Religião nos limites da esfera privada?

O que o Pentecostalismo tem a dizer à

Antropologia sobre “religião”, “política” e “esfera pública”.

A presença pentecostal na cena pública dos países latino americanos tem perturbado
consensos acadêmicos a respeito da relação entre o sagrado e o secular, o religioso e o político
e entre o público e o privado. Essa comunicação, baseada em minha tese de doutorado, tem
objetivo de discutir essas dicotomias à luz das controvérsias envolvendo o pentecostalismo
no atual cenário político brasileiro. Considerando ser indispensável deixar para trás análises
que tratam da presença da religião na esfera pública como um desvio nas relações entre
religião, público e política, meu intuito é partir para a apreciação de como essas categorias
são efetivamente (re) construídas em meio às disputas entre os atores envolvidos. Pensarei,
então, nessas (e com essas) categorias a partir da inauguração de uma filial da igreja de
Malafaia em Brasília no mesmo fim de semana dos protestos a favor do impedimento da
então presidente Dilma Rousseff. E a partir, também, do Ato Profético pelo Brasil, evento
realizado mais uma vez em Brasília e que reuniu líderes evangélicos no intuito de orar
pelo país, bem na sequência da aprovação do processo do impeachment na Câmara.