Sei sulla pagina 1di 47

Sequências

Indução Matemática

Antonio Alfredo Ferreira Loureiro


loureiro@dcc.ufmg.br
http://www.dcc.ufmg.br/~loureiro

UFMG/ICEx/DCC MD
· Sequências e Indução Matemática 1
Introdução

• Uma das tarefas mais importantes da matemática é descobrir e caracterizar


padrões regulares.

• Sequência: estrutura matemática mais importante para estudar processos


repetidos.

• Indução matemática: ferramenta matemática mais importante para verificar


conjecturas sobre padrões de termos em sequências.

UFMG/ICEx/DCC MD
· Sequências e Indução Matemática 2
Sequências

• Exemplo: Número de ancestrais—Um limite superior


Geração 1 2 3 4 5 6 7. . .
# ancestrais 2 4 8 16 32 64 128. . .

• Mais definições:
– Termo: cada elemento de uma sequência.
Exemplo: a1, a2, a3, . . . , an
– Índice ou subscrito: indica a posição do termo na sequência.
Exemplo: O número 3 no termo a3 indica o terceiro elemento da sequência.
– Sequência finita: possui um conjunto finito de termos.
– Sequência infinita: possui um conjunto infinito de termos.
Exemplo: a1, a2, a3, . . .
– Fórmula explícita ou fórmula geral: é a regra que mostra como os valores
de ak podem ser obtidos a partir de k.

UFMG/ICEx/DCC MD
· Sequências e Indução Matemática 3
Exemplos de sequências definidas por fórmulas
explícitas

• Sejam as sequências a1, a2, a3, . . . definida pela fórmula explícita


k
ak = para inteiros k ≥ 1
k+1
e b2, b3, b4, . . . definida pela fórmula explícita
i−1
bi = para inteiros i ≥ 2
i

a1 = 1+11 = 1 b = 2−1 = 1
2 2 2 2
a2 = 2+12 = 2 b = 3−1 = 2
3 3 3 3
a3 = 3+13 = 3 b = 4−1 = 3
4 4 4 4
... ...

– O que as duas sequências têm em comum?


Ü São idênticas.
UFMG/ICEx/DCC MD
· Sequências e Indução Matemática 4
Exemplos de sequências definidas por fórmulas
explícitas

• Sequência alternante:
Seja a sequência c0, c1, c2, . . . definida pela fórmula explícita

cj = (−1)j para inteiros j ≥ 0


Ü Essa sequência possui um conjunto finito de valores: {−1, 1}.

UFMG/ICEx/DCC MD
· Sequências e Indução Matemática 5
Achando a fórmula explícita

• A fórmula explícita para a sequência

1, −1
4,
1, − 1 ,
9 16
1,
25 ...
pode ser
(−1)k+1
ak = 2
para inteiros k ≥ 1
k
ou
(−1)k
ak = 2
para inteiros k ≥ 0
(k + 1)

Ü Não existe somente uma única fórmula explícita para representar os termos
de uma sequência.

UFMG/ICEx/DCC MD
· Sequências e Indução Matemática 6
Notação para somar termos de uma sequência

• Seja a sequência
a1, a2, a3, . . . , an
Existem diversas aplicações em Ciência da Computação onde é importante
saber a soma desses termos, ou seja,

a1 + a2 + a3 + . . . + an
Essa soma é representada pela seguinte notação:

n
X
ak = a
|1
+ a2 + a{z3 + . . . + an}
k=1 Forma expandida

Joseph-Louis Lagrange (1736–1813), matemático francês/italiano. Propôs o uso


da letra maiúscula grega sigma (Σ) para representar a soma de termos.

UFMG/ICEx/DCC MD
· Sequências e Indução Matemática 7
Exemplos

n
X (−1)k 1 1 1 (−1)n
• = 1 − + − + ... +
k=0
k+1 2 3 4 n+1

n
1 2 3 n+1 X k+1
• + + + ... + =
n n+1 n+2 2n k=0
n+k

n
X k k+1 1 n+1
• ( − )= −
k=1
k+1 k+2 2 n+2

Ü Este tipo de soma é conhecido como “Soma Telescópica”, ou seja é uma


soma da forma n−1
i=0 ai , onde ai = bi − bi+1 .
P

UFMG/ICEx/DCC MD
· Sequências e Indução Matemática 8
Mudança de variável
Observe que
3
k 2 = 1 2 + 22 + 32
X

k=1
e que
3
i2 = 1 2 + 2 2 + 3 2
X

i=1
Logo,
3 3
k2 = i2
X X

k=1 i=1

Ü As variáveis k e i são chamadas de “dummy.”

4 3
(j − 1)2 = k2
X X

j=2 k=1

UFMG/ICEx/DCC MD
· Sequências e Indução Matemática 9
Mudança de variável
• Substitua k + 1 na soma abaixo por j:
6
X 1
k=0
k+1
Passos:
(a) Calcule os novos limites do somatório:
– Para k = 0, j = 1.
– Para k = 6, j = 7.
(b) Calcule o termo geral:
– Como j = k + 1, então k = j − 1
Logo,
1 1 1
= =
k+1 (j − 1) + 1 j
A soma pode ser reescrita como:
6 7
X 1 X 1
=
k=0
k + 1 j=1 j
UFMG/ICEx/DCC MD
· Sequências e Indução Matemática 10
Notação para multiplicar termos de uma sequência
• Seja a sequência
a1, a2, a3, . . . , an
Deseja-se saber o produto desses termos, ou seja,
a1 · a2 · a3 · . . . · an
Essa multiplicação é representada pela seguinte notação:
n
Y
ak
k=1

• Exemplos:

5
Y
k = 1 · 2 · 3 · 4 · 5 = 120
k=1

3
Y k 1 2 3 6
= · · =
k=1
k+1 2 3 4 24
UFMG/ICEx/DCC MD
· Sequências e Indução Matemática 11
Propriedades de somas e produtos

Se am, am+1, am+2, . . . e bm, bm+1, bm+2, . . . são sequências de números re-
ais e c é um número real qualquer, então as seguintes equações são válidas
para qualquer n ≥ m:

1.
n
X n
X n
X
ak + bk = (ak + bk )
k=m k=m k=m
2.
n
X n
X
c· ak = c · ak
k=m k=m
3.
n
Y n
Y n
Y
( ak ) · ( bk ) = (ak · bk )
k=m k=m k=m

UFMG/ICEx/DCC MD
· Sequências e Indução Matemática 12
Princípio da indução matemática (fraca)

Seja P (n) um predicado definido para os inteiros n, e seja n0 um inteiro fixo.


Suponha que as duas afirmações seguintes sejam verdadeiras:

1. P (n0) é V.
2. Para todos inteiros k ≥ n0,
se P (k) é V então P (k + 1) é V.

Ü Logo, a afirmação
para todos inteiros n ≥ n0, P (n)
é V.

P(n)

n0 Inteiros

UFMG/ICEx/DCC MD
· Sequências e Indução Matemática 13
Princípio da indução matemática

• Técnica aparece pela primeira vez no trabalho do italiano Francesco Mauro-


lico em 1575.

• No século XVII, Pierre de Fermat e Blaise Pascal usam essa técnica em seus
trabalhos. Fermat dá o nome de “método do descendente infinito”.

• Em 1883, Augustus De Morgan descreve o processo cuidadosamente e dá o


nome de indução matemática.

Ü Técnica extremamente importante para a Ciência da Computação.

Para visualizar a idéia da indução matemática, imagine uma coleção de do-


minós colocados numa sequência (formação) de tal forma que a queda do
primeiro dominó força a queda do segundo, que força a queda do terceiro, e
assim sucessivamente, até todos os dominós caírem.

UFMG/ICEx/DCC MD
· Sequências e Indução Matemática 14
Princípio da indução matemática (fraca)

• A prova de uma afirmação por indução matemática é feita em dois passos:


1. Passo base: é provado que P (n0) é V para um dado n0 específico.
2. Passo indutivo: é provado que para todos inteiros k ≥ n0,
se P (k) é V então P (k + 1) é V.

O passo indutivo pode ser escrito formalmente como:

∀ inteiros k ≥ n0, se P (k) então P (k + 1)

• Pelo método da generalização de um elemento específico genérico, para pro-


var o passo indutivo deve-se:
– supor que P (k) é V, onde k é um elemento específico mas escolhido arbi-
trariamente de tal forma que seja maior ou igual a n0.
– provar que P (k + 1) é V.

UFMG/ICEx/DCC MD
· Sequências e Indução Matemática 15
Princípio da indução matemática (fraca)

• Este princípio pode ser expresso pela seguinte regra de inferência:

[P (n0) ∧ ∀k(P (k) → P (k + 1))] → ∀nP (n).

P(n)

...
P (n 0) P (n 1) P (n 2) P (k ) P (k+1) Inteiros

Ü Numa prova por indução matemática não é assumido que P (k) é verda-
deiro para todos os inteiros! É mostrado que se for assumido que P (k) é
verdadeiro, então P (k + 1) também é verdadeiro.
Ü Assim, na prova por indução matemática devemos usar obrigatoriamente o
predicado P (k) (hipótese que estamos supondo ser verdadeira).

UFMG/ICEx/DCC MD
· Sequências e Indução Matemática 16
Princípio da indução matemática (fraca)
Exemplo 1
Prove que
n(n + 1)
P (n) : 1 + 2 + . . . + n =
2
para todos inteiros n ≥ 1.

Prova (por indução matemática):

1. Passo base: P (n0) = P (1): Para n0 = 1, 1 = 1(1+1)


2 = 1 e a fórmula
é verdadeira para n0 = 1.

2. Passo indutivo: se a fórmula é verdadeira para n = k então deve ser ver-


dadeira para n = k + 1, i.e., P (k) → P (k + 1).
– Suponha que a fórmula é verdadeira para n = k, i.e.,
k(k + 1)
P (k) : 1 + 2 + . . . + k =
2
para algum inteiro k ≥ 1. [hipótese indutiva]

UFMG/ICEx/DCC MD
· Sequências e Indução Matemática 17
Princípio da indução matemática (fraca)
Exemplo 1

Deve-se mostrar que


(k + 1)(k + 2)
P (k + 1) : 1 + 2 + . . . + (k + 1) =
2

Sabe-se que
k(k + 1)
1 + 2 + . . . + k + (k + 1) = + (k + 1)
2
k(k + 1) 2(k + 1)
= +
2 2
k2 + 3k + 2
=
2
(k + 1)(k + 2)
=
2
[Isto era o que devia ser provado.]

UFMG/ICEx/DCC MD
· Sequências e Indução Matemática 18
Princípio da indução matemática (fraca)
Exemplo 1: Comentários

Observe que na prova por indução matemática devemos usar obrigatoriamente


o predicado P (k). Esse é um dos grandes desafios neste tipo de prova, como
veremos em outros exemplos.

A soma
1 + 2 + . . . + k + (k + 1),
que aparece no predicado P (k + 1), possui os termos 1 a k, cuja soma (1 +
2 + . . . + k) vale k(k+1)
2 pela hipótese indutiva. Como estamos supondo que
ela é verdadeira, podemos definir uma igualdade onde esses termos do lado
esquerdo são substituídos por essa fração do lado direito:
k(k + 1)
1 + 2 + . . . + k + (k + 1) = + (k + 1).
2

UFMG/ICEx/DCC MD
· Sequências e Indução Matemática 19
Princípio da indução matemática (fraca)
Exemplo 1: Comentários

Nessa demonstração pode parecer que estamos usando o fato de P (k) ser V
para deduzir que P (k + 1) é V, para em seguida deduzir que P (k) é V. Parece
circular! O que está ocorrendo?

Nao é isso que está acontecendo. Dado um k e o predicado associado, temos


duas possibilidades:
(a) P (k) é V
(b) P (k) é F

A hipótese indutiva não afirma que P (k) seja verdadeiro. O que afirma é que
caso P (k) seja V então P (k+1) também será V. Isto é, se k faz com que P (k)
seja verdadeiro e, assim, esteja na categoria (a) acima, então k + 1 também
fará com que P (k + 1) seja V e, assim, também esteja em (a).

UFMG/ICEx/DCC MD
· Sequências e Indução Matemática 20
Princípio da indução matemática (fraca)
Exemplo 1: Comentários

Por exemplo, seja


n(n + 1)
P (n) : 1 + 2 + . . . + n = + 1.
2
Isto nao é correto! Neste exemplo, o predicado P (k) é falso para todo k.

Em geral, devemos tentar mostrar que caso P (k) seja V, então P (k + 1) tam-
bem é V.

Isso ficará evidente no próximo exemplo, quando vamos supor que P (k) seja V
e vamos chegar a uma contradição para P (k + 1). Ou seja, P (k) é F.

UFMG/ICEx/DCC MD
· Sequências e Indução Matemática 21
Princípio da indução matemática (fraca)
Exemplo 2
Prove que
n(n + 2)
P (n) : 0 + 1 + 2 + . . . + n = E RRADO !
2
para todos inteiros n ≥ 0.

Prova (por indução matemática):

1. Passo base: P (n0) = P (0): Para n0 = 0, 0 = 0(0+2)


2 = 0 e a fórmula
é verdadeira para n0 = 0.

2. Passo indutivo: se a fórmula é verdadeira para n = k então deve ser ver-


dadeira para n = k + 1, i.e., P (k) → P (k + 1).
– Suponha que a fórmula é verdadeira para n = k, i.e.,
k(k + 2) k2 + 2k
P (k) : 0 + 1 + 2 + . . . + k = =
2 2
para algum inteiro k ≥ 0. [hipótese indutiva]

UFMG/ICEx/DCC MD
· Sequências e Indução Matemática 22
Princípio da indução matemática (fraca)
Exemplo 2

Deve-se mostrar que


(k + 1)(k + 3) k2 + 4k + 3
P (k + 1) : 0 + 1 + 2 + . . . + (k + 1) = =
2 2

Sabe-se que
k2 + 2k
0 + 1 + 2 + . . . + k + (k + 1) = + (k + 1)
2
k2 + 2k + 2(k + 1)
=
2
k2 + 4k + 2
=
2
[Assim, não foi possível derivar a conclusão a partir da hipótese. Isto significa que o predicado
original é falso.]

UFMG/ICEx/DCC MD
· Sequências e Indução Matemática 23
Princípio da indução matemática (fraca)
Exemplo 3

Prove que
n
X
i rn+1 − 1
P (n) : r =
i=0 r−1
para todos inteiros n ≥ 0 e para todos números reais r, r 6= 1.

Prova (por indução matemática):


0+1 −1
1. Passo base: P (n0) = P (0): Para n0 = 0, r = 1 = r−1 = r−1
0 r
r−1 = 1
e a fórmula é verdadeira para n0 = 0.

2. Passo indutivo: se a fórmula é verdadeira para n = k então deve ser ver-


dadeira para n = k + 1, i.e., P (k) → P (k + 1).

UFMG/ICEx/DCC MD
· Sequências e Indução Matemática 24
Princípio da indução matemática (fraca)
Exemplo 3
Pk r k+1 −1
i
– P (k) : i=0 r = r−1 , para k ≥ 0. [hipótese indutiva]
Pk+1 i r k+2 −1
– Deve-se mostrar que P (k + 1) : i=0 r = r−1
k+1 k
ri = ri + rk+1
X X

i=0 i=0
rk+1 − 1
= + rk+1
r−1
rk+1 − 1 rk+1(r − 1)
= +
r−1 r−1
rk+1 − 1 + rk+2 − rk+1
=
r−1
rk+2 − 1
=
r−1

UFMG/ICEx/DCC MD
· Sequências e Indução Matemática 25
Princípio da indução matemática (fraca)
Exemplo 4

Prove que
P (n) : 22n − 1 é divisível por 3,
para n ≥ 1.

Prova (por indução matemática):

1. Passo base: P (n0) = P (1): Para n0 = 1, 22·1 − 1 = 3 que é divisível


por 3.

2. Passo indutivo: se a fórmula é verdadeira para n = k então deve ser ver-


dadeira para n = k + 1, i.e., P (k) → P (k + 1).

UFMG/ICEx/DCC MD
· Sequências e Indução Matemática 26
Princípio da indução matemática (fraca)
Exemplo 4

– P (k) : 22k − 1 é divisível por 3. [hipótese indutiva]


– Deve-se mostrar que P (k + 1) : 22(k+1) − 1 é divisível por 3.

22(k+1) − 1 = 22k+2 − 1
= 22k · 22 − 1
= 22k · 4 − 1
= 22k · (3 + 1) − 1
= 22k · 3 + (22k − 1)
que é divisível por 3.

UFMG/ICEx/DCC MD
· Sequências e Indução Matemática 27
Princípio da indução matemática (fraca)
Exemplo 5

Prove que
P (n) : 20 + 21 + 22 + . . . + 2n = 2n+1 − 1,
para n ≥ 0.

Prova (por indução matemática):

1. Passo base: P (n0) = P (0): Para n0 = 20 = 1, 21 − 1 = 1.

2. Passo indutivo: se a fórmula é verdadeira para n = k então deve ser ver-


dadeira para n = k + 1, i.e., P (k) → P (k + 1).

UFMG/ICEx/DCC MD
· Sequências e Indução Matemática 28
Princípio da indução matemática (fraca)
Exemplo 5

– P (k) : 20 + 21 + 22 + . . . + 2k = 2k+1 − 1, para k ≥ 0. [hipótese indutiva]


– Deve-se mostrar que P (k + 1) : 20 + 21 + 22 + . . . + 2k+1 = 2k+2 − 1

20 + 21 + 22 + . . . + 2k + 2k+1 = (2k+1 − 1) + 2k+1


= 2 · 2k+1 − 1
= 2k+2 − 1

UFMG/ICEx/DCC MD
· Sequências e Indução Matemática 29
Princípio da indução matemática (fraca)
Exemplo 6
Prove que
n
P (n) : H2n ≥ 1 + ,
2
para n ≥ 0.

Hj representa o número harmônico e é definido por:


1 1 1
Hj = 1 + + + ... + .
2 3 j

Prova (por indução matemática):

1. Passo base: P (n0) = P (0):


Para n0 = 0, temos H20 = H1 = 1 ≥ 1 + 0
2.

2. Passo indutivo: se a fórmula é verdadeira para n = k então deve ser ver-


dadeira para n = k + 1, i.e., P (k) → P (k + 1).

UFMG/ICEx/DCC MD
· Sequências e Indução Matemática 30
Princípio da indução matemática (fraca)
Exemplo 6
k , para k ≥ 0. [hipótese indutiva]
– P (k) : H2k ≥ 1 + 2
– Deve-se mostrar que P (k + 1) : H2k+1 ≥ 1 + k+1 2

1 1 1 1 1 1
H2k+1 = 1+ + + ... + k + k + k + . . . + k+1
2 3 2 2 +1 2 +2 2
[Definição de número harmônico.]

1 1 1
= H2k + + + . . . +
2k + 1 2k + 2 2k+1
[Definição de número harmônico.]
 
k 1
≥ 1+ + 2k · k+1
2 2
[Hipótese indutiva e existem 2k termos, cada um pelo menos 1/2k+1 .]
 
k 1
≥ 1+ +
2 2

k+1
≥ 1+ .
2

UFMG/ICEx/DCC MD
· Sequências e Indução Matemática 31
Princípio da indução matemática (fraca)
Exemplo 7
Seja a sequência a1, a2, a3, . . . definida como

a1 = 2
ak = 5ak−1, k ≥ 2

Prove que
P (n) : an = 2 · 5n−1
para n ≥ 1.

Prova (por indução matemática):

1. Passo base: P (n0) = P (1): Para n0 = 1, 2 · 51−1 = 2 e a1 = 2. Logo,


a fórmula é válida para n = 1.
2. Passo indutivo: se a fórmula é verdadeira para n = k então deve ser ver-
dadeira para n = k + 1, i.e., P (k) → P (k + 1).

UFMG/ICEx/DCC MD
· Sequências e Indução Matemática 32
Princípio da indução matemática (fraca)
Exemplo 7

– P (k) : ak = 2 · 5k−1. [hipótese indutiva]


– Deve-se mostrar que P (k + 1) : ak+1 = 2 · 5(k+1)−1 = 2 · 5k .

ak+1 = 5 · a(k+1)−1
= 5 · ak
= 5 · (2 · 5k−1)
= 2 · (5 · 5k−1)
= 2 · 5k

UFMG/ICEx/DCC MD
· Sequências e Indução Matemática 33
Princípio da indução matemática (fraca)
Exemplo 8

Prove que
P (n): 2n + 1 < 2n
para todos os inteiros n ≥ 3.

Prova (por indução matemática):

1. Passo base: P (n0) = P (3). Para n0 = 3,

2 · 3 + 1 < 23.
Logo, a fórmula é válida para n0 = 3.
2. Passo indutivo: se a fórmula é verdadeira para n = k então deve ser ver-
dadeira para n = k + 1, i.e., P (k) → P (k + 1).

UFMG/ICEx/DCC MD
· Sequências e Indução Matemática 34
Princípio da indução matemática (fraca)
Exemplo 8

– P (k): 2k + 1 < 2k , para k ≥ 3. [hipótese indutiva]


– Deve-se mostrar que P (k + 1): 2(k + 1) + 1 < 2k+1.
2k + 2 + 1 =
(2k + 1) + 2 =
(2k + 1) + 2 < 2k + 2
?
2(k + 1) + 1 < 2 + 2 < 2k+1
k

Se puder ser mostrado que 2k + 2 < 2k+1 então o predicado P (k + 1) é verdadeiro.


?
2k + 2 < 2k+1
?
2 < 2k+1 − 2k
?
2 < 2k (2 − 1)
?
2 < 2k
1 < 2k−1 , que é verdade para k ≥ 2.

Em particular, a inequação (1 < 2k−1 ) é válida para k ≥ 3. Assim, P (k + 1) é V.

UFMG/ICEx/DCC MD
· Sequências e Indução Matemática 35
Princípio da indução matemática (fraca)
Exemplo 9

• Prove que para todos os inteiros n ≥ 1

P (n): n3 − n é divisível por 3.

Prova (por indução matemática):

1. Passo base: P (n0) = P (1). Para n0 = 1,

13 − 1 = 0 é divisível por 3.
Logo, a fórmula é válida para n0 = 3.
2. Passo indutivo: se a fórmula é verdadeira para n = k então deve ser ver-
dadeira para n = k + 1, i.e., P (k) → P (k + 1).

UFMG/ICEx/DCC MD
· Sequências e Indução Matemática 36
Princípio da indução matemática (fraca)
Exemplo 9

– P (k): k3 − k é divisível por 3, para k ≥ 1. [hipótese indutiva]


– Deve-se mostrar que P (k + 1): (k + 1)3 − (k + 1) é divisível por 3, para
k ≥ 1.
(k + 1)3 − (k + 1) =
(k3 + 3k2 + 3k + 1) − (k + 1) =
(k3 − k) + 3(k2 + k)
O primeiro termo é divisível por 3 (hipótese indutiva) e o segundo também.
Como a soma de dois números divisíveis por 3 é um número divisível por 3,
então o predicado P (k + 1) é V.

UFMG/ICEx/DCC MD
· Sequências e Indução Matemática 37
Princípio da indução matemática (fraca)
Exemplo 10

Seja um inteiro n ≥ 1. Prove que

P (n) : qualquer região quadrada de tamanho 2n × 2n, com um qua-


drado removido, pode ser preenchida com peças no formato L, como
mostrado abaixo.

UFMG/ICEx/DCC MD
· Sequências e Indução Matemática 38
Princípio da indução matemática (fraca)
Exemplo 10

Prova (por indução matemática):

1. Passo base: P (n0) = P (1). P(1) é V já que uma região quadrada de


tamanho 2×2, com um quadrado removido, pode se preenchida com peças
no formato L, como mostrado abaixo.

2. Passo indutivo: se a fórmula é verdadeira para n = k então deve ser ver-


dadeira para n = k + 1, i.e., P (k) → P (k + 1).

UFMG/ICEx/DCC MD
· Sequências e Indução Matemática 39
Princípio da indução matemática (fraca)
Exemplo 10
– P (k): Qualquer região quadrada de tamanho 2k × 2k , com um quadrado removido, pode ser
preenchida com peças no formato L. [hipótese indutiva]
– Deve-se mostrar P (k + 1): Qualquer região quadrada de tamanho 2k+1 × 2k+1 , com um
quadrado removido, pode ser preenchida com peças no formato L.

Considere uma região quadrada de tamanho 2k+1 × 2k+1 , com um quadrado removido. Divida
essa região em quatro regiões de tamanho 2k × 2k como mostrado abaixo.

Temos três regiões 2k × 2k com nenhum quadrado remo-


vido e uma região 2k × 2k com um quadrado removido. Ou
seja, a região 2k+1 × 2k+1 possui apenas um quadrado
removido.

Pela hipótese indutiva, a região 2k × 2k , com um quadrado


removido, pode ser preenchida com peças no formato L.
O problema passa a ser como a mesma hipótese indutiva
pode ser aplicada às outras três regiões.

UFMG/ICEx/DCC MD
· Sequências e Indução Matemática 40
Princípio da indução matemática (fraca)
Exemplo 10
Temporariamente remova um quadrado de cada região 2k × 2k que está “completa” como mos-
trado na figura abaixo à esquerda.

Pela hipótese indutiva cada uma dessas três regiões 2k × 2k pode ser preenchida com peças no
formato L. No entanto, para resolvermos o problema da peça removida em cada uma dessas três
regiões basta colocarmos uma peça L exatamente sobre esses três “buracos” como mostrado
na figura abaixo à direita.

UFMG/ICEx/DCC MD
· Sequências e Indução Matemática 41
Princípio da indução matemática (fraca)
Exemplo 10
Assim, uma região quadrada de tamanho 2k+1 × 2k+1 , com um quadrado removido, pode ser
preenchida com peças no formato L, como mostrado na figura abaixo.

UFMG/ICEx/DCC MD
· Sequências e Indução Matemática 42
Princípio da indução matemática (forte)

Seja P (n) um predicado que é definido para inteiros n, e seja a e b inteiros fixos,
sendo a ≤ b. Suponha que as duas afirmações seguintes sejam verdadeiras:

1. P (a), P (a + 1), . . . , P (b) são V. (Passo base)

2. Para qualquer inteiro k ≥ b,


se P (i) é V para a ≤ i < k então P (k) é V, i.e., P (i) → P (k).
Ü Logo, a afirmação “para todos inteiros n ≥ a, P (n)” é V. (A suposição
que P (i) é V para a ≤ i < k é chamada de hipótese indutiva.)

Passo Base

a b k Inteiros

P (i )
Hipotese Indutiva

UFMG/ICEx/DCC MD
· Sequências e Indução Matemática 43
Princípio da indução matemática (forte)
Exemplo 11
Prove que qualquer inteiro maior que 1 é divisível por um número primo.

Prova (por indução matemática):

1. Passo base: Para n = 2 a propriedade é válida já que 2|2.

2. Passo indutivo: Vamos supor que para todos inteiros i, 2 ≤ i < k, i é


divisível por um número primo. [hipótese indutiva]

Se a propriedade é válida para 2 ≤ i < k, então é válida para k, ou seja, k


é divisível por um número primo [o que deve ser mostrado].
Seja k um inteiro, k > 2. Ou k é primo ou k não é primo. Se k é primo,
então k é divisível por um primo (ele próprio). Se k não é primo então
k = u · v, onde u e v são inteiros tais que 2 ≤ u < k e 2 ≤ v < k. Pela
hipótese indutiva, u é divisível por um número primo p e pela transitividade
da divisibilidade k também é divisível por p. Assim, independente se k é
primo ou não, k é divisível por um primo.

UFMG/ICEx/DCC MD
· Sequências e Indução Matemática 44
Princípio da indução matemática (forte):
Exemplo 12

Seja a sequência a1, a2, a3, . . . definida como

a1 = 0
a2 = 2
ak = 3 · abk/2c + 2, k ≥ 3
Prove que an é par, para n ≥ 1.

Prova (por indução matemática):

1. Passo base: Para n = 1 e n = 2 a propriedade é válida já que a1 = 0 e


a2 = 2.

2. Passo indutivo: Vamos supor que ai é par para todos inteiros i, 1 ≤ i < k.
[hipótese indutiva]

UFMG/ICEx/DCC MD
· Sequências e Indução Matemática 45
Princípio da indução matemática (forte):
Exemplo 12

Se a propriedade é válida para 1 ≤ i < k, então é válida para k, ou seja, ak é


par [o que deve ser mostrado].

Pela definição de a1, a2, a3, . . .

ak = 3 · abk/2c + 2, k ≥ 3
O termo abk/2c é par pela hipótese indutiva já que k ≥ 3 e 1 ≤ bk/2c < k.
Desta forma, 3 · abk/2c é par e 3 · abk/2c + 2 também é par, o que mostra que
ak é par.

UFMG/ICEx/DCC MD
· Sequências e Indução Matemática 46
Princípio da ordenação dos inteiros

• Princípio: Seja S um conjunto de um ou mais números inteiros que são mai-


ores que um dado inteiro fixo. Então S tem um elemento que é menor de
todos.
– Também chamado “Principio da Boa Ordenação”.
– De outro modo: considere qualquer subconjunto A de inteiros positivos que
seja nao vazio. Então A possui um menor elemento.
– Não vamos provar este principio, apenas aceitá-lo.

• O princípio da ordenação dos inteiros, da indução matemática fraca e forte


são equivalentes.
– Usando-se o princípio da boa ordenação dos inteiros podemos demonstrar
que a indução matemática fraca e a indução matemática forte são equiva-
lentes.

UFMG/ICEx/DCC MD
· Sequências e Indução Matemática 47

Potrebbero piacerti anche