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Aconselhamento de Idosos 1

A saúde na terceira idade depende,


sobretudo dos cuidados no passado. A
qualidade de vida depois dos 60 é
determinada pelas atividades que a pessoa
desenvolveu e também da forma como a
ela se alimentou até lá. Com a idade, a
pessoa perde força nos músculos - que
atrofiam aos poucos - e ganha gordura.
Contudo, é possível reverter os efeitos do
tempo.

O exercício físico na terceira idade mantém e melhora as atividades


de vida diárias como: tomar banho, fazer compras ou dirigir. Uma
pessoa sedentária pode começar com 15 ou 20 minutos diários de
caminhada, o que já surte efeitos positivos. Segundo a professora de
Educação Física da Universidade de Brasília (UnB), Marisete Safons,
especialista em saúde na terceira idade, a prática do exercício deve
ser regular, apoiada em disciplina e estruturada numa seqüência
lógica.

O ideal é que a pessoa se submeta a uma avaliação médica antes de


começar uma prática desportiva. "A análise leva em conta as
condições de saúde - se a pessoa é hipertensa, se tem artrite,
osteoporose, fibromialgia ou se toma medicação, etc", avalia
Marisete. A especialista lembra ainda que existem atividades
apropriadas para cada indivíduo. "Para quem tem osteoporose ou
constituição física frágil a musculação é uma modalidade
recomendável", diz.

Um profissional de Educação Física também deve ser acionado para


uma avaliação pré-atividade física. Um questionário (anamnese) é
aplicado para ajudar na identificação de práticas mais adequadas. A
pessoa deve ser absolutamente sincera e precisa nas respostas para
garantir um diagnóstico correto. A avaliação física e funcional vai
detectar as atividades mais recomendadas. Se a pessoa tiver boas
condições de saúde não há exercícios contra-indicados.

De começo, equilíbrio - A pessoa que não é acostumada ao exercício


físico deve conter a ansiedade inicial. "Não adianta querer recuperar
70 anos de vida sedentária de uma só vez", alerta Marisete. As
precauções não se restringem ao ritmo das atividades. No caso do

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uso de remédios, medicação e exercício devem caminhar juntos. A
pessoa não deve, em hipótese alguma, suspender o uso dos
medicamentos por conta própria.

As atividades recomendadas aos idosos estão no âmbito


biopsicossocial:
Bio (biológico) - O exercício influi em aspectos funcionais (internos) e
visa o aumento da força, da flexibilidade, do equilíbrio e da função
cárdio-vascular;

Psico (psicológicos) - O trabalho físico aumenta a disposição, melhora


a auto-imagem, a auto-estima e a sensação de bem-estar;

Social - A reinserção do indivíduo no grupo social e a ampliação das


relações sociais são benefícios da prática desportiva.

Os ganhos no aspecto psicossocial são notados na primeira e segunda


semana depois de iniciados os exercícios físicos, ao passo que os
benefícios biológicos chegam entre a 12ª e a 16ª semana.

Depressão é parceira indesejável de 10% dos idosos

Por vir associada a outras doenças, nem sempre a depressão é


corretamente diagnosticada nos idosos, mas é preciso tratá-la
para melhorar a qualidade de vida

Aproximadamente 10
milhões de brasileiros
sofrem de depressão.
Embora a doença possa
afetar as pessoas em
qualquer fase da vida,
alguns estudos indicam que
os sintomas são altamente
prevalentes nas fases
tardias da vida, no Brasil e
no mundo. Um artigo
publicado em abril de 2002
na Revista Brasileira de
Psiquiatria concluiu que
cerca de 10% da população
mundial de idosos
apresentam quadros
depressivos que necessitam
de atenção médica.

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O estudo, elaborado pelo médico John Snowdon, do
Departamento de Psicologia Médica da Universidade de Sidney
e do Rozelle Hospital, na Austrália, teve parte de seus
trabalhos feitos no Rio de Janeiro. Na capital brasileira com o
maior número de pessoas com mais de 60 anos (10,71% da
população - IBGE/PNAD 2000), a incidência de idosos com
depressão é ainda maior, de 15,8%.

Nos idosos a depressão está associada a algum problema


físico.

Nos idosos, é comum que a depressão esteja associada a


algum problema físico, doença ou incapacitação, o que torna
difícil o seu diagnóstico. Isso faz com que alguns médicos
afirmem que a depressão é menos comum na terceira idade.
Na opinião de Snowdon, o que acontece na verdade é que os
dados relativos à depressão não consideram a ocorrência da
doença em conjunto com outros problemas, ou nivelam todos
os níveis de depressão pelos índices obtidos em relação à
depressão maior, embora existam diversos níveis da doença.

"É a situação que mais causa comprometimento da qualidade


de vida na velhice", afirma o geriatra Renato Maia Guimarães,
membro da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia
(SBGG). Ele explica que as formas graves de depressão
diminuem com o envelhecimento, mas que as depressões mais
leves aumentam muito na população idosa. "Cerca de 30%
das pessoas idosas que procuram um médico apresentam
formas brandas de depressão, mas que podem prejudicar a
qualidade de vida destes pacientes” afirma.

Guimarães alerta que tanto familiares quanto médicos devem


estar atentos à depressão nos idosos, cujos sintomas
principais são falta de disposição e tristeza. Como nos adultos,
a doença também pode ocasionar a diminuição do apetite,
diminuição do peso, dificuldades com concentração e
memória, perda da auto-estima e pensamentos recorrentes de
doença e morte.

No Brasil são 10 milhões de depreessivos.

O médico enfatiza que, sendo leve ou grave, nunca se deve


deixar de procurar um tratamento ou melhoria do quadro de

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depressão e que "é errado atribuir depressão, sentimento de
tristeza e perda de entusiasmo à idade. É preciso reconhecer
que a depressão está presente nos velhos e tratar". Guimarães
explica que na maioria das vezes o tratamento requer o uso de
antidepressivos, mas que em alguns casos o uso de remédio é
desnecessário.

O Ministério da Saúde prevê assistência psiquiátrica hospitalar


gratuita. No ano passado, 41,5 mil pessoas foram internadas
devido a transtornos de humor, quadro em que se insere a
depressão, e desse total 3.895 eram pessoas acima de 60
anos.

Mas a política governamental não é dirigida para o aumento das


internações. A idéia é reduzir cada vez mais os leitos psiquiátricos e
ampliar a rede extra-hospitalar, como os Centros de Atenção
Psicossocial (Caps) e o Programa Saúde da Família (PSF) que,
acredita-se, são capazes de oferecer um atendimento mais
humanizado, além de não afastarem as pessoas do convívio social.
ATENÇÃO AO IDOSO DEMENCIADO
Atualmente ainda são escassas as opções terapêuticas para a Doença
de Alzheimer (DA). Esta enfermidade se constitui no terceiro
problema de saúde nos países desenvolvidos, depois dos acidentes
cardiovasculares e do câncer.
Os medicamento para a Doença de Alzheimer deveria ser dirigido à
perda de memória, à agitação psico-motora, ansiedade e depressão,
freqüentemente presentes nesta patologia. Tendo em vista os
resultados muito acanhados dos fármacos para a preservação ou
recuperação da memória, tendo em vista ainda a possibilidade de
efeitos colaterais importantes dos tranqüilizantes e neurolépticos na
terceira idade, outras técnicas não medicamentosas têm sido
tentadas.
Foi na década de 70 que surgiram variadas técnicas para
melhorar as respostas de orientação para o portador da
Doença de Alzheimer, tal como a chamada reorientação da
realidade, a remotivação, a terapia de reforços, de aptidões, a
estimulação sensorial, a reabilitação cognitiva, etc.
ATENÇÃO NÃO-FARMACOLÓGICA

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Uma das mais avaliadas e conhecidas é a Terapia de Orientação da
Realidade (ROT), utilizada amplamente na Inglaterra e Estados
Unidos (Drumond & cols.1978, Holden & Woods, 1988). Essa terapia
se baseia em algumas estratégias de repetição continuada de dados
reais, da presença continuada de informações atuais e muitas
atitudes de ressocialização.

A técnica de orientação da realidade é de natureza informal e


continuada, onde a informação se realiza em cada contato do
paciente com os cuidadores (acompanhantes), os quais comentam a
situação atual do paciente, onde está, de onde veio, aonde vai, dia e
hora e até as coisas que sucedem no ambiente. As informações são
sempre passadas de forma clara, objetiva e lentamente, utilizando a
comunicação pessoal, olhares, gestos, contacto físico, voz, sons, e
através de objetos, como relógios, calendários, revistas, figuras,
músicas, etc.

Em demenciados a orientação da realidade através da forma verbal,


parece ter mostrado melhora no funcionamento social e na
orientação global do paciente. Os estudos comparativos entre a
Orientação da Realidade com uma terapia social que envolve apenas
um grupo de conversação, mostraram que a ROT por orientação
verbal são muito mais eficientes que o grupo de terapia social por
conversação.

TÉCNICA

Os principais exercícios da Terapia de Orientação para a Realidade


são:

1.- Exercícios de deambulação guiada ou orientada para localizar


pontos importantes do ambiente. Quando é em seu aposento deve-se
enfatizar os interruptores de luz, a existência de alarme (se tiver),
local da cama, mesinhas de canto, cabeceira, etc.
2.- Exercícios de identificação de colores (das paredes, piso,
corredores), esquemas da planta do ambiente em que se encontram.

3.- Participação guiada em tarefas do cotidiano (Terapia


Ocupacional), como por exemplo, de costura, cerâmica, colagem,

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modelismo, painéis de noticias, etc.
4.- Exercícios continuados de reabilitação de memória e cognitiva,
através da orientação sobre a situação e circunstância atual, como
citado acima.

Uma das formas de ROT é a chamada Reeducação Comportamental


Ativa. Trata-se de uma forma de orientação da realidade que
pretende a adaptação ao entorno para uma maior autonomia do
paciente, diminuindo com isso sua sensação de inferioridade e
dependência. Com a Reeducação Comportamental Ativa pretende-se
uma intensificação das interações sociais e objectuais no ambiente
entorno para conseguir-se o máximo de independência do paciente.
Essas práticas educativas comportamentais (reeducativas, porque o
paciente já fora educado alguma vez na vida) se apóiam no estudo
das relações existentes entre sucessos conseqüências da conduta
produzida, tal como faz a terapia comportamental com os reforços
positivos e negativos. Pretende-se modificar as relações de
dependência modificando-se, através do sucesso ou da falha, as
condutas e atitudes do paciente. Deve-se, inicialmente fazer um
inventário das atitudes que se deseja modificar, sejam elas
inadequadas, ineficazes, apáticas ou geradoras de dependência.
Depois de identificadas essas condutas que se deseja modificar,
estuda-se as variáveis que intervêem nelas e investigam-se as
modificações ambientais e pessoais para chegar-se aos objetivos
finais.
Em todas as formas de Terapia de Orientação da Realidade procura-
se aumentar o intercâmbio verbal, a freqüência de contactos sociais,
o incremento da autonomia da marcha e mobilidade, a participação
em atividades de grupo, a diminuição das condutas perigosas,
inadequadas e ineficazes, a orientação espaço-temporal e do entorno,
a higiene corporal, etc.
O programa pessoal de intervenção comportamental atua sobre:
1.- Adaptação e modificação do ambiente
O ambiente onde vive o idoso deve ser adaptado para que ele
mantenha a máxima autonomia e a mínima dependência.
Sinalizações (riscos no chão e marcas nas paredes), iluminação,

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desobstrução de passagens, remoção de degraus, relógios e
calendários de tamanho satisfatório, etc, tudo deve ser planejado
para maior autonomia do idoso.
Além do ambiente, também objetos como as roupas, calçados,
objetos de higiene pessoal e toucador devem ser idealizados no
sentido do mais fácil manuseio.
As dificuldades para vestir-se decorrem, muitas vezes, da
indumentária inadequada e difícil; calças justas, vestidos de colocar
pelo pescoço, sapato de amarrar, etc. O programa personalizado
estudará quais são as alterações a serem corrigidas nas roupas e
calçados. O cuidador deve, também preparar as roupas, deixar sobre
a cama numa seqüência lógica a ser seguida. Os reforços ou
gratificações positivas devem sempre estar presentes.
2.- Modificação das interações sociais
Trata-se da postura das pessoas para com o idoso. Deve-se
favorecer sempre a autonomia, condutas treinadas e orientadas,
evitar o paternalismo sem deixar de estar atento às dificuldades.
3.- Estimulação e ativação
Manter um nível continuado e satisfatório de estimulação; músicas,
notícias, jornais, revistas, solicitações, tarefas, afazeres, etc. Tudo no
sentido de não acentuar a deterioração cognitiva e desorientação por
desinteresse, apatia e conformismo.
Estimular a memória é uma dessas atividades. Na estimulação da
memória devemos enfocar, prioritariamente, a memória recente ou
de curto prazo e a memória autobiográfica. Na deterioração cognitiva
a memória imediata se apresenta de forma anárquica, mesclando-se
desordenadamente todos os fatos. Essa memória só melhora com
exercício e um dos melhores consiste em contar alguma estória pré-
ensaiada e pedir para o paciente repetí-la ou recontá-la a alguém.
Corrigir a estória prontamente, caso haja necessidade, é de
fundamental importância mas, antes disso, é indispensável que a
informação recebida seja muito bem compreendida pelo idoso.
Estimular a memória autobiográfica é essencial para manter a
identidade, auto-respeito e auto-estima do paciente. Faz parte
também da memória autobiográfica os fatos diretamente

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relacionados ao pacientes e que devem ser estimulados à lembrança.
Deve-se procurar falar sobre fatos, sobre viagens, fotos, aquisição de
roupas, relembrar visitas recentes, etc.
Nada se consegue em termos de estimulação se, antes de qualquer
coisa, o paciente não for motivado. Essa regra se aplica,
principalmente, à prática de exercícios físicos, caminhadas, atividade
intelectual, etc.
4.- Outras estratégias para facilitar a autonomia.
Estimular a atenção a si próprio é uma das metas para preservar a
cognição. Esta atenção a si próprio engloba as atividades para
alimentação, higiene pessoal, vestir-se, urinar e defecar sozinho
sempre que possível, banho, barba, pentear-se.
Muitas vezes a deterioração cognitiva impede o controle dos
esfíncteres e o paciente passa a apresentar incontinências (fecal e
urinária). Isso é uma ocorrência que compromete significativamente
sua autonomia. Havendo condições é preferível um programa de
exercícios perineais para fortalecer a musculatura envolvida na
continência fecal e urinária mas, como ocorre na maioria dos casos,
não há condições neurológicas e cognitivas para tais exercícios.
Nesse caso, para a reeducação intestinal e vesical exige-se um bom
conhecimento, por parte do ajudador, das características fisiológicas
do paciente, da hora, freqüência, quantidade, das excreções. Pode
ser usado o programa de estimulação regular da micção e defecação
com posterior gratificação positiva. Esse treinamento costuma dar
bons resultados.
ATENÇÃO FARMACOLÓGICA - atualidade

Hipótese Colinérgica na Terapêutica

A hipótese colinérgica é, atualmente, a mais adequada para explicar


a degeneração psíquica global que ocorre nesta doença. A Doença de
Alzheimer, como vimos em outro artigo, é caracterizada
patologicamente por depósitos de proteína beta-amilóide no espaço
extracelular, pregas de neurofibrina intra-neuronais, perda de
neurônios corticais. Também pode estar presente uma alta toxicidade
por radicais livre e processo inflamatório. A perda neuronal mais

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precoce na Doença de Alzheimer ocorre, predominantemente, nos
núcleos basais ricos em neurônios colinérgicos.
Com a progressão da doença, mais de 90% dos neurônios
colinérgicos dos núcleos basais são perdidos. Em experimentos
animais relaciona-se esse grupo de enrônios colinérgicos com a
capacidade de aprendizagem e de memória.
A medicação ideal para o tratamento da Doença de Alzheimer deveria
ser aquela que conseguisse aumentar sobremaneira os níveis de
acetilcolina no cérebro para compensar a perda da função colinérgica.
Algumas dessas drogas incluem precursores da acetilcolina, agonistas
muscarínicos, agonistas nicotínicos e inibidores da colinesterase, a
enzima que degrada a acetilcolina. Os medicamentos mais bem
estudados para esse propósito são os inibidores da colinesterase.
A primeira droga aprovada para terapêutica da Doença de Alzheimer
foi a Tacrina (Tacrinal®, Cognex®), Mais recentemente a
Rivastigmina tem sido usada em muitos países, embora não tenha
ainda sido aprovada pelo FDA para tratamento de Alzheimer. Outros
inibidores da colinesterase estão também em estudo, como é o caso
do Metrifonate e Galantamina.
Eficácia do Tratamento na Doença de Alzheimer

(Tacrina, Donepezil e Rivastigmina)


Os estudos para constatar a eficácia anti-demencial do tratamento
medicamentoso na Doença de Alzheimer devem ser conduzidos
através de escalas de avaliação. A primeira dessas escalas usadas foi
a ADAS-Cog (Alzheimer's Disease Assessment Scale Cognition
Component) e a CIBIC Plus (Clinician Interview Based Impression of
Change with Caregiver Input). Havendo alterações significativas
nessas escalas é indício de eficiência do tratamento.
Além da questão cognitiva (integração da consciência) envolvida na
Doença de Alzheimer, devem ser levados em consideração, também,
os sintomas comportamentais comumente envolvidos. Neste caso,
outras escalas de avaliação podem ser utilizadas, como por exemplo,
escalas de avaliação para depressão, sendo a mais tradicional a
Escala de Hamilton (Hamilton – 1967) para Depressão ou a Escala

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para Depressão de Cornell (Cornell – 1988), para outras alterações
pode-se utilizar a Escala de Comportamento, Patologia e doença de
Alzheimer (Reisberg – 1987). Também tem sido usado um Inventário
Neuropsiquiátrico (NPI, Cummings – 1997).
Os ensaios terapêuticos mais comuns envolvem drogas
anticolinesterásicas, antioxidantes como, por exemplo, a Vitamina E,
reposição hormonal (estrogênio) e drogas antiinflamatórias. As duas
drogas anticolinesterásicas mais avaliadas são a Tacrina e o
Donepezil, prevendo-se uma etapa de avaliação para a Rivastigmina
a partir do ano 2000.
Summers e colaboradores (1987) mostraram uma melhora
significativa dos sintomas demenciais em pacientes tratados com a
Tacrina na década de 80. Esses estudos, entretanto, não são
consensuais. Estudos duplo-cego com Tacrina, durante 30 semanas
de tratamento com dose de 160 mg/dia, demonstraram melhora da
demência de mais de 4 pontos na escala ADAS-Cog. Em torno de
27% dos pacientes acabam abandonando o tratamento devido aos
efeitos colaterais da droga.
Donepezil foi a Segunda droga aprovada nos EUA para o tratamento
da Doença de Alzheimer. Trata-se de um inibidor seletivo da
acetilcolinesterase de meia vida longa. Os estudos mostraram
resultados modestos mas estatisticamente significativos com doses
de 10 mg/dia. Houve aumento de 3 pontos na escala ADAS-Cog.
Apesar dos efeitos serem eventualmente menores que os efeitos da
Tacrina, o Donepezil foi muito mais bem tolerado. Esse fato fez com
que a preferência de tratamento recaísse sobre esta droga.
A Rivastigmina é outra droga inibidora da colinesterase e já foi
testada em mais de 50 países. A novidade dessa droga é sua
especificidade para inibir a forma G1 da acetilcolinesterase, mais
encontrada em cérebros de pacientes com Alzheimer (Enz – 1993).
Na dose de 6 a 12,5 mg de Rivastigmina por dia e durante 26
semanas, houve aumento de 4 pontos na ADAS-Cog (Anand – 1996).
Em resumo, parece não ter havido nenhuma vantagem de uma
dessas três drogas sobre as demais para o tratamento da Doença de
Alzheimer. De fato, o tratamento que objetiva uma melhora dos

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sintomas da demência, ainda que discreta, contribui muito para a
maior independência e autonomia do paciente.
De qualquer forma, em todos estudos qualquer uma dessas três
drogas se mostrou mais eficiente do que o placebo. Ainda há a
vantagem de se conseguir, com essas drogas, também uma melhora
dos sintomas comportamentais e psiquiátricos, embora para isso
possam ser associadas outras medicações.
Segundo testes em tratamento de longa duração com essas três
drogas, principalmente com a Rivastigmina, os maiores benefícios no
ADAS-Cog foram em tratamentos por 52 semanas (1 ano) e,
melhores ainda, quanto mais precoce for o início do tratamento
(Corey-1999, Winblad-1999) .

BIBLIOGRAFIA

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50.
DOENÇA DE ALZHEIMER - 1a. Parte

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Uma, em cada 10 pessoas maiores de 80 anos será portadora da
Doença de Alzheimer a cada ano que passa. A mesma probabilidade
vale para 1 a cada 100 pessoas maiores de 70 e 1 a cada 1000
pessoas maiores de 60 anos. Esta é a avaliação de 1999, feita pela
Federação Espanhola de Associações de Familiares de Enfermos de
Alzheimer (AFAF) A Doença de Alzheimer acomete de 8 a 15% da
população com mais de 65 anos (Ritchie & Kildea, 1995).
Existem atualmente em todo o mundo entre 17 e 25 milhões de
pessoas com a Doença de Alzheimer, o que representa 70% do
conjunto das doenças que afetam a população geriátrica. Assim, a
Doença de Alzheimer é a terceira causa de morte nos países
desenvolvidos, perdendo apenas para as doenças cardiovasculares e
para o câncer. Os pacientes de Alzheimer já são quatro milhões, nos
Estados Unidos. No Brasil, não há dados precisos, mas estima-se que
a confusão mental atinge por volta de meio milhão de idosos.

Alzheimer é o nome de um médico alemão, Alois Alzheimer (1864-


1915), que em 1906, ao fazer uma autópsia, descobriu no cérebro do
morto, lesões que ninguém nunca tinha visto antes. Tratava-se de
um problema de dentro dos neurônios (as células cerebrais), os quais
apareciam atrofiados em vários lugares do cérebro, e cheios de
placas estranhas e fibras retorcidas, enroscadas umas nas outras.
Desde então, esse tipo de degeneração nos neurônios ficou conhecido
como Placas Senis, característica fundamental da Doença de
Alzheimer.

No início, o paciente com Doença de Alzheimer mostra apenas uma


leve perda de memória, a qual chega a atrapalhar o pensamento em
geral. Ao paciente parece difícil resolver alguma conta ou fazer
raciocínios simples, depois pode surgir uma fase com desorientação,
dificuldade para tomar decisões ou mesmo para conversar. Daí para
frente os sintomas se agravam.

Apesar de tratar-se de uma doença predominantemente senil, essa


questão deve preocupar também o público de qualquer idade porque,
num futuro próximo, esses números passarão a fazer parte das
perspectivas de vida daqueles que hoje são ainda jovens.

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Até hoje, a Doença de Alzheimer continua sendo uma síndrome de
causa desconhecida e incurável. Mas, nos últimos anos as
perspectivas em relação à Doença de Alzheimer têm sido abordadas
com um certo otimismo realista, tendo em vista as possibilidades da
ciência retardar os sintomas da enfermidade. A medicina está
começando a detectar os sinais da doença décadas antes dela surgir.
Estamos muito próximos de começar ensaios clínicos dirigidos a
evitar que se produzam as primeiras lesões cerebrais da doença, as
quais têm início em torno dos 40 anos.

Além disso, as pesquisas genéticas parecem deixar claro que, se a


pessoa possui alguns genes defeituosos, poderá ter a Doença de
Alzheimer no futuro. Com modernas técnicas de pesquisa genética já
se vislumbra a possibilidade de saber se a pessoa vai ou não Ter,
desde os 20 anos de idade, a Doença de Alzheimer na senilidade.

A doença de Alzheimer é uma doença do cérebro que afeta


inicialmente a memória, o raciocínio e a comunicação das pessoas.
Esta doença é a causa mais comum de demência, um termo geral
para prejuízo progressivo da função mental. A demência era,
antigamente, conhecida como "senilidade" e considerada um sinal
normal e inexorável do envelhecimento. Hoje sabemos que Alzheimer
e outras formas de demência não fazem parte de um envelhecimento
normal (senescência).

Como fica o cérebro na doença de Alzheimer?

Áreas diferentes do cérebro controlam funções diferentes e certas


áreas controlam tarefas tais como andar, por exemplo, enquanto
outras áreas controlam a capacidade de falar, controlam a memória,
a concentração e assim por diante.
Na doença de Alzheimer as células de certas áreas do cérebro
começam a morrer, formando cicatrizes em forma de estruturas
microscópicas chamadas Placas Senis. Na medida em que as células
morrem e são formadas as Placas Senis, o cérebro não consegue
mais funcionar como deveria. E as áreas do cérebro afetadas por
estas mudanças degenerativas são aquelas que controlam as funções
da memória, concentração e raciocínio. Outras funções cerebrais,

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como por exemplo os movimentos, não costumam ser afetadas até
que a doença esteja bem adiantada.
Entendendo a doença de Alzheimer

A melhor maneira de ajudar a pessoa com Doença de Alzheimer é


aprender tudo o que puder sobre a doença. A doença de Alzheimer
provoca mudanças nas áreas cerebrais que controlam a memória e o
raciocínio. É por este motivo que as pessoas portadoras da doença de
Alzheimer tem dificuldade para viver uma vida normal. As causas do
desenvolvimento da doença ainda não são totalmente conhecidas
pela medicina. Algumas pesquisas enfatizam um componente
hereditário, outros falam de alguma virose, enfim, não se sabe ainda
ao certo qual seria a causa dessa doença.
É importante saber que, atualmente, ela ainda não tem cura, mas
cuidados apropriados podem ajudar a pessoa com Alzheimer viver
com mais conforto.

O diagnóstico da doença de Alzheimer?

Para profissionais da Área


Quando existem problemas de demência, após eliminar a
possibilidade de outras doenças que causam os mesmos sintomas,
incluindo problemas da tireóide, derrame (acidente vascular cerebral)
e depressão, podemos suspeitar da doença de Alzheimer. A avaliação
da doença de Alzheimer normalmente inclui testes de memória,
exames de sangue e imagens do cérebro (tomografia, PET, SPECT,
ressonância magnética).
Para o diagnóstico da Doença de Alzheimer não se exige apenas a
presença de um prejuízo da memória, como vimos, mas, sobretudo,
também de um prejuízo na linguagem, na capacidade cognitiva,
laborativa e social. O que torna difícil o diagnóstico baseado no
quadro clínico é que esses sintomas não são exclusivos da Doença de
Alzheimer; eles podem estar presentes também em outros quadros
de demência, como por exemplo na Doença de Parkinson ou,
notadamente, naqueles quadros de origem circulatória,
representados pela arteriosclerose cerebral e mesmo nas seqüelas de

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acidentes vasculares cerebrais (AVC), nos hematomas subdurais e
nas hidrocefalias de pressão normal.
As dificuldades para o diagnóstico, quando este é baseado apenas no
quadro clínico e que, como vimos, não é exclusivo dessa doença,
resultam numa confirmação da Doença de Alzheimer apenas por
necropsia na maioria dos casos (85 a 90% dos casos). A
característica anátomo-patológica de Alzheimer no material da
necropsia diz respeito à presença de cicatrizes neurofibrilares dentro
de neurônios, bem como de placas neuríticas de proteína amilóide no
espaço extracelular.
Além do método em avaliar-se o quadro clínico e do método do
exame anátomo-patológico para o diagnóstico da Doença de
Alzheimer, restariam as provas genéticas e a neuroimagem cerebral.
As provas genéticas estudam a possibilidade do gene defeituoso Apo-
E, mas ainda não estão totalmente disponíveis e nem solidamente
estabelecidas. Já, em relação à neuroimagem da Doença de
Alzheimer, obtida pelo SPECT e pelo PET, algumas alterações típicas
da doença estão relativamente bem estabelecidas, como por exemplo
uma acentuada redução do lobo temporal médio e do hipocampo que
pode ser bem avaliadas até por meio da Ressonância Magnética
Nuclear.
Quanto à neuroimagem funcional, há um padrão de baixo
funcionamento (hipometabolismo) na região temporoparietal
característico dessa doença. Portanto, atualmente, o PET ou SPECT
são os exames mais confiáveis para embasar uma suspeita clínica da
doença.
À Tomografia Computadorizada as características de imagem dessa
doença consistem num aumento do volume dos ventrículos laterais,
terceiro ventrículo com tamanho de até 2 vezes o tamanho normal,
associado ao alargamento dos sulcos corticais. Mas essas alterações
também não são exclusivas da Doença de Alzheimer, podendo ser
encontradas em outros estados demenciais ou mesmo no
envelhecimento normal.
Há inúmeras descrições de alargamento significativo da fissura
hipocampal nos pacientes com Doença de Alzheimer, correlacionando
os achados de neuroimagem aos aspectos de perda da massa

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neuronal nas regiões têmporo-hipocampais, que são as principais
estruturas responsáveis para os processos de memória. Os trabalhos
de George et al. (1990), conseguiram distinguiu corretamente 80%
dos pacientes com Doença de Alzheimer baseado na atrofia da região
hipocampal e identificaram mais de 95%de indivíduos normais onde a
ausência de atrofia temporal praticamente afastou o diagnóstico de
Doença de Alzheimer. (Veja Neuro-Imagem na Doença de Alzheimer)
Desde o início do século é sabido que a Doença de Alzheimer está
ligada a duas categorias de lesões cerebrais: Uma delas, são grandes
placas (Placas Senis) de uma proteína chamada beta-amilóide
intracelulares, que tem efeitos tóxicos sobre os neurônios. Outra
categoria de danos, são os microtúbulos, verdadeiros nós em
estrutura essenciais dos neurônios. Estes ficam retorcidos e
emaranhados, prejudicando seu funcionamento.

Durante muito tempo isso era tudo o que se sabia sobre o assunto, e
ninguém podia dizer que entendia realmente o que estava
acontecendo. Por que o cérebro se enchia dessas placas tóxicas e de
neurônios deficientes?

Acredita-se, até agora, que a causa da Doença de Alzheimer seja


devida a uma complexa combinação de fatores genéticos e pessoais.
Em sua forma familiar, a Doença de Alzheimer pode ser devida a
alterações nos cromossomos 21, 14 e 1, e seria transmitida da forma
autossômica dominante mas, segundo estatísticas, a forma familiar
seria apenas 5% dos casos.

Aproximadamente 50% das pessoas com história familiar de


Alzheimer acaba desenvolvendo a doença.

Só nos últimos anos surgiram as primeiras pistas concretas sobre o


problema. A mais importante veio de um gene defeituoso no
cromossomo 19, chamado Apo-E, cuja função é secretar a
apolipoproteína-E, que é uma molécula que faz o transporte de
colesterol no sangue.

Apesar de não ter nada a ver com o cérebro, o Apo-E tem uma
ligação inegável - e até contraditória - com a Doença de Alzheimer.

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Basta ver que existem três versões desse gene, denominadas Apo-
E2, Apo-E3 e Apo-E4. A versão E2 protege contra a Doença de
Alzheimer. A E4 aumenta bastante o risco da doença e faz os
sintomas aparecerem bem antes da idade em que normalmente se
manifestam (Demência Pré-senil). A E3, finalmente, fica num estágio
intermediário. Ou seja, os pacientes que têm essa versão do gene às
vezes ficam protegidos e às vezes, prejudicados.

A pessoa pode ter qualquer uma das três versões do Apo-E, cada
uma numa quantidade diferente. Além disso, ele herda uma cópia da
mãe e outra do pai, e elas nem sempre são idênticas. Com isso, dá
um certo trabalho saber qual é a quantidade exata de cada versão do
Apo-E e, a partir daí, descobrir o risco de desenvolver a Doença de
Alzheimer. A análise é feita por meio de um exame de sangue.
Agora já se sabe que se alguém tem duas cópias da versão Apo-E4
sua chance de adoecer é muito alta, de 50%. Isso quer dizer que
metade das pessoas com dois E4 apresentam sintomas antes dos 70
anos.

O curioso é que o E4 estava há décadas associado a doenças


cardíacas, mas em 1993, Allen Roses, da Universidade de Duke,
vinculou esse gen também a Doença de Alzheimer. De lá para cá,
começou-se a vigiar mais de perto todas as ações desse gene e,
constatou-se que ele pode realmente criar os efeitos químicos que se
vêem nos pacientes com Doença de Alzheimer. Pode ser ele o
produtor das Placas Senis de proteína beta amilóide.

Sabendo disso, alguns pesquisadores conseguiram detectar as Placas


Senis ainda em formação, no cérebro. Para isso, fazem uma
tomografia PET (tomografia por emissão de pósitrons) em uma
pessoa que tem uma ou duas variantes Apo-E4. Ela mostra a
montagem das placas até quinze anos antes de elas começarem a
produzir efeitos tóxicos sobre os neurônios.

Em resumo, se a cura da doença ainda não está visível, a esperança


de chegar lá cresceu muito nesses últimos anos.

No início de 1996, Karen Hsiao criou um rato que por sua própria

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natureza, terá a Doença de Alzheimer desde o nascimento.
Conseguiu isso implantando genes humanos nos embriões do roedor
e esses genes o obrigam a apresentar as mesmas lesões cerebrais
que um ser humano. Foi a primeira vez que alguém conseguiu
reproduzir no laboratório as alterações químicas que a doença causa
no cérebro.
E não são só as lesões químicas. O rato geneticamente produzido
tem também a falta de memória típica da doença. Assim sendo, o
rato servirá para testar drogas com possibilidade de dar mais
conforto aos doentes.

Mas, de qualquer forma, ninguém descreveu ainda exatamente de


que maneira os defeitos dos genes levam o organismo à demência.
Ou seja, ainda não está muito claro se as Placas Senis tóxicas e os
filamentos retorcidos, típicas da Doença de Alzheimer são a causa
dos sintomas ou se, também, são só sintomas . Além disso existem
vários outros enigmas sobre as células nervosas. É que elas são
frágeis e morrem facilmente.

Quadro Clínico
Os sintomas da doença de Alzheimer para profissionais da
área
O déficit de memória costuma ser o sintoma mais evidente da
Doença de Alzheimer, entretanto, não é o único nem, talvez, o mais
incômodo. Outros sintomas que comprometem a capacidade
cognitiva (de consciência), tais como as dificuldades na comunicação
verbal, no reconhecimento de pessoas e objetos e na execussão de
atividades comprometem severamente o nível de vida desses
pacientes.
Por outro lado, o declínio progressivo da função cognitiva não é
monopólio da Doença de Alzheimer e pode acontecer, inclusive, no
processo de envelhecimento normal. Recentemente tem-se dito que
na Doença de Alzheimer haveria, não um simples declínio da função
cognitiva, cuja expressão sugere um processo fisiológico e normal do
envelhecimento, mas sim, um prejuízo na função cognitiva
incompatível com a idade do paciente.

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Esse prejuízo cognitivo, característico da doença de Alzheimer, pode
ser apenas num grau muito leve, com ligeiras confusões, até graus
severos, onde o paciente perde a noção de orientação, de sua
identidade... Esse grau mais severo, felizmente, costuma estar
presente depois de 6-8 anos de evolução, calculando-se,
grosseiramente, uma perda de cerca de 5 a 15% da cognição por
ano, dependendo do caso.

Os sintomas da Doença de Alzheimer aparecem lentamente. O


período médio entre o primeiro e o último estágio é cerca de 8 anos.
Este período pode, entretanto, variar muito de uma pessoa para
outra. No estágio inicial a pessoa com Doença de Alzheimer parece
um pouco confusa e esquecida. Ela pode não encontrar palavras para
se comunicar direito, pode deixar pensamentos inacabados, pode
esquecer com freqüência fatos e conversas recentes.

Curiosamente, entretanto, ao mesmo tempo em que está prejudicada


a memória para fatos recentes, como por exemplo o que teve no
jantar de ontem, pode haver lembranças claras de um passado mais
distante. O paciente freqüentemente se lembra e repete histórias de
sua infância com riqueza de detalhes impressionante.

Fica prejudicada também a capacidade de lidar com as coisas


(pragmatismo), e o paciente começa a precisar de ajuda para
executar tarefas rotineiras, anteriormente realizadas com facilidade.
Ele pode, com o evoluir da doença, não mais reconhecer seus
familiares, os locais familiares e mesmo esquecer como realizar
tarefas simples, como por exemplo, se vestir, tomar remédios, tomar
banho, etc.

Essa progressão da doença leva a um estágio mais avançado,


quando então a pessoa perde completamente a memória, a
capacidade de julgamento e o raciocínio. Daí em diante será
necessário ajudá-la em todos os aspectos do dia a dia.

Outras Alterações do Comportamento

Alterações comportamentais acontecem na Doença de Alzheimer com


variável freqüência. De 30 a 50% dos pacientes apresentam algum

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tipo de delírio. Entretanto, é sempre difícil caracterizar o delírio do
paciente com Alzheimer porque, na maioria das vezes o que existe é
uma desorientação tão grande em relação ao local, à data e às
pessoas que podemos pensar tratar-se de delírio (mas não é, é
desorientação). Delírio seria uma crença de natureza mais absurda e
bastante irremovível. De 10 a 25% deles têm alucinações e a
maioria, de 40 a 60% tem sintomas depressivos.
Pacientes com transtornos psicóticos prévios, e que começam a
apresentar prejuízo progressivo da cognição (integração da
consciência), evoluem muito mais rapidamente para a demência.
Havendo alguma doença mental anterior à Doença de Alzheimer,
principalmente doenças do tipo psicose, fará com que o paciente
apresente muito maiores alterações comportamentais, tais como
delírios, alucinações, agressividade, agitação, furor, mudanças de
personalidade, alterações sexuais e perda das noções de higiene.
As Confusões
O paciente com Doença de Alzheimer confunde facilmente a
realidade e, para ele, não é claro a diferença entre o presente do
passado, assim como não é claro a diferença entre esse ou aquele
filho ou parente. Essa alteração da consciência é que chamamos de
alteração cognitiva.
A confusão que ele faz entre as pessoas da família pode ser muito
frustrante, acostumados que estamos a sermos bem identificados por
todos. Cada situação merece ser tratada diferentemente. Devemos
decidir se o assunto em questão é importante, se é importante que o
paciente saiba realmente quem é essa pessoa ou não. Às vezes
podemos deixar as coisas como estão, outras vezes devemos lembrar
a identidade da pessoa confundida.
De vez em quando a personalidade do paciente com Doença de
Alzheimer sofre mudanças. As mudanças mais comuns são a
depressão, a regressão, apatia, irritabilidade, desconfiança e
impaciência. Também podem ocorrer alucinações (ver coisas que não
existem) e ilusões (crenças irracionais), mais freqüentemente no
início da noite. Diante de tais problemas é bom consultar o médico
para orientação.
Quem pode ter a doença de Alzheimer?

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A doença de Alzheimer geralmente afeta as pessoas acima de 65
anos. Quanto mais velha a pessoa, maior a probabilidade de
desenvolver a doença. Entretanto, algumas vezes as pessoas mais
jovens, por volta dos 40 anos, podem também ser afetadas.
Portanto, em tese, todas as pessoas estão sujeitas a esta doença.
Nenhuma profissão, nível de escolaridade, raça ou nível sócio-
econômico está imune.
Em certo número de casos a doença de Alzheimer pode ter uma
natureza familiar, enquanto em outros, apenas uma pessoa da
família pode ser afetada. De qualquer forma, as pesquisas genéticas
sobre a doença têm evoluído bastante e, até agora, parece haver
uma certa predisposição constitucional para desenvolver esse mal
(veja acima as pesquisas sobre o gene defeituoso, chamado Apo-E)
Tratando a Doença de Alzheimer
Os objetivos do tratamento são, infelizmente, apenas no sentido de
controlar os sintomas mais incômodos e estimular o treinamento
familiar para se aprender a lidar com pessoa doente. Os
medicamentos podem melhorar os sintomas em alguns casos,
principalmente os sintomas de irritabilidade, depressão, inquietação,
alteraçães do ritmo sono-vigília, etc.
É essencial traçar um plano de atenção ao paciente com Doença de
Alzheimer que inclua cuidados gerais, cuidados médicos e supervisão
sócio-familiar. Visitas regulares ao médico ajudarão a monitorar as
condições do paciente, verificando se existem outros problemas de
saúde que devam ser tratados.
Organizando a vida do paciente com Alzheimer
Avaliar os perigos em potenciais da casa onde vive o paciente é de
fundamental importância. Degraus, maçanetas, quinas e cantos de
móveis, iluminação de corredores e cômodos (manter luzes acesas à
noite), enfim, deve ser realizada uma verdadeira perícia de
segurança no habitat do paciente. Observe cada cômodo e verifiqüe
se existe algum perigo para alguém que está esquecido e confuso.
Por outro lado, decidindo por mudanças, não devemos esquecer que
uma pessoa com a doença de Alzheimer tem sérias dificuldades para
ajustar-se às mudanças.

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Fogão e outros eletrodomésticos podem ser esquecidos ligados ou
usados de maneira errada pelos pacientes, portanto, uma checada
rotineira é importante. Havendo prejuízo mais severo da memória e
da atenção, os botões devem ser cobertos, o registro do gás deve ser
desligado quando o fogão estiver sem uso, da mesma forma que os
aquecedores e fornos microondas devem ser desligados da tomada
quando não estiverem sendo usados. Esse mesmo raciocínio de
dificultar o uso indevido deve ser aplicado em relação aos ferros
elétricos, torradeiras, liquidificadores, ferramentas e outros
equipamentos elétricos.
Nas casas com aquecimento de água central, é importante que a
temperatura seja regulada abaixo dos 39 graus. O paciente pode se
queimar no momento de misturar água quente e fria para o banho.
Trancas e chaves pelo lado de dentro das portas devem ser
removidos para facilitar o acesso dos familiares à esses cômodos. O
acesso à banheira e à piscina devem ser fechadas.
Dirigir é perigoso para pessoas com a Doença de Alzheimer, mesmo
no início do quadro. Ter uma programação diária e regular para as
atividades do paciente com a Doença de Alzheimer é de grande
ajuda, pois ele se sente muito mais seguro e orientado com uma
rotina familiar. Exercícios regulares também ajudam a diminuir a
impaciência, além de ajudar dormir melhor. Caminhar é uma boa
maneira do paciente com Doença de Alzheimer se exercitar.
Em relação às atividades, é bom ter em mente que as pessoas com
doença de Alzheimer freqüentemente se aborrecem por querer
executar atividades e não conseguir.Por causa dessa dificuldade
pragmática (para fazer as coisas), faça as tarefas junto com o
paciente, permita que ele faça o máximo que puder por conta
própria, mas esteja pronto para ajudar. Para fazer um bolo, por
exemplo, escolha para ele as atividades que envolvam várias tarefas
simples, fazendo você mesmo as tarefas mais difíceis, como por
exemplo, medir os ingredientes como.
Algumas famílias costumam deixar o paciente tomar suas refeições
em separado do restante da família, mas essa não é uma boa tática.
As refeições são ótimos momentos para a socialização e permite que
se tenha algum controle sobre a quantidade e qualidade do alimento

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que o paciente Quando o paciente se veste sozinho, escolher o que
vestir pode ser difícil demais para ele e pode também não conseguir
escolher as roupas que combinam. Procure deixar as roupas que ele
usará sobre a cama diariamente e, se for o caso, entregue uma peça
de cada vez, explicando como vesti-la. O estímulo para que o
paciente continue a se vestir sozinho ou o máximo que consegue é
muito importante para evitar uma apatia por acomodação.
Assim como as refeições podem se transformar num excelente
exercício de ressocialização, também os cuidados higiênicos com
barba e cabelo podem ser melhor aproveitados. Havendo condições,
a ida a barbeiros e cabeleireiros é sempre desejável.
Os Medicamentos
Muitas vezes a informação do paciente de que ele já tomou
determinado medicamento ou que não tomou ainda não são
perfeitamente confiáveis. Ele esquece fácil e tende a fazer confusão.
Portanto, controlar os medicamentos, separando diariamente o tanto
de comprimidos que serão consumidos ao longo do dia pode facilitar
as coisas. Através dessa separação da medicação diária será mais
fácil verificar se estão sendo tomados nas horas e quantidade certas.
Muitos familiares tendem a se indispor com o paciente nessa questão
da confusão com remédios. Lembre que a Doença de Alzheimer torna
difícil para o paciente compreender e ser compreendido, mas estes
problemas são causados pela doença e não são propositais.
As pessoas com Doença de Alzheimer têm dificuldade para entender
o significado do que é dito mas, por outro lado, elas são muito
sensíveis a como as palavras são ditas. Um tom ríspido, agressivo ou
intempestivo pode perturbá-las, ao contrário, um tom calmo pode
dar-lhes segurança. Mantenha um tom positivo na voz sempre que
puder.
Tipo de Assistência
Escolher o tipo mais apropriado de assistência a que o paciente com
Doença de Alzheimer terá é um dos itens mais importante.
Dependendo do estágio da doença e do comportamento da pessoa
doente, a assistência pode variar de visitas diárias a cuidados

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ininterruptos. Primeiro determine o grau necessário de assistência, e
então decida qual a melhor maneira de obtê-las.
Normalmente as famílias desses pacientes têm algumas opções:
contratar uma enfermeira ou alguém para cuidar da pessoa,
encaminhá-lo para tratamento em hospitais-dia ou abrigar o paciente
em casas de repouso. Seja qual for a opção escolhida,
periodicamente temos que verificar se ela continua sendo a melhor
escolha. Questões legais e financeiras devem ser levadas em
consideração. Chegará o momento em que a pessoa com Doença de
Alzheimer não estará mais apta para tomar decisões. É bom
estarmos preparados para isto. Converse com ela a respeito destas
questões o mais cedo possível, enquanto ela ainda pode entender
seus objetivos e concordar em fazer mudanças. Se puder contate um
advogado especializado, ele poderá ajudá-lo no planejamento legal e
financeiro.
Ballone GJ - Doença de Alzheimer - in. PsiqWeb Psiquiatria Geral,
Internet, disponível em
<http://www.psiqweb.med.br/geriat/alzh.html> atualizado em 2002

Veja Imagem da Doença de Alzheimer

DOENÇA DE ALZHEIMER
IMAGENS DA DOENÇA DE ALZHEIMER

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As duas imagens justapostas ao lado representam um corte do
cérebro. O corte da esquerda representa o cérebro de uma pessoa
normal e o da direita representa um cérebro de portador da Doença
de Alzheimer. Na Doença de Alzheimer há um encolhimento total do
tecido cerebral.

Os sulcos cerebrais são visivelmente mais alargados, há um


encolhimento do gyri (plural do gyrus), as dobras tornam-se bastante
acentuadas.

Além disso, os ventrículos, que contêm o líquido cerebrospinal, são


visivelmente ampliados.

Nos estágios mais adiantados da Doença de Alzheimer, a


memória a curto prazo começa a declinar, juntamente quando
parte do hipocampo, que faz parte do Sistema Limbico,
degenera. Com isso, a habilidade em executar tarefas
rotineiras também declina.
Enquanto a doença de Alzheimer se espalha através do cortex
cerebral (a camada exterior do cérebro), a capacidade de
crítica e julgamento declinam, crises emocionais podem
ocorrer e a linguagem se compromete. A progressão da
doença conduz à morte de maior parte de tecido nervoso,

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proprocionando expressivas mudanças do comportamento,
tais como vaguear sem rumo e agitação.

Volta para Doença de Alzheimer


A habilidade de reconhecer pessoas e de se comunicar é
completamente perdida nos estágios finais.

Os pacientes com Doença de Alzheimer perdem o controle da


bexiga, e necessitam, eventualmente, de cuidados
constantes.

Este estágio da dependência completa pode durar anos antes


do paciente morrer. O tempo médio do diagnóstico à morte
costuma ser de 4 a 8 anos, embora possa haver casos de 20
anos ou de mais.

Aconselhamento de Idosos 2

Resumo No Brasil, os idosos representavam 9,05% em 1999 e, em


2020, poderão totalizar 13% da população. Nessa faixa etária as
doenças crônicas e degenerativas são comuns e freqüentemente se
utilizam muitos medicamentos. A prescrição e o uso inadequado dos
mesmos podem levar a resultados indesejados, acarretando
internações hospitalares evitáveis e elevando os custos do sistema de
saúde. O objetivo deste trabalho foi conhecer os estudos de
intervenção do farmacêutico e sua influência no uso de
medicamentos pelo paciente idoso, listados em cinco bases de dados,
no período entre 1970 e 1999. Foram localizados 76 artigos,
resultando em 15 trabalhos para análise e discussão. Os estudos
sobre o tema são escassos e limitados aos países de economia
avançada. De uma forma geral, as intervenções apresentaram
resultado positivo. A maioria das intervenções limitou-se ao
aconselhamento ao usuário e/ou ao prescritor, notando-se falta de
ações que levem à adequação do medicamento ao usuário.

Palavras-chave Saúde do Idoso; Farmacêuticos; Uso de


Medicamentos.

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Introdução

Embora o uso de medicamentos seja uma questão relevante em


todas as faixas etárias, as pesquisas sobre o assunto têm se
dedicado, com freqüência, ao paciente idoso, em decorrência das
peculiaridades desse grupo etário.

No Brasil, dados de 1999 indicavam que o contingente de pessoas


com 60 anos ou mais, era de 9,05%, devendo alcançar 13% em 2020
(IBGE, 1998, 1999). Nos Estados Unidos, as pessoas com 65 anos ou
mais perfaziam 12,7% da população no ano 2000, estimando-se que
em 2030 será de 20% (DHHS, 2000). Uma das principais
conseqüências dessa transformação demográfica se dá no
financiamento do setor saúde, com uma participação desproporcional
dos idosos na demanda por serviços, principalmente hospitalizações.
Dados do Sistema Único de Saúde (SUS) mostram que essa faixa
etária, em 1996, foi responsável por 23% dos custos hospitalares. A
falta de serviços domiciliares e/ou ambulatoriais adequados faz,
muitas vezes, com que o primeiro atendimento se dê em estágio
avançado no hospital, aumentando os custos e diminuindo a
possibilidade de um prognóstico favorável. Os problemas de saúde
dos mais velhos, além de serem de longa duração, podendo
prolongar-se por 15 anos ou mais, requerem pessoal qualificado,
equipe multidisciplinar, equipamentos e exames complementares,
exigindo o máximo de recursos do sistema de saúde (MS, 1999).

As doenças crônicas e patologias degenerativas levam a uma maior


demanda por medicamentos (Cartwright & Smith, 1988; Landahl,
1987; Österlind & Bucht, 1991). A maioria dos idosos utiliza mais de
um medicamento periodicamente e quando hospitalizados recebem
entre oito a quinze, representando um consumo de aproximadamente
30 a 35% de todos os medicamentos prescritos nos Estados Unidos
(Baum et al., 1984; Ostrom et al., 1985; Piraino, 1995; Salom &
Davis, 1995). No Japão, em 1995, a população com 65 anos ou mais
era de 14,5%, com consumo de 30,6% de todos os medicamentos
prescritos (Okuno et al., 1999). Já na Inglaterra, em 1985, os idosos
receberam 39% de todas as prescrições de medicamentos
(Cartwright & Smith, 1988).

A prescrição medicamentosa envolve o entendimento das mudanças


próprias da idade, tanto estrutural quanto funcional, de vários órgãos
e sistemas que podem alterar a farmacocinética e a farmacodinâmica
de muitos medicamentos. Dessa forma, a prescrição inadequada para
pacientes idosos aumenta o risco de reações adversas
medicamentosas (RAMs) (Heller et al., 1984; Walker & Wynne,

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1994). Assim, embora os medicamentos contribuam de forma
significativa para o tratamento de doenças prevalentes nos idosos, as
reações adversas também ocorrem mais comumente e estão
implicadas na ordem de 10 a 31% das admissões agudas em geriatria
(Atkin & Shenfield, 1995; Lamy, 1990; Nolan & O'Malley, 1988). A
não adesão ao tratamento que, segundo Morrow et al. (1988) e
Kessler (1992), foi da ordem de 40 a 55% nos Estados Unidos, nessa
faixa etária, expõe o paciente a um maior risco de hospitalizações e
morbidade.

Estudo realizado naquele país apontou que uma média de 5,3% das
admissões hospitalares, na população geral, estava relacionada ao
não cumprimento da medicação prescrita, a um custo hospitalar
direto, em 1986, de mais de US$ 8 bilhões. Quando os custos
indiretos foram incluídos, a estimativa total de gastos atingiu US$ 25
bilhões (Sullivan et al., 1990).

Muitos fatores contribuem para diminuir o conhecimento do


paciente idoso quanto ao seu tratamento medicamentoso. Isso
inclui, entre outras causas, a falta de aconselhamento
individualizado, a falta de informação escrita personalizada e
reforço das instruções orais, inabilidade para recordar as informações
previamente apresentadas e a falta de um ajudante ou auxiliar na
hora de tomar a medicação (O'Connell & Johnson, 1992). Nesse
sentido, Gibbs et al. (1989) comentam que a despeito da vasta
prescrição de medicamentos para os pacientes idosos, o
conhecimento sobre os mesmos é inadequado.

Alguns trabalhos realizados em nosso meio abordam o uso de


medicamentos por pacientes idosos, como Huf et al. (2000) e
Teixeira et al. (2000), entretanto, não explicitam o papel do
farmacêutico na condução do regime terapêutico desse grupo de
indivíduos.

Tendo em vista o apresentado, o objetivo deste trabalho foi fazer


uma revisão da literatura para conhecer as publicações que relatam
possíveis ações do farmacêutico, apresentando resultados
quantitativos ou qualitativos, e como aquelas influenciam a
farmacoterapia do paciente idoso.

Materiais e métodos

Buscou-se inicialmente trabalhos publicados no período de 1970 a


outubro de 1999 em cinco bases de dados, com as seguintes
estratégias de busca: (1) MEDLINE (descritores - Pharmacists/all

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subheadings and Aged/all subheadings and Prescriptions, Drug/all
subheadings or Professional-Patient Relations/all subheadings or
Physician-Patient Relations/all subheadings); (2) International
Pharmaceutical Abstracts (IPA) (termo livre - Pharmacists and elderly
or aged and Prescription Drugs or Prescribing Drugs); (3) Sociological
Abstracts (descritores - Pharmacists in DE, Elderly in DE e
Medications in DE); (4) PsycLIT (descritores - Pharmacists in DE,
Aged in DE e Prescribing-Drugs in DE) e (5) Lilacs (descritores -
farmacêutico, idoso e medicamento). Para a base Lilacs, em virtude
do período de sua existência, o limite de tempo compreendido foi de
1981 a maio de 1999.

Resultados

Foram localizadas 55 publicações na base de dados MEDLINE. Na


base IPA, 23 trabalhos foram encontrados. A busca localizou, ainda,
cinco trabalhos na base Sociological Abstracts e oito publicações na
base PsycLIT. Não se encontrou nenhuma publicação em relação aos
descritores propostos na base Lilacs.

A maioria dos trabalhos referia-se à descrição de perfil de prescrição


ou de problemas na utilização de medicamentos por idosos, outros
relatavam alguma experiência ou intervenção, mas, não seu
resultado. Esses artigos foram descartados da análise final, bem
como outros que também não correspondiam aos objetivos do
trabalho. Ou seja, não se referiam especificamente a idosos ou não
permitiam inferir os resultados a esse grupo etário; referiam-se a
medicamentos de venda livre e, ainda, os que se repetiam em outras
bases de dados. Com isso, foram selecionadas 15 publicações, das 76
localizadas, para a análise final.

Não foi encontrado nenhum trabalho de intervenção publicado na


década de 70, tendo sido quatro artigos publicados na década de 80 e
11 na de 90. Dos 15 trabalhos analisados, 12 foram publicados nos
Estados Unidos, um no Canadá, um no Reino Unido e um na Holanda,
não tendo sido localizado nenhum artigo publicado em países de
economia periférica.

A Tabela 1 apresenta as intervenções ocorridas no paciente idoso,


sendo 67% (4/6) ações educativas e de aconselhamento ao
paciente sobre seu regime terapêutico. Na Tabela 2, são
apresentados os cinco trabalhos em que o farmacêutico atuou tanto
no paciente idoso como no seu médico. Em quatro deles houve
aconselhamento sobre o uso de medicamentos e, num outro,
além dessas ações, o médico recebeu uma carta alertando sobre

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problemas com a prescrição. Todas as ações resultar
no regime terapêutico ou no uso de medicamentos.

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Como mostra a Tabela 3, três estudos referiam-se a intervenções
exclusivamente nos médicos. As ações nos farmacêuticos, alocados
em farmácias públicas, foram estudadas em um único trabalho.

Quando o objeto da ação foi o médico, a ação foi primordialmente de


revisão da prescrição e de alerta ao prescritor. No caso da
intervenção nos farmacêuticos, a proposta foi de educação
continuada para capacitar o farmacêutico a detectar problemas com
as prescrições de medicamentos de usuários de farmácias públicas.

Discussão

Os resultados apresentados permitem pressupor que, sob diferentes


aspectos, os problemas relativos à medicação dos idosos têm sido
mal equacionados. Há, além da flagrante falta de estudos, uma
convergência quase sintomática de restrição da intervenção do
farmacêutico ao processo de "capacitação ao uso" do medicamento
ou das suas informações, como se esse profissional tivesse como
única função "prover apoio" às decisões já tomadas de antemão. Essa
redução implica ainda em maiores conseqüências, quando se
considera as condições de economia periférica ou de transição, como
é o caso brasileiro, onde os recursos humanos e materiais são
escassos.

O número de publicações aumentou exponencialmente de uma


década para outra, acompanhando a crescente relevância do idoso no
perfil demográfico entre as economias avançadas, fonte de todas as

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publicações analisadas. Por outro lado, surpreende o reduzido
número de estudos encontrados, dada a relevância do tema. É
possível, porém, que as condições impostas para seleção dos
trabalhos localizados tenham sido muito restritivas. Mesmo assim, o
crescimento a partir da década de 90 foi expressivo. Nas décadas
anteriores, os poucos trabalhos publicados tinham sua ênfase voltada
para o conhecimento das particularidades do paciente idoso, bem
como dos fatores que influenciam o uso de medicamentos nessa faixa
etária. Foram apontados, entre outros, a falta de interação entre
farmacêutico e paciente idoso, seus problemas cognitivos,
psicológicos e as farmacoterapias complexas.

Os trabalhos da década de 90, por sua vez, enfatizam o


aconselhamento ao paciente idoso e passam a valorizar mais a
participação do farmacêutico e também do médico na melhoria da
qualidade da prescrição médica. Surgem pesquisas sobre a redução
do número de medicamentos prescritos, ajustes de dosagem,
melhora na seleção de medicamentos e redução do número de
reações adversas, além do uso de bancos eletrônicos de informações
sobre medicamentos. Em nenhum dos estudos o objeto da pesquisa
foi o medicamento em si.

Com essa primazia concedida aos aconselhamentos, tanto ao


paciente como ao médico, os farmacêuticos vêm buscando, sob
diferentes formas, reduzir custos ou aumentar a efetividade dos
tratamentos, a partir de intervenções na forma como o idoso, o
médico prescritor ou mesmo os próprios farmacêuticos lidam com o
medicamento ou com as suas informações. Nesse processo, o
desfecho nem sempre foi plenamente favorável ou isento de conflitos.
Cowper et al. (1998), por exemplo, buscavam estimar o custo da
intervenção de um farmacêutico clínico na adequação da prescrição
de medicamentos. Não houve redução nos custos diretos, conforme
esperado pelos autores, uma vez que a intervenção priorizava a
otimização do regime terapêutico. Segundo eles, foi observada uma
adequação dos regimes na forma de redução de alguns problemas
com a prescrição, como a subdosagem. Em contrapartida, os custos
não puderam ser reduzidos, possivelmente pelo aumento do número
de medicamentos prescritos ou pelo maior custo dos remédios
introduzidos em substituição aos problemáticos. Também Sidel et al.
(1990) não verificaram diferenças estatisticamente significantes entre
um grupo de pacientes que submeteu-se a orientações sobre
medicamentos e um grupo controle. Além de possíveis viéses, os
farmacêuticos alegaram dificuldades para obtenção de "mudança de
atitudes" sobre medicamentos na população de estudo. A alegada
resistência dos idosos em mudar os seus hábitos e práticas passa a

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justificar outras propostas, como a ação educativa continuada de
Hammarlund et al. (1985), cujo "êxito" em reduzir significativamente
o número de medicamentos usados foi atribuído a esse gênero de
intervenção.

Os estudos analisados reforçam a idéia de que a intervenção do


farmacêutico aumenta a adesão dos pacientes idosos a seus regimes
terapêuticos, e pode promover redução de custos hospitalares, ao
reduzir o número de prescrições, de internações e de medicamentos
associados a RAMs (Grymonpre et al., 1994; Phillips & Carr-Lopez,
1990; Thompson et al., 1984; Walker & Martin, 1986). Em particular,
Gehres (1986) relata a experiência de um serviço pago de
acompanhamento de farmacêuticos a idosos, cuja atenção permitiu a
auto-administração de medicamentos e a possibilidade de vida junto
a instituições de apoio à saúde de menor complexidade e, portanto,
mais baratas. Entretanto, sob o ponto de vista do processo, há uma
recorrente dependência da viabilização de "formas comunicativas".
Lipton & Bird (1994) apontam que a primeira entrevista que tiveram
com pacientes após a alta hospitalar, mostrou-se principalmente de
sensibilização. Apenas três meses após o início do monitoramento e
aconselhamento foi observado impacto no uso. Segundo os autores, a
razão para essa demora pode ter sido a necessidade de reforço
contínuo para aumentar a adesão.

Não é sem razão, portanto, a ênfase em se minimizar barreiras na


comunicação farmacêutico-paciente idoso. Espera-se que, com a
melhoria desse procedimento, os pacientes administrem melhor os
riscos associados com o uso dos medicamentos (Kessler, 1991;
Wiederholt et al., 1992). Nesse sentido, Pepe & Castro (2000)
ressaltam que a informação prestada ao paciente no ato da
dispensação é tão ou mais importante que o medicamento por ele
recebido. Com o enfoque centrado dessa forma, não é sem razão
também que os resultados sejam por vezes efêmeros, exigindo a
ação continuada.

As ações do farmacêutico sobre o prescritor foram semelhantes e os


resultados também não foram diferentes. Grymonpre et al. (1994)
revelaram que ao avaliar prescrições de pacientes não
institucionalizados, encaminhando alertas sobre inadequações da
prescrição a seus médicos, apenas 31,3% desses alertas resultaram
em mudanças. Questionados sobre a utilidade daquele serviço,
81,8% dos médicos classificaram como útil ou muito útil, mas os
demais o consideraram "perda de tempo". Os demais estudos
mostram que a rejeição do apoio do farmacêutico, ou "resistência" do
médico, cai quando as ações são conjuntas, quando ambos faziam

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parte do mesmo projeto ou da mesma equipe de saúde. Dessa forma,
os médicos podem avaliar a ação do farmacêutico como uma
ingerência menos invasiva em sua atividade profissional. Isso faz com
que a proposta de uso de bancos de dados on-line, com geração de
alertas sobre problemas na prescrição, venha a constituir uma
interface mais produtiva entre médico-farmacêutico, dado os custos
de manutenção de uma equipe multiprofissional.

A prescrição inadequada aos idosos é freqüentemente atribuída à


falta de treinamento de prescritores em geriatria e na deficiência da
formação farmacêutica. Embora os recursos modernos de acesso à
informação possam resolver parte desse problema, como propõem
Monane et al. (1998), é fato que o idoso vive um contexto próprio em
que alguns aspectos podem ser generalizados e outros não. No
processo que envolve a terapia farmacológica, o farmacêutico, por
ocasião da dispensação do medicamento, mantém contato com
paciente idoso e tem uma oportunidade concreta de avaliar se ele
possui incapacidades que possam comprometer o seu acesso ou a
sua adesão ao tratamento medicamentoso (Thwaites, 1999). Trata-
se, em essência, de uma forma diferente de se entender a prática
profissional, onde o foco passa a ser o cuidado com o paciente
(Hepler & Strand, 1990). Embora os programas educativos instituídos
pelo farmacêutico possam mostrar-se efetivos para garantir
independência e utilização adequada de medicamentos,
principalmente reduzindo erros de prescrições ou de dosagem,
prevenindo uso incorreto e reações adversas (Walker & Martin,
1986), há de se ter em conta que o farmacêutico dispõe de
capacitação técnica para promover muitas outras adequações. Os
idosos compartilham problemas como dificuldades visuais, de
memória, força muscular e outras que obrigam, por exemplo, a
revisão das formas farmacêuticas, das embalagens e dos rótulos
entre outros. São poucos, como Galizia & Sause (1982), que chamam
a atenção para esses aspectos mais gerais. Além desses, os idosos
encontram-se, freqüentemente, também sujeitos a problemas de
ordem pessoal, como aqueles decorrentes da auto-estima, da solidão
ou da marginalização circunstancial. Ranelli & Coward (1997), por
exemplo, verificaram que idosos moradores de zona rural tinham
expectativas diferentes dos residentes em zona urbana quanto à
atenção do farmacêutico.

A proposição de medidas deve, portanto, levar em conta esse


conjunto maior, que constitui o universo de exigências circunstanciais
do idoso. Só assim pode-se entender a "resistência" como uma
reação natural às necessidades não atendidas, como exemplifica bem
a rejeição ao "cartão de memória" pelos pacientes, embora fosse

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muito conveniente aos profissionais de saúde, conforme relatado por
Grymonpre et al. (1991). Como lembram Caprara & Franco (1999),
ao discutir a humanização da relação médico-paciente, os
profissionais de saúde devem ter sensibilidade para conhecer a
realidade do paciente e ouvir suas queixas. E nesses termos, também
cabe questionar o quanto dessas experiências apresentadas é
conveniente à condição brasileira.

Kimberlin et al. (1993) afirmaram que os farmacêuticos, alocados em


farmácias públicas dos Estados Unidos, apresentavam condições de
assumir responsabilidade e de propor resolução de problemas
relacionados a medicamentos relatados por pacientes não
institucionalizados. Já Jones et al. (1997) relataram que 79% dos
pesquisados em sua investigação no País de Gales nunca discutiriam
informações sobre medicamentos com os farmacêuticos, preferindo
fazê-lo com seu próprio médico. No Brasil, onde o sistema de saúde
por vezes não consegue atender a demanda de usuários, o atendente
na farmácia pública, será, com freqüência, o único profissional com o
qual o paciente irá relacionar-se. Além disso, o tempo despendido
para a atenção farmacêutica também deve ser considerado nas
avaliações de custo. No caso do cartão recordatório proposto por
Grymonpre et al. (1991) demorava-se uma média de 25 minutos
para completar o cartão e outros 20 minutos para aconselhar o
paciente. Walker & Martin (1986) relataram que a média de tempo
dispensado a cada paciente era de 50 a 60 minutos. A possibilidade
de intervenções desse gênero no Brasil precisa levar em conta as
condições específicas, em que ainda há escassez de farmacêuticos
atuando em farmácia clínica, como também na atenção primária no
sistema de saúde.

Tal como observado por Galizia & Sauce (1982) nos Estados Unidos,
também no Brasil pode-se esperar problemas relativos à linguagem,
à alfabetização deficiente ou mesmo às formas de entendimento, os
quais podem ser resolvidos com medidas específicas, como propõem
esses autores. A solução desses e de outros problemas implica num
esforço imaginativo por parte do profissional de saúde, assim como
da implementação de tecnologias atuais. Já há no Brasil, por
exemplo, programas de computador para serem utilizados em
farmácias públicas (PAC System, 2002), bem como em hospitais, com
capacidade de gerar alertas sobre a medicação e permitir
acompanhamento do paciente. Além disso, o emprego de telefone
para seguimento de pacientes, como usado por Ranelli & Coward
(1997), não deve ser descartado. Em nosso meio, a expansão da
telefonia, fixa e móvel, foi expressiva nos últimos anos, podendo ser

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uma alternativa de acompanhamento, especialmente nas áreas
urbanas.

Conclusão

A revisão da literatura, descrevendo e qualificando a intervenção de


farmacêuticos na farmacoterapia do paciente idoso, mostrou que
estudos sobre o tema são escassos e limitados aos países de
economia avançada. De uma forma geral, as intervenções mostraram
resultados positivos, reduzindo custos, melhorando as prescrições,
promovendo maior adesão do paciente ao tratamento e controlando a
possibilidade de reações adversas. Ao mesmo tempo, os trabalhos
revistos mostraram que a natureza das intervenções fica ainda muito
restrita às diferentes possibilidades de aconselhamento do usuário e
do prescritor de medicamentos. Essa falta de posicionamento mais
pró-ativo do profissional farmacêutico, buscando também a
adequação do medicamento ao usuário, reduz o seu papel no sistema
de saúde e compromete o atendimento das necessidades de países
como o Brasil.

Em vista do encontrado, se fazem necessárias diferentes


investigações específicas. Pouco se sabe, por exemplo, sobre as
necessidades que caracterizam o idoso brasileiro nos diferentes
contextos sociais em que ele se encontra, bem como sobre as formas
de solução possíveis para atendê-las. Não se encontram descrições
disponíveis sobre as experiências bem ou mal sucedidas na
farmacoterapia do idoso em ambiente hospitalar ou doméstico
brasileiro. Além disso, faltam investigações que mostrem as
possibilidades da ciência farmacêutica, nas suas diferentes áreas de
conhecimento, em atender os problemas particulares desse grupo
etário.

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Aconselhamento de Idosos 3

O SEXO NOS IDOSOS

A expectativa de vida em países desenvolvidos tem aumentado


espetacularmente, fato que se associa a um importante incremento
na população de idosos. Mesmo assim esse tema não tem recebido a
devida importância da sociedade, a qual insiste em acreditar,
comodamente, que a atividade sexual desapareça com a idade.
Muitas pessoas, na oitava década de vida, continuam sendo
sexualmente ativas, e mais da metade dos homens maiores de 90
anos, referem manter interesse sexual. Mas apenas menos de 15%
deles podem ser considerados sexualmente ativos (Schiavi, 1995).
A crença de que o avançar da idade e o declinar da atividade sexual
estejam inexoravelmente ligados, tem sido responsável para que não
se prestasse atenção suficiente a uma das atividades mais
fortemente associadas à qualidade de vida, como é a sexualidade.
Dificilmente a entrevista médica, do clínico geral ao reumatologista e
geriatra, tem valorizado as queixas sexuais do paciente idoso. Dá-nos
a nítida impressão que os colegas médicos evitam esse assunto por
medo de não saberem lidar com ele, por medo de não saberem o que
fazer com as respostas que o paciente pode dar. Assim sendo, se a
sociedade evita o assunto, se os médicos evitam o assunto e se os
próprios pacientes têm constrangimento dele, o panorama sexual da
terceira idade ficará inexoravelmente abandonado ao conformismo e
apatia cultural.
Sexo e envelhecimento é o nome de um artigo escrito pela equipe do
site Dr. Mundi em 24/07/2001.

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"Engana-se quem imagina que pessoas mais velhas são assexuadas.
Em homens acima dos 40 anos, é bastante comum que a ereção seja
mais lenta, mas isso é fisiológico, não necessitando o uso das
medicações para disfunção erétil; algo muito comum é que a
ansiedade causada por isso dificulte o processo normal da ereção. O
período refratário (tempo que se leva para uma nova ereção) pode
durar dias, e não mais horas, como na juventude. É normal também
a diminuição da sensibilidade peniana, por alterações das
terminações nervosas locais; há também uma diminuição na
quantidade de esperma”.
Não se deve confundir orgasmo com ejaculação. A ejaculação é a
eliminação do líquidos das glândulas sexuais masculinas, enquanto
orgasmo é a emoção sexual mais prazeirosa que se pode atingir. É
normal uma diminuição da sensação de orgasmo, e isso deve ser
informado como algo comum. Porém, o desejo sexual e a fertilidade
não diminuem.

Alguns pequenos detalhes podem fazer a diferença: a vida sexual


deve ser mantida com uma freqüência adequada (inclusive a
masturbação), e o cigarro e álcool devem ser afastados. A cobrança
quanto ao desempenho deve ser muito pequena, e as alterações na
fisiologia da vida sexual devem ser encaradas com naturalidade. O
sexo deverá ser realizado preferencialmente de manhã, quando se
está descansado e disposto. Em qualquer caso de dúvida, procurar
ajuda profissional e evitar a auto-medicação."

A sexualidade na velhice é um tema comumente negligenciado pela


medicina, pouco conhecido e menos entendido pela sociedade, pelos
próprios idosos e pelos profissionais da saúde (Steinke, 1997). A
atividade sexual humana depende das características físicas,
psicológicas e biográficas do indivíduo, da existência de uma
companheira e de suas características, depende também do contexto
sócio-cultural onde se insere o idoso.
Em linhas gerais, a relação sexual tem sido considerada uma
atividade própria, e quase monopólio, das pessoas jovens, das
pessoas com boa saúde e fisicamente atraentes. A idéia de que as

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pessoas de idade avançada também possam manter relações sexuais
não é culturalmente muito aceita, preferindo-se ignorar e fazer
desaparecer do imaginário coletivo a sexualidade da pessoa idosa.
Apesar desses tópicos culturais, a velhice conserva a necessidade
psicológica de uma atividade sexual continuada, não havendo pois,
idade na qual a atividade sexual, os pensamentos sobre sexo ou o
desejo acabem.
Devido ao desconhecimento e à pressão cultural, numerosas pessoas
de idade avançada, nas quais ainda é intenso o desejo sexual,
experimentam um sentimento de culpa e de vergonha, chegando a
crer-se anormais pelo simples ato de se perceberem com vontade do
prazer. Os idosos se distanciam e esquecem de seu próprio corpo e,
tanto quanto ou mais que na infância, a sociedade impõe que a
sexualidade deva ser totalmente ignorada na velhice (Limentani,
1995). Ainda existe o problema da literatura médica, repleta de
estudos sobre atividade sexual, considerar a sexualidade
exclusivamente calcada no coito, não compreendendo ou concebendo
outras atitudes, condutas e práticas igualmente prazerosas.
A atividade sexual nos idosos tem sido considerada inapropriada por
largos segmentos de nossa sociedade, desde a família até a mídia.
Alguns entendem a atividade sexual nos idosos até mesmo como
imoral ou bizarra. Nossa cultura aceita mal a existência de
sexualidade nos idosos, e quando eles apresentam qualquer
manifestação de interesse sexual, são freqüentemente discriminados.
De modo geral, não se considera correto falar disso, nem pleitear a
existência de problemas relacionados com a sexualidade do idoso.
Mas, na última década, alguma mudança com respeito à sexualidade
tem permitido um aumento do número de idosos que buscam
conselho e tratamento para suas eventuais disfunções sexuais
(Schiavi, 1995). Nos idosos a função sexual está comprometida, em
primeiro lugar, pelas mudanças fisiológicas e anatômicas do
organismo produzidas pelo envelhecimento. São mudanças
fisiológicas que devemos distinguir das alterações patológicas na
atividade sexual causadas pelas diferentes doenças e/ou por seus
tratamentos. Os estudos médicos demonstram que a maior parte das
pessoas de idade avançada é perfeitamente capaz de ter relações

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Pr. Flávio Nunes.
Instituto Teológico Gamaliel
instgamaliel@gmail.com
www.institutogamaliel.com

sexuais e de sentir prazer nas mesmas atividades que se entregam


as pessoas mais jovens.

Prevalência da atividade sexual na idade avançada


Kaiser, em 1996, realizou uma revisão dos diferentes trabalhos
publicados até então sobre atividade sexual em pessoas de mais
idade. Entre tais estudos sobressai o de Pfeiffer, que encontrou em
95% dos homens com idade entre 46 e 50 anos, uma freqüência
semanal de relações sexuais, caindo para 28% nos homens de 66 a
71 anos. No caso de pessoas regularmente casadas, 53% delas, com
idade de 60 anos e 24% dos maiores de 76 anos, eram sexualmente
ativos (Kaiser, 1996).
Outro trabalho descrito na revisão de Kaiser, foi o realizado por
Bretschneider. Este autor indicou que 63% dos homens e 30% das
mulheres, entre 80 e 102 anos, eram sexualmente ativos. Nesse
estudo se verificou que a atividade sexual mais freqüente entre
idosos era a carícias, os toques e, finalmente, o coito. Um número
que pode causar surpresa é em relação à prática da masturbação;
74% dos homens e 42% das mulheres.
Tanto os homens quanto as mulheres idosas mais ativas
sexualmente, eram pessoas que tinham tido mais parceiros(as)
sexuais e maior atividade sexual na juventude (Kaiser, 1996). Nieto
realizou um estudo cujos resultados parecem também mostrar esta
estreita relação entre a atividade sexual presente na velhice e uma
sexualidade vigorosa exercida durante a juventude.
Causas de Diminuição da Atividade Sexual
Descrevem-se como variáveis que podem comprometer a atividade
sexual na maturidade, alguns fatores:

1. A capacidade e interesse do(a) companheiro(a),


2. O estado de saúde,
3. Problemas de impotência no homem ou de dispareunia na
mulher,
4. Efeitos colaterais de medicamentos e
5. Perda de privacidade, como por exemplo, viver na casa dos
filhos.

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Entre as eventuais causas que concorrem para a diminuição da
sexualidade na idade madura, vários autores têm tido opiniões
divergentes, embora todos esses estudos tenham inegável
importância para um conhecimento mais global do problema.
Elaine Steinke, por exemplo, encontrou como um dos principais
fatores a influir negativamente na sexualidade do idoso, o importante
desconhecimento acerca da sexualidade na velhice, assim como
aspectos culturalmente proibitivos com respeito às relações sexuais
entre os idosos (Steinke, 1997).
Persom apurou que as variáveis mais importantes associadas com a
atividade sexual era o estado de saúde mental, seguido por uma
atitude positiva para com as relações sexuais e uma história de
relações mais freqüentes durante a juventude. Schiavi e Rehmam
mostram que a idade se correlaciona significativamente e de forma
negativa com o desejo sexual e com a atividade sexual, mas não com
o grau de satisfação obtido nas relações sexuais. Também realça a
importância do aumento das Disfunções Sexuais, fundamentalmente
alteração da ereção e da ejaculação, nas pessoas de idade avançada
em comparação com indivíduos mais jovens (Schiavi, 1995).
Delo (1998) extraiu importantes conclusões de seus estudos, entre
elas o fato da diminuição, tanto do interesse sexual como da
atividade sexual, com a idade ser maior nas mulheres que nos
homens (Schiavi, 1995). Em resumo, a literatura sugere, de modo
geral, haver uma diminuição na freqüência das atividades sexuais
com o avançar da idade, a qual afeta também o interesse sexual.
Sugere ainda que esse decréscimo sexual é mais contundente em
mulheres que em homens.
De qualquer modo, o mais importante é saber que existem
diferenças individuais significativas quanto à sexualidade, e entre tais
diferenças parecem influir alguns fatores, tais como as características
das relações sexuais na juventude, o estado de saúde, os
medicamentos administrados, a existência de alterações
psicopatológicas, assim como variáveis psicossociais, a existência de
parceiro(a) estável, a qualidade da relação, o funcionamento social e
o nível educacional. (Veja Consumo de Medicamentos em Idosos –
PsiqWeb)

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Mudanças biológicas com o envelhecimento
O envelhecimento fisiológico é uma chave importante para entender,
em parte, a diminuição da atividade sexual que se produz nesta
etapa da vida, mesmo que não seja possível explicar todas as
mudanças que ocorrem. Um erro freqüente é a confusão entre
envelhecimento e doença. Mesmo que o processo de envelhecimento
inclua a suscetibilidade às doenças, as mudanças fisiológicas
produzidas pelo envelhecer são universais, afetando a todos
indivíduos de todas as espécies animais, enquanto as doenças só
afetam um determinado grupo de indivíduos (Cruz, 1996).
É sempre importante sublinhar as grandes diferenças individuais aos
efeitos da idade na capacidade sexual. De um modo geral, é bom ter
em mente que, na ausência de doenças, apesar das mudanças
fisiológicas e anatômicas produzidas na idade avançada, tanto os
homens como as mulheres podem continuar desfrutando das relações
sexuais (Schiavi, 1995 - Richardsom, 1995).
Em geral, nas mulheres há menor preocupação pela função sexual e
mais pela perda estética do aspecto juvenil. Não é totalmente assim
nos homens, onde a preocupação excessiva pelas mudanças
fisiológicas da sexualidade do envelhecimento pode levar à aparição
de ansiedade. Nos homens idosos, o interesse ou desejo sexual se
mantém mais presentes que a própria atividade sexual, enquanto nas
mulheres existe um declive em ambos aspectos da sexualidade,
desejo e desempenho.
Mudanças na Mulher
Nos séculos passados, a medicina estimava que depois da
menopausa as mulheres experimentavam um declínio físico e
psicológico e, em 9 a cada 10 menopausadas, se diagnosticava a
existência de "irritabilidade nervosa". Os estudos atuais, entretanto,
não têm encontrado indícios sólidos de que a menopausa produza
diretamente alguma doença depressiva ou outros transtornos
psiquiátricos graves. (Veja Depressão na Menopausa em PsiqWeb)
Na prática, a menopausa pode ser um episódio de adaptação na vida
da mulher, e inclusive, para algumas delas, este é um período de
liberação, serenidade e estabilidade, desfrutando perfeitamente de
suas relações sexuais.

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Por outro lado, por si só, o envelhecimento não é um fator que
origine obrigatoriamente a diminuição de interesse sexual da mulher,
nem sua capacidade de resposta sexual. A mulher de idade avançada
pode manter seus padrões sexuais anteriores, até o final da vida ou
até que aparece uma doença suficientemente deteriorante que a
impeça.
Não obstante, o ciclo da resposta sexual da mulher pós-menopausa
leva consigo uma série de mudanças fisiológicas e anatômicas ao
nível do aparelho genital e de todo o organismo. Essas mudanças não
acontecem de forma súbita, nem se apresentam do mesmo modo em
todas as mulheres. Depois da menopausa, há uma diminuição severa
da produção de Estrógenos e Progestágenos causadores das
mudanças que se produzem no aparelho genital feminino:
Alterações do envelhecimento no aparelho genital feminino

Os ovários diminuem progressivamente de tamanho

As Trompas de Falópio se fazem filiformes

O útero regride a seu tamanho pré-púbere

O endométrio e a mucosa do colo uterino se atrofiam

A vagina se faz mais curta e menos elástica

A mucosa vaginal se faz mais delgada e friável

Diminui a capacidade de lubrificação da vagina

As alterações vaginais supracitadas podem fazer com que o coito


possa ser doloroso, porém, apesar de mais débil e com menor
número de contrações, as mulheres idosas podem manter sua
capacidade multi-orgásmica (Kaiser, 1996). Os geriatras e
ginecologistas devem ter em mente que, ao atrofiarem-se os ovários,
diminui a produção de andrógenos, o que parece estar relacionado
com diminuição do interesse sexual. Alguns autores, que lidam com a
terapia de substituição hormonal, têm preconizado a administração
de testosterona com propósitos sexuais às mulheres pós-
menopáusicas.

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É importante ressaltar sempre que as mudanças anatômicas e
fisiológicas do envelhecimento ocorrem de forma universal mas, isso
não significa que terão a mesma relevância em todas as mulheres.
Existem variações individuais muito importantes.
Mudanças no Homem
A tipologia normal da deterioração das funções reprodutivas do
homem é muito diferente da que ocorre nas mulheres, já que não
existe um término claro e definido da fecundidade masculina. Embora
a produção de esperma vai decrescendo a partir dos 40 anos, esta
continua ativa até mais de 80 ou 90 anos. A produção de
testosterona também declina gradualmente dos 55 ou 60 anos.
As mudanças na fisiologia sexual masculina, portanto, não se
apresentam de forma súbita nem da mesma forma em todos os
indivíduos, mas, não ser conscientes desse processo fisiológico
poderá levar o idoso a apresentar sintomas de angustia antecipatória
sobre seu desempeno sexual. (Veja Depressão no Idoso – PsiqWeb).
Dentro das mudanças fisiológicas no homem senil se encontra:

Alterações do envelhecimento na sexualidade masculina


A ereção pode tornar-se mais flácida
É necessário mais tempo para alcançar o orgasmo, que é de menor
duração
Diminui o número de ereções noturnas involuntárias
O período refratário depois da ereção aumenta marcantemente
A ejaculação se retarda. Isso pode ser uma vantagem aos homens
que apresentam ejaculação precoce
Reduz-se o líquido pré-ejaculatório.
A ejaculação é menos intensa.
Todas essas mudanças parecem estar relacionadas com múltiplos
fatores, sejam hormonais, neuronais e vasculares, ou até a
diminuição gradual na produção de Testosterona (Schiavi, 1995 -
Lewis, 1998).
Fatores Psicossociais
Para a maioria dos investigadores, a diminuição da atividade sexual
na velhice se relaciona tanto com as mudanças físicas do

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envelhecimento, como com as influências de atitudes e expectativas
impostas pelo modelo social, assim como com fatores psicológicos
próprios do idoso.
Muitos fatores psicossociais que influem no aparecimento de
problemas sexuais nos jovens também podem intervir nos idosos
(Schiavi, 1995). Existem numerosos problemas que impedem que o
idoso mantenha uma atividade sexual continuada.
O primeiro fator é a própria atitude do idoso diante das mudanças
fisiológicas normais do envelhecimento. Diz um ditado que
“envelhece-se como se viveu” e, de fato, o idoso terá tão maiores
problemas de adaptação à sua condição de vida, quanto mais
dificuldades de adaptação teve em tempos anteriores.
O progressivo aumento do período entre as ereções e a maior
dificuldade para consegui-las, pode produzir uma ansiedade
crescente no homem, e esta ansiedade prejudicará ainda mais sua
capacidade de resposta sexual. Completa-se um círculo vicioso
mantido pela ansiedade. O mesmo sucede com a dispareunia de
introdução nas mulheres devida à diminuição de estrógenos pós-
menopáusica. A dor na relação (dispareunia) provoca ansiedade
antecipatória com conseguinte aumento da dor, também formando
um círculo vicioso difícil de romper (Serna, 1996).
Nossa sociedade costuma medir a atividade sexual segundo o coito e,
como a freqüência com que este ocorre é menor na velhice, muitos
idosos optam, progressivamente, pela abstinência. Mas o coito não
esgota as possibilidades sexuais. O que ocorre é que grande número
de idosos se nega a modificar seus costumes e não aceitam variar a
atividade sexual. Além disso, muitas mulheres receberam um tipo de
educação, na qual se rejeitava a necessidade do prazer feminino,
resultando no acanhamento e escassez com que elas tomassem a
iniciativa da atividade sexual.
Diante de alguma doença crônica, mesmo que esta não afete
diretamente à capacidade sexual, o medo e a atitude negativa ante
os problemas da idade limitam mais ainda a atividade sexual tanto
dos homens como das mulheres. Outra limitação importante da
sexualidade, é a disponibilidade do(a) parceiro(a) e sua capacidade
para manter relações sexuais (Delo, 1998). Entre os idosos existe um

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desequilíbrio numérico a favor das mulheres, que representam dois
terços da população de sua idade com menor disponibilidade de
homens. Nesse caso, a ausência de atividade sexual se relaciona,
diretamente, com a não existência de um parceiro estável.
A sociedade, por sua vez, não contribui para que as pessoas idosas
possam manifestar livremente sua sexualidade, seja pelo
contundente negativismo cultural no que diz respeito ao sexo na
velhice, seja no reflexo de uma simples atitude de rejeição do
indivíduo pelo fato de ser idoso. Como a sexualidade no idoso não
pode ser associada à procriação, muitas vezes, até por questão
religiosa, há uma tendência a negá-la ou, ao menos, torna-la um
tema tabu. Com essas e mais aquelas, algumas pessoas de idade
avançada têm tomado para si o estereotipo cultural negativo da
pessoa anciã como um inválido assexuado.
Muitas vezes esse peso da cultura se faz sentir no próprio idoso, que
pode se negar a relacionar-se com outros companheiros de idade,
inibindo assim qualquer manifestação sexual. Outro feito que pode
ocorrer devido à pressão social, são os sentimentos de culpa no
indivíduo de idade avançada por experimentar desejos sexuais, o que
inibirá totalmente todos os aspectos de qualquer expressão sexual.
A prevalência elevada de transtornos psicopatológicos nos idosos,
como são a Depressão ou os Transtornos de Ansiedade (Veja
Depressão no Idoso – PsiqWeb) e a existência de estressores
freqüentes na velhice, como por exemplo a perda do cônjuge, o
prejuízo e deterioração do espaço social e do nível socioeconômico ou
a presença de problemas de saúde na família, contribuem também
para diversas dificuldades na atividade e interesse sexual (Kaiser,
1996). Uma fonte freqüente de dificuldades nas relações sexuais são
os problemas com o(a) parceiro(a), incluindo conflitos conjugais que
podem ser de longa duração, onde se destacam problemas de
comunicação mais antigos.
Disfunção sexual de causa orgânica no idoso
Como vimos, com a idade há uma diminuição progressiva da
atividade sexual no indivíduo são, causada pela intervenção das
mudanças fisiológicas normais devidas ao envelhecimento em inter-
relação com os fatores psicossociais. Por outro lado, também se

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produz um aumento da prevalência de disfunções sexuais devidas a
causas médicas, psicológicas e/ou como efeito secundário da
medicação administrada. Nessa situação pode ser difícil diferenciar as
mudanças normais relacionados com a idade dos sintomas devidos a
alguma patologia. Mas vejamos as alterações principais da
sexualidade masculina.
Disfunção Erétil
Qualquer sinal de impotência provoca grande preocupação nos
homens em geral e no idoso, em particular. Se esta alteração for
erroneamente tida como um caminho inexorável da senilidade, fará
com que o idoso não consulte os especialistas. Entretanto, depois dos
importantes avanços médicos com respeito à sexualidade na última
década, tem aumentado consideravelmente o número de idosos que
buscam ajuda especializada para o tratamento das disfunções
eréteis. (Veja Disfunção Erétil – PsiqWeb)
Mas, apesar das otimistas perspectivas e opções da medicina na área
da sexualidade, grande parte da população geral e, inclusive para
muitos profissionais da saúde, a sexualidade no idoso continua sendo
um tabu e uma atividade continuamente esmaecente. Na maioria dos
casos, os Transtornos da Ereção se devem a múltiplos fatores, sendo
o transtorno vascular o fator mais freqüente na velhice. As causas
orgânicas de Transtornos da Ereção incluem:
1. Transtornos vasculares: É a causa mais freqüente de
impotência e pode ser devido a alterações do sistema arterial,
Síndrome de Insuficiência Venosa e Síndrome de Raynaud, com
comprometimento sistêmico ou só localizado a nível genital.
2. Medicação: O processo do envelhecimento influi na distribuição
dos fármacos no organismo, em seu metabolismo e em sua excreção.
Este fato, juntamente com a possibilidade dos idosos estarem quase
sempre usando vários medicamentos, é o responsável por 25% das
Disfunções Eréteis nesta idade.
3. Medicamentos como os anti-hipertensivos, psicotrópicos como
ansiolíticos, antidepressivos e antipsicóticos, diuréticos, digoxina,
estrógenos, andrógenos ou anticonvulsivantes, são utilizados muito
freqüentemente e podem produzir impotência.
4. Tóxicos: O álcool e o fumo podem ser causa, junto a outros
fatores, de Disfunções Eréteis.

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5. Transtornos Metabólicos e Endócrinos: As alterações
endócrinas, tais como Transtornos Tireóideos, Síndrome de Cushing,
etc. são raros nos idosos. Entretanto, as doenças metabólicas como a
Diabetes são freqüentes, e tanto nos homens como nas mulheres
pode produzir disfunções sexuais. No homem é freqüente que
produza não só alteração na ereção, mas também na libido.
6. Transtornos Neurológicos: Neuropatias, Acidente Cérebro-
vascular, Epilepsia Temporal, Esclerose Múltipla, são algumas
doenças neurológicas que podem cursar com alterações da ereção no
homem.
7. Enfermidades Sistêmicas: Qualquer doença que produza
debilidade, febre ou dor, produzirá alterações inespecíficas na função
sexual. A Insuficiência Renal, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica
(DPOC), Insuficiência Cardíaca, Cirrose, Câncer, são patologias
bastante freqüentes nos idosos e capazes de afetar todo organismo,
conseqüentemente também resultarão em alterações sexuais. Outras
doenças, como a Artrose ou a Artrite Reumatóide podem afetar a
atividade sexual porque provocam dificuldades de posturas ou
movimentos (Kaiser, 1996).
Disfunção Sexual na Mulher
Tem sido raro que as mulheres de idade avançada, principalmente
quando são influenciadas pela educação recebida, que consultem
especialistas neste tipo de problemas. É necessário que os
profissionais da saúde tenham presente a possível existência dessas
alterações e interroguem suas pacientes a respeito porque,
freqüentemente, são questões que passam inadvertidas na entrevista
médica. Nenhum clínico, ginecologista ou geriatra deve ignorar que a
sexualidade é parte importante da existência humana e que seja
capaz de melhorar consideravelmente a qualidade de vida.
A Dispareunia, ou coito doloroso, é o sintoma mais freqüente nas
disfunções sexuais da mulher. Mesmo que a causa mais freqüente
desse quadro seja a diminuição fisiológica da produção de Estrógenos
devido à menopausa, há outros transtornos sistêmicos que podem
ser origem desta alteração (Kaiser, 1996). A atrofia vaginal pós-
menopáusica, com diminuição da lubrificação da mucosa, converte à
vagina num órgão mais susceptível às lesões e infecções (Kaiser,
1996).

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Qualquer doença sistêmica, como ocorre no homem, que produza
debilidade, repercutirá na atividade sexual de maneira inespecífica.
Outra queixa feminina importante é a diminuição ou perda do desejo
sexual, a qual parece estar associada à diminuição da produção de
andrógenos que ocorre depois da menopausa.
A presença de incontinência urinária, que é um transtorno muito
freqüente em mulheres idosas, inibe o desejo e a resposta sexual.
Em 46% das mulheres que apresentam incontinência urinária este
problema pode alterar a atividade sexual (Kaiser, 1996).
A histerectomia, que é a intervenção cirúrgica mais freqüente na
mulher com mais de 50 anos, pode supor o surgimento de problemas
nas relações sexuais. Nesse caso trata-se de uma representação
psicológica de perda da feminilidade ou de um Transtorno Depressivo
concomitante.
Disfunção sexual de origem psíquica no idoso
A causa mais freqüente de disfunção sexual de origem psíquica é a
depressão. Esta pode ser responsável por 10% dos casos de
impotência no idoso (Kaiser, 1996). Como se tem visto, os
medicamentos que se utilizam no tratamento desses transtornos
podem contribuir para piorar a disfunção sexual, sobretudo aquelas
substâncias que têm efeitos anticolinérgicos, responsáveis pela
Disfunção Erétil no homem e diminuição da libido na mulher. (Veja
Depressão no Idoso – PsiqWeb)
Outra patologia psíquica que pode resultar em alterações na função
sexual é o Transtorno de Ansiedade, em qualquer de suas formas
(Generalizada, Pânico, Fobia...). É também muito freqüente, no
homem, a ansiedade antecipatória a respeito de sua possível
resposta sexual insuficiente para satisfazer sua companheira. Esse
tipo de sentimento o leva a apresentar problemas de potência sexual
de caráter psíquico com uma freqüência assustadora.
Em algumas circunstâncias são outros transtornos orgânicos que
provocam a disfunção sexual, mas não por efeito direto desses
transtornos sobre o aparelho sexual. Trata-se da diminuição ou
anulação da atividade sexual por medo do agravamento das doenças
orgânicas, como por exemplo, da angina, do infarto, da falta de ar,
etc.

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Nos homens observamos ainda a ocorrência de impotência depois da
cirurgia da próstata em 4 a 12 % dos pacientes. Fora dessa
porcentagem, os homens submetidos a esta intervenção, podem
desenvolver uma causa psíquica para sua impotência.
Homossexualismo no idoso
Essa situação é complicada por sua própria natureza, tendo em vista
que:
• A sexualidade dos idosos heterossexuais já não é bem aceita
pela sociedade,
• A sexualidade dos homossexuais também não é bem aceita
pela sociedade,
• Pior situação é a que se apresenta para os idosos
homossexuais.
Os escassos estudos realizados nesta população mostram que o
processo de envelhecimento produz as mesmas mudanças sexuais
nos homossexuais que no idoso heterossexual. Suas relações e
problemas físicos não diferem muito dos que se encontram nos
heterossexuais de idade avançada (Lewis, 1998).
As relações de longa duração são freqüentes, mesmo que muitos dos
homossexuais idosos não revelem publicamente sua preferência
sexual. Entretanto, os estudos mostram que nos idosos
homossexuais se atenua o medo a serem descobertos. Uma possível
explicação seria que o medo anterior estivesse ligado à perda da
segurança ocupacional e social, temores que tendem a desaparecer
com a aposentadoria ou estabilidade econômica.
Conclusões
A crença de que a idade e o declinar da atividade sexual estão
inexoravelmente unidos tem feito com que não se preste atenção
suficiente a uma das atividades que mais contribuem para a
qualidade de vida nos idosos, como é a sexualidade. Entretanto, os
estudos médicos demonstram que a maioria das pessoas de idade
avançada é capaz de ter relações e de sentir prazer em toda a gama
das atividades a que se entregam as pessoas mais jovens.
Uma revisão da literatura sugere que há uma diminuição gradual na
freqüência das condutas sexuais, com diminuição do interesse sexual
e um aumento das Disfunções Sexuais com a idade.

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Nos idosos, a função sexual é comprometida, em primeiro lugar,
pelas mudanças fisiológicas e anatômicas que o envelhecimento
produz no organismo são. Mas é um erro grosseiro e freqüente a
confusão que se faz entre envelhecimento e doença.
As características psicológicas, sociais e culturais influem de maneira
decisiva na função sexual. Na velhice, o interesse ou desejo sexual
nos homens se mantém melhor que a atividade sexual, enquanto nas
mulheres, existe um declínio em ambos aspectos da sexualidade.
Existem importantes variações individuais na sexualidade durante o
envelhecimento, o que indica que as mudanças da atividade sexual
no idoso são fruto de múltiplos fatores. O aumento das Disfunções
Sexuais no idoso também se reconhece nos diversos estudos sobre o
tema. A Disfunção Sexual pode ser devida a causas médicas,
psicológicas e/ou, como efeito secundário da medicação
administrada, onde os fatores psicológicos desempenham um papel
muito importante.
Na última década tem se verificado uma importante mudança com
respeito à sexualidade, o que tem permitido um aumenta
considerável no número de idosos que buscam ajuda para o
tratamento das Disfunções Eréteis. Apesar disso, todavia, para
grande parte da população e para muitos profissionais da saúde, a
sexualidade no idoso continua sendo um tema bizarro e esquecido.
É necessário que os profissionais médicos tenham presente a
possível existência de alterações sexuais e interroguem efetivamente
seus pacientes a respeito disso, porque freqüentemente são questões
que passam inadvertidas. A sexualidade é uma parte importante da
existência humana, em qualquer etapa da vida.

BIBLIOGRAFIA

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Facility Staff. The Journal of Continuing Education in Nursing
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10. Serna I. Transformaciones Físicas e Psíquicas no Anciano.
En: Serna I. Psicogeriatría. Madrid: Jarpyo Editores; 1996.

Prova Final – Disciplina: Aconselhamento de Idosos

1.- Deve o idoso ser aconselhado a ter atividades físicas? Que


cuidados devem ser tomados antes de iniciar os exercícios?
2.- Quando o idoso toma remédios qual é conselho em relação aos

exercícios físicos? Deve para com os medicamentos?

3.- Quais os benefícios dos exercícios físicos, em especial, quais são


os efeitos psicológicos mais notáveis?
4.- Quanto tempo demora para o idoso conseguir os primeiros
resultados com os exercícios físicos?
5.- Como pastor de uma igreja em que tem um bom número de
idosos (pessoas acima de 60 anos), quais seriam os programas

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específicos para ajudar numa conscientização da necessidade de
exercícios pelos idosos?
6.- Qual é aproximadamente a incidência de idosos com depressão
entre os brasileiros? – Como a Igreja poderia ajudar a diminuir estes
índices?

7.- Quais são os sintomas mais comuns da depressão entre os


idosos?

8.- Devem os idosos ser aconselhados a tratar da depressão? Se sua


resposta for afirmativa. Como você faria isso?
9.- Qual é o erro mais comuns que se comete para perceber que um
idoso sofre de depressão?
10.- Quais são as três doenças mais comuns entre os idosos de
paises desenvolvidos?
11.- Explique brevemente os sintomas da doença de Alzheimer.

12.- Explique o tratamento chamado de ROT – Terapia de Orientação


da Realidade.

13.- Você como conselheiro (a) pode ajudar o idoso a se reorientar


no ambiente comunitário da Igreja? Como faria isso?

14.- Explique o Programa Pessoal de Intervenção Comportamental –


Ele atua sobre que quatro aspectos?

15.- Explique brevemente o que acontece com o cérebro de um idoso


com doença de Alzheimer.

16.- Explique as confusões que um doente de Alzheimer comete com


maior freqüência.

17.- O quadro clínico apresenta os idosos relutantes ao uso de


medicamentos, isso porque se sentem dependentes, incapazes e
inúteis. Como você ajudaria uma idoso a ter consciência da
necessidade do uso de remédios, se, ferir sua auto-estima?

18.- Você acredita que um pastor ou conselheira cristã deve


aconselhar os idosos que tem dúvidas sobre sua vida sexual?
R. sim , aconselhar e direcionar dentro da perspectivas de sua vida
sexual .
19.- Como conselheiro (a) saberia explicar as precauções a ser
tomadas na atividade sexual dos idosos?
20.- Descreva as 5 variáveis que podem fazer com que a atividade
sexual dos idosos fique comprometida.

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21.- Descreva as mudanças biológicas que acontecem com a idade e
que muitas vezes não são bem vindas pelo próprio idoso.

22.- Ninguém gosta de sentir velho (a), mas isso é a realidade da


própria existência. Como conselheiro (a) você acredita que a igreja
deveria desenvolver alguns programas específicos para a assim
chamada terceira idade, da mesma forma que a Igreja tem atividades
próprias para os jovens? Mencione alguns programas que ajudem os
idosos.

23.- Como conselheiro (a) qual seria a orientação a ser dad a quem
está com “pânico da aposentadoria”.
24.- Todo idoso (ou pelo menos a maioria deles) é conhecido por ser

rabugento, teimoso e nervoso. Quais seriam as orientações a essas

pessoas para que não afete a vida da Igreja.

25.- Desenvolva um estudo dirigido a pessoas da terceira idade que


os ajude a enfrentar o “medo da morte”. Desde que estudos
realizados em Igrejas, mostram que mesmo sendo crentes, a maioria
não tem certeza da salvação.

26.- Pesquise sobre aconselhamento a idosos com doença terminal


(câncer, por exemplo). E que tem consciência que hão de morrer por
causa da doença.
.
27.- Como conselheiro (a) o que diria para uma pessoa idosa que
sabe que deve deixar por escrito a herança dos filhos, mas é
relutante a fazer isso e prefere ignorar o assunto.
28.- Finalmente escreva um breve estudo bíblico direcionado apenas
para pessoas idosas.

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