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Trabalhador na Empresa
Serviço de Saúde do
Trabalhador na Empresa
Nome do Aluno
S e n a c S ã o P a u l o – S ã o P a u l o – 2 0 1 3
© Senac-SP 2010
Gerência de Desenvolvimento
Roland Anton Zottele
Coordenação Técnica
Rosangela Gonçalvez Ribeiro
Apoio Técnico
Felipe Alves Pellegrini
Editoração e Revisão
Globaltec Editora Ltda.
Versão 2013
Serviço de Saúde do Trabalhador na Empresa
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO / 5
8. A
EQUIPE MULTIPROFISSIONAL ATENDENDO AO SERVIÇO DE SAÚDE DO
TRABALHADOR / 50
ANEXOS / 84
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
A preocupação com a saúde do trabalhador demanda de longa data, contudo poucos re-
sultados positivos foram obtidos ao longo dos anos quanto aos avanços na prevenção e
proteção da saúde do trabalhador. Houve a necessidade da interferência de órgãos interna-
cionais para que os governantes em geral começassem a se mobilizar no sentido de investir
na saúde e segurança do trabalhador.
A Organização Internacional do Trabalho (OIT), criada em 1919, através do Comitê Misto
formado pela OIT e OMS, em 1950, define os caminhos pelos quais a medicina do trabalho
deve trilhar.
Nove anos mais tarde, em 1959, a OIT elabora e adota a Recomendação no 112
(anexo 1), referente à organização e aos objetivos dos serviços médicos de empresas, en-
tre outras orientações, que torna obrigatórios os serviços médicos dentro das empresas.
Foi o primeiro documento internacional que serviu como ponto de partida para muitos
países iniciarem a instalação e a manutenção dos serviços de saúde para os trabalhadores.
Os resultados, entretanto, não foram muito animadores e a OIT, na Conferência Interna-
cional do Trabalho, em 1974, na tentativa de sensibilizar os países quanto aos problemas de
saúde relacionados ao trabalho e seu meio ambiente, procura alertar e mostrar a dimensão
que envolve estes problemas e os trabalhadores, dá uma conotação global aos problemas,
ou seja, são problemas que atingem, sem exceção, todos os trabalhadores independente-
mente das atividades desenvolvidas ou do país envolvido.
No ano seguinte, em 1975, a OIT, com o objetivo de tornar o trabalho mais humano, pro-
põe o Programa Internacional de Melhoramento das Condições e do Meio Ambiente de Traba-
lho, que tem como intuito melhorar as condições e o meio ambiente de trabalho, além de
promover o bem-estar do trabalhador.
Em 1981, a OIT elabora a Recomendação no 167 visando à Segurança e à Saúde dos Traba-
lhadores e Meio Ambiente do Trabalho.
CAPÍTULO 2
FORMAÇÃO DOS
SERVIÇOS ESPECIALIZADOS
EM ENGENHARIA DE
SEGURANÇA E EM MEDICINA
DO TRABALHO – NR-4
Acima de 5.000
empregados no
4.000 ou fração
Grau de Risco
1.001 a 2.000
2.001 a 3.500
3.501 a 5.000
501 a 1.000
101 a 250
251 a 500
Técnicos
50 a 100
No
acima de 2.000**
p/ cada grupo de
Estabelecimento
Acima de 5.000
empregados no
4.000 ou fração
Grau de Risco
1.001 a 2.000
2.001 a 3.500
3.501 a 5.000
501 a 1.000
101 a 250
251 a 500
Técnicos
50 a 100
No
Técnico Seg. Trabalho 1 1 2 5 1
Engenh. Seg. Trabalho 1* 1 1 1*
2 Aux. Enf. do Trabalho 1 1 1 1
Enfermeiro do Trabalho 1
Médico do Trabalho 1* 1 1 1
Técnico Seg. Trabalho 1 2 3 4 6 8 3
Engenh. Seg. Trabalho 1* 1 1 2 1
3 Aux. Enf. do Trabalho 1 2 1 1
Enfermeiro do Trabalho 1
Médico do Trabalho 1* 1 1 2 1
Técnico Seg. Trabalho 1 2 3 4 5 8 10 3
Engenh. Seg. Trabalho 1* 1* 1 1 2 3 1
4 Aux. Enf. do Trabalho 1 1 2 1 1
Enfermeiro do Trabalho 1
Médico do Trabalho 1* 1* 1 1 2 3 1
OBS.: É importante lembrar que a NR-4 necessita de mudanças com intuito de modificar
a norma vigente. A mais importante proposta de mudança é a alteração do quadro do
dimensionamento do SESMT, acima reproduzido, com o objetivo de melhor adequar o nú-
mero de profissionais envolvidos no serviço, e de poder alterar a composição do quadro,
por convenção coletiva, podendo contar com a colaboração de profissionais com forma-
ções específicas diversas dos profissionais envolvidos no serviço atualmente, sem prejuízo
do dimensionamento previsto até o momento.
A ligação direta com uma gerência ou superintendência executiva pode acelerar o proces-
so de realização, evitando consequências desastrosas.
Normalmente, o que acontece é uma subordinação indireta, obrigando o serviço de saúde
a reportar-se a setores intermediários, o que torna a solução de problemas e a tomada de
decisões demoradas e muitas vezes ineficientes.
Geralmente, o Serviço de Segurança e Saúde do Trabalhador está subordinado à Gerência
de Recursos Humanos e vinculado a outros serviços, como Serviço Social, Treinamento e
Desenvolvimento Pessoal, Recrutamento e Seleção e outros.
Através do organograma da empresa, visualizamos a posição ocupada pelos seus vários
serviços e a dependência hierárquica de cada um deles.
Antes, devemos lembrar que o organograma representa, através de um quadro ou grá-
fico, a estrutura organizacional de uma empresa ou serviço. Apresenta ao mesmo tempo
a divisão do trabalho e as relações de poder no âmbito das organizações. As linhas hori-
zontais, com suas respectivas caixas, representam a distribuição das tarefas em áreas de
atuação. Já as linhas verticais exibem os níveis hierárquicos e os diferentes graus de respon-
sabilidade e decisão, os diferentes graus de poder.
Abaixo, transcrevemos um modelo tradicional de organograma de uma empresa e a posi-
ção que o Serviço de Saúde e Segurança do Trabalhador ocupa no contexto da empresa.
Lembramos que existem vários outros modelos de organogramas que fogem do modelo
tradicional.
PRESIDÊNCIA
Diretoria de
Recursos
Humanos
Serviço de Segurança
Ergonomia Higiene
Saúde do do
Industrial
Trabalhador Trabalho
Após a análise dos três aspectos e de outras informações pertinentes, têm-se condições de
iniciar a organização e implantação do SST estabelecendo:
1. Dimensionamento das instalações físicas mínimas. Neste caso, a sugestão é de 32 me-
tros quadrados (distribuídos da seguinte forma: 10 m² para consultórios, 6 m² para sala
de espera e recepção, 8 m² para atendimentos de enfermagem e 8 m² para instalações
sanitárias para funcionários da saúde e trabalhadores);
2. Número de funcionários da saúde necessário para o atendimento dos trabalhadores;
3. Previsão de móveis, materiais e equipamentos necessários para prover o ambulatório
e permitir um bom atendimento ao trabalhador;
4. Planejamento, elaboração e implementação do PCMSO – Programa de Controle Mé-
dico de Saúde Ocupacional;
5. Estabelecimento de normas de ação para rotinas de trabalho, por exemplo: (exa-
mes médicos ocupacionais, exames complementares e funcionais, atendimento de
urgência, etc.);
6. Formatação de modelos de formulários e impressos que serão utilizados no SST (exem-
plo: modelo de impressos para o prontuário do trabalhador, receituário, atestados ocu-
pacionais, agendamento e convocação de consultas, registros de atendimentos, etc.);
7. Sistematização na emissão de relatórios para diretoria, gerências, setor de segurança e
outros, relatando os serviços realizados, programas desenvolvidos, resultados obtidos
e outros.
Seria ideal que a equipe multiprofissional participasse do processo de planejamento, orga-
nização e implantação do serviço de saúde do trabalhador; dessa forma, todos poderiam
dar sugestões, aproveitando as experiências de cada profissional.
Os serviços de saúde do trabalhador podem ser implantados observando as condições
estabelecidas na Norma Regulamentadora 4, ou seja:
• Serviço único – é a regra geral
É implantado por empresa, de acordo com o Quadro II da NR-4 da Portaria no
3.214/78.
• Serviço centralizado – para uma mesma empresa, pode ser implantado nos seguin-
tes casos:
– conjunto de estabelecimentos da própria empresa quando a distância entre
eles não for superior a 5.000 metros (item 4.2.3 – NR-4);
– canteiros de obras ou frentes de trabalho com menos de 1.000 empregados e
situados no mesmo estado (item 4.2.1 – NR-4);
– empresa com estabelecimento que se enquadre no Quadro II da NR-4 e com
outros estabelecimentos que não se enquadrem, desde que situados no mesmo
estado (item 4.2.4 – NR-4);
CAPÍTULO 3
ESTRUTURA
ORGANIZACIONAL
DOS SERVIÇOS
Recursos Humanos
Os profissionais contratados pelo serviço dependerão de vários fatores, entre outros,
o quadro de dimensionamento do SESMT, segundo a NR-4, o tipo de serviço pretendi-
do pelos dirigentes da empresa, as necessidades dos trabalhadores decorrentes do tipo
de atividades realizadas e matéria-prima utilizada. Para ter um serviço completo e bem-
-estruturado, o ideal seria que os seguintes profissionais integrassem a equipe:
Pessoal médico – médico do trabalho, clínico geral, oftalmologista, ortopedista, ginecolo-
gista, otorrinolaringologista e outros;
Pessoal de enfermagem – enfermeiro do trabalho, técnicos e auxiliares de enfermagem
do trabalho;
Pessoal de higiene e segurança do trabalho – engenheiros e técnicos de segurança,
higienistas, ergonomistas e outros;
Pessoal administrativo – recepcionista, pessoal de limpeza e outros;
Outros – assistente social, psicólogo, nutricionista, fonoaudióloga, fisioterapeuta, etc.
Instalações Físicas
Preconiza-se que a área mínima destinada a um ambulatório de saúde do trabalhador deve
ter em torno de trinta e dois metros quadrados, distribuídos da seguinte forma: 10 m² para
consultórios, 6 m² para sala de espera, 8 m² para sala de atendimento de enfermagem/
repouso e 8 m² para os sanitários. Alguns autores estabelecem uma área de em média
15 m² para cada grupo de 100 trabalhadores. Contudo, o espaço físico varia de acordo
com o tipo de serviço e a valoração da direção da empresa ao serviço de atendimento à
saúde do trabalhador. Assim, poderemos ter empresas com verdadeiros micro-hospitais e
outras, onde o atendimento é realizado em pequenos espaços improvisados.
Arquivo 4 m²
Consultórios 9 m²
Consultório dentário 20 m²
Farmácia 9 a 12 m²
Despejo 4 m²
Esterilização e depósito 9 m²
26 23
Senac São Paulo
Serviço de Saúde do Trabalhador na Empresa
7- Apoio
administrativo
5- Apoio
Técnico
CAPÍTULO 4
MATERIAIS E EQUIPAMENTOS
DO AMBULATÓRIO DE SAÚDE
DO TRABALHADOR
• Biombos;
• Balcão para preparo de medicamentos ou outros procedimentos;
• Fichários.
Equipamentos e instrumentais
• Estetoscópios clínicos;
• Esfigmomanômetros;
• Termômetros;
• Negatoscópios;
• Focos (lâmpadas de altura variáveis, com haste flexível);
• Pinças e tesouras diversas;
• Porta-bisturi e lâminas diversas;
• Porta-agulhas e agulhas diversas;
• Seringas e agulhas descartáveis, de tamanhos diversos;
• Cubas-rim;
• Lanterna para orofaringe;
• Abaixadores de língua descartáveis;
• Campos cirúrgicos variáveis;
• Frascos para antissépticos;
• Inaladores;
• Tambores de oxigênios;
• Balança com antropômetro;
• Eletrocardiógrafo(*);
• Escalas optométricas e/ou orthorater (para acuidade visual);
• Dinamômetros (lombar, escapular e manual)(*), medida de força muscular;
• Otoscópio, rinoscópio e oftalmoscópio;
• Martelos para percussão, para exame neurológico;
• Equipamentos de primeiros socorros (material para entubação (laringoscópio,
cânulas endotraqueais, cânula de Guedel, etc.), pranchas, talas infláveis, colares
cervicais, máscaras de oxigênio e ambu, bandagens triangulares, talas moldáveis
para imobilização, luvas descartáveis, etc.);
• Audiômetro e cabine acústica(*), para acuidade auditiva;
Materiais diversos
• Luvas descartáveis;
• Atadura de crepe e gaze;
• Compressas de gaze;
• Algodão;
• Álcool;
• Atadura de malha ortopédica;
• Esparadrapo, micropore;
• Fios cirúrgicos de espessuras e tipos variados;
• Cotonete;
• Vaselina;
• Soro fisiológico e glicosado;
• Substâncias antissépticas (exemplo: Clorexidina e outros).
Equipamentos complementares
• Cadeiras de rodas;
• Suportes de soros;
• Macas com rodas para transporte;
• Carrinho para transporte de torpedo de O2;
• Ambulância devidamente equipada para transporte.
É importante ressaltar, mais uma vez, que quanto mais completo forem os serviços presta-
dos ao trabalhador maiores serão as dependências do ambulatório e, consequentemente,
serão necessários quantidade e variedade maior de materiais e equipamentos.
CAPÍTULO 5
ATENDIMENTO À SAÚDE DO
TRABALHADOR
CAPÍTULO 6
AS INTERFACES DAS
NR-9 E NR-7
Desenvolvimento do PPRA
O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais deverá incluir as seguintes etapas:
a) antecipação e reconhecimento dos riscos;
b) estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle;
c) avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores;
d) implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia;
e) monitoramento da exposição aos riscos;
f) registro e divulgação dos dados.
Medidas de controle
Deverão ser adotadas as medidas necessárias suficientes para a eliminação, a minimização
ou o controle dos riscos ambientais sempre que forem verificadas uma ou mais das seguin-
tes situações:
a. Identificação, na fase de antecipação, de risco potencial à saúde;
b. Constatação, na fase de reconhecimento de risco evidente à saúde;
c. Quando os resultados das avaliações quantitativas da exposição dos trabalhadores ex-
cederem os valores dos limites previstos na NR-15 ou, na ausência destes, os valores
limites de exposição ocupacional adotados pela ACGIH, ou aqueles que venham a ser
estabelecidos em negociação coletiva de trabalho, desde que mais rigorosos do que os
critérios técnico-legais fixados;
d. Quando, através do controle médico da saúde, ficarem caracterizados o nexo causal
entre danos observados na saúde dos trabalhadores e a situação de trabalho a que eles
ficam expostos.
Roteiro do PCMSO
Nas ações primárias, a equipe de saúde e segurança deve preocupar-se basicamente com a
prevenção, que tem como objetivo o diagnóstico precoce não só de doenças relacionadas
com o trabalho, mas também com outras patologias que possam estar afetando a saúde do
trabalhador.
Essa fase do programa é de vital importância, pois o trabalhador sentirá que não só a produ-
tividade é o foco da empresa, mas também sua saúde e seu bem-estar físico, mental e social.
Basicamente, as ações primárias resumem-se em:
• Manutenção da saúde – consiste em ações coletivas junto aos trabalhadores com
informações e orientações quanto à prevenção de doenças, padrões de higiene
e saúde, mudanças no estilo de vida para proporcionar bem-estar ao indivíduo e
família. Podem ser realizadas através de orientações individuais, durante uma con-
sulta no dia a dia, através de palestras, reuniões e discussões em grupos, exibição
de vídeos, folhetos e cartazes.
• Prevenção de doenças ocupacionais – através da orientação no uso de equipa-
mentos de proteção individual e de áreas com equipamentos de proteção coletiva,
com a realização de programas e campanhas de prevenção, como, por exemplo:
campanhas de prevenção contra a perda auditiva, as lesões por esforço repetitivo,
prevenção do estresse e outras.
PPRA/PCMSO
Ações de saúde
Uma vez que o serviço de Segurança do Trabalho realizou a análise ambiental e elaborou
seu Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), o Serviço de Medicina Ocu-
pacional pode então elaborar seu Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
(PCMSO), que realizará exames de ordem exclusivamente ocupacional, diretamente rela-
cionados aos riscos físicos, químicos, biológicos e ergonômicos.
O estudo desses resultados pode resultar no perfil de saúde dos trabalhadores de determi-
nados setores, fornecendo dados para a elaboração de programas de saúde relacionados
diretamente com os riscos existentes em cada posto de trabalho.
O PCMSO pode incluir nos exames periódicos alguns exames de saúde não relacionados
ao trabalho, os chamados exames de saúde ou de qualidade de vida, como: hemograma,
eletrocardiograma, mamografia, antígeno prostático (PSA), glicemia, colesterol, triglicéri-
des, etc. Obtendo, assim, o perfil da saúde global dos trabalhadores e organizando progra-
mas direcionados aos problemas mais constantes.
Os programas de saúde também podem abordar informações sobre doenças crônicas, epi-
demias e endemias, conforme a incidência nas estações do ano: gripe, sarampo, rubéola,
dengue, AIDS, tuberculose e outras.
A associação das ações de saúde ambiental (PPRA) com as ações de saúde do trabalhador
(PCMSO) e programas de saúde, com certeza, traz benefícios ao empregador, trabalhador
e meio ambiente.
CAPÍTULO 7
NR-7 – PROGRAMA DE
CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE
OCUPACIONAL – PCMSO
O PCMSO será realizado baseado na determinação dos riscos ocupacionais ou sua ausên-
cia. Faz-se o Levantamento de Riscos Ambientais – LRA e o Programa de Prevenção de
Riscos Ambientais – PPRA. É interessante que o médico do trabalho faça visitas a todos os
setores da empresa, para conhecimento dos locais de trabalho e suas peculiaridades. Por
meio desses levantamentos, o médico do trabalho determinará a necessidade ou não de
exames complementares e o exame médico, que será realizado em determinada periodi-
cidade, sendo emitido um Atestado de Saúde Ocupacional – ASO.
O PCMSO é um programa que tem validade anual, mas deve ser alterado a qualquer mo-
mento, desde que ocorram mudanças nos processos de trabalho que impliquem à exposi-
ção do trabalhador a outros riscos ocupacionais colocando em perigo a sua saúde.
A não elaboração e implementação do PCMSO, além de causar os prejuízos à saúde do
trabalhador, leva à incidência de multas ao empregador. O custo da elaboração e implanta-
ção do PCMSO não deve ser repassado aos trabalhadores, sendo de responsabilidade do
empregador.
O nível de complexidade do Programa depende basicamente dos riscos existentes em cada
empresa, das exigências físicas e psíquicas das atividades desenvolvidas, e das característi-
cas biopsicofisiológicas de cada população trabalhadora.
As empresas desobrigadas de possuir médico coordenador deverão realizar as avaliações
por meio de médico que, para a efetivação das mesmas, deverá necessariamente conhecer
o local de trabalho.
O PCMSO deve conter no mínimo:
• Identificação da empresa: razão social, CGC, endereço, ramo de atividade, grau de
risco, no de trabalhadores distribuídos por sexo, horário de trabalho e turnos;
• Identificação dos riscos existentes;
• Plano anual de indicação dos exames médicos, com programação das avaliações clí-
nicas e complementares específicas para os riscos detectados, definindo-se explici-
tamente quais os trabalhadores ou grupos de trabalhadores serão submetidos a que
exames e quando.
O PCMSO deve incluir, entre outros, a indicação obrigatória dos exames médicos:
• Admissional;
• Periódico;
• De retorno ao trabalho;
• De mudança de função;
• Demissional.
Estes exames compreendem a avaliação clínica, abrangendo anamnese ocupacional e exa-
me físico e mental, assim como exames complementares.
1. Exame médico admissional: de acordo com a NR-7, deve ser realizado antes que
o trabalhador assuma suas atividades e deve compreender a avaliação clínica (anamnese
ocupacional e exame físico e mental) e os exames complementares.
Devemos entender algumas diferenças básicas entre o exame admissional e os exames
clínicos habituais. É importante que no exame admissional ocorra um estudo prévio das
exigências somatopsíquicas de cada tipo de serviço, que o médico conheça essas exigên-
cias somatopsíquicas do serviço a ser realizado pelo candidato submetido aos exames; que
realize a anamnese ocupacional e, finalmente, que o médico assinale os achados do exame,
principalmente os negativos, que poderão influenciar no desenvolvimento do serviço e no
comprometimento da saúde do trabalhador.
O exame admissional não deve ter como objetivo selecionar os trabalhadores sadios e
excluir os menos sadios. Deve tentar colocar cada trabalhador no lugar ideal para suas con-
dições físicas e psíquicas, por exemplo, um indivíduo que sofra do mal epilético não deverá
estar exercendo atividade que exija subir escadas ou em espaços confinados, mas poderá
exercer atividades administrativas.
o cargo que almeja. A avaliação do trabalhador deve ser diferenciada, ou seja, não se pode
avaliar da mesma forma um candidato a ocupar uma função que exija levantar, puxar e
transportar peso e um outro que seja candidato a uma função administrativa, em que per-
manecerá maior parte do tempo sentado.
Deve, neste primeiro contato com o trabalhador, preocupar-se com a história pregressa
profissional, ou seja, sua história profissional, último emprego, tempo que trabalhou em
determinadas funções, se foi submetido a exames médicos e com que periodicidade. Caso
nunca tenha feito uma avaliação médica, deve-se ter cuidados mais rigorosos com o intuito
de detectar agravos à saúde advindos de ocupações anteriores.
Deve-se também recomendar, nesse momento, se for o caso, um esquema de prevenção,
como vacinação pertinente à função ou local de trabalho, vacina antitetânica, vacina contra
Hepatite A ou B, seguindo as recomendações dos serviços públicos de saúde e outras me-
didas preventivas específicas e de acordo com as necessidades.
O serviço de saúde deve seguir uma metodologia de trabalho para a realização dos exa-
mes, que auxiliará e facilitará o cumprimento de detalhes a serem observados quanto à
população examinada, por exemplo, exames complementares e subsidiários, exames ra-
diológicos que devem se solicitados obrigatoriamente conforme orientações das normas
regulamentadoras.
O exame periódico basicamente é formado pelos seguintes exames:
• Exame físico com avaliação dos sistemas tegumentar, cardiorrespiratório, musculo-
esquelético, gastrintestinal, geniturinário, nervoso, otorrinolaringológico, oftalmo-
lógico e odontológico;
• Anamnese e avaliação clínica;
• Exames radiológicos, caso seja necessário;
• Exames laboratoriais, como hemograma, parasitológico, exame de urina e outros,
se forem necessários;
• Exames complementares e provas funcionais.
Quanto aos exames obrigatórios de caráter específico, podemos citar como exemplo:
• Exames radiológicos – radiografia de pulmões para trabalhadores expostos a
agentes capazes de lesar estruturas pulmonares, ver NR-15;
Alterado Normal
Avaliar as
Arquivar
alterações
Providenciar as condutas
Medidas médicas
corretivas
Monitorar Encaminhar ao
INSS
4. Exame médico de mudança de função: de acordo com o item 7.4.3.4 da NR-7, este
exame deve ser realizado obrigatoriamente antes da data da mudança de função.
A mudança de função deve ser entendida como toda e qualquer alteração de atividade,
posto de trabalho ou de setor que implique a exposição do trabalhador a diferentes riscos
daqueles a que estava exposto na atividade anterior.
Os procedimentos deverão ser basicamente os mesmos considerados quando da admissão
dos trabalhadores, tomando-se o especial cuidado quanto às condições físicas e psíquicas
exigidas para exercer a nova função e os exames laboratoriais, complementares e funcio-
nais necessários.
Com estes cuidados, ocorre a diminuição dos impactos negativos na saúde do trabalhador,
diminuição de faltas ao trabalho por motivos de doenças e melhora a imagem da empresa
junto aos colaboradores e sociedade.
Demissional
Exame clínico
Audiometria ocupacional
Admissional
Exame clínico
(Q) Produtos
Audiometria ocupacional
de Limpeza
Hemograma/VDRL/PPF/Coprocultura
em geral (B)
Químico Exame Clínico Periódico
Assistente Micro-organismos
Limpeza Biológicos Audiometria Exame clínico: anual
Comercial (E) Monotonia e
Ergonômico ocupacional Audiometria ocupacional: anual
repetitividade
Hemograma/VDRL/PPF/Coprocultura
(E) Posição
Demissional
incômoda
Exame clínico
Audiometria ocupacional
46
Modelo Simplificado da Estrutura do P.C.M.S.O.
47
Serviço de Saúde do Trabalhador na Empresa
Relatório anual
o PCMSO deverá obedecer a um planejamento em que estejam previstas ações de saúde
a serem executadas durante o ano, devendo estas serem objeto de relatório anual.
O relatório anual deverá descriminar, por setores da empresa, o no e a natureza dos exa-
mes médicos, incluindo avaliações clínicas e exames complementares, estatísticas de resul-
tados considerados anormais, assim como o planejamento para o próximo ano, tomando
como base o modelo proposto no quadro III da NR-7.
Responsável: Data:
Assinatura:
O relatório anual deverá ser apresentado e discutido na CIPA, quando existente na em-
presa, sendo sua cópia anexada no livro de ata dessa comissão. Poderá ser armazenado
na forma de arquivo informatizado, desde que este seja mantido de modo a propiciar o
imediato acesso por parte do agente de inspeção no trabalho.
As empresas desobrigadas a indicarem médico coordenador ficam dispensadas de elaborar
relatório anual.
CAPÍTULO 8
A EQUIPE MULTIPROFISSIONAL
ATENDENDO AO SERVIÇO DE
SAÚDE DO TRABALHADOR
Perfis e atribuições
Perfil do Enfermeiro do Trabalho
Executa atividades relacionadas com o serviço de higiene, medicina e segurança do traba-
lho, integrando equipes de estudos, para propiciar a preservação da saúde e valorização
do trabalhador.
Atribuições do Enfermeiro do Trabalho
O enfermeiro do trabalho possui atribuições que interligam as áreas administrativas, edu-
cacionais, pesquisa, consultoria e integração com todos os membros da equipe de saúde
e segurança do trabalho; ele pode traçar o perfil da saúde dos funcionários da empresa,
elaborando daí programas que podem propiciar uma mão de obra mais saudável, produtiva
e rentável para as empresas.
• Estuda as condições de segurança e periculosidade da empresa, efetua observações
nos locais de trabalho e as discute em equipe, para identificar as necessidades no
campo de segurança, higiene e melhoria do trabalho;
• Elabora e executa planos e programas de promoção e proteção à saúde dos em-
pregados, participa de grupos que realizam inquéritos sanitários, estuda as causas
de absenteísmo, faz levantamentos de doenças profissionais e lesões traumáticas,
procede a estudos epidemiológicos, coleta dados estatísticos de morbidade e mor-
talidade de trabalhadores, investiga possíveis relações com as atividades funcionais
para obter a continuidade operacional e o aumento da produtividade;
• Executa e avalia programas de prevenção de acidentes e de doenças profissionais e
não profissionais, faz análise de fadiga, dos fatores de insalubridade, dos riscos e das
condições de trabalho para propiciar a preservação da integridade física e mental
do trabalhador;
• Presta primeiros socorros no local de trabalho, em caso de acidente ou doença, faz
curativos ou imobilizações especiais, administra medicamentos e tratamentos, pro-
videncia o posterior atendimento médico adequado para atenuar consequências e
proporcionar apoio e conforto ao paciente;
• Elabora, executa e avalia as atividades de assistência de enfermagem aos traba-
lhadores, proporciona atendimento ambulatorial no local de trabalho, controla
sinais vitais, analisa os dados de monitoração biológica, coleta material para exa-
me laboratorial, faz vacinações e outros tratamentos para reduzir o absenteísmo
profissional;
CAPÍTULO 9
ORGANIZAÇÃO DO SERVIÇO
DE SAÚDE DO TRABALHADOR
Em todos os setores da vida, ou seja, em casa, no trabalho, na escola, a organização das ati-
vidades e do próprio local são fundamentais para o bom funcionamento de cada um deles.
O serviço de saúde também depende de sua adequada organização para que seja eficaz e
proporcione aos trabalhadores tranquilidade quanto aos aspectos de sua saúde.
Antes de iniciar as atividades, a equipe de saúde deve cuidar de cada detalhe, com a finali-
dade de evitar ocorrências desagradáveis e improvisações.
• Normas de procedimentos ou prática-padrão são termos usados para designar a
ordem dos passos realizados para cada atendimento, ou seja, os passos a serem seguidos
nos procedimentos técnicos e administrativos, com o objetivo de disciplinar, uniformizar
e orientar os funcionários no momento de executá-los. Para cada setor ou serviço, deve
ser elaborada a norma de procedimento, descrevendo os passos e as ações das ativida-
des. Todo pessoal envolvido deve ter conhecimento dos passos do procedimento.
Podemos estabelecer essas normas para as rotinas de exames admissionais, periódi-
cos, demissionais e outros, para as atividades de enfermagem, como verificação de
peso e altura, verificação de sinais vitais, realização de curativos, etc., para realização
de provas funcionais (espirometria, audiometria, etc.), para as atividades administrati-
vas, como controle de material no estoque, solicitação de medicamentos e materiais
de limpeza, controle de absenteísmo e acidentes do trabalho e outros.
Todas as atividades desenvolvidas devem gerar uma padronização de procedimentos
que facilitará o trabalho da equipe de saúde.
Procedimento Operacional
Nome da Medidas de Manejo de No – 23
Instituição Trabalhadores em monitoramento Data emissão: 20/06 /2009
ou suspeito de Influenza A – H1N1
Materiais necessários:
• Equipamentos de proteção individual: luvas e máscaras descartáveis;
• Termômetro;
• Estetoscópio e Esfignomanômetro;
• Veículo para transporte (ambulância);
• Franco coletor e Swabs para coleta de material nasofaringe e orofaringe para análise;
• Refrigerador para guarda e transporte do material.
Principais atividades:
• No acolhimento ou triagem, investigar o histórico de viagens internacionais e nacionais
entre os trabalhadores que apresentem sintomas de doença respiratória;
• O indivíduo que se enquadre na definição de caso em monitoramento ou suspeito, deve
ser encaminhado imediatamente para um hospital de referência, seguindo asorienta-
ções de transporte (ver POP XX);
• Utilizar equipamentos de proteção individual (EPIs), conforme orientações no POP XY;
• Durante a sua permanência no ambulatório, acomodá-lo em ambiente ventilado, evitar
o trânsito e permanência desnecessária de pessoas no local, garantir a privacidade do
indivíduo e orientar o uso constante de máscara cirúrgica descartável.
Cuidados:
Como medidas gerais, orientar:
• Não compartilhar alimentos, copos, toalhas e objetos de uso pessoal;
• Evitar tocar olhos, nariz ou boca;
• Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete, especialmente depois de tossir ou
espirrar;
• Evitar contato próximo1 com outras pessoas;
• Informar a vigilância epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e o Hospital
de Referência2 sobre o encaminhamento do indivíduo;
• A vigilância epidemiológica da SMS deverá notificar imediatamente à Secretaria Estadual
de Saúde.
1
ontato próximo: cuidar, conviver ou ter contato direto com secreções respiratórias ou
C
fluidos corporais de um suspeito.
2
Hospital de referência: estabelecer o hospital de referência/nome/endereço
Todos os registros de atividades deverão ser lançados nos respectivos programas, tais
como consumo de medicamentos, atendimento de enfermagem (quantidade e tipos),
número de acidentes de trabalho e de doenças profissionais ou não diagnosticadas,
número de afastamento e suas causas, etc.
Alguns serviços podem não dispor de sistema informatizado e lançar mão de impressos
próprios para realização dos registros de forma manual ou, ainda, utilizar-se dos dois
meios para prevenir ocorrências desastrosas, como pane do sistema informatizado,
com a perda dos dados.
• Relatórios mensais e/ou anuais – de posse de todos os dados que mostram as ati-
vidades realizadas diariamente no serviço de saúde, a equipe deve elaborar relatórios
mensais e/ou anuais que demonstrarão a quantidade dos trabalhos prestados e os nú-
meros de ocorrências mais frequentes. Dessa forma, poderão ser feitas análises com-
parativas anuais das atividades e ocorrências, permitindo a modificação e a adequação
dos serviços, conforme as necessidades visualizadas.
• Impressos e formulários – em alguns serviços, os formulários estão cada vez mais
em menor número devido ao uso da informática. Entretanto, seu uso é importante
para o registro e coleta de dados para o controle estatístico. Os modelos são os mais
variados e podem ser criados conforme o tipo e as necessidades dos serviços presta-
dos. Exemplos: impressos para registro de exames médicos admissionais, periódicos e
outros, impressos para registro de acidentes do trabalho, formulários para registros de
atividades diárias de enfermagem e outros. Assim, podemos notar que muitos formu-
lários ou impressos podem ser criados, mas devem ser utilizados de forma equilibrada
e correta para produzir resultados positivos.
• Arquivo – todo serviço deve ter local apropriado para a guarda do prontuário do
trabalhador. O bom andamento e a eficiência do serviço depende muito de manter
uma memória de todos os dados relacionados à saúde do trabalhador, ou seja, dados
clínicos, resultados laboratoriais, radiológicos e de provas funcionais, registro de exa-
me admissional, exames periódicos e outros.
• O prontuário do trabalhador é todo acervo documental padronizado, organizado e
conciso, referente ao registro dos cuidados prestados ao paciente, por todos os pro-
fissionais envolvidos na assistência. Para uma assistência de qualidade, o profissional de
saúde precisa de informações corretas, organizadas, seguras e completas.
É o conjunto de informações sobre o trabalhador, sua saúde, doenças, evolução, resul-
tados de exames e avaliações médicas e de enfermagem ao longo de sua vida laboral
na empresa, desde o momento de sua admissão até sua demissão ou aposentadoria.
Os documentos mais frequentes são: formulário do exame admissional, formulário dos
acompanhamentos dos exames periódicos. Podem ser incluídas, ainda, fichas de avalia-
ção biométrica, ficha de avaliação de provas funcionais e impressos para anotação dos
resultados de exames laboratoriais e complementares. Outros impressos podem ser
juntados aos prontuários, de acordo com a organização de cada serviço.
Legislações pertinentes
CONSTITUIÇÃO FEDERAL – INCISO X – ART. 5o – “São invioláveis a inti-
midade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito de
indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.”
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR – Comentário do art. 43, sem
prejuízo disposto no art. 86
... no prontuário deve ou deveriam estar todas as informações sobre um deter-
minado período de sua vida – o tempo em que ficou internado, ou mesmo seu
histórico ambulatorial.
... Este banco de dados deve ser objetivo, claro, verdadeiro e em linguagem de
fácil compreensão.
... O consumidor/cliente tem direito de ter acesso a estes dados e a levá-los
consigo.
PROIBIÇÕES
DIREITOS
PROIBIÇÕES
Art. 42 – Assinar as ações de Enfermagem que não executou, bem como permi-
tir que suas ações sejam assinadas por outro profissional.
RESPONSABILIDADES E DEVERES
Art. 71 – Incentivar e criar condições para registrar as informações inerentes e
indispensáveis ao processo de cuidar.
Art. 72 – Registrar as informações inerentes e indispensáveis ao processo de
cuidar de forma clara, objetiva e completa.
DO SIGILO PROFISSIONAL
PROIBIÇÕES
O arquivo inativo deve ser controlado de forma que, ao necessitar de algum dado de
trabalhadores aposentados, demitidos ou falecidos, seja facilmente encontrado.
Pode ser feito de forma manual através de impressos acondicionados em prontuários ou
informatizado. Deve ser mantido sob controle rigoroso, em local apropriado, com acesso
limitado de pessoas.
A importância dos arquivos inativos é de que são instrumentos importantes em casos de
readmissão por ordem judicial, em processos legais trabalhistas.
A identificação do prontuário deve trazer, entre outros dados, os seguintes:
• número de controle;
• número da caixa em que está arquivado;
• nome do empregado;
• função exercida;
• número funcional ou matrícula;
• setor em que exercia a função;
• data de desligamento.
PGRSS SIMPLIFICADO
Levantar os resíduos de serviço de saúde gerados no Ambulatório de Saúde do Trabalha-
dor, classificando-os de acordo com a Resolução RDC 306/04 da ANVISA.
Endereço: _______________________________________________________________________________
Resíduo
A Infectante –
Biológico
Resíduo
B
Químico
Rejeito
C
Radioativo
Resíduo
D
Comum
Resíduo Perfuro
E cortante ou
escarificante
CAPÍTULO 10
SISTEMATIZAÇÃO DA
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
1. Responsabilidade
A sistematização da assistência de enfermagem nos ambulatórios de saúde do trabalhador
é de responsabilidade do enfermeiro do trabalho.
Aos auxiliares e técnicos de enfermagem do trabalho, cabe a anotação dos cuidados de en-
fermagem após o atendimento dispensado aos trabalhadores nos casos de intercorrências,
na ausência do enfermeiro, por meio do impresso próprio.
2. Diretrizes
O enfermeiro utilizará o processo de enfermagem que é dinâmico de ações sistematizadas
e inter-relacionadas, o qual deverá reconhecer o problema, intervir e encaminhar, con-
forme seja necessário, para isso deverá possuir conhecimentos científicos, prestando uma
assistência eficaz ao trabalhador.
3. Definições
Conforme as Resoluções no 272/2002 e no 358/2009 para a implementação da assistência
de enfermagem, devem ser considerados os aspectos essenciais em cada uma das etapas
a seguir:
Coleta de dados de Enfermagem ou Histórico de Enfermagem: Conhecer hábitos
individuais e biopsicossociais do cliente/trabalhador, assim como a identificação de pro-
blemas. Realizado com o auxílio de métodos e técnicas variadas com a intenção de obter
informações sobre a pessoa, família ou coletividade.
Exame Físico: O Enfermeiro deverá realizar as seguintes técnicas: inspeção, ausculta, pal-
pação e percussão, de forma criteriosa, efetuando o levantamento de dados sobre o estado
de saúde do cliente/trabalhador e anotação das anormalidades encontradas para validar as
informações obtidas no histórico.
Diagnóstico de Enfermagem: O Enfermeiro, após ter analisado os dados colhidos no
histórico e exame físico, identificará os problemas de enfermagem, as necessidades básicas
afetadas e grau de dependência, fazendo julgamento clínico sobre as respostas do indiví-
duo, da família e coletividade aos problemas, processos de vida vigentes ou potenciais.
Culmina com a tomada de decisão sobre os conceitos diagnósticos de enfermagem e a se-
leção das ações ou intervenções com as quais se objetiva alcançar os resultados esperados.
Planejamento de enfermagem: Determinação dos resultados que se deseja alcançar
frente ao diagnóstico de enfermagem obtido.
Implementação: Por meio da Prescrição de enfermagem, inicia-se a realização das ações
ou intervenções estabelecidas no planejamento.
Prescrição de Enfermagem: É o conjunto de medidas decididas pelo Enfermeiro que
direciona e coordena a assistência de Enfermagem ao cliente/trabalhador de forma indi-
vidualizada e contínua, objetivando a prevenção, promoção, proteção, recuperação e/ou
manutenção da saúde.
Avaliação e Evolução de Enfermagem: Processo contínuo, sistemático em que são ve-
rificadas mudanças ou não, determinando se as ações ou intervenções de enfermagem
estão alcançando os resultados almejados, avaliando também a necessidade de mudanças
ou adaptações nas etapas do processo de Enfermagem.
Conforme artigos 4o e 5o da Resolução 358/2009, respectivamente, cabe privativamente
ao enfermeiro o diagnóstico de enfermagem, bem como a prescrição das ações ou in-
tervenções de enfermagem a serem realizadas. Ao auxiliar e técnico de enfermagem
cabe participar do Processo de Enfermagem, naquilo que lhe couber, sob a supervisão e
orientação do enfermeiro.
A Resolução 272/2002 no artigo 3o e a Resolução 358/2009 no artigo 6o trazem a determi-
nação do registro formal da Sistematização da Assistência de Enfermagem – SAE
4. Desenvolvimento
A sistematização de enfermagem do trabalho será monitorada na admissão do trabalhador,
periodicamente, casos de emergência (acidentes), casos de alterações de saúde identifica-
dos nos exames de qualidade de vida.
Atividades de enfermagem
Compete ao Enfermeiro do Trabalho
• Organização e direção dos serviços de Enfermagem e de suas atividades técnicas
e auxiliares na empresa;
• Planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação da assistência de
enfermagem direcionada à saúde do trabalhador;
• Consulta de enfermagem;
• Cuidados de enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam conheci-
mentos científicos adequados e capacidade de tomar decisões imediatas (Primei-
ros Socorros);
• Participação do planejamento, execução e avaliação dos programas de saúde do
trabalho e de prevenção de acidentes e de doenças profissionais e do trabalho de
todos os funcionários da empresa;
• Participação na elaboração, execução e avaliação dos planos assistenciais de saúde
ocupacional;
CAPÍTULO 11
ATENDIMENTO DE
EMERGÊNCIA AO
TRABALHADOR
O trabalhador, durante suas atividades laborais, pode sofrer acidentes de trabalho ou apre-
sentar intercorrências graves que comprometam sua saúde e representam risco de vida.
Podemos dar exemplos de quedas com traumatismo encefálico com perda da consciência,
intoxicações agudas com substâncias químicas, hipoglicemias evoluindo para o coma diabé-
tico, doenças cardiovasculares (infarto do miocárdio), politraumatismos, choque elétrico
com perda da consciência, ferimentos cortantes extensos, esmagamento de membros e
outros.
Para o pronto atendimento desses casos, o serviço de saúde deve estar equipado com apa-
relhos adequados, podendo ser básicos, mas que possibilitem o atendimento imediato do
trabalhador acidentado ou acometido de algum mal até sua transferência para um hospital
ou pronto-socorro.
Toda a equipe médica e de enfermagem deve estar preparada e treinada para situações de
emergência. Os primeiros socorros dispensados à vítima são de fundamental importância
para que sua vida seja salva. Consiste no conjunto de medidas voltadas ao atendimento
temporário e imediato de um agravo à saúde. São medidas que englobam a avaliação e de-
tecção de situações de risco à vida da vítima, a realização de procedimentos simples com o
objetivo de manter a vida e evitar o agravamento do quadro inicial, além do acionamento
de serviços externos de emergência e/ou transporte para uma unidade hospitalar mais
próxima.
Treinamentos constantes devem ser realizados, com a simulação de ocorrências graves,
para que todos na equipe tenham oportunidade de visualizar e dar atendimento a uma
situação que exija habilidade e rapidez nos cuidados.
Sem dúvida, um procedimento-padrão básico de atendimento de emergência deve ser
criado para que oriente a equipe no momento da ocorrência, proporcionando segurança
e tranquilidade à equipe.
A NR-7, item 7.5.1 reforça a necessidade do Serviço de Saúde do Trabalhador estar equi-
pado com materiais adequados à prestação de atendimento a qualquer circunstância de
risco iminente à vida.
O atendimento pode ser realizado no próprio ambulatório ou no local da ocorrência do
acidente e/ou mal súbito. Assim, é importante a montagem e organização de um carrinho
de emergência equipado com: medicamentos variados de emergência e instrumentos di-
versos, DEA, eletrocardiógrafo e cardioscópio que ficará sempre à disposição no ambu-
latório. Diariamente, deve ser checado para certificação do perfeito funcionamento dos
materiais e equipamentos.
Para dar atendimento no local do acidente, ou seja, fora do ambulatório, é importante ter
disponível um kit de primeiros socorros que possa ser utilizado em qualquer local e situa-
ção. Deve ser de fácil manuseio e transporte.
Todo material para o atendimento de primeiros socorros deve ser montado, considerando
as características das atividades desenvolvidas na empresa. Segue um exemplo de materiais
e equipamentos para comporem um kit, entretanto, cada profissional deverá montar o seu
kit levando em consideração os tipos de acidentes, situações de emergência e ocorrências
mais comuns vivenciadas na empresa que trabalha.
Instrumental e aparelhos:
• Termômetro digital (01);
• DEA (01);
• Kit PA (Esfignomanômetro e estetoscópio) – 01 de cada;
• Pinça anatômica (01);
• Bisturi descartável (02);
• Tesoura multiuso de ponta arredondada (01);
• Lanterna para pupila (01);
• Canivete (01).
Acessórios:
• Óculos de proteção incolor de ampla visão (01);
• Reanimador adulto com máscara (ambú) (01);
• Máscaras descartáveis de RCP (03);
• Colar cervical 4 em 1 regulável ou P, M e G (01 de cada);
• Manta térmica aluminizada 2,10 x 1,40 m (02) ou cobertor (02);
• 01 Jogo de cânulas de Guedel (05 peças);
• 01 conjunto de talas de imobilização (S, P, M e G) ou talas moldáveis de alumínio/espu-
ma de 10 x 2 cm, 15 x 2 cm, 20 x 2 cm e 25 x 2 cm;
• 01 Conjunto de talas para dedo 10 x 2 cm e 15 x 2 cm (talafix);
• Bandagem triangular 1 x 1 m (02);
• Bolsa de água quente e fria (01);
• Garrote de 1 m (01).
Descartáveis:
• Esparadrapo (01);
• Micropore (01);
• Fita crepe (01);
• Band-aid (01 caixa);
• Gazes estéreis (07 pacotes);
• Gazes estéreis – tipo Zobec (05 pacotes);
• Compressa estéril (03);
• Atadura Rayon (02);
• Película protetora para queimados (50 50 cm) ou protetor de queimaduras ou evis-
ceração (02);
• Atadura crepe 10 cm, 15 cm e 25 cm (02 de cada);
• Luvas estéreis P, M e G (02 pares de cada);
• Luvas de procedimento descartáveis (10 pares);
• Máscaras descartáveis (05);
• Algodão hidrófilo (01 rolo);
Soluções:
• Solução fisiológica a 0,9% – 250 ml (03);
• Solução de clorexidina – 100ml;
• Álcool a 70% –saches (05);
• Vaselina.
Outros
• Sachê de mel ou açúcar (03).
Muitas vezes, os serviços de saúde possuem uma ambulância para o transporte de tra-
balhadores em situações que possam ou não apresentar risco de vida. São considerados
ambulâncias os veículos terrestre, aéreo ou hidroviário que se destinam exclusivamente
ao transporte de enfermos. Devem atender às normas da ABNT – NBR 14.561/2000. São
classificadas em seis tipos de acordo com a gravidade do paciente a ser transportado e a
via utilizada para o transporte.
As mais comuns utilizadas nos ambulatórios de saúde do trabalhador são as do tipo A e B,
embora não impeça que tenham ambulâncias melhores equipadas dos demais tipos. De-
vendo estar preparadas conforme segue abaixo:
• Ambulância Tipo A – Ambulâncias de Transporte: veículo destinado ao transporte
em decúbito horizontal de pacientes que não apresentam risco de vida, para remoção
simples e de caráter eletivo. Tripulação: motorista e um técnico de enfermagem.
Deverá possuir:
• Sinalizador óptico e acústico;
• Equipamento de radiocomunicação em contato permanente com a sede (origem);
• Maca com rodas;
• Suporte para soro;
• Oxigênio medicinal;
• Rotinas de limpeza e desinfecção do veículo.
• Ambulância Tipo B – Ambulância de Suporte Básico: veículo destinado ao transpor-
te inter-hospitalar de pacientes com risco de vida conhecido e ao atendimento pré-
-hospitalar de pacientes com risco de vida desconhecido, não classificado com po-
tencial de necessitar de intervenção médica no local e/ou durante o transporte até
o serviço de destino. Não possui equipamentos de intervenção médica nem drogas.
Tripulação: motorista e um técnico de enfermagem.
Deverá possuir:
• Sinalizador óptico e acústico e equipamento de radiocomunicação fixo e móvel;
• Maca articulada e com rodas;
• Suporte para soro;
• Instalação de rede de oxigênio com cilindro, válvula, manômetro em local de fácil
visualização e régua com dupla saída; oxigênio com régua tripla (alimentação do
respirador); fluxômetro e umidificador de oxigênio e aspirador tipo Venturi; manô-
metro e fluxômetro com máscara e chicote para oxigenação; cilindro de oxigênio
portátil com válvula;
• Maleta de urgência contendo: estetoscópio adulto e infantil, ressuscitador manual
adulto/infantil, cânulas orofaríngeas de tamanhos variados, luvas descartáveis, te-
soura reta com ponta romba, esparadrapo, esfigmomanômetro adulto/infantil, ata-
duras de 15 cm, compressas cirúrgicas estéreis, pacotes de gaze estéril, protetores
para queimados ou eviscerados, cateteres para oxigenação e aspiração de vários
tamanhos; maleta de parto contendo: luvas cirúrgicas, clamps umbilicais, estilete
estéril para corte do cordão, saco plástico para placenta, cobertor, compressas
cirúrgicas e gazes estéreis, braceletes de identificação;
• Suporte para soro;
• Pranchas curta e longa para imobilização de coluna;
• Talas para imobilização de membros e conjunto de colares cervicais; colete imobi-
lizador dorsal; coletes refletivos para a tripulação;
• Frascos de soro fisiológico e ringer lactato; bandagens triangulares; cobertores; lan-
terna de mão; óculos, máscaras e aventais de proteção e maletas com medicações
a serem definidas em protocolos pelos serviços.
O transporte de pacientes na área de saúde poderá ser realizado por ambulâncias ou ou-
tros veículos autorizados.
Nos veículos habituais adaptados para transporte admite-se o transporte de pacientes
de baixo risco, sentados (exemplo: pacientes crônicos), realizado somente com anuência
médica.
A atividade de transporte de pacientes está regulamentada pela Portaria no 2.048/GM, 05
de novembro de 2002, do Ministério da Saúde, porque envolve assistência a pacientes
sob risco de vida. A portaria traz todas as informações sobre os tipos de ambulâncias, os
equipamentos, medicamentos necessários, dependendo do tipo, tripulação e outras orien-
tações importantes.
É expressamente proibido qualquer tipo de produto sendo transportado em ambulância
junto com pacientes, como medicamentos, correlatos, material gráfico, vacinas, etc.
A ambulância é de uso exclusivo para transporte de pacientes.
CAPÍTULO 12
FUNCIONAMENTO
DO SERVIÇO DE SAÚDE
DO TRABALHADOR
CAPÍTULO 13
PERFIL PROFISSIOGRÁFICO
PREVIDENCIÁRIO – PPP
Para o trabalhador, facilita a comprovação junto à Previdência Social para sua habilitação a
benefícios e serviços Previdenciários e todos os direitos decorrentes de ações trabalhistas,
administrativas, cíveis, tributárias, previdenciárias e penais. Para a empresa, os benefícios
surgem quando ela se utiliza das informações sobre as condições de trabalho e saúde do
trabalhador para organizar, consolidar e individualizar a atenção à saúde e segurança do
trabalhador e mantê-las sempre atualizadas. Para os Profissionais da Saúde e Segurança no
Trabalho, é um instrumento que comprova a eficiência e eficácia das ações e programas
desenvolvidos por estes profissionais promovendo a valorização e reconhecimento pro-
fissional. Para o governo, assegura a concessão de benefícios a partir de informações mais
seguras, serve também de instrumento para a elaboração de políticas coletivas de saúde,
mais adequadas às diversas condições de trabalho.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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CIANCIARULLO, T.I. et al. Sistema de assistência de enfermagem-evolução e tendências.
Ícone, 2001.
CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO. Documentos Básicos de
enfermagem – Regulamentação do exercício profissional, leis n. 7.498/86 e lei no. 8.967, de
28.12.94, que alteram o artigo 23 da Lei no. 7.498/86 e Decreto n. 94.406/87 que regula-
mentam a Lei no. 7.498/86.
DECISÃO COREN-SP-DIR/001/2000. COREN-SP – Conselho Regional de Enfermagem.
DECISÃO COREN-SP– DIR /002/ 1999. “Dispõe sobre a regulamentação e registro de
cursos de especialização para técnicos e auxiliares de enfermagem”.
FERNANDES, R.A.Q. et al. Anotações de enfermagem. Rev. Esc. Enf., USP, v 5, p. 63-6,
1981.
GALAFASSI, Maria Cristina. Medicina do trabalho: programa de controle médico de saúde
ocupacional. 2 ed. São Paulo: Atlas, 1999.
ITO, E.E. et all. Manual de Anotações de enfermagem. Atheneu, São Paulo: 2004.
LUCAS, Alexandre Juan. O processo de enfermagem do trabalho. São Paulo:
Iátria, 2004.
Manual de Legislação Atlas. Segurança e medicina do trabalho. 56. ed. São Paulo: Atlas,
2005.
Ministério do Trabalho: Portaria 3.214/78. Normas Regulamentadoras: NR-4, NR-5, NR-7
e NR-9.
MARANO, Vicente Pedro. Organização de serviços de medicina do trabalho nas empresas.
São Paulo: LTr, 1989.
OLIVEIRA, M.V.C. e NAKAMURA, K.Y. Organização dos serviços de medicina em saúde
ocupacional. São Paulo: Morissawa Casa de Edição, 1998.
Sites consultados:
www.anent.org.br, consultado em jan/05.
www.anent.org.br, consultado em janeiro de 2005 e novembro de 2009
www.anvisa.gov.br, consultado em março/abr/05.
www.corensp.org.br, consultado em jan/05.
www.corensp.org.br, consultado em janeiro de 2005 e novembro de 2009
www.fundacentro.org.br, consultado em jan/05.
www.mtb.gov.br, consultado em jan/05.
www.mtb.gov.br, consultado em janeiro de 2005 e novembro de 2009
www.mtr.gov.br, consultado em abr/05.
www.fundacentro.org.br, consultado em janeiro de 2005 e novembro de 2009
www.anvisa.gov.br, consultado em março/abril de 2005 e novembro de 2009
www.mtr.gov.br, consultado em abril de 2005
www.mte.gov.br, consultado em novembro de 2009
ANEXO I
OIT – ORGANIZAÇÃO
INTERNACIONAL
DO TRABALHO
RECOMENDAÇÃO NO 112
II – MÉTODO DE APLICAÇÃO
2. Levando-se em conta a diversificação de condições e de práticas nacionais, os serviços
de medicina do trabalho poderiam, segundo as circunstâncias, criar-se:
a) por via legislativa;
b) em virtude de contratos coletivos ou de quaisquer outros acordos concertados
entre os empregados e os trabalhadores interessados;
c) de qualquer outra forma reconhecida pela autoridade competente, com prévia
consulta às organizações de empregadores e trabalhadores.
III – ORGANIZAÇÃO
3. Segundo as circunstâncias e as normas aplicáveis, os serviços de medicina do trabalho
deveriam:
a) ser organizados por empresas interessadas ou agregadas a um organismo exterior;
b) ser organizadas:
• como serviços próprios de uma empresa; ou
• como serviços comuns a certo número de empresas.
4. Para que todos os trabalhadores possam aproveitar os benefícios da medicina do tra-
balho, deveriam ser organizados serviços de medicina do trabalho nas empresas indus-
triais, não industriais e agrícolas, assim como nos serviços públicos. Entretanto, quan-
do os serviços de medicina do trabalho não possam ser estabelecidos imediatamente
em todas as empresas, esses serviços deveriam ser organizados em primeiro lugar:
a) nas empresas onde os riscos são geralmente mais importantes;
b) nas empresas onde a saúde dos trabalhadores está exposta a riscos especiais; e
c) nas empresas que empregam um número de trabalhadores superior a um mínimo
fixado.
5. Quando a organização dos serviços de medicina do trabalho, tal como se define nesta
Recomendação, não seja possível de imediato, por razões geográficas ou por outras
razões que haverá de precisar a legislação nacional, a empresa deverá concertar um
acordo com um médico ou com um serviço médico local que estaria encarregado de:
a) prestar os atendimentos de urgência;
b) realizar os exames médicos prescritos pela legislação nacional;
c) garantir a vigilância das condições de higiene da empresa.
IV – FUNÇÕES
6. A função dos serviços de medicina do trabalho deveria ser essencialmente preventiva.
7. Os serviços de medicina do trabalho não deveriam se encarregar de comprovar se as
ausências por doença são ou não justificadas. Isto não deveria impedir que os serviços
de medicina do trabalho se certifiquem das circunstâncias que podem motivar uma
ausência por doença e da evolução das doenças dos trabalhadores para melhor avaliar
a eficácia de seu programa de prevenção, descobrir os riscos profissionais e destinar
os trabalhadores a trabalhos apropriados, para a sua readaptação.
8. À medida em que uma ou várias das funções seguintes não estiverem garantidas de
maneira satisfatória, de conformidade com a legislação ou a prática nacionais, por ou-
tros serviços apropriados, as funções dos serviços de medicina do trabalho deveriam
desenvolver-se progressivamente, segundo as circunstâncias, de maneira que compre-
endam em particular:
a) a vigilância, na empresa, de todos os fatores que possam afetar a saúde dos traba-
lhadores, e o assessoramento para a direção e aos trabalhadores ou seus represen-
tantes na empresa, nesta matéria;
b) o estudo dos postos de trabalho ou a participação neste estudo desde os pontos
de vista higiênicos, filosóficos e psicológicos, e o assessoramento para a direção e
aos trabalhadores nas questões que se referem para a melhor disposição possível
dos postos de trabalho desde estes pontos de vista;
c) a participação com os organismos ou serviços interessados da empresa, na pre-
venção dos acidentes de trabalho e das doenças profissionais e na vigilância dos
meios de proteção pessoal e de sua utilização, assim como o assessoramento para
a direção e aos trabalhadores nesta matéria;
d) a vigilância da higiene das instalações da empresa prevista para o bem-estar do tra-
balhador, tais como cozinhas, cantinas, creches, residências de repouso e, em caso
necessário, a vigilância dos regimes alimentares para os trabalhadores;
e) os exames médicos de admissão ao emprego e os exames periódicos e especiais,
incluindo, em caso necessário, os exames laboratoriais e radiológicos, prescritos
pela legislação nacional ou por acordo entre as partes ou organizações interes-
sadas, ou que o médico do trabalho estime convenientes desde o ponto de vista
preventivo; os referidos exames deveriam ser previstos para garantir uma vigilância
particular de determinadas categorias de trabalhadores, expostos a riscos espe-
ciais, e às pessoas de capacidade física diminuída;
f) a vigilância da adequação do trabalho para os trabalhadores, e em particular aos tra-
balhadores incapacitados, de acordo com suas aptidões físicas, e a participação em
sua readaptação e sua reeducação, assim como o assessoramento nesta matéria;
V – PeSSoAL e InSTALAçÕeS
13. Da direção do serviço de medicina do trabalho deverá se encarregar um médico, que,
segundo os casos, deverá ser diretamente responsável pelo serviço perante a direção
da empresa ou perante o organismo do qual depende o serviço.
14. Os médicos do trabalho não deverão ter sob sua responsabilidade maior número de
trabalhadores do que aquele que lhe permita atender com eficácia, levando-se em
consideração os problemas particulares da indústria de que se trata e de suas carac-
terísticas.
15. Os médicos do trabalho deverão gozar de independência profissional e moral comple-
ta em relação ao empregador e aos trabalhadores. Para garantir esta independência, a
legislação nacional ou os acordos entre as partes ou organizações interessadas deverão
dotar os médicos do trabalho de um estatuto, especialmente no que refere as suas
condições de contratação e demissão.
16. O médico encarregado de um serviço de medicina do trabalho deverá, na medida do
possível, possuir formação em medicina do trabalho ou estar pelo menos familiarizado
com a higiene do trabalho, a administração dos primeiros socorros e a patologia do
trabalho, assim como com a legislação relacionada com as diferentes atividades do
serviço. Deve lhe proporcionar a possibilidade de aperfeiçoar-se nestas matérias.
17. O pessoal de enfermagem agregado aos serviços de medicina do trabalho deverá ter
uma qualificação cujas normas deverão ser fixadas por organismo competente.
18. O pessoal encarregado dos primeiros socorros deverá:
18.1 estar composto exclusivamente de pessoas qualificadas;
18.2 estar prontamente disponível durante todas as horas de trabalho.
19. Os locais e a equipe dos serviços de medicina do trabalho deverão estar de acordo
com as normas fixadas pelo organismo competente.
VI – MeIoS De Ação
20. Para poder exercer de forma eficaz suas funções, os serviços de medicina do trabalho
deverão:
a) ter livre acesso a todas as instalações auxiliares da empresa e dos lugares de tra-
balho;
b) visitar aos locais de trabalho em intervalos adequados, em colaboração, se necessá-
rio, com outros serviços da empresa;
c) ser informados sobre os procedimentos empregados, as normas de trabalho e as
substâncias utilizadas ou cuja utilização está prevista;
d) ter a possibilidade de efetuar, ou de solicitar que se efetuem por organismos técni-
cos reconhecidos:
ANEXO II
NORMAS
REGULAMENTADORAS –
PORTARIA NO 3.214,
08/06/78
ANEXO III
RELAÇÃO DOS EXAMES
LABORATORIAIS
ESPECÍFICOS E
OBRIGATÓRIOS PARA O
EXAME PERIÓDICO
exposição Material
Análise Atividades
Agentes biológico
Em função dos Urina 17 – Cetoesteroides Indústria farmacêutica
hormônios sexuais Urina 17– hidroxiesteroides Industrialização e
Urina pregnandiol manipulação
Urina Esterogênios
Plasma fracionados
Gonadotrofina
hipofisária
Radiações Sangue Hemograma Radiologistas –
ionizantes completo Manipuladores e Técnicos
Plaquetas de RX – Fabricação de
equipamentos de RX
– Pesquisadores que
manipulam isótopos
radioativos, etc.
Arsênico Urina Arsênico Indústria de vidros e
cristais – Fabricação de
inseticidas e parasiticidas
– Fabricação e preparo
de tintas – Conservação
de pele e madeira –
Metalúrgicas – Indústrias
extrativas, etc.
exposição Material
Análise Atividades
Agentes biológico
Chumbo Sangue Chumbo Indústria de acumuladores
(inorgânico) Protoporfirina (baterias) – Indústria
Eritrocitária automobilística (funilaria)
Protoporfirina Zn – Indústria de pigmentos
Ac. Delta Amino (tintas) – Indústria
Levulínico petrolífera – Cerâmica
codesidrase (ALAD) (esmaltação e pintura) –
Urina Chumbo Atividades de soldadura –
Coproporfirina Indústria de condutores
Ac. Delta Amino elétricos
Levulínico (ALA)
Chumbo tetraetila Urina Chumbo Limpeza de tanques de
estocagem de gasolina –
aditivo a gasolina
Cianetos Urina Tiocianatos Tratamento térmico de
Nitrilas metais – Galvanoplastia
Alifáticas
Cromo (Crômio) Urina Cromo (Crômio) Ligas metálicas – fabricação
de tintas – Galvanoplastia
(cromação) – Cerâmica –
Curtimento de Couro
– Tintas anticorrosivas –
Indústria têxtil – Indústria
Fotográfica
Fluoretos Urina Fluoreto Indústria e manufatura
de alumínio – descorante
– Removente de bronze
– Cerâmica – Polimento
do cristal – Inseticidas
– Refinaria de urânio –
Fabricação de lâmpadas
foscas
Mercúrio Urina Mercúrio Fabricação de
termômetros e de
barômetros – laboratórios
químicos – indústria
eletrônica – fungicidas
– corantes – Chapelaria
– Indústria química –
Fabricação do cloro e soda
exposição Material
Análise Atividades
Agentes biológico
Monóxido de Sangue Carboxi-hemoglobina Refinarias de petróleo
Carbono – Siderurgia – fundições
– Prova de motores a
explosão – Processo de
solda a arco
Níquel Urina Níquel Indústria de utensílios
de cozinha – fabricação
de ligas metálicas –
Galvanoplastia (niquelação)
– baterias níquel – Cádmio
– Indústria de plásticos
Zinco Urina Zinco Galvanoplastia (zincagem)
– Indústria farmacêutica
– operação de solda –
fundição do estanho –
Cosméticos – Goma
Cádmio Urina Proteínas e Ácido Fabricação de ligas
Tricloroacético metálicas – Baterias níquel/
cádmio – Sistemas de
sprinkles – Galvanoplastia
– Indústria de vidro –
Reatores Nucleares –
Pigmentos – Fabricação
de pesticidas – Amálgamas
dentários
Benzeno Urina Fenol Fabricação de adesivos
– fabricação de tintas –
Solventes – Desengraxante
– Fabricação de linóleo
– Fabricação de cola de
sapateiro
Estireno Urina Ácido Mandélico Síntese química – Indústria
Ácido Fenilglioxílico da borracha – Indústria de
plásticos
Tolueno Urina Ácido Hipúrico Aditivo da gasolina para
aviação – Fabricação do
benzeno – Solvente –
Operações no forno de
coque – Fabricação de
perfumes – Fabricação de
sacarina
SenacSão
Senac SãoPaulo
Paulo 94
ServiçodedeSaúde
Serviço Saúde
dodo Trabalhador
Trabalhador na Empresa
na Empresa
exposição Material
Análise Atividades
Agentes biológico
Xileno Urina Ácido Metil-Hipúrico Fabricação de adesivos –
Aditivo da gasolina para
aviação – Fabricação
de ácido benzoico –
Solvente – Desengraxante
– Fabricação de verniz –
Indústria de couro
Diclorometano Sangue Carboxi-hemoglobina Embalagem de aerossol –
Fabricação de anestésico
– Extração de gordura –
Fabricação de aromatizante
– Fabricação de resinas
– Fabricação de solventes
– Indústria de acabamento
de couro
Tetracloro Urina Tricloro compostos Solventes – Desengraxante
Etileno totais – Operação de fosfatização
– lavagem a seco
Tricloro Urina Tricloro compostos Lavagem a seco – limpeza
Etano totais de máquinas – Fabricação
de propelentes –
Removedor de manchas
Tricloro Etileno Urina Tricloro compostos Solvente – Desengraxante
totais – Lavagem a seco –
Operação de fosfatização
Fenol Urina Fenol Fabricação de antioxidantes
– Fabricação de corantes
– Fundição – Removedor
de manchas – Indústrias
de plástico – Indústria de
resinas – Indústria de piche
Metanol Urina Metanol Fabricação do ácido
acético – Bronzeador –
Tingidor – Fabricação de
esmalte – Indústria de
plumas – Fotogravura –
Fabricação de chapéu de
feltros – Douração
SenacSão
São Paulo 95
95
Senac Paulo
Serviço deSaúde
Serviço de Saúdedodo Trabalhador
Trabalhador na Empresa
na Empresa
exposição Material
Análise Atividades
Agentes biológico
Anilina Urina p-Aminofenol Fabricação de desinfetantes
Sangue Meta-hemoglobina – Fabricação de tintas –
Fabricação de corantes
– Litografia – Fabricação
de perfumes – Fabricação
de produtos químicos
fotográficos – Gráficas –
Fabricação de borracha
Nitrobenzeno Urina p-Nitrofenol Fabricação de corantes
Sangue Meta-hemoglobina de anilina – Fabricação de
explosivos – Indústria de
polimento – Gráficas
Dissulfeto de Urina Teste de azida sódica Fabricação de rayon –
Carbono Fabricação de resinas
– Fabricação de borracha –
Indústria têxtil – Fabricação
de verniz – Fabricação de
massa de vidraceiro
PRAGUICIDAS Indústrias de inseticidas
Organoclorados (fabricação e manipulação)
DDT Soro DDT – aplicação de
Diedrin Sangue Diedrin inseticidas (agricultura) –
Endrin Sangue Endrin Embalagem, transporte
Lindano Sangue Lindano e armazenamento de
Pentacloro Urina Pentacloro inseticidas
Fenol Urina Fenol
PRAGUICIDAS Acetilcolinesterase Idem
Ésteres Fezes Eritrocitária e/
Organofosforados Sangue ou Colinesterase
Carbamatos Plasmática
Outros Fezes Helmintos – Indústria alimentícia – setor
Urina Protozoários e de alimentação
Secreção enterobactérias –
nasofarígea bactérias patogênicas
Fonte: OLIVEIRA, 1998.
SenacSão
SãoPaulo
Paulo 96
96
Senac