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Prezado(a) candidato(a):

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PROVA DE LÍNGUA PORTUGUESA

Elixir da eterna juventude


Frei Betto

Outrora, criança era toda pessoa de zero a 11 anos; adolescente, de 11


a 18; jovem, de 18 a 30; adulto, de 30 a 50. E velho – sem pudor do termo – de
50 até a morte.
Hoje, há criança de zero a 20 anos – vive em casa na dependência dos
pais, entope a cabeça de ilusões, faz manha ao menor contratempo. Há ado-
lescente de 20 a 30 anos: sempre inseguro, namora e desnamora, mostra-se
vacilante frente ao futuro e, embora se julgue dono da verdade, muda de ofício
e princípios como se trocasse de camisa. E são jovens todos com mais de 30
anos, ainda que tenham completado 70, 80 ou 90...
Ficar velho tornou-se uma enfermidade letal cujo nome não deve ser
pronunciado e, embora não tenha cura, combate-se com um coquetel de poso-
logias, que vão de exercícios físicos a cirurgias plásticas. Como o termo foi ex-
tirpado do vocabulário, adotam-se eufemismos: terceira idade, melhor idade,
dign/idade... Ora, já que estou velho e no gozo de todos os direitos do Estatuto
do Idoso, prefiro ser realista – eterna idade, pois eis que se me aproxima, im-
placável, a foice da Senhora Morte.
Há 5 mil anos o ser humano, de xamãs a médicos, busca a cura da cal-
vície e o elixir da eterna juventude. A primeira continua a desafiar a ciência, ar-
rancando os cabelos dos pesquisadores. Bem diz Ricardo Kotscho, fosse im-
portante, cabelo nasceria para dentro...

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Quanto ao segundo desafio, não há que duvidar da vitória. Agora o elixir


da eterna juventude pode ser comprado em qualquer farmácia, obtido na aca-
demia de malhação da esquina, ingerido pela variedade de dietas, inoculado na
mente pela literatura de auto-ajuda ou conquistado graças aos exercícios aeró-
bicos, como caminhar ou praticar tai chi chuan. Assim, retarda-se o envelheci-
mento. Para evitá-lo, ou melhor, disfarçá-lo, só mesmo recorrendo à cirurgia
plástica e, de preferência, usar luvas e cachecol para encobrir a rugosidade do
tecido das mãos e do pescoço. Assim, morre-se jovem e esbelto, sem uma ce-
lulite! Sim, porque ainda não se consegue descartar a morte, mas já é possível
abraçá-la com um corpo sarado...
Fortunas são gastas diariamente com essa síndrome da eterna juventu-
de. Nada contra. Afinal, nosso ritmo de vida difere muito do de nossos avós,
cujos dicionários ignoravam termos como colesterol e obesidade. Hoje, levamos
vida sedentária e somos atraídos por uma exigência de felicidade mais sofisti-
cada. Não bastam uma vida familiar saudável, o trabalho digno e a devoção
religiosa para ser feliz. Queremos mais, muito mais. Almejamos os píncaros:
riqueza, fama e beleza.
Ora, quanto mais alto o salto, maior o tombo. Nosso índice de frustração
é proporcional ao de pretensão. Daí o socorro psicanalítico, os comprimidos
para dormir, as terapias alternativas, o apelo à religiosidade esotérica. Somos
profundamente infelizes ao atrelar a nossa felicidade não na choupana ao nos-
so alcance, mas no castelo de quimeras alicerçadas em invejas e ambições
desmedidas. Felicidade não é uma questão de prazeres, e sim de sabedoria.
A morte, inevitável, é tanto mais temida quanto menos sentido imprimi-
mos à existência. É como se ela não tivesse o direito de vir hoje, porque todos
os meus projetos são para amanhã. Quem abraça a vida como quem chupa
manga deixando o caldo escorrer pelo peito encara a morte como o descanso
do guerreiro... A morte assinala que nenhum de nós é insubstituível, exceto a
nossa presunção.
A felicidade é um estado de espírito. Consiste em algo muito simples de
dizer, difícil de viver: amor. Está dito e redito por todas as tradições religiosas.
Felicidade não implica estar isento de problemas e sofrimentos. Quantos sofrem
por dar importância ao que não tem importância! Felicidade é livrar o coração e
a mente do peso da inveja, do rancor, da ira, da mágoa e do ódio. É desdobrar
o ego. É tratar o corpo com moderação, sem entregá-lo aos excessos. É nutrir a
mente de cultura e o espírito de profundências.
Viver é fácil. Nós é que complicamos. A vida não se tece em intenções, e
sim em ações. O que importa nela são os bens infinitos e não os finitos. Mas
essa sabedoria só é alcançada por quem não se espelha no olho alheio. Espe-
lha-se no terceiro olho, o divino. Sabedoria que, como diz o apóstolo Paulo, é
loucura para os homens. Daí a nossa resistência Àquele que é mais íntimo a
nós do que nós a nós mesmos.

Estado de Minas, 06 de julho de 2006.

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QUESTÃO 01

O principal objetivo do texto é:

a) enfocar a transitoriedade da vida.


b) ressaltar a importância de se manter jovem.
c) esclarecer como era e como é encarada a velhice.
d) demonstrar que a busca pela juventude eterna torna as pessoas infelizes .

QUESTÃO 02

Na construção de sua argumentação, o autor relaciona a nossa felicidade à con-


sumação de nossos prazeres, EXCETO em:

a) “Felicidade não implica estar isento de problemas e sofrimentos”.


b) “Fortunas são gastas diariamente com essa síndrome da eterna juventude”.
c) “Não bastam uma vida familiar saudável, o trabalho digno e a devoção reli-
giosa para ser feliz. Queremos mais, muito mais”.
d) “Agora o elixir da eterna juventude pode ser comprado em qualquer farmá-
cia, [...] ou conquistado graças aos exercícios aeróbicos, como caminhar ou
praticar tai chi chuan. Assim, retarda-se o envelhecimento”.

QUESTÃO 03

Com base numa leitura global do texto, é possível fazer as seguintes afirma-
ções, EXCETO:

a) Ao apresentar todas as facilidades para se obter um elixir da juventude, o


autor demonstra os avanços obtidos pela ciência para evitar a morte.
b) Ao usar a palavra velho para se referir àqueles de 50 até a morte, o autor
demonstra não fazer parte da maioria da população que não admite fazer
uso desse termo.
c) Ao afirmar que hoje já é possível abraçar a morte com um corpo sarado, o
autor reforça a hipótese, presente no texto, de que se pode até morrer, mas
com a aparência jovem.
d) Ao se referir aos adolescentes de 20 a 30 anos que se mostram vacilantes
frente ao futuro, o autor demonstra a necessidade que têm as pessoas de
não amadurecerem, para não se tornarem velhos.

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QUESTÃO 04

Pode-se inferir que o que torna as pessoas infelizes é, EXCETO:

a) Querer muito mais do que se pode alcançar.


b) Não reduzir as ambições à medida que se envelhece.
c) Gastar fortunas diariamente com a síndrome da eterna juventude.
d) Acreditar que tudo é possível, inclusive retardar o envelhecimento natural.

QUESTÃO 05

Todas as afirmações abaixo confirmam que a felicidade se relaciona à sabedo-


ria, EXCETO:

a) “Felicidade não implica estar isento de problemas e sofrimentos”.


b) “Não bastam uma vida familiar saudável, o trabalho digno e a devoção reli-
giosa para ser feliz”.
c) “Felicidade é livrar o coração e a mente do peso da inveja, do rancor, da ira,
da mágoa e do ódio”.
d) “Somos profundamente infelizes ao atrelar a nossa felicidade não na chou-
pana ao nosso alcance, mas no castelo de quimeras alicerçadas em invejas
e ambições desmedidas”.

QUESTÃO 06

Todas as palavras em destaque estão corretamente interpretadas entre parên-


teses, EXCETO em:

a) “[...] pois eis que se me aproxima, implacável, a foice da Senhora Morte.”


(inflexível)
b) “Como o termo foi extirpado do vocabulário, adotam-se eufemismos [...]”
(eliminado)
c) “Agora o elixir da eterna juventude pode ser comprado em qualquer farmá-
cia, [...] inoculado na mente pela literatura de auto-ajuda [...]” ( introduzido)
d) “Somos profundamente infelizes ao atrelar a nossa felicidade não na chou-
pana ao nosso alcance, mas no castelo de quimeras alicerçadas em invejas
e ambições desmedidas.” (riquezas)

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QUESTÃO 07

Os referentes (ou sujeitos) dos verbos destacados estão corretamente identifi-


cados entre parênteses, EXCETO em:

a) “Assim, retarda-se o envelhecimento.” (o envelhecimento)


b) “Assim, morre-se jovem e esbelto, sem uma celulite!” (jovem e esbelto)
c) “Sim, porque ainda não se consegue descartar a morte, mas já é possível
abraçá-la com um corpo sarado...” (descartar a morte)
d) “Ficar velho tornou-se uma enfermidade letal cujo nome não deve ser pro-
nunciado e, embora não tenha cura, combate-se com um coquetel de poso-
logias, que vão de exercícios físicos a cirurgias plásticas”. (Ficar velho)

QUESTÃO 08

As expressões em destaque podem ser substituídas pelas indicadas entre pa-


rênteses, sem prejuízo de sentido, EXCETO em:

a) “Felicidade não é uma questão de prazeres, e sim de sabedoria.” (mas)


b) “Ora, já que estou velho e no gozo de todos os direitos do Estatuto do Ido-
so, prefiro ser realista – eterna idade [...]” (se)
c) “O que importa nela são os bens infinitos e não os finitos. Mas essa sabedo-
ria só é alcançada por quem não se espelha no olho alheio.” (No entanto)
d) “[...] mostra-se vacilante frente ao futuro e, embora se julgue dono da ver-
dade, muda de ofício e princípios como se trocasse de camisa”. (mesmo
que)

QUESTÃO 09

O uso da vírgula está corretamente justificado entre parênteses, EXCETO em:

a) “Há 5 mil anos o ser humano, de xamãs a médicos, busca a cura da calvície
e o elixir da eterna juventude.” (separar o vocativo)
b) “Hoje, há criança de zero a 20 anos – vive em casa na dependência dos
pais [...]” (indicar a inversão do adjunto adverbial)
c) “A morte, inevitável, é tanto mais temida quanto menos sentido imprimimos
à existência.” (separar certas palavras ou expressões explicativas)
d) “[...] mostra-se vacilante frente ao futuro e, embora se julgue dono da verda-
de, muda de ofício e princípios como se trocasse de camisa.” (separar ora-
ções intercaladas)

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QUESTÃO 10

Em: “Mas essa sabedoria só é alcançada por quem não se espelha no olho
alheio”, o termo destacado exerce a função de:

a) objeto indireto.
b) adjunto adverbial.
c) agente da passiva.
d) complemento nominal.

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