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Londrina
14/06/2012
Kleber Alves da Silva
Nicolae Henrique Vedovelli Antunes
Ricardo Moritz Depaz
Roque Rodrigo Rodrigues
Wellington Caberlin dos Santos
Londrina
14/06/2012
RESUMO
Engenharia Civil
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SUMÁRIO
1 Introdução .............................................................................................................. 4
2 Recalque ................................................................................................................. 5
3 Efeitos da interação ............................................................................................... 5
3.1 Tempo ....................................................................................................................5
3.2 Rigidez ...................................................................................................................6
4 Interação solo-estrutura em fundações rasas ..................................................... 7
5 Interação solo-estrutura em fundações profundas ............................................. 9
6 Estudo de caso ....................................................................................................... 11
6.1 Dados relativos à Edificação e o subsolo ............................................................12
6.2 O monitoramento dos recalques .........................................................................12
6.3 Modelos numéricos tridimensionais da estrutura analisada............................13
6.4 Estimativa de recalque e comparação com a instrumentação .........................15
6.5 Ajustes dos parâmetros de Compressibilidade dos solos ..................................16
6.6 Reanálise da estrutura .........................................................................................18
6.7 Uniformização dos recalques ..............................................................................19
6.8 Entrevista ..............................................................................................................22
Conclusão .................................................................................................................. 23
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 25
GLOSSÁRIO ............................................................................................................ 26
Engenharia Civil
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1 Introdução
Os primeiros estudos no Brasil sobre o problema foram feitos por Chamecki (1956
apud Iwamoto 2000) e posteriormente aplicado para o problema do adensamento do solo em
1969.
Os engenheiros geotécnicos brasileiros se preocupam com as medidas dos recalques
em edifícios altos, pouco interesse tinha sido dado aos problemas a redistribuição dos esforços
das estruturas e a modificação dos recalques na fundação com a interação solo-estrutura, até a
década de 80 houve o reaparecimento desse interesse e posteriormente foi confirmando com a
contribuição de Gusmão (1994).
O desempenho de uma edificação é governado pela interação entre a superestrutura,
infraestrutura e terreno de fundação, em um mecanismo denominado interação solo-estrutura.
Apesar disto, esta interação é comumente desprezada, com os projetos de fundação e
estrutural sendo concebido sem se levar em consideração tal mecanismo, o que provoca
alguns efeitos relevantes, como a redistribuição de cargas na estrutura.
No caso do projeto estrutural, o mesmo é desenvolvido admitindo-se a hipótese dos
apoios da edificação não sofrerem recalques diferenciais. Tanto o cálculo das cargas na
fundação, como o dimensionamento dos elementos estruturais são feitos com base nesta
hipótese. Porém, na prática, estas fundações devido à deformação do solo, solicitam a
estrutura, geralmente hiperestáticas, com um fluxo de carregamento diferente da hipótese de
apoios não deslocáveis, modificando assim os esforços atuantes na estrutura e as cargas no
solo.
Engenheiros estruturais continuam utilizando o mesmo modelo simplificado do
passado, provavelmente pela falta de informações ou talvez pela falta de maior interação com
os engenheiros de fundações, por outro lado, o projeto de fundação é desenvolvido levando-se
em consideração apenas as cargas nos apoios (obtidas a partir do projeto estrutural
convencional), e as propriedades do terreno de fundação, desprezando-se o efeito de rigidez
da estrutura, ficando assim, estabelecida uma independência entre o solo de fundação e a
estrutura.
Dependendo do nível de deformação do terreno e da rigidez da estrutura, a interação
solo-estrutura pode modificar significativamente o desempenho da edificação, apesar de ser
desprezada na maioria dos projetos.
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Com isso, procura-se mostrar que a análise integrada da estrutura e do solo possibilita
uma melhor estimativa dos recalques diferenciais e reações nos apoios, assim como a
redistribuição dos esforços nos elementos estruturais com o comportamento mais real da
interdependência dos esforços entre a estrutura e o solo.
2 Recalque
Para o dimensionamento de uma estrutura, verifica-se que além dos critérios de
segurança à ruptura, também há os critérios de deformações limites que devem ser
satisfatórios para o comportamento adequado das fundações, na maioria dos problemas
correntes, os critérios de deformação é que condicionam a solução. Os efeitos dos recalques
em uma estrutura pode causar danos reparáveis ou irreparáveis, como danos estruturais que
são danos causados à estrutura (pilares vigas e lajes), danos arquitetônico, são danos causados
a estética das construções (trincas em paredes rupturas de painéis de vidro e mármore), e
danos funcionais, são danos causados à refluxo ou ruptura de esgoto e galerias,
emperramentos das portas e janelas.
3.1 Tempo
Segundo Chamecki (1969 apud IWAMOTO 2000), existem 4 (quatro) casos
possíveis de recalques que sofrem influência do tempo, como pode ser observado na figura
01.
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3.2 Rigidez
Segundo Gusmão (1994) nos mostra que o número de pavimentos é um dos fatores
mais influentes na rigidez da estrutura, ou seja, quanto maior o número de pavimentos maior
será a sua rigidez. A maior influência se dá nos primeiros pavimentos, onde foi utilizada a
analogia de vigas-parede.
Gusmão (1994), analisou dois edifícios com fundações em sapata em diferentes
sistemas estruturais, um com sistema laje cogumelo e outro edifício com sistema
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Ainda segundo o mesmo autor, durante a construção à medida que vai subindo o
pavimento, ocorre uma tendência à uniformização dos recalques devido ao aumento da rigidez
da estrutura, sendo que esta rigidez não cresce linearmente com o número de pavimentos.
Segundo Scarlat (1993), em uma visão teórica, a maneira mais precisa para se
considerar a deformabilidade do solo é realizando uma análise interativa tridimensional, na
qual o solo e a estrutura são concebidos como um sistema único. Neste tipo de análise, o solo
é analisado até os limites em que os efeitos de tensão possam ser desprezados e, neste caso, a
existência de apoios para os limites não teriam efeito algum sobre a resposta da interação solo
estrutura.
Infelizmente, esse tipo de diagnóstico é muito sofisticado e solicita métodos numéricos,
como, por exemplo, o Método dos Elementos Finitos. Dessa maneira, este processo está ao
alcance de poucos profissionais, e normalmente são necessários grande experiência anterior e
conhecimento aprofundado a respeito de modelos constitutivos. Por esse motivo, tal
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alternativa tem sido aplicada apenas no meio científico e eventualmente no meio prático,
quando a importância do problema exige esse tipo de análise.
Scarlat (1993) relata que um modo mais simplificado de quantificar o efeito da
deformabilidade dos solos, embora menos preciso que a análise interativa, considerando o
meio contínuo tridimensional, consiste em considerar uma série de molas discretas sob a base
da fundação.
A reprodução do solo por um sistema de molas com resposta linear foi proposta
primeiramente por Winkler, motivo pelo qual, este método recebe o nome de modelo ou
hipótese de Winkler. O solo é visto como um sistema de molas lineares e independentes entre
si, sendo consideradas somente as deformações ocorridas na região das fundações. A figura 03
ilustra estas molas, ou seja, o solo se deformando apenas na região de aplicação da carga, sem
considerar o efeito de carregamentos no entorno da estrutura.
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6 ESTUDO DE CASO
O estudo de caso a ser analisado é referente a uma das diversas obras da Zona Oeste
da cidade do Rio de Janeiro, as quais têm sido contempladas com medições de recalques
desde o início de suas construções, e que assim contribui para que tal monitoramento
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represente um controle de qualidade das fundações. Estas medições foram iniciadas pelo
Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-graduação e Pesquisa de Engenharia (COPPE) /
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em 1992, envolvendo a Construtora Ben e
com contribuição da Universidade Federal Fluminense (UFF). Sendo o mesmo abordado por
DANZIGER et al (2005).
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Figura 07: Comparação entre recalques medidos e estimados sem a interação solo x
estrutura e utilizando módulos de compressibilidade do solo propostos pelos diferentes
autores.
Fonte: DANZIGER et al (2005)
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durante as várias etapas construtivas, para que se pudessem corrigir os recalques estimados e
que eles convergissem para os valores experimentais.
Através do método de Schmertmann (1978), o módulo de compressibilidade foi
afetado de um fator multiplicativo de cerca de 2. Para o método de Barata, o módulo de
compressibilidade apresentou um fator multiplicativo de cerca de 1,7. Já o método de Aoki-
Lopes em que se consideram as fundações isoladas chegou-se a um fator corretivo de 0,9,
enquanto que para o caso do grupo, obteve-se fator de 1,7. Na figura 08 são apresentados os
valores estatísticos estimados por vários métodos com os ajustes, e seus correspondentes
valores estatísticos das medições experimentais.
Podemos observar na Figura 08.a que, quando ajustados os módulos de
compressibilidade do solo, todos os métodos se tornam equivalentes. E a média dos recalques
medidos obedece ao mesmo comportamento dos recalques estimados durante todo o
carregamento até a etapa 6. Enquanto se realiza o carregamento, compreende-se um
comportamento quase elástico e próximo ao estimado. Durante a etapa 6 à etapa 7, ocorre um
pequeno acréscimo de carga, visto que a obra estaria em acabamento. Sendo que os recalques
medidos apresentaram um acréscimo mais significativo que o esperado.
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Em uma primeira análise da estrutura, a distribuição das cargas nos diversos pilares foi
realizada baseando-se em apoios indeslocáveis. Sendo que durante o carregamento da
estrutura, a comparação entre recalques medidos e estimados indicou comportamento médio
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de natureza elástica, e assim os apoios foram simulados por molas, com rigidezes avaliadas
conforme a expressão abaixo:
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iterações sucessivas.
Ao se comparar as figuras 8.c e 10.c, temos que a forma da curva do coeficiente de
variação dos recalques estimados na Figura 6c se aproxima ainda mais da forma da curva
correspondente às medições experimentais do que a apresentada na Figura 8.c.
Na Figura 8, o ajuste dos parâmetros do solo nos recalques estimados está incluído,
faltando à interação solo x estrutura.
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A pressão admissível de 0,2 MPa utilizada nas sapatas foi bastante conservativa.
6.8 Entrevista
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da estrutura concebida.
São utilizados meios informatizados no dimensionamento das estruturas já
interagido com o tipo de solo?
Atualmente a questão da interação solo-estrutura está interligada aos sistemas
computadorizados que oferecem agilidade e que facilitamtodo o processo além de garantir
maior precisão nos resultados. Utilizamos programas que analisam as reações de apoio
considerando a deformabilidade da fundação.
Conclusão
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comprometida pela falta da avaliação da interação solo estrutura por parte do engenheiro de
estruturas ou pela falta da contratação do engenheiro de fundações.
Deve-se observar que, mesmo sendo feita a interação solo estrutura, ainda assim o
cálculo pode ser considerado aproximado, uma vez que os modelos analíticos para o cálculo
dos recalques e os métodos práticos utilizados para a obtenção dos dados geotécnicos são,
geralmente, insatisfatórios.
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REFERÊNCIAS
AOKI, N.; CINTRA, J. C. (1995). Notas de aula disciplina SGS-404 Fundações, - EESC-
USP Departamento de Geotecnia, EESC, USP, São Carlos. Disponível em:
<www.usp.br/.../1995DO_apostila_AokiCintra.pdf>. Acesso em: 07 jun. 2012.
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GLOSSÁRIO
Estacas: são elementos estruturais que são enterrados no solo, providenciam estabilidade.
Podem ter várias formas, e serem construídas de vários materiais conforme a sua utilização.
Estruturas isostáticas: Em mecânica estrutural, diz-se que uma estrutura é isostática quando
o número de restrições (reações) é rigorosamente igual ao número de equações da estática. É,
portanto, uma estrutura estável.
Laje cogumelo: são placas estruturais moldadas “in loco”apoiadas diretamente sobre os
pilares, não havendo dessa maneira a existência das vigas de apoio, são também conhecidas
como lajes puncionadas. Sua armadura é basicamente radial, concentrando maiores taxas de
armadura próximo as regiões puncionadas, ou melhor, regiões sobre os apoios.
Radier: laje de concreto armado em contato direto com o solo que capta as cargas dos pilares
e paredes e descarrega sobre uma grande área do solo.
Rocha Sã: rocha que não foi atacada por processos intempéricos físicos ou químicos. Em
geral são rochas com grande resistência, suportam teto de túneis ou peso de grandes
estruturas.
Sapata: estrutura de fundação do tipo superficial na qual as cargas transmitidas ao solo são
distribuídas pela sua base.
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