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A condição da vida negra é o luto

por Claudia Rankine


Originalmente publicado no jornal The New York Times, em 22 de Junho de 2015

Uma amiga recentemente me falou que, quando ela deu à luz ao seu filho, antes
de nomeá-lo, antes mesmo de amamentá-lo, seu primeiro pensamento foi: eu
tenho que tirá-lo deste país. Nós duas rimos. Talvez nosso humor negro tenha a
ver com a compreensão de que sair não era uma opção nem o desejo real. É
assim a nossa vida. Aqui trabalhamos, temos cidadania, pensões, seguro de
saúde, família, amigos e assim por diante. Ela não poderia ir embora, ela não
foi. Anos após seu nascimento, sempre que seu filho sai de casa, seu status de
mãe de um ser humano permanece tão precário como sempre. Somado aos
medos naturais de todos os pais que enfrentam a aleatoriedade da vida, há
ainda o conhecimento das maneiras pelas quais o racismo institucional funciona
em nosso país. O nosso riso foi o riso da vulnerabilidade, do medo, da
identificação e de uma estagnação absurda.

Perguntei a outra amiga como é ser mãe de um filho negro. "A condição da vida
negra é o luto", ela disse sem rodeios. Para ela, o luto vivia em tempo real dentro
da realidade dela e do filho: a qualquer momento ela pode perder a razão de
viver. Embora a imaginação liberal branca goste de se sentir temporariamente
mal com o sofrimento dos negros, não há realmente nenhum modo de empatia
que possa replicar a tensão diária de saber que, como pessoa negra, você pode
ser morto por simplesmente ser negro: sem as mãos nos bolsos, sem estar
tocando música, sem movimentos bruscos, sem dirigir seu carro, sem andar à
noite, sem andar de dia, sem entrar nesta rua, sem entrar neste prédio, sem se
deitar no chão, sem estar aqui, sem estar ali, sem ficar parado, sem responder ,
sem usar armas de brinquedo, sem viver enquanto for preto.

Onze dias depois que eu nasci, em 15 de setembro de 1963, quatro meninas


negras foram mortas no atentado à bomba da Igreja Batista da Rua 16 em
Birmingham, Alabama. Agora, 52 anos depois, seis mulheres negras e três
homens negros foram baleados e mortos durante uma reunião de estudo da
Bíblia na histórica Igreja Episcopal Metodista Africana de Emanuel em
Charleston, SC. Eles foram mortos por um terrorista doméstico, identificado
como um supremacista branco, que também pode ser um “jovem perturbado”
(como várias agências de notícias o descreveram). Foi relatado que uma mulher
negra e sua neta de 5 anos sobreviveram ao tiroteio por terem se fingido de
mortas. Elas são duas dos três sobreviventes do ataque. A família branca do
suspeito diz que para eles esse é um momento difícil. Isso é indiscutível. Mas
para as famílias afro-americanas, essa vida em um estado de luto e medo
permanece lugar-comum.

O espetáculo do tiroteio sugere um evento fora do tempo, como se o assassinato


de negros com justificativa supremacista branca interrompesse qualquer coisa
que não fosse a programação regular da televisão. Mas Dylann Storm Roof não
se criou do nada. Ele cresceu com a retórica e a orientação do racismo. Ele viu
homens brancos como Benjamin F. Haskell, Thomas Gleason e Michael Jacques
se declararem culpados ou condenados por queimarem a Igreja de Deus da
Macedônia em Cristo em Springfield, Massachusetts, apenas algumas horas
após a eleição do Presidente Obama. Qualquer declaração racista que ele tenha
feito, ele pode ter ouvido durante toda a sua vida. Ele, assim como o resto de
nós, tem vivido cercado por corpos negros mortos.

Vivemos em um país onde os americanos assimilam cadáveres em suas idas e


vindas diárias. Negros mortos fazem parte da vida normal aqui. Morrendo em
cascos de navios, jogados no Atlântico, pendurados em árvores, espancados,
mortos a tiros em igrejas, mortos a tiros pela polícia ou alojados em prisões:
historicamente, não há cotidiano sem o corpo negro escravizado, acorrentado
ou morto para ser contemplado, para ouvir-se falar ou se posicionar contra.
Quando os negros ficam sobrecarregados com a desordem da nossa cultura e
protestam (em última análise, para nosso próprio prejuízo, porque o protesto
justifica a militarização da polícia, como fizeram em Ferguson), a falsa questão
é: que tipo de selvagens somos? Em vez de: em que tipo de país nós vivemos?

Em 1955, quando o corpo mutilado e inchado de Emmett Till foi resgatado do


rio Tallahatchie e colocado numa caixa de pinho fechada com pregos para o
sepultamento, sua mãe, Mamie Till Mobley, exigiu que seu corpo fosse
transportado do Mississippi, onde Till estava visitando parentes, para sua casa
em Chicago. Depois que a funerária de Chicago recebeu o corpo, ela tomou uma
decisão que abriria um novo caminho sobre como pensamos um corpo linchado.
Ela pediu que o caixão fosse aberto e permitiu que tirassem e publicassem fotos
do corpo desfigurado do seu filho morto.

A recusa de Mobley em manter o luto pessoal em privado permitiu que um


corpo que não significava nada para o sistema de justiça criminal se tornasse
uma evidência. Ao colocar tanto o seu corpo quanto o do filho em posições de
recusa em relação à etiqueta do luto, ela se “desidentificou" da tradição da
figura linchada deixada à vista do público como um aviso para a comunidade
negra, usando assim a tradição do linchamento contra si mesma. O espetáculo
do corpo negro, em suas mãos, tornou pública a injustiça inscrita no cadáver de
seu filho. "Deixe as pessoas verem o que eu vejo", disse ela, acrescentando: "eu
acredito que todo os Estados Unidos estão em luto comigo".

É muito improvável que sua crença num luto nacional tenha sido plenamente
realizada, mas seu desejo de fazer com que o luto adentrasse o nosso dia-a-dia
criava um novo tipo de lógica. Ao se recusar a desviar o olhar da carne de nossos
assassinatos domésticos, insistindo em que olhemos com ela para os mortos, ela
reformulou o luto como um método de reconhecimento que ajudou a energizar
o movimento pelos direitos civis nas décadas de 1950 e 1960.

A decisão de não divulgar fotos da cena do crime em Charleston, talvez por


deferência às famílias dos mortos, não impede nosso luto. Mas, ao fazê-lo, os
corpos que demonstram de maneira muito trágica que "a pele negra não é uma
arma" (como dizia um pôster de protesto lido no ano passado) são
transformados em abstração. Uma coisa é imaginar nove corpos negros
sangrando no chão da igreja e outra coisa é vê-la. A falta de evidências visuais
permanece em contraste com o que vimos em Ferguson, onde a polícia, em sua
recusa em mover o corpo de Michael Brown, talvez tenha continuado, sem
saber, onde a mãe de Till parou.

Depois que Brown foi baleado seis vezes, duas delas na cabeça, seu corpo foi
deixado de bruços na rua pelos policiais. Seja qual tenha sido o raciocínio deles,
ao não mover o cadáver de Brown quatro horas após o assassinato, a polícia fez
do luto por sua morte parte do que significava captar os detalhes de sua história.
Ninguém poderia considerar os fatos da interação de Michael Brown com o
policial de Ferguson, Darren Wilson, sem pensar no corpo cheio de balas
sangrando no asfalto. Seria um erro presumir que todos que viram a imagem
lamentaram Brown, mas uma vez exposta a ela, uma pessoa teve que decidir se
seu corpo negro morto importava o suficiente para ser lamentado. (Outra opção,
é claro, é que ela se torne um espetáculo para a pornografia branca: o corpo
morto como um objeto que satisfaz um desejo ilícito. Talvez seja aqui que
Dylann Storm Roof tenha entrado em cena.)

O Black Lives Matter (Vidas Negras Importam), movimento fundado pelas


ativistas Alicia Garza, Patrisse Cullors e Opal Tometi, começou com a premissa
de que as experiências incomensuráveis do racismo sistêmico criam condições
de jogo desiguais. A imaginação americana nunca foi capaz de se recuperar
totalmente dos seus primórdios supremacistas brancos. Consequentemente,
nossas leis e atitudes têm se esforçado contra a desvalorização do corpo negro.
Apesar das boas intenções, as associações da negritude com a criminalidade
bestial e desarticulada persistem sob a aparência da civilidade branca. Este
pressuposto enquadra e determina nossas interações e experiências individuais
como cidadãos.

A tendência americana de normalizar as situações privilegiando a branquitude


foi consciente ou inconscientemente demonstrada quando certos brancos, como
o presidente do Smith College, procuraram alterar a linguagem do "Black Lives
Matter" (Vidas Negras Importam) para o "All Lives Matter" (Todas as vidas
importam). O que a princípio deveria ser interpretado como um movimento
humanista - “não somos todos apenas pessoas aqui?” - não levou em conta um
sistema habituado com cadáveres negros em nossos espaços públicos. Quando o
juiz na audiência de Charleston com Dylann Storm Roof pediu apoio para a
família de Roof, também foi uma mudança sutil para longe de valorizar o corpo
negro em nosso tempo de profundo desespero.

O racismo contra os negros está na cultura. Está nas nossas leis, nos nossos
anúncios, nas nossas amizades, nas nossas cidades segregadas, nas nossas
escolas, no nosso Congresso, nos nossos experimentos científicos, no nosso
idioma, na Internet, nos nossos corpos (independentemente da raça), nas
nossas comunidades e, o que talvez seja mais devastador, no nosso sistema de
justiça. Os corpos negros desarmados e mortos nos espaços públicos
transformam a tristeza em nosso sentimento cotidiano de que algo está errado
em todos os lugares e o tempo todo, mesmo que localmente as coisas pareçam
normais. Tomando café, passeando com o cachorro, lendo o jornal, pegando o
elevador para o escritório, deixando as crianças na escola: toda essa vida boa é
cercada pela sensação de que, a qualquer momento, uma pessoa negra está
sendo morta no meio da rua ou em sua casa pelo ódio armado de um colega
americano.

O movimento Black Lives Matter pode ser lido como uma tentativa de
continuar lamentando uma dinâmica aberta em nossa cultura, porque as vidas
negras existem em um estado de precariedade. O luto então suporta tanto a
vulnerabilidade inerente às vidas negras quanto a instabilidade em relação a um
futuro para essas vidas. Ao contrário dos movimentos black power anteriores
que tentavam lutar ou segregar para a autopreservação, o Black Lives Matter se
alinha com os mortos, continua o luto e recusa o esquecimento diante de todos
nós. Se o movimento pelos direitos civis do Reverendo Martin Luther King Jr.
fez exigências que alteraram o curso das vidas americanas e as sustentou com a
vontade de desistir de sua vida a serviço dos seus direitos civis, com o Black
Lives Matter, mais mudanças internas estão sendo solicitadas: reconhecimento.

The truth, as I see it, is that if black men and women, black boys and girls,
mattered, if we were seen as living, we would not be dying simply because
whites don’t like us. Our deaths inside a system of racism existed before we were
born. The legacy of black bodies as property and subsequently three-fifths
human continues to pollute the white imagination. To inhabit our citizenry
fully, we have to not only understand this, but also grasp it. In the words of
playwright Lorraine Hansberry, “The problem is we have to find some way with
these dialogues to show and to encourage the white liberal to stop being a liberal
and become an American radical.” And, as my friend the critic and poet Fred
Moten has written: “I believe in the world and want to be in it. I want to be in it
all the way to the end of it because I believe in another world and I want to be in
that.” This other world, that world, would presumably be one where black living
matters. But we can’t get there without fully recognizing what is here.

A verdade, a meu ver, é que se homens e mulheres negros, meninos e meninas


negros, importassem, se fôssemos vistos como vivos, não estaríamos morrendo
simplesmente porque os brancos não gostam de nós. Nossas mortes dentro de
um sistema racista existiam antes de nascermos. O legado dos corpos negros
como propriedade e consequentemente como três quintos humanos continua a
poluir a imaginação branca. Para gozar plenamente da nossa cidadania, nós
precisamos não somente entender isso, mas também atingir isso. Nas palavras
do dramaturgo Lorraine Hansberry: “O problema é que precisamos encontrar
um meio com esses diálogos para mostrar e incentivar o liberal branco a deixar
de ser liberal e se tornar um radical americano”. E, como meu amigo crítico e
poeta Fred Moten escreveu: “Eu acredito no mundo e quero estar nele. Quero
estar nisso até o fim, porque acredito em outro mundo e quero estar nele.” Esse
outro mundo, esse mundo, provavelmente seria aquele em que vidas negras
importam. Mas não podemos chegar lá sem reconhecer profundamente o que
está aqui

O ódio indisfarçável de Dylann Storm Roof por pessoas negras; Black Lives
Matter; cidadãos gravando as mortes de negros; o Departamento de Polícia de
Ferguson deixando o corpo de Brown na rua - todas essas ações apoiam a crença
de Mamie Till Mobley de que precisamos ver ou ouvir a verdade. Precisamos da
verdade de como os corpos morreram para interromper o curso da vida normal.
Mas se manter os mortos à frente da nossa consciência é crucial para o nosso
corpo político, o que dizer das famílias dos mortos? Como deve ser para um
membro da família entender que o falecido é mais importante como evidência
do que como indivíduo para ser enterrado e repousar?

A mãe de Michael Brown, Lesley McSpadden, foi mantida afastada do corpo de


seu filho porque era uma evidência. A ela foram negados os direitos de uma
mãe, um fato triste que lembra os tempos anteriores à Guerra Civil, quando,
como escrava, não teria direito legal a seus filhos. McSpadden soube de sua
nova identidade como mãe de um filho morto a partir das testemunhas: "tinha
algumas meninas lá em baixo que gravaram a coisa toda", disse ela a repórteres.
Uma garota, ela disse, “me mostrou uma foto em seu telefone. Ela disse: 'esse
não é seu filho?', Eu apenas gritei ainda mais. Só para ver isso, meu filho
deitado sem vida, sem motivo aparente.” Circulando o perímetro ao redor do
corpo do filho, McSpadden tentou dispersar a multidão: “tudo o que eu quero
que eles façam é pegar meu bebê.”

McSpadden, ao contrário de Mamie Till Mobley, parecia ter pouco desejo de


expor o corpo de seu filho à mídia. Seu filho não era um corpo órfão para todo
mundo ver. Ela queria que ele fosse coberto e removido da vista. Ele pertencia a
ela, seu bebê. Depois que o cadáver de Brown foi finalmente levado, duas
semanas se passaram antes que sua família pudesse vê-lo. Essa perda de
controle e autoridade pode explicar porque, após a morte de Brown, McSpadden
estava supostamente na posição precária de abordar ambulantes que vendiam
camisetas exigindo justiça para Michael Brown, que usavam o nome de seu
filho. Não foram apenas os procedimentos em torno do cadáver de seu filho; seu
nome havia sido comoditizado e assimilado aos nossos modos de capitalismo.

Alguns dos vizinhos de McSpadden em Ferguson também queriam criar uma


distância entre eles e a vida pública da morte de Brown. Eles não precisavam de
um lembrete constante de como os corpos negros não importam para os
policiais no seu bairro. A pedido da comunidade, o memorial improvisado
original - com flores, fotos, anotações e ursinhos de pelúcia - foi finalmente
removido pelo pai de Brown no que seria seu aniversário e substituído por uma
placa oficial instalada na calçada ao lado de onde Brown morreu. O lembrete
permanente pode ser acionado ou ignorado, dependendo dos desejos do
pedestre.

Para ficar longe do local do assassinato de seu filho, Tamir Rice, Samaria saiu de
sua casa em Cleveland e foi para um abrigo. (Sua família acabou mudando de
lugar.) "O mundo inteiro viu o mesmo vídeo que eu vi", disse ela sobre Tamir
sendo baleado por um policial. O vídeo, que foi exibido e reexibido na mídia,
documentou os dois segundos que a polícia levou para chegar e atirar; os dois
segundos que marcaram o fim da vida de seu filho e que se tornaram um
documento a ser examinado por todos. É possível que esse escrutínio
compartilhado explique por que a polícia manteve seu corpo de 12 anos durante
seis meses após sua morte. Todos podiam ver o que a polícia teria que explicar.
O sistema de justiça não foi capaz de fazê-lo, e um juiz encontrou uma causa
provável para acusar o policial que matou Rice por assassinato. Enquanto isso,
para Samaria Rice, a memória de seu filho desenterrado tornava seu bairro
insuportável.Independente dos desejos dessas mães - mães de homens como
Brown, John Crawford III ou Eric Garner, e também mães de mulheres e
meninas como Rekia Boyd e Aiyana Stanley-Jones, cada um deles morto pela
polícia - a morte de seus filhos irá permanecer nos discursos públicos. Para
aqueles que acreditam que o mesmo comportamento que os matou se exibido
por um homem ou menino branco não teria encerrado suas vidas, o fracasso
subsequente em indiciar ou condenar os policiais envolvidos nesses vários casos
exige que o luto público continue e permaneça por tempo indeterminado.
"Quero ver um policial atirar nas costas de um adolescente branco desarmado",
disse Toni Morrison em abril. Ela continuou: “quero ver um homem branco
condenado por estuprar uma mulher negra. Então, quando você me perguntar:
'acabou?', eu direi que sim.” Morrison está certa ao sugerir que essa ação
sinalizaria mudanças, mas a mudança real precisa ser uma reorientação da
crença interior. É um desafio individual que precisa acontecer antes que
qualquer ação de um sistema de justiça política signifique uma verdadeira
mudança social.

Os assassinatos em Charleston nos alertaram para o fato de que num sistema


tão imerso no racismo qualquer dia pode ser temporada de caça aberta para
qualquer pessoa negra - velha ou jovem, homem, mulher ou criança. Não existe
realidade equivalente para os americanos brancos. A bandeira de batalha
confederada continua a voar na sede da Carolina do Sul como um lembrete de
uma história marcada por corpos negros linchados. Podemos nos distanciar
desse fato até a próxima matança horrível, mas não conseguiremos superar isso.
A autoridade da história sobre nós não se quebra mantendo um silêncio sobre
seus efeitos contínuos.

A sustained state of national mourning for black lives is called for in order to
point to the undeniability of their devaluation. The hope is that recognition will
break a momentum that laws haven’t altered. Susie Jackson; Sharonda
Coleman-Singleton; DePayne Middleton-Doctor; Ethel Lee Lance; the Rev.
Daniel Lee Simmons Sr.; the Rev. Clementa C. Pinckney; Cynthia Hurd;
Tywanza Sanders and Myra Thompson were murdered because they were black.
It’s extraordinary how ordinary our grief sits inside this fact. One friend said, “I
am so afraid, every day.” Her son’s childhood feels impossible, because he will
have to be — has to be — so much more careful. Our mourning, this mourning,
is in time with our lives. There is no life outside of our reality here. Is this
something that can be seen and known by parents of white children? This is the
question that nags me. National mourning, as advocated by Black Lives Matter,
is a mode of intervention and interruption that might itself be assimilated into
the category of public annoyance. This is altogether possible; but also possible is
the recognition that it’s a lack of feeling for another that is our problem. Grief,
then, for these deceased others might align some of us, for the first time, with
the living.

É necessário um estado permanente de luto nacional pelas vidas negras, a fim


de apontar a sua inegável desvalorização. A esperança é que um tal
reconhecimento rompa um movimento que as leis não conseguiram alterar.
Susie Jackson; Sharonda Coleman-Singleton; DePayne Middleton-Doctor; Ethel
Lee Lance; o Rev. Daniel Lee Simmons Sr .; a Rev. Clementa C. Pinckney;
Cynthia Hurd; Tywanza Sanders e Myra Thompson foram assassinados por
serem negros. É extraordinário o quão banal é para o nosso pesar se assentar
neste fato. Uma amiga disse: "eu tenho tanto medo todos os dias." A infância de
seu filho parece impossível, porque ele terá que ter - tem que ter - muito mais
cuidado. Nosso luto, este luto, está em sincronia com as nossas vidas. Não há
vida fora da nossa realidade aqui. Isso é algo que pode ser visto e conhecido
pelos pais de crianças brancas? Essa é a pergunta que me incomoda. O luto
nacional, como preconizado pelo Black Lives Matter, é um modo de intervenção
e interrupção que pode ser assimilado na categoria da perturbação pública. Isso
é totalmente possível; mas também é possível reconhecer que falta um
sentimento pelo outro que é o nosso problema. A tristeza, portanto, por esses
mortos outros pode alinhar alguns de nós, pela primeira vez, com os vivos.

Claudia Rankine is a professor of English at Pomona College. She is the author of


five collections of poetry, including, most recently, “Citizen.”

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