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| FITNESS | TREINO |

EXERCÍCIOS
AERÓBIOS VS
Pedimos a Miguel Lucena, Master Trainer
do Holmes Place de Miraflores, que explicasse
EXERCÍCIOS
ANAERÓBIOS

aos leitores da revista The Place quais as diferenças


e especificidades dos exercícios aeróbicos e anaeróbicos.
Para um treino mais inteligente!

TREINOS AERÓBIOS VS ANAERÓBIOS é um tema que surge nómica: aproveita a totalidade das fontes energéticas que se
sempre que se fala desse objectivo tão comum que é queimar transforma apenas em água e dióxido de carbono. Para se ser ca-
gordura. Mas, antes de se escolher qual deles será o mais indica- paz de realizar um esforço do tipo aeróbio, tem que existir a capa-
do há que atender ao seguinte: as fontes energéticas (obtidas cidade de realizar um conjunto de adaptações que mantenham a
através dos alimentos) são substâncias que libertam grandes homeostasia (equilíbrio do corpo).
quantidades de energia quando se destroem quimicamente (os A primeira grande adaptação passa por atingir um estado está-
principais nutrientes que dão origem a energia são os hidratos de vel de consumo de oxigénio. Este fenómeno, mais conhecido por
carbono e as gorduras, tendo as proteínas um papel secundário). steady state, implica que o organismo tenha sempre ao seu dispor
O organismo realiza permanentemente reacções (mesmo O2 suficiente.
quando em repouso) e, à medida que se intensifica o trabalho fí- O metabolismo aeróbio utiliza como substratos os hidratos de
sico, aumenta a necessidade de consumo de nutrientes e oxigé- carbono e as gorduras. É utilizado por excelência quando o orga-
nio. Nos momentos em que a quantidade de O2 de que se dispõe nismo se encontra em repouso ou em exercícios de intensidade
não chega para as necessidades pode-se, no entanto, continuar o submáxima e de longa duração.
trabalho (dentro de certos limites de intensidade e de duração). No metabolismo anaeróbio, os combustíveis sofrem apenas
Em resumo: o organismo pode produzir energia através de uma degradação parcial, pelo que é muito menos económico e
processos metabólicos com oxigénio (metabolismo aeróbio) e sem muito mais rápido. Em vez dos produtos finais serem apenas
oxigénio (metabolismo anaeróbio). água e dióxido de carbono, formam-se também outras substân-
A produção de energia por mecanismos aeróbios é muito eco- cias que resultam da destruição incompleta das fontes energéti-

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> Miguel Lucena, Master Trainer do Holmes Place de Miraflores

cas. A mais conhecida dessas substâncias é o ácido láctico, cujo


aparecimento é uma das principais causas de fadiga.
Embora os nutrientes não sejam utilizados na íntegra, este tipo
de metabolismo fornece muito mais energia, pelo que possibilita
esforços mais intensos.
O factor limitativo na utilização do sistema anaeróbio é a acu-
mulação do ácido láctico. Quanto mais capacidade o atleta tiver
de lhe resistir, e quanto mais alto for o grau de condição física, COMPARAÇÃO DAS CALORIAS UTILIZADAS, DURANTE
maior poderá ser a duração do esforço recorrendo a este sistema E APÓS O EXERCÍCIO (ESTUDO DE MELBY, 1998)
(num máximo de 3 minutos). > CALORIAS ADICIONAIS USADAS 2 HORAS APÓS
Dos três macronutrientes, os lípidos só são metabolizados para O EXERCÍCIO: AERÓBIO = 25; ANAERÓBIO = 150
a produção de energia na presença de oxigénio, mas os glúcidos > CALORIAS ADICIONAIS USADAS 3 A 15 HORAS
e as proteínas tanto produzem com ou sem oxigénio. É normal DEPOIS: AERÓBIO = 0; ANAERÓBIO = 260
pensar que, se o objectivo é emagrecer, o ideal é realizar um exer-
cício aeróbio, uma vez que as gorduras só são metabolizadas na
presença de oxigénio. Mas falemos, então, do EPOC (Excessive Os benefícios pós exercício de um treino muito intenso são signi-
Post-Training Oxygen Consumption), ou seja, a quantidade de ficativos sendo que, no período de descanso, a recuperação é rea-
oxigénio em excesso que é consumida após o treino relativamente lizada sobretudo pela utilização das reservas de gordura.
aos valores de repouso. No treino destinado à perda de massa gorda é cada vez mais
O EPOC é visto actualmente como o reflexo do consumo de frequente a inclusão de treino intervalado de alta intensidade, em
oxigénio necessário para levar o organismo de volta ao seu estado detrimento do tradicional treino extensivo de baixa intensidade, con-
pré-exercício. seguindo-se deste modo obter consumos energéticos pós-exercício
Quando se fala de perda de massa gorda é essencial organizar mais intensos e com durações que podem chegar às 12 horas.
o treino com o objectivo de conseguir intensificar a ocorrência Por outro lado, a utilização de programas de treino com resis-
deste consumo acrescido de oxigénio, pois tal poderá levar a um tências com cargas moderadas a alta permite conseguir obter pe-
acréscimo do consumo metabólico diário. ríodos de EPOC que chegam às 38 horas.
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CONSUMO TÍPICO DE EPOC (EXCESSIVE POST-TRAINING


OXYGEN CONSUMPTION) EM DIVERSAS ACTIVIDADES
E EM DIVERSAS INTENSIDADES.

ACTIVIDADE EXERCÍCIO EPOC (ML/KG)


COMPETIÇÃO 10KM 120-260
v Já se viu que durante um exercício de longa duração e de baixa
60 MIN. BAIXA INTENSIDADE 40-90 intensidade a gordura é responsável por uma grande percentagem
CAMINHADA 1H 10-25 do dispêndio energético, sendo esse contributo diminuto durante
RPM 40 MIN. 50-200 um exercício de média/alta duração e grande intensidade. À medida
PASSEIO 20 MIN. 5-15 que um exercício se torna mais intenso, menos gordura é utilizada,
mas o número total de calorias conseguidas após o exercício através
da degradação de gorduras é superior.
Hickson descobriu em 1993 que "a predominância do substrato
energético utilizado durante o exercício não tem um papel impor-
tante na perda de gordura". Assim, as evidências sugerem que a
perda de gordura pode ocorrer num treino de alta intensidade, ape-
sar da fonte energética utilizada durante o exercício serem os car-
bohidratos. Convém ainda salientar que ambos os sistemas,
anaeróbio e aeróbio, funcionam paralelamente, complementando-
-se. A predominância de cada um em termos de contributo
energético depende, em primeiro lugar, da intensidade do esforço e,
secundariamente, da sua duração. A maioria das actividades é
mista, ou seja, aeróbia com momentos de anaerobiose.

UTILIZAÇÃO DOS DIFERENTES SISTEMAS ENERGÉTICOS


MEDIANTE A DURAÇÃO E INTENSIDADE DO ESFORÇO.

INTENSIDADE DURAÇÃO SIST. ENERGÉTICO


MUITO INTENSO 0 – 6 SEGS ANAERÓBIO
INTENSO 6 – 30 SEGS ANAERÓBIO
POUCO INTENSO 30 SEGS – 2 MIN ANAERÓBIO
MODERADO 2 – 3 MIN ANAERÓBIO | AERÓBIO
LEVE > 3 MIN AERÓBIO
FOTOS ANTÓNIO SACHETTI E ANTÓNIO SACCHETTI

Adaptado de Conley, M. (2000)

Tome-se como exemplo uma faixa de uma aula de RPM no


final da qual é exigido um sprint. Se, quando se está a utilizar a
fonte aeróbia, de repente se der um aumento da actividade
muscular e/ou dificuldades na captação e distribuição do O2, a
quantidade de O2 deixa de ser suficiente e, como consequência, o
organismo terá de recorrer ao sistema anaeróbio.
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