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6 - Têmpera e Revenimento
A realização dos tratamentos de têmpera e revenimento produz a microestrutura de
martensita revenida, que proporciona a melhor combinação de resistência
mecânica/dureza e tenacidade.
Temperabilidade
Depende muito da composição química: enquanto aços com teores de carbono e de outros
elementos de liga relativamente baixos só temperam em água, outros um pouco mais
ligados temperam ao ar, enquanto alguns muito ligados (ex.: aços-ferramenta) temperam
ao ar. O carbono endurece a martensita, enquanto os demais elementos de liga retardam a
transformação difusional em ferrita e cementita, favorecendo a transformação martensítica.
Depende também do tamanho de grão austenítico (maior: menos contornos: menor área
para nuclear ferrita e cementita: favorece formação de martensita) e da homogeneidade da
austenita (mais homogênea: sem carbetos: dificulta a nucleação da ferrita e da cementita).
Resfriamento na Têmpera
Dois fatores influenciam a velocidade com a qual as diferentes posições na peça resfriam:
Ensaios de Temperabilidade
Ensaio Grossmann: Barras de aço com diferentes diâmetros são temperadas e o perfil de
dureza ao longo do diâmetro da barra é medido. A dureza no centro das barras é
apresentada num único gráfico, onde o diâmetro crítico (50 HRC ou 50 % de martensita) é
determinado para um dado meio de têmpera.
Assim, barras com diferentes diâmetros são temperadas e a dureza varia com o meio de
têmpera , a posição ao longo do diâmetro e com os diferentes diâmetros.
Ensaio Jominy
Neste método um único corpo de prova cilíndrico é temperado em uma das extremidades,
gerando uma ampla gama de variação de velocidades de resfriamento ao longo da altura
do cilindro, resultando em diferentes microestruturas e durezas nestas regiões distintas.
Revenimento
Transformações no Revenimento
• 100 a 300 ºC: precipitação de carbonetos. Nos aços de alto C: além dos carbonetos ε
também os carbonetos χ.
• 200 a 300 ºC: austenita retida em aços de médio e alto carbono se decompõe:
precipitação de carbonetos na austenita, reduzindo seu teor de carbono em solução e
viabilizando a formação de martensita no resfriamento pós-revenimento.
• Entre 500 e 650 ºC: precipitação de carbetos de elementos de liga (V4C3, Mo2C e etc),
aumentando a dureza/resistência mecânica.
A maior parte destes processos não pode ser observada em microscópio ótico, que
permite apenas verificar o aumento da velocidade de ataque metalográfico à medida que
os carbonetos se precipitam,e eventualmente coalescem, se o revenimento for longo.
Fragilização no Revenimento
No segundo tipo, que ocorre na faixa de 250 a 570 ºC), recomenda-se revenir acima de
600 ºC. O resfriamento pós-revenido deve ser rápido para minimizar a permanência na
faixa de temperaturas de fragilização.
Duplo Revenimento
Recomenda-se o duplo revenimento para aços ferramenta e aços de alto teor de carbono
em geral, com o objetivo de garantir tenacidade e estabilidade dimensional.
Não é fácil detectar austenita retida. O método mais confiável consiste em analisar o maço
por difração de raios X, complementada por ensaios de dureza. Assim é possível detectar
frações volumétricas de austenita retida superiores a 5 %. Ataques metalográficos
coloridos também podem determinar a presença de austenita retida.
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