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Embrapa Hortaliças

MANUAL DE TECNOLOGIAS PARA O MANEJO DA CULTURAL

DA MANDIOQUINHA-SALSA.

Concórdia-SC, 15 de agosto de 2003.

Fausto Francisco dos Santos - Pesquisador

Eng. Agron., D.Sc., Embrapa Hortaliças, Brasília,DF.

SUMÁRIO
Apresentação..................................................
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1 –Introdução

2-Descrição da Planta........................................................................................
3-Manejo de Filhotes e Mudas ....................................................................
3.1-Seleção de plantas e filhotes ................................................................
3.2-Lavação e Desinfestação............................................................
3.3- Preparo das Mudas ................................................................
3.4- Manejo das Mudas...................................................................
3.4.1-Plantio direto....................................
3.4.2-Pré-enraizamento...............................
3.4.3-Pré-brotação......................................
3.5- Métodos para Conservação de Mudas ..................................
4-Cultivares e Épocas de Plantio ......................................................
5-Preparo do Solo e Adubação..............................................................
6-Irrigação....................................................................................
7-Adubação Verde e Rotação de Culturas......................................................
8-Pragas.........................................................................................................
9-Doenças........................................................................................................
10-Colheita, Classificação, Embalagem e Comercialização .......................
11-Características Nutricionais ..................................................
12-Como Comprar e Conservar ..............................................................
13-Custo de Produção ...........................................................................
14-Receitas ..........................................................................
15-Literatura Consultada ...................................................

APRESENTAÇÃO

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Visando atender a uma demanda da Prefeitura Municipal de Concórdia, através da
Secretaria Municipal de Agricultura, o presente manual objetiva disponibilizar conhecimentos
e técnicas para o manejo cultural da mandioquinha-salsa. No estado de Santa Catarina, o
cultivo da mandioquinha-salsa é mais concentrado no Planalto Norte, em áreas médias de
1,44ha por produtor. Já no Estado do Paraná, somente no sul do estado, cerca de 3.000
famílias rurais estão envolvidas na atividade com a cultura. Considerando que a hortaliça
emprega 100dias/homem/ha e que esta mão-de-obra é familiar, torna-se relevante o aspecto
social e econômico desse cultivo. Vale ressaltar que essa hortaliça apresenta uma versatilidade
para a colheita, permitindo aguardar até 3 ou 4 meses, por melhores preços .
No passado, a pequena propriedade tinha na composição da renda familiar, atividades
diversas, que hoje se tornaram inviáveis. O desafio é a busca de alternativas seguras, que
incrementem a rentabilidade na pequena propriedade, a qualidade de vida das famílias e sua
fixação no campo. A cultura surge como uma excelente opção para este perfil, pela sua
rusticidade, pouco exigente e afetada por fatores bióticos e abióticos, baixa agressão
ambiental e sempre encontra bons preços. Em termos médios, considera-se que a cultura
proporciona uma rentabilidade líquida de 69%. Apesar da representatividade da referida
hortaliça na pequena propriedade, relevante no orçamento familiar, a produtividade é
extremamente baixa. Em avaliações recentes observou-se que a produtividade média está em
torno de 8,0 ton/ha.
Devido à importância sócio-econômica desse cultivo tanto pelo baixo custo de produção
aliado a elevados preços do produto praticado no mercado, constitui uma excelente alternativa
para o sistema de Agricultura Familiar. Torna-se relevante ainda o aspecto de permitir a
introdução de um novo cultivo na região, possibilitando acesso a uma alternativa segura e
rentável para os pequenos produtores. Vale ressaltar aqui a sua importância na alimentação
humana, e, ao mesmo tempo, sua versatilidade de uso, permitindo o preparo de pratos tanto à
base de sal quanto doces. Sob o aspecto nutricional, seu uso no Brasil têm sido destacado na
alimentação infantil, de pessoas idosas e convalescentes, principalmente pela fácil e rápida
digestibilidade de seu amido mas também pelo alto valor energético. Daí considera-se
inadequado seu uso para pessoas com problemas de obesidade, mas altamente recomendável
para atletas. No tocante ao seu conteúdo de minerais e vitaminas, salientamos que uma raiz
com apenas 100g supre em 65 vezes as necessidades diárias para cálcio, 27 para fósforo, 187
para magnésio, além de vitaminas A, B1 e B2, de nutrizes, fase em que as exigências
nutricionais são mais evidenciadas

1-Introdução

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A mandioquinha-salsa possui diversos nomes vernaculares em nosso País. No Estado
do Rio de Janeiro recebe as denominações de Batata-baroa, Batata-suiça, Batata-do-barão,
Baronesa ou simplesmente Baroa. Em Minas Gerais é comumente chamada de Baroa, Batata-
baroa, Cenoura-amarela, Mandioquinha, Mandioquinha-salsa e Batata-fiúza. No Espírito
Santo denomina-se Batata-baroa. Em São Paulo conhecida apenas como mandioquinha. No
Paraná, denominada de Batata-salsa, Mandioca-salsa ou Salsa. Em Santa Catarina é mais
conhecida como Batata-salsa ou Batata-aipo. No Rio Grande do Sul recebe a denominação de
Batata-do-alemão, Batata-galinha, Pasternak ou Carotole. Na literatura técnico-científica,
optou-se pelo nome de Mandioquinha-salsa como forma de uniformização nas publicações
pertinentes.
Essa hortaliça é de origem andina, tendo sido a espécie domesticada mesmo antes do milho e
da batata. Foi introduzida no Brasil entre os anos de 1906 e 1907, trazida da Colômbia, e
ofertada à Sociedade de Agricultura do Brasil, no Rio de Janeiro. Devido à sua origem
serrana, acredita-se que os primeiros plantios ocorreram na serra norte fluminense, se
expandindo para as serras dos estados de Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Paraná e
Santa Catarina. Nos últimos anos vem crescendo o interesse de seu cultivo no estado do Rio
Grande do Sul. Ainda é cultivada em menor escala no Distrito Federal, Goiás, Tocantins e
Mato Grosso do Sul. Os maiores consumidores dessa hortaliça são os estado de Minas Gerais,
São Paulo e Rio de Janeiro, e os maiores produtores são o Paraná e Santa Catarina.

2-Descrição da Planta

A planta da mandioquinha-salsa, originalmente (Figura 1a), é composta da parte


subterrânea com raízes finas de absorção de água e nutrientes e de raízes de reserva amilácea.
A parte aérea, denominada coroa ou touceira, é formada por um conjunto de rebentos ou
filhotes, também reservantes de amido, e cada um destes apresenta em cada inserção do
pecíolo da folha, uma gema que pode originar um novo rebento. É comum em cultivos
comerciais a presença de uma estrutura compacta, da mesma coloração das raízes de reserva,
subterrânea, onde as raízes se inserem na porção inferior e a touceira na superior. Esta
estrutura comumente denominada tolete, é uma conseqüência do manejo das mudas, ou seja,
pelo seu plantio profundo (Figura 1b). Em plantios superficiais esta estrutura não ocorre.
Figura 1- Esquerda a planta original (a), à direita formação de tolete pelo plantio profundo(b).

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Filhote

Tolete

Raízes de reserva

Raízes de absorção
a b
Fotos: Fausto F. Dos Santos

A distribuição dos rebentos na touceira, ao contrário do que se idealizava, não


posiciona os mais velhos na parte central, com redução de idade em direção à periferia. O
rebento central, que originalmente foi a muda plantada, durante o crescimento da planta, o
mesmo emite entre três e quatro brotos, que originam os filhotes de idade posterior.
Sucessivamente, novas brotações vão surgindo durante o período de crescimento da planta,
distribuindo então os filhotes de diferentes idades em diferentes posições da coroa (Figura 2 ).

Figura 2 – Distribuição dos filhotes segundo suas idades (corte transversal).

4
5
4 3 4

4
2
4 3 3 4

5 5 4 5
5
4 4
3
5
3 1
3
4 4 4 4
5
5 2
3
5 2 3 3 3
4 3
3
4 5
4
As diferentes idades dos filhotes e sua distribuição na touceira torna-se relevante no
processo de seleção de mudas por idades e tamanhos, como alternativa de crescimento

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homogêneo de plantas no campo. Detalhes sobre a seleção será discutido no capítulo
pertinente.
O florescimento da mandioquinha-salsa é um fator indesejável nos cultivos comerciais,
principalmente se ocorre logo após o plantio, não permitindo a ramificação da planta
(florescimento tipo 1 ou “capitão”). Quando ocorre no final do ciclo, com emissão de pendão
floral em toda a touceira, normalmente compromete a qualidade comercial das raízes. Nessa
situação, florescimento tipo 3, com a formação de sementes botânica, há uma canalização de
reservas das raízes para os frutos. O florescimento tipo 2, não interfere no crescimento das
plantas, também ocorre no início da brotação das mudas, mas permite emissão de rebentos
laterais sem florescimento. O florescimento da mandioquinha-salsa somente é desejável para
o melhoramento genético, permitindo a geração e seleção de novos clones, e obtenção de
cultivares com características desejáveis, como a ‘Amarela de Senador Amaral’.

3-Manejo de Filhotes e Mudas

Conforme descrito no capítulo anterior, os filhotes ou rebentos são as estruturas de


reserva cujo conjunto compõem a touceira. Estes filhotes (Figura 3) são “desdedados” da
touceira e utilizados como estrutura de reprodução assexuada, ou seja, para obtenção das
mudas, pelo corte adequado dos mesmos.

Figura 3- Filhotes lavados e desinfestados com água sanitária.

Foto: Fausto F. Dos Santos

3.1-Seleção de plantas e filhotes

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Se a nova área de produção for utilizar mudas provenientes da lavoura comercial, uma
seleção rigorosa deve ser feita das plantas matrizes. Coletar plantas em locais da lavoura onde
não houve incidência de pragas e doenças, como ácaros, pulgões, nematóides de necrose
(Pratylenchus sp.) e especialmente podridão de esclerotinia. As plantas selecionadas devem
ter suas folhas removidas por uma lâmina bem afiada, entre 2 e 5cm do ápice dos filhotes.
Preferencialmente coletar as plantas em períodos mais seco, pois diminui o risco de
podridões, principalmente causadas por bactérias. Os filhotes serão então removidos
(“desdedados”) da touceira e selecionados conforme os seus tamanhos. Desta maneira serão
selecionados pelo menos quatro classes de filhotes (Figura 4):

a- Filhote mãe (idade 1), que corresponde ao mais central e cerca de 3 primeiras brotações
(idade 2), portanto os mais velhos, não se recomenda plantá-los;
b- Filhotes grandes (idade 3), normalmente em grande número, que correspondem às
brotações laterais terciárias, indicados para plantio;
c- Filhotes médios (idade 4), em número semelhante aos grandes, indicados para o plantio, e;
d- Filhotes pequenos (idade 5), em maior número, não se recomenda para o plantio.

Figura 4- Seleção de filhotes segundo suas idades.

3 Idade 1
2 1 Idade 2
Idade 3
Idade 4
4 Idade 5

Fotos: Fausto F. Dos Santos

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Esta seleção é importante e primordial para o crescimento das plantas no campo de
maneira uniforme, por conterem similares quantidades de reserva e capacidade de
competição. Se houver necessidade de utilizar as três classes (grandes, médios e pequenos),
no plantio definitivo, o mesmo deve ser considerando, com o plantio de cada classe em áreas
distintas do campo.

3.2- Lavação e Desinfestação

Como na maioria das plantas cultivadas, o tratamento das sementes é de suma


importância, principalmente para garantir uma população de plantas próxima do ideal. Para a
mandioquinha-salsa, o tratamento é simples, não agressivo ao homem e ao meio ambiente.
Aqui destacamos o conceito de filhotes e mudas, desta maneira, o tratamento será realizado
nos filhotes, para posterior obtenção da mudas. O mesmo consiste na utilização de água
sanitária comercial, também conhecida como Q-Boa. Inicialmente os filhotes devem ser
lavados em água corrente, para eliminação do solo aderido e de restos de matéria orgânica,
que impedem a ação efetiva da água sanitária como agente desinfestante ( Figura 3). Após a
limpeza dos filhotes, estes são embalados em sacos de aniagens ou de cebola, e mergulhados
por 10 minutos numa solução de 1 litro de água sanitária para 9 litros de água. O cloro ativo
presente na solução atua como agente bactericida e fungicida, trata-se de um gás, que perde
seu efeito ao longo do tempo. Aconselha-se preparar nova solução de tratamento quando a
utilizada não apresentar mais o aroma forte de água sanitária. Não tem efeito o
armazenamento da solução de um dia para o outro.
Caso tenha as plantas selecionadas, originadas de lavouras contaminadas com nematóides das
galhas ou “berrugas”, indica-se utilizar a solução de 1,5 litro de água sanitária para 8,5 litros
de água.
Ao retirar os filhotes da imersão na solução de água sanitária, espalhe-os em local ventilado, à
sombra, para secarem. Após secos, serão então preparadas a mudas.

3.3- Preparo das Mudas

Diversas modalidades de preparo de mudas, pelo corte dos filhotes, ou mesmo sem o
corte, estão devidamente estudados. Pode-se observar, ao se destacar o filhote da planta, que o
ponto de inserção do mesmo apresenta algumas pontuações, por onde são emitidas as raízes

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(Figura 5a). Se fizermos um pequeno corte neste ponto de inserção, poderemos observar um
aumento expressivo no pontos de emissão da raízes (Figura 5b).
Figura 5- Filhote sem corte (a) e com corte em bisel (b).

a
Pontos de emissão de raízes

Foto: Fausto F. Santos

Pode-se inferir que a exposição e distribuição destes pontos na base das mudas teriam
algum efeito na qualidade, distribuição ou mesmo enrolamento de raízes de reserva,
dificultando a colheita, ampliando perdas pela quebra de raízes durante sua remoção das
plantas, e, principalmente, comprometendo a qualidade do produto comercial. Diversas
modalidades de cortes foram estudadas, como corte reto, bisel (cunha) simples, bisel duplo,
dentre outros. Admite-se hoje que o corte em bisel simples seria o mais recomendado,
permitindo uma boa distribuição de raízes na planta, facilitando o crescimento, reduzindo o
enrolamento entre raízes, permitindo a obtenção de um produto de melhor qualidade
comercial. Recomenda-se efetuar o corte com uma lâmina bem fina e afiada, como um
estilete, tomando-se o cuidado de proteger os dedos com um esparadrapo. Devemos salientar
ainda que o corte em bisel ou cunha, facilita a penetração da muda no solo, exigindo menor
esforço.

3.4- Manejo das Mudas

Uma série de problemas podem ser identificados em cultivos de mandioquinha-salsa ,


relacionados ao manejo das mudas. Dentre eles destacam-se:
a- Brotação desuniforme no campo, que pode chegar a até 30 dias após o plantio;
b- Crescimento desuniforme de plantas em conseqüência da não uniformidade de brotação;
c- Crescimento desuniforme de plantas em conseqüência da não seleção dos filhotes;
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d- Elevados índices de falhas no campo;
e- Elevados índices de florescimento no campo;

3.4.1-Plantio direto

Trata-se do método tradicionalmente utilizado pelos produtores rurais. Exceto pelo


corte dos filhotes para obtenção das mudas, há um total desconhecimento de técnicas
adequadas para o manejo das mesmas. Consiste simplesmente na retirado dos filhotes, corte
dos mesmos e plantio direto no campo. Este método tradicional é responsável por grande
parte dos problemas com a cultura. A baixa produtividade (falhas no campo por
apodrecimento de mudas, florescimento, brotação desuniforme, crescimento desuniforme e
baixa qualidade de raízes). A Figura 6 ilustra bem os problemas advindos do processo
tradicional.

Figura 6- Crescimento desuniforme no campo.

Planta bem desenvolvida

Planta fraca

Foto: Fausto F. Dos Santos

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3.4.2-Pré-enraizamento

Na identificação das causas da baixa produtividade da mandioquinha-salsa, três fatores


básicos se tornaram evidentes:
 Falhas no campo pelo apodrecimento de mudas;
 Morte de plantas pelo florescimento tipo 1, e
 Crescimento desuniforme das plantas.
A técnica do enraizamento prévio das mudas soluciona estes três principais fatores que
depreciam a produção. Consiste na seleção e desinfestação dos filhotes e posterior corte dos
mesmos para obtenção das mudas. As mesmas são então plantadas em canteiros com no
máximo 1,20m de largura. No preparo dos canteiros, recomenda-se a utilização de cerca de
100g/m2 de adubo formulado (04-14-08 ou similar), e esterco bem curtido, incorporados com
pelo menos um dia de antecedência. No dia anterior ao plantio das mudas nos canteiros, os
mesmos devem ser irrigados. As mudas são então encanteiradas, num espaçamento médio de
5x5cm ( Figura 7a), o que permite em apenas 80m 2 o enraizamento de mudas suficiente para
1ha.

Figura 7 – Mudas nos canteiros a 5x5cm (a) e cobertura morta (b).

5cm

5cm

a b
Fotos: Fausto F. Dos Santos

Neste processo, as falhas por apodrecimento e o pendoamento tipo 1 ocorrerão nos


canteiros, eliminando-se as mudas pendoadas antes do transplantio. Recomenda-se o
transplantio das mudas para o campo definitivo à partir dos 60 dias, no entanto, as mudas
podem permanecer por até 150 dias nos canteiros. Deve-se estar atento, na ocasião do
transplantio, pois o mesmo deve ser realizado como no plantio tradicional, ignorando a
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presença das raízes nas mudinhas. Ainda assim, esta tecnologia é indicada para áreas sob
irrigação.
Após a disposição das mudas nos canteiros, recomenda-se fazer uma cobertura morta
com capim seco sem sementes, serragem ou maravalha de madeira ( Figura 7b). Reduz o uso
de irrigação e impede o aparecimento de plantas daninhas. Ainda assim, para regiões sujeitas
a geadas, torna-se numa maneira segura de garantir a sobrevivência das mudas para plantios
após o inverno.
O processo permite um elevado índice de pegamento das mudas no campo e o crescimento
uniforme das plantas ( Figura 8), consequentemente das raízes de reserva.

Figura 8-Crescimento uniforme e homogêneo em campo, pelo uso da técnica de pré-


enraizamento.

A. Senador Amaral

A. Comum

Foto: Fausto F. Dos Santos

3.4.3-Pré-brotação

As principais áreas de cultivo da mandioquinha-salsa se concentram na região sul,


principalmente nos Estados do Paraná e Santa Catarina. Em termos médios, pode-se
considerar 1,4ha por produtor, normalmente inserido em um sistema de agricultura familiar e
típico de pequenas propriedades rurais. Neste contexto, o cultivo de hortaliças e fumo, além
do milho e feijão, são componentes básicos da renda familiar. O uso de irrigação é
praticamente inexistente, e, se considerarmos a área total desse cultivo no Brasil, pode-se
extrapolar para 90% concentrada na pequena propriedade, sem uso de irrigação.

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O uso da nova tecnologia de pre-brotação de mudas vem possibilitar aos pequenos produtores
a minimização dos fatores relacionados à baixa produtividade, falhas no campo que aliada à
seleção de filhotes para mudas, permite uma brotação e crescimento homogêneo das plantas.
No entanto o processo não impede o fator florescimento.
A grande vantagem desta nova técnica é atender aos cultivos onde a irrigação não é utilizada.
Consiste na seleção, lavação e tratamento dos filhotes, conforme preconizado, e o corte
adequado das mudas. Estas serão então ensacadas em embalagens para cebola ou sacos de
aniagem, com mudas até a metade dos sacos. Em uma área protegida de insolação e chuvas,
dispõe-se os sacos com as mudas, sobre uma camada de cerca de 10cm de serragem com
umidade natural (ideal com a umidade da madeira verde). Pode-se fazer diversas camadas,
terminando com uma camada de serragem. As mudas estarão prontas a irem para o campo,
preferencialmente com o mesmo úmido, ou seja, após uma chuva. O plantio é realizado da
maneira tradicional. Alguns aspectos de suma importância devem ser observados:
a – Deve ser criterioso para a retirada da mudas, com o ponto ideal até o início de emissão de
raízes ( Figura 9a )
b – Dependendo da temperatura, o processo pode ser mais demorado (inverno) ou mais rápido
(verão)
c – Recomenda-se, a partir do oitavo dia, realizar uma amostragem diária, para não perder as
mudas (Figura 9b);
d – A quantidade de mudas preparadas deve ser compatível com a capacidade do produtor
levá-las a campo em um dia de serviço (exige escalonamento).
e – Não irrigar a serragem, caso a mesma resseque, pois isto ocorre mais intensamente na
superfície, não compromete o processo.

Figura 9- Muda pré-brotada ideal(a) e inadequada (b).

ab
Foto: Fausto F. Santos

3.5- Métodos para Conservação de Mudas

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A conservação de mudas, tradicionalmente é feita no próprio campo. Após a colheita e
remoção das raízes para a comercialização, se amontoa as touceiras no campo ou à beira de
uma mata, e aí permanecem por até 60 dias. Este tipo de armazenamento é o principal
responsável por falhas no campo e pela contaminação com pragas e doenças. Há várias
alternativas para se conservarem touceiras ou mudas por períodos prolongados, sem
comprometer a qualidade das mudas.
3.5.1- Conservação de touceiras em campo
Consiste no replantio da touceira após a remoção das raízes para a comercialização,
permitindo assim o seu enraizamento , mantendo-se por longos períodos. è importante que as
folhas sejam removidas das touceiras para seu replantio. Esta técnica somente será adequada
quando a área não será utilizada para outros fins.

3.5.2-Conservação de touceiras em canteiros


Seguindo o processo anterior, consiste na disposição das touceiras em canteiros com 1
metro de largura, onde as touceiras são replantadas no espaçamento de 40cm entre touceiras
nas linhas, duas linhas por canteiro e de forma alternada. Este método permite um melhor
acompanhamento do material, uso de irrigação e mais fácil controle de pragas e doenças. Em
ambos os métodos (3.5.1 e 3.5.2) a possibilidade de florescimento das mudas é reduzida pelo
fato das plantas não serem submetidas ao estresse hídrico, principal causa de florescimento.

3.5.3-Conservação de filhotes em canteiros


É um método mais racional, pois permite grande número de filhotes por área, com as mesmas
vantagens do processo anterior. Consiste na remoção dos filhotes das plantas, sua seleção e
classificação, tratamento com água sanitária e plantio no espaçamento de 5x5cm, sem corte da
base. Podem aí permanecerem por períodos de até 4-5 meses, principalmente no inverno,
facilitando a proteção contra geada. No momento do plantio, os filhotes são arrancados,
lavados e tratados com água sanitária e cortados para a obtenção das mudas.

3.5.4-Conservação de mudas em canteiros


Consiste simplesmente no método de pré-enraizamento de mudas, só que as mesmas
permanecem por até 4 meses nos canteiros, principalmente no inverno. No momento do
transplantio, se deve ignorar a presença de raízes, inclusive e principalmente aquelas
amarelas. Não há interferência na produção comercial.

4-Cultivares e Épocas de Plantio

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Atualmente encontramos no mercado brasileiro três materiais diferenciados, uma
cultivar conhecida como amarela comum ou Amarela de Carandaí (Figura 10a), uma cultivar
de raízes grandes e brancas e a cultivar Amarela de Senador Amaral (Figura 10b). A cultivar
Amarela Comum apresenta raízes de coloração creme ao amarelo claro, raízes de tamanhos
muito variados, aroma forte e sabor acentuado. Apresenta um ciclo considerado longo (11-12
meses), produção desuniforme e raízes de formato heterogêneo. A cultivar branca, não
somente pela coloração, mas pela ausência de sabor característico e aroma, possui um
mercado muito restrito, baixa aceitação comercial, aliado a seu baixo valor nutritivo. A
Embrapa Hortaliças desenvolveu uma cultivar de ciclo mais curto (7 meses), raízes de
tamanho uniforme, produtividade superior a 25 ton/ha, coloração amarelo intenso com aroma
e sabor mais suave. Apresenta ainda resistência moderada aos nematóides das galhas, pele lisa
com poucas reentrâncias e recomendada para plantio também em Santa Catarina. A vantagem
da nova cultivar, atrelada a seu ciclo, permite às regiões do sul do Brasil, o plantio nos meses
tradicionais de julho/agosto, mas colheita nos meses de preços mais elevados, como março e
abril. Neste caso, torna-se relevante os processos de conservação de mudas para o próximo
plantio.

Figura 10- Cultivar Amarela comum (a), e Amarela de Senador

Amaral(b).

a b
Foto: Embrapa Hortaliças Foto: Fausto F. Santos

A época de plantio para a mandioquinha-salsa mais usual na região sul brasileira são
os meses de maio a setembro. Esta época sempre condicionou a colheita no mesmo período
do ano seguinte, considerando a cultivar Amarela Comum. Para a cultivar Amarela de
Senador Amaral, cujo ciclo é mais reduzido, a colheita será realizada mais cedo, permitindo
assim acesso a melhores preços no mercado. No entanto pode-se considerar o plantio dessa

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hortaliça durante todo o ano, levando em consideração os riscos de geadas para plantios no
primeiro semestre e o de apodrecimento de mudas em períodos chuvosos e quente.

5-Preparo do Solo, Adubação e Plantio


O sistema mínimo de preparo do solo pode-se restringir à mais simples operação que
consiste apenas de coveamento. Este sistema é viável em situações em que os solos são
profundos e friáveis, do contrário há acentuada formação de raízes tortuosas, arredondadas e
curtas. Na prática as covas são feitas manualmente com utilização de enxada, com
profundidade variando entre 5-8 cm. recomenda-se o uso de adubo formulados (N-P-K).
Para solos profundos e com topografia mais suave (8-12%), procede-se a prática de
aração, normalmente com tração animal, sendo esta menos profunda quanto mais friável o
solo. Faz-se o sulcamento, sobre o qual é lançado o adubo de plantio , sobre o qual são
levantadas as leiras. O importante é observar que as leiras devem ter até 40cm de altura, sendo
o ideal abrir um pequeno sulco por sobre as mesmas, adicionar os adubos e cobrir novamente.
A aração e a gradagem permitirão melhoria na estrutura do solo, de tal forma a permitir
bom desenvolvimento das raízes de reserva. Os camalhões deverão ter altura final de 40 cm,
dependendo das condições físicas do solo. Deve-se atentar para a utilização da análise de solo
como alternativa mais econômica de se recomendar a adubação de plantio. Desta forma, poderá
ser utilizada a tabela a seguir, que apesar de ter sido elaborada para as condições de Brasília,
constitui atualmente na melhor alternativa para o uso de adubação para a cultura.

O plantio dever ser realizado pelo menos um dia após a adubação química. As mudas
são plantadas em cima das leiras, com espaçamento bem definido. Grande perdas atualmente
na produção são causadas pelo plantio utilizando um espaçamento “visual”. Para se ter uma
idéia, um pequeno erro entre plantas para mais de apenas 3 cm, numa população de plantas
proposta de 47.619 plantas/ha (0,70x0,30m), reduz a população em 4.290 plantas. Estimando-
se uma produção por planta de 500g, deixaremos de colher cerca de 65 caixas de 33Kg, ao
preço atual de R$20,00, perde-se R$ 1.300,00, ou seja, 61% do custo de produção! A
solução deste problema é simples e fácil, apenas com o uso de um marcador artesanal,
elaborado com roda de bicicleta, com o espaçamento determinado pelas hastes de madeira
nelas afixadas (Figura 11 )

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Figura 11- Marcador de espaçamento para mandioquinha-salsa.

Foto: Fausto F. Santos

Tabela 1- Recomendação para aplicação de fertilizantes em solos do DF (Latossolo Vermelho


Escuro Distrófico), para a cultura da mandioquinha-salsa no espaçamento de
80x40cm no sistema de camalhões ( 1a aproximação) Embrapa Hortaliças.

Kg/ha no Plantio
Níveis do Nutriente
K2O
N P2O5 Bórax Sulfato de Zinco
no solo
Qualquer nível 60 - 300 - -
Baixo - 400 (0-15 ppm) - 30 (0-0,6 ppm) 10 (0-7,5 ppm)
Médio - 200 (15-20 ppm) - 20 (0,6-0,9 ppm) 5 (7,5-15 ppm)
Alto - 75 (20-50 ppm) - 10 (0,9-1,5 ppm) 5
Muito alto - 50 (>50 ppm) - 10 (>1,5 ppm) 5
OBS: Para o potássio, aplicar apenas 100 Kg/ha em áreas fora do Cerrado.

6-Irrigação
Atualmente já está definida a exigência de água para a cultura da mandioquinha-salsa.
Devemos considerar que esta hortaliça não suporta áreas encharcadas ou mesmo sujeitas a
encharcamento o que justifica seu plantio em leiras, facilitando a aeração na zona de
crescimento de raízes.
De acordo com SILVA et al. (2000), que determinaram a Evapotranspiração da cultura
e o Turno de Rega, de tal forma a viabilizar o uso adequado de água em diferentes fases de

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crescimento das plantas. A seguir um exemplo para o emprego das tabelas e determinação da
necessidade de água de irrigação.

Tabela 2 – Evapotranspiração da cultura da mandioquinha-salsa

(mm/dia).

UR (%) Temp (o C) Inicial Vegetativo Crescimento raízes Maturação


10 2,8 3,9 5,1 3,9
15 3,7 5,0 6,7 5,0
30 20 4,7 6,4 8,5 6,4
25 5,8 7,9 10,5 7,9
30 7,0 9,5 12,7 9,5
10 2,4 3,3 4,4 3,3
15 3,2 4,3 5,8 4,3
40 20 4,0 5,5 7,3 5,5
25 5,0 6,8 9,0 6,8
30 6,0 8,2 10,9 8,2
10 2,0 2,8 3,7 2,8
15 2,6 3,6 4,8 3,6
50 20 3,3 4,6 6,1 4,6
25 4,1 5,6 7,5 5,6
30 5,0 6,8 9,1 6,8
10 1,6 2,2 2,9 2,2
15 2,1 2,9 3,8 2,9
60 20 2,7 3,6 4,9 3,6
25 3,3 4,5 6,0 4,5
30 4,0 5,4 7,3 5,4
10 1,2 1,7 2,2 1,7
15 1,6 2,2 2,9 2,2
70 20 2,0 2,7 3,6 2,7
25 2,5 3,4 4,5 3,4
30 3,0 4,1 5,4 4,1
10 0,8 1,1 1,5 1,1
15 1,1 1,4 1,9 1,4
80 20 1,3 1,8 2,4 1,8
25 1,7 2,3 3,0 2,3
30 2,0 2,7 3,6 2,7

Tabela 3 – Turno de rega (dias) para mandioquinha-salsa em


função da ETc (Tabela 2), profundidade efetiva de raízes e tipo
de solo.

Profundidade efetiva de raízes (cm)


ETc
10 30 50
(mm/dia) Tipo de solo*
19
I II III I II III I II III
1,0 4 7 12 20
2,0 2 3 6 6 10 17 10 16
3,0 1 2 4 4 7 11 7 11 18
4,0 1 2 3 3 5 8 5 8 14
5,0 1 1 2 2 4 7 4 7 11
6,0 1 1 2 2 3 6 3 5 9
7,0 1 1 2 2 3 5 3 5 8
8,0 1 1 1 2 2 4 3 4 7
9,0 1 2 4 2 4 6
10,0 1 2 3 2 3 6
Tipo de solo I (textura grossa)
Tipo de solo II (textura média e solos argilosos de cerrado)
Tipo de solo III (textura fina)

Exemplo: Vamos supor que a umidade relativa média e a temperatura média do ar no mês
mais seco em uma da região sejam 50 % e 25 ºC, respectivamente, o tipo de solo III e
profundidade efetiva de raízes 30 cm. Desejamos determinar o turno de rega e a quantidade de
água a aplicar em cada irrigação para cada estádio de desenvolvimento da mandioquinha-
salsa. Pela Tabela 2 obtemos os seguintes valores de ETc para cada estádio:

Evapotranspiração (ETc) da mandioquinha-salsa (mm/dia)


Inicial Vegetativo Crescimento de raízes Maturação
4,1 5,6 7,5 5,6

De posse destes valores, entramos na Tabela 3 e determinamos o

turno de rega. Arredondar os valores sempre para baixo. Por

exemplo, entrando na tabela com 4,1 mm/dia encontramos um

turno de rega de 8 dias para 4 mm/dia e 7 dias para 5 mm/dia,

tomar o valor de 7 dias.


Turno de rega (dias)
Inicial Vegetativo Crescimento de raízes Maturação
7 6 4 6

Conhecidos a ETc e o turno de rega, podemos determinar a

quantidade de água a ser aplicada multiplicando-se a ETc pelo

turno de rega, assim:


20
Lâmina de água a ser aplicada (mm)
Inicial Vegetativo Crescimento de raízes Maturação
28,7 33,6 30,0 33,6

Ainda, se conhecermos a precipitação do nosso aspersor, podemos

determinar o tempo de irrigação (minutos). Vamos assumir que o

nosso produtor tem um aspersor “do tipo agropolo” com bocal 5 x

4,9 mm, que no espaçamento de 12 x 12 m e pressão de serviço

de 25 m.c.a. aplica uma precipitação de 16,0 mm/hora. Assim,

basta dividir a lâmina de água a ser aplicada por 16 mm/hora e

multiplicar por 60:


Tempo de irrigação (minutos)
Inicial Vegetativo Crescimento de raízes Maturação
107 126 112 126

7-Adubação Verde e Rotação de Culturas


O uso de adubação verde para a mandioquinha-salsa tem dado excelentes resultados,
tanto pela melhoria das condições física e biológicas do solo quanto pela adição de nitrogênio
e matéria orgânica. Em áreas declivosas, as experiências obtidas na região de Angelina-SC
são bastante promissoras, com o plantio da mandioquinha-salsa sobre a palhada de mucuna
preta, que naturalmente é dessecada pelas geadas. Como em áreas pendentes o uso de
maquinário agrícola não é recomendável, o uso de tração animal levantando uma pequena
leira já é o suficiente para o bom desenvolvimento da cultura. Devemos considerar ainda os
benefícios do uso de adubação verde, principalmente para o controle de nematóides de galhas,
também conhecidos como “Berrugas”, que deprecia a produção e compromete a qualidade
das raízes para o mercado. Neste aspecto a rotação de cultura se torna primordial,
principalmente com o plantio de milho e forrageiras de inverno.

8-Pragas
Aqui salientamos que não há registro de Defensivos Agrícola para
Mandioquinha-salsa, o que determina a impossibilidade de emprego de qualquer
“veneno” para a referida Hortaliça. Resta como alternativa o emprego de formulados em
21
uso na Agricultura Orgânica, portanto considerados não agressivos ao Homem e Meio
Ambiente. As pragas de ocorrência mais comum para a cultura são:

a-Pulgão da Base do Pecíolo:


Também conhecido como piolho, sua ocorrência é uma constante em todos os plantios.
Localizam-se na base da planta (Figura 12), após a brotação das mudas, e sua identificação é
bastante facilitada pela presença de formigas lava-pés.

Figura 12-Pulgão da base do pecíolo

Foto: Embrapa Hortaliças.

b-Pulgão das Folhas:


Trata-se de uma praga de ocorrência recente, foi detectada há apenas dois anos. è uma
outra espécie de “Piolho”, que ocorre na face inferior das folhas (Figura 13ª), causando o
enrolamento das mesmas (Figura 13b). Sua população cresce muito rapidamente e se não
identificada à tempo, poderá causar perda total dos campo. Inicialmente ocorre um elevado
índice de florescimento da lavoura e posterior morte das plantas. Com esta nova praga, há
necessidade de atenção maior com a cultura, necessitando de vistorias semanais para detectar
o início da infestação e facilitar o controle. Quando a população estiver muito elevada, é
indicado se fazer uma roçagem das folhas, em dia ensolarado, para no dia posterior efetuar as
medidas de controle. A mandioquinha-salsa permite até três roçadas de suas folhas durante o
ciclo, sem afetar a produção de raízes.

Figura 13- Pulgão das folhas (a) e enrolamento das mesmas (b).

22
a b
Fotos: Fausto F. Santos

c-Lagarta Rosca:
Apesar de ser uma praga de rara ocorrência, é importante estar alerta à sua presença,
que é constatada pela manhã, com folhas cortadas e muitas das vezes “puxadas” para dentro
do solo (Figura 14). As lagartas somente atacam as plantas durante à noite, quando saem do
solo para se alimentarem. A postura correta para controle é no final da tarde.

Figura 14-Lagarta Rosca.

Foto: Fausto F. Santos

d-Broca:
Considerada uma das pragas mais destrutivas da mandioquinha-salsa. Trata-se de uma
espécie da família dos Curculionídeos, o mesmo caruncho do feijão e milho, no entanto o
inseto é bem maior (Figura 15a). Causam grandes danos às lavouras e seu controle é
extremamente difícil. Os danos são causados por larvas, que penetram no interior dos filhotes
da planta, formando galerias (Figura 15b) e abrindo a porta de entrada para fungos e bactérias
que causam a podridão das plantas. A dificuldade de controle das larvas está exatamente por
se localizarem no interior dos filhotes. Parte do ciclo do inseto ocorre no solo, onde empupa.
O adulto aparentemente é bastante sensível à luz solar, sendo difícil perceber sua presença.
Acredita-se que a ovoposição ocorra à noite, na base do pecíolo das folhas. Após eclosão dos

23
ovos, diminutas larvas atacam a parte interior basal do pecíolo, posteriormente penetram
dentro dos filhotes.

Figura 15- Adulto da Broca (a) e danos aos filhotes (b).

a b
Foto: Alvimar Bavaresco-EPAGRI/Canoinhas

e-Ácaro Rajado:
A ocorrência de ácaros em mandioquinha-salsa está intimamente relacionada a
períodos secos e quentes do ano. Quando se faz uso de irrigação por aspersão convencional, é
difícil a presença da praga. Os ácaros são diminutas aranhas, que se localizam na face inferior
das folhas. Inicialmente há um leve amarelecimento das folhas seguido pela presença de teias
de aranhas (Figura 16). Sua detecção é fácil de ser visualizada e sempre ocorre em reboleiras.
Vale salientar que em alta infestação a praga chega a matar as plantas adultas de
mandioquinha-salsa.

Figura 16- Sintomas típico do àcaro Rajado

Fotos: Fausto F. Santos

24
9-Doenças
Poucas são as doenças que atacam a cultura. As doenças de maior importância são
aquelas que causam perdas pós-colheita, pela podridão de raízes, causada principalmente por
bactérias do grupo Erwinia. Doenças foliares da mandioquinha-salsa mais comum, como
Cercóspora, Xanthomonas, Alternária e Septória, não têm importância econômica, portanto
sem nenhuma necessidade de controle.
Podridões de plantas em campo podem ser causadas por:
a-Esclerotínia:
Trata-se de um fungo de solo, cuja ocorrência está associada a períodos frios do ano. O
sintoma é característico, com o amarelecimento e murcha das folhas. Percebe-se a formação
de uma intensa massa de mofo branco na base da planta e a presença de estruturas negras, que
se assemelham a fezes de rato, os escleródios (Figura 17). Normalmente, quando ocorre, é de
forma isolada, mas é importante a remoção da planta da área, sua incineração, e espalhar cal
virgem na zona onde estava a planta doente.

Figura 17- Estrutura de resistência do fungo.

Escleródio

Foto: Embrapa Hortaliças

b-Esclerócio:
Também um fungo de solo, semelhante ao anterior, no entanto sua ocorrência está
associada a períodos quentes e chuvosos. Os sintomas são os mesmo, mas além do mofo
branco, não se percebe as estruturas negras, e sim, grupos de pequenas bolinhas, bastante
parecidas com sementes de mostarda. As medidas são as mesmas que tomadas para
Esclerotínia, remoção das plantas, incinerar e uso de cal virgem no local onde estavam as
plantas doentes.
Doença de expressão econômica para a cultura são os nematóides. O mais comum são
os nematóides da galhas, que causam a formação de “Verrugas” nas raízes de reserva,
impossibilitando sua comercialização. São espécies do gênero Meloidogyne ( M. hapla, M.

25
javanica, M. incognita).A única forma de controle é a rotação de cultura com plantas não
hospedeiras, como milho, forrageiras de inverno, ou uso de plantas amardilhas, como
crotalárias. Há outra espécie que também ataca as raízes, do gênero Pratylhenchus, que
causam manchas escuras na superfície das raízes, semelhante à sarna da batata. Para esta
espécie não há controle.

Figura 18- Nematóides das galhas (a), e Pratylenchus(b).

Foto: Embrapa Hortaliças Foto: Fausto F. Santos

10-Colheita, Classificação, Embalagem e Comercialização


A colheita da mandioquinha-salsa normalmente é determinada após o amarelecimento
generalizado da lavoura, no final do ciclo. Para a cultivar Amarela Comum, este sinal
fisiológico ocorre por volta dos 11-12 meses. No entanto, para a cultivar Amarela de Senador
Amaral, este sinal fisiológico também ocorre por volta dos 11 meses, já que a cultivar permite
colheita precoce mas o ciclo da planta é o mesmo da cultivar comum. Desta maneira, o mais
prudente na decisão da colheita seria o “ponto” que se observa nas raízes de reserva, que
apresentam as pontas arredondadas, ou seja do formato em “V” para formato em “U” (Figura
17).
Figura 17- Ponto ideal de colheita e raízes de mandioquinha-salsa

26
Foto: Fausto F. Santos

A colheita pode ser realizada manualmente com enxadões ou com o emprego de lâminas de
colher bata, que apenas facilita a retirada das plantas do solo. A remoção das raízes da planta é
manual e deve ser criteriosa, procurando-se retirar inicialmente as raízes mais externas para
não quebrar ou danificar as mais internas, ou seja, retiradas de fora para dentro. Praticamente
toda a produção de mandioquinha-salsa no Brasil é adquirida por compradores especializados,
tanto do Paraná, São Paulo e Minas Gerais, que adquirem diretamente dos produtores. As
raízes são entregues em caixas de plástico, em média com 33 Kg. São então transportadas
para os lavadores, onde são classificadas e embaladas conforme Normas para a Hortaliça.
A classificação de raízes de mandioquinha-salsa hoje está mais bem elaborada e esta
classificação é realizada pelos lavadores. Para comercialização local, deve-se estar atento em
classificar as raízes pelo seu comprimento e diâmetro, elaborando assim classes comerciais
diferenciadas e evidentemente com cotação diferenciada.

Figura 18- Classe comercial de mandioquinha-salsa.

27
Fonte: CEAGESP

Dentre os principais mercados para a hortaliça, destacam-se as Ceasas de


Minas Gerais, Rio de Janeiro, Curitiba e São Paulo, sendo este último o mais expressivo em
termos de volume. De maneira geral, no mercado brasileiro há uma concentração de oferta
nos períodos compreendidos entre os meses de maio a outubro, e uma escassez do produto
nos meses de verão com menor oferta nos meses de janeiro e fevereiro, consequentemente
época de melhores preços.
Comparando com a maioria das culturas, mandioquinha-salsa tem uma grande
vantagem adicional, permite esperar a colheita por até 3-4 meses, aguardando melhores
preços.

11-Características Nutricionais

28
Seu emprego na alimentação humana sempre foi direcionado para alimentação
infantil, de pessoas idosas e convalescentes, principalmente pela rápida e fácil
digestibilidade de seu amido. Devido ao seu alto valor energético seria também indicada
para pessoas de todas faixas etárias, principalmente atletas, mas com consumo restrito para
pessoas com problemas de obsesidade. Apesar de ser considerado um alimento de caráter
exclusivamente energético (PEREIRA, A.S., 2000; Tabela 4), as raízes apresentam valores
expressivos de ferro (Fe), cálcio (Ca), fósforo (P) (Tabela 5), vitaminas do complexo B e
vitamina A (Tabela 6).

Tabela 4. Composição centesimal aproximada da mandioquinha-salsa.


Composição (mg/100g material fresco)
Componentes Média Variação
74,00 64,00-81,00
Umidade
Carboidratos 25,00 19,00-30,00
Amido 23,00 17,00-26,00
Açucares Totais 1,70 0,70-2,00
Proteínas 0,90 0,60-1,80
Lipídios 0,20 0,20-0,30
Cinzas 1,30 1,00-1,40
Fibras 0,90 0,60-1,20
Calorias* 104 96,00-104,00
*Calorias:Cal.
Fonte: Pereira,A.S. (2000).

Tabela 5. Principais vitaminas presentes e necessidades diárias recomendadas.


VIT A VIT B1 VIT B2 VIT B5 VIT B6 VIT C
(U.I.) ( g) ( g) (mg) (mg) (mg)
Teores 1.800 8,00 4,00 3,45 0,03 23,00
Necessidades
Crianças 1.500 0,5 1,0-1,8 8,0-15,0 0,5-1,2 30-35
Adultos 5.000 1,0-1,4 1,5-1,8 15,0 1,4-2,0 40-45
Gestantes 6.000 1,5 2,0 15,0 2,5 50-55
Nutrizes 8.000 2,0 2,5 20,0 2,5 80
Fonte: Pereira, A.S., 2000.

Tabela 6. Principais minerais presentes e necessidades diárias recomendadas.

K Mg Ca Fe P
2,4 64 65 9,5 55
Teores
Necessidades
500 0,80 0,15 5,0 0,3
Crianças
Adultos 2.000 0,35 0,70 8,0 1,4
Gestantes 2.000 0,35 1,00 12 2,0
29
Nutrizes 3.000 0,35 1,00 12 2,0
*Dados em mg/100g matéria fresca
Fonte: Pereira, A.S., 2000.

No tocante a alternativas para o uso na alimentação humana, a mandioquinha-salsa se


mostra bastante versátil, possibilitando o seu emprego na culinária tanto no preparo de pratos
salgados ou a base de açúcar. Ao contrário da maioria das hortaliças, a mandioquinha-salsa
permite o congelamento na forma fresca e crua, conservando no freezer por longo período se
embalada adequadamente.

12-Como Comprar e Conservar


(http://www.cnph.embrapa.br/laborato/pos_colheita/dicas/)

Mandioquinha-salsa

Popular no mundo todo

A mandioquinha-salsa, também conhecida por batata-baroa, batata-salsa ou cenoura


amarela é uma hortaliça rica em fósforo, vitamina A e niacina, sendo também uma
importante fonte de energia em função do seu alto teor de carboidratos. Devido a fácil
digestibilidade de seu amido, é amplamente recomendada para alimentação infantil, de
pessoas idosas e convalescentes. É uma raiz tuberosa originária dos países andinos
(Equador-Peru), introduzida no Brasil no início deste século, provavelmente a partir da
Colômbia. Pertence à família Apiácea, como a cenoura, a salsa, o coentro, o anis, o
salsão ou aipo e o funcho.

30
COMO COMPRAR

A mandioquinha-salsa é produzida durante todo o ano, entretanto a safra se concentra


no período mais frio, quando os preços são mais acessíveis.
As raízes frescas, recém colhidas, devem apresentar cor amarelo-intensa. Algumas
cultivares produzem raízes brancas, porém estas não são comuns no mercado
brasileiro. Evite comprar raízes cortadas, com ferimentos, áreas amolecidas ou
manchas escuras, que podem apodrecer mais rapidamente. O tamanho das raízes não é
muito importante, mas deve-se evitar aquelas com tamanho superior a 25cm, que
podem ser fibrosas por terem sido colhidas de plantas velhas.

COMO CONSERVAR

As raízes se deterioram muito rapidamente, chegando a apodrecer em 24 horas em


temperatura ambiente. Raízes frescas se conservam por até cinco dias, quando
embaladas em saco de plástico e mantidas em geladeira doméstica. Em condição
ambiente, deve-se evitar embalar as raízes com plástico.
A mandioquinha-salsa crua pode ser congelada. As raízes devem ser lavadas, secas
com papel absorvente e colocadas em saco de plástico, do qual se retira todo o ar com
um bombinha de vácuo.
COMO CONSUMIR

Tradicionalmente consumida como sopa, papinha para alimentação de bebês e


ensopados, a mandioquinha-salsa é muito saborosa quando utilizada na elaboração de
pães, canjas, nhoque, suflês, biscoitos, bolos ou em saladas frias e maionese. Também
substitui a batata na forma de chip ou palha.
As raízes congeladas não se prestam para a elaboração de frituras, devendo ser
utilizadas no preparo de pratos cozidos. Para a retirada da casca, as raízes são raspadas
com uma faca sob água corrente, imediatamente após tirá-las do congelador. O
descongelamento é feito diretamente ao fogo, durante o preparo do prato.

DICAS

* Experimente fazer purê de mandioquinha; faça como o purê de batata, somente


substitua a batata por mandioquinha.
* A mandioquinha é um alimento recomendado para atletas e profissionais com alto
gasto energético.
* Pessoas em regime de emagrecimento devem consumi-la com moderação, pois
possui muita caloria

31
13-Custo de Produção

Descrição Quantidade Unidade Total (R$) %


Receitas
Raízes 20.000 Kg 12.121,00
Total 12.121,00

Custos Variáveis
Calcário 1.666 Kg 51,66 2,44
Adubo 05-20-10 825 Kg 462,00 21,84
Bórax 18 Kg 51,30 2,42
Cloreto de Potássio 150 Kg 150,00 7,09
Total 714,96 33,79

Serviços Manuais
Preparo de mudas 08 D/H 120,00 5,67
Adubação 02 D/H 30,00 1,42
Plantio 10 D/H 150,00 7,09
Cobertura 01 D/H 15,00 0,71
Capinas (4) 20 D/H 300,00 14,18
Colheita 28 D/H 420,00 19,85
Total 69 1.035,00 48,92

Serviços Tração Animal


Sulcamento 04 H/A 32,00 1,51
Enleiramento 04 H/A 32,00 1,51
Capinas (4) 16 H/A 128,00 6,05
Transporte Interno 02 H/A 16,00 0,76
Total 26 208,00 9,83

Serviços Mecanizados
Aração 03 H/M 105,00 4,96
Gradagem 1,5 H/M 52,50 2,48
Total 4,5 157,50 7,44
Total Geral 2.115,46 100,00

Para 1 há Para 1 cx.


 Renda bruta R$ 12.121,00 R$ 20,00
 Custo de produção R$ 2.115,46 R$ 3,49
 Margem liquida R$ 10.005,54 R$ 16,51

Elaborado por Nivaldo Gomes – Extensionista da EMATER-PR de Tijucas do Sul, adaptada por Fausto F. dos Santos .

14-Receitas

32
As raízes de mandioquinha-salsa, ao contrário de seu uso tradicional para preparo de
sopas e ensopados, apresentam uma grande versalitilidade de uso, podendo ser processada
tanto na forma de pratos à base de sal quanto de açúcar. A seguir algumas receitas
diferenciadas da hortaliça (EPAGRI/Embrapa Hortaliças, 2002).

Pãezinhos

1/2 Kg Mandioquinha-salsa
1 copo de leite
4 ovos
2 tabletes de fermento para pão
1 xícara de açúcar
2 colheres de sopa de manteiga
2 colheres de óleo
1 colherinha de sal
1 Kg de farinha de trigo

Cozinhe as raízes em vapor, passe por uma peneira fina.


Amassar o fermento com o açúcar, adicionar o leite morno, a manteiga e a banha de porco, o
sal e a mandioquinha-salsa. Misturar bem, sempre batendo.
Juntar os ovos inteiros e a farinha aos poucos, até obter uma massa bem fofa, que não grude
nas mãos
Cobrir e deixar descansar por duas horas.
Enrolar os pães (redondos), colocar em um tabuleiro enfarinhado, cobrir e deixar crescer ate
dobrar de volume.
Assar em forno quente a principio e terminar em forno com temperatura moderada, para que
fiquem bem assados por dentro.

Pão doce

4 colheres, de sopa, de açúcar;


3 pratos de farinha de trigo;
2 ovos;
4colheres de sopa banha de porco;
1 prato de mandioquinha-salsa cozida e amassada;
1 colher de sopa de fermento para pão.

33
1 copo americano de leite morno
Desmanche o fermento no leite morno (não muito quente);-Misture os ovos, a banha de porco,
a mandioquinha-salsa, o açúcar e a farinha de trigo;
Sove bem a massa;
Deixe crescer;
Divida a massa em pães e leve para assar em forno quente.

Cuque

2 copos de farinha de trigo


1 copo de açúcar
3 gemas
100g de margarina
1 colher de fermento royal.
Bata as gemas com o açúcar e margarina. Acrescente o fermento e o trigo Amassando bem.
Assar em forma untada. Desenforme e cubra com a cobertura.
Cobertura:
1/2 Kg de mandioquinha-salsa ralada
400g de açúcar
1/2 pacote de coco ralado
1/2 lata leite condensado.
Lavar a mandioquinha-salsa ralada até a água sair limpa. Coloque em uma panela com um
pouco de água e deixar cozinhar. Adicione o coco e o leite condensado, deixar cozinhar um
pouco mais e cobrir a cuque

Bolo

-3 xícaras de mandioquinha-salsa cozida;


-2 xícaras de açúcar;
-2 colheres, de sopa, de farinha de trigo;
-Leite de 1 coco médio;
-Pitada de sal;
-2 colheres, de sopa, de manteiga.
Descasque, lave e cozinhe a mandioquinha-salsa com sal;
Escorra a água;
Amasse bem a mandioquinha-salsa;

34
Passe na peneira;
Junte o leite de coco e misture bem;
Junte o açúcar e a manteiga derretida;
Junte a farinha de trigo;
Unte a forma com a manteiga e polvilhe com farinha de trigo;
Leve ao forno para assar

Bom-Bocado
1 lata de leite condensado;
1 xícara de leite de coco;
6 ovos;
1 colher, de sopa, de manteiga ou margarina;
1/2Kg de mandioquinha-salsa crua, ralada no ralo fino.

Misture bem todos os ingredientes;


Unte forminhas de empada e polvilhe levemente com açúcar;
Leve ao forno por 40 minutos;
Deixe esfriar bem antes de tirar da forma.

Rosca

30g de fermento “fleischmann” (para fazer pão);


12 colheres de sopa de açúcar;
3 ovos;
300g de mandioquinha-salsa cozida e amassada;
1 xícara de leite;
800 a 900g de farinha de trigo;
120g de margarina;
Um quarto da colher de chá de sal.

Dissolver o fermento em 3 colheres de sopa de leite morno;


Acrescentar os ovos batidos ligeiramente, a margarina, o açúcar, sal, mandioquinha-salsa, o
leite morno e a farinha de trigo;
Sovar bem;
Enrolar as roscas e deixá-las crescer;
35
Pincelar com gemas;
Colocar açúcar refinado com canela;
Assar.
Obs: Pode-se rechear com uva passas, doces cristalizados ou goiabada.

Doce

1 kg de mandioquinha-salsa cozida e passada na peneira


1 lata de leite moça
1 xícara de açúcar
cravo para confeitar

Ponha a mandioquinha-salsa numa panela, junte o leite condensado e o açúcar, leve ao fogo
mexendo até soltar do fundo da panela. Deixe esfriar, enrole os doces e confeite com o cravo.

Doce cristal

1 Kg de mandioquinha-salsa
800g de açúcar
1 pacote de coco ralado
Ralar a mandioquinha-salsa e lavar bem para retirar o amido. Em uma panela adicionar a
mandioquinha-salsa e o açúcar, cozinhar em fogo brando, adicionar o coco ralado e deixar
esfriar.

Nhoque

1 Kg de mandioquinha-salsa
4 gemas
4 colheres (sopa) e manteiga
2 xícaras de farinha de trigo
2 colheres (sopa) de óleo
50 g de queijo parmesão
Sal a gosto

Descasque e cozinhe a mandioquinha-salsa, preferencialmente no vapor.

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Amasse-as como para preparo de purê, adicionando em seguida as gemas, manteiga, o sal e
farinha de trigo, acrescentando mais se necessário para enrolar a massa.
Enrole em tiras, cortando em pedaços, formando os nhoques.
Mergulhe os nhoques aos poucos, em água fervente com o óleo, retirando-os quando vierem a
tona.
Retire-os com uma escumadeira, deixe escorrer e coloque-os em uma vasilha refratária. Cubra
a gosto com molho de tomate ou molho de tomate com carne moída, polvilhe o queijo
parmesão e leve ao forno para gratinar.

Sopa-creme

1 kg de mandioquinha-salsa
4 colheres (sopa) de cebola picada
1 colher (sopa) de salsinha picada
2 colheres (sopa) de óleo
100 g de bacon picado
Sal e pimenta a gosto

Raspar a mandioquinha-salsa, cortar em pedaços e cozinhar no vapor.


Depois de cozida, bater no liqüidificador com água o suficiente para ficar cremosa.
Em uma panela , colocar as duas colheres de óleo para esquentar.
Fritar a cebola picada com o alho socado com sal e o bacon cortado. Após dourada a cebola,
despejar a mandioquinha-salsa batida no liqüidificador.
Após levantar fervura, adicione sal e pimenta a gosto, por fim a salsinha picada.

Canja

1 galinha caipira gorda


1,5 kg de mandioquinha-salsa
2 cabeças médias de cebola
1 ramo de salsa e cebolinha
4 dentes de alho
Gordura da galinha
Suco de1 limão
Sal e pimenta a gosto

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Limpar a galinha e cortar em pedaços deixando a pele.
Temperar, de preferência na véspera, com sal, dois dentes de alho esmagados, uma cebola
bem picada, salsa e cebolinha picadas, pimenta e o suco de limão.
Raspar a casca da mandioquinha-salsa com uma faca e cortar em pequenos pedaços.
Em uma panela fritar os pedaços de galinha em sua própria gordura.
Adicione água aos poucos para deixar a carne dourada.
Quando a galinha estiver dourado, acrescentar a outra cebola picada e as duas cabeças de alho
com sal, deixar fritar ligeiramente e cobrir de água para cozinhar com a panela tampada.
Estando a carne bem macia , é hora de colocar a mandioquinha-salsa picada.
Cozinhar por uns 20 minutos ou até a mandioquinha-salsa desmanchar-se, engrossando o
caldo. Desligar e salpicar com cheiro-verde e salsa picada. Servir em seguida.

Suflê

1 quilo de mandioquinha-salsa
1 cebola média
2 colheres (sopa) de manteiga
2 copos de leite na temperatura ambiente
5 gemas
3 ramos de salsa picada
2 colheres (sopa) de queijo parmesão
2 dentes de alho e sal a gosto.

Raspar a casca da mandioquinha-salsa, cortar em pequenos pedaços e colocar para cozinhar


no vapor.
Depois de bem cozida, quando os pedaços estiverem se abrindo, passar na máquina de moer
carne ou esmagar com um garfo.
Em uma panela, derreter a manteiga.
Quando estiver quente, colocar a cebola bem picada e o alho socado com sal.
Deixar fritar bem.
Acrescentar a mandioquinha-salsa, os dois copos de leite, três gemas, sal e ir mexendo até
ficar com consistência lisa.
Colocar a salsa picada e mexer ligeiramente.
Tirar do fogo e despejar em uma forma, untada com manteiga.
Bater as duas gemas e pincelar o suflê. Polvilhar com o queijo ralado.
Levar ao forno quente para gratinar.
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Maionese
Mandioquinha-salsa cozida e picada em cubos
Molho tradicional de maionese
Temperos verde a gosto

Madalena

1 Kg de mandioquinha-salsa
1 lata de creme de leite
200g de queijo mussarela fatiado
sal e tempero verde a gosto
molho de carne moída, frango ou lingüiça

Cozinhe a mandioquinha-salsa, passe ainda quente pelo espremedor, adicione o sal, tempero
verde e o creme de leite. Misture bem. Em uma refratária untada com azeite, espalhe uma
camada da massa, coloque o molho e fatias de queijo, cubra com a massa e gratinar.

15-Literatura Consultada:

EMBRAPA HORTALIÇAS (Brasília, DF.) Base de dados Internacional: Arracacha /


Mandioquinha-salsa (Arracacia xanthorrhiza). Disponível: site EMBRAPA-CNPH
( maio 1999). URL: http://www.cnph.embrapa.br/bd

PEREIRA, A.S. Mandioquinha-salsa: alimento protéico, energético ou nutraceutico?


Horticultura Brasileira, Brasília, v.18, n.3, p.246-249, nov. 2000.

SANTOS, F.F.; PEREIRA, A.S. Características nutricionais de clones de mandioquinha-salsa


( Arracacia xanthorrhiza Bancroft). In: SYMPOSIUM OF THE INTERNATIONAL
SOCIETY FOR TROPICAL ROOT CROPS, 10., 1994, Salvador, BA. Abstracts...
Salvador: ISTRC, 1994. p.12.
SILVA,H.R.; MAROUELLI, W.A.; SILVA, W.L.C.; SANTOS, F.F. Irrigação-exigências da
cultura de mandioquinha-salsa. Horticultura Brasileira, Brasília, v.18, n.3, p. 253-257,
2000. Palestra.

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