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Seminário Evangélico Avivamento Bíblico – SEAB

Curso Pastoral
Disciplina: Hermenêutica
Prof.: Pr. Elmer Mendes
Aluno: Esequias Sá

HERMENÊUTICA DA PARÁBOLA DO BOM SAMARITANO

Ribeirão Pires – SP
Janeiro 2020
A PARÁBOLA DO BOM SAMARITANO

“Certa ocasião, um perito na lei levantou-se para pôr Jesus à prova e lhe
perguntou: "Mestre, o que preciso fazer para herdar a vida eterna? " "O que está
escrito na Lei? ", respondeu Jesus. "Como você a lê? " Ele respondeu: " ‘Ame o
Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todas as suas
forças e de todo o seu entendimento’ e ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’".
Disse Jesus: "Você respondeu corretamente. Faça isso, e viverá". Mas ele,
querendo justificar-se, perguntou a Jesus: "E quem é o meu próximo? " Em
resposta, disse Jesus: "Um homem descia de Jerusalém para Jericó, quando
caiu nas mãos de assaltantes. Estes lhe tiraram as roupas, espancaram-no e se
foram deixando-o quase morto. Aconteceu estar descendo pela mesma estrada
um sacerdote. Quando viu o homem, passou pelo outro lado. E assim também
um levita; quando chegou ao lugar e o viu, passou pelo outro lado. Mas um
samaritano, estando de viagem, chegou onde se encontrava o homem e, quando
o viu, teve piedade dele. Aproximou-se, enfaixou-lhe as feridas, derramando
nelas vinho e óleo. Depois colocou-o sobre o seu próprio animal, levou-o para
uma hospedaria e cuidou dele. No dia seguinte, deu dois denários ao hospedeiro
e disse-lhe: ‘Cuide dele. Quando voltar lhe pagarei todas as despesas que você
tiver’. "Qual destes três você acha que foi o próximo do homem que caiu nas
mãos dos assaltantes? " "Aquele que teve misericórdia dele", respondeu o perito
na lei. Jesus lhe disse: "Vá e faça o mesmo". Lucas 10.25-37

Essa parábola fala daquilo que realmente importa para Deus. Ela só se
encontra em Lucas 10, e nasceu numa resposta ao questionamento de um
intérprete, ou doutor da Lei que queria “pôr Jesus a prova”. Certamente mal-
intencionado, perguntou a Jesus, “Mestre, o que preciso fazer para herdar a vida
eterna”? Ao que Jesus responde com outra pergunta: “O que é que está escrito
na lei”? O interprete respondeu a partir de seu conhecimento: “Ame o Senhor, o
seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma, de toda as suas forças e
de todo o seu entendimento’ e ‘ame o seu próximo como a si mesmo”. Jesus
confirma a verdade e o orienta fazer isso. “Mas ele, querendo justificar-se,
perguntou a Jesus: E quem é meu próximo”? É nessa ocasião em que Jesus
começa a contar a história.
A distância de tempo.
"Um homem descia de Jerusalém para Jericó, quando caiu nas mãos de
assaltantes. Estes lhe tiraram as roupas, espancaram-no e se foram deixando-o
quase morto”. Nessa parábola Jesus utilizou uma cena muito próxima da
realidade de sua época. Pois, a ida de Jerusalém a Jericó, era de fato uma
viagem perigosa. Segundo O. S. Boyer (1), Jericó distava 30 km de Jerusalém, e
o caminho entre essas cidades era formado, na sua maioria, por vales rochosos
tornando propício montar uma emboscada.
Hoje, se alguém fosse encontrado na condição daquele homem, ‘quase
morto’, seria mais provável que chamassem o SAMU por meio de uma ligação
de celular e o ferido teria chance de escapar da morte. Já naquele contexto
histórico, quem o encontrasse, deveria decidir entre passar direto e fingir que
não viu, ou ajudar pessoalmente da melhor forma possível.
Mesmo com a distância de tempo, é extremamente possível que, ainda
hoje, se repita exatamente a mesma situação, dada a violência de nosso tempo.
Com o crescimento da marginalidade ficamos mais expostos. Quanto a isso,
percebe-se que o ser humano não mudou. Óbvio que esse ensino de Jesus,
sobre amar e consequentemente ajudar ao próximo, não se restringe a uma
situação específica como essa. Ela se aplica a toda e qualquer circunstância
onde pessoas se encontram fragilizadas precisando de socorro. Devemos
considerar nossa postura diante de ocasiões semelhantes a essa, pois Jesus
nos deixa claro o que devemos fazer.

A diferença cultural
Jesus narra que três pessoas passaram naquele caminho onde o homem
estava nu, jogado ao chão e quase morto. O primeiro deles era um sacerdote,
homens conhecidos por seu rigor religioso e que impunha aos demais as
disciplinas judaicas, mas que ao ver aquela cena desviou o caminho e passou
pelo outro lado. O segundo era um levita, que eram da mesma tribo do sacerdote,
sendo de um ramo inferior, mas ao ver aquele drama também passou de lado e
continuou sua jornada. A terceira pessoa é citada como sendo um samaritano,
considerado inimigo dos judeus. Esse ajudou de todas as formas possíveis
àquele desfavorecido. De acordo com historiador Flávio Josefo (2), os
samaritanos não tinham sangue puro de hebreus, nem religião judaica. Era um
tipo de judeu mestiço. Por essa razão, havia tanta distância, disputa e
acirramento entre judeus e samaritanos. Na história que Jesus contou, ele
escolheu seus personagens de forma proposital para nos ensinar algumas
verdades. O amor que Deus nos ensina é maior que nossas diferenças e deve
superar nossos preconceitos. John Stott (3) nos lembra que Jesus ‘dá uma
definição de quem seja o próximo. De todas as pessoas improváveis, um
samaritano foi quem veio resgatar a vítima dos ladrões. Samaritanos eram
odiados pelos judeus, pois estes os consideravam mestiços raciais e religiosos.
No entanto, eis ali um samaritano fazendo por um possível judeu aquilo que
nenhum judeu sonharia em fazer a um samaritano’. O próximo é aquele que está
ao nosso redor.
Mesmo que hoje não tenhamos os samaritanos e os judeus em nosso
contexto de vida, é comum que outras razões e disputas nos afastem uns dos
outros, criando assim grupos específicos. Mesmo essas diferenças devem ser
superadas quando o assunto é socorrer. As Escrituras nos ensinam que
devemos socorrer mesmo aqueles que se constituíram nossos inimigos quando
os mesmos estiverem em apuros (Lc 6.27-36). A religião verdadeira é aquela
que ajuda, em concordância aos seus discursos (Tg 1.27). Todo cristão deve
viver aquilo que prega. Os religiosos não manifestaram amor ao próximo,
portanto, não cumpriram o mandamento. Por essa razão Jesus usa um tom
crítico na sua narrativa ao introduzir um sacerdote e um levita, representantes
da religião judaica. O tom crítico se deu porque essas figuras eram semelhantes
ao doutor da lei com quem Jesus conversava. Tudo isso, para nos ensinar a
verdade de que nossa fé precisa ser prática, fé acompanhada de obras movidas
pelo amor (Tg 2.14-26). O amor ao próximo deve nos fazer agir em favor do
desvalido. Após contar a parábola, Jesus perguntou ao doutor na lei, "Qual
destes três você acha que foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos
assaltantes? " "Aquele que teve misericórdia dele", respondeu o perito na lei.
Jesus lhe disse: "Vá e faça o mesmo".
É possível que a figura do homem espancado ao chão possa ser usada
como uma imagem de nossa condição humana decaída? Agostinho, entre tantos
outros, considerou essa parábola de forma alegórica. Para ele, Cristo seria o
bom samaritano, que nos encontra quase mortos, cuida de nossas feridas e nos
entrega a hospedaria (a igreja) e promete retornar. Essa é uma interpretação
engenhosa. Também há um hino contemporâneo chamado ‘O bom samaritano’
que parece ter pegado uma carona nesse mesmo alegorismo ao sugerir em sua
letra que Jesus é o ‘bom samaritano e que quer salvar você’. Porém, não é isso
que afirma o texto, e interpretações como essa tendem a desvirtuar o verdadeiro
propósito contido nele. O verdadeiro propósito é definir quem é o nosso próximo
e como devemos agir quando ele precisa de ajuda. Jesus contou toda essa
história para ensinar ao interprete da lei que ele não poderia servir a Deus
superficialmente com tradições humanas tomando o lugar do mandamento de
Deus. Disse ao religioso que deveria ir fazer a mesma coisa que fez o
samaritano. Mas, na verdade, essa parábola se aplica a todos nós. Todos
devemos fazer a mesma coisa, amar o próximo como a nós mesmo de maneira
objetiva e prática.

1 – BOYER, Orlando – ‘Pequena Enciclopédia Bíblica’: Vida, 1997.


2 – JOSEFO, Flávio – ‘Antiguidades Judaicas’
3 – STOTT, John – Artigo ‘A parábola do Bom Samaritano’
https://ultimato.com.br/sites/john-stott/2017/08/29/a-parabola-do-bom-samaritano/

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