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No mundo
O Programa Espacial Apollo, dos EUA, lançado em 29 de julho de 1960, chegou ao seu
auge a 20 de julho de 1969. Em plena Guerra Fria, a nave Apollo 11 levou o primeiro
homem a pisar na Lua, o que representou uma vitória tecnológica sobre o mundo
comunista, representado, à época, pela União das Repúblicas Socialistas Soviéticas -
URSS. "É um pequeno passo para um homem, mas um salto para a humanidade", disse
o astronauta Neil Armstrong, ao desembarcar do módulo Eagle. Ele e Edwin "Buzz"
Aldrin fincaram a bandeira dos EUA em solo lunar e permaneceram na superfície da
Lua durante 21 horas, coletando amostras de rochas e poeira. Com isso, a Nasa cumpriu
a promessa feita nove anos antes pelo presidente John Kennedy, de levar os norte-
americanos à Lua ainda naquela década.
Durante 28 anos, o Muro de Berlim foi o símbolo por excelência da Guerra Fria, da
bipolarização do mundo e da divisão da Alemanha. Formado por duas barreiras de
concreto de 2,40 m, cercas de arame farpado com armadilhas e torres de guarda, o muro
separou amigos, famílias e uma nação. A queda do Muro foi consequência direta das
reformas realizadas por Mikhail Gorbatchev na União das Repúblicas Socialistas
Soviéticas - URSS: desmontagem da estrutura repressiva; fim do regime de partido
único; e redução drástica dos poderes da KGB (serviço secreto comunista) e da presença
de tropas soviéticas nos países da Europa Oriental. Assim, entre 1989 e 1991, todos os
países do Leste Europeu passaram por revoluções internas que varreram os antigos
governos comunistas apoiados pela URSS. Na Alemanha Oriental, o colapso do regime
foi simbolizado pela queda de Eric Honecker, presidente do Conselho de Estado, que
renunciou em 18 de outubro de 1989, e pela derrubada do Muro, destruído pela própria
população. Em 1991, a Alemanha Oriental foi reunificada à Alemanha Ocidental.
Com a queda do Muro de Berlim, o fim da União Soviética e a ruína dos regimes
comunistas no Leste Europeu, os estudantes chineses ocuparam a praça da Paz Celestial
(Praça Tiananmen) em abril de 1989. Em termos locais, uma das causas do movimento
pacífico dos estudantes foi a morte do líder partidário Hu Yaobang, que apoiava
reformas políticas no país. Os protestos pediam democratização do país, fim da
corrupção e melhores condições de vida. As passeatas chegaram a reunir mais de 300
mil pessoas, concentrando-se na Praça da Paz Celestial, e repetiram-se por cerca de três
meses. Em 4 de junho de 1989, contudo, o exército da República Popular da China
tomou a praça e sufocou os protestos. Dados oficiais apontam 241 mortos, mas fontes
independentes calculam em até 7 mil as vítimas do massacre, sendo que os principais
líderes estudantis foram exilados.
No Brasil
Revolução Industrial
Da Página 3 Pedagogia & Comunicação
Outro fato que contribui à reestruturação da Inglaterra foi a reforma protestante, o que
levou à diminuição da influência da nobreza, à liquidação do poder do clero e ao
sequestro e à redistribuição das terras e dos bens da Igreja.
1) A partir de 2001, o mercado imobiliário dos Estados Unidos passou por uma fase
de expansão acelerada.
9) Com a subida dos juros, as dívidas ficaram mais caras (e também as prestações
das hipotecas), o que aumentou a inadimplência, fazendo com que a oferta de crédito
também diminuísse.
10) Sem oferta de crédito, a economia dos EUA se desaqueceu, pois, se há menos
dinheiro disponível, compra-se menos, o lucro das empresas diminui e empregos não
são gerados.
11) Preocupado com os pagamentos de créditos subprime nos EUA, o banco BNP
Paribas congelou cerca de 2 bilhões de euros de alguns fundos.
13) A crise passou a afetar todo o sistema bancário, afinal, as instituições financeiras
apostavam nos títulos subprime. Várias instituições se viram à beira da falência. E se
descobriu que, com a globalização, o sistema financeiro internacional estava
contaminado e sofreria graves consequências.
15) Muitos países entraram em recessão, e seus respectivos governos têm, desde
então, tomado diferentes medidas para aquecer a economia e, ao mesmo tempo, garantir
que o sistema financeiro volte a emprestar.
O maior período de crise econômica mundial ocorreu entre os anos de 1929 e 1933.
Atingiu, em primeiro lugar, a economia norte-americana, espalhando-se em seguida
para a Europa e, a seguir, para todos os continentes.
Coube aos Estados instituir mecanismos para controlar a crise e reativar a produção.
New Deal
Revolução Francesa
Da Página 3 Pedagogia & Comunicação
Antecedentes
Começam a eclodir motins causados pela fome, quer nos campos quer nas cidades,
que eram invadidas pelos trabalhadores agrícolas desempregados. Os esbanjamentos da
família real, em 1788, fazem o tesouro público suspender todos os pagamentos,
prenunciando a bancarrota.
O rei convoca os Estados Gerais para 1792. O parlamento de Paris (na época, uma
espécie de corte suprema) reage, reclamando a convocação dos Estados Gerais para
1789.
Iluminismo
Da Página 3 Pedagogia & Comunicação
O termo Iluminismo - ou Século das Luzes - designa o movimento filosófico, religioso,
científico e político iniciado na segunda metade do século 17 e que dominou a Europa
durante o século 18.
Características do Iluminismo
Revolução Americana
Da Página 3 Pedagogia & Comunicação
A Guerra da Independência dos EUA, um movimento emancipador das colônias
inglesas na América, teve início com manifestações de descontentamento contra a
situação injusta a que os colonizadores foram submetidos pela Grã-Bretanha. Pouco a
pouco, essas manifestações se transformaram em rebelião aberta, culminando na
proclamação de uma república independente, com base em princípios democráticos que,
pela primeira vez, ganharam forma estatal.
Antecedentes
Ao fim da Guerra dos Sete Anos (conflito entre a França, a Áustria e seus aliados,
de um lado, e a Inglaterra, Portugal e seu aliados, de outro), recaiu sobre os colonos
norte-americanos a obrigação de pagar parte da dívida inglesa contraída com a guerra.
Em 1764, é baixado o Sugar Act, lei de imposto sobre o açúcar. O novo tributo
passou a pesar não somente sobre o açúcar refinado importado pelas colônias, mas
também sobre vinhos, café, tecidos e outras mercadorias.
Em 1765, criado o Stamp Act (lei do selo): papéis referentes a transações comerciais
e até jornais deveriam ser selados, o que representava novo encargo. Os novos impostos
provocam alta do custo de vida.
Protestos se alastram por várias regiões. Cria-se uma organização de luta, os Filhos
da Liberdade, composta sobretudo de trabalhadores afetados pela carestia.
Os corpos legislativos das nove províncias coloniais decidem negar ao parlamento
britânico o privilégio de decretar novos impostos sem o assentimento das assembléias
norte-americanas.
Londres revoga a lei do selo, mas cria novas e pesadas taxas, conhecidas como
Townshend Acts.
Londres abole alguns tributos, mas os choques prosseguem. Bandeiras inglesas são
queimadas em público.
A Revolução e Independência
Revoluções de 1848
Da Página 3 Pedagogia & Comunicação
Durante o ano de 1848 a Europa foi sacudida por uma série de revoluções de cunho
liberal ("Primavera dos Povos"). O que levava os cidadãos a participarem das barricadas
foi uma mescla de aspirações que iam do socialismo utópico à redução da jornada de
trabalho. O movimento em cadeia iniciou-se com a insurreição da Sicília e se estendeu
até a guerra na Hungria.
Itália
O movimento italiano não teve um sentido social. Seus líderes, animados por ideais
liberais e republicanos, desejavam a unificação do país, o que ocorreria apenas em 1861.
A Sicília rebelou-se contra a dominação da dinastia dos Bourbons em 1848. Apesar de
esmagada em poucos dias, a rebelião provocou reações em Milão - que se insurgiu
contra a dominação austríaca -, Veneza e no Piemonte. Garibaldi teve papel estratégico
nas lutas, mas acabou aprisionado e condenado ao exílio. A ordem foi restabelecida.
França
Alemanha
Áustria
Contra o regime monárquico formou-se uma corrente oposicionista que incluía setores
da aristocracia. Em março de 1848, o movimento realiza barricadas e manifestações em
Viena. O rei forma um ministério liberal e promete nova constituição. Em maio, o povo
volta à carga. Há rebeliões em Praga, então sob domínio austríaco. O governo outorga
uma constituição provisória e, em julho, a assembléia constituinte se reúne. Ocorre um
novo levante popular, mas o exército ataca, fuzilando inclusive deputados radicais. Em
novembro, o imperador abdica, mas a monarquia seria restabelecida em 1852.
Hungria
O fim da Segunda Guerra Mundial deu início à Guerra Fria, um processo que marcou as
relações internacionais ao longo da segunda metade do século 20 e significou a
bipolarização do mundo, dividido entre os dois países que saíram daquele conflito como
potência - a União Soviética (comunismo) e os Estados Unidos (capitalismo).
Nos últimos anos da década de 1960, enquanto os países do mundo ocidental explodiam
num quadro de contestação à ordem vigente, a Tchecoslováquia passou a exigir maior
independência da URSS. O movimento recebeu o nome de Primavera de Praga e foi
sufocado pelas tropas do Pacto de Varsóvia em agosto de 1968.
Colapso comunista
Luis Gama, um ex-escravo, firmou-se como líder da ala que decidiu se manter na luta
respeitando os limites legais, por meio de processos na Justiça.
A instabilidade provocada por essas pressões culminou na Lei Áurea de 1888 que
libertou, nas principais províncias escravistas (Minas, Rio e São Paulo),
aproximadamente 461 mil escravos.
Considerando que o tráfico africano foi proibido em 1850, o período de 38 anos até a
Lei Áurea demonstra que a estratégia de abolição gradual empreendida pelas elites
escravocratas foi bem sucedida. O objetivo era adiar ao máximo a abolição para que
pudessem explorar o trabalho dos escravos até que morressem com a morte, a
escravidão acabaria naturalmente. Foram os herdeiros dessa aristocracia que
construíram a república no Brasil.
Democracia
Da Página 3 Pedagogia & Comunicação
Suponha que você se tornou amigo de um estrangeiro que acabou de chegar ao Brasil
para passar as férias. Imagine que, um dia, ele lhe perguntará se o Brasil é uma
democracia. O que você iria responder?
Em princípio, é bem provável que sua resposta seja afirmativa e, de fato, se for assim,
ela estará correta. Há cerca de 20 anos, o Brasil é uma democracia e essa condição foi
conquistada pelo nosso próprio povo, que agüentou um governo ditatorial, imposto
pelos militares, de 1964 a 1985.
Mas o que significa dizer que o Brasil é uma democracia? Bem, num primeiro
momento, talvez seja possível dizer que o Brasil é uma democracia porque elegemos
nossos governantes, porque os direitos dos cidadãos brasileiros são estabelecidos por
leis, que também os garantem, porque - ao menos em tese - somos todos iguais perante
as leis, porque existe liberdade de imprensa, etc.
Por outro lado, alguém poderia questionar o caráter democrático de nosso país, levando-
se em conta nossos altos índices de pobreza e miséria, isto é, o fato de estarmos num
país que coloca entre aqueles com pior distribuição de renda no mundo. Além disso,
sabemos que há uma diferença muito grande do tratamento que o Estado dedica aos
ricos e aos pobres. Isso sem falar na questão da corrupção que - entra governo e sai
governo - parece jamais acabar.
Forma e substância
Bem, o Brasil é uma democracia, mas isso - por si só - não resolve todos os seus
problemas. Para resolvê-los, talvez o primeiro passo fosse justamente aprofundar a
compreensão que temos do conceito de democracia. Para isso, em primeiro lugar, é
importante estabelecer uma distinção entre os aspectos formais e substanciais de uma
democracia.
Já o aspecto substancial é aquele que se refere aos resultados do processo, aos fins a
serem alcançados. Aqui se destaca, em primeiro lugar, a existência efetiva - e não
somente em tese - da igualdade jurídica e política dos cidadãos. Ao mesmo tempo,
deve-se levar em conta também as desigualdades econômicas, que deveriam ser as
menores possíveis.
Ainda que as pessoas sejam diferentes e integrem grupos sociais diversos, ninguém
pode ser privilegiado ou discriminado no tocante a direitos básicos. Todos devem ter a
possibilidade de acesso aos bens materiais básicos como moradia, alimentação e saúde,
e ainda aos bens culturais, em todos os níveis: educação, profissionalização, lazer, arte,
etc.
Os meios e os fins
Atingir uma democracia substancial, porém, só é possível a partir do momento em que
se respeitam as regras do jogo. Nesse sentido, antes de mais nada, a democracia
pressupõe a existência de um estado de direito, ou seja, o respeito às leis, das quais a
principal é a Constituição do país. Além disso, é fundamental a autonomia dos Poderes
Legislativo e Judiciário. Uma das características do autoritarismo e da ditadura é a
submissão dos poderes Legislativo e Judiciário ao Executivo.
Para ser de fato substancial, a democracia não pode permitir a prevalência de um poder
Executivo sobre os outros e deve estar baseada em uma legislação que realmente atenda
ao interesse da sociedade. Ao mesmo tempo, precisa contar com um poder Judiciário
eficiente e capaz de resistir às pressões, em especial do poder econômico, de modo que
qualquer cidadão - rico ou pobre - possa obter justiça.
O público e o privado
É particularmente importante observar o respeito à res publica, à coisa pública, que não
pode se sujeitar a interesses privados ou particulares. Por isso, o poder político deve ser
exercido de modo institucional e não pessoal. Quem está no poder encontra-se nessa
posição enquanto representante do povo. Ele não é o dono do poder. Sua posição é
transitória e será ocupada também por outras pessoas, pois está estabelecida a
rotatividade do exercício do poder.
Sociedade civil
Além disso, a multiplicação dos órgãos representativos da sociedade civil - ou seja, de
quem não está nas instâncias governamentais - amplia e aprofunda o regime
democrático na medida em que ativa as formas de participação popular. É isto que faz
da democracia um regime que não tem apenas um único centro, mas cujo poder se
irradia de diversas alas da sociedade.
Nesse sentido, são fundamentais as organizações - ocasionais ou permanentes - que
representam interesses de setores da coletividade. É o caso das associações de bairros,
dos mutirões, grupos contra a violência, grupos ecológicos, ao lado de outras
importantes instituições como a Ordem dos Advogados do Brasil, a Associação de
Imprensa, os partidos políticos, os sindicatos, etc. A difusão de poderes dá condições
para o melhor cumprimento da vontade geral, bem como para o controle dos abusos e
arbitrariedades. Ao mesmo tempo, colabora com a transparência das ações nas diversas
instâncias de poder.
Com uma retórica dirigida à parcela mais pobre dos iranianos, Ahmadinejad representa
a retomada dos valores e dos princípios da Revolução Islâmica liderada pelo aiatolá
Khomeini no final dos anos 70. Reeleito, prometeu novamente combater a corrupção,
implantar programas sociais e distribuir as enormes riquezas do país, que é o terceiro
maior produtor mundial de petróleo.
Se em 2005 o resultado das eleições causou preocupação nos EUA e nos países da
União Europeia, o mesmo ocorreu em 2009. Washington continua afirmando que Teerã
não está em sintonia com a onda democrática em curso no Oriente Médio. Em resposta,
Ahmadinejad defende a continuação de seu programa de enriquecimento de urânio e
reafirmou o "direito inalienável" do Irã de investir em tecnologia nuclear para fins
pacíficos.
Preocupada, a União Europeia, alinhada aos EUA, suspeita que Teerã tenha a intenção
de desenvolver armas nucleares. Por esse motivo, desde a reeleição de Ahmadinejad, a
ONU, por meio de sua Agência Nuclear, tenta firmar um acordo com o Irã.
Uma das formas mais ricas para se mergulhar neste assunto é através das obras
produzidas pelos artistas e intelectuais da época. Filmes, passeios a museus e viagens
pela internet podem ser um bom caminho para isso. Vão aqui algumas sugestões:
Literatura
A melhor maneira de conhecer a literatura produzida no Renascimento é ler suas obras,
sendo que as principais são publicadas por várias editoras e facilmente encontrada em
bibliotecas e livrarias. Dom Quixote , de Miguel de Cervantes (1547 - 1616) conta a
história do famoso cavaleiro de La Mancha em um aventura errante pela Espanha para
fazer uma crítica aos valores da época medieval, que já não mais serviam nesse novo
mundo. Shakespeare (1564 - 1616) foi um escritor de enorme popularidade em sua
época e suas peças eram assistidas por milhares de pessoas, em geral gente do povo da
cidade, que lotavam a platéia do Globe ou do Rose, os dois teatros mais importantes de
Londres naqueles tempos. Seus textos também podem ser documentos fundamentais
para se entender a Inglaterra do século XVI, além de serem leituras maravilhosas. A
Edições de Ouro lançou recentemente a obra completa de Shakespeare em 3 volumes e
bastante acessíveis. Além disso procure saber se alguns desses textos não estão sendo
encenados no momento. Numa cidade como São Paulo, por exemplo, que tem uma
atividade teatral muito rica, é raro que não haja uma ou mais de suas peças em cartaz.
Convide alguém e vá ao teatro!
Cinema
Algumas sugestões cinematográficas que estão disponíveis em vídeo-cassete: Há
diversas versões cinematográficas da obra de Shakespeare e o ator Laurence Olivier é
um especialista nelas: Henrique V (1944), Hamlet (1948), Ricardo III (1956), Otelo
(1965),entre outras foram estreladas por ele e você pode encontrá-las nas boas video-
locadoras. Outro especialista em filmes a partir das obras de Shakespeare é o
ator/diretor inglês Kenneth Branagah que dirigiu Henrique V(1989), Muito Barulho por
Nada (1991), Hamlet (1995) e Sonhos de Uma Noite de Verão(1999). Vale a pena
conferir! Há ainda o famoso Romeu e Julieta (Franco Zefirelli.1968) que faz uma bela
reconstituição de época da Verona medieval onde se passa a história, mas também há
uma versão modernosa, de 1997, com Leonardo di Caprio e Claire Danes, que mantém
todo o texto original. Veja também: Shakespeare Apaixonado (John Madden. 1998),
uma fantasia em torno do processo de criação da tragédia Romeu e Julieta e a vida
sentimental de William Shakespeare, ao final do século XVI, quando o governo inglês
proibia que mulheres trabalhassem no teatro.
Agonia e Êxtase (de Carol Reed. 1965) O papa Julio II contratou Michelangelo em 1505
para pintar o teto da Capela Sistina, no Vaticano. O filme mostra os conflitos entre o
papa e o artista que cercaram a execução a execução da obra.
Passeio
Um dos maiores acervos do Renascimento, fora da Europa, está no Brasil, no MASP
(Museu de Arte de São Paulo) que fica na avenida Paulista 1578 (tel: 251 - 5644).Lá
você encontra obras dos maiores artistas daquele período como Botticelli, Tintoreto,
Rafael, El Greco, Rembrandt e muitos outros. Uma visita ao MASP vale por muitas
aulas de história.
Internet
Dá para acessar parte do acervo do Masp pela Internet. Lá você encontra diversas
exposições virtuais, duas delas ligadas a esse nosso assunto: desenhos de Michelângelo
e uma mostra de arte italiana, com obras dos séculos XIII ao XIX. Não perca! É só
clicar aqui.
A Espanha, embora dentro do continente europeu, era um país periférico. Sua história
estava fora do compasso do resto da Europa. Em 1931, um grupo de liberais anti-
clericais e maçons, no estilo do século XIX, proclama a República. Bem intencionados,
promovem uma Constituinte, cujo resultado é insatisfatório para as correntes
extremistas.
A fermentação social é intensa nos campos e nas cidades. O leque esquerdista, que vai
desde o moderado PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol) até a ultra-esquerda
anarquista, cuja ação revolucionária transgride os limites constitucionais, exige
reformas, principalmente a agrária, já que 1% dos proprietários detém 51,5% de toda a
terra.
A lentidão da direita liberal levanta uma onda anarquista de greves, atentados à bomba,
assaltos a quartéis e ocupação de prefeituras nas regiões de Valência e Catalunha. Isso
apavora a ultra-direita, composta por monarquistas, católicos conservadores, grupos
pequenos de tendência fascista como a Falange Espanhola e militares direitistas.
Comitês se organizam nas cidades, para controlar a justiça e a polícia. Cada partido ou
sindicato organiza patrulhas de controle e promove prisões. A persistência de ambos os
lados transforma a tentativa de golpe em guerra civil.
A luta apenas começava. Nesse ponto, toma corpo a discussão internacional sobre o
conflito. Nazistas e fascistas fazem da Espanha um laboratório de testes, enviam tropas,
armas, munições e suprimentos em geral. Grã-Bretanha e França fazem um ingênuo
acordo de não intervenção buscando deter o auxílio ítalo-germânico. A URSS ratifica o
acordo, porém através da Internacional Comunista organiza as Brigadas Internacionais,
das quais participam cerca de 40 mil jovens estrangeiros, originários de mais de 50
países, que lutam pela República.
A guerra prossegue até a ocupação das grandes cidades pelos nacionalistas da Falange.
Para atingir esse objetivo, Franco isola o território republicano do Atlântico. É durante a
execução desse plano que ocorre, em abril de 1937, o bombardeio da cidade basca de
Guernica, pela aviação nazista. A representação dos horrores desse ataque é
imortalizada em tela por Pablo Picasso, numa das obras de arte mais significativas do
século XX. Esse bombardeio deixa 1654 mortos e 900 feridos.
A paixão pela luta republicana produziu uma vasta literatura de ficção. A mais famosa é
"Por Quem os Sinos Dobram", de Ernest Hemingway, transformada em filme estrelado
por Gary Cooper e Ingrid Bergman; mais recente é Terra e Liberdade, do inglês Ken
Loach.
HISTÓRIA GERAL
As Guerras de Spartacus
Por João Bonturi*
O papel dos meios de comunicação de massa é fundamental para a história do século
XX. O jornal, o cinema, o rádio e a televisão pesam na formação da consciência
popular. Esses veículos proporcionam momentos mágicos, cujos efeitos
inesperadamente podem transcender os limites da diversão ou da simples informação.
Esse é o caso do filme "Spartacus", produzido em 1959 por Kirk Douglas, encabeçando
um elenco "all-star" que conta também com Peter Ustinov, Sir Lawrence Olivier,
Charles Laughton e Jean Simmons, dirigidos por Stanley Kubrick.
Naquele momento, Hollywood vivia a febre dos filmes épicos como "Os Dez
Mandamentos", "O Manto Sagrado", "Quo Vadis?" e "Ben-Hur". Quando Kirk Douglas
leu o romance homônimo, escrito por Howard Fast, lembrou-se do discriminado Issur
Danielovich Demsky (seu nome original), filho de imigrantes judeus russos
paupérrimos, e do seu povo, que havia sido escravo dos babilônios e egípcios na
Antigüidade.
Democrata liberal convicto, desejou realizar o filme no mesmo momento, pois era a
história de um escravo que liderou uma revolta entre os anos 73 e 71 a.C. contra a
majestosa Roma, senhora do mundo ocidental na época. Diz em sua autobiografia que
"ao consultar livros de história, encontra-se, quando muito um pequeno parágrafo a seu
respeito. Este homem cobrira Roma de vergonha, e queriam relegá-lo ao esquecimento".
Ao iniciar a produção, não podia imaginar a importância da película para a história do
século XX. Pensou apenas nas lutas do seu povo, desde a Antigüidade.
Na mesma época em que o filme era produzido, vivia-se nos Estados Unidos sob o eco
do macartismo, a "caça às bruxas" empreendida pelo senador Joseph
Mc Carthy, fanático anticomunista, no clima da "Guerra Fria". Por
coincidência, o autor do romance era comunista, estava na lista
cinza, pois para se isentar das acusações, escrevera uma série de
baboseiras patrióticas sobre George Washington e Tom Paine. Porém
o roteirista escolhido, Dalton Trumbo, era um dos Unfriendly Ten
(Dez Indesejáveis), punidos em Hollywood.
Hedda Hopper, uma das maiores fofoqueiras de Hollywood, fulmina: "Há (no filme),
campos cobertos de cadáveres, e mais sangue do que jamais se viu. Na cena final, a
amante de Spartacus, carregando seu bebê ilegítimo, passa pela via Apia, onde há 6.000
homens crucificados, ainda presos às cruzes. Essa história foi vendida à Universal e
tirada de um livro escrito por um comunista, com um roteiro elaborado por outro
comunista... Por isso, não vá vê-lo".
Para Assur Danielovitch, o triunfo fecha um círculo: um filho de imigrantes russos teve
a liberdade de filmar na América uma história de perseguidos e explorados. "Spartacus"
não ganha o Oscar de melhor filme, que fica para "Se Meu Apartamento Falasse", mas
detona os restos do macartismo, abrindo as portas para outras lutas contra a
discriminação. Portanto, se os escravos foram derrotados pelos romanos, 2.000 anos
depois a sua história abriu uma porta para a liberdade.
Essas idéias se adaptam ao sexo masculino, pois a mulher pouco compartilha desse
brilhantismo.
As mulheres das camadas dominantes não o fazem, pois nesses estratos sociais deseja-
se uma taxa de nascimentos mais elevada, para garantir a transmissão da riqueza,
conhecimentos e poder. A prática é baseada na crença de que a amamentação tem efeito
contraceptivo. O filho da mulher rica é amamentado pela mulher pobre, que recebe o
pagamento dobrado de uma doméstica por essa função.
Quando não tem leite em abundância, nega-o ao próprio filho, ou o acostuma a mamar
diretamente nas tetas de uma cabra. Quando não possui tal animal, é capaz de cometer o
infanticídio, principalmente se o filho é ilegítimo. Outra alternativa é o abandono,
atestado pela existência de asilos de crianças desde o século VIII. Os destinos opostos
que assinalam a maternidade também estão presentes na união conjugal. O casamento
resulta de um cálculo, servindo como mecanismo de produção, conservação e
transmissão da propriedade. Bons casamentos aumentam o patrimônio. A família
Donato, de Veneza, contabiliza um saldo positivo de 127.177 ducados, em dois séculos,
entre receitas e despesas com dotes.
Na maioria das vezes, os casamentos são decididos pelos pais. Os filhos devem aceitá-
los. O contrário produz severas punições. Margery Paston,
filha de um lorde inglês, foi isolada e espancada durante
meses. Alberti, mercador florentino, aconselha deserdar os
rapazes que não casassem até os 25 anos.
Catálogo de prostitutas
Por outro lado, um número reduzido de mulheres faz surgir no Renascimento um papel
alternativo ao de Maria ou ao de Eva. É a amazona, uma mulher-homem perigosamente
hábil. Joana D'Arc, a primeira delas, paga caro como comandante militar: é condenada à
morte como feiticeira pelo seu papel masculino.
Caterina Sforza, após a morte do marido Girolamo, duque de Milão, assume o comando
das operações militares. Derrotada, é presa, talvez violentada e conduzida sob prisão a
Roma por Cesar Bórgia. As duas maiores exceções foram
Catarina de Médicis, viúva de Henrique II, rei da França,
regente dos seus dois sucessores, Francisco II e Carlos IX, e
Elisabeth Tudor, rainha da Inglaterra.
Figuras fortes para qualquer época, Joana e Elisabeth inspiraram uma vasta filmografia,
sendo recentemente retratadas mais uma vez, por Luc Besson (1999) e Shekar Kapur
(1998), em produções supercaprichadas.
A Joana D'Arc encarnada pela ucraniana Milla
Jovovich (na foto ao lado), corresponde ao padrão de
beleza que sempre acompanha a idéia de herói. A
França, ou o que restava dela, havia sido praticamente
derrotada pelos ingleses, na Guerra dos 100 Anos
(1337-1453). Em 1420, pelo tratado de Troyes, o rei
Carlos VI da França deserdou seu filho, também
chamado Carlos, denominado no filme como Delfim,
título aplicado exclusivamente ao herdeiro do trono
francês, em favor do rei Henrique V da Inglaterra.
Mortos os reis signatários do acordo, a guerra poderia
recomeçar.
É nesse quadro que surge a donzela Joana, crente na sua missão de fazer coroar o
Delfim (John Malkovitch), como rei da França; ele a recebeu na sua corte em Chinon,
no dia 6 de março de 1429, ouvindo dela a mensagem da voz do povo afirmando que a
realeza não é uma coisa terrestre, que os homens não podem dispor da coroa de acordo
com as suas vontades, e só Deus tem o poder de passá-la através de seus anjos, àquele
que merece recebê-la, em virtude do seu nascimento; essa voz também dizia que o lugar
dos ingleses não é na França, mas para lá do canal da Mancha, onde foram estabelecidos
por Deus.
Depois disso Joana não pára; no auge do seu prestígio queria empurrar os ingleses para
a sua ilha, pretensão que não era compartilhada pela coroa. A partir daí torna-se
incômoda ao rei da França e aos ingleses. Na película, ao deixar de receber apoio do rei,
sua consciência torna-se cada vez mais perturbada, mergulhada em conflitos sobre a
incerteza da sua missão, sobretudo se essa deveria ser banhada em sangue; as cenas
realistas das batalhas parecem inspiradas em quadros como o Triunfo da Morte de
Brueghel. Em 24 de maio de 1430, é presa em
Compiègne pelos partidários do duque de Borgonha,
que por sua vez a vende aos ingleses.
Com a morte de Maria, em 1558, a maioria da corte aceita Elizabeth como rainha.
Inicialmente, seu ministro e conselheiro lorde Burghley (Richard Attenborough), busca
induzi-la ao casamento, que no caso de uma rainha definiria a posição diplomática e
futuras possíveis alianças.
Lord Burghley é por ela aposentado e Walsingham (Nick Shalmann) ascende como o
maquiavélico principal conselheiro; no filme, há o corte dos cabelos como símbolo da
mudança de uma personalidade feminina para uma assexuada, acompanhada pelo
Requiem de Mozart. A cena, embora de uma fotografia maravilhosa, seria mais
histórica com as músicas do trovador John Dowland, o predileto de Elizabeth, o qual
não deve ter apenas cantado seus versos para a rainha. Mozart compôs o Requiem no
final do século XVIII, um tanto quanto distante da segunda metade do século XVI em
que se passa a história.
Amor ao poder
Na realidade Elizabeth amava o poder acima dos homens, coisa difícil de entender para
os simples mortais que nunca o tiveram. Ela aplicava o termo conveniência para
designar qualquer meio para preservar a paz. Tinha de sobra a virtú requerida por
Maquiavel em "O Príncipe". Foi uma verdadeira equilibrista na política cuja cena era
compartilhada por Inglaterra, França, Holanda e Espanha.
Tirando a capa que tinha como disfarce, a rainha que acabara de assistir "Romeu e
Julieta", de Shakespeare, surge para perdoar a presença feminina de lady Viola De
Lesseps (Gwineth Paltrow) num papel teatral, fato então proibido na Inglaterra para as
mulheres. Diante da confusão criada, ironicamente declara: "Sei o que é ser mulher num
ofício de homem". E sabia mesmo!
HISTÓRIA GERAL
Porém, desde o século 5º, Meca já era o principal centro urbano árabe graças às
peregrinações a Caaba. Durante quatro meses ao ano, suspendiam-se as guerras entre as
tribos para que beduínos e habitantes das cidades pudessem visitar o templo e cumprir
suas obrigações religiosas. Se eram politicamente divididos, os árabes, separados em
tribos ou em cidades independentes, possuíam elementos de unidade, como as práticas
religiosas e uma língua comum.
HISTÓRIA GERAL
Por exemplo, se o indivíduo nascesse em uma família nobre, teria até o final de seus
dias um lugar privilegiado socialmente, o que lhe garantiria direitos políticos
diferenciados.
Numa economia baseada no princípio do monopólio, era o Estado quem fazia ou não as
concessões comerciais.
A atividade comercial era desenvolvida pela burguesia, cuja origem social remonta ao
campesinato medieval. Portanto, por mais que a burguesia se desenvolvesse e adquirisse
importância econômica, sua origem social humilde atuava como uma barreira no que se
referia aos privilégios sociais, criando uma progressiva insatisfação na mesma, que
culminou com a Revolução Francesa em 1789.
O rompimento com a nobreza e a implantação de uma ordem social, denominada liberal
burguesa, inaugurou novos parâmetros, onde o poder econômico passou a determinar o
status social dos indivíduos em detrimento da origem de nascimento, definindo a forma
de estruturação das sociedades capitalistas contemporâneas.
No Brasil, a elite agrária incorporou esses ideais e passou a buscar o fim do pacto
colonial. Porém, manteve inalterada a estrutura social interna, baseada na escravidão,
fonte de riqueza para essa elite, adaptando, assim, as idéias liberais aos seus interesses
de classe social. O fim do pacto colonial garantiu o status de nação independente ao
Brasil, embora estruturalmente não tenham ocorrido mudanças, já que o principal limite
do liberalismo brasileiro tenha sido a propriedade de bens, caracterizada pelo latifúndio
e escravidão.
HISTÓRIA GERAL
O primeiro foi a crise de crescimento do século 15. A produção agrícola não atendia às
necessidades dos centros urbanos; a produção artesanal desses centros não encontrava
mercados suficientes no campo; o comércio internacional, além de escoar os poucos
metais preciosos que a Europa possuía, tinha preços altos em função dos intermediários
existentes entre o produtor e o comprador final. A solução era alargar a Europa por
meio do comércio e da expansão marítima.
O segundo fator foi a aliança entre burguesia e reis nas monarquias nacionais. Um
empreendimento da grandeza das grandes navegações só seria possível com um Estado
centralizado, aliado ao capital da burguesia. O terceiro fator foi o avanço técnico e
científico (caravelas, bússola, sextante, astrolábio, desenvolvimento da cartografia e da
astronomia), possibilitando as condições tecnológicas para as navegações. O quarto
fator estava no campo das mentalidades. Renascimento e grandes navegações fizeram
parte da mesma aventura humana.
Entenda os motivos da guerra civil
americana
Por Roberto Nasser*
A economia nortista tinha uma forte base industrial. Dessa forma, defendia a existência
de uma política protecionista para dificultar as importações dos produtos industriais de
outros países. A consequência dessa política foi a transformação da economia sulina
numa compradora dos produtos industriais produzidos pelos nortistas.
A consequência dessa atitude da elite sulina é que ela não aceitava a situação de ser um
mercado consumidor dos artigos produzidos pela indústria nortista.
Inglês, como Defoe, vivendo na época em que seu país experimentava o início da
Revolução Industrial e assistindo ao triunfo das fábricas e ao desejo voraz de conquistar
mercados, ele se tornou um observador do homem de negócios independente, o
empresário. Seu livro, "A Riqueza das Nações" (1776), em que postulou a liberdade à
atividade empresarial, tornou-se uma espécie de bíblia do liberalismo.
Havia aí a noção de que o interesse individual deveria ser aceito e estimulado. Caberia
aos governos ajudar os homens a expressarem seus interesses e, com isso, encontrarem
a felicidade. Num mundo liberal regido pelas forças do mercado, uma mão invisível
garantiria a sustentação da economia sem que fosse necessária a presença da "mão
pesada" dos Estados mercantilistas. A mão invisível do mercado conciliaria o interesse
pessoal com o interesse comum ou público.
No Brasil, a ditadura instalada em 1964 era questionada nas ruas. De um lado, bombas
de gás e cavalaria. De outro, coquetéis molotov e muitas palavras de ordem.
Em junho de 1968, na Guanabara, uma passeata reuniu 100 mil pessoas, divididas por
dois slogans: "Só o povo organizado derruba a ditadura" e "Só o povo armado derruba a
ditadura".
"O homem destrói uma civilização, mas constrói outra usando os tijolos da anterior",
afirmou o cineasta polonês Andrew Wajda. Dos escombros de Roma os cristãos
construiriam uma nova sociedade.
Em 410, Roma, absolutamente fragilizada, foi saqueada pelos godos. Os pagãos _nome
com que a Igreja designa os não-cristãos_ atribuíram a invasão ao fato de os romanos
terem abandonado os deuses antigos. De acordo com eles, enquanto fora adorado,
Júpiter protegera a cidade; ao ser "trocado" pelo cristianismo, deixara de fazê-lo.
Entre 412 e 427, Santo Agostinho escreveu "A Cidade de Deus", um livro cuja base era
a filosofia grega e que exerceria forte influência nos tempos medievais. Nele respondeu
a tais acusações, argumentando que coisas piores haviam ocorrido em tempos pré-
cristãos. Que os deuses pagãos eram perversos. Ele não negava a existência de entidades
como Baco, Netuno e Júpiter, considerados demônios.
Demônios que ordenavam aos homens, por exemplo, que criassem peças teatrais,
definidas por Santo Agostinho como "espetáculos da imundície". Em razão desses
deuses, Roma sempre fora perversa e pecaminosa.
Com o cristianismo, ela se salvaria. E, se a cidade dos homens fora invadida, pouco
importava, já que o objetivo maior dos homens era a salvação por meio da bondade para
atingir a cidade de Deus, a sociedade dos eleitos.
A busca central não era a cidadania na sociedade dos homens, mas a salvação no reino
de Deus.
Para falar sobre o mal que habitaria os homens, Santo Agostinho relatou, em suas
"Confissões" _história apaixonada de sua descoberta de Deus_, que na infância roubara
peras da árvore de um vizinho, embora não estivesse com fome e na casa de seus pais
houvesse melhores.
Fizera-o por maldade e considerava tal ato um de seus maiores pecados. O pecado para
ele habitava todos os homens. E, se os bebês são inocentes, não é porque lhes falte o
desejo de fazerem o mal, mas por carecerem de força.
Todos os outros povos da Antiguidade davam uma explicação religiosa para esse
fenômeno. Viam deuses e demônios na epilepsia, que era chamada de "doença sagrada".
O médico Hipócrates, porém, afirmava que todas as doenças possuem uma causa
natural, não devendo ser encaradas como uma punição divina.
E, o fundamental, uma civilização que persistiu em conjugar esses fatores durante mil
anos.
Como dizia o pensador romano Lucrécio, os gregos viam "a natureza livre e
desembaraçada de seus senhores arrogantes, agindo espontaneamente por si mesma,
sem a interferência dos deuses".
Mas isso não representou o fim da religiosidade entre os gregos antigos. O próprio
juramento dos médicos, atribuído a Hipócrates, começa com uma invocação aos deuses
Apolo, Esculápio, Higiéia e Panacéia.
Claro que libertar-se da superstição é uma condição necessária, mas não suficiente, para
a ciência. Então, interessa ao estudante observar que percurso histórico explicaria o
aumento do racionalismo. O que teria levado os gregos a se diferenciarem dos outros
povos da Antiguidade?
E havia ainda os edifícios para os banhos: vastos recintos, que lembravam templos, com
banhos quentes, frios e tépidos, salas para massagens e até mesmo bibliotecas. O banho
era um ritual que evidenciava a adoração ao corpo.
Diante disso, a arte romana não revela um estilo coerente, como o que encontramos no
Egito e na Grécia. Aliás, boa parte das obras de arte não era assinada, e seus autores
poderiam ter vindo de todas as partes do território imperial. É nesse mosaico de estilos
que reside a romanidade.
Essa romanidade se estendeu pelo Oriente e pelo Ocidente, por meio da progressão do
uso do latim, da criação de cidades e do direito romano. As barreiras entre italianos e
habitantes das províncias iam sendo rompidas à medida que espanhóis, gauleses,
africanos e outros povos dominados alcançavam postos no Exército e na administração
imperial, chegando até a imperadores.
A paz romana foi, antes de tudo, uma "paz armada", o maior símbolo de seu apogeu,
que, no entanto, já carregava em seu interior os sinais da decadência do Império.
A cultura indígena foi catalogada sob rótulos já conhecidos. Como se o olhar europeu
fosse focado através de óculos medievais, confirmava-se aquilo que eles já sabiam. A
disposição era para reconhecer, e não para conhecer.
A cada passo da aproximação e da conquista das novas terras, os portugueses repetiam
as atitudes de Adão ao tomar conhecimento dos animais: conferiam nomes aos lugares.
Primeiro Monte Pascoal, ao avistarem terras à época da Páscoa. Terra de Vera Cruz e
Terra de Santa Cruz para definir a vinculação das possessões à cristandade.
Baía de Todos os Santos, São Vicente, São Sebastião do Rio de Janeiro, São Paulo,
todos os nomes referiam-se ao santo padroeiro do dia de sua conquista pelos
portugueses.
O batismo da nova terra antecedeu o batismo dos nativos. Como na Bíblia, nomear era
uma forma de exercer o domínio e o controle simbólicos daquilo que se nomeia.
A existência de aves falantes, os papagaios, era mais um sinal da proximidade das novas
terras com o paraíso, onde os animais se comunicavam com os seres humanos.
O termo nativo "zomé" foi compreendido como uma referência bíblica a uma presença
milagrosa do apóstolo são Tomé, e o mito indígena do dilúvio foi registrado como
indício de que eles tiveram conhecimento da grande inundação descrita pela tradição
judaico-cristã.
Assim, vivia-se uma época de preparação para o Juízo Final, antecedida pela conversão
de todos os povos segundo os relatos bíblicos. A descoberta do Novo Mundo anunciava
o fim do mundo
A política liberal do governo, de não interferir no mercado, teria sido a responsável pela
quebra da Bolsa de Nova York em 1929 e pela depressão.
Assim, em 1932, o democrata Franklin Delano Roosevelt venceu facilmente as eleições
presidenciais norte-americanas.
Como Lutero, Calvino ressaltava a submissão dos cristãos às autoridades políticas. Mas,
se apenas a dedicação à lei de Deus poderia ser vista como sinal de salvação, então a
obediência às leis humanas seria sempre condicionada por sua fé e moral cristãs.
O trabalho passou a ser visto como uma vocação divina, e o sucesso decorrente dele, um
sinal da predestinação. Isso levou muitos teóricos a considerarem o calvinismo a
religião do capitalismo, por não condenar o comércio, o empréstimo a juros e por
valorizar o trabalho.
A guerra era sagrada, pois por meio dela se obtinham escravos para o sacrifício
humano, elemento central na ligação entre a comunidade e o Estado.
As concepções de tempo desses povos eram diferentes das nossas. Desprovidos de uma
escrita comparável à européia, eles deixaram somente vestígios de pouca utilidade para
compreendê-los.
A cultura dos incas, por exemplo, desintegrou-se tão rapidamente após o domínio
espanhol que hoje é extremamente difícil sua reconstituição histórica. Quase tudo que
sabemos desses povos pré-hispânicos vem de documentos de conquistadores europeus.
Os historiadores Carmen Bernard e Serge Gruzinski formulam a seguinte questão:
"Como penetrar nesse "outro mundo" sem reduzi-lo demais à nossa forma de perceber
os seres e as coisas?
Em 1859, quando foi publicada "A Origem das Espécies", de Charles Darwin, toda a
edição foi vendida no primeiro dia. O princípio da seleção natural determina quais
membros da espécie têm mais chance de sobrevivência. As crias não são reproduções
idênticas de seus pais. Um leão pode ser ligeiramente mais rápido ou mais forte do que
os pais; uma girafa pode desenvolver um pescoço mais comprido do que o dos pais.
Em última análise, o darwinismo ajudou a acabar com a prática de ter a Bíblia como
referência em questões científicas. Darwin havia tirado dos homens o privilégio de
terem sido a criação especial de Deus.
HISTÓRIA GERAL
Vale lembrar que a riqueza americana foi obtida por um imperialismo interno, pelo
massacre de índios, pela exploração de escravos e pela ocupação violenta de terras a
oeste do território. No final do século 19, alimentados por um poderoso parque
industrial, lançaram o "Big Stick", a política externa imperialista e agressiva, legitimada
pela doutrina racista do "destino manifesto". Vieram as guerras mundiais, centradas na
Europa, e nelas os EUA entraram na metade do conflito, conquistando a hegemonia
mundial "sob os escombros das duas guerras".
Os ataques questionam o poder dos EUA e talvez a sua própria hegemonia mundial. Ao
mesmo tempo, estimulam o nacionalismo e podem criar uma nova Guerra Fria, tendo
como inimigo o terrorismo internacional. Recrudesceram os movimentos racistas e
xenófobos.
Para quem achava que a história não mais mudaria, é bom abrir os olhos. O que vem por
aí só o tempo dirá.
Nas Cruzadas, durante a Idade Média, houve conflito entre cristãos e muçulmanos.
Foram guerras santas de ambos os lados. Mas não se limitaram a isso. Os árabes
islâmicos criaram uma brilhante civilização e influenciaram o Ocidente.
Nesse sentido, deram sua contribuição ao Renascimento, movimento cultural que criou
a ciência moderna. Esta seria incorporada pelo desenvolvimento do capitalismo, que
submeteu o mundo aos interesses das grandes potências. Nas nações islâmicas, as
potências aliaram-se às elites locais que utilizaram a religião para dominar o povo. Esse
domínio gerou violentas contradições e reações que explodiram nas várias revoluções e
guerras ocorridas no século 20.