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Para a caracterização de insalubridade, para quem acessa câmara fria, são utilizadas
as seguintes referência: NR-15, CLT Artigo 253, NR-29, NR-36 e ACGIH.
Embora a NR-15 seja responsável por estabelecer em que condições uma atividade
deveria ser considerada insalubre, para o risco frio ela não apresenta nenhum critério
que norteie o avaliador em suas conclusões. Não apresenta metodologia de avaliação,
limite para exposição com tempo e faixas de temperatura mínima ou propõe qual seria
a proteção considerada adequada. Muito pelo contrário, ao determinar que a
insalubridade pela exposição ao frio seja caracterizada em decorrência de inspeção
realizada no local de trabalho, ela permite que seja feita uma avaliação qualitativa
subjetiva, deixando o empregador vulnerável a diferentes entendimentos.
Outra questão perigosa que este anexo trouxe foi o enquadramento de atividades
exercidas no interior de câmaras frigoríficas ou em locais que apresentem condições
similares, onde ao estender o enquadramento para os “locais que apresentem
condições similares”, acabou abrindo uma margem para que o avaliador pudesse fazer
enquadramentos de qualquer local de forma arbitrária e as vezes até tendenciosa.
Art. 253 - Para os empregados que trabalham no interior das câmaras frigoríficas e para
os que movimentam mercadorias do ambiente quente ou normal para o frio e vice-versa,
depois de 1 (uma) hora e 40 (quarenta) minutos de trabalho contínuo, será assegurado
um período de 20 (vinte) minutos de repouso, computado esse intervalo como de
trabalho efetivo.
Parágrafo único - Considera-se artificialmente frio, para os fins do presente artigo, o que
for inferior, nas primeira, segunda e terceira zonas climáticas do mapa oficial do
Ministério do Trabalho, Industria e Comercio, a 15º (quinze graus), na quarta zona a 12º
(doze graus), e nas quinta, sexta e sétima zonas a 10º (dez graus).
Para atender o parágrafo único do Artigo 253 da CLT foi criado a Portaria N.º 21, de 26
de Dezembro de 1994 que determina:
Art. 1º O mapa oficial do Ministério do Trabalho, a que se refere o art. 253 da CLT, a ser
considerado, é o mapa “Brasil Climas” – da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística – IBGE da SEPLAN, publicado no ano de 1978 e que define as zonas
climáticas brasileiras de acordo com a temperatura média anual, a média anual de
meses secos e o tipo de vegetação natural.
Art. 2º Para atender ao disposto no parágrafo único do art. 253 da CLT, define-se como
primeira, segunda e terceira zonas climáticas do mapa oficial do MTb, a zona climática
quente, a quarta zona, como a zona climática subquente, e a quinta, sexta e sétima
zonas, como a zona climática mesotérmica (branda ou mediana) do mapa referido no
art. 1º desta Portaria.”
Conforme o Art 253 da CLT e na Portaria 21, de 26 de Dezembro de 1994, a
caracterização de um ambiente como artificialmente frio é definido com base nas zonas
climáticas do mapa Brasil Climas, onde, como pode ser visto na imagem abaixo, cada
cor representa uma zona diferente e, portanto, uma referência de temperatura diferente,
que por vezes se mostra conflituosa até dentro de um mesmo município.
Este modelo de referência tem se mostrado muito ineficaz e não deveria ser utilizado
como referência para exposição ao frio em locais de trabalho, pois além de ser confuso,
não leva em consideração a temperatura corporal interna do colaborador ou a
velocidade do vento, fatores estes que realmente teriam relevância significativa na
definição de limites de tolerância ao frio.
Região climática São Paulo Capital (Tendo como referência a região da Sé) =
Mesotérmico Brando
Outra situação que tem se tornado corriqueira e bastante problemática para o comercio
que possui uma câmara fria é a utilização da NR-36, que foi criada com objetivo de fixar
parâmetros de segurança à INDÚSTRIA de abate e processamento de carnes e
derivados, como referência para se estabelecer exigências e complementar a
argumentação de alguns peritos de forma a induzir magistrados a emitirem sentenças
erradas, em processos trabalhistas com solicitação de insalubridade, mesmo que esta
norma não trate de insalubridade e as únicas menções a câmara fria são as de manter
um dispositivo de segurança que possibilite a abertura interna e a indicação do tempo
máximo de permanência quando a temperatura for inferior a -18ºC
36.1 Objetivos
36.2.10.1 As câmaras frias devem possuir dispositivo que possibilite abertura das portas
pelo interior sem muito esforço, e alarme ou outro sistema de comunicação, que possa
ser acionado pelo interior, em caso de emergência.
36.2.10.1.1 As câmaras frias cuja temperatura for igual ou inferior a -18º C devem
possuir indicação do tempo máximo de permanência no local.
Esta tabela além de não se aplicar as câmaras frias existentes no comércio também
utiliza como referência o mapa Brasil clima que, como visto anteriormente define a
exposição ao frio por faixas de temperaturas de acordo com clima do local, sem levar
em consideração as influências fisiológicas e outras variantes que seriam necessárias
para realmente estabelecer um limite de tolerância.
29.3.16 Locais frigorificados.
9.3.5.1 deverão ser adotadas medidas para eliminação, minimização ou controle dos
riscos ambientais quando os resultados das avaliações quantitativas da exposição dos
trabalhadores excederem os valores dos limites previstos na NR-15 ou, na ausência
destes os valores limites de exposição ocupacionais adotados pela ACGIH - American
Conference of Governmental Industrial Higyenists, ou aqueles que venham a ser
estabelecidos em negociação coletiva de trabalho, desde que mais rigorosos do que os
critérios técnico-legais estabelecidos.
NOTA DE CONSIDERAÇÃO