊNCIA DAS APLICAÇÕES

N
os meses de setembro e outu- lado). Vale lembrar que somente o
bro, com o começo das chu- cobre não é suficiente para controlar
vas no estado de São Paulo, a pinta preta em pomares adultos,
se inicia também o manejo conjun- uma vez que sua eficiência para a
to para pinta preta e cancro cítrico. doença é de 50-70%, enquanto a da
O controle começa com aplicações estrobilurina pode atingir 95%. No
de cobre na fase pós-florada e, ge- entanto, a combinação desses dois
ralmente em meados de novembro, produtos e o uso moderado da estro-
a pinta preta deve ser controlada bilurina são importantes para evitar
com estrobilurina (veja na tabela ao resistência do fungo.

24 REVISTA
CONTROLE DE PINTA PRETA E CANCRO CÍTRICO
É NECESSÁRIO PERÍODO PRODUTO E USO DOSE INTERVALO
CUIDADO COM O
USO EXCESSIVO DE Setembro a outubro Cobre - pinta preta e cancro cítrico 30-40 mg/m3 14 a 21 dias
ESTROBILURINA PARA Cobre - pinta preta e cancro cítrico 30-40 mg/m3 14 a 21 dias
EVITAR SELEÇÃO DE Novembro a (até fruto atingir 50 mm)
FUNGOS RESISTENTES. janeiro/fevereiro
A RECOMENDAÇÃO Estrobilurina - pinta preta 2,8 mg/m3 35 a 42 dias
É NÃO A UTILIZAR
Estrobilurina - pinta preta 2,8 mg/m3 35 a 42 dias
EM MAIS DE TRÊS (variedades meia-estação e tardias)
APLICAÇÕES POR Março
SAFRA *Cobre - somente se houver frutos
30-40 mg/m3 14 a 21 dias
suscetíveis ao cancro (<50 mm)

ÓLEO MINERAL Estrobilurina - pinta preta (tardias) 2,8 mg/m3 35 a 42 dias


OU VEGETAL DEVE
SER USADO NA Abril *Cobre - somente se houver frutos
suscetíveis ao cancro (<50 mm) 30-40 mg/m3 14 a 21 dias
DOSE DE ATÉ 0,25%
PARA PINTA PRETA, Estrobilurina - pinta preta (tardias)
PRINCIPALMENTE Se chover, proteger talhões que 2,8 mg/m3 35 a 42 dias
EM POMARES Após abril serão colhidos após dezembro/
MAIS VELHOS NAS com florada secundária
VARIEDADES MEIA-
ESTAÇÃO E TARDIAS. Volume de calda Velocidade Regulagem e
EM POMARES pinta/cancro: de aplicação: calibragem:
MAIS NOVOS E DE
VARIEDADES MAIS 75 mL/m³ de copa Frutas indústria: até 4,5 km/h Gotas de ~150 micra
PRECOCES, A DOSE In natura: 2,5 a 4,0 km/h Pressão de 100 a 200 psi
DE ÓLEO PODE SER
*Utilize o Sistema de Pulverização Integrado do Fundecitrus (SPIF) para calcular
REDUZIDA
volume de calda e fazer a regulagem dos equipamentos

ERROS NO CONTROLE

O Fundecitrus listou os sete principais erros observados durante o manejo da pinta preta que podem
comprometer o controle eficiente da doença e devem ser corrigidos:

4
Intervalos Redução Pulverização de Pomares

2 6
muito da dose de cobre isolado não podados
longos fungicidas ou ao invés de sem espaço
entre as substituição estrobilurina em suficiente nas
aplicações do óleo sem Pulverizadores pomares adultos entrelinhas para

1
critérios inadequados e em período de Volume a passagem do
Encerramento

3
para o pomar e chuvas intensas de calda pulverizador
das aplicações

5 7
incorretamente incorreto e alta
precocemente
calibrados e velocidade de
regulados aplicação

REVISTA 25
MANCHA MARROM DE ALTERNARIA

PERDA DE EFICIÊNCIA DAS


ESTROBILURINAS
FUNGO RESISTENTE É ENCONTRADO PELA
PRIMEIRA VEZ EM POMARES PAULISTAS

P
opulações do fungo causa-
dor da mancha marrom de
alternaria resistentes às es-
NAS ÁREAS
trobilurinas, um dos grupos quí-
COM
micos mais eficazes e o mais uti-
RESISTÊNCIA,

ARQUIVO FUNDECITRUS
lizado no Brasil para o controle
MANEJO DEVE
da doença, foram identificadas
em pomares de tangerina no es- SER FEITO COM
tado de São Paulo. A descoberta, FUNGICIDAS À
feita por pesquisadores do Fun- BASE DE COBRE
decitrus, Instituto Biológico (IB) E TRIAZÓIS
e Escola Superior de Agricultura
“Luiz de Queiroz” (Esalq/USP),
indica perda de eficiência das es-
trobilurinas e a necessidade de
mudanças no manejo. os fungicidas à base de cobre e importante que os citricultores
A mancha marrom de alter- os triazóis apresentam registro adotem medidas para evitar a
naria causa desfolha, seca de ra- no Ministério da Agricultura, resistência do fungo, como re-
mos, queda prematura e depre- Pecuária e Abastecimento para duzir o número de aplicações
ciação dos frutos. A tangerina o controle do fungo Alternaria com estrobilurinas [no máximo
Ponkan e o tangor Murcott, que em citros e podem ser usados três por safra] e fazer a rotação,
ocupam 90% dos 12 mil hecta- nas áreas onde há resistência. alternância ou mistura de gru-
res com tangerinas e híbridos “Esses produtos devem ser utili- pos químicos de fungicidas no
no parque citrícola paulista, zados nas doses e intervalos re- controle das diferentes doenças
são geralmente muito afetados comendados e restritos às épo- causadas por fungos ao longo
pela doença. De acordo com a cas críticas para a ocorrência da da safra”, pontua.
professora da Esalq/USP Lilian doença”, orienta. Os citricultores devem op-
Amorim, o fungo resistente já Segundo o pesquisador do IB tar pelo manejo integrado da
foi encontrado em Bariri, Buri, Eduardo Feichtenberger, o uso mancha marrom de alterna-
Conchal, Paranapanema, Por- de fungicidas à base de cobre ria, que inclui ainda plantio de
to Feliz, Pratânia, São Pedro deve ser feito preventivamen- mudas sadias e de variedades
do Turvo, Socorro e Ubirajara, te e em intervalos mais curtos, resistentes e poda de limpeza e
embora o levantamento ainda uma vez que não apresentam aeração, bem como evitar adu-
esteja em andamento. ação sistêmica e os tecidos jo- bação pesada de nitrogênio,
O pesquisador do Funde- vens (brotações e frutos) geral- plantios muito adensados e
citrus Geraldo Silva Jr. ressalta mente se desenvolvem muito áreas com clima muito favorá-
que, além das estrobilurinas, rápido. “Nas demais regiões, é vel para o fungo.

26 REVISTA
DIVULGUE ESSA Está aberto o processo de seleção para contratação
dos profissionais que irão visitar as fazendas para
OPORTUNIDADE atualização do inventário de árvores e elaboração da
estimativa de produção de laranja da próxima safra
(2020/2021) do cinturão citrícola de São Paulo e
Triângulo e Sudoeste Mineiro.

Vagas de Ajude na divulgação das novas vagas.

emprego Para concorrer, o candidato deve preencher os


seguintes requisitos:

para a • Formação na área agrícola (técnico ou superior)


• Residir preferencialmente no interior de São

Pesquisa de Paulo ou Sudoeste de Minas Gerais


• Disponibilidade para viajar

Estimativa • CNH categoria B definitiva com prática em estrada


de terra

de Safra A contratação será feita pela empresa WCA de


Araraquara (SP). Os interessados devem enviar currículo
para o e-mail pes@wcabrasil.com.br.
Mais informações: (16) 3335-5333.

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