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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

REGIONAL CATALÃO
UNIDADE ACADÊMICA ESPECIAL DE BIOTECNOLOGIA
CURSO DE PSICOLOGIA

RENATA FIORESE FERNANDES

A CONSTRUÇÃO DE UMA ECOIDENTIDADE COMO AMPLIAÇÃO DO


SINTAGMA IDENTIDADE-METAMORFOSE-EMANCIPAÇÃO

CATALÃO (GO)
2018
RENATA FIORESE FERNANDES

A CONSTRUÇÃO DE UMA ECOIDENTIDADE COMO AMPLIAÇÃO DO


SINTAGMA IDENTIDADE-METAMORFOSE-EMANCIPAÇÃO

Artigo apresentado ao curso de Psicologia da Universidade


Federal de Goiás-Regional Catalão, como requisito parcial para
obtenção do título de Bacharel em Psicologia, sob a orientação
do prof. Dr. Fernando César Paulino-Pereira.

CATALÃO (GO)
2018
A CONSTRUÇÃO DE UMA ECOIDENTIDADE COMO AMPLIAÇÃO DO
SINTAGMA IDENTIDADE-METAMORFOSE-EMANCIPAÇÃO

Artigo defendido no curso de Psicologia da Universidade Federal de Goiás-Regional Catalão


para obtenção do título de Bacharel em Psicologia, aprovado em ____ de ________________
de 2018, pela Banca Examinadora constituída pelos seguintes professores:

___________________________________________________
Prof. Dr. Fernando César Paulino-Pereira - UFG/ RC
Presidente da Banca

__________________________________________________
Prof. Dr. Daniel Alves - UFG/ RC

____________________________________________________
Prof. Me. Vitor Luiz Neto - UFG/ RC
RESUMO

Este artigo se propõe a investigar a influência da relação homem-natureza na constituição


identitária do homem, a partir do momento de ruptura articulada pelo capital, que dá origem à
superexploração tanto da natureza como do trabalhador, articulada por políticas de identidades
regulatórias que estruturam uma identidade coletiva de homem separado e superior à natureza.
O tema surge do projeto de pesquisa de nome Identidade-Metamorfose-Emancipação: Processo
de Construção e Transformação, que possui como base epistemológica o materialismo histórico
de método dialético que trabalha a Identidade como categoria psico-sócio-histórica com base
no pressuposto da constituição histórica do homem, compreendido como animal humanizável
que, pelo processo de socialização, configura seu primeiro projeto emancipatório na medida em
que transforma seu meio e é por ele modificado em um constante movimento de metamorfose.
A proposta da construção de uma Ecoidentidade se estrutura enquanto identidade política que,
através do resgate histórico da interação metabólica do homem com a natureza, possibilita um
avanço na conscientização do homem sobre si pelo reconhecimento de sua posição como
membro na teia da vida, recuperando seu sentido de pertinência e conexidade com o meio
natural do qual depende todo seu desenvolvimento e formação, propiciando novas maneiras de
organização social, mais autônoma, que permite sua expressão como sujeito propriamente, em
sua totalidade múltipla e mutável.

Palavras-chave: Materialismo-Histórico-Dialético; Identidade-Metamorfose-Emancipação;


EcoIdentidade.
AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, que sempre me auxiliaram nessa jornada, a eles sou extremamente grata
pelas oportunidades oferecidas e pela força desempenhada para que eu pudesse concluir mais
esse ciclo, tão esperado e almejado.
Ao meu irmão, que sempre foi uma grande inspiração para mim, graças a ele que
desenvolvi a capacidade de reflexão e de sempre questionar a mim e à vida.
Ao meu querido orientador, Fernando César Paulino-Pereira, nada do que eu pudesse
escrever aqui seria capaz de exprimir a importância que você teve nesse percurso da graduação
e a importância que você tem na minha vida. Com absoluta certeza você é um dos seres
humanos mais sensacionais que já tive o prazer de conhecer e conviver, não sei nem descrever
a imensidão da saudade que sentirei das suas supervisões, que mais são lições de vida e reunião
de família regadas à muitas risadas e causos! Te admiro demais! Você é um exemplo de
profissional e de ser para mim, através de suas disciplinas pude me reconhecer e me perceber e
esse é um dos presentes mais belos que alguém pode oferecer para outrem: conhecimento. Te
amo! E carrego a calma da certeza que te carregarei comigo para a vida inteira e que nossa
relação se estenderá por muitos e muitos anos amigo. Muito obrigada por existir e resistir!
Às minhas amigas, Luiza Costa, Olívia Maciel, Milena Martins, Gabriela Sousa, por
incontáveis momentos de amor, admiração, força e conexão, com vocês aprendi o verdadeiro
significado do sagrado feminino e descobri deusas escondidas a compartilhar suas magias;
grande parte de minha formação foi em conjunto com vocês minhas amadas e, por isso, vocês
têm meu coração.
E, por último, agradeço a meus mentores espirituais, a todos os espíritos de luz que
acredito terem me guiado por todo caminho e que me trouxeram até a Psicologia como forma
de manifestar minha missão nessa Terra. Sou grata, estou atenta e confio. Que todos meus
desejos e aspirações estejam alinhados com a vontade do todo, que eu possa sempre ser um
canal de manifestação da magia do universo e que eu nunca me esqueça de continuar nutrindo
minha conexão com o cosmos divino.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 7
2 REVISÃO TEÓRICA ....................................................................................................... 10
3 ANÁLISE ......................................................................................................................... 16
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ..................................................................................... 21
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 25
6 REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 26
7

1 INTRODUÇÃO

Isto sabemos.
Todas as coisas estão ligadas como o sangue
que une uma família...
Tudo o que acontece com a Terra,
acontece com os filhos e filhas da Terra.
O homem não tece a teia da vida;
ele é apenas um fio.
Tudo o que faz à teia,
ele faz a si mesmo.
- Ted Perry, inspirado no chefe Seattle.

Quando nos propomos a investigar sobre o fenômeno da Identidade, consequentemente


se torna necessário que investiguemos sobre o fenômeno social. A Identidade como categoria
psico-sócio-histórica consiste na contextualização de um sujeito humanizável, em um constante
processo de vir-a-ser constituído socialmente por intermédio de suas relações, com outros e
com seu meio, este que não é apenas social, implicando também seu meio natural, já que suas
condições objetivas da realidade concreta dependem da manipulação e da transformação da
natureza.
A construção de uma EcoIdentidade se propõe a um resgate histórico da interação
metabólica1 do homem com a natureza, desta feita, possui grande potencial de conscientização,
já que a história humana está intrincada com a história natural e todo o desenvolvimento social
se dá pela transformação de seu meio, além disso, é através de sua atividade, ação pela qual a
relação é mediada, que o homem se constitui como tal.
A dimensão ecológica é apresentada como um adendo no sentido de uma ampliação do
sintagma proposto por Ciampa da Identidade-Metamorfose-Emancipação, partindo da
compreensão de que um contexto emancipatório real apenas será formado quando for
considerada a relevância do contato com a natureza no desenvolvimento da realidade concreta,
e quanto for compreendido que a exacerbada objetividade deste contato influencia na
subjetividade do homem ocidental moderno a ponto dele esquecer sua posição na teia da vida e
a interdependência com a rede dos sistemas vivos.
Nesse contexto, é discutida a implementação do pensamento sistêmico como superação
de nossa ansiedade cartesiana, afim de que, com o entendimento do movimento da vida como
rede de relações interconectadas e interdependentes, criem-se novos sentidos de existência,
fomentando um sentimento de pertencimento e conexidade, recuperando afetos há muito tempo
perdidos, configurando possibilidades de transformação subjetiva e externa, de modo a
1
Termo utilizado por Marx para expressar a relação homem-natureza (apud FOSTER, 2005).
8

estabelecer uma realidade mais harmônica e sustentável.


Nesse sentido, é apresentada a proposição de uma alfabetização ecológica, trazendo
conceitos da ecologia como diretrizes para a construção de comunidades humanas sustentáveis,
assim como são os ecossistemas, apresentando-se como uma identidade política de grande
potencial de transformação social e subjetiva, e que, portanto, também pode ser considerada
como uma ferramenta terapêutica, além de uma vertente política comprometida com a
liberdade humana, uma vez que postula a característica da semelhança e do reconhecimento no
processo dos sistemas vivos.
Por conseguinte, a partir das implicações metodológicas do materialismo dialético, o
estudo de uma EcoIdentidade supera a dicotomia entre teórico e empírico, na medida em que se
propõe a investigar a realidade concreta retomando o processo histórico natural que nos leva a
conhecer o homem como manifestação de uma totalidade, como um fio na teia da vida, na
tentativa de preencher as lacunas no conhecimento quanto à influência do contato com a
natureza, ou a falta deste, aprofundando nas especificidades que a interação metabólica com a
natureza e a falha engendrada nesta possuem na construção da Identidade enquanto
Metamorfose e Emancipação.
Desse modo, o presente estudo se justifica, principalmente, pelos poucos trabalhos
acadêmicos no campo teórico da Psicologia Social que se preocupam em estabelecer uma
correlação entre o processo de construção da identidade humana e a relação homem-natureza,
que, a partir do momento de ruptura do trabalhador com a terra construído pelo capital,
transforma-se em mera relação de produção.
Considero de suma importância a compreensão deste momento a fim de investigar a
maneira como se deu a construção do pensamento separatista, cartesiano, que reproduz essa
lógica capitalista de produção, presentes em aspectos de nossa realidade cotidiana, refletindo, a
partir da perspectiva de Ciampa (1987), como esses aspectos afetam no processo identitário de
reconhecimento da diferença e igualdade do homem com o natural.
Acredito que a ressignificação desta relação e contato configura-se como uma
possibilidade de superação de “mecanismos de reposição de pressupostos que buscam
estabelecer a reprodução de identidades coletivas convencionais” (PAULINO-PEREIRA,
2017), que, neste caso, trata-se de um coletivo à parte da natureza, limitando a experiência
humana, o que dificulta o movimento natural de metamorfose da identidade, sempre em busca
de emancipação.
A proposta apresentada aqui, de uma construção rumo a uma EcoIdentidade, expressa-
9

se como potencial para novos sentidos de vida, entendendo o homem como mais um organismo
inserido na “Teia da Vida” (CAPRA, 1997) e quando integrado 2 ao movimento natural dos
sistemas vivos tem possibilidade de superação das contradições impostas pela dialética do
social em busca de uma realidade cotidiana mais harmônica, reavaliando valores e resgatando
afetos há muito perdidos em nome do desenvolvimento destrutivista da economia capitalista
perversa.
Com isso, busco contribuir para a ampliação da visão e discussão sobre esta temática,
abordando o assunto de forma transdisciplinar, por entender que problemáticas complexas
como esta apenas possuem potencial esclarecedor se transpassarmos barreiras limitantes de
divisões do conhecimento. Para isso, proponho-me a estabelecer um diálogo entre autores de
áreas bastante distintas, como Fritjof Capra (A Teia da Vida), Antonio Ciampa (A Estória do
Severino e a História da Severina) e John Bellamy Foster (A ecologia de Marx: materialismo e
natureza), investigando as raízes da alienação deste elo mais fundamental do homem com o
natural, na tentativa de configurar uma visão sistêmica e integrada de homem e de nosso modo
de vida atual no e com o planeta.
Sendo assim, estabeleci como objetivo geral investigar sobre o momento de ruptura
descrito por Marx como Raubbau3 capitalista a fim de elucidar sobre o potencial de resgate da
relação homem e natureza na construção de uma EcoIdentidade. A partir deste objetivo mais
geral, defini como objetivos específicos : a) identificar e conhecer o momento que Marx
descreve como raubbau capitalista; b) problematizar e refletir sobre as consequências destes
valores sociais separatistas e sua disseminação; c) verificar de que maneira essa separação
influencia na constituição de políticas de identidades regulatórias; e d) apresentar o contraponto
de uma visão de mundo sistêmica e seu potencial emancipatório rumo à construção de uma
EcoIdentidade.
Em relação ao método, neste trabalho utilizo a abordagem qualitativa em pesquisa,
entendendo a especificidade do tema, por se tratar de uma tentativa de aprofundamento da
compreensão da relação homem e natureza, e que, portanto, investiga aspectos da realidade
social que não podem ser quantificados, centrando-se em delinear parte da complexa dinâmica
dessa relação a fim de ilustrar seu possível desenvolvimento para uma EcoIdentidade.
2
Termo utilizado no sentido de uma compreensão sistêmica de saúde, que considera o homem inteiro, sendo que
para a realização de uma análise mais aprofundada é preciso considerar soma, psique e sociedade como três
aspectos em constante interação. (SEGRE, M.; FERRAZ, F. C. O conceito de saúde. Rev. Saúde Pública. São
Paulo, 31 (5): 538-42, 1997.)
3
Palavra alemã que significa “superexploração”. Utilizada por Foster em seu artigo “A ecologia da economia
política marxista”. Tradução de Pedro Paulo Bocca. (p.88. Lutas Sociais. São Paulo, n.28, p.87-104, 1º sem.
2012.)
10

Segundo Minayo (2001), “a pesquisa qualitativa trabalha com o universo


de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que
corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos
fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis.”
(apud GERHARDT; SILVEIRA, 2009, p. 32).
O objetivo do percurso traçado aqui é descrever o momento de ruptura criado pela
economia capitalista, a fim de verificar a implicação da relação homem e natureza no que tange
a crenças criadas por uma ciência positivista, a valores e atitudes desse social que emerge na
construção da compreensão do homem sobre si na “Teia da Vida”. (CAPRA, 1997)
A especificidade do tema surge através do projeto de pesquisa “Identidade-
Metamorfose-Emancipação: Processos de Construção e Transformação”, que parte de uma
concepção materialista histórica em que o sujeito é considerado como ser histórico que se
humaniza pelo processo de socialização desenvolvido em caráter dialético como método de
investigação, ou seja, ao mesmo tempo em que o homem atua objetivamente sobre sua
realidade material concreta transformando-a ele também se modifica em um movimento
constante de metamorfoses em busca de novos sentidos que o emancipem de sua condição
social alienante.
É a partir desta posição que realizo uma revisão de literatura a fim de delinear um
paralelo entre as concepções sugeridas por Foster, em sua obra “A ecologia de Marx:
materialismo e natureza” e a compreensão sistêmica da vida apresentada por Fritjof Capra em
seu livro “A Teia da Vida” de 1997, junto ao pressuposto de Ciampa (1987) da identidade como
uma metamorfose num eterno movimento de devir-a-ser, construída dialeticamente pelas
relações sociais e naturais, o que é aqui proposto.

2 REVISÃO TEÓRICA

Desde os primórdios da existência humana, a manipulação da natureza constitui-se


como aspecto fundamental de sobrevivência e construção de condições sociais e materiais da
vida em sociedade. Mas esta relação tem implicações muito mais profundas do que a mera
modificação objetiva. Partindo de uma perspectiva materialista-histórica, esta relação se dá em
caráter dialético, o que significa que, ao manipular e modificar a natureza, o homem também
modifica e cria a si mesmo, tornando-se produtor e produto de sua realidade social concreta.
11

Segundo a visão materialista, “as origens e o desenvolvimento de tudo o que existe


dependem da natureza e da 'matéria', ou seja, trata-se de um nível de realidade física que
independe do pensamento e é anterior a ele” (FOSTER, 2005, p. 14, grifos do autor),
fornecendo base essencial para uma concepção de liberdade humana em que o homem possui
capacidade de transformação ao manipular seu exterior através da atividade.
O materialismo de Marx era definido por este como pertencendo ao “processo da
história natural, enfatizando ao mesmo tempo o caráter dialético-relacional da história social e
a incrustação da sociedade humana na práxis social.” De acordo com ele,

Não é a unidade da humanidade viva e ativa com as condições naturais, inorgânicas,


da sua troca metabólica com a natureza, e daí sua apropriação da natureza, que requer
explicação ou é o resultado de um processo histórico, mas a separação entre as
condições inorgânicas da existência humana e esta existência ativa, uma separação
que só é completamente postulada na relação do trabalho assalariado com o capital.
(MARX, 1973 apud FOSTER, 2005, p. 13)

Com o desenvolvimento do capitalismo e da burguesia aliado à expansão da


propriedade privada, a ligação do homem com a natureza sofre mudanças significativas, com
implicações não só no estilo de vida do trabalhador rural, que se vê obrigado a migrar para as
cidades, mas também na compreensão do homem sobre si mesmo, enquanto membro
pertencente à comunidade dos sistemas vivos.
É na tentativa de compreender este momento de ruptura que Foster (2005) se propõe a
reconstituir o processo do pensamento materialista de Marx a fim de esclarecer as novas visões
da natureza que surgem do século XVII ao XIX, com o desenvolvimento do capitalismo
monopolista e da ciência positivista. Isto porque o impacto e as mudanças advindas do dito
“progresso” reverberaram não só na ascensão da economia capitalista, mas também
provocaram modificações na organização da vida do homem urbano, fomentando o
crescimento do paradigma cartesiano.
Fritjof Capra define em seu livro “A Teia da Vida” que um paradigma social seria “uma
constelação de concepções, de valores, de percepções e de práticas compartilhados por uma
comunidade, que dá forma a uma visão particular da realidade, a qual constitui a base da
maneira como a comunidade se organiza.” (CAPRA, 1997, p.25).
Este paradigma separatista é tratado por Capra (1997) como uma crise de percepção,
12

fruto da ruptura estrategicamente criada pela economia capitalista do camponês com a terra, e
de uma ciência que possui como método o pensamento analítico, que se restringe ao estudo dos
fenômenos medidos e quantificados. Concepção esta que modela a visão da sociedade
ocidental, em que se dissemina uma compreensão do universo material:

como um sistema mecânico composto de blocos de construção elementares, onde o


corpo humano é visto como uma máquina e a visão da vida em sociedade como uma
luta competitiva pela existência, com a crença no progresso material ilimitado, a ser
obtido por intermédio de crescimento econômico e tecnológico (CAPRA, 1997, p.
25).

resultando na superexploração tanto do trabalhador quanto da natureza em nome de um sistema


econômico de produção linear e exponencial, que prega um crescimento infinito ilusório que
desconsidera o caráter cíclico dos processos naturais, dando origem a comportamentos
ambientalmente disfuncionais4 a nível de sociedade, destruindo a natureza e os próprios
homens que dela dependem.

O trabalho é, antes de qualquer outra coisa, um processo entre o homem e a natureza,


um processo pelo qual o homem, através das suas próprias ações, medeia, regula e
controla o metabolismo entre ele e a natureza. Ele encara os materiais da natureza
como uma força da natureza. Ele põe em movimento suas forças naturais que
pertecem ao seu próprio corpo, aos braços, pernas, cabeças e mãos, a fim de apropriar
os materiais da natureza de uma forma adaptada às suas próprias necessidades.
Através deste movimento, ele atua sobre a natureza externa e a modifica, e assim
simultaneamente altera a sua própria natureza... Ele [o processo do trabalho] é a
condição universal da interação metabólica entre o homem e a natureza, a perpétua
condição da existência humana imposta pela natureza. (MARX, 1973 apud FOSTER,
2005, p. 221)

Para Marx, a apreensão e a manipulação do meio natural expressas na atividade do


trabalho são a base do social e da constituição humana, pois, de acordo com o caráter dialético
da realidade objetiva, ao mesmo tempo em que o homem modifica e transforma seu ambiente,
ele transforma a si mesmo, em um movimento constante de significação de si e do cotidiano.
Foster cita ainda a alegação de Hegel quanto aos problemas de cognição, que a seu ver
advinham da objetivação e alienação que separam os seres humanos do mundo exterior e que a
correção das nossas visões de mundo será estabelecida ao transformarmos o mundo e a nós
mesmos, configurando um processo de “contradição e transcendência, possibilitando o
4
Termo utilizado por Marco Aurélio Bilibio Carvalho em sua tese de doutorado de título “De Frente para o
Espelho: Ecopsicologia e Sustentabilidade” desenvolvida na UnB em setembro de 2013.
13

despojamento da alienação, o que constitui a essência da dialética.” (FOSTER, 2005, p.17).


Considerando o aspecto subjetivo destas implicações, Ciampa (1987-2005) discute
sobre o carácter dialético da constituição identitária como uma articulação entre indivíduo e
sociedade, afirmando que as identidades em seu conjunto refletem a estrutura social, ao mesmo
tempo em que possuem potencial para reagir sobre ela, conservando-a ou transformando-a.
Segundo ele, este processo de construção é atravessado por experiências de diferença e
igualdade, em que o sujeito se reconhece, ou não, na interação com outros indivíduos
pertencentes a determinado grupo ou se identifica com determinados padrões de
comportamento no âmbito social, movimento considerado como estágios de socialização e
individualização, qualificando a divisão entre uma identidade pessoal e uma identidade
coletiva. (CIAMPA, 1987 apud ALVES, 1997)
O homem já nasce numa realidade concreta dada e é nela que sua identidade se
desenvolve. Realidade esta que possui objetos e valores já estabelecidos, sendo que ao homem
apenas caberia incorporá-los num processo de interiorização do social e o reconhecimento
consciente do outro generalizado que possibilitará a internalização de regras sociais.

É na forma do outro generalizado que os processos sociais influenciam o


comportamento dos indivíduos neles envolvidos e que são executados, quer dizer que
é nessa forma que a comunidade exerce seu controle sobre o comportamento de seus
membros; porque é nessa forma que o processo entra como um fator determinante do
pensamento individual. Pelo pensamento abstrato o indivíduo assume para si a atitude
do outro generalizado, sem referência à expressão que esse outro generalizado possa
assumir para qualquer outro indivíduo particular; e pelo pensamento concreto assume
essa atitude em que é expressa nas atitudes para seu comportamento, por parte
daqueles outros indivíduos com quem está envolvido na situação ou no ato social.
Mas, unicamente adotando a atitude do outro generalizado para si, por uma dessas
maneiras, pode o indivíduo pensar, porque apenas assim pode se dar o pensamento.
(SASS, 2004, p.280 apud ALVES, 1997, p.6)

Sendo assim, identidade se reconhece também como articulação entre objetividade e


subjetividade, sendo que este processo de apropriação se dá principalmente pelas etapas de
socialização primária (família) e secundária (instituições), que são os primeiros grupos de
representação do social com os quais o sujeito tem contato e é através deles que são repassados
valores e comportamentos socialmente reproduzidos e aceitos. (CIAMPA, 1987-2005)
Após o surgimento da Revolução Industrial e sua forma estratificada de produção, como
exemplo de influência de socialização secundária na formação da identidade do homem pós-
moderno, o trabalhador além de se tornar alienado da terra, que é o meio de produção, matéria-
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prima sem a qual o capital não acontece, torna-se também alienado do processo produtivo
como um todo, sendo incentivado a se especializar em etapas específicas do processo e, como
consequência, torna-se cada vez mais distante do produto final, o que aumenta a dificuldade de
qualquer reconhecimento de si na atividade de produção.
Com isso, sem o reconhecimento de si com seu meio natural e sem o reconhecimento de
si na sua atividade/trabalho, o homem também se torna fragmentado, desenvolvendo-se como
portador de múltiplos papéis sociais representantes de políticas de identidades determinadas,
que, na grande maioria das vezes, possuem sentido regulatório. Isto porque, nesta configuração,
sugere-se que o reconhecimento social dos papéis “possibilita a identidade como uma forma de
se perceber como ser humano, através de identidades pressupostas pelo discurso social e pela
cultura”, que constitui seu significado através da atividade, a prática. (CIAMPA, 1987 apud
VISSOCI, 2015)
Dessa forma, reforçada por um discurso social de progresso que implicaria na ruptura
com o campo e na fragmentação da vida como reflexo da nova economia e cadeia de produção,
culturalmente e cientificamente essa reprodução da nova ordem social ocorre no sentido da
construção de uma identidade coletiva em que o homem se compreende à parte da natureza,
agora entendida como propriedade dos donos dos meios de produção, dando origem a políticas
de identidades que “são utilizadas de forma ideológica para a manutenção de uma determina
realidade instituída, não possibilitando a expressão da subjetividade individual.”
(GUARESCHI, 2000 apud VISSOCI, 2015)
A proposta de construção de uma EcoIdentidade se dá no sentido de configuração de
uma identidade política com potencial de superação desse paradigma impregnado na vida
cotidiana, favorecendo o processo de metamorfose e emancipação; política na medida em que
transpassa o que é estabelecido pela ordem vigente de concepção fragmentada/cartesiana de
realidade, constituindo-se a partir da perspectiva do pensamento sistêmico caracterizado como
uma forma de percepção que entende a vida como um movimento entre rede de relações,
interligadas e interdependentes. Neste sentido, ela favorece, citando as palavras de Ciampa
(2002 apud VISSOCI, 2015, p. 22),

[...] o enfrentamento da opressão da ordem sistêmica, direcionando o indivíduo para a


mudança ou transformações em si e no seu contexto a partir do equilíbrio das
desigualdades e das demandas grupais frente ao poder burocrático e/ou monetário,
direcionando para maior autonomia e movimentos emancipatórios.

Tendo em vista que esta concepção sugere a adoção de um novo paradigma, que pode
15

ser denominado como visão ecológica, baseada numa percepção ecológica profunda como base
filosófica, que “reconhece a interdependência fundamental de todos os fenômenos, e o fato de
que, enquanto indivíduos e sociedades, estamos todos encaixados nos processos cíclicos da
natureza (e, em última análise, somos dependentes desses processos).” (CAPRA, 1997, p.25).
O que implica uma reflexão sobre o próprio fenômeno da vida como um dos
pressupostos fundamentais de uma nova organização sustentável no que se refere aos processos
cíclicos dos fenômenos naturais, partindo do pressuposto de que para a compreensão da
interdependência de todos estes processos, para a configuração de uma EcoIdentidade, é
necessário fomentar questionamentos sobre todo um arsenal de práticas reproduzidas desde a
era industrial, que se caracterizam como comportamentos ambientalmente disfuncionais.

A origem de nosso dilema reside na nossa tendência para criar abstrações de objetos
separados, inclusive de um eu separado, e em seguida acreditar que elas pertencem a
uma realidade objetiva, que existe independentemente de nós. Para superar nossa
ansiedade cartesiana, precisamos pensar sistematicamente, mudando nosso foco
conceitual de objetos para relações. Somente então poderemos entender que a
identidade, a individualidade e a autonomia não implicam separatividade e
independência. (CAPRA, 1997, p. 230)

O que significa uma reconfiguração da percepção do paradigma cartesiano para o


paradigma sistêmico, das partes para o todo, um todo compreendido como muito mais do que a
mera soma de suas partes, mas sim como uma intrincada e complexa rede de relações, tratando
de níveis sistêmicos e que, portanto, trabalha apenas com conhecimento aproximado, pois
entende que as propriedades das partes apenas podem ser entendidas dentro do contexto do
todo maior, por isso, todo pensamento sistêmico é pensamento “contextual”, mudando o foco
de análise de um objeto para a compreensão de padrões de relações. (CAPRA, 1997, p.47)
Esta concepção, não-mecanicista e pós-cartesiana da vida, em nível social, possui como
meta o desenvolvimento de “uma visão ecológica revolucionária de suma importância para nós
hoje: a que associa a transformação social com a transformação da relação humana com a
natureza de modos que agora consideremos ecológicos”, o “tratamento cônscio e racional da
terra como propriedade comunal permanente” é “a condição inalienável para a existência e
reprodução da cadeia de gerações humanas.” (MARX, 1973 apud FOSTER, 2005, p. 13-231)
Proposição esta que determina consequentemente um redimensionamento de valores e
ética, agora ecocêntricos, haja vista o caráter de interdependência dos sistemas, assim, a
mudança se dá no sentido de integração, conservação e cooperação com as necessidades da
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comunidade, selando um comprometimento com a conservação ambiental como garantia de


existência para e (d)as próximas gerações.
Desse modo, a EcoIdentidade se define como resgate do reconhecimento da teia da
vida, do pensamento sistêmico, da compreensão do movimento de rede de relações, cada uma
com seu nível de complexidade, interdependentes e conectadas com todo o contexto e processo
da vida que possui uma lógica de organização integrada, com critérios fundamentais de
funcionamento integral, os quais entendo serem análogos ao sintagma concebido por Ciampa,
configurando uma identidade política de cunho transformador da realidade social concreta e
que possui potencial de sentido de uma realidade interna que se reconhece nos processos da
vida.

3 ANÁLISE

A identidade do homem como objeto de estudo da Psicologia Social é considerada


como articulação dialética entre homem-sociedade, sendo este homem histórico, tratado como
único animal passível de humanização através do processo de socialização que acontece pelas
suas relações familiares e sociais, grupos e instituições, sendo que o trabalho enquanto
atividade apresenta-se como um dos aspectos centrais deste processo.
De acordo com Ciampa (1987-2005), o fenômeno da identidade é entendido como
categoria psico-sócio-histórica, vista como uma totalidade que se forma e transforma pelas
relações sociais e institucionais, constituindo a sociedade e sendo por ela constituída, em um
constante movimento dialético; a socialização secundária é o processo no qual o indivíduo se
insere em setores do mundo objetivo da sociedade. É a partir da compreensão do sujeito
histórico, da reconstrução histórica, que se torna possível compreender “as interseções entre o
individual e o coletivo existentes em espaços e tempos diversos e as conexões e desconexões
que ocorrem nesse processo.” (PAULINO-PEREIRA, 2014, p. 58).
Este homem já nasce inserido numa realidade social concreta dada e é formado por uma
história que não é simplesmente apenas sua história particular enquanto indivíduo ou a história
específica de determinada sociedade a que ele pertence, mas refere-se também à história do
desenvolvimento de toda a raça humana, esta que, por consequência, está emaranhada ao
desenvolvimento da história natural.
Isto porque as condições necessárias à vida em sociedade dependem, como é dito por
17

Marx, da condição da interação metabólica entre homem e natureza, que é mediada pela
atividade do trabalho. Transformando a natureza de acordo com suas necessidades, o homem
também se torna produto e expressão de sua realidade social e de suas relações sociais.

o trabalho real é a apropriação da natureza para a satisfação das necessidades


humanas, a atividade através da qual o metabolismo entre o homem e a natureza é
mediado [...] pois a riqueza material, o mundo dos valores de uso, consiste
exclusivamente em materiais naturais modificados pelo trabalho (MARX, 1861-63
apud FOSTER, 2005, p. 222).

De acordo com Foster (2005, p. 200-204-220), “foi no Capital que a concepção


materialista de natureza de Marx alcançou plena integração com a sua concepção materialista
de história”, em que ele utiliza o conceito de metabolismo para ilustrar o processo do trabalho
como uma “mediação social” de interação sistêmica5 geral de relações e necessidades globais
de produção que são “prescritas pelas leis naturais da vida” e estão sujeitas a elas.
Metabólico porque é integrado e interdependente, assim como o homem precisa
manipular a natureza para satisfazer suas necessidades materiais e assim como a atividade se
configura como ação que denota sentido à vida humana e também é expressão da produção
subjetiva, delineia-se tanto através do pensamento dialético, descrito por Marx, como do
pensamento sistêmico, abordado por Capra, na medida em que ambos consideram o aspecto de
interação interdependente, em que o homem transforma a natureza e é também ao mesmo
tempo transformado e formado por ela e dela também pertencente, num processo que acontece
em rede de relações indissociáveis.
Segundo Ciampa (1989, p. 72), “não é possível dissociar o estudo do indivíduo do da
sociedade” assumindo que a configuração desta está relacionada com “as diferentes
configurações da ordem social”, em que a tendência geral do capitalismo, através das relações
de trabalho, “é constituir o homem como mero suporte do capital, que o determina, negando-o
enquanto homem, já que se torna algo coisificado”, influência da objetivação da produção
capitalista, que se apropria da natureza e também do trabalhador, dando origem a um homem
fragmentado e alienado de seu potencial transformador social e subjetivo.
Capra (1997) discorre sobre uma crise de percepção vivida pelo homem pós-moderno
causada pela adoção de um paradigma obsoleto, o paradigma cartesiano, fomentado desde a era
industrial, disseminado através dos modos de produção e também pela ciência, que consiste
num conjunto de ideias e valores que pregam uma visão mecanicista do mundo e da vida.

5
Referência ao pensamento sistêmico, abordado por Fritjof Capra em seu livro A Teia da Vida, 1997.
18

Levando em consideração que as condições naturais da vida são parte da história e da


existência humana e que o homem se humaniza através da internalização da relação metabólica
entre ele e seu meio natural, de forma objetiva a priori, acredito que a etapa de alterização e
posterior individualização, como movimento constitutivo do processo identitário em busca de
metamorfose e emancipação, apenas se torna possível se resgatado o reconhecimento de si,
subjetivamente, no movimento e processos da própria vida, dos sistemas vivos, que se resume
na proposta de Fritjof Capra (1997) do pensamento sistêmico.
Pensamento este que também é dialético, pois considera o caráter de interdependência
das relações, discorrendo sobre padrões estruturais, que se modificam de acordo com a
complexidade do nível sistêmico, ampliando de modo que consideremos também a natureza
como aspecto fundamental para compreensão de nossa sociedade atual, que envolve desde
nossos hábitos de consumo inconsciente, no sentido da não consideração da exploração dos
meios de produção, até comportamentos ambientalmente disfuncionais, moldados pela
economia capitalista, que engendram problemáticas cíclicas de destruição e poluição que
colocam em risco a própria manutenção da espécie humana.
É em decorrência das condições de produção do capital que se cria uma falha
metabólica6 na interação homem-natureza, descrita por Marx e traduzida pelo antagonismo
entre cidade e campo, entre seres humanos e a terra, e na forma estratificada de trabalho, que
resulta, como consequência, na superexploração tanto da natureza como do trabalhador, como
“precondição histórica do modo de produção capitalista” e sua “fundação permanente”.
(MARX, 1974-1981 apud FOSTER, 2012, p. 88)
Partindo do pressuposto de que é apenas quando o homem reflete sobre as contradições
e as atividades desempenhadas na produção da vida material que se constrói um avanço na
conscientização do cotidiano e de si, assumo ser de suma importância o reconhecimento da
investigação da relação metabólica entre o homem e natureza como aspecto central para a
construção de uma identidade política, uma EcoIdentidade, de cunho transformador da
realidade social concreta e subjetiva. (PAULINO-PEREIRA, 2014, p.59)
O próprio processo de constituição da identidade remete a um projeto político na
medida em que ela é ao mesmo tempo objetividade e subjetividade, o que significa que mesmo
determinada pelo meio social ela também possui o caráter de movimento, pois, assim como
historicamente o contexto sofre mudanças quanto à ordem, a identidade também se faz no
desenvolvimento do concreto quando o sujeito internaliza idiossincraticamente as condições

6
Termo utilizado por Marx (apud FOSTER, 2005).
19

sociais a que está sujeito, num projeto de coexistência com outros, como realização de um vir-
a-ser, definindo-se também como metamorfose constante rumo à emancipação. (HABERMAN;
CIAMPA, 1991 apud ÉSTHER, 2014, p. 2).
Assim como o estudo do homem não pode ser feito de forma dissociada do estudo da
sociedade, o estudo da sociedade não pode ser feito de modo amplo e esclarecedor sem o
estudo da relação sociedade-natureza, pois, sem a segunda, a primeira não existiria, já que as
condições materiais da vida social dependem desta relação metabólica.
Para Lane, “apenas quando o ser humano for capaz de encontrar as razões históricas da
sociedade e do grupo social que explicam porque o mesmo age desta forma e como o faz, é que
ele estará desenvolvendo a consciência de si mesmo.” (LANE, 1984/1999 apud PAULINO-
PEREIRA, 2014, p. 60).
Assumo aqui que uma das razões históricas de nível superestrutural da sociedade seja a
falha articulada pelo capital na interação homem-natureza, reproduzido, a nível ideológico,
através de políticas de identidade, a compreensão de um homem alienado de seu meio natural,
e que apenas quando este metabolismo for revisto e considerado como uma das razões do
comportamento ambientalmente disfuncional exercido pelo homem pós-moderno, é que o ser
humano poderá atingir a consciência de si mesmo e “dos conflitos existentes no plano da
produção de sua vida material.” (LANE, 1983, p.41).

A análise ideológica é fundamental para o conhecimento psicossocial pelo fato de ela


determinar e ser determinada pelos comportamentos sociais do indivíduo e pela rede
de relações sociais que, por sua vez, constituem o próprio indivíduo. Neste sentido,
podemos entender como é que no plano ideológico, o indivíduo pode se tomar
consciente ao detectar as contradições entre as representações e suas atividades
desempenhadas na produção de sua vida material. (LANE, 1983, p.41)

Segundo uma concepção sócio-histórica do homem, a identidade, como é dita por


Ciampa (1987), precisa ser investigada como um produto e como tal é fruto de um processo de
produção, formada pela história social que também é natural e transmitida através da
socialização. Esta que delimita políticas de identidade que cristalizam uma identidade coletiva
em que o homem se reconhece à parte da natureza, e superior a ela, a fim de a manipular,
objetivamente, sem muita reflexão sobre sua atividade para que as relações de produção do
capital se reproduzam sem grandes alterações. (PAULINO-PEREIRA, 2014)

As políticas de identidade buscam normalizar ou homogeneizar uma coletividade,


levando-a a fazer com que seus membros compartilhem significados que são
20

considerados relevantes para dar sentido à atividade de cada um. Assim, uma
identidade coletiva pode ser considerada como um conjunto de significados
compartilhados por muitas pessoas que interfere de modo significativo na formação
pessoal de cada um. (ÉSTHER, 2014, p. 3)

Tendência esta advinda do paradigma cartesiano, originário das condições articuladas


pelo processo de produção da economia capitalista e reproduzido na vida cotidiana e
posteriormente desenvolvido pela ciência, atravessando o modo de configuração da atividade
do trabalho, fragmentado, em que o homem se vê cada vez mais distante dos meios de
produção e também do produto por ele criado, tendo contato com etapas pontuais, específicas
do processo de produção, o que o faz alienar-se de si, na medida em que a atividade do trabalho
é, ao mesmo tempo, produção objetiva e expressão subjetiva; comportamento que também
perpassa as relações interpessoais e sociais, disseminando uma compreensão mecanicista da
vida, dificultando ou até impedindo a metamorfose como movimento natural da identidade.
Tendo em vista que é na atividade social do trabalho que ocorre a objetivação do
homem e da natureza, e que podemos observar a característica de materialidade do processo
identitário, entendo que é também através dele que é possível reconhecer os efeitos da
dominação ideológica do capital na vida cotidiana e na compreensão do homem sobre si
mesmo como portador de representações fragmentadas, expressas em políticas de identidade
que o alienam de seu potencial de tornar-se sujeito propriamente, pregando um conjunto de
valores que correspondem a uma identidade coletiva dissociada da natureza, imposta pela
ordem do contexto vigente, que muitas vezes o impede de reconhecer-se metamorfose, como
movimento natural da própria vida, a fim de que se mantenham as relações de produção.
(CARONE, s/d apud MIRANDA, 2014)
Assim como o homem é matéria e suas células estão constantemente morrendo e se
renovando, num infindável processo de transformação, isso também ocorre com o processo
identitário, como explica Ciampa:

A multiplicidade das determinações sociais se reflete nas representações individuais


do sujeito, ao mesmo tempo em que ele transforma o meio e luta para se alterizar,
modificando seu entorno (…). Morte-e-vida: é a metamorfose como possibilidade,
como realidade de potência transformação significativa e qualitativa, na qual seja
possível a conscientização e os questionamentos acerca das condições limites de sua
existência histórica. (CIAMPA, 1987 apud MIRANDA, 2014, p. 5)

Através da construção de uma identidade que também é ecológica, ou seja, uma


21

EcoIdentidade, a compreensão sistêmica da vida e de seus processos mediante uma perspectiva


ecológica profunda (CAPRA, 1997) produz o reconhecimento deste movimento morte-e-vida
como um dos padrões da própria vida, assim como se torna possível a constatação do sintagma
proposto por Ciampa (1987) da identidade como metamorfose em busca de emancipação como
um dos critérios fundamentais de manutenção de todo e qualquer sistema vivo, considerando
aqui a sociedade e as identidades que a compõem e são por ela compostas, como mais um
padrão estrutural de um sistema que não escapa dessa lógica.
O que implica um nível de consciência social em que o indivíduo compreende a si
mesmo como humano e, enquanto tal, fruto da interação histórica com a natureza, através de
sua atividade, e também pertencente aos processos naturais que validam o sintagma descrito
por Ciampa (1987) da identidade como metamorfose em busca de emancipação como padrão
de organização da vida. (LANE, 1983, p.42; CAPRA, 1997, p. 136)
Isto porque, no pensamento sistêmico, os fenômenos são entendidos como um padrão
de rede de relações integradas que funcionam com base em três critérios fundamentais que se
estendem a todo sistema vivo, sendo eles: “padrão de organização, a configuração de relações
que determina as características essenciais do sistema; estrutura, a incorporação física do
padrão de organização do sistema; e processo vital, a atividade envolvida na incorporação
contínua do padrão de organização do sistema”; critérios estes, que quando aplicados em nível
de sociedade ideologicamente capitalista, de acordo com o descrito por Ciampa e o que foi
desenvolvido até aqui, podem ser comparados à alienação do elo mais fundamental, que é a
interação homem-natureza, a políticas de identidade que têm por objetivo manter as relações de
produção capitalista, e ao modo de organização do trabalho estratificado, respectivamente.
(CAPRA, 1997, p. 135)
Diante do que foi exposto, parto aqui do pressuposto de que é a partir do resgate da
história da interação metabólica entre homem-natureza, sendo este homem representante do
social, que se torna possível a superação da alienação imposta pelo modo de produção
capitalista e do pensamento cartesiano que é por ele reproduzido, criando novas possibilidades
de identidade e conscientização e tornando possível ao homem o reconhecimento de si também
nos processos e ciclos da natureza, compartilhando novos valores e nova ética, agora
ecocentrados e comprometidos com a manutenção sustentável do meio natural para a
conservação da espécie e das novas gerações.
22

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Partindo das categorias básicas de análise da Psicologia Social Crítica latino-americana,


sendo elas: atividade, consciência, identidade e emoções, é aqui proposta a articulação
sistêmica entre estas, no sentido de integração das redes de relações com padrões de
desenvolvimento, em que a Identidade é síntese e interdependência dos quatro aspectos e a
visão ecológica é compreendida como ampliação do sintagma proposto por Ciampa de
Identidade como Metamorfose em busca de Emancipação.
O indivíduo, como ser histórico-social, humanizável através de suas relações com o
meio e com os outros, possui na atividade a coexistência da possibilidade de autonomia e
consequente conscientização de si, configurando o processo de individualização, ao mesmo
tempo em que está sujeito, através dela, à alienação e à reprodução ideológica da ordem
capitalista vigente, visto que com a divisão do trabalho se fomenta a dialética de união-
separação, a primeira necessária pelo produto de sua atividade, que permite sua sobrevivência,
e, a segunda, que implica uma fragmentação, por uma questão de competências, além de
obrigá-lo a um “afastamento” da natureza concretizado por um poder de modificação cada vez
maior sobre esta. (LANE; CODO, 1986)
Esta relação indíviduo-sociedade, portanto, é atravessada pela relação homem-homem e
homem-natureza, na medida em que o sujeito passa por um processo de socialização num
projeto em conjunto com outros e também é constituído pela sua relação prática com a
natureza, através de sua atividade, movimento este fundamental para sua conscientização e/ou
alienação, que se estabelece de acordo com o grau de autonomia do sujeito referente à reflexão
das contradições “existentes no plano de sua vida material”, reproduzidas pela ideologia
presente em atividades superestruturais da sociedade. (LANE, 1986, p. 40- 41)
O racionalismo ocidental, impregnado pelo pensamento cartesiano, fez com que a
capacidade humana de abstração resultasse na criação de uma cisão do elo mais fundamental
entre homem e natureza, entre objetividade e subjetividade, dando forma à ideia de um mundo
pré-dado e independente, primordial para o desenvolvimento do sistema econômico capitalista,
“que nos tem levado a tratar o meio ambiente natural como se consistisse em partes separadas a
serem exploradas comercialmente por diferentes grupos”, instituindo uma concepção de
progresso que, na verdade, torna-se uma perigosa ameaça à vida em geral. (CAPRA, 1997, p.
230; CIAMPA, 1997, mimeo.)
A ciência e a tecnologia têm se desenvolvido hoje, cada vez mais, como meios
23

regulatórios de controle da natureza e da sociedade, estimulando um aumento da tensão “entre


progresso e desenvolvimento, de um lado, e opressão e exploração, de outro”, o que resulta na
superexploração do homem e da natureza. Isto porque estão a serviço da hegemonia e
manutenção da organização do sistema capitalista, negligenciando a relevância da interação
metabólica do homem com seu meio natural e a característica cíclica dos sistemas vivos.

Nós percebemos diarimente que as forças produtivas transformam-se em forças


destrutivas e que a capacidade de planejamento transforma-se em potencial
desagregador. São movimentos que transformam “autonomia em dependência,
emancipação em opressão, racionalidade em irracionalidade.” (HABERMANS, 1987,
p. 105 apud CIAMPA, 1997, mimeo, grifos do autor)

A Identidade então é formulada como uma questão política, uma vez que o homem é
histórico e, como tal, é produto do desenvolvimento de toda a espécie que está intrincada com
o desenvolvimento do concreto, que, por sua vez, trata-se da relação estabelecida com o meio
natural através da atividade (trabalho), em um progressivo e infindável movimento do vir-a-ser
humano, “que se dá sempre como superação das limitações das condições objetivas existentes”
em busca de “uma utopia emancipatória que surge, seja como meta visada, seja como falta
sentida.” (CIAMPA, 1997, mimeo).
A construção de uma EcoIdentidade configura-se como identidade política de cunho
transformador, tendo em vista que propõe o resgate do reconhecimento do homem dos
processos naturais, recuperando nossa experiência de conexidade com a teia da vida,
produzindo novos sentidos de vida, baseados na construção e nutrição de comunidades
sustentáveis, o que significa que para isso se torna necessária uma educação ecológica,
chamada por Capra de alfabetização ecológica, por meio da qual, a partir da compreensão dos
princípios de organização de ecossistemas, podemos conseguir estabelecer a satisfação das
nossas aspirações e necessidades enquanto espécie, sem diminuir as chances das gerações
futuras. (CAPRA, 1997, p. 231)
Tal construção permite que o sujeito identifique-se em sua particularidade com o
humano-genérico e com a história natural, remetendo à pertinência não a um grupo de
“personagem coletiva” determinada, mas como membro da espécie humana e, enquanto tal,
produto do desenvolvimento de toda a teia da vida; o homem enquanto totalidade, o que fará
com que haja um avanço no processo de conscientização, já que supõe uma reflexão sobre as
contradições impostas pela ideologia dominante de separação cartesiana através de
questionamentos que se estabelecem em confronto direto com a realidade objetiva. (HELLER,
24

1989; CIAMPA, mimeo; LANE, 1986)


No pensamento sistêmico, os ecossistemas são entendidos como redes de relações de
padrão autopoiético de estruturas dissipativas com potencial de “autocriação”, estabelecendo
um processo de produção de componentes através de laços catalíticos de realimentação e
autoamplificação que auxiliam o sistema a alcançar um limiar de estabilidade, chamado de
“ponto de bifurcação”, em que podem surgir novas formas de organização espontânea,
dependentes de movimentos anteriores do sistema, geralmente imprevisíveis, estimulando o
desenvolvimento e a evolução da rede. (CAPRA, 1997)
Estas características, a nível social, remetem-nos à discussão feita tanto sobre o caráter
emancipatório e de metamorfose da identidade, concebido no sintagma de Ciampa, quanto
reiteram fenômenos como o de autonomia e de conscientização (LANE, 1986), que, neste
nível, são amplificados, além de tratarem também da compreensão de uma identidade política,
já que citam a função de autocriação e transformação de outros componentes da rede ilustrada
pela busca de alterização e individualização.
Já o critério da estrutura dissipativa reitera fenômenos como o do caráter objetivo e
subjetivo da constituição identitária quando aponta a questão da abertura do sistema quanto à
troca com o meio externo ao mesmo tempo em que há autonomia quanto às possíveis
alterações que esta interação possa causar, e quando acontece do sistema ser levado até um
nível de instabilidade, denominado ponto de bifurcação, surgem assim novas possibilidades de
configuração, que dependem da história anterior do sistema, implicando novamente na
característica de metamorfose presente no processo de construção da identidade, citada por
Ciampa.
Para uma alfabetização ecológica, além de nos basearmos no entendimento do padrão
de organização dos sistemas vivos, são também adotados alguns princípios básicos da ecologia,
os quais são utilizados como diretrizes na construção de comunidades humanas sustentáveis,
que são eles: a interdependência, o fluxo cíclico de recursos, a cooperação, a parceria, a
flexibilidade e a diversidade.
Aqui podemos notar a incompatibilidade da economia capitalista com os princípios
ecológicos. Enquanto a primeira enfatiza aspectos como a competição, a expansão e a
dominação como sua própria fundação, características estas presentes na vida cotidiana, como
na divisão do trabalho e na questão do poder presente nas relações sociais e na relação do
homem com seu meio natural, os princípios ecológicos pregam pensamento e valores
integrativos, baseados na conservação, cooperação, qualidade e parceria, pois compreendem o
25

caráter interdependente de todos os fenômenos, em que o sucesso e a continuidade da


comunidade como um todo dependem do sucesso de cada um de seus membros, sendo a
flexibilidade e a diversidade, tão rechaçadas em nossa sociedade hoje, características
fundamentais para a sobrevivência e a manutenção do sistema. (CAPRA, 1997)
Sendo assim, a alfabetização ecológica para a construção de uma EcoIdentidade implica
no reconhecimento do sintagma concebido por Ciampa como pensamento sistêmico, na medida
em que o pensamento sistêmico também se constitui como pensamento dialético, assimilando o
movimento de metamorfose em suas múltiplas possibilidades com a diversidade de contextos
sociais que sempre apresentarão brechas para desenvolvimentos emancipatórios de
individualização a partir da consciência do caráter histórico, interrelacional do sujeito com seu
meio e com outros, através do despojamento de políticas de identidade reprodutoras da
ideologia vigente, e rumo à evolução de uma identidade política ecológica que tenha como
próprio fundamento a transformação de nossas formas de organização obsoleta destrutivista em
busca da formação de novas formas e sentidos de vida, sustentáveis com os sistemas vivos que
nos nutrem e nos constituem enquanto seres humanos.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base epistemológica no materialismo histórico dialético, a investigação em busca


da constituição de uma EcoIdentidade passa pela análise histórica da maneira como foi
estabelecida a relação do homem com a natureza mediada pela atividade, o trabalho, e como a
organização e a divisão desta categoria fundamental influenciou a compreensão do homem
sobre si quanto à sua posição na teia da vida, partindo do pressuposto de que o homem se
constitui através de sua relação objetiva, na manipulação e no desenvolvimento do concreto,
humanizando-se neste processo pelo movimento de socialização, inserindo-se na realidade
cotidiana, sendo que sua subsistência depende de seu contato direto com a natureza,
modificando-a de acordo com suas necessidades e transformando-se subjetivamente por
intermédio desta relação.
Por isso, entendo aqui que o resgate do desencadear desta interação metabólica oferece
uma explicação quanto à razão histórica de comportamentos ambientalmente disfuncionais,
articulados pela economia capitalista, e engendrados por políticas de identidade de objetivo
regulatório, configurando-se uma possibilidade de conscientização.
26

Isto porque, a partir da reflexão sobre estes atravessamentos, torna-se claro o caráter de
interdependência do homem ao seu meio natural e que a falha deste metabolismo é estruturada
devido a interesses econômicos e de controle social, impedindo o homem de sua autonomia e
consciência quanto à produção objetiva e subjetiva advinda desta relação, alienando-o de seu
potencial de transformação.
A proposta de uma EcoIdentidade é apresentada, portanto, como uma possibilidade de
resgate do reconhecimento do homem enquanto membro pertencente à teia da vida, em que a
diversidade e a flexibilidade como princípios ecológicos se articulam com o caráter da
multiplicidade e mutabilidade próprios da Identidade enquanto Metamorfose e Emancipação,
considerando o pensamento sistêmico como uma concepção na qual é contemplado o método
de investigação dialético, já que compreende os sistemas como rede de relações indissociáveis,
assim como se estabelece o processo identitário concebido por Ciampa, constituído por rede de
relações sociais e institucionais, desenvolvido historicamente, em um constante movimento de
devir-a-ser.
Todo o contexto traçado até aqui busca mostrar a imprescendência da recapitulação
histórica da relação e contato do homem com a natureza para que surjam possibilidades de
autonomia e consequente conscientização do mesmo sobre si mesmo a fim de que se torne
concebível um contexto no qual o sujeito se emancipe, reconhecendo-se como metamorfose no
resgate de sua pertinência a teia da vida.
Concluindo, julgo que tanto o método dialético quanto o pensamento sistêmico
auxiliaram na fundamentação teórica do trabalho, trazendo elementos primordiais para o
desenvolvimento deste e o consequente atingimento dos objetivos iniciais propostos por meio
do materialismo-histórico, que permitiu contextualizar a relação homem-natureza a partir da
qual o homem se constitui e os princípios ecológicos que oferecem uma nova perspectiva de
organização dos sistemas humanos, assim como acredito que o objeto de pesquisa, a
EcoIdentidade, possui um amplo espectro de investigação ainda a ser explorado, facilitando a
expansão da área de atuação da Psicologia e construindo novas formas de compreensão do
homem e da abordagem terapêutica, contribuindo para uma vivência mais harmônica com
nosso meio.

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