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UNIVERSIDADE DE LISBOA
FARMÁCIA GALÉNICA
Aulas Laboratoriais
2019/20
Docentes:
Luís Pleno de Gouveia (Responsável)
António J. Almeida
Paulo J. Salústio
Eduardo Faustino
José Matos
Farmácia Galénica. Aulas Laboratoriais 2019/20
AULAS LABORATORIAIS
1 Âmbito e Objectivos
O principal objectivo das aulas laboratoriais de Farmácia Galénica é proporcionar
aos alunos uma formação prática na preparação de medicamentos à escala labora-
torial. Deste modo, o programa incide sobre a formulação de formas farmacêuticas
magistrais e oficinais, isto é, medicamentos manipulados. Para além da aplicabili-
dade prática dos conhecimentos leccionados, estes servirão de base para a poste-
rior aprendizagem dos processos industriais de preparação de medicamentos que
terá lugar nas disciplinas de Tecnologia Farmacêutica. Ao efectuar a escolha das
preparações a realizar no laboratório, procura-se mostrar aos alunos, sempre que
possível, exemplos de preparações actuais correntemente prescritas e solicitadas
nas farmácias e hospitais sem, contudo, descurar o interesse prático e a evolução
de muitas das operações farmacêuticas actualmente praticadas.
Em casos considerados relevantes, as aulas de preparação de fórmulas magistrais
e oficinais são precedidas por aulas que abordam os fundamentos em que se ba-
seia a respectiva formulação. Os diversos aspectos cobertos pela matéria lecciona-
da incluem a avaliação inicial das matérias-primas, a investigação de algumas das
propriedades físico-químicas relevantes para a formulação e avaliação das
formulações durante e após a produção. A Farmacopeia Portuguesa (FP), a
Farmacopeia Europeia (Ph.Eur) e o Formulário Galénico Português (FGP) são os
documentos base para o trabalho laboratorial, não só como fonte de informação,
mas também sob a perspectiva pedagógica da sua importância na actividade
farmacêutica.
2.1 Introdução
Todas estas vantagens indicam uma utilidade real e prática para estes
medicamentos, que não são menos importantes do que qualquer especialidade
farmacêutica.
De facto, a legislação (Dec.-Lei nº176/2006; Dec.-Lei nº20/2013 e Dec.-Lei
nº90/2004) define em pé de igualdade:
2.2.1 Documentação
Para além do exposto nas alíneas a) a f) anteriores, a aplicação de normas de
boas práticas de fabrico, nos mais diversos ramos de actividade, implica geral-
mente a implementação de sistemas de registo e documentação. Este constitui
uma parte essencial de qualquer sistema de garantia de qualidade, permitindo
evitar erros, que possam advir de uma má comunicação oral, e estabelecer, com
segurança, a história de um medicamento.
Tal como na indústria farmacêutica, é fundamental que as especificações, a
fórmula de fabrico, as instruções, os procedimentos e os registos sejam escritos
de forma clara e isentos de erros. Vários autores propõem o estabelecimento de
registos de fabrico de manipulados com base em simples fichas de produção,
onde se descrevem todos os passos de preparação e todas as observações julga-
das pertinentes para a execução desta tarefa. A legislação nacional tornou
obrigatória a sua implementação (Portaria nº 594/2004), sendo encontrados
diversos modelos destas fichas na literatura, designadamente no FGP.
1. Fórmula
Mentol 0,3 g
Cânfora 0,6 g
Óxido de zinco 4,5 g
Amido 12,0 g
Talco q.b.p 30,0 g
2. Modo de Preparação
Todos os constituintes devem ser reduzidos a pó fino, sendo imprescindível que o
amido e o óxido de zinco sejam passados por um tamis nº 125 (FP 9).
Misturar, em almofariz, a cânfora e o mentol, e adicionar, a pouco e pouco, os restantes
componentes.
Passar por um tamis nº 180.
4. Acção Farmacológica
Apresenta propriedades sicativas, adstringentes e refrescantes. Antipruriginoso.
5. Documentação a apresentar
• Fluxograma da preparação laboratorial do medicamento
• Ficha de preparação, incluindo cópia de rótulo
6. Bibliografia
• Farmacopeia Portuguesa 9 (2009). INFARMED – Ministério da Saúde, Lisboa.
• Prista L et al (2008). Tecnologia Farmacêutica. Fundação Calouste Gulbenkian,
Lisboa.
Nota: Fórmula oficinal de um pó para uso externo, proposta pelo FGN. As misturas de pós para
uso externo são normalmente embaladas em caixas e os de uso interno em papéis, carteiras ou
saquetas.
1. Fundamento
Trata-se de um pó destinado a provocar efervescência quando adicionado a água.
2. Fórmula
3. Modo de Preparação
Secar as substâncias separadamente e misturá-las por trituração. A temperatura de
secagem d a s m a t é r i a s - p r i m a s não deverá exceder 50oC, devido ao facto de o
bicarbonato de sódio ser instável acima dessa temperatura.
É aconselhável que o grau de divisão não ultrapasse o do tamis nº 250 (FP), ou
equivalente.
4. Controlo da Qualidade
• Determinar a quantidade dispensada; calcular o rendimento, isto é, a quantidade
efectiva de pó dispensado relativamente à quantidade solicitada
• Verificar a efervescência do pó preparado após a preparação.
5. Acção Farmacológica
É um pó digestivo e/ou laxativo semelhante aos vulgares sais de fruto.
O dióxido de carbono libertado tem uma função calmante sobre a mucosa gástrica.
6. Documentação a apresentar
• Fluxograma da preparação laboratorial do medicamento
• Ficha de preparação, incluindo cópia de rótulo
7. Bibliografia
• Farmacopeia Portuguesa 9 (2009). INFARMED – Ministério da Saúde, Lisboa.
• Prista L et al (2008). Tecnologia Farmacêutica. Fundação Calouste Gulbenkian. Lisboa.
1. Fundamento
Trata-se de uma fórmula magistral preparada a partir de uma especialidade farma-
cêutica. Pretende-se obter uma diluição do fenobarbital que permita a utilização deste
fármaco na população pediátrica, evitando-se a pesagem de quantidades muito pequenas.
2. Fórmula
Fenobarbital x mg
Amido q.b.p. 200 mg
Em um papel nº 10 iguais
3. Modo de Preparação
• Em almofariz de vidro, reduzir a pó o número de comprimidos necessário.
• Calcular a quantidade de amido necessário para a preparação de 10 papéis.
5. Acção Farmacológica
Hipnótico, sedativo.
6. Documentação a apresentar
• Fluxograma da preparação laboratorial do medicamento
• Ficha de preparação incluindo cópia de rótulo
7. Bibliografia
• Farmacopeia Portuguesa 9 (2009). INFARMED – Ministério da Saúde, Lisboa.
• Lupi Nogueira A (1987). Formulação em Pediatria. Edição do Laboratório Militar de
Produtos Químicos e Farmacêuticos, Lisboa.
• Prista L et al (2008). Tecnologia Farmacêutica. Fundação Calouste Gulbenkian. Lisboa.
1. Introdução
Para preparar um álcool de uma determinada graduação é necessário, antes de mais,
saber o grau alcoólico do álcool de que dispomos, para depois ser diluído. Para tal, utiliza-
se o Alcoómetro Centesimal de Gay-Lussac, o qual é um instrumento destinado a
determinar o grau alcoólico ou ‘força real’ das misturas de água e etanol. Está graduado
de modo a indicar directamente o número de volumes de álcool etílico absoluto contidos
em 100 volumes de uma mistura exclusivamente formada por etanol e água. Trata-se, na
realidade, de um densímetro (Fig. 2a).
A 15 ºC e em álcool absoluto, o alcoómetro mergulha quase completamente no líquido e
o afloramento à superfície deste tem lugar na extremidade superior de haste,
correspondendo a 100° (não confundir Graus Alcoólicos, representados apenas por o,
com Graus Celsius representados por ºC). O zero da escala encontra-se na base da haste
e corresponde à água pura, também a 15 ºC.
É sabido que as misturas álcool/água se contraem quando estas substâncias se
dissolvem reciprocamente, e que esta contracção varia segundo a proporção dos líquidos
misturados. Por isso, as divisões da escala do alcoómetro centesimal não são
equidistantes nem regulares quanto às variações dos seus intervalos.
A tabela VII da FP IV (pp. 723) apresenta as quantidades, em peso, de álcool e de água
para obter a mistura de grau conveniente. Nela encontram-se as relações entre os graus
do alcoómetro (isto é, o número de volumes de etanol contidos em 100 volumes da mistura
hidroalcoólica) a 15 ºC e o peso de etanol e água contidos em 100 partes da mistura. Esta
tabela pode também ser consultada no FGP (Cap. 4, Tabela II).
Actualmente, na Ph.Eur. e na FP 9, a concentração das soluções etanol-água é expressa
em % (V/V), sendo, também, reportada a densidade correspondente, determinada a
20 ºC, o que torna possível uma determinação alcoométrica com alcoómetros de Gay-
Lussac, calibrados a esta temperatura.
Finalmente, importa referir que o alcoómetro de Gay-Lussac consta da lista de
equipamento mínimo obrigatório que permite a realização das operações de preparação,
acondicionamento e controlo de medicamentos manipulados na farmácia de oficina
(comunitária) e hospitalar1.
2. Procedimento
1. Colocar a solução alcoólica numa proveta larga, até 5 cm do bocal.
2. Mergulhar o termómetro e fixá-lo no bordo da proveta com o auxílio de um gancho.
Medir e anotar a temperatura. Antes de o introduzir no líquido, deve certificar-se de
que ele se encontra limpo. Caso seja necessário proceda à sua lavagem.
3. Mergulhar, com cuidado, o alcoómetro na proveta. Esta operação deve ser feita
cautelosamente, para que o alcoómetro não bata no fundo da proveta, e a sua subida
deve ser acompanhada, com a mão, de modo a evitar a sua projecção, caso se trate de
uma solução de muito baixo grau alcoólico.
4. Depois de se certificar que o alcoómetro pode flutuar, imprima-lhe um ligeiro movi-
mento de rotação para que ele flutue livremente. Quando o alcoómetro ficar imóvel,
a b
5. Se a temperatura lida e anotada for igual a 15 ºC, o valor lido no alcoómetro correspon-
derá à percentagem real, em volume, de álcool absoluto na mistura. No entanto, se a
temperatura for superior a 15 ºC, a densidade do líquido, sendo menor, permitirá uma
maior penetração do densímetro. Neste caso, o ponto de afloramento situar-se-á mais
acima e a graduação alcoólica indicada (aparente) será superior ao seu valor real. A
situação inversa terá lugar se a temperatura for inferior a 15 ºC.
Torna-se, assim, necessário corrigir, de acordo com a temperatura registada, as
leituras efectuadas com o alcoómetro, ou seja, transformar os valores aparentes em
valores reais. Para esse efeito, aplicar as fórmulas de correcção que constam na Tabela
VIII da FP IV (pp. 725-726).
3. Notas
● Ter presente que a graduação do alcoómetro de Gay-Lussac se reportam a volumes.
● A tabela VII da FP IV indica a massa de água e de álcool de determinada graduação
para obter 1000 g de mistura hidroalcoólica de uma graduação inferior pretendida.
5. Exemplo de Preparação
É-nos solicitada a preparação de 500 g de álcool de 65°, a partir de um álcool em frasco
rotulado ‘Álcool a 90°’.
Temos de conhecer a graduação exacta do álcool que possuímos. Para isso usamos a
fórmula abaixo:
Grau(a 15°) = GLeit + (15°C - TLeit) x
na qual GLeit e TLeit são, respectivamente, a graduação indicada pelo alcoómetro e a
temperatura indicada pelo termómetro. é o factor de correcção (Tabela VIII)
Por exemplo, se a temperatura do álcool (medida com um termómetro) for 18ºC e a leitura
no alcoómetro for 89°, então pela Tabela VIII: =0,36 e teremos:
Grau(a 15°) = 89o + (15 oC - 18 oC) x 0,36 = 87,9o
Este valor não existe na Tabela VII e há que fazer uma aproximação tendo em consi-
deração os valores imediatamente superior e inferior (85 e 90, no presente exemplo).
Assim, a tabela indica-nos que é necessário misturar as seguintes quantidades para
preparar 1000 g de álcool de 65o:
Por exemplo:
Temperatura = 21°C, Leitura do alcoómetro (a 21ºC) = 68o
Leitura corrigida (para 15 ºC) = 68o +(15 ºC – 21ºC) * 0,39 = 65,7o
6. Documentação a apresentar
• Fluxograma da preparação laboratorial do medicamento.
• Ficha de preparação, incluindo cópia de rótulo.
7. Bibliografia
• Farmacopeia Portuguesa 9 (2009). INFARMED – Ministério da Saúde, Lisboa.
• Formulário Galénico Português (2001). CETMED/ANF, Lisboa.
• Marques Leal A (1999). O álcool a 96% da Farmacopeia e o álcool “destinado a fins
sanitários”.
• CEDIME Informação. Nº 56 (Nov.-Dez.), pp. 2.
1. Fórmula
Iodo 1,0 g
Iodeto de potássio 2,0 g
Água purificada 27,0 g
Álcool a 96% (v/v) q.b.p. 100 ml
2. Modo de Preparação
Siga a monografia FGP A.I.10.
3. Nota
O iodo deve ser pesado em vidro de relógio, utilizando uma espátula de material
inerte. A mistura é efectuada em almofariz de vidro.
Filtrar por algodão de vidro.
4. Acondicionamento
Deverá acondicionar a solução em recipiente adequado (verifique eventuais
incompatibilidades entre os componentes do medicamento e os materiais
normalmente utilizados no acondicionamento primário).
Rotular, de acordo com as regras em vigor.
5. Acção Farmacológica
A solução alcoólica de iodo apresenta uma actividade antisséptica contra bactérias,
fungos, vírus, protozoários, etc.
6. Documentação a apresentar
• Fluxograma da preparação laboratorial do medicamento.
• Ficha de preparação, incluindo cópia de rótulo.
7. Bibliografia
• Farmacopeia Portuguesa 9 (2009). INFARMED – Ministério da Saúde, Lisboa.
• Formulário Galénico Português (2001, 2005). CETMED/ANF, Lisboa.
• Martindale - The Complete Drug Reference (2014). Pharmaceutical Press, London.
Disponível em: http://www.medicinescomplete.com/mc/martindale/current/
• Prista L et al (2008). Tecnologia Farmacêutica. Fundação Calouste Gulbenkian. Lisboa.
1. Fundamento
Muitos dos fármacos de utilização hospitalar, em pediatria, não se encontram
comercializados em concentrações e formas farmacêuticas adequadas à idade pediátrica.
Neste contexto, é preparada uma formulação líquida de captopril a 1 mg/ml preparada a
partir de comprimidos de uma especialidade farmacêutica.
2. Fórmula
Captopril 0,05 g
Ácido ascórbico 0,25 g
Edetato de sódio 0,025 g
Água purificada 3g
Veículo para preparação de soluções e
q.b.p. 50 ml
suspensões orais (FGP B.40)
3. Modo de Preparação
Siga a monografia FGP A.VII.7., utilizando a técnica de preparação b) Preparação a partir
de comprimidos de captopril.
4. Acção Farmacológica
O captopril é usado no tratamento da hipertensão.
5. Documentação a apresentar
Fluxograma da preparação laboratorial do medicamento.
Ficha de preparação, incluindo cópia de rótulo.
6. Bibliografia
• Farmacopeia Portuguesa 9 (2009). INFARMED – Ministério da Saúde, Lisboa.
• Formulário Galénico Português (2001, 2005). CETMED/ANF, Lisboa.
• Salgado AC et al (2002). Estabilidade do captopril em formulação magistral líquida para
uso pediátrico obtida a partir de comprimidos. Boletim da APFH, nº 52 (Fev.): 2-4.
• Prista L et al (2008). Tecnologia Farmacêutica. Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa.
• Martindale - The Complete Drug Reference (2014). Pharmaceutical Press, London.
Disponível em: http://www.medicinescomplete.com/mc/martindale/current/
1. Fórmula
Tintura de alcatrão mineral FP 9 2,5 g
Óxido de zinco (pó fino) 10,0 g
Talco 10,0 g
Glicerina a 85% 15,0 g
Água purificada 12,5 g
2. Procedimento
Siga a monografia FGP A.I.7., utilizando a técnica de preparação b) Preparação a partir dos
componentes individuais, Técnica A (manual).
3. Acondicionamento
Acondicionar a suspensão em recipiente adequado e rotulado, de acordo com as regras
em vigor.
4. Acção Farmacológica
Preparação, para uso externo, prescrita para o tratamento de certas doenças de pele, tais
como: eczemas subagudos de etiologia variada, particularmente de natureza seborreica, e
psoríase.
5. Documentação a apresentar
Fluxograma da preparação laboratorial do medicamento.
Ficha de preparação, incluindo cópia de rótulo.
6. Bibliografia
• Farmacopeia Portuguesa 9 (2009). INFARMED – Ministério da Saúde, Lisboa.
• Formulário Galénico Português (2001, 2005). CETMED/ANF, Lisboa.
• Fonseca A, Prista L (1984). Manual de Terapêutica Dermatológica e Cosmetologia. Livraria
Roca Ltda. S. Paulo.
• Martindale - The Complete Drug Reference (2014). Pharmaceutical Press, London.
Disponível em: http://www.medicinescomplete.com/mc/martindale/current/
1. Fórmula
Trimetoprim 0,3 g
Solução aquosa de essência de banana a 10% 0,3 ml
Xarope Simples (FGP B.7) q.b.p. 30 ml
2. Procedimento
Siga a monografia FGP A.III.2, preparando o medicamento segundo a Técnica A (manual).
3. Acondicionamento
Acondicionar em recipiente adequado, rotulado de acordo com as regras em vigor.
5. Acção Farmacológica
in Martindale:
Trimethoprim is a diaminopyrimidine antibacterial that is used for the treatment of
infections due to sensitive organisms, including gastro-enteritis and respiratory-tract
infections, and in particular for the treatment and prophylaxis of urinary-tract
infections.
Children may be given 6 to 8 mg/kg daily of trimethoprim in 2 divided doses: regimens
for children are:
6 weeks to 5 months, 25 mg twice daily;
6 months to 5 years, 50 mg twice daily;
6 to 12 years, 100 mg twice daily.
6. Documentação a apresentar
Fluxograma da preparação laboratorial do medicamento.
Ficha de preparação, incluindo cópia de rótulo.
7. Bibliografia
• Farmacopeia Portuguesa 9 (2009). INFARMED – Ministério da Saúde, Lisboa.
• Formulário Galénico Português (2001, 2005). CETMED/ANF, Lisboa.
• Prista L et al (2008). Tecnologia Farmacêutica. Fundação Calouste Gulbenkian. Lisboa.
• Martindale - The Complete Drug Reference (2014). Pharmaceutical Press, London.
Disponível em: http://www.medicinescomplete.com/mc/martindale/current/
1. Fundamento
A medicina veterinária constitui uma das mais importantes áreas de aplicação da
manipulação galénica. No caso presente, pretende-se preparar um champô contendo 2%
de cetoconazol. De acordo com a FP, os champôs são uma forma farmacêutica incluída
nas preparações líquidas cutâneas, sendo definidos como “preparações líquidas, ou por
vezes semi-sólidas, destinadas a serem aplicadas no couro cabeludo, sendo em seguida
enxaguadas e eliminadas com água. Por fricção com água, formam geralmente espuma. Os
champôs são emulsões, suspensões ou soluções. Contêm habitualmente agentes
tensioactivos”.
2. Fórmula
Cetoconazol 2,00 g
Propilenoglicol 5,00 g
Hidroxietil celulose 1,00 g
Lauriléter sulfato de sódio 12,50 g
Polisorbato 80 4,00 g
Ácido clorídrico diluído q.b.p. pH 5,5
Água purificada q.b.p 100,0 g
FSA
3. Procedimento
Apresentar diagrama de fluxo dos passos de preparação deste medicamento.
5. Acção Farmacológica
Antimicótico de uso externo.
6. Bibliografia
• Farmacopeia Portuguesa 9 (2009). INFARMED – Ministério da Saúde, Lisboa.
th
• Martindale - The Complete Drug Reference (2007). 35 Ed., Pharmaceutical Press,
London
• Mattei AS et al (2005). Esporotricose felina: contribuição para o estudo de
características epidemiológicas e prognóstico da enfermidade. XIV Congresso de
Iniciação Científica, Brasil. Disponível em
http://www.ufpel.edu.br/xivcic/arquivos/CA_00906.rtf.
1. Fórmula
Mentol 5,0 g
Salicilato de metilo 7,5 g
Lanolina 37,5 g
2. Procedimento
Dissolver o mentol no salicilato de metilo.
Misturar com a lanolina previamente fundida a 35-40 ºC.
Acondicionar, a quente, em bisnaga metálica.
Deixar arrefecer e fechar a bisnaga.
Rotular, de acordo com as regras vigentes.
A B
4. Acção
Usada como anti-reumatismal, pelo seu efeito analgésico.
5. Documentação a apresentar
Fluxograma da preparação laboratorial do medicamento
Ficha de preparação incluindo cópia de rótulo
6. Bibliografia
• Farmacopeia Portuguesa 9 (2009). INFARMED – Ministério da Saúde, Lisboa.
• Prista L et al (2008). Tecnologia Farmacêutica. Fundação Calouste Gulbenkian. Lisboa.
1. Fundamento
Conhecida pelo nome de Pasta de Lassar, esta pomada é obtida por incorporação directa
dos pós, previamente misturados, no excipiente sólido. Como o próprio nome indica, esta
pomada é uma pasta, devido à grande quantidade de pós que entra na sua composição.
De modo a facilitar a sua homogeneização, os pós deverão ser tamisados em partículas
finas. A sua incorporação no excipiente sólido é feita por espatulação.
Uma variante do método de preparação consiste em incorporar os pós na vaselina fundida,
agitando até arrefecer e, só depois, proceder à homogeneização por espatulação, agitador
mecânico (FGP A.I.3) ou moinho de rolos. Esta última será a metodologia utilizada nesta
aula laboratorial.
2. Fórmula
3. Procedimento
Proceder, de acordo com as Boas Práticas de Fabrico relativamente à mistura de pós.
Incorporar directamente, por espatulação, a mistura de sólidos na vaselina. Acondicionar
em recipiente apropriado e rotular, de acordo com as regras vigentes.
4. Acção
Pela grande quantidade de pós, actua como cicatrizante, secando feridas. O óxido de
zinco é também um agente com propriedades antissépticas.
5. Documentação a apresentar
• Fluxograma da preparação laboratorial do medicamento.
• Ficha de preparação, incluindo cópia de rótulo.
6. Bibliografia
• Farmacopeia Portuguesa 9 (2009). INFARMED – Ministério da Saúde, Lisboa.
• Fonseca A, Prista L (1984). Manual de Terapêutica Dermatológica e Cosmetologia. Livraria
Roca Ltda. S. Paulo.
• Formulário Galénico Português (2001, 2005). CETMED/ANF, Lisboa.
• Prista L et al (2008). Tecnologia Farmacêutica. Fundação Calouste Gulbenkian. Lisboa.
1. Fundamento
Creme descrito em várias farmacopeias com a designação de Pomada Hidrófila. A técnica
de preparação consiste na obtenção da emulsão a partir da emulsificação da fase oleosa,
resultante da fusão e mistura dos componentes oleosos a 70-75 ºC, e da fase aquosa,
resultante da dissolução dos componentes hidrossolúveis em água. As fases, à mesma
temperatura (±70ºC), são adicionadas lentamente sob agitação constante.
Este creme não deve ser confundido com a Pomada Hidrófila (FGP.B.14), cuja
composição é diferente.
2. Fórmula
Álcool cetílico 4,5 g
Vaselina 2,5 g
Parafina líquida 5,0 g
Glicerina 5,0 g
Sulfato de laurilo e sódio 0,5 g
p-Hidroxibenzoato de metilo 0,05 g
Água purificada 32,5 g
3. Procedimento
Fundir a calor brando a mistura do álcool com a vaselina e a parafina líquida.
Dissolver com o auxílio do calor o p-hidroxibenzoato de metilo e o sulfato de laurilo e
sódio na mistura da glicerina com a água purificada.
Deixar arrefecer até 70 ºC, adicionar esta solução à fase oleosa e agitar até arrefecer.
Acondicionar em recipiente fechado.
4. Acondicionamento
Acondicionar em recipiente adequado, rotulado de acordo com as regras em vigor.
5. Aplicação
É um creme com aplicação em cosmética, servindo também de excipiente para a
veiculação de substâncias activas.
6. Documentação a apresentar
• Fluxograma da preparação laboratorial do medicamento
• Ficha de preparação, incluindo cópia de rótulo
7. Bibliografia
• Farmacopeia Portuguesa 9 (2009). INFARMED – Ministério da Saúde, Lisboa.
• Formulário Galénico Português (2001, 2005). CETMED/ANF, Lisboa.
• Fonseca A, Prista L (1984). Manual de Terapêutica Dermatológica e Cosmetologia. Livraria
Roca Ltda. S. Paulo.
• Prista L et al (2008). Tecnologia Farmacêutica. Fundação Calouste Gulbenkian. Lisboa.
1. Fórmula
Ácido salicílico 1,00 g
Enxofre precipitado 1,00 g
Cera Lanette N 6,0 g
Óleo de amêndoas 3,00 g
Água purificada 38,5 g
Esta fórmula é semelhante à indicada na monografia Salicylic Acid and Sulphur Ointment
(BPC 1973).
2. Procedimento
• Aquecer a cera e o óleo de amêndoas a 70 ºC, em cápsula inox.
• Aquecer a água purificada a 70 ºC.
• Verter, lentamente, a fase aquosa sobre a oleosa, agitando com vareta de vidro até
atingir a temperatura ambiente.
• Num almofariz, preparar uma pasta de ácido salicílico com, aproximadamente, 0,5 ml
de glicerina.
• Incorporar a pasta a frio no veículo.
• Adicionar aproximadamente 0,5 ml de glicerina ao enxofre e incorporar esta mistura a
frio no veículo.
3. Nota
O ácido salicílico é incompatível com os metais. A preparação do medicamento deverá ser
efectuada em cápsula de porcelana.
4. Acondicionamento
Acondicionar em recipiente adequado, rotulado de acordo com as regras em vigor.
6. Acção farmacológica
Utilizado no tratamento da dermatite seborreica.
7. Documentação a apresentar
• Fluxograma da preparação laboratorial do medicamento.
• Ficha de preparação, incluindo cópia de rótulo.
8. Bibliografia
• British Pharmaceutical Codex (1973). The Pharmaceutical Press. London.
• Farmacopeia Portuguesa 9 (2009). INFARMED – Ministério da Saúde.
• Prista L et al (2008). Tecnologia Farmacêutica. Fundação Calouste Gulbenkian. Lisboa.
• Martindale - The Complete Drug Reference (2014). Pharmaceutical Press, London.
Disponível em: http://www.medicinescomplete.com/mc/martindale/current/
1. Fundamento
Um aspecto importante na formulação de supositórios é o factor de deslocamento, que é
a quantidade de excipiente correspondente ao volume ocupado por um grama de substân-
cia activa (quantidade de excipiente, em g, que é deslocado por 1 g de substância activa).
Como a massa dos supositórios é função do volume dos moldes, torna-se fundamental
conhecer a densidade quer do(s) excipiente(s) quer da substância activa.
I. Calibração dos moldes ou contentores: consiste em determinar a capacidade dos moldes
ou contentores, procedendo ao seu enchimento apenas com excipiente. Para tal, pesar,
individualmente, 20 supositórios, calcular a massa-média e o respectivo desvio padrão.
O coeficiente de variação deverá ser ≤ 4,5%.
II. Cálculo do factor de deslocamento.
III. Cálculo da quantidade de excipiente a utilizar usando a fórmula seguinte
M - quantidade de excipiente necessário por supositório (g)
F - massa média do supositório (g)
M=F–fxS f - factor de deslocamento da substância activa/excipiente
S - quantidade de substância activa por supositório (g)
2. Fórmula
Paracetamol 250 mg
Massa estearínica FP 9 q.b.p. 1 supositório
FSA
b
Figura 4 – a) Moldes de supositórios; b) Enchimento dos moldes.
3. Procedimento
Cálculo do factor de deslocamento
a) Determinar a massa média dos supositórios preparados apenas com excipiente.
b) Determinar a massa média dos supositórios preparados com 25% de substância
activa e 75% de excipiente.
c) Calcular o factor de deslocamento.
d) Calcular a fórmula unitária (quantidades de substância activa e de excipiente (tendo
em conta o factor de deslocamento) por supositório).
e) Calcular a fórmula do lote a preparar.
6. Acção
Propriedades antipiréticas e analgésicas semelhantes às da aspirina, mas destituído de
actividade anti-inflamatória.
7. Documentação a apresentar
• Fluxograma da preparação laboratorial do medicamento.
• Ficha de preparação, incluindo cópia de rótulo.
8. Bibliografia
• Farmacopeia Portuguesa 9 (2009). Imprensa Nacional - Casa da Moeda, Lisboa.
• Prista L et al (2008). Tecnologia Farmacêutica. Fundação Calouste Gulbenkian. Lisboa.
1. Fórmula
Glicerina 22,5 g
Estearato de sódio 2,5 g
4. Bibliografia
• Farmacopeia Portuguesa 9 (2009). Imprensa Nacional - Casa da Moeda, Lisboa.
• Prista L et al (2008). Tecnologia Farmacêutica. Fundação Calouste Gulbenkian. Lisboa.
1. Allen Jr LV (1995). Secundum Artem: current and practical compounding information for
the pharmacist. Disponível em:
http://www.paddocklabs.com/publications/secundum/secindex.html.
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2. Allen Jr LV (2008). The Art, Science and Technology of Pharmaceutical Compounding. 3
Edition. American Pharmaceutical Association. Washington.
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3. Allen Jr LV (2013). Remington: The Science and Practice of Pharmacy. 22 Edition,
Pharmaceutical Press, London.
4. Ansel HC, Allen Jr LV, Popovich NG (2011). Pharmaceutical Dosage Forms and Drug
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5. Aulton ME (2013). Pharmaceutics: Design and Manufacture of Medicines. 3 Edition.
Churchill Livingstone, Elsevier. Edinburgh.
6. Boas práticas de fabrico a observar na preparação de medicamentos manipulados em
farmácia de oficina e hospitalar. Portaria nº 594/2004
7. Boas Práticas de Farmácia (1995). Edição da Ordem dos Farmacêuticos e da Associação
Nacional das Farmácias.
8. British Pharmaceutical Codex (1973). The Pharmaceutical Press. London.
9. Collet DM, Aulton ME (1990). Pharmaceutical Practice. Churchill Livingstone, Edinburgh.
10. European Pharmacopoeia (2017). 9 th Edition, Council of Europe, Strasbourg.
11. Farmacopeia Portuguesa 9 (2009). INFARMED – Ministério da Saúde, Lisboa.
12. Fonseca A, Nogueira Prista L (1984). Manual de Terapêutica Dermatológica e
Cosmetologia, Livraria Roca Ltd. S. Paulo.
13. Formulário Galénico Português (2001, 2005, 2007). CETMED/ANF, Lisboa.
14. Lupi Nogueira A (1987). Formulação em Pediatria. Edição do Laboratório Militar de
Produtos Químicos e Farmacêuticos.
15. Martindale - The Complete Drug Reference (2014). Pharmaceutical Press, London.
Disponível em: http://www.medicinescomplete.com/mc/martindale/current/.
16. Prista LN, Correia Alves A, Morgado RMR, Sousa Lobo JM (2008). Tecnologia
Farmacêutica. Edição da Fundação Calouste Gulbenkian. Lisboa.
17. Protocolo celebrado entre a DGCSP e a DGAF (1991). DR, 2ª, 164, de 19-6-1991.
18. Rowe RC, Sheskey PJ, Cook WG, Fenton ME (2014). Handbook of Pharmaceutical
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19. United States Pharmacopeia 39/NF34 (2016). United States Pharmacopeial Convention Inc.
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