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Financeira
SUSANA APARECIDA DA VEIGA
MATEMÁTICA FINANCEIRA
1ª Edição
Taubaté
Universidade de Taubaté
2014
Copyright©2014.Universidade de Taubaté.
Todos os direitos dessa edição reservados à Universidade de Taubaté. Nenhuma parte desta publicação pode ser
reproduzida por qualquer meio, sem a prévia autorização desta Universidade.
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Projeto Gráfico e Diagramação Me.Benedito Fulvio Manfredini
Autor Susana Aparecida da Veiga
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ISBN 978-85-62326-07-3
Bibliografia
1. Matemática Financeira.
I. Universidade de Taubaté. II. Título.
PALAVRA DO REITOR
Palavra do Reitor
Bons estudos!
v
vi
Apresentação
vii
viii
Sobre a autora
ix
x
Caros(as) alunos(as),
Caros( as) alunos( as)
A estrutura interna dos livros-texto é formada por unidades que desenvolvem os temas e
subtemas definidos nas ementas disciplinares aprovadas para os diversos cursos. Como
subsídio ao aluno, durante todo o processo ensino-aprendizagem, além de textos e
atividades aplicadas, cada livro-texto apresenta sínteses das unidades, dicas de leituras e
indicação de filmes, programas televisivos e sites, todos complementares ao conteúdo
estudado.
Esperamos, caros alunos, que o presente material e outros recursos colocados à sua
disposição possam conduzi-los a novos conhecimentos, porque vocês são os principais
atores desta formação.
Equipe EAD-UNITAU
xi
xii
Sumário
Palavra do Reitor .............................................................................................................. v
Apresentação .................................................................................................................. vii
Sobre a autora .................................................................................................................. ix
Caros(as) alunos(as) ........................................................................................................ xi
Ementa .............................................................................................................................. 1
Objetivos........................................................................................................................... 2
Introdução ......................................................................................................................... 3
Unidade 1. Revisão de Matemática Elementar ........................................................... 5
1.1 Razão .......................................................................................................................... 5
1.2 Proporção .................................................................................................................... 6
1.2.1 Propriedades das proporções: .................................................................................. 6
1.2.2 Aplicações das proporções ...................................................................................... 7
1.3 Grandezas diretamente e inversamente proporcionais ............................................... 9
1.4 Regra de três simples ................................................................................................ 10
1.5 Porcentagem ............................................................................................................. 12
1.6 Potenciação ............................................................................................................... 13
1.6.1 Propriedades das potências .................................................................................... 13
1.7 Radiciação ................................................................................................................ 14
1.8 Logaritmos ................................................................................................................ 15
1.8.1 Propriedades dos logaritmos.................................................................................. 15
1.9 Síntese da unidade .................................................................................................... 16
1.10 Para saber mais ....................................................................................................... 16
1.11 Atividades ............................................................................................................... 17
Unidade 2. Juros Simples ............................................................................................ 19
2.1 Juro ........................................................................................................................... 20
2.2 Taxa de juro .............................................................................................................. 20
2.3 Simbologia utilizada e Conceitos fundamentais ....................................................... 22
2.4 Diagramas de capital no tempo (Fluxos de Caixa) ................................................... 23
2.5 Cálculo dos juros (J) ................................................................................................. 24
2.6 Cálculo do montante (M) .......................................................................................... 25
xiii
2.7 Taxa equivalente (𝒊𝒒) e Taxa proporcional .............................................................. 27
2.8 Períodos não-inteiros ................................................................................................ 29
2.9 Juro exato, Juro comercial e Juro bancário............................................................... 30
2.9.1 Juro exato ( 𝑱𝒆) ...................................................................................................... 30
2.9.2 Juro comercial ( 𝑱𝒄 ) .............................................................................................. 31
2.9.3 Juro bancário ( 𝑱𝒃 ) ................................................................................................ 31
2.10 Equivalência financeira .......................................................................................... 32
2.11 Síntese da Unidade ................................................................................................. 33
2.12 Para saber mais ....................................................................................................... 33
2.13 Atividades ............................................................................................................... 34
Unidade 3. Juros Compostos ....................................................................................... 35
3.1 Diferença entre os regimes de capitalização............................................................. 36
3.2 Cálculo do montante (M) .......................................................................................... 36
3.3 Cálculo do juro (J) .................................................................................................... 38
3.4 Taxas equivalentes (𝒊𝒒) ............................................................................................ 39
3.5 Períodos não-inteiros ................................................................................................ 42
3.5.1 Convenção linear ................................................................................................... 42
3.5.2 Convenção exponencial ......................................................................................... 43
3.6 Taxa efetiva e Taxa nominal – Quando o período de capitalização não coincide
com o período da taxa..................................................................................................... 44
3.7 Equivalência de capitais no regime composto .......................................................... 46
3.7.1 A importância da data focal ................................................................................... 46
3.7.2 Capitais equivalentes ............................................................................................. 47
3.8 Síntese da Unidade ................................................................................................... 48
3.9 Para saber mais ......................................................................................................... 49
3.10 Atividades ............................................................................................................... 49
Unidade 4. Descontos.................................................................................................... 50
4.1 Desconto ................................................................................................................... 50
4.2 Título de crédito ....................................................................................................... 51
4.2.1 Nota promissória ................................................................................................... 51
4.2.2 Letra de câmbio ..................................................................................................... 52
4.2.3 Duplicata................................................................................................................ 52
xiv
4.3 Desconto simples (d) ................................................................................................ 53
4.3.1 Desconto racional simples (𝒅𝒓)............................................................................. 53
4.3.2 Desconto comercial simples (𝒅𝒄) .......................................................................... 54
4.3.3 Desconto bancário simples (𝒅𝒃) ........................................................................... 56
4.3.4 - Taxa de juros efetiva (𝒊𝒇) .................................................................................... 56
4.3.5 Relação existente entre Desconto comercial e Desconto racional ........................ 57
4.4 Descontos compostos (D) ......................................................................................... 58
4.4.1 Desconto racional composto (𝑫𝒓) ......................................................................... 59
4.4.2 Desconto comercial composto (𝑫𝒄) ...................................................................... 60
4.4.3 Taxa efetiva cobrada (𝒊𝒇) ...................................................................................... 61
4.5 Síntese da Unidade ................................................................................................... 62
4.6 Para saber mais ......................................................................................................... 62
4.7 Atividades ................................................................................................................. 63
Unidade 5. Série de Pagamentos ou Anuidades ......................................................... 64
5.1 Definições ................................................................................................................. 64
5.2 Classificação ............................................................................................................. 65
5.2.1 A periodicidade: .................................................................................................... 65
5.2.2 Ao prazo: ............................................................................................................... 66
5.2.3 Ao valor dos termos: ............................................................................................. 67
5.2.4 A forma de pagamento ou recebimento:................................................................ 67
5.3 Dados que compõem uma anuidade ......................................................................... 69
5.4 Série de pagamentos - Modelo Básico ..................................................................... 70
5.4.1 Valor atual do modelo básico ................................................................................ 71
5.4.2 Montante do modelo básico ................................................................................... 73
5.5 Anuidades antecipadas ............................................................................................. 75
5.5.1 Valor atual de uma anuidade antecipada ............................................................... 76
5.5.2 Valor futuro de uma anuidade antecipada ............................................................. 77
5.6 Modelos genéricos de anuidades .............................................................................. 79
5.6.1 Anuidades diferidas ............................................................................................... 79
5.6.2 Anuidade em que o período dos termos não coincide com aquele a que se refere
a taxa ............................................................................................................................... 81
xv
5.6.3 Anuidade com termos constantes, segundo o modelo básico, mais parcelas
Intermediárias iguais....................................................................................................... 82
5.6.4 Anuidades perpétuas .............................................................................................. 84
5.6.5 Anuidades variáveis............................................................................................... 84
5.7 Síntese da Unidade ................................................................................................... 85
5.8 Para saber mais ......................................................................................................... 85
5.8 Atividades ................................................................................................................. 86
Unidade 6. Sistemas de Amortização de Empréstimos e Financiamentos .............. 88
6.1 Definições básicas .................................................................................................... 89
6.2 Sistema de amortização constante (SAC) ................................................................. 91
6.2.1 SAC, sem prazo de carência .................................................................................. 91
6.2.2 SAC, com prazo de carência.................................................................................. 92
6.3 Sistema de amortização francês (SF)........................................................................ 95
6.4 Sistema Price ............................................................................................................ 97
6.5 Planilha de despesas adicionais ................................................................................ 98
6.6 Síntese da Unidade ................................................................................................... 99
6.7 Para saber mais ......................................................................................................... 99
6.8 Atividades ............................................................................................................... 100
Unidade 7. Introdução à Análise de Investimentos ................................................. 102
7.1 Fluxos de caixa ....................................................................................................... 102
7.2 Taxa mínima de atratividade (TMA) ...................................................................... 104
7.3 Método do valor presente líquido (VPL) ................................................................ 104
7.4 Método da taxa interna de retorno (TIR) ................................................................ 108
7.5 O Método do Custo Anual Uniforme (CAU) ......................................................... 110
7.6 Síntese da Unidade ................................................................................................. 113
7.7 Para saber mais ....................................................................................................... 113
7.8 Atividades ............................................................................................................... 113
Referências ................................................................................................................... 116
Referências Complementares ....................................................................................... 118
xvi
Matemática ORGANIZE-SE!!!
Financeira
Você deverá usar de 3
a 4 horas para realizar
cada Unidade.
Ementa
EMENTA
1
Objetivo Geral
Objetivos Específicos
2
Introdução
3
Na terceira unidade estudaremos o regime de juros compostos. Nesse regime, o juro de
qualquer período é calculado sobre o capital inicial mais os juros recebidos no período
anterior. Conceituaremos juro e montante para o regime de juros compostos, para
períodos de tempo inteiros e não-inteiros. Trabalharemos as diferenças entre taxa
proporcional, taxa equivalente e taxa nominal, e estudaremos os conceitos de
equivalência financeira e de data focal.
4
Unidade 1
1.1 Razão
A palavra razão, que vem do latim ratio e significa o quociente entre um Quociente:
divisão entre
A dois
numerador A por um denominador B, é denotada por: . Segundo o
B números.
dicionário “Razão: noção relacionada com a comparação de duas unidades por meio de
uma divisão” (IMENES; LELLIS, 1998, p. 267).
Exemplo 1:
9
A razão de 9 para 12 = ou 09: 12;
12
5
A razão de 5 para 10 = ou 05:10;
10
Obs. Importante: 1) Lê-se: nove está para doze, sendo que o 1º número é chamado de
antecedente, e o 2º, de consequente.
Exemplo 2:
Considere que em uma empresa qualquer trabalhem 100 homens e 25 mulheres.
• Qual a razão entre o número de homens e de mulheres?
5
100
Razão entre homens e mulheres = =4
25
Isso quer dizer que existem quatro vezes mais homens do que mulheres.
1.2 Proporção
Segundo Gimenes (2006), o conceito de proporção está diretamente Sentença: conjunto
de termos que se
ligado ao conceito de razão. É um pouco mais abrangente. reúnem por sinais
de operação.
Proporção é a relação multiplicativa entre duas grandezas. É a Expressão.
Grandeza é tudo
sentença matemática que exprime a igualdade entre duas razões, aquilo que envolve
medidas.
A C
= .
B D
Exemplo 3:
100
No exemplo anterior, tínhamos que a razão entre homens e mulheres era de . Isso
25
quer dizer que o número de homens é quatro vezes maior que o número de mulheres,
ou, de maneira diferente, que há uma proporção de 1 mulher para cada 4 homens.
• Numa proporção, a soma dos dois primeiros termos está para o 2º (ou 1º) termo,
assim como a soma dos dois últimos está para o 4º (ou 3º);
• Numa proporção, a soma dos antecedentes está para a soma dos consequentes,
assim como cada antecedente está para o seu consequente.
6
Exemplo 4: Um determinado capital rendeu R$150,00 de juros em 3 meses. Quanto este
capital renderia em 8 meses?
Solução:
R$ Tempo
150 3 meses
x 8 meses
Extremos
Velocidade Média
A velocidade média é uma grandeza obtida pela razão entre uma distância percorrida
(expressa em quilômetros ou metros) e um tempo gasto (expresso em horas, minutos ou
segundos). De maneira mais simplificada, é a variação de espaço, em média, por unidade
de tempo.
7
Exemplo 5: Suponha que um carro leve 2 horas para percorrer a distância entre Taubaté
e São Paulo, que é de 125 km. Qual é a velocidade média deste carro?
Tamanho do desenho em cm
escala =
tamanho real em cm
As empresas que fabricam miniaturas – carrinhos, por exemplo – utilizam a Escala para
que as réplicas sejam perfeitas.
Curiosidade: A Figura 1.1 mostra uma parte do Mini Mundo, parque temático
brasileiro, localizado em Gramado, no Rio Grande do Sul. No parque existem cidades,
carros, castelos e ferrovias em miniatura, com uma escala de 1:24, ou seja, as miniaturas
são 24 vezes menor do que o tamanho real.
8
Chamando de x, o
comprimento real da
estrada de ferro e aplicando
a “fórmula” de Escala
(lembrando que 1 metro =
100 centímetros), temos:
45600 1 45600
1 : 24 = ou =
x 24 x
Exemplo 5:
Suponha que 1 Kg de carne custa R$12,00. Se uma pessoa comprar 2 Kg de carne
pagará R$24,00, ou seja, duas vezes mais (o dobro do valor).
9
Duas ou mais grandezas são inversamente proporcionais quando, aumentando uma delas,
a outra diminui na mesma proporção. Por exemplo, se uma grandeza dobra de valor a
outra diminui pela metade.
Exemplo 6:
Velocidade e tempo. Um carro, para percorrer um total de 100 km, se estiver a uma
velocidade de 100 Km/h, levará 1 hora. Se esse mesmo carro, para percorrer os mesmos
100 km, aumentar a velocidade para 200 km/h, gastará apenas meia hora, ou seja, se
ele dobrar a velocidade, necessitará da metade do tempo.
A resolução desse tipo de problema é muito simples, e são necessários três passos:
Exemplo 7:
10
Uma pessoa percorre 12 km em 2h. Mantendo o mesmo ritmo, em quanto tempo ela
percorrerá 36 km?
Solução:
Montemos uma tabela:
Percurso (km) Tempo (h)
12 2
36 x
Multiplicando em cruz:
12 x = 72
72
=x x=6
12
Exemplo 8:
Quatro trabalhadores levam 8 dias para construir uma casa. Quanto tempo dois
trabalhadores levariam para construir a mesma casa?
Solução:
Montando uma tabela, teremos:
11
casa, ou seja, quanto menor o número de trabalhadores, maior será o tempo gasto na a
construção. Logo, para resolver o problema, devemos inverter a proporção.
4 x
=
2 8
Multiplicando em cruzes:
2 x = 32
x = 16
Portanto, 2 trabalhadores precisarão de 16 dias para construir a mesma casa.
1.5 Porcentagem
A porcentagem também é um conteúdo de Matemática Elementar que é muito utilizado
no nosso dia a dia, você já reparou nisso? Ela aparece na televisão quando falamos da alta
ou da baixa da bolsa de valores, aparece nas vitrines das lojas para apresentar o valor dos
descontos das promoções ou a quantidade de juros que elas estão cobrando, aparece,
também, sempre que atrasamos uma conta e necessitamos pagar juros. Viu só quantos
exemplos?
20
Assim, a fração é uma porcentagem que pode ser representada como 20%.
100
Exemplo 9:
Uma loja lança uma promoção de 10% de desconto no preço dos seus produtos para
pagamento à vista. Se uma calça jeans custa R$150,00, qual seria seu preço, se
optássemos por comprá-la à vista?
12
Solução:
10
10% de R$150,00 = 150 ou, de outra maneira, 0,10 150 = 15
100
1.6 Potenciação
As potências surgiram com o objetivo de simplificar os cálculos com números muito
grandes. Em nossa disciplina será utilizada para simplificar os cálculos de juros
compostos.
13
1
• x −n = para qualquer número real e x 0
xn
• x a x b = x a +b
• x a x b = x a−b
• ( x a ) b = x a b
• (a b )n = an bn
• (a b )n = an bn
No regime de juros compostos uma determinada taxa de juros incide sobre ela mesma
diversas vezes, e é o calculo com potenciação que faz com este cálculo se torne mais
simples.
Exemplo 10: Imagine uma dívida que cresce 2% ao mês, no regime de juros compostos,
depois de doze meses, ela terá crescido 26,82% e não apenas 24%.
Solução:
(
1 + 0,02) (1 + 0,02) = (1 + 0,02)
12
= 1,2682 isso significa que a taxa cresceu 26,82%
12 vezes
1.7 Radiciação
“Radiciação é a operação em que, dados o radicando e o índice, se calcula a raiz”
(IMENES; LELLIS, 1998, p. 265). Uma raiz pode ser quadrada, cúbica, quarta, dentre
outras. O tipo de raiz está sempre indicado no índice. Uma raiz é simbolizada pelo radical,
e o número do qual se deve extrair a raiz é denominado radicando (GIMENES, 2006).
índice a radical
x radicando
14
Exemplo 11:
1) 3
8 = 2 ou 2 3 = 8
2) 16 = 4 ou 4 2 = 16
OBS: Normalmente, quando estamos trabalhando com raiz quadrada, o índice é omitido
da representação. Nos outros casos ele é expresso normalmente.
1.8 Logaritmos
Os logaritmos também são uma ferramenta útil para a matemática financeira. Assim como
a potência surgiram com o objetivo de simplificar alguns cálculos. Apresentam algumas
propriedades, que são válidas para qualquer modelo de logaritmos e em qualquer base, e
que ajudarão a simplificar alguns cálculos financeiros.
Exemplo 12: Suponha que você fez um depósito no valor de R$8.500,00 a juros de
1,5% ao mês. Essa aplicação gerou um montante de R$9.864,60. Quanto tempo esse
capital ficou aplicado considerando a equação de resolução abaixo?
15
9864,60 = 8.500 (1 + 0,015)t
Solução:
Continuando:
9864,60
= (1 + 0,015)t
8.500 0 ,06466 = t 0 ,006466
1,16054 = (1 + 0,015)t 0 ,06466
= t
log1,16054 = log (1 + 0,015)t
0 ,006466
t = 10 meses
0 ,06466 = t log (1 + 0 ,015)
16
1.11 Atividades
Resposta: 250 kg
3. Pedro comprou 2 metros de tecido para fazer uma calça. Quantos metros de tecido
seriam necessários para que ele pudesse fazer 7 calças iguais a essa primeira?
Resposta: 14m
4. Paulo trabalhou 30 dias e recebeu 15 000 reais. Quantos dias deverá trabalhar, para
receber 20 000 reais?
Resposta: 40 dias
6. Qual seria a escala, sabendo-se que a distância entre dois pontos em um mapa é de 5
cm, o que representa uma distância real de 15 km?
17
18
Unidade 2
Abstinência: abster-
Constatou-se que os bens poderiam ser consumidos ou guardados para
se, privar-se de consumo futuro. A noção de juro decorre do fato de que a maioria das
alguma coisa. pessoas prefere consumir seus bens no presente e não no futuro. Em
outras palavras, havendo uma preferência temporal para consumir, as
pessoas querem uma recompensa pela abstinência. Este prêmio para
que não haja consumo é o juro (MATHIAS; GOMES, 2004, p. 19).
Nesta Unidade estudaremos o regime de Juros Simples. Nesse regime, o juro de qualquer
período, de qualquer intervalo de tempo, é constante e sempre é calculado sobre o capital
inicial.
Não existe capitalização de juros nesse regime, pois os juros de um
determinado período não são incorporados ao principal para que essa
soma sirva de base de cálculo dos juros do período seguinte.
Consequentemente, o capital crescerá a uma taxa linear e a taxa de juros
terá um comportamento linear em relação ao tempo (SAMANEZ, 2007,
p. 2).
Segundo Assaf Neto (2003), o regime de Juros Simples tem aplicações práticas bastante
limitadas. São poucas as operações financeiras que o utilizam. O seu uso restringe-se
principalmente às operações de curto prazo. Quando entramos no cheque especial só por
alguns dias, por exemplo. É importante ressaltar, porém, que muitas taxas praticadas no
19
mercado financeiro, nacional e internacional, estão referenciadas em juros simples (é o
caso da Caderneta de Poupança), mas a formação dos montantes processa-se de maneira
exponencial, ou seja, os juros geram juros também.
2.1 Juro
Segundo Castelo Branco (2005), o juro:
Segundo Assaf Neto (2003, p. 15), as taxas de juros devem ser eficientes, de maneira a
remunerar:
O juro é a remuneração pelo empréstimo do dinheiro e ele existe porque a maioria das pessoas
prefere o consumo imediato. Em outras palavras, havendo uma preferência pelo consumo, as
pessoas querem uma recompensa pela abstinência (MATHIAS; GOMES, 2004).
“A taxa de juros é a remuneração recebida pelo capital investido, ou paga pelo empréstimo contraído”
(PILÃO, 2002, p. 14).
Exemplo 1:
Se a taxa for de 12% ao ano, isso significa que, se empregarmos um certo capital
àquela taxa, por um ano, obteremos 12% do capital.
Solução:
As taxas de juros referem-se sempre a uma unidade de tempo (mês, ano, semestre, etc.) e
podem ser representadas equivalentemente de duas formas: taxa percentual e taxa
unitária.
O mercado financeiro trabalha com as taxas de juros na forma percentual; porém, para
efetuarmos os cálculos, é necessário colocar a taxa na forma unitária (SAMANEZ, 2007).
A transformação da taxa percentual em unitária é feita simplesmente pela divisão da
notação em percentual por 100. Para a transformação inversa, basta multiplicar a taxa
unitária por 100. O quadro 1, abaixo, mostra alguns exemplos de taxas de juros na forma
percentual e seu equivalente na forma unitária.
21
Quadro1: Exemplos de transformação de taxas
Nas equações de matemática financeira, tanto o prazo da operação como a taxa de juros deverão
necessariamente estar expressos na mesma unidade de tempo (ASSAF NETO, 2003).
Data focal
( C ) – Representará o principal, o capital, o valor presente. “É o recurso zero: data de
início de
financeiro transacionado na data focal zero de uma determinada operação
financeira.
operação financeira” (CASTELO BRANCO, 2005, p 11).
+ +
0 1 2 3 4 5 6 7
- - -
É importante enfatizar que, apesar de ajudar a visualizar o que está acontecendo dentro
de um problema específico, a representação do diagrama de capital no tempo depende do
ponto de vista.
23
Exemplo 2:
Uma pessoa toma emprestada a quantia de R$500,00 pelo prazo de 1 ano e à taxa de
10% ao ano. Qual será o valor a ser pago como montante?
A Figura 2.2 representa as duas possibilidades que existem para visualização do fluxo
de caixa. Na primeira, o fluxo representa o ponto de vista da pessoa que recebeu o
empréstimo e, na segunda, o ponto de vista de quem forneceu o empréstimo.
500 550
0 1 0 1
550 500
J=Cin
Nunca se deve esquecer que, nas equações de matemática financeira, tanto o prazo da
operação como a taxa de juros devem necessariamente estar expressos na mesma unidade
de tempo. Não se pode esquecer, também, que a taxa de juros deve estar na forma unitária,
na hora do cálculo.
24
Exemplo 3:
Solução: J=Cin
C = 80.000
J= 80.000 0,025 3
i = 2,5% ao mês = 0,025
J = R$6.000
n = 3 meses
J = ??
Exemplo 4:
Uma aplicação de R$250.000,00, rendendo a uma taxa de juros de 1,8% ao mês,
produz, ao final de determinado período, juros no valor de R$27.000,00. Calcular o
prazo da aplicação.
Solução: J=Cin
C = 250.000 27.000= 250.000 0,018 n
i = 1,8%ao mês = 0,018 27.000 = 4.500 n
27.000
J = 27.000 n=
4.500
n = ?? n = 6 meses
M=C+J
M=C+Cin
Colocando o C em evidência:
M = C(1 + i n)
Exemplo 5:
Uma pessoa aplica R$18.000,00 à taxa de 1,5 % ao mês durante 8 meses. Determine o
valor acumulado ao final desse período.
Solução: M = C(1 + i n)
C = 18.000
M = 18.000 (1 + 0,015 8)
i = 1,5%ao mês = 0,015
M = 18.000 (1 + 0,12)
n = 8 meses
M = 18.000 (1,12)
M = ??
M = R$20.160
Exemplo 6:
Uma dívida de R$900.000,00 irá vencer em 4 meses. O credor está oferecendo um
desconto de 7% ao mês, caso o devedor deseje antecipar o pagamento para hoje.
Calcular o valor que o devedor pagará, caso antecipe a liquidação da dívida.
Solução: M = C(1 + i n)
M = 900.000
900.000 = C (1 + 0,07 4)
i = 7%ao mês = 0,07
900.000 = C 1,28
n = 4 meses
900.000
C= → C = R$703.125
C = ?? 1,28
26
2.7 Taxa equivalente (𝒊𝒒 ) e Taxa proporcional
Para entendermos melhor o significado dessas duas taxas, é preciso ficar claro que toda
operação envolve dois prazos: o prazo a que se refere a taxa de juros e o prazo de
ocorrência dos juros (ASSAF NETO, 2003).
Admita-se, por exemplo, que um empréstimo foi realizado a uma taxa nominal de 6% ao
ano (que é o caso da Caderneta de Poupança). O prazo a que se refere a taxa de juros é
anual. A seguir, é preciso que se identifique qual é a periodicidade Incidir: cair sobre,
recair.
da ocorrência dos juros. Se estabelecermos que os encargos incidirão
sobre o principal somente ao final de cada ano, os dois prazos considerados serão
coincidentes. Entretanto, se estabelecermos que os encargos incidirão sobre o principal
ao final de cada mês (que é o que ocorre na Caderneta de Poupança), teremos dois prazos
diferentes.
Em inúmeras operações estes prazos não são coincidentes. O juro pode
ser capitalizado em prazo inferior ao da taxa, devendo-se nesta situação
ser definido como o prazo da taxa será rateado ao período da
capitalização. Faz-se necessário o uso de fórmulas de matemática
financeira para expressar estes prazos diferentes na mesma base de
tempo. Ou transforma-se o prazo específico da taxa para o de
capitalização ou, de maneira inversa, o período de capitalização passa
a ser expresso na unidade de tempo da taxa de juros (ASSAF NETO,
2003, p. 27).
No regime de juros simples, devido a sua definição, a transformação da unidade da taxa
para a mesma unidade do prazo é feita pela chamada taxa proporcional de juros. Ou
seja, para obter a taxa proporcional de juros, devemos realizar a divisão entre a taxa de
juros considerada na operação e o número de vezes em que ocorrerão os juros (ASSAF
NETO, 2003).
6%
Taxa Proporcional = = 0,5% ao mês
12
27
A aplicação de taxas proporcionais é muito difundida, principalmente
em operações de curto e curtíssimo prazo, tais como: cálculo de juros
de mora, descontos bancários, créditos de curtíssimo prazo, apuração
de encargos sobre saldo devedor de conta corrente bancária, etc
(ASSAF NETO, 2003, p. 27-28).
Exemplo 7:
Os juros produzidos pelas duas taxas de juros, 3% ao mês e 18% ao semestre, são iguais,
portanto, são definidas como taxas equivalentes.
Para entender melhor como é feito o cálculo para encontrar taxas equivalentes e saber
quando haverá a necessidade de sua utilização, seguem alguns exemplos.
Exemplo 8:
Solução:
Como a unidade da taxa e a unidade do prazo são
M = 25.000
diferentes, é preciso, primeiro, encontrar a taxa equivalente
28
i = 12%ao ano = 0,12 à unidade do prazo, antes de iniciar a resolução do
problema. Portanto:
n = 3 meses
12 %
C = ?? i=
12
i = 1% ao mês
i = 0,01 ou 1% ao mês
Exemplo 9:
Solução:
M = 32.000 M = C(1 + i n)
i = 1,5% ao mês = 0,015 32.000 = C (1 + 0,015 1,5)
29
n = 45 dias = 1,5 meses 32.000 = C 1,0225
C = ?? 32.000
C= → C = R$31.295,845
1,0225
Lembre-se: A taxa normalmente está expressa ao ano, e o prazo, em dias; por isso, há necessidade de se
fazer a transformação das unidades.
C .i . n
Je =
365
Exemplo 10:
30
Determinar o juro exato gerado pelo capital de R$ 10.000,00, aplicado à taxa simples
de 12 % a.a. e pelo prazo de 3 meses e 15 dias.
Solução: C .i . n
Je =
365
C = 10.000
10.000 0,12 105
i = 12% ao ano = 0,12 Je =
365
n = 3 meses e 15 dias
Je = ? J e = R$345,20
C .i . n
Jc =
360
Exemplo 11:
Solução C .i . n
Jc =
C = 10.000 360
10.000 0,12 105
i = 12% ao ano = 0,12 Jc =
360
n = 3 meses e 15 dias
J c = R$350
Jc = ?
31
Exemplo 12:
Uma dívida de R$2.500,00 deveria ter sido paga no dia 10/02/2008, mas, devido a alguns
problemas, só foi quitada no dia 17/08/2008. Considerando uma taxa de juros simples de
15% ao ano, calcule o juro bancário.
Solução C .i . n
Jb =
C = 2.500 360
i = 15% ao ano = 0,15 2.500 0,15 189
Jb =
n = 189 dias 360
Jb = ? J b = R$196,87
Exemplo 13:
Com os números encontrados, podemos concluir que os valores dados são equivalentes
32
É importante destacar que, no regime de juros simples, se mudarmos a data focal, a
equivalência desses capitais não será mantida.
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33
2.13 Atividades
Resposta: R$43.849,55
Resposta: R$20.863,64
5. Qual o valor total que deverá ser pago, ao final de 5 meses e 18 dias, correspondente
a um empréstimo de R$12.500,00, sabendo-se que a taxa de juros é de 15% ao semestre?
Resposta: R$14.250,00
34
Unidade 3
Unidade 3 . Juros Compostos
Na Unidade anterior vimos que o regime de juros simples é caracterizado pelo fato de
apenas o capital inicial render juros e, devido a isso, o valor dos juros é diretamente
proporcional ao tempo e à taxa. Nesta Unidade estudaremos o regime de juros compostos.
Como, na prática, as empresas, os órgãos governamentais, as lojas e os investidores
particulares costumam reinvestir as quantias geradas pelas aplicações financeiras (ou seja,
os juros gerados em um período irão gerar juros nos períodos seguintes, característica que
define o regime de Juros Compostos); estudar o conceito de juros compostos torna-se
muito importante.
No regime de juros compostos, os juros gerados pela aplicação serão incorporados à mesma
passando a participar da geração de juros no período seguinte (MATHIAS; GOMES, 2004).
35
3.1 Diferença entre os regimes de capitalização
A diferença que existe entre um regime e outro é mais facilmente visualizada por meio
de um exemplo.
Exemplo 1:
Seja um capital de R$1.000,00 aplicado à taxa de 10% ao ano, por um período de 3 anos
a juros simples e compostos. Calcule o valor do Montante recebido.
O exemplo oferece uma comparação visual entre os montantes dos dois regimes e, com
ele, é possível perceber mais facilmente que o dinheiro cresce de forma mais rápida no
regime de juros compostos do que no regime de juros simples.
M = C (1 + i )
n
Nessa equação, da mesma forma que ocorria no sistema de juros simples, a taxa de juros
(i) deve estar na forma unitária e na mesma unidade de tempo que será utilizada para o
período de tempo (n).
Exemplo 2:
Você fez um empréstimo de R$5.700,00 a juros de 3,5% ao mês pelo prazo de 10 meses
com capitalização composta. Qual o montante que você deverá devolver?
M = C (1 + i )
n
Solução:
M = 5.700 (1 + 0,035)
10
C = 5.700
i = 3,5% ao mês = 0,035 M = 5.700 1,41059876
n = 10 meses M = R$8.040,41
M=?
37
Exemplo 3:
M = C (1 + i )
n
Solução:
C = 17.000
M = 17.000 (1 + 0,0375 )
15
i = 3,75% ao mês
M = 17.000 1,737087
n = 15 meses
M = R$29.530,48
M=?
M =C+J ou J = M −C
J = C [(1 + i) n − 1]
38
Exemplo 4:
Qual o valor dos juros pagos no caso de um empréstimo de R$14.800,00 à taxa de
juros compostos de 5,5% ao mês e pelo prazo de 2 anos e 5 meses?
Solução: J = C[(1 + i ) n − 1]
C = 14.800 J = 14.800[(1 + 0,055) 29 − 1]
i = 5,5% ao mês = 0,055 J = 14.800 ∙ 3,724124
n = 2 anos e 5 meses = 29 meses J = 55.117,04
J=?
Como o valor dos juros também pode ser visto como a diferença entre montante e o valor
aplicado, podemos calcular o valor dos juros utilizando a mesma equação que utilizamos
para o cálculo do montante. Para o exemplo acima teríamos:
Exemplo 5:
Qual o valor dos juros pagos no caso de um empréstimo de R$14.800,00 à taxa de
juros compostos de 5,5% ao mês e pelo prazo de 2 anos e 5 meses?
M = C (1 + i )
n
Solução:
C = 14.800 M = 14.800 (1 + 0,055) 29
M = 14.800 ∙ 4,724124
i = 5,5% ao mês = 0,055
M = 69.917,04
n = 2 anos e 5 meses = 29 meses
Como J = M − C , temos:
J=?
J = 69.917,04 – 14.800
J = R$55.117,04
i2 = 3% ao mês
M= 2.500 1,425761 M = 2.500 1,425761
n = 1 ano ou 12 meses
M=? M = R$2.814,40 M = R$2.814,40
Como montante recebido será o mesmo para as duas taxas, dizemos que elas são
equivalentes.
Toda taxa de juros com que trabalhamos possui uma determinada unidade de tempo ou
um determinado prazo. Entretanto, essa unidade, ou esse prazo, “[...] pode ser convertida
pra outra unidade de tempo qualquer sem alterar seu valor intrínseco, o que viabiliza o
cálculo dos juros em operações e facilita comparações entre taxas de juros” (SAMANEZ,
2007, p.45).
Segundo Assaf Neto (2003), no regime de juros simples a taxa equivalente era a própria
taxa proporcional da operação, porém isso não acontece no regime de juros compostos.
Por se tratar de uma capitalização exponencial, a expressão da taxa de juros equivalente
composta é a média geométrica da taxa de juros do período inteiro. De uma maneira mais
simples: ao passarmos de uma unidade de tempo menor para uma maior, como de mês
para ano, devemos elevar (calcular uma potência) a taxa de juros pelo número de
capitalizações que ocorrerão no período correspondente. Se for o contrário, de uma
unidade de tempo maior para uma menor, por exemplo, de ano para mês, devemos elevar
ao inverso do número de capitalizações que ocorrerão no período, ou seja, extrair uma
raiz.
i q = (1 + i )q − 1
q
ou iq = 1 + i − 1
40
Exemplo 7:
Calcular a taxa equivalente anual à taxa de 1% ao mês.
Solução: Devemos passar a taxa de uma unidade de tempo
i = 1% ao mês menor para uma maior, logo:
i q = ? ao ano
i q = (1 + i )q − 1
q = 12 (um ano tem 12 meses)
i q = (1 + 0,01)12 − 1
i q = 0,1268 ou i q = 12,68% ao ano
Exemplo 8:
Calcular a taxa equivalente mensal à taxa de 12% ao ano.
Solução: Devemos passar a taxa de uma unidade de tempo
i = 12% ao ano maior para uma menor; logo:
i q = ? ao quadrimestre
iq = 1 + i − 1
q
Exemplo 9:
Calcular o montante produzido por um capital igual a R$10.000,00, aplicado a uma taxa
de 24% ao ano, durante 4 anos e 2 meses.
Solução: Como a taxa de juros é anual e o prazo é mensal,
é preciso encontrar, primeiro, a taxa
C = 10.000
equivalente:
i = 24% ao ano q
iq = 1 + i − 1
n = 4 anos e 2 meses = 50 meses
iq = 12 1 + 0,24 − 1
M=?
i q = 0,0181 ou 1,81% ao mês
M = C (1 + i )
n
41
M = 10.000 (1 + 0,0181)50
M= 10.000 2,452008
M = R$24.520,08
Exemplo 10:
Um capital de R$12.000,00 é emprestado à taxa de juros compostos de 9% a.a. por 4 anos
e 3 meses. Tendo por base a capitalização anual e utilizando a convenção linear, ao
término desse período o montante será igual a quanto?
Solução:
C = 12.000
42
i = 9% ao ano = 0,09 (com capitalização anual)
n = 4 anos e 3 meses = 4, 25 anos
n = 4 anos → parte inteira
n = 0,25 anos → parte não − inteira
M=?
1ª etapa: 2ª etapa:
M = C (1 + i )n M = C(1 + i n)
M = 12.000 (1 + 0,09)
4 M = 16.938,98 (1 + 0,09 0,25)
M= 12.000 1,41158161 M = R$17.320,11
M = 16.938,98
Exemplo 11:
Para um capital de R$25.000,00, aplicado durante 77 dias a juros de 5% ao mês,
capitalizados mensalmente, calcular o montante utilizando a convenção exponencial.
Solução:
C = 25.000
i = 5% ao mês = 0,05 (com capitalização mensal)
n = 77dias = 2, 5667 meses
43
n = 2 meses → parte inteira
n = 0,5667 meses → parte não − inteira
M=?
1ª etapa: 2ª etapa:
M = C (1 + i )n M = C (1 + i )n
Nos exemplos acima é possível perceber que o prazo de formação dos juros é diferente
do prazo de incorporação dos juros. Nos problemas, a taxa aparecerá da seguinte forma:
Exemplo 12:
Um banco faz empréstimos à taxa de 6% ao ano, mas adotando a capitalização mensal
dos juros. Qual será o juro pago por um empréstimo de R$15.000,00, feito por 2 anos?
Solução:
C = 15.000
i = 6% ao ano = 0,5% ao mês (capitalização mensal = taxa proporcional)
n = 2 anos = 24 meses
J=?
44
J = C[(1 + i ) n − 1]
J = 15.000[(1 + 0,005) 24 − 1]
J = 15.000 ∙ 0,12715977
J = 1.907,40
Ao se capitalizar essa taxa nominal, apura-se uma taxa efetiva de juros superior àquela
declarada para a operação.
A taxa efetiva de juros é a taxa dos juros apurada durante todo prazo n,
sendo formada exponencialmente através dos períodos de capitalização.
Ou seja, taxa efetiva é o processo de formação dos juros pelo regime de
juros compostos ao longo dos períodos de capitalização (ASSAF
NETO, 2003, p. 52).
k
i
i f = 1 + − 1
k
Exemplo 13:
Um empréstimo no valor de R$25.000,00 foi realizado pelo prazo de um ano à taxa
nominal de juros de 32% ao ano, capitalizados trimestralmente. Qual será o montante
pago por esse empréstimo? E o custo efetivo?
Solução:
C = 25.000
i = 32% ao ano = 8% ao trimestre (capitalização trimestral, k = 4 capitalizações no ano)
n = 1 ano = 4 trimestres
M=?
if = ?
M = C (1 + i )n
M = 25.000 (1 + 0,08)
4
Custo Efetivo: i f = 1 + −1
4
k
i i f = 36,05% ao ano
i f = 1 + − 1
k
Na teoria, a escolha da data focal é indiferente, ou seja, ela pode ser qualquer uma, mas
na prática não. Isso porque é preciso levar em conta a grande quantidade de cálculos que
terão que ser realizados. Para resolver um problema de equivalência de capitais composta,
deve-se estrategicamente escolher a data focal que facilite ao máximo o trabalho de
cálculo.
Dependendo da data focal que for escolhida, um determinado capital poderá ser
movimentado para frente ou para trás, em relação ao eixo dos tempos. Sempre que um
capital for movimentado para frente (a favor do eixo dos tempos), é preciso calcular o seu
montante, ou seja, estaremos incorporando juros a ele. Sempre que um capital for
movimentado para trás (em sentido contrário ao do eixo dos tempos), é preciso calcular
o seu valor atual, ou seja, estaremos descapitalizando-o, tirando os juros dele.
46
3.7.2 Capitais equivalentes
“Diz-se que dois ou mais capitais, com datas de
vencimento determinadas, são equivalentes quando,
levados para uma mesma data focal à mesma taxa de
juros, tiverem valores iguais” (MATHIAS, GOMES,
2004, p. 159). A equivalência de dois ou mais capitais,
para determinada taxa de juros, ocorre em qualquer data Fonte:<http://office.microsoft.com/p
t-br/clipart/download.aspx?>.
tomada como referência. Acesso em: 1 dez. 2009.
Considerem-se dois conjuntos de capitais, com seus respectivos prazos, contados a partir
da mesma data de origem:
Adotando-se uma taxa de juros i, e considerando a data focal zero, esses capitais serão
equivalentes, se:
C1 C2 Cn c1 c2 cn
+ ++ = + ++
(1 + i )n1
(1 + i )n2
(1 + i ) nn
(1 + i )m1
(1 + i ) m2
(1 + i )m n
Exemplo 14:
Verificar se os seguintes conjuntos de capitais, referidos à data zero, são equivalentes à taxa de
juros de 5% ao ano.
1⁰ Conjunto de capitais 2⁰ Conjunto de capitais
Capital Data de Vencimento Capital Data de Vencimento
1.000 Ano 1 2.200 Ano 2
1.100 Ano 2 600 Ano 3
1.800 Ano 4 2.500 Ano 4
Solução:
47
1.000 1.100 1.800 2.200 600 2.500
+ + = + +
(1 + 0,05)1
(1 + 0,05)2
(1 + 0,05)4
(1 + 0,05) 2
(1 + 0,05)3
(1 + 0,05)4
952,38 + 997,73 + 1.480,86 = 1.995,46 + 518,30 + 2.056,76
3.430,97 ≠ 4.570,52
Como os valores encontrados são diferentes, é possível concluir que os conjuntos de capitais
não são equivalentes.
Exemplo 15:
Uma loja de eletrodomésticos oferece uma geladeira no valor de R$2.850,00 (à vista), a ser
pago em 4 pagamentos mensais iguais, sendo o primeiro deles a entrada. Sabendo-se que a taxa
de juros adotada pela loja é de 2,5% ao mês, qual será o valor de cada prestação mensal?
Solução:
C = 2.850
x x x
i = 2,5% ao mês 2.850 = x + + +
(1 + 0,025) 1
(1 + 0,025) 2
(1 + 0,025)3
n = 4 pagamentos mensais
1 1 1
2. 850 = x 1 + + +
Pagamentos (x) = ?
1,025 (1,025) (1,025)3
2
48
3.9 Para saber mais
http://pessoal.sercomtel.com.br/matematica/financeira/matfin.htm: Site que contém
apostilas com quase todos os assuntos desenvolvidos em Matemática Financeira.
3.10 Atividades
Resposta: R$33.172,52
Fonte:<http://office.microsoft.co
m/pt-br/clipart/download.aspx?>. 2 Em que prazo um capital de R$18.000,00 acumula
Acesso em 01 dez. 2009. um montante de R$20.276,87, à taxa de 1,5 % ao mês?
Resposta: 8 meses
Resposta: R$2.777,78
4 A que taxa de juros um capital aplicado pode ser resgatado, ao final de 18 meses, pelo
dobro do seu valor?
Resposta: 3,93% ao mês
49
Unidade 4
Unidade 4 . Descontos
Nas Unidades anteriores estudamos os regimes de juros simples e compostos. Vimos que,
no regime de juros simples, os valores dos juros são obtidos por meio de cálculos lineares
e que esses valores encontrados não são tão utilizados no nosso dia a dia. Vimos, também,
que no regime de juros compostos os valores dos juros são obtidos por meio de cálculos
exponenciais e os valores encontrados são mais comuns no nosso dia a dia, pois retratam
melhor nossa realidade.
4.1 Desconto
“Desconto é a denominação dada a um abatimento que se faz quando um
título de crédito é resgatado antes de seu vencimento” (SAMANEZ, 2007, p.
67).
50
ao abatimento que se faz quando um título de crédito é resgatado antes de sua data de
vencimento.
Por exemplo, uma pessoa deve uma certa importância a outra e não pode pagar no
momento. Então, o devedor dá ao credor uma nota promissória na qual vêm claramente
especificados a quantia a ser paga, a data em que deve ser paga, o nome a e assinatura do
devedor (como emitente do título) e o nome do credor (como a pessoa que deve receber
a importância a ser paga) (FARIA, 2007).
A pessoa que se confessa devedora é chamada de emitente, pois é ela quem emite o
documento. A pessoa a quem esse documento é dirigido (a que deve receber a dívida) é
chamada de credor. A data marcada para o pagamento é chamada de data de vencimento,
51
e o valor a ser pago na data de vencimento é chamado valor nominal do compromisso. O
valor nominal é sempre o montante do valor que foi emprestado. “Assim, uma nota
promissória deve conter quatro elementos principais: quanto deve ser pago, quando, por
quem e a quem” (FARIA, 2007, p. 26).
Chama-se sacador a pessoa que ordena o pagamento, e sacado, a pessoa a quem é dirigida
essa ordem. Beneficiário ou tomador é a pessoa que irá receber o valor grafado na letra
de câmbio.
Da mesma forma que uma nota promissória, o valor grafado na letra de câmbio é chamado
de valor nominal, e a data em que deve ser resgatada é chamada de data de vencimento.
Quando a letra de câmbio mencionar o nome do beneficiário, ela será denominada
nominativa, caso contrário, será ao portador.
4.2.3 Duplicata
“A duplicata é um título emitido por uma pessoa jurídica contra seu cliente (pessoa física
ou jurídica), para o qual ela vendeu a prazo ou prestou serviços a serem pagos no futuro,
segundo combinação prévia” (FARIA, 2007, p. 26). É um título de crédito que só existe
no Brasil, estritamente utilizado em operações de compras e venda de mercadorias. A
duplicata deve estar associada a uma nota fiscal de fatura, na qual o vendedor especifica
a natureza e a quantidade dos artigos adquiridos pelo comprador, seus respectivos preços,
descontos etc., e a importância líquida a ser paga.
52
Segundo Faria (2007), o comerciante (emitente), ao vender uma mercadoria a prazo, emite
uma duplicata na qual consta o nome do cliente devedor (sacado), o valor nominal e a
data de vencimento, além de outros dados. Após a emissão da duplicata, o cliente deverá
assiná-la, isto é, dar o seu aceite, de que garantirá ao comerciante o recebimento do valor
de venda em questão. Também na duplicata devem constar os quatro elementos
principais: quanto deve ser pago, quando, por quem e a quem.
N
Vr =
1+ i n
53
Então:
N N (1 + i n) − N
dr = N − ou dr =
1+ i n 1+ i n
N i n
dr =
1+ i n
Deve-se lembrar que a taxa ‘i’ e prazo ‘n’ deverão estar na mesma unidade de tempo.
Exemplo 1:
Qual o valor do desconto racional simples de um título no valor de R$5.000,00, com
vencimento para daqui a 90 dias, à taxa de 2,5 % ao mês?
Solução: N i n
dr =
d r ?? 1+ i n
5.000 0,025 3
dr =
N = 5.000 1 + 0,025 3
n = 90 dias = 3 meses 375
dr =
1,075
i = 2,5% ao mês = 0,025
d r = R$348,84
Exemplo 2:
Uma pessoa pretende saldar um título no valor de R$3.500,00, 5 meses antes de seu
vencimento. Sabendo-se que a taxa de juros corrente é de 40% ao ano, qual é o desconto
obtido, e quanto essa pessoa vai obter?
Solução: N i n Vr = N − d r
dr =
1+ i n
N = 3.500 Vr = 3.500 − 583,33
3.500 0,04 5
n = 5 meses dr =
1 + 0,04 5 Vr = R$2.916,67
12
i = 48% ao ano → 4% ao mês dr =
700
1,20
d r =??
d r = R$583,33
Vr = ??
“Nesta modalidade, também conhecida como desconto por fora, o valor do desconto é
obtido multiplicando-se o valor nominal do título pela taxa de desconto fornecida pelo
banco e pelo prazo a decorrer até o vencimento do título” (SAMANEZ, 2007, p. 68):
dc = N i n
Vc = N − d c ou Vc = N − N i n
Vc = N (1 − i n)
Exemplo 3:
Qual o valor do desconto comercial simples de um título de R$5.000,00, com
vencimento para 90 dias, à taxa de 2.5% ao mês?
Solução: dc = N i n
d c ?? d c = 5.000 0,025 3
N = 5.000 d c = R$375
n = 90 dias = 3 meses
i = 2,5% ao mês = 0,025
Exemplo 4:
Com certeza você já viu uma placa como esta
em algumas lojas, não é verdade? Considere,
então, que aquela calça jeans dos seus sonhos
custe R$800,00 a prazo, mas, a loja está com
um desconto de 25% para os pagamentos a
vista.
55
Qual o valor do desconto que você irá receber se optasse pagar a vista? E qual seria o
valor da calça a vista?
dc = N i n
Solução: d c = 800 0,25 1
N = 800 d c = 200 valor do desconto
i = 25% = 0,25 (para o prazo total da
antecipação) Vc = N − d c
n = O prazo de antecipação é considerado Vc = 800 − 200
como se fosse apenas um período, o prazo Vc = 600 valor pago a vista
total da antecipação.
Exemplo 5:
Uma nota promissória no valor de R$150.000,00 foi descontada 4 meses antes de seu
vencimento, em uma instituição financeira que cobra uma taxa de despesas
administrativas de 2% sobre o valor nominal do título. Considerando-se que a taxa de
juros cobrada por essa instituição é de 3,5 % ao mês, qual será o valor do desconto
recebido?
Solução: db = N i n + N h
d b = ?? d b = N ( i n + h)
N = 150.000 d b = 150.000 (0,035 4 + 0,02)
n = 4 meses d b = 150.000 (0,14 + 0,02)
i = 3,5% ao mês = 0,035
d b = R$24.000
h = 2% = 0,02 (taxa administrativa)
A taxa de juros efetiva nada mais é do que a taxa que você realmente está pagando. No
caso dos descontos “é a taxa de juros que aplicada sobre o valor descontado comercial
faz gerar no período considerado (prazo de antecipação) um montante igual ao valor
nominal” (MATHIAS; GOMES, 2004, p. 67).
56
Sendo:
i f : taxa de juros efetiva
V c : valor atual comercial (ou valor descontado comercial)
n: número de períodos antes do vencimento
Usando a definição, temos:
M = C(1 + i n) → N = Vc (1 + i f .n)
N
−1
Vc
if =
n
Exemplo 6:
Calcule o desconto comercial de um título no valor nominal de R$10.500,00,
considerando uma taxa de juros de 28,8% ao ano e um prazo de antecipação para o
resgate como sendo de 60 dias. Qual a taxa de juros efetiva que está sendo cobrada?
Solução: dc = N i n N
−1
d c ?? d c = 10.500 0,024 2 Vc
if =
d c = 504 n
N = 10.500 10.500
−1
Vc = 10.500 − 504
n = 60 dias = 2 meses i f = 9.996
12 Vc = R$9.996 2
i = 28,8% ao ano → 2,4% ao mês
i f = 2,52% ao mês
i f = ????
dc dr
57
Sabemos que:
N .i.n
dr = e d c = N .i.n
1 + i.n
dc
Observando e comparando as duas equações é possível perceber que: d r =
1+ i.n
Ou seja, podemos afirmar que o desconto comercial nada mais é do que o montante do
desconto racional calculado para o mesmo prazo de antecipação e à mesma taxa de
desconto (MATHIAS; GOMES, 2004).
Exemplo 7:
Numa operação de desconto de um título com prazo de vencimento para daqui a 5
meses, sabe-se que o desconto comercial é R$14,00 a mais que o desconto racional.
Qual será o valor nominal do título, se a taxa de juros for de 24% ao ano?
Solução: d c = d r (1 + i n) dc = N i n
d c = d r + 14 d c − d r = 14 dc = dr + dr i n
154 = N 0,02 5
dc − dr = dr i n
12
i = 24% ao ano → 2% ao mês 14 = d r 0,02 5 154
=N
14 0,10
n = 5 meses = dr
0,10 N = R$1.540
N = ?? d r = R$140 d c =
R$154
58
4.4.1 Desconto racional composto (𝑫𝒓 )
Segundo Assaf Neto (2003), o desconto composto Racional (“por dentro”) é aquele
estabelecido segundo as conhecidas relações do regime de juros compostos. Dessa forma,
o valor descontado racional ( V r ) nada mais é do que o valor presente do regime de juros
N
Vr =
(1 + i )n
Sabendo-se de antemão que o desconto é obtido pela diferença entre o valor nominal
(valor de resgate) e o valor descontado (valor presente), o desconto racional ( Dr ) terá,
Dr = N − Vr
N
Dr = N −
(1 + i )n
Colocando-se N em evidência:
1
D r = N 1 −
(1 + i )n
Exemplo 8:
Uma nota promissória no valor de R$8.000,00 foi saldada seis meses antes de seu
vencimento. O possuidor da nota obteve uma taxa de desconto composta de 1,5% ao
mês. Qual o valor do desconto racional composto, e qual a quantia recebida?
Solução: Quantia recebida: Valor do desconto:
N = 8.000 Dr = N − Vr
59
i = 1,5% ao mês = 0,015 N Dr = 8.000 − 7.316,34
Vr =
n = 6 meses (1 + i )n Dr = R$683,66
Dr = ?? (desconto) 8.000
Vr =
Vr = ?? (quantia recebida) (1 + 0,015)6
Vr = R$7.316,34
1º período: 2º período:
VC1 = N − D Sabemos que DC = N i
Como: DC = N i Com isso, para o 2º período, teremos:
Tem-se: DC2 = N (1 − i ) i
VC1 = N (1 − i ) Teremos: VC = N (1 − i ) − N (1 − i ) i
2
VC = N (1 − i )n
DC = N [1 − (1 − i ) n ]
60
Exemplo 9:
Um título no valor de R$15.000,00 é negociado, mediante uma operação de desconto
comercial composto, 6 meses antes de seu vencimento. A taxa de desconto adotada é
5% ao mês. Determine o valor descontado e o valor do desconto.
Solução: Vc = N (1 − i )n
N = 15.000
Vc = 15.000(1 − 0,05)6
n = 6 meses
Vc = 11.026,38
i = 5% ao mês
Vc = ?? Dc = N − Vc Dc = R$3.973,62
Dc = ??
Da mesma maneira que ocorreu no desconto comercial simples, aqui também existirá uma
taxa de juros efetiva. Lembre-se que, segundo Mathias e Gomes (2004), a taxa efetiva é
aquela que conduz, pelo desconto racional, ao mesmo valor calculado pelo desconto
comercial.
Exemplo 10:
Uma empresa deve R$150.000,00 a um banco, e o vencimento se dará dentro de 10 meses.
No entanto, 3 meses antes da data prevista para o vencimento da dívida, a empresa resolve
quitar o empréstimo, solicitando, assim, um desconto. O banco informa que opera de
acordo com o conceito de desconto comercial composto, e que sua taxa de desconto para
esse tipo de operação é de 2,5% ao mês. Calcule o valor líquido que a empresa deve pagar
ao banco e a taxa efetiva de juros cobrada.
Taxa efetiva:
Solução: Valor líquido:
N = 150.000
( )
N = Vc 1 + i f n
Vc = N (1 − i )
150.000 = 139.028,91(1 + i )
n
3
n = 3 meses f
Vc = 150.000 (1 − 0,025) = (1 + i f )
3 150.000 3
i = 2,5% ao mês
139.028,91
Vc = ?? 3 1,0789 = 1 + i
Vc = R$139.028,91 f
61
i f = ?? i f = 2,56% ao mês
Sites
http://www.somatematica.com.br/financeira.php: É um portal educativo com material
para o ensino fundamental e médio, provas de vestibular e história da matemática, além
de biografias de matemáticos, trabalhos de alunos, provas online, um grande acervo de
softwares matemáticos, artigos, jogos, curiosidades, histórias, fóruns de discussão e muito
mais.
62
http://www.apm.pt/apm/revista/educ.htm: A Educação e Matemática é a revista da APM.
O seu primeiro número data de janeiro de 1987. Nela são publicados artigos sobre
ensino/aprendizagem, experiências de inovação, propostas de atividade para a sala de
aula, dentre outros assuntos.
4.7 Atividades
2. Sabendo que o desconto de uma duplicata no valor de R$ 25.000,00, com 150 dias
a vencer, gerou um crédito de R$ 22.075,06 na conta do cliente, determine a taxa mensal
de desconto simples, de acordo com a conceituação comercial e racional.
Resposta: R$ 3.709,88
63
Unidade 5
Unidade 5 . Série de Pagamentos ou Anuidades
Amortizar: Redução Nas aplicações financeiras, o capital pode ser pago ou recebido de uma
da dívida em só vez ou através de uma sucessão de pagamentos ou recebimentos.
prestações, amenizar, Quando o objetivo é constituir-se um capital em uma data futura, tem-
suavizar.
se um processo de capitalização. Caso contrário, quando se quer pagar
uma dívida, tem-se um processo de amortização (MATHIAS; GOMES,
2004, p. 207).
São exemplos de rendas os salários e as aposentadorias, os alugueis e as prestações de
consórcios, as mensalidades escolares e os planos de financiamentos. Nesta Unidade
estudaremos as Rendas Certas ou Determinísticas, que são aquelas cuja duração e cujos
pagamentos são predeterminados, que não dependem de condições externas.
5.1 Definições
Seja a seguinte série de capitais:
0 1 2 3 ... 7 meses
64
Segundo Mathias e Gomes (2004), os valores que constituem a renda são chamados de
termos, e o intervalo de tempo entre dois termos chama-se período. Na Figura 5.1, os
termos são os valores de R$150, R$250, e assim por diante, e os períodos são mensais.
Por exemplo, entre o termo de R$150 e o de R$250 o intervalo é de 1 mês. A soma de
todos os períodos é definida como a duração da série. Na figura anterior, a duração é de
7 meses. O valor atual da anuidade é a soma de todos os valores atuais de seus termos,
soma que deve ser feita para uma mesma data focal e à mesma taxa de juros. Da mesma
forma, o montante de uma anuidade é a soma de todos os montantes de seus termos.
5.2 Classificação
Segundo Assaf Neto (2003), os fluxos de caixa (as séries de pagamento) são apresentados
de diferentes formas e tipos, cada um deles exigindo um tratamento específico, em termos
de formulações. É preciso, portanto, primeiro classificar as anuidades antes de resolvê-
las. As anuidades podem ser classificadas quanto:
5.2.1 A periodicidade:
Periódicas: quando os intervalos de tempo entre as parcelas são iguais;
0 1 2 3 4
65
…
0 1 2 3 4 5 6 7
Figura 5.3 - Série Não-periódica
5.2.2 Ao prazo:
Temporárias: com duração limitada; extingue-se depois de certo prazo, e o número de
parcelas é conhecido. Também é conhecida como série finita.
0 1 2 3 ... 89
Perpétuas: com duração ilimitada, o número de parcelas não é conhecido. Também são
conhecidas como séries infinitas.
0 1 2 3 ...
66
5.2.3 Ao valor dos termos:
Constantes: com todas as parcelas iguais.
0 1 2 3 ... 200
Variáveis: com parcelas de valores diferentes, nem todos os valores são iguais.
0 1 2 3 ... 200
São exemplos de séries variáveis: as contas de água, luz e telefone. Todo mês pagamos
valores diferentes.
0 1 2 3 4 5 ...
67
Exemplos simples de séries imediatas e postecipadas: contas de água, luz e telefone. As
contas são pagas no mês subsequente ao do consumo. O salário é outro exemplo −
trabalhamos um mês inteiro para só então recebermos o seu valor.
0 1 2 3 4 5 ...
Diferidas: Quando há um prazo de carência, ou seja, os termos não são exigíveis a partir
do primeiro intervalo de tempo.
0 1 2 3 4 5 6 ...
Figura 5.10 - Série Diferida Postecipada com 3 meses de carência
68
0 1 2 3 4 5 6 ...
Figura 5.11 - Série Diferida Antecipada com 4 meses de carência
69
Exemplo 1:
Encontre os dados que compõem o problema abaixo.
Uma determinada mercadoria está sendo vendida em 8 prestações mensais iguais de
R$352,00. Sabendo-se que a primeira prestação será paga um mês após a compra e que
a taxa de juros cobrada pela loja é de 2,5% ao mês, qual será o valor dessa mercadoria
à vista?
Solução:
n = 8 (parcelas mensais)
PMT = 352,00
i = 2,5% ao mês
C = ???
Exemplo 2:
No exemplo que segue, apenas identifique os dados que comprovam que o problema se
encaixa no modelo básico de séries de pagamentos.
❖ Você comprou um carro e resolveu pagá-lo em quatro prestações mensais e iguais de
R$11.500,00, sem entrada. As prestações serão pagas a partir do mês seguinte ao da compra,
e o vendedor afirmou ter cobrado uma taxa de juros de 3,5% a.m. Qual o preço do carro à
vista?
Solução:
70
Temporária : 4 prestações
Constante : iguais
Imediata e Postecipada : as prestações serão pagas a partir do mês seguinte ao da compra
Periódica : mensais
Então, seja um principal C a ser pago em n termos iguais a PMT, imediatos, postecipados
e periódicos. Seja também uma taxa de juros i, referida ao mesmo período dos termos. A
representação gráfica do problema pode ser observada na Figura 5.12.
C
PMT
PMT
PMT
PMT
0 1 2 0 n-1 n
C = PMT . a ni
71
Segundo Mathias e Gomes (2004), o valor de a ni é obtido pela PG: Progressão
geométrica.
soma dos termos de uma PG crescente e finita. E, lembrando que a
soma dos termos de uma PG finita é igual a:
a − a n .q
Sn = 1
1− q
Onde:
= (1 + i )−1 ; = (1 + i )− n ;
1 1
= (1 + i )−1
1
a1 = an = q=
(1 + i )
1
(1 + i ) n (1 + i )
Temos que:
a − a n .q
ani =
(1 + i )−1 − (1 + i )−n .(1 + i )−1
Sn = 1 = a ni ou
1 − (1 + i )
−1
1− q
1 − (1 + i )
−n
ani =
i
Exemplo 3:
Solução:
72
n = 8 (prestações mensais) 1 − (1 + 0,025)
C = R$996,65 −8
PMT = 139,00 =
0,025
= 7,170137
i = 2,5% ao mês
C = ??
Exemplo 4:
Um televisor foi anunciado nas seguintes condições: R$400,00 de entrada mais 7
prestações mensais de R$350,00, sendo que a primeira delas deverá ser paga um mês após
a compra. Sabendo, também, que o juro cobrado na loja em questão é de 2% ao mês,
calcule qual seria o preço à vista.
Solução:
Dados: C = PMT. a ni + Entrada
1 − (1 + i )− n
Entrada = 400,00 C = 350 . 6,463213 ani =
n = 7 (prestações mensais) i
PMT = 350 6,471991 + 400
1 − (1 + 0,02 )
−7
Seja um processo de capitalização em que são aplicadas parcelas iguais a PMT, periódicas
e postecipadas, a uma taxa de juros i, referida ao mesmo período dos termos. Vamos
determinar o montante (M) na data focal n, que resulta desse processo de capitalização
(MATHIAS; GOMES, 2004).
73
M
PMT
PMT
PMT
PMT
PMT
0 1 2 3 n-1 n
Segundo Mathias e Gomes (2004), o montante é a soma dos montantes de cada um dos
termos PMT, à taxa de juros i, na data focal n.
M = PMT . 1 + (1 + i ) + (1 + i ) + + (1 + i )
2
n −1
sni
M = PMT . s ni
O valor de s ni também é obtido pela soma dos termos de uma PG (progressão
geométrica) crescente e finita. Sabemos que a soma dos termos de uma PG finita é igual
a:
a − a n .q
Sn = 1
1− q
a1 = 1 ; an = (1 + i )n −1 ; q = (1 + i )
Temos:
1 − (1 + i ) (1 + i )
n −1
a − a n .q
Sn = 1 = s ni ou s ni =
1− q 1 − (1 + i )
(1 + i )n −1
Então: sni =
i
74
Exemplo 5:
Uma pessoa deposita mensalmente R$300,00 numa caderneta de poupança que paga 0,5% de
juros ao mês. Quanto terá essa pessoa, após ter realizado seu sétimo depósito?
Solução:
Dados: M = PMT . s ni
s ni =
(1 + i )n − 1
PMT = 300 M = 300 . 7,105879 i
i = 0,5% a.m. = 0,005
M = R$2.131,76 (1 + 0,005)7 − 1
=
n = 7 (depósitos mensais) 0,005
M = ??
= 7,105879
Exemplo 6:
Uma pessoa efetuou 7 depósitos mensais numa caderneta de poupança que paga juros de 1%
ao mês, tendo, no mês do último depósito, o saldo de R$2.142,42. Quanto essa pessoa
depositou mensalmente?
Solução:
Dados: M = PMT. s ni
s ni =
(1 + i )n − 1
n = 7 (depósitos mensais) 2.142,42 = PMT . 7,213535 i
i = 1% ao mês = 0,01
2.142,42 (1 + 0,01)7 − 1
PMT = =
M = 2.142,42 7,213535 0,01
PMT = ?? PMT = R$297,00 = 7,213535
75
“A anuidade antecipada só diverge da anuidade do modelo básico quanto à forma,
enquanto a anuidade modelo básico é imediata postecipada, esta é imediata antecipada”
(BAUER, 1996, p 144).
É importante deixar claro que, quando o valor da entrada for diferente do valor das demais
parcelas, isso não caracterizará uma anuidade antecipada; nesse caso, não poderemos
utilizar as equações de anuidades antecipadas, mas deveremos considerar esse valor
separadamente.
Graficamente, temos:
C
PMT
PMT
PMT
PMT
0 1 2 n-1 n
A soma de todos os valores na data zero, para uma anuidade antecipada, é dada por:
76
1 1 1 (1 + i )
C = PMT .1 + + ++ n −1
( + ) ( + ) ( + ) (1 + 1)
1 2
1 i 1 i 1 i
1 1
(1 + i )
1
C = PMT . + ++ n
(1
+ i ) (1 + i )
1 2
(1 + i)
ani
Exemplo 7:
Solução:
“Seja um processo de capitalização em que são depositadas n parcelas (ou termos) iguais
a PMT, antecipadas, imediatas e periódicas, a uma taxa de juros i, referida ao mesmo
período dos termos” (MATHIAS; GOMES, 2004, p. 261).
77
M
PMT
PMT
PMT
PMT
PMT
0 1 2 3 n-1 n
(
M = PMT (1 + i) + (1 + i ) + + (1 + i )
2 n
)
M = PMT
(1 + i ) ((1 + i) + (1 + i )2 + + (1 + i )n )
(1 + i )
M = PMT .(1 + i ) 1 + (1 + i ) + (1 + i ) + + (1 + i )
2
n −1
sni
Exemplo 8:
Uma pessoa, prevendo uma viagem, precisará de R$18.000,00 para daqui a seis meses.
Para isso, começa a depositar um determinado valor, todo início de mês, em uma
aplicação financeira que paga juros efetivos de 0,7% ao mês. Qual deverá ser o valor de
cada depósito, de modo que essa pessoa consiga dispor da quantia, ao término do sexto
mês?
Solução:
Dados: M = PMT. s ni .(1+i)
s ni =
(1 + i )n − 1
18.000 = PMT . 6,105985.(1+0,007) i
=
(1 + 0,007 ) − 1
6
0,007
78
antecipada PMT =
18.000 = 6,105985
n = 6 (mensais) 6,148727
M = 18.000 PMT = R$2.927,44
i = 0,7% ao mês = 0,007
PMT = ??
As anuidades diferidas também podem ser relacionadas com o valor atual e o valor futuro.
Quando estivermos analisando uma anuidade relacionada com o valor atual, a carência
estará localizada no início da série, como pode ser visualizado na Figura 5.16, e, se
estivermos tratando do valor futuro, a carência estará no final da série.
Exemplo 9:
Uma pessoa receberá 30 prestações mensais e iguais de R$450,00, com uma carência de 15
meses postecipados (ou seja, parcelas a partir do 16º mês). Sendo a taxa de juros de mercado
igual a 2% ao mês, pergunta-se: Qual seria o valor das prestações na data zero?
Solução:
A Figura 5.16 apresenta graficamente como é o problema.
C
C1 450
450
450
450
450
0 1 2 15 16 17 18 19 45
1ª parte:
Dados: Cálculo: 1 − (1 + i )− n
ani =
PMT = 450 C1 = PMT . a ni i
n = 30 (parcelas mensais)
1 − (1 + 0,02 )
−30
C1 = 450 . 22,396455 a n i =
i = 2% ao mês 0,02
C1 = ?? C1 = R$10.078,40 a ni = 22,396455
2ª Parte:
80
Dados: Cálculo:
M = C (1 + i) n
C1 = M = 10.078,40
n = 15 (meses) 10.078,40 = C (1 + 0,02)15
10.078,40
C= C = R$7.488,40
i = 2% ao mês 1,345868
C = ??
5.6.2 Anuidade em que o período dos termos não coincide com aquele a
que se refere a taxa
Segundo Mathias e Gomes (2004), quando o período das parcelas não coincide com o
período a que se refere a taxa, ou seja, as unidades de tempo das parcelas e da taxa são
diferentes, é preciso calcular a taxa equivalente ao período dos termos e resolver o
problema pelo modelo básico.
Exemplo 10:
Um jogo de sofás é vendido em 5 prestações de R$600,00, que devem ser pagas a cada
2 meses. Se a taxa de juros cobrada pela loja é de 3% ao mês, qual seria o valor do sofá,
se optássemos pelo pagamento à vista?
Solução:
C
600
600
600
600
600
0 2 4 6 8 10
Figura 5.17 - Representação gráfica do problema
81
PMT = 600 Como as prestações e a taxa de juros não estão na
n = 5 (prestações bimestrais) mesma unidade de tempo, é preciso encontrar a taxa
i = 3% ao mês equivalente, então:
C = ?? iq = (1 + 0,03) − 1
2
iq = 6,09% ao bimestre
C = PMT . a ni 1 − (1 + i )− n
ani =
i
C = 600 . 4,202070
1 − (1 + 0,0609 )
−5
a ni =
C = R$2.521,24 0,0609
a ni = 4,202070
Exemplo 11:
Um carro é vendido em oito prestações mensais. As prestações de ordem ímpar são
iguais a R$2.500,00, enquanto as prestações de ordem par são iguais a R$3.500,00.
Considerando-se que a taxa de juros cobrada pela revendedora é de 2% ao mês, qual
seria o preço à vista?
Solução:
0 1 2 3 4 5 6 7 8
82
Figura 5.18 - Representação gráfica do problema
Para resolver o problema teremos que dividi-lo em duas partes.
0 1 2 3 4 5 6 7 8
Figura 5.19 - Representação gráfica do problema
0 1 2 3 4 5 6 7 8
Figura 5.20 - Representação gráfica do problema
Se C é um principal que deverá ser pago em infinitos termos iguais a PMT, postecipados,
imediatos e periódicos, a uma dada taxa de juros i, na mesma unidade de tempo que os
termos, temos que:
PMT
C=
i
Segundo Mathias e Gomes (2004), essa equação pode ser utilizada para fazer uma
avaliação rápida de imóveis. O valor do imóvel pode ser entendido como sendo o valor
atual da soma dos aluguéis descontados, desconto esse à taxa de juros (i) que representa
o ganho que o possuidor do imóvel teria se aplicasse seu dinheiro a juros compostos no
mercado financeiro, ou seja, representa a taxa de juros que ele receberia na melhor
aplicação encontrada.
Exemplo 12:
O valor do aluguel de um determinado apartamento é de R$850,00 por mês. Se a taxa
da melhor aplicação no mercado financeiro é de 1% ao mês, qual seria uma primeira
estimativa do valor do imóvel?
Solução:
PMT = 850 Cálculo:
i = 1% ao mês 850
C=
C = ?? 0,01
C = R$85.000
84
Exemplo 13:
Uma casa foi comprada em 5 prestações trimestrais. Os valores das prestações são:
1º trimestre: R$30.000,00
2º trimestre: R$25.000,00
3º trimestre: R$12.000,00
4º trimestre: R$13.000,00
5º trimestre: R$28.000,00.
Se a taxa de juros para aplicações financeiras vigente no mercado for de 2,5% ao
mês, qual será o valor do terreno à vista?
Solução:
30.000 25.000 12.000 13.000 28.000
C= + + + +
(1 + 0,025)3
(1 + 0,025)6
(1 + 0,025)9
(1 + 0,025)12
(1 + 0,025)15
C = R$88.023,41
85
http://bertolo.pro.br/MatFin/index.htm: Site no qual serão encontradas informações
relevantes para a disciplina Matemática Financeira, incluindo apostilas, exercícios e
gabaritos de exercícios, questionários e tarefas.
5.8 Atividades
1. Uma pessoa necessitará de R$15.000,00 daqui a
10 meses. Quanto deverá depositar ao final de cada
mês, em uma instituição financeira que rende 1,5% ao
mês de juros, para obter tal valor?
Resposta: R$1.401,51
Fonte:<http://office.microsoft.co
2. Um determinado eletrodoméstico é vendido com m/pt-br/clipart/download.aspx?>.
Acesso em 01 dez. 2009.
entrada de R$300,00 mais seis prestações mensais de
R$250,00. Determine qual seria o valor à vista, considerando-se uma taxa de juros de 2%
a.m.
Resposta: R$1.700,36
3. Uma casa é alugada por R$2.500,00 mensais. Sabendo-se que a melhor taxa de juros
corrente de mercado é de 0,7% ao mês, qual é o valor estimado dessa casa?
Resposta: R$357.142,86
4. Uma pessoa depositou R$1.000,00, na abertura de uma conta em uma instituição que
paga 1% ao mês sobre o saldo credor. Em seguida, efetuou uma série de 24 depósitos
mensais de R$400,00, e o primeiro deles foi feito somente quatro meses após a abertura
da conta. Supondo-se que não seja efetuada nenhuma retirada, quanto haverá na conta. 5
anos após sua abertura?
Resposta: R$16.799,82
86
5. Uma bolsa muito chique é vendida em 7 prestações de R$2.800,00, a serem pagas a
cada 2 meses. Considerando que a taxa de juros cobrada pela loja é de 3% ao mês, qual
será o valor total pago pela bolsa?
Resposta: R$23.567,34
87
Unidade 6
Unidade 6 . Sistemas de Amortização de Empréstimos
e Financiamentos
Empréstimo: Recurso financeiro que, em tese, não necessita ser justificado quanto à sua
finalidade; por exemplo: cheque especial e CDC (Crédito Direto ao Consumidor).
Financiamento: Recurso financeiro que tem a necessidade de ser justificado quanto à sua
finalidade, por exemplo, compra de um automóvel, imóvel. No financiamento, sempre existirá
um bem ou serviço vinculado à liberação dos recursos financeiros, enquanto no empréstimo
exige-se apenas uma garantia de devolução dos recursos financeiros emprestados (CASTELO
BRANCO, 2005, p. 157).
Ainda segundo Castelo Branco (2005), no financiamento sempre existirá um bem ou um serviço
vinculado (alienado) à liberação dos recursos financeiros, enquanto no empréstimo é exigida
apenas uma garantia de devolução dos recursos.
Na Unidade anterior, estudamos como saldar uma dívida mediante uma série de
pagamentos. Os problemas tinham a duração de alguns meses ou anos, constituindo-se
nos problemas que chamamos de curto prazo.
88
Nesta Unidade estudaremos os sistemas de amortização de empréstimos e
financiamentos. “Os sistemas de amortização são desenvolvidos basicamente para
operações de empréstimos e financiamentos de longo prazo, envolvendo desembolsos
periódicos do principal e encargos financeiros” (ASSAF NETO, 2003, p. 348). Nesses
sistemas, os juros serão calculados sempre sobre o saldo devedor, ou seja, consideraremos
apenas o regime de juros compostos.
• Taxa de juros: “[...] é a taxa de juros contratada entre as partes. Pode referir-se ao custo
efetivo do empréstimo ou não, dependendo das condições adotadas” (MATHIAS; Gomes,
2004, p. 310);
89
• Prazo de utilização: “[...] é o intervalo de tempo durante o qual o financiamento é
transferido do credor para o devedor. Quando o empréstimo é transferido de uma só vez,
dizemos que o prazo é unitário” (ZENTGRAF, 2007, p. 328).
“Esse tipo de sistema às vezes é usado pelos bancos comerciais em seus financiamentos
imobiliários e também, em certos casos, em empréstimos às empresas privadas através de
entidades governamentais” (SAMANEZ, 2006, p. 155).
91
Solução:
200.000
A amortização anual é = = 50.000
4
Ano (n) Saldo Devedor Juros Amortização Prestação
0 200.000 - - -
1 150.000 20.000 50.000 70.000
2 100.000 15.000 50.000 65.000
3 50.000 10.000 50.000 60.000
4 - 5.000 50.000 55.000
Total 50.000 200.000 250.000
A seguir serão apresentados três exemplos, um para cada uma das possibilidades. Os
dados dos problemas são idênticos para que você possa fazer a comparação entre eles.
Perceba que, do início do problema (data zero), que representa, na realidade, o início do
primeiro ano do problema, até o fim do terceiro ano, temos três períodos, que
correspondem ao período de carência.
93
50.000
A amortização anual é = = 10.000
5
Ao saldo devedor, ao final de cada período da carência, foi acrescentado o valor do juro
devido, calculado à taxa de 10% ao ano. Ao final do terceiro ano, os juros capitalizados
foram totalmente pagos, juntamente com a primeira amortização.
Exemplo 4:
Um empréstimo de R$ 50.000,00 será pago em 5 prestações anuais. Sabendo que o banco
concedeu um prazo de 3 anos de carência, que os juros do período de carência serão
capitalizados e acrescidos ao saldo devedor e que o banco cobra uma taxa de juros de 10%
a.a., monte a planilha para esse empréstimo.
Solução:
60.500
A amortização anual é = = 12.100
5
Ano (n) Saldo Devedor Juros Amortização Prestação
0 50.000 - - -
1 55.000 - - -
2 60.500 - - -
94
3 48.400 6.050 12.100 18.150
4 36.300 4.840 12.100 16.940
5 24.200 3.630 12.100 15.730
6 12.100 2.420 12.100 14.520
7 - 1.210 12.100 13.310
Total 18.150 60.500 78.650
Ao saldo devedor, ao final de cada período da carência, foi acrescentado o valor do juro
devido, calculado à taxa de 10% ao ano. Ao final do terceiro ano, os juros capitalizados
foram acrescentados ao cálculo da amortização. O restante da planilha é processado como
no primeiro exemplo.
É o mais utilizado pelas instituições financeiras e pelo comércio em geral. Como os juros
incidem sobre o saldo devedor que, por sua vez, decresce à medida que as prestações são
pagas, eles são decrescentes e, consequentemente, as amortizações do principal são
crescentes.
95
Exemplo 5:
Um empréstimo de R$200.000,00 será pago em 4 prestações anuais, adotando-se o
sistema SF. O banco cobra uma taxa de juros de 10% a.a. Para estas condições, construa
a planilha para o empréstimo.
Solução:
Para estes dados PMT = 63.094,16
Ano (n) Saldo Devedor Juros Amortização Prestação
0 200.000 - - -
1 156.905,84 20.000,00 43.094,16 63.094,16
2 109.502,26 15.690,58 47.403,58 63.094,16
3 57.358,33 10.950,23 52.143,93 63.094,16
4 - 5.735,83 57.358,33 63.094,16
Total 52.376,64 200.000,00 252.376,64
Exemplo 6:
Uma determinada empresa fez um empréstimo de R$ 200.000,00, que será pago pelo
Sistema Francês em 4 prestações mensais. Considerando que foi fornecido um período de
carência de 3 meses, em que os juros serão capitalizados e incorporados ao principal, e
que o banco cobra uma taxa de juros de 10% a.m., construa a planilha para esse
empréstimo
Solução:
Como os juros serão capitalizados e incorporados, primeiro devemos calcular o valor dos
juros e acrescentá-los ao saldo devedor, para depois calcular o valor da prestação. Neste
exemplo, o valor utilizado como capital (para o cálculo da prestação) foi R$242.000,00.
Perceba que o último saldo devedor não é exatamente igual ao valor da última
amortização. Isso acontece devido aos arredondamentos realizados durante o cálculo, e
acontecerá em muitos casos.
• As prestações têm período menor que aquele a que se refere a taxa. Em geral,
as amortizações são feitas em base mensal.
Exemplo 7:
Uma determinada empresa fez um empréstimo no valor de R$70.000,00 para ser liquidado em
5 prestações mensais, pelo Sistema Price. A taxa de juros nominal cobrada é de 36% ao ano.
Construa a planilha para esse empréstimo.
Solução:
mês Saldo devedor Juros Amortização Prestação
97
0 70.000,00 - - -
1 56.815,18 2.100,00 13.184,82 15.284,82
2 43.234,82 1.704,46 13.580,36 15.284,82
3 29.247,04 1,297,04 13.987,78 15.284,82
4 14.839,63 877,41 14.407,41 15.284,82
5 - 445,19 14.839,63 15.284,82
Total 6.424,10 70.000,00 76.424,10
Exemplo 8:
Uma empresa obteve um financiamento de R$50.000,00 nas seguintes condições: taxa de
juros de 20% ao ano; reembolso do principal em 4 prestações anuais iguais, pelo sistema
SAC; IOF de 3,5%, incidente sobre o valor do crédito e pago quando da liberação dos
recursos; e, uma taxa para cobrir despesas administrativas de 1%, ao final de cada ano,
incidente sobre o saldo devedor. Elabore a planilha do financiamento.
Solução:
50.000
Valor da Amortização = = 12.500
4
98
3 12.500 5.000 12.500 - 250 17.750
4 0 2.500 12.500 - 125 15.125
Total 25.000 50.000 1.750 1.250 78.000
“Devido a esses encargos, o custo do financiamento é maior que a taxa contratada, tornando-
se indispensável sua inclusão na planilha de amortização para o posterior cálculo do custo
efetivo do empréstimo” (SAMANEZ, 2007, p. 161).
99
http://bertolo.pro.br/MatFin/index.htm: Site em que serão encontradas informações
relevantes para a disciplina de Matemática Financeira, incluindo apostilas, exercícios e
gabaritos de exercícios, questionários e tarefas.
6.8 Atividades
101
Unidade 7
Unidade 7 . Introdução à Análise de Investimentos
102
No fluxo de caixa, os valores dos desembolsos, ou saídas de capital, são considerados
negativos, e as entradas de dinheiro são consideradas valores positivos. Quanto maior for
o número de saldos analisados, tanto mais realistas serão as conclusões a que se poderá
chegar.
O valor de um projeto é baseado em sua capacidade de gerar fluxos de
caixa futuros, ou seja, na capacidade de gerar renda econômica. Assim,
as alternativas de investimento podem ser comparadas somente se as
conseqüências monetárias forem medidas em um ponto comum no
tempo e, como as operações de investimento ou financiamento têm
como característica um espaçamento dos fluxos de caixa ao longo do
tempo, os critérios de avaliação devem considerar sua atualização
(SAMANEZ, 2009, p. 36).
O fluxo de caixa é uma ótima ferramenta para auxiliar nas tomadas de decisões. É por
meio dele que os custos fixos e variáveis ficam evidentes ao longo do tempo, permitindo-
se, dessa forma, um controle maior sobre o problema a ser resolvido.
Exemplo 1: Suponha que uma empresa tenha uma taxa de expectativa de 5% ao mês
e, que esteja pensando em abrir uma loja para vender seus produtos diretamente aos
consumidores. Para esse fim, levantou-se a hipótese de abrir uma loja no centro da
cidade. A tabela seguinte apresenta o levantamento das variáveis envolvidas.
0 1 2 … 60
103
7.2 Taxa mínima de atratividade (TMA)
Segunmdo Pilao e Hummel (2004), a Taxa Mínima de Atratividade (TMA) é uma taxa
de juros que representa o mínimo que um investidor se propõe a ganhar quando faz um
investimento, ou o máximo que um tomador de dinheiro se propõe a pagar quando faz
um financiamento.
2) Risco do Negócio: o ganho recebido deverá remunerar o risco inerente de uma nova
ação. Quanto maior o risco, maior a remuneração esperada.
Esses três componentes fazem parte da TMA e, por conta disso, ela é considerada pessoal
e instransferível, pois a propensão ao risco varia de pessoa para pessoa, pode variar
durante o tempo ou de um investimento para outro. Ou seja, o que pode ser considerado
como um bom investimento por alguém pode não ser bom para outra pessoa. Assim, não
existe algoritmo ou fórmula matemática para calcular a TMA. “Uma vez definida a TMA,
resta-nos organizar o processo de raciocínio associado a cada uma das alternativas de
açao que se apresentarem” (PILAO; HUMMEL, 2004, p. 91).
Segundo Pilão e Hummel (2004), a característica principal deste método é a análise das
alternativas de ação existentes, considerando-se, para isso, a comparação com um valor
único na data zero. “Em outras palavras, ele mede o valor presente dos fluxos da caixa
gerados pelo projeto ao longo de sua vida útil” (SAMANEZ, 2009, p. 37).
O VPL é obtido pela diferença entre o valor presente dos recebimentos previstos de caixa
e o valor presente das saídas. O objetivo do Valor Presente Líquido é o de encontrar
alternativas de investimento que valham mais do que custam, ou seja, alternativas que
tenham um VPL positivo (ASSAF NETO, 2003).
• Se o VPL for MAIOR que zero, entende-se que o fluxo será viável
economicamente, ou seja, o projeto conceberá um retorno maior ao exigido e, sendo
assim, aceita-se o projeto.
• Se o VPL for IGUAL a zero, entende-se que o valor presente das entradas de caixa
é igual ao presente das saídas de caixa descontadas à TMA. Como a TMA representa o
mínimo que se espera ganhar, deve-se aceitar o projeto, pois um resultado nulo para o
somatório dos valores, na data zero, demonstrará que aquele investimento paga
exatamente a TMA, portanto também poderá ser considerado um investimento
interessante.
• Se o VPL for MENOR que zero, entende-se que o fluxo Aquém: abaixo do
não será viável economicamente, ou seja, o projeto conceberá esperado.
Conceber: gerar, formar.
um retorno aquém ao esperado e, sendo assim, não se deve
aceitar o projeto.
105
Se tivermos vários fluxos possíveis em relação ao mesmo capital, escolheremos aquele
que produzir a MAIOR diferença líquida, pois
representa aquele que proporciona a MAIOR
rentabilidade financeira. Mas é importante destacar que,
se utilizarmos este método para analisar projetos que
envolvam apenas custos, em que as receitas não foram
levadas em consideração, sempre encontraremos
Fonte:<http://office.microsoft.co
m/pt-br/clipart/download.aspx?>. valores negativos para o VPL, e as alternativas que nos
Acesso em: 01 Dez. 2009.
interessarão serão aquelas cujos valores estiverem mais
próximos de um custo zero (PILAO; HUMMEL, 2004, p. 91).
Exemplo 2:
Uma empresa do ramo alimentício estuda a possibilidade de reformar uma máquina. Essa
reforma está orçada em R$200.000,00, e fará com que o equipamento possa ser utilizado
por mais cinco anos. Espera-se, com a reforma, uma diminuição nos custos operacionais
no valor de R$75.000,00 ao ano. Considerando um TMA de 15% ao ano, calcule o VPL
do problema.
Solução:
106
A segunda maneira de se resolver este mesmo problema é lembrando os conceitos de
séries de pagamentos uniformes. Para uma série uniforme, o valor presente, ou capital
inicial, é encontrado utilizando-se a equação: C = PMT . a ni , onde o PMT representa o
valor das parcelas que se repetem, ou seja, R$75.000,00. Aplicando-a nesse problema,
teríamos:
Exemplo 3:
Suponha que uma empresa tenha uma taxa de expectativa (TMA) de 5% ao mês e esteja
pensando em abrir uma loja para vender seus produtos diretamente aos consumidores.
Para esse fim, levantou-se a hipótese de abrir uma loja no centro da cidade. A tabela
seguinte apresenta o levantamento das variáveis envolvidas. Com base nesses dados, é
uma boa opção? Vale a pena abrir essa loja?
0 1 2 … 60
107
Repare que o tempo (n) é 60, e não 5. Isso se deve ao fato de que todas as entradas e
saídas (receitas e custos) de capital são mensais, então, 5 anos = 60 meses. A resolução
consiste em levar todos os valores, entradas e saídas de capital para a data zero. Uma
maneira de simplificar o cálculo é transformar os fluxos de entrada e saídas mensais em
um único fluxo Se todo mês vou receber R$35.000 e gastar R$24.000, ainda me sobram
R$11.000 todo mês. A resolução, então, seria:
11.000 11.000 11.000
VPL = + ++ − 230.000
(1 + 0,05)1
(1 + 0,05)2
(1 + 0,05)60
VPL = 208.222,18 – 230.000
VPL = - 21.777,82
Como o VPL é menor que zero, podemos concluir que não será viável economicamente
abrir essa loja. Será preciso repensar o projeto.
• Se a TIR for MAIOR que a TMA, entende-se que o fluxo será viável economicamente,
ou seja, o projeto fornecerá um retorno maior ao exigido e, dessa forma, aceitaremos o
projeto.
108
• Se a TIR for IGUAL a TMA, lembrando-se de que a TMA representa o mínimo que
esperamos ganhar, devemos aceitar o projeto, pois tal fato demonstra que aquele
investimento poderá ser considerado interessante. Está dentro do que esperávamos
ganhar.
• Se a TIR for MENOR que a TMA, entende-se que o fluxo não será viável
economicamente, ou seja, o projeto conceberá um retorno menor do que o esperado e,
sendo assim, não deveremos aceitá-lo.
Entre vários investimentos, o melhor será aquele que tiver a maior Taxa Interna de
Retorno.
Exemplo 4:
Solução:
Partindo da idéia de que a TIR é a taxa que anula o VPL, ou seja, faz com que o VPL seja
igual a zero, temos:
15.500 15.500
Como: VPL = + − 30.000
(1 + TIR) 1
(1 + TIR)2
1 1
Colocando os valores em evidência, temos: 30.000 = 15.500 + .
(1 + TIR)
1
(1 + TIR)2
109
é (1 + TIR )2 . Teremos, então (após o mmc): 1,935484 = 1 + TIR +21 , ou seja,
(1 + TIR)
1,935484 (1 + TIR ) = 1 + TIR + 1 . Resolvendo o parêntese e fazendo a distributiva,
2
teremos:
Agora chegamos a um problema que nada mais é do que uma equação do segundo grau.
Para resolvê-la é necessário utilizar a fórmula de Bhaskara.
Perceba que o cálculo da TIR torna-se bastante complexo quando existem mais de duas
entradas oriundas de um mesmo capital, na medida em que implicará uma equação
polinomial de n raízes que só será resolvida por tentativa e erro. Devido a isso, o seu
resultado é apurado com utilização de calculadoras financeiras ou programas
computacionais.
“A TIR não pode ser considerada como o ganho efetivo em cada período,
mas como a rentabilidade média ponderada geometricamente consoante
o critério de juros compostos” (ASSAF NETO, 2003, p.280).
Para poder distribuir todos os valores uniformemente, ao longo da vida útil, faz-se uso da
TMA (Taxa Mínima de Atratividade) e, como resultado, evidentemente, desde que
estejam envolvidas na análise receitas e despesas, poderemos obter um CAU positivo, um
CAU negativo ou um CAU nulo.
• Se o CAU for MAIOR que zero, entende-se que o fluxo será viável economicamente,
ou seja, o projeto conceberá um retorno maior ao retorno exigido e, sendo assim,
aceitamos o projeto. “Isso significa que as receitas são suficientes, ou mais que
suficientes, para cobrir as despesas, quando sujeitas àquela taxa de juros, quando estes
estão sujeitos àquela TMA” (PILAO; HUMMEL, 2004, p. 95). Quanto maior o CAU
positivo, mais interessante é o projeto.
• Se o CAU for IGUAL a zero, esse fato demonstrará que aquele investimento paga
exatamente a TMA; portanto, também poderá ser considerado um investimento
interessante.
• Se o CAU for MENOR que zero, entende-se que o fluxo não será viável
economicamente, ou seja, o projeto fornecerá um retorno abaixo do esperado e, sendo
assim, não devemos aceitar o projeto.
Segundo Pilão e Hummel (2004), existem casos em que estarão envolvidos apenas os
custos ou despesas na análise do projeto e, portanto, o resultado do CAU a ser obtido será
sempre negativo. Uma vez que o investimento tenha que obrigatoriamente ser feito, não
existe outra opção, e a escolha entre as alternativas de ação deverá recair sobre aquela
que apresentar um CAU mais próximo de zero, ou seja, aquela que possuir a menor série
de custos possível.
111
Exemplo 5:
Suponha que uma empresa tenha uma taxa de expectativa (TMA) de 5% ao mês, e
suponha também que esteja pensando em abrir uma loja para vender seus produtos
diretamente aos consumidores. Para esse fim, levantou-se a hipótese de abrir uma loja no
centro da cidade. A tabela seguinte apresenta o levantamento das variáveis envolvidas.
Com base nesses dados, qual é o CAU? Vale a pena abrir esta loja?
Solução:
1 − (1 + i )
C = -21.777,82 −n
C = PMT. a ni
a ni =
n = 5 anos = 60 meses -21.777,82 = PMT. 7,170137 i
1 − (1 + 0,05)
−60
i = 5% ao mês − 21.777,82 a ni =
PMT =
PMT = ?? 18,929290 0,05
PMT = - 1.150,48 a ni = 18,929290
112
7.6 Síntese da Unidade
Nesta Unidade estudamos alguns métodos para análise e seleção de investimentos ou de
projetos de investimento. Estudamos o método do valor presente líquido, da taxa interna de
retorno e do custo anual uniforme.
Fonte:<http://office.microsoft.com/pt
-br/clipart/download.aspx?>.
Acesso em 01 dez. 2009.
7.8 Atividades
1. Estão sendo avaliadas quatro propostas de investimento cujas informações básicas são
apresentadas abaixo:
113
Proposta Investimento Fluxos esperados de caixa
na data Zero Ano 1 (R$) Ano 2 (R$) Ano 3 (R$) Ano 4 (R$)
A 390.000 210.000 180.000 120.000 100.000
B 580.000 90.000 130.000 470.000 710.000
C 260.000 40.000 40.000 200.000 200.000
D 850.000 520.000 410.000 390.000 390.000
Pede-se: Determinar o NPV de cada projeto admitindo uma taxa de desconto mínima
aceitável de 25% ao ano. Indique, com base nesse retorno exigido, as propostas
economicamente aceitáveis.
Resposta: NPVA = -4.400,00; NPVB = 106.656,00;
NPVC = -18.080,00; NPVD = 187.824,00
As propostas economicamente aceitáveis são: B e D
2. Uma empresa cuja Taxa de Expectativa é de 15% ao ano está pensando em adquirir
uma nova loja para vender seus produtos. Existem dois locais possíveis:
X Y
Investimento inicial R$350.000 R$450.000
Vida útil 30 anos 30 anos
Valor residual e de mercado R$100.000 R$350.000
Receitas anuais R$400.000 R$600.000
Custos anuais R$330.000 R$520.000
Pergunta-se:
Valor residual: é o montante
a) Qual é o NPV e o CAU de cada local? líquido que a entidade espera
obter por um ativo no fim de
b) Qual é a melhor alternativa sua vida útil.
c) O investimento deve ser aprovado?
Resposta: a) NPVX = 111.128,88 CAUX = 16.924,95
NPVY = 80.564,44 CAUY = 12.269,98
b) O melhor investimento é o X
c) Sim.
X Y
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Custo Inicial dos equipamentos R$450.000 R$350.000
Vida útil 20 anos 10 anos
Valor de revenda no final da vida útil R$50.000 R$40.000
Despesas anuais de conservação R$5.000 R$10.000
Considerando-se que a taxa de juros pretendida pela empresa é de 10% ao ano, qual o
valor do CAU para as duas alternativas?
Resposta: CAUX = -56.983,85 CAUY = - 64.451,07
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Referências
ASSAF NETO, A. Matemática Financeira e suas Aplicações. 5. ed. São Paulo: Atlas,
2003.
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ZENTGRAF, W. Matemática Financeira: Com emprego de funções e planilhas,
modelo Excel. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.
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Referências Complementares
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