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Adaptado de:
CAMPOS, Flavio de & Miranda, Renan Garcia. Oficina de história. São Paulo: Moderna, 2000.
CHASSOT, Attico. A ciência através dos tempos. São Paulo: Moderna, 2004.
COTRIM, Gilberto. História e consciência do mundo. São Paulo: Saraiva, 2001.
CRESCENZO, L. de. História da filosofia grega: de Sócrates ao neoplatônicos. Rio de Janeiro: Rocco, 2005.
FARIAS, R. F. de. Para gostar de ler a história da química II. Campinas: Editora Átomo, 2004.
GARBI, Gilberto G. A rainha das ciências: um passeio pelo maravilhoso mundo da matemática. São Paulo: Editora
Livraria da Física, 2007.
HEIDEGGER, Martin. Introdução à filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2008.
RONAN, Colin A. História ilustrada da ciência da Universidade de Cambridge, volume 1: das origens à Grécia. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar, 2001.
A Grécia Antiga ocupava um território que pode ser dividido em três grandes partes:
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O território grego destaca-se pela grade extensão de sua costa, o que propiciou o desenvolvimento
da navegação, do comércio marítimo, da pesca e de uma agricultura familiar praticada em pequenas
propriedades.
Nas cidades-estado gregas, o cidadão foi conquistando direitos e contribuindo, individualmente, para
a vida social. Livre para pensar e agir, sentia-se como membro da polis e não como um objeto que
pudesse ser manobrado pelos governantes. A palavra político, de origem grega, designava o cidadão que
participava do destino da polis.
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Além desses aspectos de natureza administrativa, outros fatores propiciaram o desenvolvimento da
ciência e da cultura grega, tais como:
O conceito de filosofia
A ciência grega foi construída em conjunto com a filosofia, de modo que, a dissociação entre ambas
torna-se, muitas vezes, uma tarefa difícil. Para os gregos, a filosofia era uma “ciência universal” que
abrangia várias “ciências particulares”, tais como a religião, a política, as artes e a própria ciência no
sentido estrito. A designação grega filosofia é composta de philos “amigo, amante” e sophia
“conhecimento, saber”; costuma-se traduzi-la de um modo sentimental e bonachão como “amor à
sabedoria”. No entanto, uma análise mais cuidadosa permite a interpretação do termo sophia de um modo
mais ampliado, significando todo e qualquer compreender, em particular o compreender das
possibilidades fundamentais do ser em sua totalidade e o todo das coisas que se manifestam ao
homem. Assim, segundo Cícero (106-43 a.C.), filósofo romano: “Tudo que se constitui como uma
interpretação das coisas em sua essência própria e como um saber lidar com essa essência foi chamado
de filosofia”.
A essa ampliação da esfera de tudo o que possa ser compreendido não apenas a música e a poesia,
mas também a ciência, está associada à filosofia grega. Esse compreender, porém, apresenta limites em
si mesmo. Quanto mais o homem aprende a compreender o mundo em sua totalidade, tanto mais
experimenta que não é fácil tomar posse dele sem maiores dificuldades. O compreender carece de
esforço particular e constante que precisa ser previamente empreendido e demanda uma inclinação por
essa busca. Essa inclinação pode, então, ser considerada a interpretação mais adequada ao termo philos,
uma vez que, no processo de apropriação do conhecimento, assim como em toda amizade autêntica dada
sua própria essência, há uma luta pelo que se ama.
Língua grega
A língua grega possui mais de três mil anos de história documentada. O grego antigo, em suas
várias formas, foi usado na Antiguidade Clássica no início da doutrinação cristã e em muitas regiões do
Império Romano, seguindo a expansão da cultura helênica promovida pelas conquistas de Alexandre
Magno. Devido à grande influência no latim, a língua grega originou muitas palavras e afixos do português
e de outras línguas latinas. Além disso, o alfabeto latino utilizado pela maioria das línguas européias
originou-se a partir do alfabeto grego.
Origem da Grécia
A civilização grega tem suas origens nas antigas civilizações de Creta e Micenas, que se
estabeleceram na região do mar Egeu entre 3000 e 2200 a.C.
Creta
A civilização cretense se desenvolveu em uma ilha do mar Egeu, sobre uma região montanhosa com
vales profundos propícios à agricultura, clima temperado e vegetação rica. Os cretences formaram uma
civilização centrada no palácio real, eixo da vida social, e na cidade. Pelos restos arqueológicos observa-
se que eles realizavam viagens pelo mar e tinham contato com a civilização egípcia. Da mesma maneira
que no Egito Antigo, em Creta, religião e vida estavam intimamente integradas. A arte exprimia temas
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religiosos e símbolos sagrados eram colocados nos palácios e nas casas. Na política, o rei (também
chamado de Minos) detinha os poderes político e religioso. Como sacerdote, suas leis simbolizavam a
força dos deuses e não a dos homens.
A civilização minóica foi destruída por volta de 1450 a.C. A causa tem sido objeto de debate entre os
historiadores. Alguns afirmam que pode ter sido devida a uma poderosa erupção vulcânica, enquanto, a
maioria deles defende que resultou da invasão do povo por gregos micênicos procedentes do continente.
Submetidos à dominação micênica, os minóicos não teriam resistido e, em dois séculos sua civilização
desapareceu. No entanto, sua participação na origem da civilização grega foi fundamental.
Micenas
Em torno de 2000 a.C., tribos indo-européias rumaram para o sul, em direção à península grega,
onde formaram a civilização micênica. Micenas, que data de aproximadamente 1600 e 1150 a.C., era uma
cidade extremamente fortificada e foi descoberta através de escavações arqueológicas. No Peloponeso,
os micênicos construíram palácios de arquitetura inspirada nos modelos cretenses, de onde seus reis
dirigiam o Estado, sacerdotes realizavam cerimônia religiosas e ferreiros, alfaiates e construtores
desempenhavam suas funções de modo muito semelhante a de seus contemporâneos minóicos. O rei
exercia funções de natureza militar, religiosa e jurídica. Para assessorá-lo nessas tarefas havia dois
órgãos: o Conselho (ou Bulê), formado por um grupo de chefes eleitos, e a Assembléia (ou Ágora),
formada por todos os homens adultos que compunham o quadro de guerreiros. Os micênicos também
eram comerciantes e trocavam mercadorias com os povos do Egito e da Fenícia.
A civilização micênica desintegrou-se por volta de 1150 a.C., por conseqüência de guerras entre
reinos, perturbações sociais e mudanças climáticas prejudiciais à agricultura. No entanto, a civilização
grega posterior herdou suas crenças religiosas, a arte da cerâmica, a metalurgia, a agricultura e a língua,
além de mitos e lendas que constituíram a base para as tragédias gregas. A lembrança do poder de
Micenas se manteve nas mentes dos gregos durante os séculos seguintes. Os poemas épicos atribuídos a
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gregos de gerações posteriores, tais como a Ilíada e a Odisséia de Homero, que datam do século VIII
a.C., preservam memórias do período micênico.
Na Ilíada é narrado o último ano de guerra do período micênico. A guerra teria sido provocada pelo
rapto de Helena, filha do rei de Esparta, por Páris, príncipe de Tróia. Segundo a lenda, Helena era tão bela
e tinha tantos pretendentes, que seu pai promoveu uma grande reunião com todos os interessados em
casar-se com ela. Na reunião ele obteve dos pretendentes um compromisso: aquele que fosse escolhido
por ela teria a permissão do rei para o casamento desde que os demais defendessem o casal das ofensas
que pudessem sofrer. O vencedor foi Menelau que, assim, tornou-se rei de Esparta. Contudo, após o
casamento, Páris conheceu Helena e se apaixonou por ela. Como não participou do compromisso firmado
entre o rei e os pretendentes de Helena, raptou sua amada e levou-a para Tróia.
Agamenon, irmão de Menelau, então, convocou todos os antigos pretendentes à mão de Helena,
lembrou-lhes o pacto de fidelidade e organizou a primeira expedição contra Tróia. Foram dez longos anos
de luta, nos quais a sorte pendeu ora para um lado, ora para o outro. Finalmente, Ulisses, um guerreiro
espartano, concebeu a estratégia da vitória: a construção de um grande cavalo de madeira, capaz de
abrigar alguns guerreiros em seu interior, para ser ofertado aos troianos.
Os troianos, que consideravam o cavalo um animal sagrado, recolheram o presente deixado diante
do portão de suas muralhas, acreditando ser um reconhecimento da derrota por parte dos gregos e
passaram a noite comemorando a vitória. Neste momento, os soldados escondidos dentro do cavalo
aproveitaram a festa para sair, incendiar e destruir Tróia. Essa é a origem da expressão “presente de
grego”.
Estudos arqueológicos contestam vários episódios narrados na Ilíada. As mais recentes escavações
feitas no local levaram à conclusão de que Tróia não foi destruída por um incêndio. Há provas claras de
que a destruição deveu-se a um terremoto. Contudo, por mais que historiadores e arqueólogos tentem
demonstrar o quanto há de verdade e mentira nas epopéias gregas, o que parece prevalecer na memória
do homem comum é a imagem poética da lenda, que tem contornos muito mais fortes que a realidade.
Nos registros de Homero, fica claro que a guerra era um dos princípios valorizados pelos gregos. A
excelência humana era conferida principalmente pela bravura e habilidade na batalha. O mundo grego
considerava e violência como algo absolutamente natural e um meio para se obterem metais e escravos.
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Os homens homéricos também têm a característica de tributar respeito aos deuses, mas escolhem seu
próprio caminho, chegando às vezes a desafiá-los. Os deuses podem ajudá-los ou frustrá-los, mas o êxito
ou o fracasso só aos homens pertence.
Divisões históricas
Usualmente, a história grega é dividida em:
1. Período Homérico ou Micênico (século XV a VIII a.C.): período retratado pelos poemas épicos de
Homero (a Ilíada e a Odisséia).
2. Período do Arcadismo (700 a 500 a.C.): momento em que houve o desenvolvimento de cidades-
estado.
3. Período Clássico (500 a 323 a.C.): caracterizou-se pelas grandes batalhas (ataque persa e conflito
entre diversas cidades gregas) e pela ascensão de Atenas e Esparta como as duas mais importantes
cidades gregas.
4. Período Helenístico (323 a 146 a.C.): houve expansão da civilização grega; primeira aparição dos
romanos.
‘5. Período Romano (146 a 300 a.C.): período em que a Grécia foi conquistada pelos romanos.
Período Homérico
No Período Homérico, a cultura grega foi registrada através dos poemas de Homero. Contudo, não
se sabe quando Homero viveu e, nem mesmo, se realmente existiu ou se é um nome genérico para
poetas épicos gregos que atuaram no período de 1200 a 700 a.C. Esses autores percorreram o território
mediterrâneo, registrando suas impressões em poemas e escreveram as obras Ilíada e Odisséia;
retrataram os heróis de um povo conquistador que suplantou a tirania da magia primitiva, introduzindo
uma relação cordial entre deuses e homens; representaram os deuses como aliados dos homens nas
guerras e partidários nas disputas políticas; descreveram um povo supostamente dotado de um sentido de
beleza, confiante, alegre, afetuoso e cordial, com surpreendentes habilidades intelectuais, vivendo em
cidades fortificadas e valendo-se do trabalho escravo para garantir vida fácil e tempo livre para o
desenvolvimento da literatura, da ciência e das artes. Outros registros históricos foram fornecidos por
Hesíodo (770 a 700 a.C), que retratou as técnicas agrícolas e as práticas rurais do período do Arcadismo.
Período Arcaico
1. Ciência jônica
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Teoremas de Tales. Fonte: Gilberto Garbi. A rainha das ciências, p. 22-24.
Como em muitos campos do conhecimento, que posteriormente viriam a se transformar nas diversas
ciências (física, química, biologia etc.), também no tocante às investigações que conduziram ao
entendimento da estrutura interna da matéria, os gregos antigos, tiveram precedência. No entanto, as
investigações dos gregos, em geral, limitavam-se ao uso do raciocínio, visto que naquela época o trabalho
manual era associado à escravidão, sendo digno do homem livre somente a exploração do “mundo das
idéias”.
Na busca de um “elemento primordial” a partir do qual toda a matéria visível seria derivada, Tales
sugeriu que a água era o constituinte básico de todas as coisas. Ele acreditava que a Terra fosse um
disco plano boiando na água. Ainda que pareça absurda, essa proposta foi uma tentativa de desvincular
as explicações dos fenômenos naturais do poder sobrenatural. Tales estava usando um ponto de vista tão
científico quanto lhe era possível.
Foi discípulo de Tales e escreveu um livro intitulado Sobre a natureza das coisas, no qual discorda
da visão de cosmos de Tales, afirmando que a água não poderia ser o princípio de tudo, pois, como a
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terra, a neve e o fogo, ela também sofreria transmutações. Considerou que esses elementos são formas
diferentes de uma força primária, que chamou de apeiron. A substância primária seria eterna,
indestrutível, invisível, móvel e infinita. Para ele, haveria um número infinito de mundos que
representariam um universo também infinito. O material que formava a Terra e tudo que a circundava
(apeíron) teria recebido movimento rotativo e, por essa razão. os materiais mais pesados ficariam no
centro, enquanto o ar e o fogo circundariam a Terra. O Sol e a Lua eram considerados por Anaximandro
como bolas de fogo e a Terra seria um cilindro, com os homens habitando um dos planos.
Por ter sido discípulo de Anaximandro, tinha uma visão de cosmo muito semelhante, mas para ele a
substância primária não poderia ser a água (como proposto por Tales), nem o apeiron (como fora sugerido
por Anaximandro), mas seria o ar infinito (ou pneuma apeiron), que, por meio da rarefação e
condensação, formaria todas as coisas.
Pregava que o universo se transforma a cada instante, havendo um dinamismo interno que o
animaria. Dizia que “não nos banhamos duas vezes no mesmo rio”, porque, na segunda vez, nós não
seríamos mais os mesmos e o rio teria mudado. Para ele, o fogo era o princípio fundamental da matéria,
além de representar um agente de consumo e de transformação e de constituir os corpos celestes.
2. O pitagorismo
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A astronomia pitagórica também teve grande influência mesopotâmica, concebendo os corpos
celestes como divinos. A reverência dos pitagóricos pelos números, levou-os a determinar o movimento
periódico dos planetas e a adotar uma ordem periódica para eles baseada na velocidade com que se
moviam em sua órbita aparente ao redor da Terra. Assim, os corpos celestes foram dispostos por eles na
seguinte ordem: Terra, Lua, Mercúrio, Vênus, Sol, Marte, Júpiter e Saturno. Cabe ressaltar quer excluindo-
se Terra, Sol e Lua, a ordem dos demais corpos celestes, que representam os planetas visíveis a olho nu,
estava absolutamente correta.
Existem muitos teoremas na matemática que foram propostos pelos pitagóricos. Eles também
encontraram na acústica a presença de números, descobrindo relações entre o comprimento de cordas
utilizadas para produzir som e a escala musical. Os pitagóricos espalharam pelo antigo mundo grego um
grande interesse pelo estudo da matemática. Em poucas décadas após a criação de sua escola em
Cróton, centros análogos foram surgindo em várias cidades e atraíram pessoas que nada tinham a ganhar
materialmente com a matemática, mas a ela se dedicavam intensamente. A insígnia da sociedade
pitagórica era um pentágono estrelado, considerado por eles um símbolo sagrado.
1. A escola de Eléia
Escola filosófica, que floresceu há 2500, na antiga cidade grega de Eléia, na Magna Grécia (atual
território da Itália). Era formada mais por filósofos do que cientistas e algumas de suas idéias podem
parecer um pouco estranhas para nós. Entretanto, cabe ressaltar que essas foram as primeiras tentativas
de se especular algo sobre a origem e a constituição do universo. Naquele período, essas visões eram
muito lógicas e racionais e mesmo que pareçam um tanto absurdas, tiveram grande influência nos
pensadores seguintes, que, por sua vez, foram fundamentais para que as idéias atuais da ciência fossem
concebidas ao longo do tempo. A seguir, serão apresentados os principais filósofos da escola de Eléia.
O pensamento científico grego começou na Jônia, mas não ficou restrito a ela por muito tempo.
Como vimos, Pitágoras deixou Samos e se mudou para o sul da atual Itália, onde difundiu a orientação
científica. Anaxágoras, que nasceu sessenta anos após Pitágoras, em Clazômenas, na Lídia (cerca de 65
quilômetros a nordeste de Samos e não muito mais longe de Mileto) seguiu os mesmo passos de
Pitágoras, saindo da sua terra natal com a idade de vinte anos para visitar Atenas, onde ficou os trinta
anos seguintes.
Anaxágoras escreveu apenas um livro que completou pouco depois de 467 a.C. Nele, declarou que,
no princípio o universo era uma mistura uniforme, sem movimento. A “mente” então começou a agir e fez
com que todo o sistema girasse; no vórtice resultante, a matéria fria, densa e escura ficou no centro,
dando origem à Terra, em forma de disco. Toda a matéria quente, seca e rarefeita foi então expulsa dando
origem ao Sol, à Lua, as estrelas e aos planetas. Estes corpos teriam se aquecido por fricção enquanto
giravam no redemoinho das matérias.
Deixou ilustres contribuições à filosofia; tentou explicar a continuidade do universo afirmando que o
“ser” seria a essência de tudo, seria imutável, eterno e imóvel e encheria todo o espaço compondo um
universo único e ilimitado. Mudanças, transitoriedade e movimento representariam o “não-Ser”, que seria
irreal e ilusório, representaria um espaço totalmente vazio, um vácuo, que, portanto, não seria realidade.
Discípulo de Parmênides, notabilizou-se por paradoxos acerca do tempo, como a disputa entre
Aquiles (descrito por Homero como o homem mais veloz da Grécia) e uma tartaruga. Zenão demonstra
que se Aquiles der uma pequena vantagem para a tartaruga, nunca mais poderá alcançá-la. Este filósofo
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ocupou um lugar importante no desenvolvimento da matemática grega, questionando através de seus
característicos paradoxos algumas idéias numéricas e geométricas.
Numa espécie de síntese das proposições dos outros pensadores gregos, propôs que seriam quatro
os elementos fundamentais constituintes da matéria: água, ar, terra e fogo. Assim, originou a doutrina dos
quatro elementos que influenciou diversos cientistas que o sucederam e foi tomada como base para a
prática da química até o século XVIII. Segundo Empédocles, as proporções desses elementos
determinariam a natureza dos diferentes materiais.
2. Os atomistas
Leucipo (nascimento em cerca de 500 a.C.) e Demócrito (460-370 a.C.) consideravam que toda a
matéria do universo era formada por átomos (palavra que significa indivisível em grego). Esses dois
pensadores não apenas afirmaram ser real a existência de átomos, como tentaram atribuir-lhe
propriedades que explicassem o comportamento da matéria. Assim, por exemplo, os átomos de fogo
seriam esféricos, o que explicaria sua fluidez.
Foram gregos que viveram no século V a.C., nas ilhas de Quios e Cós, respectivamente, e que
deixaram importantes contribuições para a matemática e para a medicina respectivamente.
Contemporâneo de Sócrates, foi o fundador de uma escola matemática em Atenas que, sob sua
influência, em breve se tornaria o principal centro matemático do mundo grego, posição mantida até o
surgimento de Alexandria, cerca de dois séculos mais tarde. Hipócrates, que era um mercador,
conquistou fama não apenas por sua habilidade em lidar com os problemas enfrentados pelos
matemáticos de seu tempo, mas também por ter realizado a reunião e a sistematização do
conhecimento geométrico grego. Essa foi a primeira tentativa de ordenar a multiplicidade de teoremas
e demonstrações que havia surgido nas últimas décadas do século V a.C., embora não se tenha
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conseguido nenhum esquema formal e completo da geometria até o trabalho de Euclides, que foi
realizado mais de um século depois.
Apesar da teoria dos humores parecer absurda, ela tem uma importância fundamental para a história
da ciência, pois representa a primeira tentativa de desvincular a causa das doenças de deuses e
demônios. Hipócrates foi o primeiro a olhar um homem tendo um ataque epilético - doença que faz com
que a pessoa perca temporariamente o controle de seu corpo - e dizer: “Não há nenhum deus aí dentro;
trata-se de um fenômeno do corpo desse indivíduo”. Todos aqueles que o precederam davam uma
explicação mística para esse fenômeno. Hipócrates afirmava que todas as doenças possuem uma causa
natural, não devendo ser encaradas como uma punição divina.
Exercícios
4. Descreva as principais explicações para a origem e/ou a constituição da matéria (ou do universo)
fornecidas pelos:
a) filósofos jônicos;
b) pitagóricos;
c) filósofos da Escola de Eléia;
c) atomistas.
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7. Localize no mapa da página 1 os locais abaixo e, em seguida, escreva a que evento ou personagem
da cultura grega este local está associado.
a) Creta
b) Micenas
c) Mileto
d) Samos
e) Quios
f) Cós
g) Atenas
8. Associe os seguintes filósofos com o aquele que acreditavam ser o princípio fundamental da
matéria:
a) Tales ( ) fogo
b) Anaximandro ( ) ar
c) Anaxímenes ( ) terra, fogo, água e ar
d) Heráclito ( ) apeiron
e) Empédocles ( ) água
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