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A LIBERDADE ECONÓMICA DOS PAÍSES

COMPARAÇÃO PORTUGAL COM REINO UNIDO

Cláudia Cristina Favas Rodrigues Coutinho, nr. 7477

Professor Manuel Gouveia


UC: Economia e Negócios Internacionais,
Desafio 4 _ Avaliação Contínua | Gestão de Marketing, EaD

RESUMO: Este trabalho pretende comparar a liberdade económica de Portugal com a liberdade
económica do Reino Unido, com base na análise do índice de Liberdade Económica da Heritage
Foundation, focando as suas semelhanças e diferenças sobre os parâmetros mais importantes; e
refletindo sobre a relação entre a liberdade económica de um país e a sua liberdade politica.

ESCOLA SUPERIOR DE PORTO, OUTUBRO,2018


INTRODUÇÃO

Conforme foi abordado no tema do desafio anterior, sobre a evolução do


pensamento das nações e as vantagens das trocas comercias internacionais, verifica-se que
as teorias clássicas se baseavam nas vantagens comparativas entre as nações eram inerentes
a cada nação e ao seu capital, pessoas e terra.
Eram fatores que faziam parte da essência de cada nação e que não contemplavam a
analise da competitividade para além destes recursos naturais.
No entanto, com a globalização dos mercados chegou um novo conceito do mundo
como um mercado enorme, acessível a cada vez mais empresas (Ferreira, Reis e Serra,
2011).
De acordo com Ferreira et al (2011) o desafio que se segue é como estimular as
suas vantagens especificas.
Nesta interdependência do mundo global, Michael Porter (1990) veio chamar a
atenção que para analisar a competitividade entre as nações não se pode analisar apenas as
dotações naturais de cada apaís. Segundo Porter (citado por Ferreira et al, 2011) países
como a Holanda que tem um clima desfavorável é um dos maiores exportadores de flores.
Segundo Porter sobressai a importância de analisar certos países que não sejam dotados de
fatores e que conseguem ser mundialmente competitivas para a compreensão do comercio
internacional.
Assim, neste contexto de mundo globalizado, e de extenso desenvolvimento do
comércio internacional, importa entender sobre as melhores decisões a tomar num processo
de internacionalização, atendendo à complexidade de fatores explicativos do sucesso.

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A ESCOLHA DO MERCADO EXTERNO NUM PROCESSO DE

INTERNACIONALIZAÇÃO

Segundo Ferreira et al (2011) as decisões dividem-se entre onde vender e onde


produzir.
De acordo com Ferreira et al (2011) é fundamental o estudo dos mercados externos
e assim a análise dos diferentes ambientes externos, naquilo que é o entendimento do
ambiente económico, politico, legal e cultural dos países, para com base nesses estudos, e
informações, se saiba decidir para onde se deve expandir - e qual a melhor forma de o
fazer.

A seleção dos mercados para onde se deve ir é condicionada por fatores internos e
externos à empresa (Ferreira et al, 2011). Se a nível interno surge a questão da adaptação
do produto, a experiencia do mercado, contactos, etc; a nível externo surge como
indispensável a análise de fatores como a dimensão atual do mercado, as condições
económicas, as politicas governamentais, as barreiras ao comércio e ao investimento,
as evoluções sócio culturais, as politicas de incentivos governamentais ao investimento
estrangeiro, etc. (Ferreira et al, 2011).
Esta apreciação dos mercados possíveis permite avaliar os fatores de produção e os
possíveis impactos da intervenção e da regulamentação dos governos, como a dinâmica
da economia do país ou eventuais riscos políticos. ( Ferreira et al, 2011).

A importância do estudo da economia do país

O estudo do ambiente económico é um dos pontos fundamentais na análise das


decisões da localização, visto que a estabilidade económica de um país é a estrutura de
tudo; na medida em que tem influência direta nas atividades das empresas.
Segundo Ferreira et all as políticas dos governos na economia, por exemplo o nível
fiscal, os apoios dados as empresas, o próprio crescimento da economia e sua estabilidade,
são questões fundamentais, e essenciais, na decisão da empresa.

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O nível do desenvolvimento de uma economia permite inferir a riqueza da
população e a sua capacidade de consumo dos produtos; indica a disponibilidade da
qualificação dos recursos humanos disponíveis e os custos da mão de obra (Ferreira et al,
2011).
Para a análise deste ambiente importam os indicadores macroeconómicos, de
investimento e consumo, de confiança dos consumidores e investidores, custos de vida,
perspetivas de crescimento económico e o desemprego (Ferreira et al, 2011).
Segundo Ferreira et all (2011) é importante perceber a relação entre o governo e os
capitais estrangeiros; como o governo controla e regula a iniciativa privada; quais são as
políticas de comércio internacional e como os défices ou excedentes da balança
pagamentos influenciam as políticas de importação e de exportação (incentivo ou
restrição).
É também essencial ter informações sobre os níveis de eficiência e eficácia do
sistema financeiro (financiamentos), do sistema económicos e eventuais instabilidades
fiscais e das políticas industriais do governo (Ferreira el al, 2011).
Às empresas interessa mercados com potenciais de crescimento, seja na economia
seja na população, que está diretamente relacionado com a maior disponibilidade
financeira da população e assim com maior disponibilidade para o consumo.

Vários sistemas económicos dos governos

Os mercados externos podem funcionar em 3 principais sistemas económicos:


capitalistas (economia de mercado); socialista (planeamento central, o governo detém a
posse dos recursos económicos e a definição as prioridades de produção, a quantidade e
preços) e misto (Ferreira et all, 2011).

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A Liberdade económica promove o desenvolvimento económico

Segundo Ferreira et al (2011) o grau de liberdade económica de um país é um dos


indicadores importantes para a analise do ambiente económico do país.
Este indicador está relacionado com a riqueza do país: os países economicamente
mais livres tem políticas de comercio internacional mais abertas, políticas fiscais mais
transparentes e assim maior capacidade de atracão do investimento estrangeiro.
Nestes países economicamente livres há a garantia de haver equilíbrio na rivalidade
entre as empresas, evitando domínios (Ferreira et al, 2011).
Nos países menos livres, economicamente, há uma política protecionista e fechada
que não incentiva a iniciativa empresarial e o empreendedorismo das pessoas e das
empresas (Ferreira et al, 2011).

Índice de Liberdade Económica da Heritage Foundation

A Heritage Foundation é uma ferramenta útil para o debate de ideias das políticas públicas
e esboça a clara relação que existe entre o grau de liberdade económica e o nível de
desenvolvimento das populações.

O conceito de liberdade económica tem vindo a ser analisado no contexto do Index of


Economic Freedom (IEF) que tem vindo a publicar desde 1996 os rankings dos países
analisados com base nos seguintes principais dados: a dimensão do Estado; a liberdade de
comércio internacional; a liberdade empresarial, a fiscal, monetária, fimanceira, de
investimento, os direitos de propriedade, a corrupção e o mercado de trabalho.
Segundo estes estudos “...um maior grau de liberdade económica proporciona e estimula o
aumento de níveis de bem-estar das populações enquanto a sua ausência conduz a uma
crescente captura de recursos estatais e por formas administrativas de proteção contra a
concorrência" (Cardona, 2014).
Os fatores que estão associados a liberdade económica são fatores importantes internos de
cada país que interferem nos níveis de desenvolvimento económico, verdadeiros alicerces
da liberdade económica.

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Estes fatores analisados permitem entender se os governos protegem e regulam de forma
equilibrada a livre iniciativa e atividade económica entre os agentes vivos desse país; ou se
ao contrário os reprimem e controlam a iniciativa privada, com forte controlo do estado.

Assim, para as decisões de uma empresa portuguesa num eventual processo de seleção do
mercado do Reino Unido será importante procurar ter uma ideia sobre como funcionam
estes índices no caso concreto de Portugal em comparação com Reino Unido.

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COMPARAÇÃO DO GRAU DE LIBERDADE ECONÓMICA ENTRE PORTUGAL E REINO UNIDO COM BASE INDEX OF ECONOMIC FREEDOM
(IEF) _ HERITAGE FOUNDATION

PORTUGAL UK
PONTUAÇÃO RANKING 2018 63,4 78
Moderatetely Free Must Free
INDEX OF ECONOMIC FREEDOM (IEF) 72ª mais livre no Índice de 2018. 8ª mais livre no Índice de 2018.

ESTADO DE DIREITO PORTUGAL UK


Direito propriedade 69,2 92,2
Os direitos de propriedade privada são respeitados e O Reino Unido tem uma pontuação bem superior a refletir
aplicados, embora com pontuação bem menor que UK. uma democracia mais responsável, onde os direitos de
propriedade privada e os contratos são muito seguros.
Eficácia Judicial 70,1 79
O governo respeita, em geral, a independência judicial, O poder judiciário é visto como imparcial, eficiente e
embora a escassez de pessoal e a ineficiência recursos independente. Tem uma pontuação maior que Portugal,
provoquem acumulação de casos. refletindo um sistema judicial mais eficaz.
Corrupção 56,8 93,8
Poderá estar relacionado com o sistema de justiça. Com uma pontuação bastante superior o Uk apresenta
valores bem mais favoráveis ao controlo da corrupção e
por isso apresenta uma maior força geral do sistema
político.
DIMENSÃO GOVERNO PORTUGAL UK
Despesas do Governo 29,8 44,4
Nos últimos três anos, os gastos do governo atingiram Nos últimos três anos, os gastos do governo atingiram
48,4% da produção total (PIB) e os déficits orçamentais 43,0% da produção total (PIB), e os déficits atingiram em
alcançaram uma média de 4,6% do PIB. A dívida pública média 4,4% do PIB. A dívida pública é equivalente a
é equivalente a 130,3% do PIB. 89,2% do PIB.
Portugal apresenta uma grande divida publica o que
condiciona as políticas de incentivos. Inglaterra tem
superado a crise mostrando uma maior confiança no
futuro.
Carga tributaria 59,8 65,2
A carga tributária global equivale a 34,5% do total da A carga tributária total equivale a 32,5% do total da
receita interna. receita interna.

Saúde Fiscal 46 53,5


A principal taxa de imposto de renda pessoal é de 48% e A principal taxa de imposto de renda pessoal é de 45%. A
a maior taxa de imposto corporativo é de 23%. Outros maior taxa de imposto corporativo foi reduzida para 20%.
impostos incluem um imposto sobre valor agregado. Outros impostos incluem impostos sobre valor agregado
e meio ambiente.
Uk apresenta uma melhor posição o que reflete uma
maior atratividade em relação a Portugal devido ao
menor índice de impostos que travam a economia.
REGULACAO PORTUGAL UK
Liberdade empresarial 83,2 91,1
O Reino Unido é um país favorável aos negócios com
regulamentações que favorecem a atividade
empreendedora.
Liberdade trabalho 44,1 74,4
A despesa envolvida na demissão de funcionários é um A procura de empregos de alta qualificação e alta
fator de desemprego persistentemente alto, pois cria um tecnologia supera o número de formandos prontos para o
desincentivo para novas contratações. trabalho que o sistema educacional pode produzir. Este
índice é um indicador do futuro. Inglaterra apresenta um
quadro superior neste campo.
Liberdade monetária 85,3 85,2
Poucos controlos de preços. O Reino Unido tem poucos controlos de preços, mas
regula as taxas para a maioria das empresas de serviços
públicos.
ABERTURA DO MERCADO PORTUGAL UK
Liberdade Comercial 86,9 86,9
O valor combinado de exportações e importações é igual O comércio é significativo para a economia do Reino
a 79% do PIB. A tarifa média aplicada é de 1,6%. Unido e de Portugal. Existem algumas barreiras não-
tarifárias (1,6%) que impedem algum comércio, tanto em

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Portugal como em Inglaterra.
Liberdade Investimento 70 90
Boa abertura do governo ao investimento estrangeiro. As políticas governamentais não interferem
significativamente no investimento estrangeiro. Os
investidores estrangeiros e nacionais geralmente são
tratados igualmente de acordo com a lei.
Liberdade Financeira 60 80
O setor financeiro permanece sob pressão. O setor bancário altamente competitivo oferece uma
ampla gama de serviços financeiros; o que é um bom
indicador para os financiamentos. Melhor indicador que
Portugal, com sistema a recuperar.
Fonte: https://www.heritage.org/index/visualize?cnts=portugal|unitedkingdom&src=ranking

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Principais conclusões da comparação do grau de liberdade económica entre
Portugal e UK.

Indicadores como as flutuações nas taxas de cambio, afetam o valor de ativos e transações.
As taxas de inflação e a capacidade de os governos protegerem a propriedade interfere nas
decisões da empresa de internacionalização; as políticas fiscais e as taxas sobre os
rendimentos das pessoas têm influência no consumo – assim como a incidência fiscal sobre
os lucros das empresas (que são melhores quanto menores).
Menores níveis impostos e não tributação de dividendos de capital implicam maior
atratividade dos países (Ferreira et al, 2011).
Assim, para um país que vai arriscar noutro mercado torna-se fundamental perceber os
seus riscos económicos. O estudo dos índices de liberdade económica torna-se assim
fundamental na seleção dos mercados.

Neste caso especifico podemos concluir que o índice de liberdade económica do Reino
Unido é maior que o índice de liberdade económica de Portugal - sendo o Reino Unido a 8ª
economia mais livre no Índice de 2018, contra a 72º posição de Portugal.
Esta pontuação do Reino Unido coloca-a numa economia do grupo dos países Must Free e
reflete um país economicamente mais livre do que Portugal. Os seus bons indicadores nos
gastos fiscais e a vitalidade do governo refletem políticas comerciais com o estrangeiro
mais abertas, assim como políticas fiscais mais transparentes e assim maior capacidade de
atração de investimento estrangeiro que Portugal.
Já a posição de Portugal reflete uma economia menos livre do que o Reino Unido,
colocando-a no grupo dos países Moderately Free, que, embora com menos liberdade em
quase todos os indicadores das políticas económicas, está num nível moderado devido a
melhorias nas suas pontuações em alguns indicadores importantes como a saúde fiscal e os
gastos do governo - que compensaram as quedas nos direitos de propriedade e na liberdade
de negócios (Heritage Foundation, 2018).
Principais pontos comuns/contrários entre UK e Portugal, no Índice de
liberdade económica:

Através da análise comparativa dos dois países, do Index of Economic Freedom (IEF),
podemos perceber que, à exceção das pontuações nos índices da liberdade comercial e da
liberdade monetária – os dois países apresentam o mesmo índice e um pouco controlo
nas tarifas do comércio e no controlo dos preços - a Inglaterra apresenta um grau de
liberdade económica superior em todos os restantes indicadores - pertencendo ao grupo de
países Must Free.
Percebi uma maior diferença, entre os valores de Portugal e os valores do UK, nos índices
da liberdade de trabalho, nas despesas do governo, na liberdade da corrupção, na
liberdade de investimento estrangeiro, na liberdade financeira e nos direitos de
propriedade – onde a Inglaterra apresenta valores muito superiores, no grau de liberdade,
em relação a Portugal. Estes índices são dos mais importantes e refletem uma economia
Inglesa mais responsável, que tem condições para ponderar melhor os impactos da sua
política comercial, das suas políticas de finanças internacionais, nos seus objetivos internos
de produto elevado, emprego elevado e estabilidade.
Inglaterra demonstra, assim, através desta diferença nos indicadores, que é uma economia
em expansão, dona de um verdadeiro estado de direito, um mercado de trabalho de futuro,
qualificado e inovador, com um setor financeiro desenvolvido e um regime de comércio
aberto.
Já Portugal apresenta um sistema judicial independente, mas com uma forte divida do setor
publico que condiciona o dinamismo do sector privado e fragiliza a competitividade global
da economia - demostrando uma economia mais frágil e com um estado de direito menos
vivo..
Assim pode-se comprovar através deste exemplo que países economicamente mais livres
(como a Inglaterra em relação a Portugal) são países com políticas de comércio
internacional mais abertas, políticas fiscais mais transparentes e assim maior capacidade de
atracão do investimento estrangeiro.
É um bom indicador para a decisão da empresa que se pretende internacionalizar para o
mercado do Reino Unido.

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Sistemas políticos
Os países diferem no sistema político que praticam e assim também é importante às
empresas entenderem qual é o impacto de um sistema político nas suas atividades
internacionais. Os países podem ser uma democracia ou um sistema ditatorial, podem ter
um mercado livre (liberalismo) ou de grande protecionismo do estado. A compreensão do
sistema político é importante pois permite entender a forma do estado se relacionar com as
empresas nacionais e estrangeiras. Um maior risco político não é um bom incentivo à
internacionalização; assim como políticas de proteção ou contantes mudanças de governo e
das suas politicas.
Neste caso, Inglaterra é uma democracia com uma maior estabilidade política ao longo dos
tempos, em relação a Portugal.
Mediante as reformas do mercado da primeira-ministra, conservadora, Margaret Thatcher,
nos anos 80, a economia da Grã-Bretanha cresceu de forma constante ao longo dos anos
90.
O Partido Conservador perdeu a maioria parlamentar, em junho de 2017, e permanece no
poder com o apoio do Partido Democrático Unionista da Irlanda do Norte.
Os serviços bancários, de seguros e de negócios, são os principais impulsionadores do
crescimento do PIB.

Já Portugal que apresenta igualmente uma democracia, embora mais jovem, tem
apresentado um sistema político instável que não tem conseguido sustentar uma política
comercial internacional estável, especialmente à conta da forte instabilidade fiscal e
financeira.
Os níveis de fiscalidade, a insegurança dos direitos de propriedade, a morosidade do
sistema de justiça, as dificuldades de acesso ao crédito, entre outros, dificultam as reformas
do estado; para alem da anterior política de ajustamento a que o país foi obrigado.

Inglaterra e Portugal são economias com liberdades económicas diferentes e ambas são
uma democracia que preconiza os valores do direito à liberdade, proteção dos direitos das
minorias, eleições periódicas, garantia dos direitos civis e propriedade dos cidadãos.

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Com o mesmo nível de liberdade política estes dois países estão em grupos diferentes
quanto ao grau de liberdade económica.
Preconizam os mesmos valores, mas atuaram de forma diferente mediante a sua história
política e cultural.

A liberdade económica de um país corresponde à sua liberdade política?

Para responder a esta pergunta achei curioso verificar que os dois países com maior
índice de liberdade económica do mundo são Hong Kong e Singapura – logo dois países
que embora totalmente livres economicamente são parcialmente livres politicamente.
Hong Kong ainda não tem eleições diretas para os órgãos legislativo e executivo, não
permite liberdade de imprensa (censura) e liberdade de expressão. Nestes dois países não
há a garantia da liberdade dos direitos civis com um forte controlo do estado em todos os
aspetos da sociedade e da vida das pessoas; e igualmente aposta na abertura das suas
politicas económicas e comerciais e aposta na qualificação do seus quadros.
Há mais exemplos que demonstram que não há necessariamente uma relação entre
a liberdade política e a liberdade económica dos civis - que se reflete na política comercial
de um país; na sua carga tributária; o nível de intervenção estatal nas atividades do agente
económicos; a política monetária; a liberalização financeira; as políticas financeiras; as
políticas do mercado de trabalho; a proteção dos direitos de propriedade; as
regulamentações empresariais, a corrupção.
Com é o caso da paradoxal abertura dos países comunistas (sociedade sem classes)
do leste, e da China, às trocas do comércio internacional, em resposta à globalização.
No entanto também verifiquei que na lista dos países do mundo com maior
liberdade económica estão na maioria regimes políticos de monarquias, como é o caso da
Nova Zelândia, Austrália, Irlanda, UK, Dinamarca ou até a Malásia.
Na lista dos países menos livres economicamente estão regimes mais
presidencialistas, onde há uma grande concentração de poder, numa só pessoa, como
Angola, Moçambique, Coreia ou Cuba.
Assim, através destes exemplos podemos concluir que a liberdade dos sistemas
políticos, que refletem certas ideologias políticas, valores, não tem necessariamente uma

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relação direta e proporcional nos graus de liberdade económica, práticas económicas e
financeiras.
No entanto, é na minha opinião um pouco paradoxal na medida em que os
pressupostos da liberdade económica, da importância da participação das pessoas na
economia, e sua livre circulação, beliscam alguns conceitos, e dogmas, do sistema político
de alguns países mais totalitários como é o caso de Hong Kong onde ainda há repressão e
controlo das pessoas.
Numa economia de mercado são os agentes económicos privados o motor da
economia. São os indivíduos e as empresas que detém os recursos económicos e é através
desta interação, entre a oferta e a procura, que o mercado fundamenta os preços. O estado
tem um papel importante de arbitro do mercado, implementando algumas leis que evitem
excessos e desequilibro, como monopólios e promove o equilíbrio, e protege a iniciativa
privada, através de uma política fiscal e monetária estáveis a fim de garantir confiança e as
condições favoráveis, e apelativas, à realização de negócios e criação de novas empresas.

Não deixa de ser um pouco reflexivo o facto de um estado que gosta de controlar
todos os aspetos da vida das pessoas, que não tolera a oposição, ou que nega a propriedade
privada, existência de classes – por exemplo- promova as trocas comerciais internacionais,
quebrando barreiras que idealizam a sua identidade, a sua liberdade política.

Assim podemos concluir a pressão do comércio internacional, para o aumento de


riqueza, mesmo em alguns regimes mais fechados e não democráticos, fazendo-os
promover políticas económicas, comerciais, mais abertas e apostar na formação dos seus
recursos humanos.

As democracias, com liberdade política, seriam os maiores países com liberdade


económica. Mas, no entanto, isso não acontece sempre assim.

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CONCLUSÃO

Segundo Samuelson (2010), nenhum país é uma ilha isolada. Os países participam
ativamente no desenvolvimento da economia mundial e estão interligados através do
comercio e das finanças – globalização. O comercio internacional substituiu os granes
impérios e batalhas militares no caminho mais seguro na construção da riqueza e influencia
nacional (Samuelson, 2010).

Há medida que os países vão ficando estreitamente interligados a política económica


internacional torna-se fundamental, em especial para economias pequenas e abertas.
(Samuelson, 2010).

Assim, independentemente dos sistemas políticos a que pertençam, totalitários,


democratas, comunistas, liberais, de esquerda ou de direita, as sociedades prosperam
quando a sua liberdade económica cresce. Liberdade económica que provem desta abertura
do mundo global que é interdependente, que funciona numa rede de conhecimento e de
experiências, e que deixa esta liberdade económica num contexto de qualquer sistema.

Esta liberdade económica, de incentivo às atividades empresarias vai acabando por estar
relacionada com uma maior riqueza e a melhores condições de vida, e é alargada à
liberdade política dos países.

Esta apreciação dos mercados possíveis permite avaliar os fatores de produção e os


possíveis impactos da intervenção e da regulamentação dos governos, como a dinâmica
da economia do país ou eventuais riscos políticos.

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BIBLIOGRAFIA:

CARDONA C. (2014). A Liberdade Economia. Diário de Noticias, retrieved 30 de outubro 2018,


from https://www.dn.pt/opiniao/opiniao-dn/celeste-cardona/interior/a-liberdade-economica-
3709350.html

FERREIRA, M.P & REIS, N. & SERRA, F.R. (2011). Negócios Internacionais E Internacionalização
para as Economias Emergentes, Lidel, Lisboa.

GOUVEIA, M.(2018) Sistemas Politico Leais, liberdade económica dos países e Incoterms. IPam.

HERITAGE FOUNDATION retrieved 30 de outubro 2018, from


https://www.heritage.org/index/visualize?cnts=portugal|unitedkingdom&src=ranking

SAMUELSON, P & NORDHAUS, W. (2010). Economia 19e. McGrawHill, Bookman

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