Terceirização na Logística

Carlos R. Menchik 1
21/setembro/2007
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A terceirização teve seu inicio discreto em áreas consideradas

periféricas como segurança, refeitórios industriais, limpeza e etc... Na
medida em que o nível de competitividade foi sendo mais exigido em
virtude da globalização, as empresas começaram a buscar formas de
concentrar seu foco gerencial em atividades consideradas primarias ou
categorizadas como uma competência central da empresa e terceirizar
os processo não críticos.

Abrindo um novo nicho de mercado novas empresas que

ofereçam um diferencial competitivo nos quesito prestação de serviço
como centralidade do negócio liberando tempo a seus clientes para focar
em seu “core business”.

Desta forma a terceirização começou a ser atrativa ampliando o

escopo de serviços para atividades como manufatura, manutenção,
marketing, tecnologia de informação e finalmente a logística.

Existem vários motivos para se terceirizar, falamos em focar nas

competências centrais das empresas, porem, este fator sempre, ou pelo
menos na maioria das vezes, também esta vinculado com a redução de
custos e finalmente um fator importantíssimo chamado defasagem
tecnológica. Ou seja, invariavelmente os escassos orçamentos para
investimentos das empresas são direcionados somente para a
atualização tecnológica de atividades consideradas centrais ou que
gerem uma real e perceptível vantagem competitiva, todo o entorno fica
normalmente desprovido de orçamento, isso já é um claro indício para
uma futura terceirização.

Obviamente não é recomendado terceirizar em casos de:

• Investimentos muito específicos que se tornam difíceis
de rentabilizar-se;
• Competências igualmente difíceis;
• Informações julgadas estratégicas ou confidenciais e
operações consideradas críticas.

1
Mestrando em Engenharia de Produção e Sistemas pela Unisinos com especialização em Gestão de Cadeias
de Suprimentos pela Oliver White (EUA) e Graduado em Administração de empresas pela PUC/RS.
Consultor em Logística Empresarial e professor nos cursos de Pós Graduação da ESPM/RS.
 Na atualidade a terceirização chegou com muita força nos
processos logísticos das indústrias, com uma tendência irrefutável de
crescimento dos operadores logísticos que cobrem esta necessidade com
alta experiência e com uma capacidade tecnológica sedutora.

Porem, este processo é muito delicado por envolver

primeiramente uma decisão estratégica com grande abrangência no
corpo gerencial que invariavelmente se torna de difícil decisão tomando
vários meses de discussões. Este tempo normalmente utilizado para
maturar um conceito que quebra paradigmas históricos. A busca de um
consenso corporativo normalmente é desgastante, porem, é sólido para
garantir a menor resiliência interna dentro deste delicado processo de
mudança. Diferentemente de uma simples sub-contratação, como por
exemplo, uma transportadora que tem baixíssima barreira para sua
substituição, e com grande oferta de competidores disputando
normalmente pelo menor preço.

Numa terceirização logística de sucesso é fundamental uma

ligação visceral e cooperativa entre as partes, este tipo de
relacionamento se desenvolve de forma interdependente formando ao
longo do tempo uma sólida aliança corporativa.

Os grandes benefícios do processo de terceirização são gerados

com o tempo onde o operador logístico tem plena informação da
mecânica da empresa e com essa informação sendo utilizada como
matéria prima para o real benefício do operador colocando sua
experiência a serviço das reduções de custo tão necessárias.

Os principais benefícios gerados dentro deste processo são:

• Transformar custos fixos em custos variáveis;
• Aumento da flexibilidade, eficiência e a produtividade da
logística;
• Aumentar o retorno sobre o ativo da empresa que
terceiriza;
• Substituição de área de armazenagem por área de
produção;
• Aquisição de expertise e know-how;
• Redução de problemas trabalhistas.

Na próxima edição iremos discorrer sobre os serviços disponíveis

pelos operadores e o processo de seleção e a gestão deste processo.
Carlos R. Menchik – Professor Pós Graduação
ESPM e Diretor Executivo do Núcleo de Logística
do RS. cmenchik@espm.com.br

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