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AS INDEFINIÇÕES JURÍDICAS REFERENTES AS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

EM CÂMARA FRIAS NO COMÉRCIO DE PERECÍVEIS

A atual falta de parâmetros específicos para a exposição ao frio em câmaras frias no


comercio de perecíveis como mercados, açougues e padarias, faz com que profissionais
se utilizem inadequadamente de referências legais, elaboradas para atividades em
câmaras frigorificas, cuja proporção do risco é imensamente maior, deixando
empresários do ramo vulneráveis a profissionais mal orientados, tendenciosos e ações
trabalhistas arbitrárias.

Para a caracterização de insalubridade, para quem acessa câmara fria, são utilizadas
as seguintes referência: NR-15, CLT Artigo 253, NR-29, NR-36 e ACGIH.

PORTARIA 3.214/78 - NR-15 - ANEXO N.º 9 - FRIO

A NR-15 – Anexo 09 (Frio) define que “as atividades ou operações executadas no


interior de câmaras frigoríficas, ou em locais que apresentem condições similares, que
exponham os trabalhadores ao frio, sem a proteção adequada, serão consideradas
insalubres em decorrência de laudo de inspeção realizada no local de trabalho”

Embora a NR-15 seja responsável por estabelecer em que condições uma atividade
deveria ser considerada insalubre, para o risco frio ela não apresenta nenhum critério
que norteie o avaliador em suas conclusões. Não apresenta metodologia de avaliação,
limite para exposição com tempo e faixas de temperatura mínima ou propõe qual seria
a proteção considerada adequada. Muito pelo contrário, ao determinar que a
insalubridade pela exposição ao frio seja caracterizada em decorrência de inspeção
realizada no local de trabalho, ela permite que seja feita uma avaliação qualitativa
subjetiva, deixando o empregador vulnerável a diferentes entendimentos.

Outra questão perigosa que este anexo trouxe foi o enquadramento de atividades
exercidas no interior de câmaras frigoríficas ou em locais que apresentem condições
similares, onde ao estender o enquadramento para os “locais que apresentem
condições similares”, acabou abrindo uma margem para que o avaliador pudesse fazer
enquadramentos de qualquer local de forma arbitrária e as vezes até tendenciosa.

As câmaras frias presentes nos comércios de perecíveis, como mercados, açougues e


padarias apresentam o risco do frio, mas em condições diferente e não similares às
câmaras frigorificas, entretanto, devido a falta de clareza nas especificações da norma,
têm sido frequentemente equiparadas aos frigoríficos, para enquadramento de
insalubridade.
DECRETO-LEI N.º 5.452/43 (CLT- CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO)

A CLT é frequentemente utilizada de forma complementar em avaliações que envolvam


exposição ao frio, por trazer o tempo de repouso e definir um ambiente artificialmente
frio, conforme segue:

Art. 253 - Para os empregados que trabalham no interior das câmaras frigoríficas e para
os que movimentam mercadorias do ambiente quente ou normal para o frio e vice-versa,
depois de 1 (uma) hora e 40 (quarenta) minutos de trabalho contínuo, será assegurado
um período de 20 (vinte) minutos de repouso, computado esse intervalo como de
trabalho efetivo.

Em condições normais de trabalho os acessos as câmaras frias, existentes em


comércios de perecíveis (Mercados, açougues, padarias e hortifrutis), são intermitentes,
mas com grandes intervalos, e o tempo de permanência do trabalhador no interior
destas não ultrapassam o que determina o artigo 253 da CLT, onde é fixado que para
cada 01:40hs de trabalho contínuo, será assegurado um período de 20 minutos de
repouso, entretanto, peritos tendenciosos têm se valido da dificuldade das empresas em
documentar os acessos e o tempo de permanência no interior das câmaras frias para
caracterizar arbitrariamente as atividades como insalubre.

Parágrafo único - Considera-se artificialmente frio, para os fins do presente artigo, o que
for inferior, nas primeira, segunda e terceira zonas climáticas do mapa oficial do
Ministério do Trabalho, Industria e Comercio, a 15º (quinze graus), na quarta zona a 12º
(doze graus), e nas quinta, sexta e sétima zonas a 10º (dez graus).

Para atender o parágrafo único do Artigo 253 da CLT foi criado a Portaria N.º 21, de 26
de Dezembro de 1994 que determina:

Art. 1º O mapa oficial do Ministério do Trabalho, a que se refere o art. 253 da CLT, a ser
considerado, é o mapa “Brasil Climas” – da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística – IBGE da SEPLAN, publicado no ano de 1978 e que define as zonas
climáticas brasileiras de acordo com a temperatura média anual, a média anual de
meses secos e o tipo de vegetação natural.

Art. 2º Para atender ao disposto no parágrafo único do art. 253 da CLT, define-se como
primeira, segunda e terceira zonas climáticas do mapa oficial do MTb, a zona climática
quente, a quarta zona, como a zona climática subquente, e a quinta, sexta e sétima
zonas, como a zona climática mesotérmica (branda ou mediana) do mapa referido no
art. 1º desta Portaria.”
Conforme o Art 253 da CLT e na Portaria 21, de 26 de Dezembro de 1994, a
caracterização de um ambiente como artificialmente frio é definido com base nas zonas
climáticas do mapa Brasil Climas, onde, como pode ser visto na imagem abaixo, cada
cor representa uma zona diferente e, portanto, uma referência de temperatura diferente,
que por vezes se mostra conflituosa até dentro de um mesmo município.

Este modelo de referência tem se mostrado muito ineficaz e não deveria ser utilizado
como referência para exposição ao frio em locais de trabalho, pois além de ser confuso,
não leva em consideração a temperatura corporal interna do colaborador ou a
velocidade do vento, fatores estes que realmente teriam relevância significativa na
definição de limites de tolerância ao frio.

MAPA BRASIL CLIMA COM ÍNDICE E EXEMPLO DE COMO REALIZAR A CONSULTA

Por exemplo, uma atividade realizada em uma região de São Paulo:

Região climática São Paulo Capital (Tendo como referência a região da Sé) =
Mesotérmico Brando

Ambiente considerado artificialmente frio para esta região = T < 10ºC

Ou seja, para um colaborador, nesta região que executar atividades contínuas ou


intermitentes em câmaras frias com temperatura inferior a 10ºC, além dos EPI’s
mencionados adiante será obrigatório estabelecer intervalos com base no artigo 253 da
CLT.

Tempo máximo de trabalho permitido dentro da câmara, ou movimentando mercadorias


do ambiente quente ou normal para o frio e vice-versa = 100 minutos;
PORTARIA 3.214/78 - NR-36 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM
EMPRESAS DE ABATE E PROCESSAMENTO DE CARNES E DERIVADOS

Outra situação que tem se tornado corriqueira e bastante problemática para o comercio
que possui uma câmara fria é a utilização da NR-36, que foi criada com objetivo de fixar
parâmetros de segurança à INDÚSTRIA de abate e processamento de carnes e
derivados, como referência para se estabelecer exigências e complementar a
argumentação de alguns peritos de forma a induzir magistrados a emitirem sentenças
erradas, em processos trabalhistas com solicitação de insalubridade, mesmo que esta
norma não trate de insalubridade e as únicas menções a câmara fria são as de manter
um dispositivo de segurança que possibilite a abertura interna e a indicação do tempo
máximo de permanência quando a temperatura for inferior a -18ºC

36.1 Objetivos

36.1.1 O objetivo desta Norma é estabelecer os requisitos mínimos para a avaliação,


controle e monitoramento dos riscos existentes nas atividades desenvolvidas na
indústria de abate e processamento de carnes e derivados destinados ao consumo
humano, de forma a garantir permanentemente a segurança, a saúde e a qualidade de
vida no trabalho, sem prejuízo da observância do disposto nas demais Normas
Regulamentadoras - NR do Ministério do Trabalho e Emprego.

36.2.10 Câmaras Frias

36.2.10.1 As câmaras frias devem possuir dispositivo que possibilite abertura das portas
pelo interior sem muito esforço, e alarme ou outro sistema de comunicação, que possa
ser acionado pelo interior, em caso de emergência.

36.2.10.1.1 As câmaras frias cuja temperatura for igual ou inferior a -18º C devem
possuir indicação do tempo máximo de permanência no local.

PORTARIA 3.214/78 - NR-29 - NORMA REGULAMENTADORA DE SEGURANÇA E


SAÚDE NO TRABALHO PORTUÁRIO

A NR-29, embora seja direcionada para o trabalhador portuário, é bastante utilizada


como referência por apresentar, para locais frigorificados, uma tabela que indica o
máximo de exposição diária permissível para pessoas adequadamente vestidas para
Exposição ao Frio.

Esta tabela além de não se aplicar as câmaras frias existentes no comércio também
utiliza como referência o mapa Brasil clima que, como visto anteriormente define a
exposição ao frio por faixas de temperaturas de acordo com clima do local, sem levar
em consideração as influências fisiológicas e outras variantes que seriam necessárias
para realmente estabelecer um limite de tolerância.
29.3.16 Locais frigorificados.

9.3.16.1 Nos locais frigorificados é proibido o uso de máquinas e equipamentos movidos


a combustão interna.

29.3.16.2 A jornada de trabalho em locais frigorificados deve obedecer a seguinte


tabela:

PORTARIA 3.214/78 - NR-09 - PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS


AMBIENTAIS

Por fim, a NR-09 descreve:

9.3.5.1 deverão ser adotadas medidas para eliminação, minimização ou controle dos
riscos ambientais quando os resultados das avaliações quantitativas da exposição dos
trabalhadores excederem os valores dos limites previstos na NR-15 ou, na ausência
destes os valores limites de exposição ocupacionais adotados pela ACGIH - American
Conference of Governmental Industrial Higyenists, ou aqueles que venham a ser
estabelecidos em negociação coletiva de trabalho, desde que mais rigorosos do que os
critérios técnico-legais estabelecidos.

NOTA DE CONSIDERAÇÃO

Com base no exposto, identifica-se a necessidade da adequação das referências legais


associadas a exposição do trabalhador a ambientes artificialmente frio, bem como a
urgência de se diferenciar as atividades realizadas em câmaras frias existentes no
comércio das câmaras frigorificas existentes da indústria do abate.

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