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Resumo: A obra filosófica e teológica de Santo Tomás prestou um grandioso serviço a toda a
Igreja. João Paulo II, em diversas ocasiões, expressou a gratidão e o
reconhecimento que lhe são devidos por justiça e, como já tantas vezes fizeram
seus predecessores, convidou aqueles que cultivam as ciências sagradas, e também
outros estudiosos, a dirigirem seus próprios passos sobre o caminho sólido e
seguro traçado pelo Aquinate.
Palavras-chave: Tomás de Aquino, João Paulo II, Tomismo, Magistério da Igreja.
Abstract: St. Thomas Aquinas’s philosophical and theological work has been of enormous
service to the entire Church. John Paul II has on several occasions expressed the
gratitude and recognition owed in justice to Aquinas and encouraged, as his
predecessors had done many times before, those who cultivate the sacred sciences
(as well as other scholars) to guide their own steps by the sound and safe path
outlined by Aquinas.
Keywords: Thomas Aquinas, John Paul II, Thomism, Magisterium of the Church.
2
JOÃO PAULO II. Discurso, 13 de setembro de 1980. In Insegnamenti di Giovanni Paolo II,
III, 2 (1980), p. 605.
3
Discurso, 17 de novembro de1979. In Insegnamenti di Giovanni Paolo II, II, 2 (1979), p.
1183.
4
Ibid.
5
Ibid., pp. 1183 e 1184.
6
Ibid., p. 1181.
7
Discurso, 13 se setembro de 1980. Cit., p. 607.
8
Discurso, 17 de novembro de 1979. Cit., p. 1184.
9
Ibid.
10
Ibid.
11
Discurso, 13 de março de 1980. Cit., p. 607.
12
Discurso, 28 de março de1981. In Insegnamenti di Giovanni Paolo II, IV, 1 (1981), p. 797.
13
Discurso, 13 de setembro de 1980. Cit., p. 607.
14
SANTO TOMÁS DE AQUINO, Super Iob, I, lect. 1, n. 33.
15
Discurso, 13 de setembro de 1980. Cit., p. 607.
16
Ibid., p. 608.
17
Ibid.
observa mais as suas intenções que o teor literal das expressões lingüísticas18. A
mesma postura do Doutor Angélico se manifesta no estudo dos grandes
Padres e dos Doutores da Igreja: ele procura sempre encontrar o acordo, mais
na plenitude da verdade que possuem como cristãos, do que no modo, diverso
do seu, com que se exprimem”19. Tudo isto naturalmente não o impedia “de
ser sinceramente crítico, toda vez que sentia dever fazê-lo, e o fez
corajosamente em muitos casos”20.
Pela capacidade de acolher o que de verdade se encontra em qualquer
doutrina, o pensamento de Santo Tomás constitui um elemento de união,
nunca de divisão, e possui uma “profunda ‘eclesialidade’” que o torna livre de
limitações, caducidade e fechamentos e extremamente aberto e disponível a
um progresso indefinido, capaz de assimilar todo novo autêntico valor
emergente na história de qualquer cultura”21: “toda compreensão da realidade
– que efetivamente reflita esta realidade – possui pleno direito de cidadania na
‘filosofia do ser’”22, independentemente de quem a tenha proposto. Daí João
Paulo II tira a conclusão de que “as outras correntes filosóficas, portanto, se se
as observa deste ponto de vista, podem, ou melhor, devem ser consideradas
como aliados naturais da filosofia de Santo Tomás e como parceiras dignas de
atenção e de respeito no diálogo que se desenvolve na presença da realidade”23.
As considerações lembradas levam João Paulo II a conceder a Santo
Tomás o novo título de Doctor Humanitatis, que constitui o tema central deste
congresso: “Este método realista e histórico, fundamentalmente otimista e
aberto, faz de Santo Tomás não apenas o Doctor Communis Ecclesiae, como o
chama Paulo VI, na sua bela Carta Lumen Ecclesiae, mas o Doctor Humanitatis,
porque sempre pronto e disponível a receber os valores humanos de todas as
culturas”24.
18
Cfr. Ibid.
19
Ibid.
20
Ibid.
21
Discurso, 4 de Janeiro de 1986. In Insegnamenti di Giovanni Paolo II, IX, 1 (1986), p. 23.
22
Discurso, 17 de novembro de 1979. Cit., p. 1185.
23
Ibid., pp. 1185 e 1186.
24
Discurso, 13 de setembro de 1980. Cit., p. 609.
25
Discurso, 17 de novembro de 1979. Cit., p. 1180.
26
Ibid., p. 1181.
27
Discurso, 13 de setembro de 1980. Cit., p. 609.
28
SANTO TOMÁS DE AQUINO, STh. II-II, q. 10, a. 12.
29
Lumen gentium, n. 12.
30
Lumen gentium, n. 25.
31
Discurso, 17 de novembro de 1979. Cit., p. 1181.
32
Ibid.
33
Discurso, 13 de setembro de 1980. Cit., p. 610.
34
Discurso, 17 de novembro de 1979. Cit., p. 1179.
35
Discurso, 13 de setembro de 1980. Cit., p. 610.
36
Discurso, 17 de novembro de 1979. Cit., p. 1183.
37
Discurso, 13 de setembro de 1980. Cit., p. 611.
38
Ibid.
célebre aforismo agostiniano: Fecisti nos ad Te; et inquietum est cor nostrum, donec
requiescat in Te (Confessiones, I, 1)”39. Se nos referimos à teologia, então o
Aquinate se transforma, não menos que São Boaventura e São Bernardo, em
um cantor do primado da caridade”40.
O Papa recorda que “antes que a metodologia técnica de um mestre, a sua
foi a metodologia do santo, que vive em plenitude o Evangelho, no qual a
caridade é tudo (...). O gigantesco esforço intelectual deste mestre do
pensamento foi estimulado, sustentado, orientado por um coração cheio de
amor por Deus e pelo próximo. Per ardorem caritatis datur cognitio veritatis (In Io.
Ev., XV, 6). São palavras emblemáticas que deixam entrever, por trás do
pensador capaz dos vôos especulativos mais ousados, o místico habituado a
atingir diretamente na fonte mesma de toda verdade a resposta às invocações
mais profundas do espírito humano. Não confessou, de resto, ele mesmo de
não ter escrito nem jamais lecionado sem antes recorrer à oração?”41.
39
Ibid., pp. 611 e 612.
40
Ibid., p. 612.
41
Discurso, 17 de novembro de 1979. Cit., p. 1188.
42
Ibid., p. 1184.
43
Ibid.
44
Ibid.
45
Ibid.
46
Ibid., pp. 1184 e 1185.
47
Cfr. Ibid., p. 1185.
48
Ibid.
49
Ibid.
50
Discurso, 28 de outubro de 1979. In Insegnamenti di Giovanni Paolo II, II, 2 (1979), pp.
995 e 996.
51
Discurso, 13 de setembro de 1980. Cit., p. 612.
52
SANTO TOMÁS DE AQUINO, STh. I, q. 29, a. 3.
53
Discurso, 13 de setembro de 1980. Cit., p. 612.
54
Ibid.
55
Ibid., pp. 612 e 613.
56
Discurso, 17 de novembro de 1979. Cit., p. 24.
57
Discurso, 4 de janeiro de 1986. Cit., p. 24.
58
Ibid.
59
Discurso, 17 de novembro de 1979. Cit., p. 1187.
60
Discurso, 4 de janeiro de 1986. Cit., pp. 22 e 23.
61
Ibid., p. 23.
62
Ibid., p. 22.
63
Ibid.
64
Mensagem, 5 de setembro de 1980. In Insegnamenti di Giovanni Paolo II, vol. III, 2
(1980), p. 544.
65
Discurso, 17 de novembro de 1979. Cit., p. 1187.
66
Ibid.
Santo Tomás “indicou uma via que pode e deve ser levada adiante e
atualizada, sem lhe trair o espírito e os princípios de fundo, mas também
levando em conta as conquista científicas modernas”74. Estas breves reflexões
procuraram recapitular a orientação geral proposta por João Paulo II para
67
Discurso, 4 de janeiro de 1986. Cit., p. 21.
68
DS 800.
69
Discurso, 4 de janeiro de 1986. Cit., p. 21.
70
Ibid., p. 22.
71
Ibid.
72
Ibid.
73
Ibid., p. 23.
74
Ibid., p. 23.
75
N. do T. São Josemaria Escrivá, comemorado em 26 de junho, foi beatificado em 17 de
maio de1992 e canonizado em 06 de outubro de 2002 pelo Papa João Paulo II.
76
ESCRIVÁ, J. Carta, 9 de janeiro de 1951, n. 22.
77
Discurso, 13 de setembro de 1980. Cit., p. 613.
78
Discurso, 4 de janeiro de 1986. Cit., p. 23 e 24.
79
Discurso, 17 de novembro de 1979. Cit., p. 1184.
80
Ibid., pp. 1182 e 1183.
luz não pode ser obscurecida, mas só potencializada pela luz. A ciência e a
filosofia podem e devem mutuamente colaborar para que uma e outra
permaneçam fiéis ao próprio método. A filosofia pode iluminar a ciência e
liberá-la de seus limites, assim como, por sua vez, a ciência pode projetar nova
luz sobre a filosofia mesma e abrir-lhe novos caminhos”81.
Gostaria de concluir com as palavras de encorajamento pronunciadas por
João Paulo II por ocasião do encerramento do Congresso Tomista
Internacional de dez anos atrás: “Exorto-vos – ele dizia – a continuar, com
grande empenho e seriedade, a realizar as finalidades da vossa Academia; que
seja um centro vivo, pulsante, moderno, no qual o método e a doutrina do
Aquinate sejam postos em contínuo contato e em sereno diálogo com os
complexos fermentos da cultura contemporânea, na qual vivemos e estamos
imersos”82.
81
Discurso, 13 de setembro de 1980. Cit., pp. 613 e 614.
82
Ibid., pp. 615.